quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

LIÇÃO 10: ADORANDO A DEUS EM MEIO A CALAMIDADE



SUBSÍDIO I

O que fazer quando uma nação se divide? Quando a aliança que outrora a unia se faz quebrada? Foi o que aconteceu com o Israel do período posterior ao reino do rei Salomão. Mediante a decisão do rei Roboão, filho de Salomão, em aumentar mais vezes o imposto que já era pesado, houve uma rixa inevitável entre as dez tribos do Norte e as duas do Sul. O reino se dividiu, por consequência, a religião também. Agora não haveria somente Judá e Jerusalém, haveria Israel e Samaria. A divisão foi tão aguda que persistiria até a época de Jesus: “Jesus enviou estes doze e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho das gentes, nem entrareis em cidade de samaritanos” (Mt 10.5). Samaritanos e judeus não se davam, pois devido ao acúmulo de rixas e de desentendimentos irreparáveis em relação à Lei, ambos os grupos optaram pela divisão.
Os samaritanos passaram aceitar como escritos inspirados o Pentateuco, e os profetas foram por eles rejeitados por causa da sua origem do sul. Os samaritanos também não aceitavam que o verdadeiro templo ficava em Jerusalém nem que o monte verdadeiro chamava-se Sião. Para eles, Samaria era a capital sagrada e o Monte Gerezim, o monte do único templo. Claro que para chegar a esse ponto foi necessário um trabalho complexo de aculturação religiosa. Jeroboão foi a pessoa fundamental para construir a religião dos samaritanos (1 Rs 12.26-33).
Nesse contexto de lutas e desentendimentos étnicos, surge o rei Josafá de Judá. Podemos classificar o reino do rei Josafá como um dos instrumentos importantíssimo para um reavivamento espiritual para a nação de Israel. A característica desse reinado ressalta isso. O cuidado com a instrução do povo em relação à Lei de Deus, ordenando os levitas e sacerdotes que ensinassem publicamente a Palavra da Lei. O resultado foi o temor do Senhor sobre a nação e sobre os reinos ao redor de Judá (2 Cr. 17.7-10).
Assim como as Escrituras mostram que num contexto de idolatria e imoralidade Deus pode reavivar o seu povo, a História da Igreja também mostra que em momentos difíceis da Igreja, Deus restabeleceu seus “púlpitos”, a Palavra teve primazia e um desejo incomensurável de buscar a Deus em oração devorava os corações dos irmãos. Isso aconteceu na Inglaterra, na Grã-Bretanha, na América, na África, na China, na Manchúria, na Coreia, na Índia e em muitos outros lugares. É possível um grande
avivamento em meio à crise!

 Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 68 – out./nov./dez. de 2016. 

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Na aula de hoje estudaremos a respeito do reinado de Josafá, o quarto rei de Judá que foi entronizado aos 35 anos de idade, sendo co-regente com seu pai, Asa, por três anos (I Rs. 22.41-50). A partir da crise política que se estabeleceu nesse reinado, podemos extrair orientações a respeito de como a política dos homens interfere na vida das pessoas, favorecendo seu bem-estar, ou resultando em dificuldades. Ao final, destacaremos a importância de buscar o Reino de Deus, diante das limitações dos governos humanos. 

1. A POLÍTICA DE JOSAFÁ

Quando estudamos a respeito da política de Josafá, constatamos que não se diferencia muito do que temos visto na política mundial. Mas é preciso, antes de qualquer comparação, destacar que Israel e Judá, no contexto das Escrituras, estavam diante de uma teocracia. Por esse motivo, não podemos fazer aplicações indevidas para qualquer país, tendo em vista que Deus, nos dias atuais, não tem preferência por uma nação específica. O tratamento do Senhor, na conjuntura atual, é com Sua Igreja, a qual foi comprada e remida pelo precioso sangue de Cristo. Mas naqueles tempos, é dito que Deus era com Josafá, pois “andou nos primeiros caminhos de Davi, seu pai” (II Cr. 17.3). Como um rei que estava a serviço do Senhor, Josafá ordenou aos levitas e sacerdotes que fossem às cidades de Judá, e ensinassem o livro da Lei do Senhor. Constatamos, assim, que seu reinado possibilitou um avivamento nacional, na medida em que as pessoas se voltavam para Deus, e abandonavam seus ídolos (II Cr. 17.8,9). A política de qualquer governante deve possibilitar a liberdade de culto. É isso que se espera de um país laico, que todas as confissões de fé sejam respeitadas, contanto que essas não desrespeitem a dignidade humana. Não devemos ter a menor pretensão de ter uma nação evangélica, se assim fizermos, estaremos, em tese, apoiando as nações que se dizem islâmicas. Os países que fizeram opção por uma religião, findaram por perseguir os grupos religiosos minoritários. O estado laico, e a liberdade de culto, inclusive de evangelismo, deve ser o marco legal no qual nos fundamos. 

2. O CONTURBADO GOVERNO DOS HOMENS

A política dos homens, desde os tempos bíblicos, é bastante conturbada. Josafá tornou-se rico e próspero, e posteriormente, deixou de confiar em Deus, e passou a depender das suas capacidades. No contexto da teocracia judaica, essa seria uma opção desastrosa, pois traria sérias consequências sobre a nação. Josafá findou por fazer alianças indevidas, com governantes como Acabe, que juntamente com sua esposa, Jezabel, estabeleceu o culto a Baal no Norte. A política dos homens não costuma buscar o bem-estar comum das pessoas, a maioria dos governantes está interessada apenas em se beneficiar dos recursos públicos. As alianças entre os partidos são feitas, não para a suposta governabilidade, mas como balcão de desvio de verbas. É isso que temos testemunhado na política brasileira nesses últimos anos. Independentemente dos partidos políticos, e das tendências mais à esquerda ou direita, predomina os interesses privados, e a pressão das grandes corporações e da mídia que são por elas patrocinadas. Se meditarmos na história de Israel, registrada nos livros de Reis e Crônicas, veremos que a ciclo se repete. Os reis foram conduzidos pelo desejo desenfreado pelo poder, e para se manter em seus postos, fizeram conchavos com os sacerdotes, que apoiavam suas causas. Mas Deus sempre levantou seus profetas, a fim de denunciar os males morais, espirituais e sociais dos monarcas. Nos tempos de Josafá Deus usou Jeú para repreendê-lo, e para mostrar os riscos da aliança feita com Acabe (II Cr. 19.2).

3. A ESPERANÇA NO REINO DE DEUS

Nos dias atuais, não devemos pactuar com qualquer governo, a Igreja não deve ser confundida com um partido político. O partidarismo político dentro da igreja pode dar vazão à carne, e promover divisões. Como cristãos, temos o direito de votar individualmente em qualquer candidato. Ninguém deve ser constrangido dentro da igreja por causa da sua opção política. Há crentes que rotulam os irmãos entre aqueles que são de direita e os que são de esquerda. Nesses últimos dias surgiu até uma forma pejorativa de se referir a alguns crentes: “esquerdopatas”. Esses sequer têm direito de se posicionarem nos contextos eclesiásticos, sem que sejam repreendidos. Há quem os considerem “desviados” da fé cristã nas postagens das redes sociais. Existem “sacerdotes” que estão incitando esse tipo de ódio, talvez porque estejam recebendo algum benefício dos “monarcas”.  É preciso ressaltar que os cristãos não devem ser de direita, muito menos de esquerda, antes de cima, não devemos nos comprometer com ideologias humanas, somente assim seremos “profetas”. Como cristãos, devemos continuar orando em prol do Reino de Deus, e vivendo a partir dele. Enquanto isso não acontece, vamos investindo em práticas que desconstruam o império injusto e ganancioso das trevas. Como cidadãos, devemos usar do direito de votar, e de ser votado, dependendo sempre da sabedoria do alto, e não deixando que os interesses particulares se sobreponham aos públicos. E o principal, que as necessidades fundamentais do ser humano, sobretudo saúde, educação e segurança, sejam garantidas. 

CONCLUSÃO

Josafá, no contexto de um governo teocrático, se dispôs a andar nos caminhos do Senhor, até que resolveu fazer alianças indevidas, a fim de se manter no poder, e buscar uma falsa segurança. Essa continua sendo uma prática comum na política dos homens. Como cristãos, devemos nos opor às práticas governamentais que visam cercear o direito dos mais pobres. Ao mesmo tempo, faz-se necessário considerar o realismo bíblico, e saber que somente no Reino de Cristo, quando Ele vier em glória, a justiça correrá como um rio (Am. 5.24).


Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa

Extraído do Blog subsidioebd

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