sábado, 7 de setembro de 2013

LIÇÃO 10 - A ALEGRIA DO SALVO EM CRISTO




VÍDEO I



VÍDEO II [PARTE 1]



VÍDEO III [PARTE 2]




SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje daremos continuação às recomendações práticas do Apóstolo aos crentes de Filipos. A princípio, Paulo, o exemplo a ser imitado, motiva os crentes filipenses a se firmarem na fé. Em seguida, mostra-lhes a importância da alegria divina, que não depende das circunstâncias, mas é produzida pelo Espírito. Posteriormente, apresenta um antídoto contra a ansiedade, cujo fundamento é a paz de Deus, que excede todo entendimento.


1. EXORTAÇÃO À FIRMEZA NA FÉ

Paulo identifica os irmãos da igreja de Filipos como sua “alegria e coroa” (Fp. 4.1). Em grego há duas palavras para coroa: diadema, que diz respeito a uma coroa real, e stefanos, à coroa usada pelos vencedores de atletismo. O termo usado pelo Apóstolo é stefanos, aludindo, assim, à conquista em uma competição olímpica. Ele sabia que, ao chegar ao céu, receberia um prêmio pelo seu labor pastoral. Os falsos mestres, ao contrário, buscavam prêmios terrenais, a vanglória humana. Mas Paulo busca uma premiação celestial, o reconhecimento do Senhor pelo seu trabalho. Em seguida, admoesta os crentes a permanecerem “firmes no Senhor”. O verbo grego aqui usado é stekete, e está no imperativo, uma espécie de ordenança dada a um soldado. Nesse caso o lutador deveria permanecer em sua posição, sem deixar seu lugar estratégico. Muitos crentes querem abandonar sua posição por qualquer motivo. Somos instados, pelo mesmo Apóstolo, a sermos firmes e constantes, abundantes na obra. E mais importante ainda, saber que, no Senhor, não nos homens, nossa obra não é vã (I Co. 15.58). Adiante Paulo destaca um problema de relacionamento na igreja de Filipos, que envolvia Evódia e Síntique. Essas irmãs não deveriam ser descartadas, mas ajudadas a amadurecerem na fé. Ao invés de buscarem o crescimento da obra, estavam digladiando-se entre si. Essas mulheres tornaram-se exemplos negativos de partidarismos nas igrejas, que impedem a maturidade espiritual (I Co. 3.4,5). Muitas igrejas evangélicas estão adoecidas por causa das disputas por cargos nos departamentos. O corpo de Cristo não pode ser fragmentado por causa de vaidades pessoais, dos interesses particulares. Uma igreja que vive em unidade é caracterizada pelo sentimento comum entre os membros. Isso não quer dizer que todos devem ser iguais, uma das belezas da igreja está justamente na diferença. Existem pessoas de diferentes condições socioeconômicas na igreja, todas salvas pelo sangue do mesmo Cordeiro (Gl. 3.26-28). A diversidade pode existir, mas apenas nos aspectos periféricos, no principal, unidade deve prevalecer. A produção do fruto do Espírito (Gl. 5.22), em amor (I Co. 13), é o elo que consolida a igreja no Senhor.


2. ADMOESTAÇÃO À ALEGRIA DIVINA


O Apóstolo retoma o tema da alegria, certamente porque os crentes filipenses estavam entristecidos. Os judaizantes colocavam um fardo tão pesado sobre os ombros das pessoas que essas não conseguiam ser alegres (At. 15.28,29). Os gnósticos apregoavam uma liberdade que era pura libertinagem, tornando as pessoas escravas dos prazeres. Contra esses caprichos humanos, a resposta de Paulo é a alegria que vem de Deus (Fp. 4.4). A chara, alegria do Espírito, não é circunstancial. Ela é resultante da salvação em Cristo Jesus, que lança o ser humano na liberdade para servir em amor. Jesus atrai para Ele todos os que estão cansados e sobrecarregados, e coloca sobre eles o seu jugo, que é suave, e o seu fardo, que é leve (Mt. 11.30). Muitos atualmente querem felicidade, mas não buscam a verdadeira alegria. Os livros de autoajuda prometem uma felicidade de bens perecíveis. Mas a alegria que vem de Deus não resulta daquele que anda em derredor (I Pe. 5.8), mas nAquele que está dentro de nós (I Jo. 4.4). Em prosseguimento, Paulo orienta os filipenses quanto à moderação, epieikeia em grego. Esse é um termo bastante amplo, que diz respeito não apenas ao que é legal, mas ao que é certo. As leis são produções humanas, nem sempre estão corretas. Os cristãos vivem a partir de uma Lei maior, a de Cristo, exercitada em graça e amor (Rm. 13.10). O mundo se pauta pelas leis humanas, que merecem respeito, e na maioria dos casos, obediência. Mas existe uma lei que está acima de todas as leis, é a Lei de Deus, revelada em Sua palavra. É a partir dessa que o crente deve viver, e mais importante, que essa sirva de testemunho da nossa fé em Cristo. Todos os homens devem reconhecer, pelas nossas práticas, que somos filhos de Deus (Tg. 2.14; I Jo. 3.7,8). Uma das motivações para o exercício da moderação é que o Senhor está perto. A dimensão escatológica é condição ética para o viver cristão, pois virá o dia em que todos prestaremos contas pelo que fizemos no corpo (Rm. 14.10). Muitos acham que o Senhor está demorando para voltar, por isso estão vivendo dissolutamente, mas Ele é longânimo (II Pe. 3.8,9). Ao Seu tempo Ele voltará para levar a Sua igreja, conforme prometeu (Jo. 14.1; I Pe. 2.9). Essa é a bendita esperança da igreja cristã (Rm. 8.23; I Co. 15.51,52; I Ts. 4.16,17; Tt. 2.13), não a ganância terrena, como muitos tem apregoado atualmente Todos aqueles que têm essa esperança não vivem como bem entendem, mas de acordo com a vontade de Deus (I Jo. 3.3), perfeita, boa e agradável (Rm. 12.1,2).


3. A PAZ DE DEUS PARA VENCER A ANSIEDADE

A ansiedade é um problema crônico na sociedade contemporânea, por falta de alegria espiritual, não poucos estão angustiados. Essa ansiedade, merimnau em grego, pode resultar dos problemas de olharmos para as circunstâncias. A preocupação com as coisas materiais podem nos distanciar do foco, que é o céu. O mundo moderno, ao esquecer-se de Deus, perdeu a tranquilidade. O reino de Mammon é cruel, e desgraçado, não permite que as pessoas tenham paz. Por causa disso as muitas pessoas são destroçadas, sendo puxadas, como expressa a etimologia da palavra ansiedade em grego, em direções opostas. Jesus advertiu a respeito dos perigos de viver em ansiedade constante (Mt. 5.19-34). O problema da ansiedade é que ela faz com que deixemos de confiar em Deus, e percamos a paz. O antídoto contra a ansiedade é a oração, este é o melhor remédio. Ao invés de andarmos ansiosos, devemos levar nossas preocupações para Deus (Fp. 4.6). Existem três palavras gregas que fazem referência à oração nessa passagem: oração (proseuche, usado para as petições gerais ao Senhor), súplica (deesis, a petição em relação às necessidades) e ação de graça (euxaristia, disposição para agradecer pelos feitos do Senhor). Infelizmente tudo hoje em dia contribui para que deixemos de orar, até mesmo o excesso de atividades eclesiásticas. Essa geração esqueceu-se de orar porque se tornou dependente do pragmatismo. As pessoas querem resultados rápidos, negam-se a esperar com paciência pelo Senhor, tal como fez o salmista (Sl. 40.1). Como resultado, não conseguem desfrutar da paz de Deus, que excede “todo o entendimento” (Fp. 4.7). Somente a paz de Deus é capaz de guardar a nossa mente, nossos corações e sentimentos em Cristo. As adversidades, principalmente as perseguições, não conseguem abater o coração cuja mente está em Cristo. É essa paz, eirene em grego, que nos guarda dos ataques circunstanciais. Nossas mentes precisam estar protegidas dos pensamentos mundanos. Para isso devemos levar cativo todo entendimento à obediência de Cristo (II Co. 10.5).


CONCLUSÃO
Os ensinamentos deste mundo, repassados pelos falsos mestres, levam as pessoas ao desespero. Muitos não conseguem desfrutar da alegria que vem de Jesus, produzida pelo Espírito Santo (Jo. 15.11). Os crentes em Jesus permanecem firmes na fé, naquilo que nos foi revelado pela Palavra, por isso estão sempre alegres, independentemente das circunstâncias. Esses, por sua vez, têm suas mentes guardadas por Cristo, que lhes dá a paz que o mundo desconhece (Jo. 14.27), e que excede a todo entendimento.

Extraído do Blog: subsidioebd


 SUBSÍDIO II



Lição 10: A alegria do salvo em Cristo
8 de setembro de 2013
TEXTO ÁUREO
“Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos” (Fp 4.4). – “Os cristãos são ordenados a regozijar sob todas as circunstâncias, e a obediência é possível pois a verdadeira alegria é no Senhor. Portanto, os cristãos podem ser internamente alegres quando tudo está monótono no exterior (Veja Fp 4.12; Hb 3.17-18; 2Co 6.10).
VERDADE PRÁTICA
Em tempos trabalhosos e difíceis, somente a alegria do Senhor pode apaziguar a nossa alma.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 4.1-7.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
          Exortar a respeito da alegria e firmeza da fé,
          Compreender que a alegria divina sustenta a vida cristã, e
          Conscientizar-se a respeito da singularidade da paz de Deus.
PALAVRA-CHAVE
Alegria: 1. Sentimento de grande contentamento, que geralmente se manifesta por sinas exteriores; o mesmo que júbilo, regozijo; diferente de tristeza; 2. O que está na origem desse sentimento; 3. Acontecimento feliz. Estado de viva satisfação, de vivo contentamento; regozijo, júbilo
COMENTÁRIO
introdução
Alegria, regozijo e contentamento são expressões comuns ao longo da Epístola de Paulo aos Filipenses. Paradoxalmente, elas revelam o coração do apóstolo na prisão de Roma. Paulo não se desesperou com o seu cativeiro, mas alegrou-se no Senhor. Ele sabia que estava nas mãos de Deus e contentava-se com as notícias de que a igreja de Filipos, fruto do seu árduo ministério, caminhava muito bem. O apóstolo não deixou se abater com as tribulações do seu ministério, pois nelas, ele via a providência amorosa do Altíssimo. [Comentário: Prosseguindo o estudo da carta de Paulo aos filipenses, iniciamos o estudo do seu último capítulo, o capítulo 4. O cristão tem uma alegria espiritual que as dificuldades desta vida não podem suprimir. Em muitos aspectos, esta é a mais bela carta de Paulo, cheia de ternura, calor e afeição. Seu estilo é espontâneo, pessoal e informal, apresentando-nos um diário íntimo das próprias experiências espirituais de Paulo. A nota dominante por toda a missiva é a alegria triunfante. Paulo, embora prisioneiro, era muito feliz, e invoca seus leitores para sempre regozijarem no Senhor. A mensagem permanente dos filipenses diz respeito à natureza e base da alegria cristã. Paulo ensina que a verdadeira alegria não é uma emoção superficial que depende de circunstâncias favoráveis do momento. A alegria cristã é incondicional e é possível mesmo em meio a circunstâncias adversas.] Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!
I. EXORTAÇÃO À ALEGRIA E FIRMEZA DA FÉ (4.1-3)
1. A alegria de Paulo. O primeiro versículo do capítulo 4 de Filipenses inicia-se com um “portanto”, justamente por ser continuação do capítulo 3, quando o apóstolo tratara do perigo dos “inimigos da cruz”. Aqui, Paulo diz que os crentes de Filipos são a sua “alegria e coroa” e aconselha-os a continuarem firmes no Senhor (v.1). A permanência dos filipenses em Cristo bastava para encher o coração do apóstolo de alegria. Por isso, ele manifestou o seu orgulho e os mais íntimos sentimentos de amor e carinho para com os irmãos de Filipos. [Comentário: Paulo pode estar antecipando as exortações seguintes e especialmente as difíceis dos versículos 2-3. Isso ajuda a explicar a presença de tantos termos expressando amabilidade no versículo 1. Os filipenses eram também a coroa de Paulo. Stephanos (coroa) não se refere a uma coroa real, mas a coroa de louros dada aos vencedores em eventos atléticos (1 Cor 9:25), ou dado para os homenageados pelos seus cônjuges, assim como troféus e placas são hoje. Em tal homenagem seria dada uma festa, onde ele iria receber a sua coroa. Os filipenses eram o troféu de Paulo ou coroa de honra, pois eles eram a prova de seu serviço eficaz (cf. 1Co 9.2; 1Ts 2.19). O desafio para “permanecer firmes” remete-nos a 1.27 (onde ocorre o mesmo mandamento) e apoia-se imediatamente sobre a declaração de esperança de 3.20-21. Paulo está pensando na volta de Cristo quando chama seus leitores de “alegria” e “coroa” (1Ts 2.19-20). O Professor Caramuru escreve em seu comentário desta lição: ‘A palavra “alegria” vem de “alegre”, que os dicionaristas de nossa língua dizem ser uma palavra que vem do latim “alacer”, cujo significado primeiro era “vivo, animado, feliz, bem-disposto”. “Feliz”, por sua vez, tem sua origem em “felix”, palavra latina que vem de “foecus”, que significa “fecundo, fértil”. Observamos, portanto, que, pela própria origem da palavra, notamos que a alegria está vinculada a uma fecundação, que nada mais é que a figura do novo nascimento, do nascimento espiritual mediante a aceitação de Cristo como nosso único e suficiente Salvador’ EPAPED – Estudo da Palavra de Deus para os Amigos e Professores da Escola Dominical.. Os ensinos bíblicos a respeito da alegria incluem: (1) A alegria está associada à salvação que Deus concede em Cristo (1Pe 1.3-6; cf. Sl 5.11; Is 35.10). (2) A alegria flui de Deus como um dos aspectos do fruto do Espírito (Sl 16.11; Rm 15.13; Gl 5.22). Logo, ela não nos vem automaticamente. Nós a experimentamos somente à medida que permanecemos em Cristo (Jo 15.1-11). Nossa alegria se torna maior quando o Espírito Santo nos transmite um profundo senso da presença e do contato de Deus em nossa vida (cf. Jo 14.15-21). (3) A alegria, como deleite na presença de Deus e nas bênçãos da redenção, não pode ser destruída pela dor, pelo sofrimento, pela fraqueza nem por circunstâncias difíceis (Mt 5.12; 2Co 12.9).].
2. A alegria nas relações fraternas. Nem tudo, porém, era maravilhoso e perfeito na igreja de Filipos. Ali, estava ocorrendo um grande problema de relacionamento entre duas importantes mulheres que cooperaram na implantação da igreja filipense: Evódia e Síntique (v.2). Esse problema estava perturbando a comunhão da igreja e expondo a saúde espiritual do rebanho. A fim de resolver a questão, Paulo se dirige a um obreiro local (Timóteo ou Tito, não sabemos) que, com Clemente e os demais cooperadores, procuraria despertar e restabelecer o relacionamento harmônico e fraterno entre Evódia e Síntique. Como verdadeiro pastor, o apóstolo tratou as duas mulheres com o devido cuidado e respeito, pois as tinha em grande estima pelo fato de ambas terem contribuído muito para o seu apostolado. [Comentário: Paulo solicita em vez de ordenar e, dirigindo-se primeiro a uma mulher e depois a outra, dá mais força ao pedido. Não encontramos em qualquer outro lugar no Novo testamento outra menção dessas mulheres. São valorosas cooperadoras de Paulo e, ao que parece, pessoas que possuíam certa influência na igreja. Paulo pede a um membro da igreja filipense para reconciliar as duas mulheres que estavam se desentendendo. A principal preocupação de Paulo não é que elas concordassem uma com a outra, conforme sugerido algumas vezes, mas que elas tivessem a atitude recomendada em 2.2: “completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento”. Quanto a esse obreiro local, embora tenham sido feitas várias sugestões sobre sua identidade, incluindo a teoria de que a palavra grega syzygos empregada aqui pode ser um nome próprio, sua identidade continua desconhecida].
3. A alegria de ter os nomes escritos no Livro da Vida. O versículo 3 demonstra algo muito precioso para o cristão: a alegria de ter o nome escrito no livro da vida. Paulo menciona tal certeza, objetivando reafirmar a felicidade e a glória de se pertencer exclusivamente ao Reino de Deus. Os filipenses tinham cidadania romana porque eram originários de uma colônia do império. Mas quando o apóstolo escreve sobre cidadania refere-se a uma muito mais importante que a de Roma. Nossa verdadeira cidadania vem do céu, e o “mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16). Você tem convicção de que o seu nome está arrolado no Livro da Vida? Você compreende o valor disso? [Comentário: Os nomes de todos os eleitos de Deus estão escritos no rol celeste, todos os que receberão a nova vida (Ap 3.5; 13.8; 20.5). Em Apocalipse 13.8, o termo grego que traduz “Livro da Vida”, também possibilita a tradução “escritos no livro da vida desde a fundação do mundo, o qual pertence ao Cordeiro que foi morto”. O livro é o registro celeste dos que receberão a nova vida através da compra pelo sangue de Cristo. Em meio à perseguição e ao grande poder da besta, os santos podem encontrar segurança na garantia de Deus quanto à sua cidadania celeste (Ap 17.8; 20.12,15; 21.27). Garantia semelhante é encontrada no capítulo sete de Apocalipse. O que está reservado para os crentes é extraordinário, maravilhoso, de modo que vale a pena sofrermos tudo quanto estamos a sofrer neste mundo, pois, como disse o próprio apóstolo, as aflições do tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada (Rm 8.18).].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O apóstolo não deixou se abater com as tribulações do seu ministério, antes procurou servir ao Senhor com alegria.
II. A ALEGRIA DIVINA SUSTENTA A VIDA CRISTÃ (4.4,5)
1. Alegria permanente no Senhor. A versão bíblica ARC emprega a palavra “regozijar” no lugar de “alegria” (v.4). O que é regozijar-se? É alegrar-se plenamente. A declaração paulina afirma que a fonte da alegria cristã é o Senhor Jesus, que promoveu a nossa reconciliação com Deus (Rm 5.1,11). Através dEle somos estimulados a permanecer firmes na fé (Rm 5.2). Que alegria! É a presença viva do Espírito Santo em nós que produz essa certeza (Jo 16.7; Rm 14.17; 15.13). Nada neste mundo é capaz de superar as vicissitudes da vida como a alegria produzida em nosso coração pelo Senhor (Tg 1.2-4; Rm 5.3). O apóstolo sabia da batalha que os filipenses enfrentavam contra os falsos mestres. Estes fomentavam heresias capazes de criar dúvidas quanto à fé. E, por isso, Paulo imperativamente reitera aos filipenses: “Regozijai-vos sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos”. [Comentário: Paulo não só amava aos Filipenses, mas eles também eram sua alegria (1.4; 2.2, 17; 4.10). A alegria de Paulo não resultava de circunstâncias, quando ele escreveu aos Filipenses ele estava em prisão domiciliar em Roma, acorrentado a um soldado romano (1.12-13, At 28.16,20,30). Além disso, alguns pregadores, motivados por ciúme de Paulo, foram "pregar Cristo por ambição egoísta, e não por motivos puros, pensando em fazer com que Paulo sofresse angústia em sua prisão" (Fp 1.17). Em vez disso, Paulo encontrou alegria nas pessoas a quem ele amava. Para os tessalonicenses, Paulo escreveu: "Porque, qual é a nossa esperança, ou gozo, ou coroa de glória, diante de nosso Senhor Jesus na sua vinda? Porventura não o sois vós? Na verdade vós sois a nossa glória e o nosso gozo."(1Ts 2.19-20). Mais tarde, na mesma epístola, ele acrescentou: "Pois, que ação de graças podemos render a Deus por vós, por todo o gozo com que nos regozijamos por vossa causa diante do nosso Deus," (1Ts 3.9). A alegria de ver seus amados Filipenses crescerem mais imitando a Jesus Cristo motivou a exortação de Paulo a se manterem firmes.].
2. Uma alegria cuja fonte é Cristo. A alegria cristã tem como fonte a pessoa bendita do Senhor Jesus. É por isso que, mesmo em meio às adversidades sofridas em Filipos, o apóstolo teve grandes experiências de alegrias espirituais (At 16; cf. 1Ts 2.2). Isso só foi possível pelo fato de ele conhecer pessoalmente Jesus de Nazaré. Quando o apóstolo foi confrontado interiormente e pediu a Deus para que fosse tirado o “espinho de sua carne”, o Senhor lhe respondeu: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12.9a). Após esse episódio, Paulo então pôde afirmar: “De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo” (2Co 12.9b). [Comentário: Esta alegria não tem origem no coração do homem, mas a “alegria” que provém de Deus, pois, como disse o apóstolo Paulo, “…o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”. (Rm 14.17). Esta alegria é um estado de viva satisfação, é a forte impressão de prazer, é demonstração de vida espiritual, vida esta que só é possível no instante em que deixamos de estar separados de Deus, mediante o perdão dos nossos pecados por Deus, por causa do sangue de Jesus Cristo derramado na cruz do Calvário. Quando somos admitidos na Aliança com Cristo, nossos pecados são perdoados e passamos a ter comunhão com Deus. Esta restauração da comunicação de Deus conosco é a vivificação do nosso espírito pelo Espírito de Deus (1Co15.22). Passamos da morte para a vida (1Jo3.14a), passamos a pertencer à videira verdadeira e, por conseguinte, a dar fruto (Jo 15.4), fruto este que tem como uma de suas qualidades a alegria ou gozo (Gl 5.22). Esta alegria, portanto, é um sentimento que somente o salvo pode sentir, pois resulta da salvação obtida em Cristo.].
3. Uma alegria que produz moderação. O texto bíblico recomenda que a nossa “equidade [deve ser] notória a todos os homens”, pois “perto está o Senhor” (v.5). Na versão ARA, o termo “equidade” é traduzido como “moderação”. Ambas as palavras são sinônimas porque dizem respeito à amabilidade, benignidade e brandura. Levando em conta o contexto de Filipenses, os termos referem-se à pessoa que nunca usa de retaliação quando é provada ou ameaçada por causa de sua fé. O apóstolo Paulo espera dos filipenses autocontrole e não um comportamento explosivo, próprio de pessoas destemperadas ou sem domínio próprio. Ele assim o faz, por saber que, aquele que tem a alegria do Senhor no coração, possui uma disposição amável e honesta para com outras pessoas, particularmente em relação àquelas inamistosas e más. William Barcklay escreve que “o homem que tem moderação é aquele que sabe quando não deve aplicar a letra estrita da lei, quando deve deixar a justiça e introduzir a misericórdia”. [Comentário: "Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor. O termo grego epieikes, equidade, descreve restrição de paixões, sobriedade ou aquilo que é apropriado. Pode significar boa disposição para com as pessoas (cf. Rm 14). Em 1 Timóteo 3.3 e Tito 3.2, a palavra é usada com um adjetivo que significa 'não propenso a brigar'. A ideia é de ser tolerante, não insistindo em direitos próprios, mas agindo com consideração uns com os outros. Em questões que sejam dispensáveis, os crentes filipenses não devem ir a extremos, mas evitar o fanatismo e a hostilidade, julgando uns aos outros com indulgência. Perto está o Senhor pode ser aviso que a igreja primitiva costumava usar. Neste caso, Paulo está dizendo: 'Qual é o propósito das rivalidades? Sede tolerantes uns com os outros para que Deus seja tolerante convosco quando o Senhor vier'. A frase também era entendida como promessa da proximidade do Senhor, e interpretada com relação ao versículo seguinte. Não estejais inquietos por coisa alguma [...] Embora possamos planejar o futuro (1 Tm 5.8), não devemos ficar ansiosos quanto a nada (Mt 6.25). O segredo desta qualidade de vida é a oração e as súplicas. 'Cuidado e oração [...] são mais opostos entre si que fogo e água'. Oração é geral e baseia-se nas promessas divinas, envolvendo devoção ou adoração. Súplicas são rogos especiais em tempos de necessidade pessoal e apelam para a misericórdia de DEUS" (Comentário Bíblico Beacon.1.ed. Vol. 9. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.277).].
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Nada neste mundo é capaz de superar as vicissitudes da vida como a alegria produzida em nosso coração pelo Senhor.
III. A SINGULARIDADE DA PAZ DE DEUS (4.6,7)
1. A alegria desfaz a ansiedade e produz a paz. Além de gerar equidade, a alegria do Senhor desfaz a ansiedade, pois esta contraria a confiança que afirmamos ter em Deus. Nada pode tirar a nossa paz, perturbando-nos a mente e o coração. As nossas petições devem ser feitas humildemente, com ação de graças em reconhecimento à misericórdia do Senhor (v.6), ao mesmo tempo em que confiamos na providência do Pai Celeste. [Comentário: Providência Divina é o meio pelo qual Deus governa todas as coisas no universo. A doutrina da providência divina afirma que Deus tem controle completo de todas as coisas. Isso inclui o universo como um todo (Sl 103.19), o mundo físico (Mt 5.45), as transações das nações (Sl 66.7), nascimento e destino humanos (Gl 1.15), sucessos e fracassos humanos (Lc 1.52), e a proteção do seu povo (Sl 4.8). Essa doutrina se mantém em direto contraste à ideia de que o universo é governado por sorte ou acaso. Leia mais: http://www.gotquestions.org/Portugues/providencia-divina.html#ixzz2dxmaG9Mk ] A Confissão De Fé De Westminster afirma a doutrina de providência divina de uma forma sucinta e que ao mesmo tempo captura todos os elementos da doutrina: “Desde toda eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou, livre e inalteravelmente, tudo quanto acontece; porém, de modo que nem Deus é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias antes estabelecidas (CFW, 3.1)”. O meio principal pelo qual Deus executa Sua vontade é através de causas secundárias (ex: leis da natureza, escolha humana). Em outras palavras, Deus trabalha indiretamente através dessas causas secundárias para realizar a Sua vontade. A Confissão de Fé de Westminster também diz: “Posto que, em relação à presciência e ao decreto de Deus, que é a causa primária, todas as coisas acontecem imutável e infalivelmente, contudo, pela mesma providência, Deus ordena que elas sucedam, necessária, livre ou contingentemente, conforme a natureza das coisas secundárias” (CFW, 5.2). Crendo que Deus é o Soberano Governador, podemos descansar nEle, livres da ansiedade e de qualquer medo!].
2. Uma paz que excede todo o entendimento. No versículo 7, o apóstolo fala acerca da “paz de Deus, que excede todo o entendimento”. Ficando claro que a alegria e a paz são recíprocas entre si. Não há alegria sem paz interior. Esta é decorrência daquela. Essa paz vem do próprio Jesus: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá” (Jo 14.27). Em síntese, a paz de Deus transcende qualquer compreensão humana, pois não há como discuti-la filosófica ou psicologicamente. Há casos em que somente a paz de Deus acalma os corações perturbados. É a paz divina que excede — ultrapassa ou transcende — a todo o entendimento, pois não depende das circunstâncias. [Comentário: Paz perfeita é aquela que vem de Deus e chega até nós independente das circunstâncias. Mesmo quando nos encontramos no meio de uma grande tempestade, podemos sentir esta paz. Foi o próprio Jesus que nos prometeu dar a Sua paz. Ele disse: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá” (Jo 14.27). A certeza de que o Senhor sempre está conosco nos momentos de angústia, medo, sofrimento, nos deixa mais confiantes e seguros. O próprio rei Davi diz ao Senhor ... "Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá. Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz à roda de mim. Nem ainda as trevas me encobrem de ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa" (Sl 139.7-12)].
3. Uma paz que guarda o coração e os sentimentos do crente. Ainda no versículo 7, lemos que essa paz, dada por Cristo, “guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus”. O texto fala de “coração e sentimento”, cidadelas dos pensamentos e das emoções que experimentamos no cotidiano. A paz de Deus é uma espécie de muro em torno de uma casa, objetivando protegê-la dos perigos externos. Ela torna-se um guarda fiel para o crente. Que saibamos, em Cristo, ouvir o belo conselho do sábio: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida” (Pv 4.23). [Comentário: Paulo define ainda esta paz sobrenatural como o que excede todo o entendimento. Ela transcende o poder intelectual humano, análise humana, insights humanos, e da compreensão humana. É superior a humanos conspiradores e dispositivos humanos e soluções humanas. Sua fonte é o Deus cujas decisões são insondáveis e cujos caminhos são insondáveis (Rm 11.33). É vivenciada em uma calma transcendente que levanta o crente acima do julgamento mais debilitante. Uma vez que é uma obra sobrenatural, ela resiste a qualquer compreensão humana. O verdadeiro desafio da vida cristã não é eliminar todas as circunstâncias desagradáveis, é confiar no bom propósito de nosso infinito, santo Deus, soberano e poderoso em cada dificuldade. Aquele que honrá-lo por confiar nele vai experimentar as bênçãos de Sua paz perfeita. Phroureo (vontade de guarda) é um termo militar utilizado pelos soldados ocupando seus postos. A imagem teria sido familiar aos Filipenses, haja visto que os exércitos romanos estacionavam as tropas em Filipos. Assim como os soldados montam guarda para proteger uma cidade, Deus monta guarda para conceder paz e proteger os crentes que confiam Nele. O uso que Paulo faz dos corações e mentes na mesma frase, não tem a intenção de distinguir os dois, ele estava apenas fazendo uma referência abrangente a pessoa interior do crente. Mais uma vez, Paulo lembra a seus leitores que a verdadeira paz não está disponível através de qualquer fonte humana, mas só em Cristo Jesus].
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A paz divina que o Senhor nos concede excede a todo o entendimento, pois não depende das circunstâncias.
CONCLUSÃO
A Carta aos Filipenses, em sua completude, destaca a alegria do Senhor como uma virtude de sustentação da vida cristã. Não se trata de alegria passageira ou meramente emocional. A alegria do Senhor alimenta a nossa alma e produz paz e segurança, porque essa “paz é como uma sentinela celestial” que nos guarda do mal. Ora, a alegria também é “fruto do Espírito” (Gl 5.22), pois a presença dela em nós produz uma vida interior que supera todas as nossas vicissitudes [Comentário: Várias palavras hebraicas e gregas são usadas na Bíblia para transmitir o conceito de alegria. Na realidade, a palavra “alegria” é encontrada mais de 150 vezes nas Escrituras. A alegria vem de Deus como resultado da fé e da obediência (Jo 15.10-11; Rm 15.13). A abundância de alegria está em proporção direta com a intimidade e a perseverança da caminhada do crente com o Senhor. O pecado na vida de um cristão pode roubar-lhe a alegria (Sl 51.8,12). Verdadeira alegria é evidente quaisquer que sejam as circunstâncias. O cristão cheio do Espírito continua a regozijar-se mesmo em meio a aflições (Tg 1.2-3). O propósito da alegria é proporcionar bênçãos ao cristão. A alegria o capacita a apreciar todas as bênçãos dadas por Deus – saúde, família, amigos, oportunidades e salvação. À medida que o crente experimenta verdadeira alegria, pode, então, ser repartida com outros (Rm 12.15). Alegria abundante é um fruto do Espírito Santo para aqueles que caminham em fé].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Extraído do Blog: auxilioebd

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