quinta-feira, 8 de maio de 2014

LIÇÃO 6 - O MINISTÉRIO DE APÓSTOLO






SUBSÍDIO I

INTRODUÇÃO

Após o estudo dos dons espirituais, nos voltaremos ao longo das próximas aulas para os dons ministeriais, isto é, para a obra do ministério (gr. eis ergon diakonia). Inicialmente destacaremos os propósitos desses dons, comparando-os com os dons espirituais. Em seguida apresentaremos as especificidades do ministério apostólico no Novo Testamento. E ao final, faremos uma apreciação a respeito do ministério do apostolado nos dias atuais.

1. OS PROPÓSITOS DOS DONS MINISTERIAIS

Os ministérios de Deus sempre têm propósitos, conforme estudamos anteriormente em relação aos dons espirituais (I Co. 12.7). Os dons ministeriais são provenientes de Cristo, e destinados à igreja, para o aperfeiçoamento dos santos. Isso quer dizer que esses dons devem edificar os outros, ou seja, para serem compartilhados, para contribuir com a santificação dos irmãos e irmãs. Paulo acrescenta que eles são para o trabalho do ministério (gr. diakonia). Portanto, uma das especificidades desses dons, diferentemente dos espirituais, é que eles são para o serviço, para os que lideram na igreja. Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres trabalham com vistas à edificação do Corpo de Cristo. A atuação dos dons ministeriais acontecerá, no seio da igreja, até que venhamos à unidade da fé em Cristo. É uma pena testemunhar tantas divisões nas igrejas, algumas delas infundadas, por motivos meramente egoístas. Isso acontece por causa dos interesses individuais, geralmente pela busca de títulos. A igreja não pode esquecer que foi chamada para a unidade (Jo. 17.21), não apenas nos aspectos doutrinários, mas, sobretudo, para o amor (gr. agape), que é o vínculo da perfeição que promove a paz (Ef. 4.3; Cl. 3.14). O objetivo primordial do ministério deve ser o crescimento em amor da igreja, e o conhecimento do Filho, Jesus Cristo. Para tanto, devemos ensinar, a partir dos evangelhos, quem foi e é o Senhor. Como Paulo devemos ser imitadores de Cristo, somente assim chegaremos à estatura de perfeição, ou melhor, a completude em Cristo. A intenção de Deus é a maturidade da Sua igreja, infelizmente alguns preferem continuar crianças na fé. Uma das características da infância é a falta de critérios para avaliação. As crianças tendem a ser levadas por todo e qualquer vento de doutrina. O ministério tem uma função primordial nesse sentido, a de evitar que os irmãos sejam enganados por falsas doutrinas de homens, e seguirem segundo os rudimentos do mundo (Cl. 2.4-8).

2. OS APÓSTOLOS DO NOVO TESTAMENTO

O ministério de apóstolos (gr. apóstolos) geralmente está relacionado aos doze, mas tem uma atuação bem mais ampla no Novo Testamento. Existem pelo menos vinte e quatro apóstolos mencionados ao longo do Novo Testamento. O termo grego diz respeito a alguém que foi delegado, ou melhor, enviado com autoridade para agir em lugar de outro. O apóstolo, de acordo com essa definição, é alguém que age não em benefício próprio, mas pelo Espírito Santo, em benefício do Corpo de Cristo. Essa é uma diferença fundamental de alguns apóstolos televisivos, que assim se intitulam, para tirarem benefício do rebanho. Ninguém se faz apostolo, esses são chamados por Deus, para serem enviados. Os apóstolos são mensageiros, arautos do evangelho de Jesus Cristo, que cumprem uma missão (II Co. 8.23; Fp. 2.25). Os apóstolos são listados primeiro, entre os dons ministeriais, porque eles são os plantadores de igreja, aqueles que chegam primeiro ao campo. Barnabé, em I Co. 9.5,6, é também chamado de apóstolo, tendo em vista sua atuação missionária, juntamente com Paulo (At. 14.14). Há outros apóstolos no Novo Testamento, dentre os quais destacamos, Andrônico, Júnia (Rm. 16.7), Apolo (I Co. 4.6,9), Tiago, irmão do Senhor (Gl. 1.19; Tg. 1.1), Silas e Timóteo (I Ts. 1.1; 2.6), Tito (II Co. 8.23) e Epafrodito (Fp. 2.25). A lista de apóstolos no Novo Testamento é muito mais ampla, considerando os setenta, também enviados por Cristo (Lc. 10.1-20). Uma das características marcantes desse ministério é a disposição para desbravar territórios que ainda não foram alcançados. Jesus é o maior exemplo de Apóstolo, pois Ele mesmo foi enviado para a salvação do mundo (Jo. 3.16). Paulo também se reconhece apóstolo, não da parte de homens, mas de Deus, que O chamou para as nações (Gl. 1.1). O ministério apostólico, ou mais precisamente missionário, pode ter direções específicas. Paulo foi chamado por Deus para o apostolado entre os gentios, enquanto que Pedro para os judeus (Gl. 2.8). Um missionário pode ter chamado divino para pregar entre as etnias, outro na zona rural, e outro, por sua vez, na urbana. Esse ministério apostólico tem alguma relação com os doze, tendo em vista que aqueles também foram enviados por Jesus (Mt. 10.2-4). Esse colégio tem destaque no Novo Testamento, já que acompanharam Jesus, e foram testemunhas da Sua ressurreição. Quando Judas traiu Jesus e foi se suicidar resultou em uma lacuna. Lucas, em At. 1.26, registra que a substituição de Judas teria sido feita por Matias, ainda que haja controvérsias em relação à aprovação divina dessa substituição. Há quem defenda que o substituto de Judas na escolha de Deus teria sido Paulo, já que Matias teria sido escolhido por sortes (At. 1.21-26). Essa perspectiva teológica tem fundamento, considerando que Paulo viu Cristo ressurreto (At. 9.5; I Co. 15.8,9), sendo este um critério para que alguém fosse contado entre os doze.

3. O APOSTOLADO NOS DIAS ATUAIS

O ministério apostólico permanece nos dias atuais e é exercido por aqueles que são ou foram pioneiros na obra de Deus, alguém que fora enviado para iniciar um trabalho (I Co. 3.10; Ef. 2.20).  Para tanto, há um preço a ser pago, o qual nem todos estão dispostos. Há uma relação direta entre o ministério apostólico e a obra missionária. Na verdade, o apóstolo dos dias atuais é um missionário, alguém que sai da sua terra, se distancia da sua cultura, para ganhar almas para o reino de Deus. Como aconteceu com Paulo, os apóstolos enfrentam muitas dificuldades, e às vezes, são perseguidos (I Co. 4.9; II Co. 5.14-17). Eles são os plantadores das igrejas, não ficam muito tempo no mesmo lugar, pois precisam levar a mensagem adiante, em alguns casos gemendo e chorando (Sl. 126.6). Para consolidar o trabalho, deixam presbíteros (bispos) e diáconos, a fim de firmarem os irmãos e irmãs na fé (At 14.21-23; Fp. 1.1). Aqueles que são deixados em determinado lugar receberam o dom de governo, para organizar a igreja local (I Co. 12.28). Somente nesse sentido podemos dizer que existem apóstolos nos dias atuais, pois doze apóstolos do Cordeiro já estão estabelecidos (Ap. 21.14). É importante ressaltar que esses apóstolos não pertencem a uma sucessão, a relação com eles está fundamentada na Palavra, que é apostólica. É mais apropriado afirmar que os apóstolos são os missionários, aqueles que são enviados para ganhar almas, dentro e fora de determinado país. Esses servos e servas de Deus receberam uma chamada específica, não têm a vida por preciosa (At.20.24), antes se gastam para a glória de Deus, e por amor às almas perdidas (II Co. 12.15). Como acontecia nos primórdios da igreja, devemos continuar enviando missionários, seguindo a direção do Espírito Santo (At. 13.1-5). Existem pessoas em várias etnias que precisam de Cristo, mas como crerão se o evangelho não for pregado? A responsabilidade da igreja é a de fazer missões, enviar obreiros e obreiras com o coração direcionado às almas perdidas (Rm. 10.14,15).

CONCLUSÃO

O ministério apostólico continua nos dias atuais, mas não como sucessão eclesiástica, como querem defender aqueles que querem status. O apostolado não tem relação com títulos eclesiásticos, que em alguns casos servem apenas para a promoção pessoal. Alguns acham pouco serem “pastores” ou “bispos” por isso querem ser “apóstolos”, se pudessem seriam “deuses”. Se por um lado precisamos ser cautelosos quanto a esses falsos apóstolos, precisamos, por outro, legitimar o verdadeiro ministério apostólico. A igreja deve reconhecer, enviar, orar e contribuir com aqueles que são mensageiros de Deus em terra estranha, que se sacrificam pelo Reino de Deus, que arrebatam as almas perdidas da condenação eterna.

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa


SUBSÍDIO II


INTRODUÇÃO

A partir da lição desta semana estudaremos os Dons Ministeriais distribuídos por Deus à sua Igreja, objetivando desenvolver o caráter cristão da comunidade dos santos, tornando-o semelhante ao de Cristo (Ef 4.13). De acordo com as epístolas aos Efésios e aos Coríntios, são cinco os dons ministeriais concedidos por Deus à Igreja: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores (1Co 12.27-29). Veremos o quanto esses ministérios são necessários à vida da igreja local para cumprir a missão ordenada pelo Senhor ante o mundo e, simultaneamente, crescer “na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 3.18). Mostrando a sequência de Efésios 4.11, iniciaremos o estudo pelo dom ministerial de apóstolo. [Comentário: Já temos aprendido na primeira lição deste trimestre que os dons ministeriais são dádivas concedidas por Cristo com a finalidade de aperfeiçoar os santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, a fim de que os crentes atinjam a unidade da fé, o conhecimento do Filho de Deus, o nível de varões perfeitos, a medida da estatura completa de Cristo (Ef.4.12,13). Com esta lição, iniciamos o segundo bloco deste trimestre, dedicado ao estudo dos dons ministeriais. O primeiro dom ministerial que estudaremos é o de apóstolo, aqueles que foram enviados diretamente por Jesus para dar início à Igreja.] Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

1. O termo “apóstolo”. O Dicionário Bíblico Wycliffe informa que o termo grego apostolos origina-se do verbo apostellein, que significa “enviar”, “remeter”. A palavra apóstolo, portanto, significa “aquele que é enviado”, “mensageiro”, “oficialmente comissionado por Cristo”. Ao longo do Novo Testamento, o verdadeiro apóstolo é enviado por Cristo igualmente como o Filho foi enviado pelo Pai com a missão de salvar o pecador com autoridade, poder, graça e amor. O verdadeiro apostolado baseia-se na pessoa e obra de Jesus, o Apóstolo por excelência (Hb 3.1). [Comentário: Etimologicamente o termo grego Apostellein “Apóstolo” significa aquele que é enviado, mensageiro ou embaixador. Aquele que representa a quem o enviou. A palavra é usada acerca do Senhor Jesus para descrever a Sua relação com Deus (Hb 3.1; Jo 17.3). Os doze discípulos escolhidos pelo Senhor para treinamento especial foram chamados assim (Lc 6.13; 9.10). Paulo, embora tivesse visto o Senhor Jesus (I Co 9.1; 15.8), não tinha acompanhado os doze todo o tempo do Seu ministério terrestre, e, consequentemente, não era elegível para um lugar entre eles, de acordo com a descrição de Pedro sobre as qualificações necessárias (At 1.22). Paulo foi comissionado diretamente pelo próprio Senhor, depois de sua ascensão, para levar o evangelho aos gentios” (At 9.1-15) (VINE, 2002, p.407). O título “apóstolo” se aplica a certos líderes cristãos no NT. O verbo “apostello” significa “enviar alguém em missão especial como mensageiro e representante pessoal de quem o envia. O título é usado para Cristo (Hb 3.1), os doze discípulos escolhidos por Jesus (Mt 10.2), o apóstolo Paulo (Rm 1.1; II Co 1.1; Gl 1.1) e outros (At 14.4,14; Rm 16.7; Gl 1.19; 2.8,9; I Ts 2.6,7). A Bíblia de Estudo Pentecostal (STAMPS, 2012, p. 1814). A Bíblia de Estudo Pentecostal classifica “apóstolos” num sentido geral, como um ministério que ainda continua sendo necessário para o propósito de Deus na igreja, fazendo uma conexão direta com o trabalho missionário. Dessa forma, o termo “missionário” teria o mesmo sentido de “apóstolo”, ou seja, um representante designado por uma igreja, e cita como referências bíblicas Atos 14.4, 14 (Barnabé e Paulo), Rm 16.7 (Andrônico e Júnia), 2 Coríntios 8.23 (Embaixadores, traduzido do grego apóstoloi).]

2. O colégio apostólico. Entende-se por colégio apostólico o grupo dos doze primeiros discípulos de Jesus convidados por Ele a auxiliarem o seu ministério terreno. O Salvador os separou e nomeou. Os primeiros escolhidos não eram homens perfeitos, mas foram vocacionados a levar a mensagem do Evangelho a todo o mundo (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20). De acordo com Stanley Horton, eles foram habilitados a exercer “o ministério quando do estabelecimento da Igreja” (At 1.20,25,26). Em outras palavras, os doze apóstolos constituíram a base ministerial para o desenvolvimento e a expansão da Igreja no mundo. Mas antes, como nos mostra a Palavra de Deus, receberam o batismo com o Espírito Santo (Lc 24.49; At 1.8; 2.1-46). [Comentário: Dá-se o nome de Colégio Apostólico ao grupo de doze homens que foram chamados pelo próprio Senhor Jesus para segui-lo durante o seu ministério terreno (Mt 10.2; Mc 6.30; Lc 6.13). “Foram três anos aproximadamente, em que eles aprenderam as verdades de Deus com o maior Mestre da história. Após o seu discipulado, aos pés de Cristo, e o recebimento do batismo com o Espírito Santo (Lc 24.49; At 1.8), aqueles 12 foram enviados para proclamar o evangelho, ou as Boas Novas de salvação (Lc 6.13). Eles constituíram a base ministerial para o crescimento, o desenvolvimento e a expansão do Reino de Deus e da Igreja de Cristo, por todo o mundo” (RENOVATO, 2014, p. 72).]

3. A singularidade dos doze. Aqui é importante ressaltar que o apostolado dos doze tem uma conotação bem singular em relação aos demais encontrados em Atos e também nas epístolas paulinas. [Comentário: A característica fundamental do apóstolo é ser alguém que tem uma missão a cumprir, enviado por quem tem autoridade espiritual para fazê-lo. Em seu discipulado, os doze apóstolos foram preparados para o cumprimento da missão mais importante que um mortal poderia receber. Serem embaixadores do Reino de Deus. Não poderiam ser pessoas desprovidas de qualificações especiais. Eram homens comuns, humanamente detentores de virtudes e defeitos, mas tiveram um treinamento aos pés do Mestre dos mestres. E demonstraram possuir algumas qualidades especiais.]

a) Eles foram convocados pessoalmente pelo Senhor. Multidões seguiam Jesus por onde Ele passava (Mt 4.25), e muitos se tornavam seguidores do Mestre. Mas para iniciar o trabalho da Grande Comissão, apenas doze foram convocados pessoalmente por Ele (Mt 10.1; Lc 6.13). [Comentário: Foram chamados por Jesus. Em seu ministério, Jesus teve muitos discípulos (Mt 8.21; 9.57-62). Mas, para cumprir a grande missão, Jesus selecionou apenas 12, e lhes deu credenciais e poder para se tornarem apóstolos. “E, chamando a si os seus doze discípulos...” (Mt 10.1a). Lucas anotou a eleição dos 12 dentre muitos outros. Após passar uma noite inteira em oração a Deus, “chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles a quem deu nome de apóstolos” (Lc 6.12 — grifo nosso).]

b) Andaram com Jesus durante todo o seu ministério. Desde o batismo do Senhor até a crucificação, os doze andaram com o Mestre, aprenderam e conviveram com Ele (Mc 6.7; Jo 6.66-71; At 1.21-23). [Comentário: Receberam autoridade espiritual. Jesus “deu-lhes autoridade sobre os espíritos imundos, para expulsarem, e para curarem toda sorte de doenças e enfermidades” (Mt 10.1; Mc 3.15). Inicialmente, essa autoridade foi concedida aos doze. E, na Grande Comissão, além de mandar que seus discípulos pregassem o evangelho por todo o mundo, a toda a criatura, disse que os sinais e maravilhas haveriam de seguir a todos os que nEle cressem. Não apenas aos doze, mas “aos que crerem”, ou seja, a todos os seus discípulos (Mc 16.17, 18). E importante destacar que os doze receberam dons sobrenaturais, antes que o Espírito Santo os colocasse à disposição da Igreja.]

c) Receberam autoridade do Senhor (Jo 20.21-23). Os doze receberam de Jesus um mandato especial para prosseguirem com a obra de evangelização. Eles foram revestidos de autoridade de Deus para expulsar os demônios, curar os enfermos e pregar o Evangelho à humanidade (Mc 16.17,18; cf. At 2.4). [Comentário: Tinham delegação de Cristo. Os 12 apóstolos não foram apenas “enviados”, mas tiveram um mandato especial. Jesus lhes disse; “Disse-lhes, pois, JESUS outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. A autoridade delegada aos apóstolos foi tão grande, que eles tinham poder para perdoar pecados ou retê-los. JESUS os enviou, do mesmo modo como Ele fora enviado pelo Pai (Jo 20.21-23). Podemos imaginar o que os doze sentiram, ao ouvir aquelas palavras! Serem enviados por Cristo, e como Cristo o fora por seu Pai! Os que entenderam bem a missão devem ter sentido o grande peso de sua responsabilidade. Os que haviam sido pescadores, antes, podiam guardar as redes e suspender a pescaria. Mas, uma vez feitos “pescadores de homens” (Mt 4.19; Mc 1.17), não poderiam suspender a missão. Os que outrora tinham outras atividades não tinham como voltar atrás. O mundo nunca mais foi o mesmo depois de Cristo, e depois que seus apóstolos começaram a cumprir a Grande Comissão (Mc 16.15). Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 73-74.]

SINOPSE DO TÓPICO (1)
O verdadeiro apostolado é centrado única e exclusivamente em Jesus Cristo, pois Ele é o Apóstolo enviado pelo Pai.


II. O APÓSTOLO PAULO

1. Saulo e sua conversão. Saulo foi um judeu de cidadania romana, educado “aos pés de Gamaliel”, e também um importante mestre do judaísmo (At 22.3,25). Ele era intelectual, fariseu e foi perseguidor dos cristãos. Entretanto, a caminho de Damasco, em busca dos cristãos que haviam fugido devido à perseguição em Jerusalém, e com carta de autorização para prendê-los, Saulo teve uma experiência com o Cristo ressurreto (At 9.1-22). A sua vida foi inteiramente transformada a partir desse encontro pessoal com Jesus. De perseguidor, passou a perseguido; de Saulo, o fariseu, a Paulo, o apóstolo dos gentios. [Comentário:“Paulo (chamado apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus), e o irmão Sóstenes (1 Co 1.1; 2 Co 1.1; Gl 1.1). O chamado de Paulo foi bem diferente. A caminho de Damasco, com ordens dos sacerdotes para prender os cristãos, foi interrompido por Jesus, de maneira sobrenatural e impactante. No chão, Paulo teve o chamado de Deus de forma tão dramática, que caiu, ouvindo a potente voz do Senhor, que o abatera em seu orgulho e presunção, quando julgava estar fazendo a vontade de Deus no zelo do judaísmo (At 9.4; 22.7; At 9.10-19). Deus tem seus caminhos e suas maneiras de agir, às vezes muito estranhas (cf. Is 28.21). Diante de um chamado tão singular e diferente dos demais apóstolos, Paulo tinha razão em dizer que era chamado pela vontade de Deus e não dos homens. Até seu nome foi mudado, de Saulo (hb. Sha'ul, o que foi pedido) para Paulo (gr. Paulus, baixo, pequeno, humilde), após ser convocado pelo Espírito Santo para ser enviado para a missão (At 13.8). Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 75. A conversão de Saulo ocorreu após a morte e ressurreição do Senhor Jesus (At 9.1-18). Logo, ele não tinha as “credenciais” que eram comuns aos demais apóstolos (At 1.21,22). Mas, o Senhor o chamou para este ministério, embora ele se considerasse indigno como dizendo ser “o menor dos apóstolos” (I Co 15.8,9). Paulo enfrentou muitas oposições por parte dos falsos mestres que questionavam sua autoridade apostólica. Por essa razão, em suas epístolas, era comum ele identificar-se como apóstolo: “Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus” (Rm 1.1); “Paulo, chamado apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, e o irmão Sóstenes” (I Co 1.1); “Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo (Gl 1.1). Além disso, em suas cartas, ele ressalta repetidas vezes que foi chamado para ser o “apóstolo dos gentios” (Rm 11.13; 15.15,16; Gl 1.16;2.7,8).]

2. Um homem preparado para servir. Dos vinte e sete livros do Novo Testamento, treze foram escritos pelo apóstolo Paulo. Quão grande tratado teológico encontramos em sua Epístola aos Romanos! O seu legado teológico foi grandioso para o cristianismo. Mas para além da intelectualidade teológica, o apóstolo dos gentios levou uma vida de sofrimento por causa da pregação do Cristo ressurreto. Eis a declaração apostólica que denota tal verdade: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2Tm 4.7). [Comentário: A vida de Paulo, seu fervor missionário e seu zelo pela Igreja de Deus demonstram claramente o seu chamado para o ministério apostólico. Sua preocupação não era apenas evangelizar, mas também, visitar os irmãos pelas cidades onde havia anunciado o Evangelho, para exortá-los a permanecer na fé e encorajá-los em meio às perseguições e ao sofrimento (At 14.21,22; 15.36). Um verdadeiro apóstolo é homem que deve ter comunhão e experiência com Deus. Paulo, não obstante não ter convivido com JESUS como os demais apóstolos, teve experiências espirituais que os outros não tiveram. E essas experiências fortaleceram sua vida espiritual e solidificaram o seu relacionamento com Cristo. Ele diz que teve “visões e revelações do Senhor” (1 Co 12.1); com bastante modéstia, falando na terceira pessoa, diz que “foi arrebatado ao terceiro céu”... “e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar” (1 Co 12.2,4). Que palavras foram essas, só Deus e Paulo sabem. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 75.]

3. “O menor dos apóstolos”. O apóstolo Paulo não pertencia ao colégio dos doze. Ele não andou com Jesus em seu ministério terreno nem testemunhou a ressurreição do Senhor — requisitos indispensáveis para o grupo dos doze (At 1.21-23). Humildemente, o apóstolo reconheceu que não merecia ser assim chamado, pois considerava-se um “abortivo”, como que nascido fora de tempo, o menor de todos (1Co 15.8,9). Entretanto, o Senhor se revelou a ele ressurreto (At 9.4,5) e ensinou-lhe todas as coisas. O apóstolo recebeu o Evangelho diretamente do Senhor (Gl 1.6-24; 1Co 11.23). Embora o colégio apostólico tenha reconhecido o apostolado paulino (Gl 2.6-10; 2Pe 3.14-16), as igrejas plantadas por ele eram o selo do seu ministério apostólico (1Co 9.2). [Comentário: Paulo era um homem de grande cultura. Desmistificando a crença ou “doutrina” de que Deus só usa pessoas de pouca instrução, o exemplo de Paulo é bem marcante. Era homem de alto conhecimento bíblico e teológico, discípulo de Gamaliel, um dos mestres do judaísmo (At 22.3). Paulo era um intelectual poliglota. Falava hebraico, por ser judeu e fariseu (At 22.2); por ser cidadão romano (At 22.25), falava latim; suas epístolas foram escritas em grego, o que dá a entender que, sendo um homem culto de sua época, falava a língua helénica; e, como judeu zeloso, certamente, falava o aramaico, que era língua usual, nos meios intelectuais de sua época. Em sua soberania, e segundo seus propósitos divinos, JESUS resolveu contrariar a lógica humana, e chamar um perseguidor do evangelho para ser salvo e fazer dele um apóstolo dos mais destacados entre os que quis escolher. Enquanto alguns de seus primeiros discípulos, do grupo dos Doze, eram humildes pescadores, de menor grau de instrução, Paulo era um homem intelectual, que haveria de levar o evangelho aos gentios, ou gentes de todas as nações, fora de Israel, inclusive aos “reis” ou governantes de povos estrangeiros. Além dessa característica marcante, em seu ministério, Paulo foi o grande teólogo e intérprete dos evangelhos de Cristo. Dos 27 livros do Novo Testamento, 13 foram escritos por ele. E ainda resta dúvida se a epístola aos hebreus também foi de sua autoria. Não foi por acaso que Paulo foi o primeiro apóstolo a levar o evangelho de Cristo à Europa. Ele foi o grande evangelizador do Império Romano (Rm 15.24,28). Em suas viagens missionárias, levou o evangelho de Cristo a cidades de Israel, passou pela Turquia, pela Ásia Menor; pregou na Macedônia, na Acaia, na Grécia, centro cultural da Europa, à época; e, em sua última viagem missionária, reviu discípulos nas igrejas que fundara, e terminou em Roma, para onde foi levado preso, e pregou na capital do Império mundial da época. Concluiu sua extraordinária missão, declarando solenemente: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2 Tm 4.7). Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 75-76. O Apóstolo Paulo (I Cor 15.8-11). Paulo se inclui entre aqueles que viram Jesus ressuscitado: E, por derradeiro de todos, me apareceu também a mim (8). Paulo não acreditava que tivesse visto Cristo somente numa visão. Ele considerava sua experiência na estrada de Damasco uma válida aparição da pessoa do Senhor ressuscitado. Ele não conhecia nenhuma aparição posterior de Cristo a qualquer pessoa - pois a aparição de Cristo a João na ilha de Patmos aconteceu depois da morte de Paulo. O apóstolo refere aqui a si mesmo como um abortivo (ektroma). Essa estranha frase significa um aborto, ou nascimento fora do tempo, e “denota um filho nascido de forma violenta e prematura”. Esta referência à conversão de Paulo é a descrição “da rapidez e violência da transição... enquanto ele ainda estava num estado de imaturidade”. Fazendo um contraste, os 12 discípulos haviam sido escolhidos, alimentados, treinados e depois comissionados. Haviam sido aprendizes, antes de se tornarem apóstolos. A mudança de Paulo foi dramática e excepcional. No entanto, ele havia visto o Senhor de forma tão real como eles. Paulo não só havia visto o Senhor, como a experiência havia revolucionado completamente a sua vida. Ele estava bastante ciente de ser o menor dos apóstolos e indigno de ter esse nome, por causa da intensa perseguição que havia feito à igreja. Mas, apesar da sua falta de mérito e aptidão, a graça de Deus o havia tornado semelhante aos apóstolos para essa tarefa. A abundante graça que foi concedida a Paulo não foi vã, pois deu frutos e era valiosa. Sobre os outros apóstolos, Paulo declara: Trabalhei muito mais que todos eles. Isso pode querer dizer que Paulo viveu mais tempo, portanto trabalhou mais, ou pode significar que ele teve mais sucesso que os outros na fundação das igrejas. Embora Paulo seja suficientemente humano para apreciar seu sucesso como servo do Senhor, ele reconhecia que as suas realizações não eram o resultado de seus talentos, mas da graça de Deus que estava em sua vida. A conclusão é que todos os líderes apostólicos e várias centenas de crentes da Igreja Primitiva aceitavam o fato da ressurreição de Cristo. Além disso, esse fato havia sido pregado aos coríntios e eles o haviam aceitado. Cheio de propósito, Paulo podia declarar em relação à ressurreição: Então, ou seja eu ou sejam eles, assim pregamos, e assim haveis crido. Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 358.]

SINOPSE DO TÓPICO (2)
Paulo viu o Cristo ressurreto. Esta era a sua credencial apostólica.

III. APOSTOLICIDADE ATUAL (Ef 4.11)

1. Ainda há apóstolos? No sentido estrito do termo, e de acordo com a sua singularidade, apóstolos como os doze não mais existem. A Palavra de Deus diz que durante o milênio, os doze se assentarão sobre tronos para julgar as doze tribos de Israel (Mt 19.28). Os seus nomes também estarão registrados nos doze fundamentos da cidade santa (Ap 21.12-14). Logo, o colégio apostólico foi formado por um grupo limitado de discípulos, não havendo, portanto, uma sucessão apostólica. [Comentário: Ainda há apóstolos? Aplicamos este termo ao que já vimos no item 1.1, ao “Colégio Apostólico”, ou aos Doze discípulos que foram selecionados por JESUS, e enviados como apóstolos para dar início à Grande Comissão (Mc 16.15). Apóstolos como eles, não existem mais. Eles eram apóstolos no sentido estrito da palavra, e nas circunstâncias em que foram chamados e enviados por JESUS. 1) Estiveram com CRISTO, durante todo o seu ministério terreno. Enquanto Paulo aprendeu “aos pés de Gamaliel”, os Doze aprenderam aos pés de JESUS, o Mestre dos mestres, no mais perfeito curso de evangelização e discipulado que alguém poderia realizar. Próximo à sua morte, JESUS lhes disse: “E vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas tentações” (Lc 22.28). O fato de ter visto a CRISTO não é condição exclusiva, pois Paulo também o viu (1 Co 9.1,2). Mas o terem aceito seu chamado diretamente de sua parte; de terem caminhado durante cerca de três anos, ao seu lado, ouvindo sua palavra, e vendo seus milagres; de terem comido e dormido ao seu lado, muitas vezes sem ter “onde reclinar a cabeça” (Mt 8.20); só os Doze compartilharam momentos tão expressivos da humanidade, bem como da divindade de CRISTO. 2) Eles estiveram com JESUS, após a sua ressurreição. Outros discípulos também estiveram com JESUS, como os do Caminho de Emaús (Lc 24.13-31). Mas os que compartilharam da companhia do Senhor, de modo privado e especial, foram os 11, visto que Judas traiu o Mestre e foi para o seu destino trágico. “Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou JESUS, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco! E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor. Disse-lhes, pois, JESUS outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós” (Jo 20.19-21). 3) Receberam a Grande Comissão. O mandato para evangelizar o mundo é destinado a todos os crentes em JESUS, a toda a Igreja do Senhor. Mas os Doze receberam a ordem missionária, diretamente da boca de JESUS (Mc 16.15). JESUS não disse aos Doze que eles fizessem apóstolos, mas sim, discípulos em todas as nações (Mt 28.18-20). 4) Os Doze terão seus nomes nos fundamentos da Nova Jerusalém. Esse importante detalhe, registrado no Apocalipse, certamente, constitui argumento mais que suficiente para se entender, que o apostolado especial dos Doze, que constituíam o Colégio Apostólico, não é repetido em nenhuma fase da História da Igreja. João viu esse singular privilégio, concedido unicamente aos que seguiram JESUS, durante o seu ministério terreno (Ap 21.12-14).Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 77-78. Wayne Grudem afirma que o ofício de apóstolo estava limitado ao tempo quando a igreja primitiva foi fundada. Grudem argumenta que: Embora alguns hoje usem a palavra “apóstolo” para referir-se a fundadores de igrejas e evangelistas, isso não parece apropriado e proveitoso, porque simplesmente confunde quem lê o Novo Testamento e vê a grande autoridade ali atribuída ao ofício de “apóstolo”. É digno de nota que nenhum dos grandes nomes na história da igreja – Atanásio, Agostinho, Lutero, Calvino, Wesley e Whitefield – assumiu o título de “apóstolo” ou permitiu que o chamassem apóstolo. Se alguns, nos tempos modernos, querem atribuir a si o título de “apóstolo”, logo levantam a suspeita de que são motivados por um orgulho impróprio e por desejos de auto-exaltação, além de excessiva ambição e desejo de ter na igreja mais autoridade do que qualquer outra pessoa deve corretamente ter. GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática: atual e exaustiva. São Paulo: Vida Nova, 1999, p. 764.]

2. Apóstolos fora dos doze. A carta aos Efésios apresenta a vigência do dom ministerial de apóstolo. O teólogo Stanley Horton informa-nos que “o Novo Testamento indica que havia outros apóstolos que também haviam sido dados como dons à Igreja. Entre estes se acham Paulo e Barnabé (At 14.4,14), bem como os parentes de Paulo, Andrônico e Júnia (Rm 16.7)”. Ao longo do Novo Testamento, e no primeiro século da Igreja, o termo apóstolo recebeu um significado mais amplo, de um dom ministerial distribuído à igreja local (Dicionário Vine). [Comentário: Além dos Doze, o Novo Testamento também cita outros exemplos de apóstolos, como Paulo, que se considerou a si mesmo “o menor dos apóstolos” por ter perseguido “a igreja de Deus” (1 Co.15.9; Rm 1.1; 2 Co 1.1); ele viu a Jesus Cristo (1 Co 9.1). Barnabé também foi reconhecido como apóstolo (At 14.14). Havia “outros apóstolos”, a que Paulo se referia em sua carta aos romanos (Rm 16.7) e em outras epístolas (G1 1.19; 1 Ts 2.6,7).]

3. O ministério apostólico atual. Não há sucessão apostólica. Esta é uma doutrina formada pela igreja romana e, infelizmente, copiada por algumas evangélicas para justificar a existência do poder papal. O ministério dos doze não se repete mais. O que há é o ministério de caráter apostólico. Atualmente, missionários enviados para evangelizar povos não alcançados pelo Evangelho são dignos de serem reconhecidos como verdadeiros apóstolos de Cristo. Homens como John Wesley, William Carey (cognominado “pai das missões modernas”), Hudson Taylor, D. L. Moody, Gunnar Vingren, Daniel Berg, “irmão André” e tantos outros, em tempos recentes, foram verdadeiros desbravadores apostólicos. Cidades e até países foram impactados pela instrumentalidade desses servos de Deus. [Comentário: Como demonstrado, o ministério dos Doze, ou do colégio apostólico, não se repete. Nenhum dos Setenta, nem qualquer dos apóstolos da Igreja Primitiva; ou dos tempos antigos, modernos, atuais, ou futuros, jamais terá seu nome nos fundamentos da Nova Jerusalém. Aqueles Doze foram únicos. Não há sucessão apostólica, como entende a Igreja Católica. Referindo-se aos apóstolos de Jesus, no sentido especial, a Bíblia de Estudo Pentecostal diz: “O ministério de apóstolo nesse sentido restrito é exclusivo, e dele não há repetição. Os apóstolos originais do Novo Testamento não têm sucessores”. Atualmente, o que podemos ver como ministério de caráter apostólico, é o trabalho dos missionários, quando são enviados para desbravar campos, em países de povos não alcançados pelo evangelho de Cristo. Se um missionário vai assumir um trabalho que já está estabelecido, cujas bases e desenvolvimento deveram-se ao esforço de outros companheiros, não pode dizer que faz um trabalho de apóstolo, e sim, de pastor ou evangelista. Paulo ensina que Jesus, depois de subir ao alto e levar “cativo o cativeiro”, “deu dons aos homens”. Observando o texto bíblico, de Efésios 4.11, lemos: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.11,12). Esses “homens-dons”, concedidos por Deus e seus ofícios ou ministérios, têm por finalidade alcançar a “unidade do Espírito” (Ef 4.3), visando “o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério” e a “edificação do corpo de Cristo”. Dessa forma, se existe atualidade para os ofícios de “profetas”, “evangelistas” e “doutores” ou “mestres”, por que não deveria haver atualidade do ofício do apóstolo? Sem dúvida alguma, o ministério de caráter apostólico deve ser desenvolvido, na atualidade, ao lado dos demais ministérios, indispensáveis à unidade e à edificação do corpo de Cristo. Homens como John Wesley, William Carey, cognominado “pai das missões modernas”; Adoniran Judson, Hudson Taylor, D. L. Moody, Jorge Müller, Smith Wigglesworth, Gunnar Vingren, Daniel Berg, Richard Wurmbrand, e tantos outros, em tempos mais recentes, podem ser considerados verdadeiros apóstolos de Jesus. São homens que expuseram suas vidas para levar a mensagem do evangelho aos mais longínquos lugares do mundo. Patzia afirma: “Visto que a Igreja de hoje não tem lugar para o cargo de apóstolo, por exemplo, a tentação é encontrar-se uma contrapartida contemporânea nos líderes eclesiásticos, como superintendentes ou supervisores”.7 Há realmente, essa “tentação”, de se buscar aplicação para o termo “apóstolo”, a funções que pouco ou nada têm de apostólicas. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 80-81.]

SINOPSE DO TÓPICO (3)
Segundo Efésios 4.11 o dom ministerial de apóstolo está em plena vigência na igreja atual.

CONCLUSÃO

Nos moldes do colégio dos doze, o ministério apostólico não existe atualmente. Entretanto, o dom ministerial de apóstolo citado por Paulo em Efésios 4.11 está em plena vigência. Pastores experimentados, evangelistas e missionários que desbravaram os rincões do nosso país ou em países inimigos do Evangelho, são pessoas portadoras desse dom ministerial. São os verdadeiros apóstolos da Igreja de Cristo hoje. [Comentário: Como apresentado neste comentário, o termo apóstolo significa “enviado”. Temos em Jesus a aplicação primeira deste título, depois aos Doze, a Paulo, além de outros. Para fazer parte do círculo apostólico, era necessário ter sido testemunha ocular das obras, da vida, da morte e ressurreição de Cristo. Logo, hoje não temos apóstolos nos moldes do Colégio Apostólico. O ministério de caráter apostólico permanece e é desenvolvido por missionários que estabelecem igrejas em diversos lugares do mundo. Fazer questão de ser reconhecido com o título como que possuindo uma autoridade superior é sinal de orgulho. O maior título que deveríamos possuir é aquele mesmo que Cristo sugeriu: servo!] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

Francisco Barbosa







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