sexta-feira, 30 de maio de 2014

LIÇÃO 9 - O MINISTÉRIO DE PASTOR





SUBSÍDIO I

INTRODUÇÃO
Em continuidade ao estudo dos dons ministeriais de Ef. 4.11, nos dedicaremos na aula de hoje ao dom ministerial de pastor. Inicialmente mostraremos a necessidade dos pastores na igreja, dando ênfase a Cristo, o maior exemplo de pastoreio. Em seguida, enfocaremos mais especificamente o dom ministerial, mostrando sua relevância para a edificação da igreja do Senhor. E ao final, destacaremos algumas características do pastor, ressaltando sua atuação para a preservação do rebanho de Deus.

1. A NECESSIDADE DOS PASTORES
Jesus é o maior exemplo de pastor, na verdade Ele é o Pastor dos pastores. Em Jo. 10 Jesus disse ser “o Bom Pastor” que dá a vida pelas ovelhas, contrastando com os mercenários, que buscavam apenas alimentar-se das ovelhas, não alimentá-las. Como Bom Pastor Ele conhece as suas ovelhas (Jo.14), cada uma nominalmente, pois são ovelhas do Seu pastoreio (Sl. 100.3). Como Pastor Jesus conduz as suas ovelhas, levando-as adiante (Jo. 10.3,4). Semelhante ao pastor do Sl. 23, Ele as “guia pelas veredas da justiça por amor do seu nome”. Pedro destacou que Jesus é o Pastor e Bispo das nossas almas, que nutre as nossas vidas com o alimento espiritual, instruindo no caminho que deve ser seguido (Sl. 32.8). Para o autor da Epístola aos Hebreus Jesus é o “Grande Pastor”, que não está sujeitos às limitações, por isso pode cuidar do Seu rebanho, tendo por ele interesse. Pedro denominou ainda Jesus de “Supremo Pastor”, que nos dará, se não desfalecermos, “a imarcescível coroa de glória” (I Pe. 5.4). Somos ovelhas carentes de um cuidado, por isso Cristo é Aquele que pode nos apascentar, considerando Suas credenciais. Ele desempenha essa função por meio dos pastores (gr. poimên), que Ele mesmo deu para a igreja (Ef. 4.11) Na medida em que a igreja foi se organizando, fez-se necessário que os pastores fossem estabelecidos, para supervisionar as igrejas (I Ts. 2.14). Esses pastores eram denominados nas igrejas judaicas de presbíteros, e bispos nas igrejas gregas (At. 11.30; 14.23; 20.17,28). Esses pastores tinham a responsabilidade de “apascentar o rebanho” (I Pe. 5.2). Nessa mesma passagem Pedro deixa claro que a motivação para o pastoreio não deveria ser o lucro, mas “a boa vontade”. Evidentemente digno é o pastor do seu salário (I Tm. 5.18), e aqueles que governam bem, e labutam na pregação e no ensino, são dignos de duplicada recompensa (I Tm. 5.17). 

2. O DOM MINISTERIAL DE PASTOR

O dom ministerial de pastor é necessário por diversos motivos, dentre eles, a importância de manter a decência e ordem no culto, atentando para os elementos litúrgicos da celebração (I Co. 14.40). Além disso existem falsas doutrinas que se proliferam, ameaçando a integridade do evangelho. O pastor tem responsabilidade apologética, de proteger o rebanho dos falsos mestres, os lobos que querem devorar as ovelhas (Tt. 1.11; II Pe. 2.1). Mas é no cuidado individual das ovelhas que o pastor exerce com maior propriedade o seu ministério, principalmente quando alguma delas se encontra enferma (Tg. 5.14). É nesse particular que o ministério de pastor se diferencia dos demais de Ef. 4.11. Cabe ao pastor a tarefa de dar acompanhamento pessoal às suas ovelhas. Em Jo. 21.15-17 Jesus orienta Pedro em relação à adequação do ministério pastoral. Ele deveria apascentar primeiramente instruir as ovelhas no caminho, não deixando de prover alimento apropriado para o crescimento saudável. É triste testemunhar que nos dias atuais muitos procuram o título de pastor, sem qualquer interesse nesse importante ministério. A elitização do pastorado tem causado muitos males à igreja, principalmente depois que se criou a figura dos “pastores-presidentes”. Ninguém quer mais ser um simples pastor, como foi Jesus, que se sacrificou pelo rebanho. Na verdade, a busca desenfreada por posição eclesiástica tem causado muitos danos à igreja institucionalizada. Individualmente muitos estão feridos em nome de Deus, e carregam marcas profundas advindas daqueles que deveriam curar, ao invés de causarem adoecimento. Nada há de errado em manter a relação do título de pastor com o ministério de pastor, contanto que esses de fato apascentem. Devemos considerar também que existem muitos que não têm o título, mas que são verdadeiros pastores, há muitos auxiliares, diáconos e presbíteros que são pastores, no sentido ministerial bíblico. Esses receberão do Senhor a recompensa, ainda que não tenham o devido reconhecimento eclesiástico.

3. CARACTERÍSTICAS DO PASTOR
É imprescindível que o pastor tenha conhecimento da Palavra, pois como irá doutrinar se não tiver fundamentação bíblica? Não podemos esquecer que toda Escritura é divinamente inspirada, e é a partir desta que o obreiro está preparado para toda boa obra (II Tm. 3.16,17). Se quisermos ser obreiros aprovados por Deus, inclusive no ministério pastoral, devemos manejar bem a palavra da verdade ( II Tm. 2.15). Atualmente há muitas exigências para o ofício de pastor, mas que não têm respaldo bíblico, não se fundamentam nas recomendações paulinas (Tt. 1.7-11). Há igrejas que substituíram o modelo pastoral bíblico pela administração empresarial. Alguns pastores são reconhecidos não pela capacidade de apascentar, mas pela produtividade organizacional, pelos lucros que trazem às igrejas. Esse modelo está em declínio, principalmente depois do sucesso editorial O monge e o executivo. Para espanto dos evangélicos, esse estilo de liderança-servidora tem fundamentação bíblica, sendo Jesus o Seu grande modelo (Jo. 13.1-17). Seguindo o exemplo de Jesus, o que mais se espera de um pastor é que esse seja amoroso, que apascente o rebanho com cuidado (I Pe. 5.1-3). Ele deve exercitar a longanimidade, não pode ser tempestivo, levado pelas emoções, o amor sacrificial precisa sustentar seu ministério (At. 20..31; II Tm. 4.2). O ministério de pastor é exercido também através dos cuidados com as necessidades dos irmãos mais pobres (Gl. 2.9,10). O dom de pastor não se concretiza apenas no cuidado com o espírito, é necessário também atentar para as carências materiais (Gl. 6.10). O ministério de pastor é percebido principalmente no cuidado com os enfermos. A sociedade contemporânea tende a descartar as pessoas, a medi-las pela capacidade de produção. Mas o pastor sabe que cada vida tem valor para Deus, por isso visita os enfermos, auxiliando-os em oração (Tg. 5.14,15). Ao proceder desse modo o pastor obterá do Senhor uma posição, não aquela acirradamente disputada nos arraiais evangélicos, mas a de “despenseiro dos mistérios de Deus” (I Pe. 4.1,2).

CONCLUSÃO
Jesus continua sendo o Maior exemplo de Pastor para as igrejas, todos aqueles que são chamados por Deus para esse ministério dão continuidade ao pastoreio do Senhor. A esse respeito é válido lembrar a pergunta de Jesus a Pedro após ressuscitar: “Pedro, tu me amas?” Em seguida o comissionou: “apascenta as minhas ovelhas” (Jo. 21.15-17). Que o Senhor continue dando pastores à sua igreja, e que sejam aprovados nesse importante critério: que amem ao Senhor, e também ao rebanho que Ele lhes confiou, tendo-o adquirido com Seu próprio sangue (Mt. 22.36-38; At. 20.28-30).
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa


SUBSÍDIO II


INTRODUÇÃO

Ser pastor sempre foi uma tarefa árdua. Muitas são as demandas internas e externas da igreja local, entre elas o cuidado para com as pessoas do rebanho, visita a enfermos, questões relacionadas a administração eclesiástica e o constante desafio de se dedicar à oração, à pregação e ao ensino da Palavra de Deus. O dia a dia pastoral é desafiador a quem é vocacionado por Deus para apascentar. Somente pela graça e o amor do Pai é possível encarar tão grande responsabilidade. Por outro lado, uma liderança madura e servidora é imprescindível ao desenvolvimento da igreja local. Assim, a lição de hoje abordará esse importante ministério. [Comentário: Em sequência ao estudo dos dons ministeriais, hoje nos deparamos com o mais árduo dom ministerial listado em Efésios 4.11. No hebraico Bíblico, “raah”, aparece com o sentido de pastor por setenta e sete vezes (Gn 49.24; Êx 2.17,19; Nm 27.17; 1Sm 17.40; Sl 23.1; Is 13.20; 31.4; 40.11; Jr 6.3; 23.4; 25.34-36; 31.10; Ez 34.2-10,12,23; Am 1.2; 3.1; Zc 10.2,3; 11.3,5,8,15,16; 13.7). Literalmente, “um pastor” é alguém que cuida dos rebanhos de ovelhas. Os pastores eram conhecidos como profissionais que alimentavam e protegiam os rebanhos (Jr 31.10; Ez 34.2), que procuravam as ovelhas perdidas (Ez 34.12) e que livravam dos animais ferozes as ovelhas que estivessem sendo atacadas (Am 3.12)” CHAMPLIN, 2004, p. 104. No Novo Testamento, a palavra grega é “poimén”: (a) em seu significado natural (Mt 9.36; 25.32; Mc 6.34; Lc 2.8,15,18,20; Jo 10.2,12); (b) metaforicamente, acerca de Jesus (Mt 26.31; Mc 14.27; Jo 10.11,14,16; Hb 13.20; I Pe 2.25); (c) metaforicamente, a cerca dos que atuam como pastores nas igrejas (Ef 4.11) VINE, 2002, p. 856. Longe destas descrições, nenhuma outra “profissão” tem caído tanto em descrédito quanto o pastorado. É desnecessário elencar os motivos e vamos fugir dessa linha de raciocínio, evidenciando apenas a proposição do comentarista - Jesus, o modelo ideal de pastorado.] Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

I. JESUS, O SUMO PASTOR

1. Jesus é o pastor supremo. A expressão “grande Pastor das ovelhas”, que aparece em Hebreus 13.20, refere-se diretamente à sublimidade do Senhor Jesus como pastor no Novo Testamento. Marcado pela humildade e despojamento da sua glória, Ele foi chamado “grande” em seu nascimento (Lc 1.32). O adjetivo “grande” enfatiza o quanto o Nazareno é incomparável e mediador da nova aliança de Deus com os homens. Jesus Cristo é o supremo pastor em todos os aspectos. Ele venceu a morte e libertou o homem da prisão do pecado. Ele é Deus! [Comentário: Em Hebreus 13.20, Jesus Cristo aparece como o “Grande Pastor das ovelhas”. e na verdade ele é o único que merece a qualificação de “grande”. No seu nascimento, marcado pela humildade e despojamento de sua glória, Jesus foi chamado de “grande”, na mensagem do anjo a Maria (Lc 1.32). Nenhum pastor, nas igrejas locais, deve aceitar o título de “grande”, pois só Jesus o merece. Ele é grande em todos os aspectos que se possam considerar em relação à sua pessoa. Podemos refletir sobre o porquê Ele é chamado “grande”. Primeiramente, porque Ele é Deus! Todos os fundadores de religiões pereceram e seus restos mortais jazem sob a tumba fria. Em seus túmulos consta a inscrição “aqui jaz” fulano ou sicrano. No túmulo de Jesus, há uma inscrição diferente e gloriosa: “Ele não está aqui porque ressuscitou” (Mt 28.6; Mc 16.6). Se Jesus houvesse sido um homem comum, mortal, jazeria no túmulo como Buda, Maomé, Alan Kardec e outros fundadores de religiões ou de seitas. Mas Jesus é Deus. Como tal, venceu todos os poderes cósmicos, espirituais, humanos e físicos. E, por fim, vitorioso, venceu a morte! Em segundo lugar, Jesus é o grande pastor das ovelhas, porque ele é “a porta das ovelhas” (Jo 10.7). Em termos espirituais, as ovelhas ou os salvos em Cristo só podem chegar ao céu, na presença de Deus, através de Cristo, de seus ensinos, de seu exemplo marcante, que deixou para todos os pastores e crentes de todas as idades. Ele disse que era “o Bom Pastor”, que dá a vida por suas ovelhas e as conhece pelo nome (Jo 10.11,14). Para entrar no seu redil, o pecador tem que arrepender-se, crer em sua Palavra, e segui-lo (Jo 10.9). Não pode entrar, saltando os muros. O Adversário é “ladrão e salteador”, porque não entra pela porta das ovelhas. Ele, e somente Ele, dá acesso ao homem à presença de Deus. Jesus é ao mesmo tempo, “a porta”, “o caminho e a verdade e a vida”. E declarou: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 107. Champlin citando Moffatt, afirma que “foi na qualidade de grande Pastor que Jesus deu sua vida pelas ovelhas; e por esse ato estabeleceu, para sempre, sua reivindicação como o Pastor de seu povo. Ê igualmente essa reivindicação que garante que ele não perderá a qualquer dos seus, mas antes, os ressuscitará no último dia (Jo 15). «Deus de paz, significa que Deus salva e dá bem-aventurança (Hb 12.11). A ‘paz’ deve ser entendida no sentido pleno do A.T., isto é, de prosperidade segura, obtida pelo triunfo messiânico sobre poderes hostis da maldade. (Hb 2.14 e 7.2; Veja as palavras do próprio Cristo sobre essa questão do pacto, em Mc 14.24; Mt 26.28 e Lc 22.20). «O Senhor Jesus se tornou, devido ao seu trabalho medianeiro, o grande Pastor das ovelhas, em virtude daquele pacto que foi inaugurado por seu sangue, e em virtude do seu sangue é que ele foi levantado dentre os mortos como o grande Pastor, tendo subido até à mão direita do Pai». «...ovelhas...» Porquanto são conduzidas pelo Pastor, precisam de seus cuidados e em si mesmas são impotentes, tomando-se inofensivas; tal como as ovelhas, as almas remidas são expostas a grandes perigos, que somente um hábil pastor pode desviar. Elas dependem dele para sua alimentação segurança; suas vidas dependem totalmente de Cristo”. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 667.]

2. O pastor conhece as suas ovelhas. Em João 10.14, o adjetivo “bom” identifica Jesus como o pastor que por amor protege e cuida das ovelhas que lhe pertence. Por isso, Ele é o “bom Pastor”. Tal expressão designa ainda a intimidade entre o Sumo Pastor e as suas ovelhas. Estas não ouvem a voz de outro pastor. O bondoso Salvador conhece a sua Igreja por inteiro, e se relaciona com cada membro (Jo 10.5,15). [Comentário: O Pr Elinaldo Renovato escreve em seu livro de apoio a esta revista: “Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido” (Jo 10.14). Jesus cuida de seus servos, como um bom pastor cuida de suas ovelhas. Ele não vê apenas o “rebanho”, ou a Igreja, que é predestinada, coletivamente, para a salvação (Jo 1.5,11). Ele vê cada um dos seus servos, sabe o nome de cada um, ainda que sejam milhões e milhões, em todo o mundo, ao longo da História. Ele sabe o que cada um pensa ou diz (SI 139.1-4). As ovelhas de Jesus o conhecem. No relacionamento espiritual entre os crentes e o Senhor Jesus, através da comunhão constante, o servo de Deus não se engana com a voz do seu Pastor. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 109. Da mesma forma que o pastor chama as suas ovelhas, e elas seguem somente a ele, assim Jesus conhece o seu povo. Os seus seguidores, por sua vez, o conhecem como seu Messias, e eles o amam e confiam nele. Tal conhecimento e confiança entre Jesus e seus seguidores é comparado ao relacionamento entre Jesus e o Pai: “Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai”. E Jesus repetiu este ponto - que Ele é o Bom Pastor, e que Ele dá a sua vida pelas ovelhas. (Jo 10.14,15).]

3. O pastor dá a vida pelas ovelhas. Uma das principais fontes da economia israelita era o trabalho pastoril. Os pastores cuidavam das ovelhas para delas obterem o lucro diário. Este é o contexto de que se valeu o Senhor Jesus para referir-se ao ensinamento contido na expressão “o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10.11). Aqui, diferente dos pastores que garantiam o seu sustento no campo através do uso das ovelhas, o Mestre Jesus mostra a disposição em dar a própria vida pelo seu rebanho (Jo 10.15). Os verdadeiros pastores da igreja devem imitar o Sumo Pastor, Jesus. NEle não há jamais exploração alguma do rebanho, e isso deve servir de exemplo a todos aqueles que desejam ministrar à igreja do Senhor, tal como ensina a Palavra em 1 Pedro 5.2-4. [Comentário: Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; e também a elas preciso conduzir. Elas ouvirão a minha voz. Então será um rebanho, um pastor. As outras ovelhas não estão no pátio cercado, neste aprisco, protegidas como Israel atrás da cerca da lei. Estão sem Cristo, excluídas da cidadania em Israel e estranhas aos testamentos da promessa, e por isso sem esperança e sem Deus no mundo (Ef 2.12). Contudo Jesus sabe o que ele fará de acordo com o maravilhoso plano e desejo do Pai. A promessa de Deus a Abraão em Gn 12.3 tinha de ser cumprida. Por essa razão Jesus precisa conduzir também essas muitas outras ovelhas de todas as gerações e línguas e povos, que ele comprará com seu sangue para Deus (Ap 5.9). E acontecerá o milagre que nenhuma pessoa podia esperar: Elas ouvirão a minha voz. Pessoas que por sua natureza, história e cultura não têm absolutamente nada a ver com esse homem da Palestina, são atingidas pela palavra de Jesus e encontram em Jesus sua vida, seu maior tesouro. Se isso não estivesse diante de nós na história do evangelho como uma realidade, ninguém o consideraria possível. Mas a palavra de Jesus é verdade: Ouvirão a minha voz. Então não haverá vários rebanhos diferentes, mas haverá um rebanho, um pastor. Jesus antevê aquela igreja de judeus e gentios que foi concedida pela primeira vez na casa de Cornélio, que existia nas comunidades de Paulo e das quais tratou o decisivo concílio dos apóstolos (At 15). Um rebanho, um pastor, isso se confirmou naquelas palavras de Paulo que testemunham a unidade em Cristo acima de todas as diferenças (1 Co 12.12s; Gl 3.28; Cl 3.11). A palavra de Jesus a respeito de um rebanho não é mero ideal. Foi gloriosamente cumprida. Em todos os continentes, países, raças e vozes foi ouvida a voz de Jesus e pessoas se agregaram à igreja de Jesus. Segundo sua essência, essa igreja somente pode ser sempre a única igreja, assim como existe apenas um pastor que a conquista com a sua vida. Werner de Boor.. Comentário Esperança Evangelho de João. Editora Evangélica Esperança. O Comentário Bíblico Beacon apresenta o seguinte comentário de 1Pd 5. 2-4: A responsabilidade pastoral desses presbíteros é descrita assim: apascentai o rebanho de Deus (2). A palavra “pastorear” explica melhor o significado do original do que apascentai. O dever do pastor é triplo: providenciar pasto, caminhos para o pasto e proteção nos caminhos para o pasto. Portanto, o dever do pastor vai além da pregação. O rebanho é a Igreja. Ela pertence a Deus como sua possessão comprada. Em certa época seus membros eram como ovelhas desgarradas, mas elas voltaram ao “Pastor e Bispo” da sua alma (cf. 2.25). O pastor deve instruir e guiar o rebanho em obediência e sujeição à completa vontade de Deus. O cuidado a ser exercido envolve três particularidades expressas de forma negativa e positiva. 1) Quanto ao espírito desse serviço, ele não é por força, mas voluntariamente. A liderança da igreja era tão perigosa naqueles dias que poderia custar a vida do líder. Mesmo assim, ele não deveria fazer essa obra relutantemente como se fosse um fardo ou considerá-lo como um dever profissional obrigatório. Em vez disso, esse era um ministério para o qual Deus o havia apontado e chamado e, por isso, deveria ser feito com obediência e alegria. 2) A motivação dessa supervisão não deveria ser por torpe ganância, mas de ânimo pronto — não como um mercenário que espera ganhar dinheiro. Os presbíteros tinham o direito de esperar sustento material daqueles a quem ministravam; mas sua motivação não deveria provir de um “amor ao ganho constitucional”, que “é uma desqualificação para o ministério cristão”. Considere seu efeito em Judas Iscariotes! 3) Quanto à forma de supervisão, ela não deve ser como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho (3). Os líderes nunca devem ser tirânicos ou se esquecer dos direitos das pessoas que lhes foram confiadas. Eles não devem dominar como o arrogante Diótrefes (3 Jo 9-11), mas liderar pelo poder de uma vida santa. O pastor nunca deve esquecer que ele não é o Sumo Pastor (4). A compensação terrena do líder pode ser insignificante, mas quando aparecer o Sumo Pastor (cf. 4.13), ele terá a sua recompensa incorruptível (cf. 1.4,5), a coroa de glória, “a felicidade do céu, o elemento principal de a vida de Deus ser derramada na alma por meio de Cristo”; “uma participação perpétua na sua glória e honra” (Bíblia Viva). Roy S. Nicholson. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 242-243.]

SINOPSE DO TÓPICO (1)
Jesus, o Pastor Supremo, conhece as suas ovelhas e deu a sua vida por elas.


II. AS CARACTERÍSTICAS DO VERDADEIRO PASTOR

1. Um caráter íntegro. Entre outras coisas, o exercício pastoral envolve aptidão para ensinar, aconselhar e comunicar-se de forma clara com a igreja local. Porém, essas características não são validadas se o caráter do pastor não for íntegro. Uma das piores queixas que se pode ouvir acerca de um ministro é que sua palavra pastoral não se coaduna com a sua vida. Como pode o líder falar sobre honestidade e ser desonesto? De simplicidade e mostrar-se esbanjador? De humildade e comportar-se soberbo? A melhor palavra pastoral é a vida do pastor em sintonia com a mensagem do Evangelho que ele proclama (Mt 7.24-27; 23.2-36). [Comentário: Ainda citando o Pr Elinaldo Renovato, ele esclarece o seguinte quanto a este tópico: enfatizamos as características do verdadeiro pastor, no sentido humano, daquele que tem o chamado de Deus para ser um guia de parte do rebanho do Sumo Pastor. E o que tem o dom ministerial de pastor. Não é qualquer pessoa que tem condições de receber esse dom, ainda que seja o mais procurado pelos aspirantes ao ministério eclesiástico. Paulo ensina que é JESUS quem dá pastores às igrejas (1 Co 12; Ef 4.1): “Os pastores são aqueles que dirigem a congregação local e cuidam das suas necessidades espirituais. Também são chamados “presbíteros” (At 20.17; Tt 1.5) e “bispos” ou supervisores (l Tm 3.1; Tt 1.7)”.2 O pastor de uma igreja deve espelhar-se nas características do “Sumo Pastor” (1 Pe 5.4). E deve possuir qualificações que o credenciem para tão importante missão. O pastor verdadeiro é dado por Deus à igreja. Ele não dá a igreja ao pastor (Ef 4.11); a igreja, mesmo no sentido local, não pertence ao pastor. O pastor deve ser um servo da igreja local, e não seu mandatário ou proprietário. A seguir, algumas dessas qualificações, conforme 1 Timóteo 3.1-7 e Tito 1.7, relativas ao bispo, que é sinônimo de pastor: 1) Irrepreensibilidade moral. Refere-se a uma vida de integridade, de que não tenha de que se envergonhar ou causar escândalo. 2) Vida conjugal ajustada (“marido de uma mulher”). Note-se que é prioridade o cuidado com a vida conjugal; no Novo Testamento, não é prevista a tolerância com a bigamia ou a poligamia; a regra é a monogamia, como plano original de Deus para o matrimônio; e o pastor como esposo deve ser exemplo para os demais esposos, na igreja, amando sua esposa e cuidando dela (Ef 5.25). 3) Vigilante. O pastor é o guarda do rebanho. Deve estar atento ao que se passa ao seu redor; vigiando, primeiro, a sua vida pessoal e ministerial (1 Tm 4.16). Depois, vigiando o rebanho para alertar e livrar dos “lobos devoradores”; Ser vigilante significa ser “atento, cauteloso, cuidadoso, precavido” quanto aos perigos que o rodeiam. Para assumir a função de liderança, na igreja local, o obreiro deve ser muito cuidadoso quanto à sua vida espiritual, moral, social, familiar e em todos os aspectos. Isso porque o Diabo “anda rugindo como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.7). O presbítero, bispo ou pastor deve obedecer o que Jesus disse: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41). Ele precisa ser “exemplo dos fiéis” (1 Tm 4.12; 1 Pe 5.3). 4) Sóbrio (simples, moderado). O pastor ou bispo deve zelar pela simplicidade, no ministério; o luxo, a ostentação material, a exibição de riqueza não convém a um homem de Deus; Jesus disse: “sede símplices como as pombas” (Mt 10.16). 5) Honesto. Tem o significado de ser “honrado, digno, correto, íntegro; decoroso, decente, puro, virtuoso”. Todas essas qualificações podem resumir-se numa expressão: ser “santo em toda a maneira de viver” (1 Pe 1.15). O homem de Deus não é perfeito em si mesmo, por mais que se esforce para ser santo. Mas, cuidando de sua vida pessoal, ministerial e como cidadão, pode ser muito bem visto pelos crentes como uma pessoa honesta. O seu falar deve ser “sim, sim; não, não” (Mt 5.37). Honestidade é sinônimo de integridade. O pastor ou bispo deve ser uma pessoa assim, fiel, sincera, verdadeira. Deve ser alguém que vive o que prega ou ensina (Tg 2.12). 6) Hospitaleiro. Esta palavra vem de hospital, na sua origem. Não havia casas de saúde como hoje. Uma hospedaria era um hospital, um lugar onde os viandantes podiam pousar, e também os enfermos, uma hospedaria ou estalagem (Lc 10. 34,45). Mas o pastor não tem obrigação de transformar sua casa em hospedaria. No sentido do texto, hospitaleiro é sinônimo de acolhedor, que sabe tratar bem as pessoas, sem fazer acepção de ninguém; (acepção é pecado - Dt 16.19; Ml 2.9; 1 Tm 2.11;Tg 2.9). 7) Apto a ensinar. Como o pastor é o que alimenta ou apascenta o rebanho, o pastor deve saber fazer uso da Palavra de Deus, ministrando mensagens, estudos e reflexões que edifiquem o rebanho sob seus cuidados. Se não tiver essa aptidão, pode estar no lugar errado (2 Tm 2.15). Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 110-112.]

2. Exemplo para os fiéis e os infiéis. O texto bíblico de 1 Timóteo 3.2,3, afirma que o bispo não deve ser dado ao vinho, espancador, cobiçoso de torpe ganância, contencioso ou avarento; a recomendação é que o obreiro seja moderado. A Igreja, o Corpo de Cristo, precisa contemplar em seu líder sinais claros do fruto do Espírito, tais como autocontrole, mansidão, bondade e amor. Estas características denotam idoneidade moral e maturidade espiritual. A mesma postura moral que o pastor atesta aos fiéis deve ser demonstrada, igualmente, aos infiéis (1Tm 3.7). [Comentário: Norman Russell Champlin, em sua Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia, esclarece acerca das qualificações pastorais: No primeiro ponto, acima, demos os dons que um pastor deveria possuir; e isso, como é óbvio, faz parte de suas qualificações. Passagens das chamadas epistolas pastorais (I e II Timóteo e Tito) dão listas de qualificações desses ministros, além de outros (1Tm 3.1; Tt 2. Um pastor deve ser homem controlado, livre de vícios, não belicoso e sem excessos. Deve governar bem a sua casa; não pode ser um noviço; deve ter boa reputação, devidamente conquistada; deve ser avesso a maledicências e ao uso incorreto da língua; não deve ser ganancioso; não deve andar atrás do dinheiro; deve ser homem que se santifica; deve ter uma boa esposa, que não lhe traga perturbações; deve ser forte na fé e mestre da mesma; deve ter ousadia no seu ensino; deve ser cheio de amor e paciência; deve ser perseverante; deve caracterizar-se por boas obras; na doutrina, deve ser incorrupto; deve ser homem sério; sua linguagem deve ser sadia; deve saber exortar; deve ser honesto; deve saber repelir toda forma de impiedade; deve ser alguém ansioso para ensinar e capaz de fazê-lo; e, finalmente, deve ser homem de reconhecida piedade. Unger, no artigo intitulado Pastor, divide as muitas qualificações de um pastor em três categorias: a. O serviço de ministração ao culto divino, pondo em ordem a adoração da congregação, administrando as ordenanças, pregando a Palavra de Deus. Nesse sentido, o pastor é um ministro. b. Ele deve ser habilidoso nos cuidados pastorais, cuidando de alimentar espiritualmente o rebanho, mostrando-se vigilante, deixando-se envolver em boas obras e ações de misericórdia e compaixão. c. Ele deve brandir a autoridade espiritual da Igreja, sendo um dirigente que merece respeito e que impõe ordem e disciplina. Um pastor deve ter como um de seus alvos o aperfeiçoamento dos santos (Ef 4.12). mostrando-se espiritualmente alerta (Hb 13.17; 2Tm 4.5) sendo capaz de exortar, advertir, consolar e orientar com autoridade (1Ts 2.22; 1Co 4.14,15). CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 105-106.]

3. Exemplo para a família. Não podemos esquecer que antes de ser exemplo para igreja local, e com os de fora, o ministro do Evangelho, em primeiro lugar, deve ser o exemplo para a sua própria família — sua primeira comunidade e igreja. Governar a própria casa com modéstia e equilíbrio, criando seus filhos com respeito (1Tm 3.4), é o testemunho que toda a família cristã deseja experimentar na convivência sadia com o pastor que é esposo, pai e avô. Portanto, todo obreiro deve cuidar bem do seu lar, pois sem o devido respaldo deste, o seu ministério jamais terá credibilidade. [Comentário: “Que governe bem a sua casa”. O cartão de visita do Pastor é a sua família, a forma como ele a administra, como trata esposa e filhos. Sem dúvida, esta é a qualificação mais significativa, pois as pessoas ouvem as mensagens dos pastores, mas olham para ele e como se relaciona com a família, notadamente com os filhos. Ele é o cabeça (líder) da esposa e do lar (Ef 5.22)? Ao lado da esposa, que também governa a casa (1 Tm 5.14), cria seus filhos “com sujeição” (1 Tm 3.4)? Nesse ponto, é importante considerar o parâmetro traçado pelo apóstolo Paulo: “se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus? (1 Tm 3.5). É mesmo por isso que o aspirante ao pastorado deve ser um homem casado, que zele pela ordem familiar.]

SINOPSE DO TÓPICO (2)
Do pastor espera-se um caráter íntegro; um exemplo para os fiéis, aos infiéis e a toda a sua família.

III. O MINISTÉRIO PASTORAL

1. A missão do pastor. O termo pastor (do gr. poimēn) no Novo Testamento tem o significado de “apascentador de ovelhas”. De acordo com esta definição podemos afirmar que a principal missão de um ministro é cuidar das pessoas que receberam Cristo como Salvador, dando-lhes alimento espiritual através do ensino da Palavra de Deus, como encontramos no livro do profeta Isaías (Is 40.11). O verdadeiro pastor cuida das ovelhas com zeloso amor e compaixão, entregando-se totalmente às suas demandas. [Comentário: A palavra pastor vem do latim, pastor, com o significado de “aquele que guarda as ovelhas”, “o que cuida das ovelhas”. Na língua original do Novo Testamento, pastor (gr. poimen), de acordo com Vine, é “... aquele que cuida de rebanhos (não meramente aquele que os alimenta), é usado metaforicamente acerca dos ‘pastores’ cristãos (Ef 4.11)”. Em termos ministeriais, o pastor é aquele que tem esse dom ministerial, e é encarregado de cuidar da vida espiritual dos que aceitam a Cristo e ficam sob seus cuidados, numa igreja ou congregação local. Pastor é um termo de cuidado, de zelo, de ternura, para com as ovelhas de Jesus. Um pastor, sendo ocupante de um oficio eclesiástico respeitável, ainda assim, de acordo com certos grupos cristãos, ocupa posição inferior à de um bispo em muitas denominações evangélicas. Uma igreja pode ter mais de um pastor, dependendo das muitas necessidades da mesma. Assim um deles ocupar-se-á do trabalho pastoral interno, um outro cuidará dos jovens, e ainda um outro ficará encarregado do evangelismo, por exemplo. Isso ocorre devido à complexidade do oficio pastoral, sem falarmos no fato de que, às vezes, o rebanho toma-se por demais numeroso para que um único homem faça a contento o seu trabalho. CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 105.]

2. Uma missão polivalente. A missão pastoral também é múltipla, pois o ministério envolve o ensinamento, o aconselhamento, a evangelização e missões, bem como a pregação expositiva da Palavra de Deus, que é o seu mais importante empreendimento. Para além dessas responsabilidades, o pastor age como o bom conciliador e administrador eclesiástico dos bens e recursos humanos disponíveis para toda boa obra da igreja local. Está sob os seus cuidados a gestão eficiente e honesta dos bens materiais, patrimoniais e das finanças da igreja local. [Comentário: O Pr Elinaldo Renovato discorre perfeitamente sobre esse tópico quando escreve: Muitos obreiros, principalmente os mais jovens, aspiram ao pastorado. Não é errado ter essa aspiração. Paulo escreveu ao jovem obreiro Timóteo: “Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja” (1 Tm 3.1). Mas os candidatos ao episcopado (pastorado) devem ter consciência de que um pastor é alvo de grandes contradições e oposições, a despeito de sua honrosa missão. A lista de contradições sobre o que as pessoas pensam do pastor, é ampla e variada. Alguém já escreveu diversas listas sobre isso. A seguir, resumimos uma delas: Se o pastor é ativo, é ambicioso; se é calmo, é preguiçoso; se o pastor é exigente, é intolerante; se não exige, é displicente; se fica com os jovens, é imaturo; se fica com os adultos, é antiquado; se procura atualizar-se, é mundano; se não se atualiza, é de mente fechada, retrógrado, ultrapassado; se prega muito, é prolixo, cansativo; se prega pouco, é que não tem mensagem; se veste-se bem, é vaidoso; se veste-se mal, é relaxado; se o pastor sorri, é irreverente; se não sorri, é cara dura. O que o pastor fizer, alguém pensa que faria melhor. Pode parecer algo hilário ou grotesco, mas reflete um pouco a visão que muitas pessoas têm do pastor de uma igreja local . Aliás, alguém já escreveu, dizendo que “pastor é uma espécie em extinção”. Mas tais contradições não devem ser motivo para desânimo ou desinteresse pelo ministério pastoral. O Sumo Pastor, Jesus Cristo, foi alvo de piores referências a seu respeito, mesmo demonstrando que era um ser especial, humano e divino, que só fazia o bem. Seus opositores o acusaram de ser “comilão e bebedor” (Mt 11.19); de ter demônio (Jo 8. 52); de ser endemoninhado e expulsar demônio pelo príncipe dos demônios (Mc 3-22); e de tramar contra o governo da época, justificando sua condenação (Lc 23.2; Jo 19.12). Mas Jesus não desistiu. Foi até ao fim, entregando sua vida em lugar dos pecadores. E cumpriu a sua missão (Jo 19.30). Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 114-115.]

3. O cuidado contra os falsos pastores. Quando Deus levantou Ezequiel como profeta de Israel, Ele ordenou-lhe que repreendesse os pastores infiéis da nação. O Altíssimo considerava como falsos pastores os que apascentavam a si mesmo e não as ovelhas (Ez 34.2c); exploravam o rebanho e não o poupavam (34.3); não demonstravam amor pelas ovelhas, fazendo com que elas se dispersassem (34.4-6). O próprio Deus é contra os falsos pastores (Ez 34.8-10)! Ele inspirou o apóstolo Paulo a escrever para Tito quando da sua instrução pastoral ao jovem obreiro, que este retivesse “firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes. Porque há muitos desordenados, faladores, vãos e enganadores [...] aos quais convém tapar a boca” (Tt 1.9-11). [Comentário: “Profetiza contra os pastores de Israel” (Ez 34.1-10). No Antigo Testamento, o termo “pastor” é frequentemente usado para designar os reis de Israel e os seus líderes espirituais. Agora Ezequiel olhou para trás e identificou as falhas de liderança que contribuíram para o recente desastre de Judá. O verdadeiro propósito que Ezequiel tinha em mente, porém, era mostrar um contexto no qual um esperado Pastor, que ele estava prestes a descrever, iria se destacar. Que falhas nos líderes de Israel e de Judá levaram a nação ao desastre? Os príncipes dos reinos hebreus tinham pensado apenas em si mesmos em vez de pensar no rebanho (v. 2). Eles gananciosamente exploravam o rebanho para ganho pessoal (v. 3). Eles se recusaram a intervir em favor dos fracos e doentes (v. 4). E eles permitiram que o rebanho de Deus fosse espalhado por todas as nações (w. 5,6). Devido a estes pecados, Deus disse: “Demandarei as minhas ovelhas da sua mão; e eles deixarão de apascentar as ovelhas e não se apascentarão mais a si mesmos” (v. 10). O Novo Testamento adverte contra colocar-se no papel de liderança presunçosamente; Tiago 3.1 diz: “Muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo”. Qualquer um que veja a liderança como uma posição “superior” à dos outros, em vez de vê-la como uma posição que tem como finalidade servi-los, ainda não está pronto para ser um líder espiritual. Lawrence O. Richards. Comentário Devocional da Bíblia. Editora CPAD. pag.446.]

SINOPSE DO TÓPICO (3)
A missão do pastor é múltipla, pois ele cuida desde os assuntos espirituais até os mais terrenos.

CONCLUSÃO
O dom ministerial de pastor é concedido àqueles a quem Deus chama para servir ao seu precioso rebanho, a Igreja de Jesus. Esta acha-se espalhada nas igrejas locais que reúnem crentes oriundos de todos os lugares do mundo. Eles estão sob os cuidados de líderes para serem alimentados com a Palavra de Deus. O objetivo do ministério pastoral é fazer com que o rebanho do Senhor cresça na graça e no conhecimento do Evangelho de nosso Salvador (2Pe 3.18). Portanto, o pastor precisa da graça divina para não fracassar em seu ministério. Oremos pelos pastores, compreendamos as suas lutas e os apoiemos com amor e carinho. [Comentário: Não obstante o enorme crescimento do Evangelho em nossa nação, carecemos de pastores com aquelas características encontradas no Grande Pastor. Falta-n, na verdade, grandes líderes, que não à semelhança de Cristo, pelo menos parecidos com Paulo: zeloso e dedicado. Nossa esperança é que Deus mesmo apascentará o seu povo como as ovelhas do seu pasto, que haviam estado famintas. Deus trará os cativos de volta com segurança para a sua própria terra e os apascentará nos montes de Israel, que são um bom pasto, e um pasto farto. Ele socorrerá as ovelhas que estão aflitas, ligará as que estão quebradas e fortalecerá as que estão enfermas, consolará as que choram em Sião e com Sião. Se os ministros, que deveriam falar de paz para aqueles que têm um espírito triste negligenciarem ao seu dever, o Espírito Santo, o Consolador, será fiel ao seu ofício. Mas como se segue, a gorda e a forte serão destruídas. Aquele que tem o repouso para os santos atribulados tem o terror para os pecadores presunçosos. Todo vale se encherá, e se abaixará todo monte e outeiro (Lc 3.5).] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!


Francisco Barbosa

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