sábado, 25 de abril de 2020

LIÇÃO 4: A ILUMINAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE



COMENTÁRIO E SUBSÍDIO I
A ILUMINAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE

Na Carta, o apóstolo ora para que os crentes, “tendo os olhos iluminados do vosso entendimento”, conheça a dimensão da sua vocação, as riquezas da herança divina e grandeza do poder de Deus. Só pode compreender esse mistério espiritual quem tem a mente voltada para o céu. Nesse sentido, você tem o objetivo central de esclarecer a dimensão da nossa chamada para a salvação, destacando a vocação e as riquezas na herança divina que temos direito em Cristo; salientando a grandiosidade do poder divino que opera em favor dos crentes; expressando a exaltação em Cristo como resultado do poder grandioso de Deus. Essa é a iluminação que o apóstolo pede em sua oração para que os crentes compreendam acerca de quem eles são e a quem eles pertencem. 

Resumo da lição

A lição gira em torno deste ponto central: A herança de preciosas riquezas espirituais conferidas aos eleitos faz parte da vocação do crente. Nesse sentido, o primeiro tópico versa acerca da esperança da vocação e as riquezas da glória, mostrando que os santos devem louvar a Deus pela eleição e por conhecer tamanha esperança do chamado e as riquezas que fazem parte de nossa herança.
Essa esperança e esse chamado são consequências da sobre-excelente grandeza e força do poder de Deus, isso marca o segundo tópico da lição em que fica exposto que o poder de Deus é extraordinário e supera todo e qualquer outro poder. Ele opera no interesse de salvar a humanidade caída, ou seja, Deus em seu incomensurável amor atua para salvar a humanidade.
O exemplo prático dessa sobre-excelente grandeza do poder de Deus é aplicado no terceiro tópico. Como o poder de Deus ressuscitou a Cristo e o elevou à sua direita, tanto a ressurreição quanto o assentar-se nos céus está disponível aos crentes, e de semelhante modo à glorificação por meio do grande poder de Deus.

Aplicação

Ao concluir essa lição você deve ter como meta conscientizar os alunos quanto às riquezas da glória de Deus. O privilégio de desfrutar do seu perdão, de ser adotados como filhos e participar das bênçãos espirituais. Faça um apelo aos alunos para que suas mentes sejam elevadas aos céus, ou seja, às coisas espirituais. Que eles reflitam seriamente sobre a necessidade de fortalecer o nosso “homem interior” pelo poder do Espírito, do qual o apóstolo ora em sua epístola (Ef 3.16), de modo que tudo em nós resplandeça a glória de Cristo. 
Subsídio extraído da Revista Ensinador Cristão - Ano 21 nº81 (Jan/Fev/Mar) 
COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Com base na satisfação de ter ouvido da fé daqueles crentes no Senhor Jesus, Paulo orou, impelido pelo grande amor que tinha para com os efésios, pedindo a Deus que concedesse a eles três bênçãos, a saber: a sabedoria que vem do alto; a revelação do pleno conhecimento de Deus e a iluminação dos olhos do entendimento. Adiante, ainda submerso nas profundas águas da intercessão, pede que o Senhor nos revele três aspectos de nossa posição em Cristo: a esperança que se prende à sua vocação; a riqueza da glória de sua herança e a sobre-excelente grandeza do seu poder.
  I – TEXTO BÍBLICO
(Efésios 1.15-23)
V, 15 - Pelo que, ouvindo eu também a fé que entre vós há no Senhor Jesus e o vosso amor para com todos os santos,
V, 16 - não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações,
V, 17 - para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação,
V, 18 - tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos
V, 19 - e qual a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder,
V, 20 - que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e pondo-o à sua direita nos céus,
V, 21 - acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro.
V, 22 - E sujeitou todas as coisas a seus pés e, sobre todas as coisas, o constituiu como cabeça da igreja,
V, 23 - que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.
  II - AS TRÊS BÊNÇÃOS SUPLICADAS NA ORAÇÃO DE PAULO
Nos versículos 17 e 18, o apóstolo Paulo apresenta os objetivos de sua intercessão pelos crentes efésios. Ele começa de modo incisivo e direto a sua intercessão “ao Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da Glória” (v.17).
1. Ter “espírito de sabedoria” (v.17). O sentido da palavra espírito, aqui, é qualitativo, impessoal. Ela não se refere à pessoa do Espírito Santo ou a qualquer outro espírito, e sim qualidade do que o Espírito é capaz de realizar. Paulo pediu que Deus, pelo seu Espírito, ampliasse a capacidade dos efésios de ver e entender as coisas espirituais. Não se tratava de sabedoria meramente intelectual, terrena. Mas a sabedoria espiritual que habilitaria o crente a penetrar no conhecimento de Deus. É o conhecimento espiritual que amplia a percepção das coisas que nos rodeiam. Um dos dons do Espírito é a “palavra da sabedoria” (1Co 12.8). O “espírito de sabedoria” capacita o crente a saber distinguir entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. O objetivo principal de Paulo era que os efésios conhecessem em profundidade Jesus Cristo, Salvador e Senhor de suas vidas.
2. Ter o “espírito de revelação” (v.17). A palavra revelação tem o sentido de “tirar o véu” que encobre algo. Existem inúmeras coisas no mundo espiritual que não são percebidas pela mente natural (1Co 2.14,15). A revelação tira o véu, ou seja, vislumbra a realidade. Ter o espírito de revelação não significa extrapolar o que já está revelado nas Escrituras. É ser iluminado pelo Espírito Santo acerca de verdades espirituais que precisam ser conhecidas pelos crentes.
3. Ter “iluminados os olhos do entendimento” (v.18). É ver com o coração. Por isso, um cristão espiritual no sentido bíblico (1Co 2.10-16) ver coisas que a mente natural não pode. O entendimento espiritual diz respeito ao ser interior de cada criatura, inclusive o intelecto, as emoções e a volição do homem. É viver com uma luz que as pessoas comuns não conseguem ter. O mundo é de trevas e só quem conhece Jesus tem ― olhos iluminados‖ para ver o que está acontecendo ao seu redor (Ef 5.8; Mt 13.15; Rm 1.21).
OBS: ― A ação de graças, como um elemento da oração, tanto pode ser desvalorizada como tida em alta conta. Até hoje os judeus devotos entremeiam o dia inteiro com suas orações, no geral compostas por sentenças curtas. Mais de cem bênçãos são normalmente recitadas começando com as palavras: ‗Bendito sejas tu, ó Senhor, Rei do Universo‘. Um judeu típico, expressa um breve agradecimento a Deus, ao receber notícias boas ou más, ao cheirar uma flor odorífera, ao alimentar-se, ao ver um arco-íris e ao passar por uma borrasca. Durante todo o dia o judeu devoto louva e agradece a Deus por tudo que acontece, valendo-se de orações curtas, que não compreendem mais de uma sentença. A admoestação de Paulo para orarmos sem cessar‘ (cf. 1Ts 5.17) fica muito mais clara quando compreendemos o pano de fundo hebraico a partir do qual ele escrevia. Nos capítulos seguintes, ‗ação de graças‘ é o reconhecimento da bondade divina, uma expressão de gratidão a Deus, sob a forma de oração (inclusive a silenciosa), em cântico, música ou língua desconhecida‖ (O Espírito nos Ensina a Orar, CPAD, pp. 33,34).
  III – GARANTIA DAS BÊNÇÃOS NA ORAÇÃO DE PAULO AOS CRENTES EM ÉFESO
Depois do triunfo pleno, perfeito e eterno de Cristo no Calvário, que garantia e certeza temos da resposta de nossas orações? O texto dos versículos 20-23 é objetivo e afirmativo ao relatar a esmagadora vitória sobre todos os poderes, demonstrada na sua ressurreição. É no Cristo ressurreto e vencedor sobre todos os poderes do mal que está a nossa certeza e vitória, inclusive na oração.
1. Jesus ressuscitou dos mortos (v.20). O mesmo poder divino que tirou Jesus do sepulcro, ressuscitando-o dos mortos, é o mesmo que levanta um pecador da morte espiritual, e o coloca numa nova posição em relação a Deus. E a grandeza desse glorioso e infinito poder é vista no caminho que Deus abriu no mar Vermelho para Israel passar a seco (Êx 14.15-26); é o mesmo poder que fechou a boca dos leões na cova em que Daniel foi colocado (Dn 6); é o mesmo poder que provisionou Israel no deserto com o maná (Êx 16.35). Nesse poder, em Cristo, está a garantia de tudo que Ele tem prometido ao seu povo (Mt 28.18).
OBS: SUBSÍDIO TEOLÓGICO - A ênfase no Novo Testamento recai mais na ressurreição do corpo do que naquilo que acontece imediatamente depois da morte. A morte continua sendo uma inimiga, mas já não é para ser temida (1 Co 15.55-57; Hb 2.15). Para o crente, o viver é Cristo e o morrer é lucro; isto significa que morrer é receber mais de Cristo (Fp 1.21). Logo, morrer e estar com Cristo é muito melhor que permanecer no corpo presente, embora devamos ficar aqui enquanto Deus considera que isso seja necessário (Fp 1.23,24). Depois disso, a morte nos trará o repouso ou cessação das nossas labutas e sofrimentos terrestres, e a entrada na glória (2 Co 4.17; 2 Pe 1.10,11; Ap 14.13). (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.621).
2. Jesus está acima de todos os tipos de poderes (vv.20,21). Esse fato é o cumprimento de uma profecia do Salmo 110.1: ― Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés‖. Nosso Jesus está entronizado acima de todos os poderes espirituais e físicos. As designações ― principado, poder, potestade, domínio‖ (v.21), falam de ordens angelicais, tanto aquelas que servem a Deus, como aquelas que servem ao Diabo, as quais, nos céus, na terra e debaixo da terra, estão sob o poder de Cristo.
3. Jesus tem um nome acima de todo o nome (v.21). No mundo dos homens e dos anjos, seus nomes representam o que eles são, mas Deus concedeu a Jesus ― um nome‖ que é sobre todo o nome (Fp 2.9), sem limite, sem tempo, em toda a eternidade.
4. Jesus foi constituído como cabeça da Igreja (vv.22,23). Sua autoridade é absoluta em relação à Igreja. O corpo da Igreja não está separado da cabeça, porque é a cabeça que comanda todo o corpo, e Cristo se tomou Senhor desse corpo. Cada crente está ligado a Cristo em termos de vida e atividade. O v.23 declara que a Igreja é a plenitude do seu corpo, isto é, não pode haver um corpo inteligente sem uma cabeça que o comande. Por isso, a Igreja como tal corpo, só tem importância no mundo em que vivemos porque Cristo a compõe e plenifica com a sua glória e seu poder.
OBS: “A NATUREZA DE DEUS - O Deus onipotente não pode ser plenamente compreendido pelo ser humano, mas nem por isso deixou de se revelar de diversas maneiras e em várias ocasiões a fim de que o venhamos a conhecer. Deus não pode ser compreendido pela mera lógica humana, e nem sequer sua própria existência pode ser comprovada desta maneira. Com isso, queremos dizer que não de forma alguma diminuindo os seus atributos, fazendo uma declaração confessional das nossas limitações e da infinitude divina. Nosso modo de entender a Deus pode ser classificado em duas pressuposições primárias: (1) Deus existe; e (2) Ele se revelou a nós de modo adequado através da sua revelação inspirada. [...] Além disso, Deus está sustentando ativamente o mundo que criou. Na conservação, Ele sustenta a criação através de leis estabelecidas (At 17.25). Na providência, Ele controla todas as coisas existentes no Universo, com o propósito de levar a efeito seu plano sábio e amoroso, de forma que não venha a interferir na liberdade das suas criaturas (Gn 20.6; 50.20; Jó 1.12; Rm 1.24). (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, pp.151,53).
CONCLUSÃO
Portanto, cabe a cada um de nós sabermos o real valor da oração intercessória de Paulo aos crentes em Éfeso e colocarmos em prática em nossas vidas. Esta lição procurou mostrar uma pequena parcela do que a Bíblia ensina sobre a oração na vida do apóstolo Paulo. A oração aqui esboçada serve de modelo para a vida de oração que o crente precisa cultivar, sabendo que o Senhor responde as nossas petições e intercessões em favor de nossas necessidades e de todos aqueles para os quais sempre devemos orar.
Pr. Josaphat Batista Soares. Disponível em: https://www.portalebd.org.br
COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

   INTRODUÇÃO
Ainda no primeiro capítulo, o apóstolo Paulo inicia uma longa sentença assim dividida: ação de graças (1.15,16), oração intercessora (1.17-19) e confissão de louvor e exaltação (1.20-23). Nessa sentença somos exortados a louvar ao Senhor pela nossa eleição, buscar a iluminação do Espírito para compreender a dimensão de nossa chamada e herança divina, bem como entender a grandeza do poder de nosso Deus. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 4, 26 Abril, 2020]
No trecho da Carta aos Efésios que vamos estudar hoje (Ef 1.15-23), Paulo nos mostra que a igreja de Deus, é o povo mais poderoso do mundo. “Nesses versículos, Paulo, com coração devoto, lembrando-se de seus leitores, orando e agradecendo a Deus por eles, numa demonstração do seu espírito altruísta e intercessório, ensina-nos uma grande lição. Nos versos 3 a 14 do mesmo capítulo, nossa posição em Cristo é assegurada pelas três bênçãos principais que emanam de Deus: fomos eleitos em Cristo para sermos santos e irrepreensíveis; fomos remidos pelo seu sangue; e fomos selados com o Espírito Santo até o dia em que corpo, alma e espírito sejam plenamente livres para o gozo eterno. A oração do "apóstolo das gentes" teve três pedidos especiais para os crentes da igreja em Éfeso. Ele começa com as palavras [que Ele] vos dê" (v. 17) e apresenta a seguir os três pedidos. Primeiro, "o espírito de sabedoria". Segundo, "[o espírito] de revelação". Terceiro, que lhes fossem "iluminados os olhos do... entendimento"”. (bibliotecabiblica).
  I. A ESPERANÇA DA VOCAÇÃO E AS RIQUEZAS DA GLÓRIA
O apóstolo ensina que os salvos precisam ser iluminados para compreenderem quais são a esperança da vocação e as riquezas da glória da sua herança.
1. Ação de graças e intercessão. O apóstolo se alegra em dar graças a Deus pela vida dos eleitos (1.16) e por todas as bênçãos espirituais recebidas, tais como: a eleição, a predestinação, a filiação e o dom do Espírito Santo (1.3-14). Ele intercede para que seja concedido aos seus leitores “o espírito de sabedoria e de revelação” (1.17). Paulo estava ciente de quão maravilhoso é o Evangelho, mas ao mesmo, de quão impossível é alguém perceber a glória dessas boas novas sem ser ensinado por Deus (1 Co 2.14,15). Por isso, ele rogava para que os crentes recebessem a capacidade de compreenderem, por meio do Espírito Santo, a esperança da chamada, as riquezas da herança e a grandeza do poder de Deus (1.18,19). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 4, 26 Abril, 2020]
“Em Efésios 1.1-14, Paulo mostra-nos que somos o povo mais rico do mundo. Mas, agora, ele pede para Deus abrir o nosso entendimento a fim de que saibamos que somos o povo mais poderoso do mundo. Ele começa com uma grande bênção (1.1-14) e continua com uma grande intercessão (1.15-23)” (Stott, John. A mensagem dc Efcsios, p. 29.). O apóstolo pede que Deus abra os olhos do nosso coração para sabermos o que já temos.
Em Efésios 1.17-18, “espírito de sabedoria... coração”, Paulo estava orando para que os cristãos tivessem a disposição do conhecimento piedoso e a percepção do que uma mente santificada é capaz, e assim, entender a grandeza da esperança (Rm 8.29; 1 Jo 3.2) e da herança que eles têm em Cristo. O único meio do verdadeiro entendimento e apreciação da esperança e da herança em Cristo e de viver de maneira obediente a ele é somente através de uma mente iluminada espiritualmente, como assevera o versículo 8.
“O conhecimento é a escada através da qual a fé sobe mais alto, é o trampolim de onde pula mais longe”. A palavra grega usada por Paulo, epignosis, “conhecimento”, deve ser distinguida degnosis, cuja tradução também é “conhecimento”. A palavra composta epignosis é uma amplitude de gnosis, denotando um conhecimento mais amplo e mais completo. Esse conhecimento pleno é aquele que advém de intimidade experimental. E mais do que conhecimento acadêmico e teórico. E pessoal” (Lopes, Hernandes Dias Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo / Hernandes Dias Lopes. — São Paulo: Hagnos, 2009. P. 37).
2. A esperança da vocação. Em sua petição a Deus, Paulo intercede para que o Espírito Santo ilumine os crentes a fim de saberem “qual seja a esperança da sua vocação” (1.18). Assim, eles seriam capazes de experimentar e conhecer profunda e espiritualmente os privilégios de serem vocacionados. Podemos dizer que tal esperança divide-se em pelo menos três aspectos: a) Deus chamou pessoas no passado (2 Tm 1.9), ou seja, uma chamada em que Ele teve a iniciativa por meio da eleição em Cristo, da qual fazemos parte (1.3-14); b) a chamada abrange serviço e santificação no presente (Fp 3.14), isto é, achar-se irrepreensível, viver em comunhão e andar de modo digno (1.4; 2.11-18; 4.1); c) a participação gloriosa no futuro (5.27), que compreende a vida eterna e a esperança de conhecer Deus face a face (1 Co 13.12)”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 4, 26 Abril, 2020]
Paulo ora para que a igreja venha a conhecer e a experimentar essa gloriosa esperança. Paulo está falando que Deus é a nossa herança. Salmo 16.5 diz que Deus é a nossa herança. “Paulo expressa, aqui, o desejo de que os crentes compreendam quão preciosos eles são para Deus. Eles são o troféu da graça de Deus. O tesouro deles está em Deus, e, num sentido bem verdadeiro, o tesouro de Deus está nos santos”. (Vaughan, Curtis. Efésios, p. 42.)
3. As riquezas da glória da sua herança. Na oração, o apóstolo pede para que os crentes entendessem “as riquezas da glória da sua herança” (1.18). A expressão “sua herança” enfatiza o que Deus deu aos seus eleitos (Cl 1.12). Já o termo “riquezas” refere-se às maravilhosas bênçãos que acompanham o plano da salvação, tais como: o perdão dos pecados, a adoção de filhos e as bênçãos que serão desfrutadas no porvir (Cl 1.27; 1 Pe 1.4,5), como por exemplo: vermos a Deus, a Cristo e O adorarmos (Ap 22.3,4). Sim, no dia aprazado, os fiéis estarão reunidos nas bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9). Então, os salvos tomarão posse da herança preparada desde a fundação do mundo (Mt 25.34).
“Nós somos a riqueza de Deus, o presente de Deus, o tesouro de Deus, a menina dos olhos de Deus. Somos filhos, herdeiros, coerdeiros, santuários, ovelhas e a delícia de Deus.” (HERNANDES, p. 42).
Aqueles que vivem afastados da iluminação do Evangelho estão cegados por satanás para a verdade espiritual (2Co 4.4; 6.14; Mt 15.14). Por este fato, os descrentes estarem nas trevas de sua cegueira espiritual, a Bíblia muitas vezes usa a luz para retratar a salvação (At 13.47; 26.23; Mt 4.16; Jo 1.4-5,7-9:3.19-21; 8.12; 9.5; 12.36).
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
É importante introduzir esta aula lendo com a classe os versículos 15-17. Esses versículos retratam a ação de graças e a intercessão apostólica. Para introduzir este tópico, além do texto do comentário, leve em conta o seguinte fragmento de texto: “Será muito importante observar o relacionamento entre 1.3-14 e 1.15-23. O primeiro representa um profundo hino de louvor pelas bênçãos redentoras de Deus em Cristo; o último é uma oração de intercessão para que os olhos espirituais dos crentes se abram para, através da experiência, alcançarem a compreensão da plenitude dessas bênçãos. Dessa forma, Paulo faz junção do louvor com a oração, da adoração com a intercessão, como dois componentes necessários ao verdadeiro conhecimento de Deus” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.403).
  II. A SOBRE-EXCELENCIA ULTURA DOMINADA PELA INIQUIDADE
O poder divino é imensurável e nada pode detê-lo. Em sua Carta, Paulo se esmera no esforço de traduzir a grandiosidade e a eficácia desse poder que opera em favor dos crentes.
1. A sobre-excelente grandeza do seu poder. O apóstolo orou para que os salvos pudessem entender a “sobre-excelente grandeza do poder de Deus” (1.19). Perceba que a palavra “sobre-excelente” é traduzida do grego uperballõ, que na forma adjetivada significa “extraordinário” (2 Co 4.7). Já a expressão seguinte, megethos (grandeza), objetiva enaltecer a magnitude do poder de Deus que a tudo sobrepuja (Mt 26.64). O termo dunamis, aqui traduzido por “poder”, indica feitos miraculosos que requerem força “fora de medida” (At 8.13). Logo, a repetição desses termos indica que apenas o maior de todos os poderes é capaz de realizar a transformação e a salvação do homem (2 Pe 1.4); e que somente um poder tão grande assim pode operar e concretizar as bênçãos inclusas na “esperança da vocação” e nas “riquezas da herança” (1.18). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 4, 26 Abril, 2020]
O grande poder de Deus, esse mesmo poder que ressuscitou Jesus da morte e o elevou de volta pela ascensão para a glória a fim de fazê-lo sentar-se à direita de Deus, é dado a todo cristão no momento da salvação e está sempre disponível (At 1.8; Cl 1.29). Paulo, portanto, não ora para que o poder de Deus seja dado aos cristãos, mas para que eles se conscientizem do poder que já possuem em Cristo e façam uso dele (Ef 3.20). Paulo enfatiza o poder de Deus usando quatro palavras distintas para a palavra poder no versículo 19:
1) dunamis — traz a ideia de uma dinamite, um poder irresistível;
2) energeia — o poder que trabalha como uma energia;
3) kratos — poder ou força exercida;
4) ischus — poder, grande força inerente.
Paulo faz uso dessas quatro palavras para enfatizar a plenitude e a certeza desse poder. Esse poder é tão tremendo que é o mesmo que Deus exerceu para ressuscitar seu Filho.
2. A força do poder divino. Na sentença “segundo a operação da força do seu poder” (Ef 1.19), o apóstolo faz uso de três vocábulos gregos concordes entre si. Primeiro, a palavra “operação”, que é a tradução de energeia, e também significa “eficácia”, sinalizando a ideia de “poder em atividade” (Cl 1.29). Segundo, a expressão “força” vem do termo kratos, que traz a ideia de “intensidade”. E, finalmente, ischus, que indica o “poder inerente” de Deus (Jo 1.12; 2 Pe 2.11). A associação desses conceitos revela o poder potencial de Deus que, inerente à sua natureza divina, opera em favor dos que creem. Para aprofundar essa impressionante descrição, Paulo apresenta três exemplos irrefutáveis da força desse poder: (1) A ressurreição de Cristo; (2) sua ascensão à direita de Deus nos céus (1.20); e (3) sua elevação acima de todo o domínio (1.21,22). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 4, 26 Abril, 2020]
“O poder que atua nos crentes é o poder da ressurreição. E o poder que ressuscitou a Cristo dentre os mortos, assentou-o à direita de Deus e lhe deu a soberania sobre o Universo inteiro. Esse poder é como um caudal impetuoso que arrasta com sua força os obstáculos que encontra pelo caminho. F. F. Bruce afirma que a morte de Cristo é a principal demonstração do amor de Deus, mas a ressurreição de Cristo é a principal demonstração do poder de Deus. [...] À luz do que Paulo pediu, como você avalia a sua vida espiritual? Você tem usufruído as riquezas que tem em Cristo? Você tem crescido no relacionamento íntimo com Deus? Você conhece mais a Deus? Você tem fome de Deus? Você compreende a esperança do seu chamado: de onde Deus o chamou, para que Deus o chamou e para onde Deus o chamou? Você compreende o quão valioso você é para Deus? Você tem experimentado de forma prática o poder da ressurreição em sua vida?” (HERNANDES, p. 42 e 45)
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A NATUREZA DE DEUS
O Deus onipotente não pode ser plenamente compreendido pelo ser humano, mas nem por isso deixou de se revelar de diversas maneiras e em várias ocasiões a fim de que o venhamos a conhecer. Deus não pode ser compreendido pela mera lógica humana, e nem sequer sua própria existência pode ser comprovada desta maneira. Com isso, queremos dizer que não de forma alguma diminuindo os seus atributos, fazendo uma declaração confessional das nossas limitações e da infinitude divina. Nosso modo de entender a Deus pode ser classificado em duas pressuposições primárias: (1) Deus existe; e (2) Ele se revelou a nós de modo adequado através da sua revelação inspirada.
[...] Além disso, Deus está sustentando ativamente o mundo que criou. Na conservação, Ele sustenta a criação através de leis estabelecidas (At 17.25). Na providência, Ele controla todas as coisas existentes no Universo, com o propósito de levar a efeito seu plano sábio e amoroso, de forma que não venha a interferir na liberdade das suas criaturas (Gn 20.6; 50.20; Jó 1.12; Rm 1.24)” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, pp.151,53).
  III. CRISTO: NOSSO EXEMPLO DE EXALTAÇÃO
Nesse ponto veremos três aspectos da exaltação de Cristo que atestam a grandiosidade do Poder de Deus disponível também aos crentes.
1. Cristo: As primícias dos que dormem. Paulo enfatiza que o poder de Deus se “manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos” (1.20). De fato, o Novo Testamento descreve a ressurreição de Cristo como obra do poder de Deus Pai (At 2.24; 3.26; 17.31). Ao ressurgir dentre os mortos, Cristo foi feito as primícias dos que dormem (1 Co 15.20-22). Assim sendo, a ressurreição de Jesus é a garantia de que seremos ressuscitados (1 Ts 4.14). O mesmo poder que ressuscitou a Cristo está disponível também aos salvos (2.6). Desse modo, os crentes vencerão a morte e se erguerão gloriosamente de seus sepulcros para reinarem com Cristo eternamente (Jo 5.28,29; Fp 3.20,21). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 4, 26 Abril, 2020]
Por causa do seu poder divino (Jo 11.25; Hb 2.14), da promessa e do propósito de Deus (Lc 24.46; jo 2.18-22; 1 Co 15.16-26), a morte não podia reter Jesus na sepultura. A ressurreição autenticou o ministério do Senhor, selou sua obra de redenção, marcou o começo de sua glorificação e foi a confirmação pública de que o Pai aceitou seu sacrifício.
Mas não apenas numa ação futura, Deus já nos resgatou da sepultura espiritual em que o pecado nos havia posto. Deus realizou uma poderosa ressurreição espiritual em nós por meio do poder do Espírito Santo. Quando cremos em Cristo, passamos da morte para a vida (Jo 5.24). Recebemos vida nova: a vida de Deus em nós.
2. Cristo elevado à direita de Deus. Paulo reforça o poder de Deus quando da elevação de Cristo ao trono: “Pondo-o à sua direita nos céus” (1.20). Aqui está em foco à ascensão de Cristo em referência a promessa messiânica (Sl 110; At 1.6). O grau de exaltação para uma posição de honra e autoridade indica o completo triunfo de Cristo sobre o pecado e as forças do mal (Fp 2.9-11; Cl 2.15). Esse triunfo também está assegurado aos salvos (1 Co 15.56,57) e endossa nossa participação na vida celestial, conforme indica a expressão “nos fez assentar nos lugares celestiais” (2.6). Assim, tanto a ressurreição como à ascensão de Cristo são obras do poder do Pai. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 4, 26 Abril, 2020]
Depois de haver ressuscitado a Cristo dentre os mortos, Deus manifestou seu poder fazendo-o assentar-se “à sua direita” (1.20,21). A “direita” de Deus é uma figura de linguagem indicando o lugar de supremo privilégio e autoridade. A mais alta honra e autoridade no Universo foi tributada a Cristo (Mt 28.18).
"ressuscitou" e "fez" indica serem esses os resultados imediatos e diretos da salvação. O cristão não só está morto para o pecado e vivo para a justiça por meio da ressurreição de Cristo, mas ele também desfruta da exaltação do Senhor e compartilha de sua glória preeminente. A esfera sobrenatural onde Deus reina é o lugar onde Cristo nos fez assentar! “Nos Lugares Celestiais” é a esfera espiritual onde as bênçãos dos cristãos estão (Ef 1.3), onde está a herança deles (1 Pe 1.4), onde os sentimentos deles devem estar (Cl 3.3) e onde eles desfrutam da comunhão com o Senhor. É a esfera de onde toda revelação divina provém e para onde vão todo o louvo e todas as petições.
3. Cristo exaltado sobremaneira. Nesse ponto, Paulo ensina que o poder de Deus exaltou Cristo “acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia” (1.21). Significa que Ele foi exaltado acima de toda eminência do bem e do mal e de todo título que se possa conferir nessa era e também no porvir. O resultado desse triunfo traz duplo benefício para a Igreja: primeiro, que Deus fez Cristo o cabeça da Igreja (1.22); e, segundo, que Deus designou a Igreja para ser a expressão plena de Cristo (1.23). Isso significa que nenhum poder pode prevalecer contra a Igreja do Senhor (Mt 16.18). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 4, 26 Abril, 2020]
Paulo queria que os crentes entendessem a grandeza de Deus comparada a outros seres celestiais. "Principado, potestade, poder e domínio" eram os termos tradicionais judaicos para designar seres angelicais que tinham unia alta posição no exército de Deus. Deus está acima deles todos (Ap 20.10-15).
No versículo 22 Paulo cita o SaImo 8.6, indicando que Deus exaltou a Cristo sobre todas as coisas (Hb 2.8), incluindo a sua igreja (Cl 1.18). Cristo é, claramente, o cabeça dominante porque todas as coisas foram colocadas sob seus pés. No versículo 23, Paulo usa uma metáfora para o povo redimido de Deus, chamando-o de ‘Corpo’, metáfora essa que é usada exclusivamente no Novo Testamento para falar da igreja (Ef 4.12-16; 1 Co 12.12-27). Isso nos esclarece que, a Igreja é o único meio que o mundo pode enxergar a Cristo, é através da Igreja que Cristo pode ser conhecido pelo mundo entenebrecido. “A igreja é a plenitude de Cristo. A igreja está cheia da sua presença, animada pela sua vida, cheia com os seus dons, poder e graça.93 A igreja é o prolongamento da encarnação de Cristo. A igreja é o seu corpo em ação na terra. A igreja está cheia da própria Trindade: Filho (1.23), Pai (3.19) e Espírito Santo (5.18).” (HERNANDES, p. 44).
Ainda, esclarecendo o ponto “Isso significa que nenhum poder pode prevalecer contra a Igreja do Senhor (Mt 16.18)”, em Mateus 16.18, "as portas do inferno", são literalmente "as portas do Hades". O inferno é o local de punição do espírito dos descrentes que morrem. O ponto de entrada para tal é a morte. Essa, então, é uma expressão judaica que se refere à morte. Até mesmo a morte, a derradeira arma de Satanás (Hb 2.14-15), não tem poder para obstruir a igreja. O sangue dos mártires, de fato, acelerou o crescimento da igreja em tamanho e em poder espiritual! Esse foi o principal propósito da encarnação: Jesus veio à terra para morrer. Ao morrer, ele pôde vencer a morte em sua ressurreição (Jo 14.19). Ao vencer a morte, ele tornou ineficaz o poder de Satanás contra todos os que são salvos. Para o cristão, "tragada foi a morte pela vitória" (1Co 15.54). Portanto, o pavor da morte e sua escravidão espiritual foram destruídos por meio da obra de Cristo!
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A ênfase no Novo Testamento recai mais na ressurreição do corpo do que naquilo que acontece imediatamente depois da morte. A morte continua sendo uma inimiga, mas já não é para ser temida (1 Co 15.55-57; Hb 2.15). Para o crente, o viver é Cristo e o morrer é lucro; isto significa que morrer é receber mais de Cristo (Fp 1.21). Logo, morrer e estar com Cristo é muito melhor que permanecer no corpo presente, embora devamos ficar aqui enquanto Deus considera que isso seja necessário (Fp 1.23,24). Depois disso, a morte nos trará o repouso ou cessação das nossas labutas e sofrimentos terrestres, e a entrada na glória (2 Co 4.17; cf.2 Pe 1.10,11; Ap 14.13)” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.621).
  CONCLUSÃO
Embevecido com as bênçãos espirituais, Paulo mantém adoração contínua ao Eterno Deus, atitude que deve ser seguida por todos os salvos. A compreensão das dádivas da salvação demonstra o excelso valor daquilo que Deus fez por nós. Seus atos poderosos viabilizam a transformação e a glorificação dos que creem. Aleluia! [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 4, 26 Abril, 2020]
Cristo é a fonte da herança divina do cristão, a qual é tão certa que é mencionada como se já tivesse sido recebida (nele, digo, no qual fomos também feitos Herança...), Assim, em Efésios 1.1-14, Paulo mostra-nos que somos o povo mais rico da terra, e agora, ele pede para Deus abrir o nosso entendimento a fim de que saibamos que somos o povo mais poderoso da terra. Todas essas riquezas vêm pela graça de Deus e são para a glória de Deus. Toda a obra do Pai (1.6), do Filho (1.12) e do Espírito Santo (1.13,14) tem uma fonte (a graça) e um propósito (a glória de Deus). O nosso fim principal é glorificar a Deus, e o fim principal de Deus é glorificar a si mesmo.
 Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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