sexta-feira, 1 de abril de 2016

LIÇÃO 1: A EPÍSTOLA AOS ROMANOS





SUBSÍDIO I

A mais famosa epístola do apóstolo Paulo foi escrita aproximadamente entre 57 e 58 d.C., com uma margem de erro de um ou dois anos, de acordo com o estudioso do Novo Testamento, D. A. Carson. O autor é Paulo, embora tenha sido Tércio quem escreveu a epístola, o amanuense do apóstolo (Rm 16.22). A carta foi destinada aos crentes, judeus e gentios, que constituíam a igreja em Roma (Rm 1.7,15). A maioria dos estudiosos concorda que havia pelo menos dois propósitos na epístola paulina: (1) missionário - O apóstolo se apresentaria à igreja para remover as suspeitas contra ele levantadas pelo partido judaico de Jerusalém a fi m de impedi-lo a chegar a Europa, na Espanha (2) Doutrinário - Expor os direitos e privilégios da salvação tanto dos judeus quanto dos gentios, pois, em Cristo, não haveria mais judeu nem grego, mas uma pessoa somente nascida de novo em Jesus Cristo (Rm 14.1-10). Por isso, o principal texto da Epístola aos Romanos é porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé” (1.17).
Caro professor, estude bons comentários do Novo Testamento. Associe o conhecimento adquirido a partir do seu estudo introdutório, e sob a perspectiva da visão do todo da carta de Paulo, com o auxílio da

A EPÍSTOLA DE ROMANOS ESTÁ ESTRUTURADA EM TRÊS GRANDES ÁREAS:

 Área 1: Argumentos da Justificação pela fé (1-8)  
Área 2: A relação de Israel com o Plano de salvação (9- 11)
Área 3: Questões  práticas da vida cristã
(12-16)
1. Prefácio e Saudação (1.1-7);
2. Paulo deseja ver os romanos (1.8-15);
3. Assunto: a justiça pela fé (1-16-17);
4. A depravação dos gentios (1.18-32);
5.  Os judeus e a justiça de Deus (2.1-3.8);
6. A universalidade do pecado e o poder da graça de Deus (3.9-6.20);
7. Nova vida e as primícias do Espírito (7.1-8.39).
1. A tristeza de Paulo pela incredulidade de Israel (9.1-5).
2- A liberdade da graça (9.6-33).
3- A rejeição dos judeus à justiça de Deus cap.10;
4. O futuro de Israel (11.1-32)
5- Hino de adoração (11.32-36)
1. Consagração, amor e fervor no
uso dos dons (12.1-21.
2- Submissão à autoridade (13.1-7).
3 - O amor ao próximo, vigilância e pureza (13.8-14).
4- Tolerância, liberdade e amor (cap.14);
5- O exemplo de Cristo (15.1-13).
6-O apostolado, o propósito e as recomendações de Paulo (15.14-16. 27). 


Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 66 – abr/mai/jun de 2016. 

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

A carta de Paulo aos Romanos pode ser considerada a epístola fundamental da doutrina cristã. Não por acaso ela foi usada por Deus para influenciar a vida da Sua igreja ao longo da história. Os pais da igreja já a reconheciam como sendo a catedral da fé cristã, Agostinho foi por ela influenciado, inclusive, na conversão. Os desdobramentos da Reforma Protestante foram influenciados pelas revelações dessa Epístola. Por isso neste trimestre estudaremos expositivamente essa Carta de Paulo, e nesta primeira aula atentaremos para seus aspectos contextuais, sobretudo a autoria, propósito, divisão, destacando sua relevância para a história da igreja.

1. ASPECTOS CONTEXTUAIS

Conforme At. 2.1, a multidão de peregrinos presentes em Jerusalém para a festa de Pentecostes do ano 30 A. D. , incluía visitantes procedentes de Roma, os quais após ouvirem a pregação do evangelho por ocasião daquele dia, voltaram à sua terra e estabeleceram ali uma igreja cristã. Sabemos, portanto, que quando Paulo escreveu sua carta aos romanos já existia uma igreja fundada naquela cidade (At. 28.14,15). A simples comparação entre as quatro obras clássicas de Paulo – Romanos, I e II Coríntios e Gálatas- no que diz respeito ao estilo e vocabulário, revela-nos que todas essas quatro cartas surgiram de uma mesma pena. O autor se apresenta, no início, como: “Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus”. Essa autoria foi ratificada pelos pais da igreja, dentre eles, Clemente, Policarpo, Irineu e Inácio. Paulo era judeu de sangue, da tribo de Benjamim (Rm. 11.1), e natural de Tarso, na Cilícia. Em Jerusalém, foi fariseu zeloso, tendo aprendido aos pés de Gamaliel (At. 22.3; 26.4,5). Foi um perseguidor veemente do cristianismo antes de sua conversão a Cristo (At. 7.58; 8.1; 9.1; 22.4; Gl. 1.13; Fp. 3.6; I Tm. 1.13). Sua conversão ocorreu no caminho de Damasco quando se preparava para mais uma investida contra os cristãos (At. 9.1,29; Gl. 1.11; 2.1). Não há consenso entre os estudiosos sobre qual seria a razão primordial de Paulo ter escrito essa carta aos crentes de Roma. O mais viável, pelo que se pode deduzir do texto, é que o Apóstolo pretende, com essa carta, preparar sua estada futura entre eles (Rm. 1.13,15; At. 19.21). A carta foi escrita quando Paulo estava em Corinto, por volta do ano 57 d.C., a qual fora ditada a Tércio (Rm. 16.22). Paulo estava na região da Macedônia e Acaia na época da escrita, visto que ele tinha acabado de fazer a coleta para os santos de Jerusalém das igrejas daquela região, ainda que não tivesse começado sua viagem a Jerusalém (Rm. 15.25-28). O tema central dessa carta, como veremos ao longo deste trimestre, é a justificação pela fé (1.18; 5.21), com destaque para o fato de que tanto judeus quanto gentios são igualmente culpados diante de Deus, como resultado de que ambos somente podem ser salvos pela fé. Isso está bem definido em Romanos 1.16,17: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé”.

2. PERSPECTIVAS DOUTRINÁRIAS DA EPÍSTOLA AOS ROMANOS

Na esfera teológica (1.18-5.11) – a condição perdida dos homens, sem a mínima possibilidade de salvação por méritos próprios, tanto para os judeus como para os gentios. Cristo é apresentado, portanto, como a solução visto que o pecador somente pode ser justificado mediante o sacrifício vicário de Cristo, por meio da fé, não pelas obras.
Na esfera antropológica (5.12-8.39) – a existência humana toma outra perspectiva, visto que o primeiro Adão foi vencido pelo pecado, mas o segundo Adão, Cristo, venceu o pecado, não somente por ele, mas por todos os homens, possibilitando, assim, uma vida orientada pelo Espírito, não mais pela carne.
Na esfera histórica (9.1-11.36) – a realidade da rejeição de Israel do plano de Deus e sua explicitação no que tange à doutrina da salvação. Alguns judeus queriam impor seu modelo de vida legalista aos gentios. Paulo, porém, mostra que a salvação é universal, não dependendo de práticas meramente exteriores.
Na esfera ética (12.1-15.33) – o evangelho trás algumas implicações para a vida diária, responsabilidades éticas para com a igreja, a família e a vida ministerial. A santidade e o serviço cristão exercem papel fundamental na demonstração de um estilo de vida genuinamente cristão.
  
3. O TESTEMUNHO DOS TEÓLOGOS DA IGREJA CRISTÃ

Agostinho de Hipona – Em 386 A. D., Agostinho, depois de uma vida distanciada de Deus, começou a chorar aos ler Rm. 13.13,14. Ele complementa que “não li mais nada (...) e não precisei de coisa alguma. Instantaneamente, ao terminar a sentença, uma clara luz inundou meu coração e todas as trevas da dúvida se desvaneceram” .
Martinho Lutero – Em 1515 Lutero começou a expor a Epístola aos Romanos aos seus alunos que o levou a seguinte conclusão: “Toda a Escritura ganhou novo significado e, ao passo que antes ‘a justiça de Deus’ me enchia de ódio, agora se me tornava indizivelmente bela e me enchia de maior amor”.
John Wesley – ao acompanhar a leitura do prefácio da Epístola aos Romanos de Lutero, Wesley testemunha que “senti que confiava em Cristo, somente em Cristo, para a minha salvação. Foi-me dada a certeza de que Ele tinha levado embora os meus pecados, sim, os meus. E me salvou da lei do pecado e da morte”.
Karl Barth – no prefácio de sua exposição da Epístola aos Romanos, diz ele: “o leitor (...) perceberá por si mesmo que foi escrito com um jubiloso sentimento de descoberta. A poderosa voz de Paulo era nova para mim. E se o era para mim, certamente o seria para muitos outros também”.


CONCLUSÃO

A exposição da carta de Paulo aos Romanos, como se pode ver dos testemunhos anteriores, serviram de inspiração para grandes avivamentos na história da igreja. Nossa oração é que, ao longo deste trimestre, a igreja do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo seja também impactada pelas verdades contidas nesse precioso documento da fé cristã. Para muitos, talvez, seja a repetição de um livro outrora estudando, defendemos, porém, que voltar a Romanos é sempre desafiador, sobretudo nos dias atuais, a fim de evitar deturpações do evangelho da Graça Maravilhosa de Deus.

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Neste trimestre teremos o privilégio de estudar a Epístola de Paulo aos Romanos. Podemos afirmar que jamais seremos os mesmos depois de uma leitura cuidadosa e um estudo sistemático dessa Epístola. Romanos mostra que o Evangelho é o poder de Deus para a salvação dos judeus e gentios. Revela também que o homem, perdido nas trevas do pecado, é reconciliado com Deus mediante a sua graça. Essa graça é o que nos justifica e nos qualifica a ter comunhão com Ele. Na Epístola aos Romanos aprendemos que a natureza adâmica, que domina o velho homem, é destronada pela fé em Cristo, e que é possível vivermos em novidade de vida através do poder do Espírito Santo que opera em nós. Veremos que esta Carta é um chamado à liberdade cristã. [Comentário: A proposta deste trimestre é ousada enquanto navega por águas profundas da teologia paulina aplicada à doutrina da justificação pela fé. Agostinho, Lutero e Wesley, três figuras extremamente importantes para a nossa herança cristã, viveram a firmeza da fé através do impacto da carta aos Romanos em suas vidas. Ao estudar esta obra de Paulo e os respectivos comentários de Santo Agostinho, Lutero chega às questões de justificação, graça e fé, centrais na reforma protestante. Curiosamente, para Lutero, a Carta aos Romanos era uma espécie de porta para a compreensão de toda a Escritura. "O primeiro mérito de Lutero é ter destacado, ainda que por vias tortuosas, o evangelho de Paulo, o mais antigo escritor do Novo Testamento e o primeiro intérprete da mensagem cristã. Para ele, a carta abre à inteligência de toda a Bíblia, que deve ser entendida toda de Cristo". Paulo explica aos Romanos como a salvação é aplicada por meio do Evangelho de Jesus Cristo. Esta é a primeira e a mais longa das Epístolas Paulinas, e é considerada a epístola com o "mais importante legado teológico". As cartas apostólicas, como um todo, constituem-se num importantíssimo segmento do ensinamento neotestamentário, porque são um vasto celeiro de ensinamentos teológicos, doutrinários e morais. Dentre as cartas de Paulo, certamente, a Carta aos Romanos ocupa lugar de destaque. Alguém já a chamou de “evangelho dentro do evangelho”, dado à forma linear, sistemática, profunda e completa pela qual seu autor expõe sua compreensão do plano da salvação. Assim expressou-se Lutero acerca desta epístola: “Esta carta é verdadeiramente a mais importante peça do Novo Testamento. É o evangelho mais puro.” Juntamente com o texto áureo, o versículo 17 <<“Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé”>> enfatiza que a justiça de Deus é a maneira de Deus justificar os pecadores, isto é, justificá-los perante Ele mesmo sem comprometer seu caráter moral absolutamente puro. Como está escrito: Habacuque 2.4 indica que a salvação somente pela fé também era claramente ensinada no Antigo Testamento – Note os exemplos de Abraão e Davi em Rm 4.1-8; Veja também Hb 11. As pessoas não eram salvas pelas obras ou obediência à Lei do Antigo Testamento mais do que do Novo Testamento, as pessoas colocavam fé em um Messias que ainda chegaria (Veja Jo 8.56 e Hb 11.13)]

I. AUTOR, LOCAL E DATA

1. O autor. Há um consenso entre teólogos e biblistas de que a Epístola aos Romanos é de autoria de Paulo (Rm 1.1). O argumento que nega a originalidade desse registro não tem credibilidade entre os estudiosos do Novo Testamento. Paulo escreveu essa carta com o auxílio de Tércio, o seu amanuense, escrevente, (Rm 16.22). O costume da época permitia que o amanuense tivesse certa liberdade na redação do documento, agindo como uma espécie de taquígrafo. Com base nesse fato, alguns críticos têm argumentado a respeito da autenticidade de certas passagens da Carta aos Romanos, atribuindo-os a uma autoria não paulina. Todavia o teor de Romanos não deixa dúvidas de que todo o seu conteúdo reflete o estilo de Paulo escrever. [Comentário: A autoria de Paulo da carta aos Romanos é universalmente aceita, não existindo contestação relevante, seja do ponto de vista documental, seja da alta crítica. Não somente ela vem declarada na sua costumeira saudação (confira 1.1) como vem amparada por fatos históricos, tais como sua pretensão de ir a Roma (1.15, 15.24) em caminho para a Espanha, ou a referência à coleta feita em favor da igrejas empobrecidas de Jerusalém (15.26-33), como ainda por referências próprias características, tais como a de ser apóstolo entre os gentios (confira 15.16; Ef 3.7,8; Cl 1.27; Gl 1.16). Acresce-se, ainda a esses elementos, referências a pessoas de conhecimento comum, tais como Febe, Priscila e Áquila e Timóteo, que se tornam elo importante entre o escritor e os destinatários.]

2. Local e data. Paulo escreveu aos romanos provalvelmente entre os anos 56 e 57 d.C, quando se encontrava na próspera cidade de Corinto, capital da província romana de Acaia, no território da Grécia. Paulo permaneceu pelo menos três meses na Grécia por ocasião da sua última visita a Jerusalém (At 20.3). O livro de Atos nos mostra que foi em Corinto, cidade grega, que Paulo montou seu centro de atividades missionárias. Em Corinto, Paulo ficou hospedado na casa do seu fiel amigo Gaio. [Comentário: Estima-se que este texto tenha sido escrito no inverno de 57-58 d.C., estando Paulo em Corinto, na casa de seu amigo Gaio, ao final de sua terceira viagem missionária aos territórios que margeiam o Mar Egeu e às vésperas de partir para Jerusalém, levando a oferta para os crentes pobres (15.22-27). O portador é uma senhora chamada Febe, de Cencréia, subúrbio de Corinto, que estava de saída para Roma (16.1-2). Como não havia serviço postal particular no Império Romano da época, as cartas eram enviadas por viajantes de confiança. Tércio era o secretário ou amanuense que escrevia enquanto Paulo ditava (Veja Gl 6.11). Paulo usava regularmente um amanuense, identificando as epístolas como suas mediante uma breve saudação escrita de próprio punho (1Co 16.21; Gl 6.11; Cl 4.18; 2Ts 3.17)]

3. Destinatários. Alguns intérpretes ao escreverem a respeito da Epístola aos Romanos a classificam como sendo de natureza atemporal. Eles não estão errados, visto que ela foi inspirada pelo Espírito Santo e como tal transcende as barreiras do tempo. Romanos 1.7 nos mostra, de modo bem claro, o destinatário da epístola: “A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo”. Quem seria, pois, esses “todos que estais em Roma?”. Há uma disputa sobre os reais destinatários desta carta. Alguns argumentam que Paulo escreveu para os judeus radicados em Roma, enquanto outros defendem os cristãos gentílicos como sendo esses destinatários. Porém, Paulo escreveu à igreja de Roma. Uma igreja formada tanto por judeus como por gentios. [Comentário:Roma era a capital do mundo. É raro uma grande potência expressar compaixão por suas vítimas, mas quando Jerusalém caiu nas mãos dos romanos, em 70 d.C., foram cunhadas moedas muito comoventes. Uma destas trazia, de um lado, um soldado romano com a inscrição Judea Capta (a Judéia foi conquistada) e, do outro, uma mulher judia chorando sob uma árvore. Não sabemos quem fundou a igreja de Roma. Certamente não foi Pedro, ou qualquer dos outros apóstolos, já que Paulo dificilmente enviaria uma carta doutrinária a uma igreja que tivesse à sua frente um dos apóstolos. Nesta mesma Epístola ele diz que “não edifica sobre fundamento alheio” (Rm 15.20). Entende-se que foram visitantes de Roma que estiveram em Jerusalém durante a festa da Páscoa e se converteram no Pentecoste, voltaram a Roma levando a semente do Evangelho. Essa Igreja era predominantemente gentílica, e estava agindo de forma intolerante contra os cristãos judeus que obedeciam as regras alimentares e datas cerimoniais da tradição judaica. O núcleo dessa igreja formara-se, provavelmente, dos romanos que haviam estado em Jerusalém no dia de Pentecostes (At 2.10). Nesse período de 28 anos a igreja cresceu, com cristãos provindos de vários lugares, sendo alguns deles amigos e discípulos de Paulo. A carta serve, portanto, como uma carta de apresentação, na qual o Apóstolo expõe, de forma sistemática sua compreensão do evangelho de Cristo, do qual se chamava apóstolo. Ele não chegará a Roma senão três anos depois de sua famosa carta. Há boas razões para crer que esta carta tenha sido enviada a outras igrejas, além de Roma. Uma delas está na forma como termina o capítulo 15, fazendo crer que havia uma versão onde não constava o capítulo 16, pelo fato de este referir-se a pessoas conhecidas e tratar de assuntos bem particulares. http://www.auxilioaomestre.com/2015/12/jovenslicao-1-conhecendo-carta-aos.html]

SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, explique aos alunos que “quando Paulo escreveu a carta à Igreja de Cristo em Roma, ainda não havia estado nesta cidade, mas já havia anunciado o evangelho ‘desde Jerusalém e arredores até ao Ilírico’ (Rm 15.19). O apóstolo planejou visitar e pregar em Roma; esperava continuar a levar o evangelho ao ocidente, à Espanha” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, p.1550).
Para que o aluno tenha uma compreensão melhor da localização de tais cidades e acontecimentos onde Paulo esteve, reproduza o mapa abaixo, distribua para os alunos e utilize antes da explicação do primeiro tópico.


II. FORMA LITERÁRIA, CONTEÚDO E PROPÓSITO

1. Forma literária. A Epístola de Paulo aos Romanos segue o modelo de outros documentos do primeiro século da era cristã. O esboço obedece à ordem desse tipo de documento, tendo sempre uma saudação e uma oração (Rm 1.1,7,8,16). Uma forma literária bastante comum nos dias de Paulo era a escrita em forma de diálogo. Platão, filósofo grego, por exemplo, escreveu dezenas deles. Todavia, como bem observou o especialista em Novo Testamento, Brodus D. Hale, essa forma literária dificilmente se ajusta ao modelo paulino. O que podemos observar na leitura de Romanos é o uso de diatribes por parte do apóstolo. Nesse modelo literário, que era um recurso muito usado pelos filósofos estoicos e cínicos, o autor valia-se de uma exposição crítica a respeito de alguma obra. [Comentário: Na antiguidade, tratados filosóficos eram colocados em forma de carta. Não são cartas de fato; na verdade a carta era uma arte literária. Exemplos para isso são as cartas de Sêneca ou de Cícero. Para essa forma literária foi se cristalizando o nome epístola. Ela deriva da palavra grega epistole, que significa carta. Como forma literária, no entanto, epístola não significa uma carta verdadeira, mas uma carta simulada. No âmbito desse tipo de escritos antigos, há tratados que, na sua extensão, são semelhantes às cartas maiores de Paulo (Romanos, 1 e 2 Coríntios). E as cartas de Paulo são epístolas? Na realidade não o são. Quem as lê no seu contexto, percebe que não são tratados em forma de carta. Há menções demais ao relacionamento pessoal entre o autor e os leitores. Esses escritos estão por demais interligados com a história de vida comum deles. As cartas de Paulo não são simuladas; elas são escritos reais de aconselhamento. Aspectos que são evidentes nas cartas de Paulo, nas outras cartas do NT necessitam de explicação em cada detalhe. Poderíamos considerar um ou outro escrito (por ex. Hebreus ou 1 João) um tratado em forma de carta, para o chamarmos de epístola. Extraído de http://bibliotecabiblica.blogspot.com.br/2009/08/estilo-literario-cartas-novo-testamento.html. O estilo de diatribe responde a objeções de um interlocutor imaginario.]

2. Conteúdo. O conteúdo de Romanos trata de alguns temas bem específicos, como por exemplo, a pecaminosidade do homem, a salvação de Deus, a justificação pela fé e a graça divina. Logo depois das palavras de saudação observamos a seção que trata sobre a manifestação da justiça de Deus mediante a fé (Rm 1.18-4.25). Paulo mostra a necessidade espiritual que os gentios, judeus e toda a humanidade têm da salvação de Deus. Paulo também mostra nos capítulos 5 a 8 (5.1 — 8.39), a ação santificadora do Espirito Santo no processo da salvação. É destacado aqui o resultado prático do Evangelho na salvação do crente. Através do Espírito Santo o crente experimenta a paz com Deus. Nos capítulos 9 a 11 encontramos a teologia paulina a respeito do tratamento de Deus para com Israel, o seu povo. São revelados três aspectos do tratamento de Deus para com Israel - passado, presente e futuro. Na última seção Paulo mostra o lado prático do Evangelho na transformação de vidas (12 a 15.13). A conclusão da carta, tratando do empreendimento missionário do apóstolo e algumas recomendações finais, estende-se do capítulo 15.14 ao 16.27. [Comentário: Reprodução do artigo ‘Carta de São Paulo aos Romanos’, de autoria de Rubem Martins Amorese, disponível no site Monergismo: “O texto desta surpreendente epístola nos apresenta, de forma progressiva, a compreensão que seu autor tem da expressão de Habacuque 2:4: “O justo viverá pela sua fé”. Apresentando de outra forma esta expressão-chave, redigi-la-íamos, de forma livre, assim: “aquele que pela fé é justificado, terá vida eterna”. A Bíblia na Linguagem de Hoje fornece a seguinte tradução: “Viverá aquele que, por meio da fé, é aceito por Deus”. A carta de Paulo aos Romanos, como um todo, pode ser dividida nas duas partes: uma parte doutrinária (capítulos 1 a 11) e outra prática (capítulos 12 a 16). Dentro da parte doutrinária, Paulo desenvolve de forma soberba seu tema introdutório, deixando para a parte prática recomendações de santidade. Essa primeira parte, divide-a ele em dois segmentos. O primeiro, trata da iniciativa de Deus em relação à redenção humana (“aquele que pela fé é justificado)”, onde desenvolve os temas da justiça de Deus em condenar o pecador, da indesculpabilidade humana, da justificação do pecador e da aceitabilidade do homem diante de Deus, através da fé. O segundo segmento, (“viverá”), fala da vida prometida aos justificados por Deus, incluindo aí as expectativas de Deus quanto à resposta humana à sua iniciativa de amor. Para desenvolver sua primeira parte do argumento, Paulo mostra que todos os homens precisam de salvação, porque, judeus ou não-judeus, todos são pecadores diante de Deus. Nesse movimento de raciocínio, o Apóstolo demonstra que tanto os homens depravados quanto os moralistas ou mesmo os religiosos são culpados diante de Deus. Uns pecaram sem conhecer a lei de Deus, e serão julgados de forma condizente; outros pecaram contra a lei de Deus, e serão julgados mediante a mesma. Dessa forma, Paulo conclui que “não há justo, nem sequer um” (3:10). Assim, se alguém tiver que ser justificado diante de Deus, não o será por meio de obras, mas tão somente pela sua graça, que é capaz de tornar justo o ímpio. Desta forma, Deus é apresentado como justo e justificador daquele que crê em Jesus. Segue-se, ainda na parte doutrinária, uma exposição do poder de Deus em santificar o crente (capítulos 5 a 8) onde apresenta os temas da paz com Deus, da união com Cristo, da libertação do domínio da lei, da vida no Espírito e da vitória pelo Deus da graça. Abre-se, então, um parêntesis no veio principal da argumentação do autor, onde se apresentam temas difíceis, relacionados à justiça de Deus na história humana (capítulos 9 a 11). Nesse parêntesis Paulo trata, com exemplos da história de Israel, da questão da soberania Divina, em contraposição à liberdade e responsabilidades humanas, colocando frente-à-frente, sem resolvê-los, temas aparentemente contraditórios e inconciliáveis como um Deus soberano que, todavia, responsabiliza o homem por seu mau caminho. Deixa, contudo, uma luz final, dizendo que o propósito final do Altíssimo é o de “usar de misericórdia para com todos” (11:32). Segue-se a parte prática da carta que, iniciando no capítulo 12, segue até ao final, com recomendações à santidade e obediência na vida diária coletiva e individual. Nesta parte, após uma introdução na qual apela por consagração integral do cristão (12:1, 2), desenvolve recomendações de que o cristão se faça servo, seja no uso adequado dos dons, seja no uso do amor que vence o mal (12:3-21); de que o cristão se porte adequadamente como cidadão (13:1-14); de que o cristão manifeste sua salvação junto à igreja, seja no manejo da liberdade, seja no uso do amor altruísta (14:1-15:21).http://www.monergismo.com/textos/comentarios/romanos_amorese.htm]

3. Propósito. Uma leitura cuidadosa de Romanos nos mostra que essa carta não possui apenas um único propósito, mas vários. O principal, segundo a Bíblia de Estudo de Aplicação Pessoal é “apresentar Paulo aos romanos e sintetizar a mensagem do apóstolo, antes de sua chegada a Roma”. Todavia, podemos também destacar os seguintes propósitos: o apóstolo deseja fazer da igreja romana uma base missionária a fim de que ele pudesse chegar até a Espanha (Rm 15.24,28); fica evidente também que o apóstolo está imbuído da defesa do Evangelho que ele pregava. Assim, as acusações de que Paulo promovia um anti-judaísmo não procedem, pois a carta também tem um propósito apologético e pastoral, como podemos verificar nos capítulos 14 e 15. [Comentário: Paulo não conhecia a igreja em Roma, entretanto, intentando ir à Espanha, evangelizar, (Rm 15.24) espera visitá-la no caminho, assim como tê-la como um apoio em sua empreitada. É uma carta para apresentar-se, isto é, discorrer sobre seu ministério e entendimento do evangelho, que são suas credenciais, assim como solicitar apoio financeiro e logístico para sua viagem missionária até a Espanha. Viagem esta que nunca aconteceu, Paulo foi a Roma como prisioneiro e lá foi morto. Paulo agradece a Deus pela fé dos romanos, que se tornou conhecida em todo o mundo. Paulo pedia que Deus permitisse sua visita a Roma. Este exemplo nos ensina uma lição importante sobre a oração. Paulo escreveu esta carta perto do final de sua terceira viagem, pouco antes de levar ofertas dos gentios aos irmãos necessitados em Jerusalém. Ele falou dos seus planos e da sua vontade de fazer outra viagem depois, passando por Roma e continuando até a Espanha (15.25-28). Naturalmente, ele orava a respeito desses planos. De fato, Paulo chegou a Roma aproximadamente três anos depois de enviar esta carta, mas não da maneira que ele imaginava. Ele foi preso em Jerusalém, ficou mais dois anos na prisão em Cesaréia, e chegou a Roma depois de uma viagem cheia de calamidades e perigos. Quando oramos, devemos lembrar que Deus sempre atende as orações dos fiéis, mas nem sempre da maneira que imaginamos!]


SUBSÍDIO DIDÁTICO

Reproduza o quadro abaixo, e utilize-o para apresentar de forma sucinta algumas informações que são essenciais para a compreensão da Epístola aos Romanos.

Sucinta algumas informações que são essenciais para a compreensão da Epístola aos Romanos.

III. VALOR ESPIRITUAL

1. Fundamentação doutrinária. A Epístola aos Romanos é considerada a mais teológica dentre todas as outras escritas por Paulo. O forte conteúdo doutrinário desta carta é sem dúvida o mais completo do Novo Testamento. Romanos trata de alguns dos temas mais profundos do Cristianismo - as doutrinas da chamada eleição, da predestinação, da justificação, da glorificação e da herança eterna.
Paulo mostra à igreja que o pecador pode encontrar a redenção na poderosa mensagem do Evangelho que é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. A Carta aos Romanos revela que é por intermédio da graça de Deus, manifestada na pessoa bendita de Jesus Cristo, que o homem pode ver corrigido o seu relacionamento com o Criador. A velha natureza é subjugada na cruz e o Espírito Santo faz com que o poder da cruz agora emane na vida do crente. [Comentário: À medida que avançamos no estudo da Epístola de Paulo aos Romanos, duas afirmações doutrinárias tornam-se evidentes. Primeira, o homem é salvo mediante a graça de Deus, sem as obras da lei (Rm 3.24; 4.16; 5.2, 15 e 18). Segunda, a graça não autoriza o crente a pecar, para que seja manifestada com mais profusão. Pelo contrário, libera o homem do poder do pecado (Rm 5.20). O termo graça, é usado cerca de cem vezes nas epístolas paulinas. Destas, vinte e quatro aparecem apenas em Romanos. Na Antiga Aliança, o termo hebraico hesed corresponde ao sentido do Novo Testamento. Em diversas passagens é traduzido por “favor”, “misericórdia”, “bondade amorosa”, ou “graça que procede de Deus” (Êx 34.6; Ne 9.17; Sl 103.8; Jn 4.2).No contexto da doutrina da salvação, charis é o dom ou favor imerecido de Deus, mediante o qual os homens são salvos por meio de Cristo (Tt 2.14). Estudar a respeito da graça de Deus implica descrever os principais ramos da doutrina da salvação; o perdão, a salvação, a regeneração, o arrependimento e o amor divino. A graça de Deus é dinâmica. Não somente salva, mas vivifica aqueles que estão destruídos pelo pecado, capacitando-os a viver em santidade. O capítulo 6 de Romanos mostra que a vida cristã requer santidade. Na igreja em Roma, muitos acreditavam que, se a salvação é pela fé, então, cada um podia fazer o que bem desejasse. Se a lei não salva, temos algum compromisso com ela? Paulo, portanto, escreve para evitar o mal-entendido. Somos salvos pela graça, por meio da fé). No entanto, a fé não anula a lei, mas a estabelece.]

2. Renovação espiritual. Não há dúvida de que a igreja de Roma, a quem a Epístola aos Romanos foi endereçada, experimentou uma tremenda renovação espiritual mediante a sua leitura. Todavia, o renovo espiritual advindo da leitura desta carta pode ser visto na vida de muitos crentes ao longo da história da Igreja. Tomemos como exemplo Agostinho, bispo de Hipona, que teve sua vida mudada quando leu Romanos 13.13. Por outro lado, Matinho Lutero, o grande reformador alemão, foi desafiado a romper com a tradição católica quando também leu a Carta aos Romanos. John Wesley também testemunhou forte renovação em sua vida através da leitura do comentário dessa Carta, escrita pelo Reformador. [Comentário: Podemos dizer, sem exageros, que Romanos foi responsável por levar Lutero à reforma. Lendo os versículos 16 e 17 do capítulo 1 desta carta, Lutero entendeu, pela iluminação do seu entendimento através do Espírito de Deus, que os homens só podem ser justos diante de Deus se Deus assim os declarar. O reformador alemão chamou esta epístola de ‘o principal livro do Novo Testamento e o mais puro Evangelho’. O impacto que as magistrais palavras desta carta causaram em Lutero fê-lo afixar na capela de Wittemberg suas ‘noventa e cinco teses’. Outros estudiosos e fiéis têm encontrado semelhante conforto e segurança salvífica ao perlustrar os temas doutrinários contidos em Romanos: A justiça divina; a universalidade do pecado; a fé; a salvação; a justificação; a santificação; Adão e Cristo; a salvação de Israel; e o ministério cristão. Antes mesmo do reformador, Romanos teve um papel primordial na conversão de Agostinho de Hipona. Não somente Lutero e Agostinho, mas também João Calvino deve ser lembrado quando se trata da importância histórica desta carta. Seu comentário de Romanos é ainda hoje estudado e levado em conta por sua excelência exegética e clareza. De fato, o próprio Calvino se vê em uma séria missão ao interpretar a escritura, declarando que isso não é um mero jogo.]

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“Paulo destaca alguns aspectos principais na carta aos Romanos. A doutrina da salvação é apresentada dentro de alguns itens especiais: o teológico (1.18—5.11); o antropológico (5.12—8.39); o histórico (9.1—11.36) e o ético (12.1—15.33). Esse plano alcança toda a obra e contém verdades incontestáveis e irremovíveis.
Na esfera teológica. Paulo apresenta a condição perdida dos homens, sem a mínima possibilidade de salvação por méritos próprios. Logo depois, Cristo é a solução, visto que, por meio de sua morte, todos podem ser justificados da condenação. O pecador é justificado mediante a obra expiatória de Jesus Cristo.
Na esfera antropológica. A ilustração do primeiro e segundo Adão, coloca o crente de frente a uma nova realidade espiritual. O primeiro Adão foi vencido pelo pecado, mas o segundo o venceu por todos os homens. Em Cristo, o homem assume um novo regime de vida sob a orientação do Espírito Santo” (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 8ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.17).

CONCLUSÃO

Uma visão panorâmica da carta de Paulo aos Romanos permite-nos vislumbrar a terrível situação espiritual na qual se encontra a humanidade depois da Queda. É algo desesperador. Todavia, a Carta mostra, de forma clara, que Deus por intermédio do seu amor gracioso, que ultrapassa todo o entendimento, veio ao encontro dos pecadores para oferecer-lhes perdão e restauração através de Jesus Cristo, seu bendito Filho. É Ele que, através de seu sacrifício vicário, tirou a raça humana das trevas do pecado e deu a oportunidade ao pecador de viver uma nova vida no poder do Espírito Santo. [Comentário: O evangelho é o poder de Deus revelado no seu filho, Jesus Cristo; o Rev Hernandes Dias Lopes escreve sobre qual é a natureza do evangelho: “O evangelho trata das boas novas de salvação num mundo imerso na mais completa perdição. O homem morto em seus delitos e pecados é escravo da carne, do mundo e do diabo. É filho da ira e caminha para a perdição. Está no reino das trevas e sob a potestade de Satanás. Sem qualquer mérito existente nesse homem, Deus o amou. Mesmo sendo inimigo de Deus, o próprio Deus caminhou na sua direção para reconciliá-lo consigo mesmo por meio de Cristo Jesus. O Evangelho, portanto, é Deus buscando o perdido. É Deus abrindo para o pecador um novo e vivo caminho para o céu. O evangelho é a expressão da graça de Deus, manifestada em Cristo, aos pecadores perdidos.”(http://hernandesdiaslopes.com.br/2012/09/as-boas-novas-do-evangelho-num-mundo-de-mas-noticias/#.VoHJek8afIV) Em Romanos temos a essência desse evangelho, aqui Paulo afirma que o propósito da morte e ressurreição de Cristo é trazer todos à obediência da fé (vs.5). O homem que realmente aceita Cristo vai obedecer a Cristo e provar a sua fé. Assim expressou-se Lutero acerca desta epístola: “Esta carta e verdadeiramente a mais importante peça do Novo Testamento. É o evangelho mais puro.” Como escrevi no começo deste comentário, foi através do estudo intenso e meditação nesta carta que Lutero iniciou a reforma. Que, como Lutero e os outros reformadores, possamos ser grandemente impactados pela mensagem de Romanos.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa

Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br.

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