sábado, 17 de dezembro de 2016

LIÇÃO 12: SABEDORIA DIVINA PARA A TOMADA DE DECISÕES

SUBSÍDIO I

No livro de Provérbios 7.4 está escrito: "Dize à Sabedoria: Tu és minha irmã; e à prudência chama tua parenta”. Podemos dizer que o livro dos Provérbios é a obra da sabedoria do povo de Deus da Antiga Aliança. É um livro tão importante para o dia a dia da vida que lê-lo uma vez por mês torna-se imperioso, pois um capítulo por mês de Provérbios é o convite para passar o ano todo refletindo sobre a sabedoria do povo de Deus e, direcionado pelo Espírito Santo, viver a verdade da Palavra nos momentos mais críticos da existência.
No momento de crise não adianta pensar em fazer grandes e novas experiências para livrar-se dela. O mais inteligente é olhar para trás e aprender com os antigos aquilo que eles fizeram e aprendermos com eles para resolvermos a crise de uma vez e, posteriormente, aperfeiçoarmos o que precisa ser aperfeiçoado e desenvolvido.
O livro de Provérbios está nesse contexto, ele nos ensina um conselho que pode e deve ser aplicado ao longo da vida, seja em qualquer época ou em qualquer circunstância: “O temor do SENHOR é o princípio da ciência; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução" (1.7), Ora, quem despreza a sabedoria ou o bom conselho ou a boa instrução, a Bíblia o chama de louco. Sim, é louco por que como pode uma pessoa não tomar algumas ações com o sucesso mais do que comprovado a pretexto de parecer antiquado?
Não. Sabedoria não é conhecimento. O possível ser uma pessoa profundamente culta, cheias de graduações, mestrados, doutorados e ser completamente tola, displicente e imatura. O contrário também é verdadeiro: é possível uma pessoa analfabeta ser essencialmente sábia, prudente e madura para toda boa obra. Porque a sabedoria não é uma virtude teórica a ser provada num laboratório de ciência, mas uma virtude que acontece e se constrói na prática da vida diária.
Nesses dias difíceis precisamos mais da sabedoria do alto. A epístola de Tiago nos convida a pedir ao Senhor: “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada” (Tg 1.5). Tiago ainda nos lembra que essa sabedoria se demonstra nas seguintes atitudes: bom tratamento, obras em mansidão de sabedoria, pureza, pacifismo, moderação, sentimento de misericórdia, bons frutos, imparcialidade e transparência. Peçamos a Deus que nos preencha com a sabedoria do alto neste tempo de crise

 Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 68 – out./nov./dez. de 2016. 

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

A aula de hoje terá como tema central a importância da sabedoria divina para a tomada de decisões. O personagem central do estudo será Salomão, e a capacitação que ele recebeu de Deus, para conduzir Israel. Inicialmente mostraremos que essa foi uma sabedoria do alto, em seguida, destacaremos a figura do monarca, ressaltando suas habilidades diante do reino, e ao final, refletiremos sobre sua capacidade administrativa para tomar decisões. 

1. A SABEDORIA DIVINA

A sabedoria de Salomão não era meramente humana, ela tinha uma procedência sobrenatural, fora dada pelo próprio Deus. Não estamos afirmando que tudo que esse rei fez foi correto. Longe disso, diferentemente do seu pai Davi, Salomão foi um rei extravagante, que impôs um jugo pesado sobre o povo, e um político que se fiou em seus acordos. Mesmo assim, Deus esteve com ele, auxiliando-o nos momentos difíceis. Ele é reconhecido nas Escrituras, especificamente na genealogia de Jesus (Mt. 1.6,7), e tido como um exemplo de esplendor (Mt. 6.29) e sabedoria (Mt. 14.22). A identificação mais comum em relação a Salomão diz respeito à construção do templo (At. 7.47), um símbolo da religiosidade israelita. O nome Salomão vem do hebraico “shalom” que quer dizer “paz”. A vida desse monarca está repleta de paradoxos, uma demonstração desses é a construção do templo, que durou sete anos, e de um palácio para ele, que demorou treze anos (I Rs. 6.37 – 7.1). Ao mesmo tempo em que Israel alcançou um considerável poder político, experimentou uma derrocada espiritual. O próprio rei é uma demonstração desse retrocesso, pois por causa das suas alianças políticas, e dos seus casamentos com mulheres pagãs, precisou ser disciplinado pelo Senhor (I Rs. 11). Ele começou bem, andando nos preceitos de Davi, seu pai (I Rs. 3.3), de modo que o Senhor lhe ordenou: “pede-me o que queres que eu te dê” (I Rs. 3.5). Ele reconhecendo que não seria fácil suceder a Davi, condição que carregaria ao longo da existência, pediu ao Senhor sabedoria, para conduzir o povo de Israel. 

2. DADA POR DEUS A SALOMÃO

Em duas ocasiões o Senhor se revelou a Salomão em sonhos, e em uma dessas situações, o monarca se apresentou humildemente perante Deus, reconhecendo-se como “servo”. Ele sabia que teria o desafio de construir um templo, que seria dedicado ao Deus de Israel. Diante desse desafio, confessou suas limitações, e buscou a graça de Deus (I Rs. 3.6-9). Por fim, em sua oração, Salomão pede ao Senhor que lhe dê sabedoria para governar a nação (I Rs. 3.9). Não se trata de uma sabedoria para a vida espiritual, antes de um conhecimento prático, a fim de tomar as decisões acertadas. Esse tipo de sabedoria pode ser identificada no livro de Provérbios, boa parte deles escritos por Salomão, no qual encontramos ditos que revelam a praticidade do conhecimento do rei (Pv. 3.1-18). No contexto de um governo teocrático, Salomão reconheceu que não poderia desempenhar sua função a contento a menos que fosse direcionado pelo Senhor. Uma demonstração dessa sabedoria nos é dada em I Rs. 3.16-28, no caso do julgamento de duas mulheres que discutiam a maternidade de uma criança. Cada uma delas defendia ser a mãe de uma criança, era a palavra de uma contra a outra. Na verdade, uma delas havia roubado o filho da outra, e dizia ser seu. Elas foram até o rei, para arbitrar aquela situação complicada, mas Salomão, dependendo da sabedoria de Deus, propôs dividir a criança ao meio, e entregar uma parte a cada uma delas. Através dessa estratégia, a verdadeira mãe se revelou, o nome do Senhor foi glorificado, e a fama do rei se espalhou. 

3. PARA A TOMADA DE DECISÕES 

Assim como seu pai Davi, Salomão ficou conhecido como um grande administrador (II Sm. 8.15-18; 20.23-26). Ele escolheu as pessoas apropriadas para auxiliá-lo na condução dos trabalhos (I Rs. 4.1-6). Um líder sábio é capaz de perceber outros líderes, e mais que isso, de demonstrar humildade, para ouvir a opinião dos outros. Ele também não teve receio de dividir as atribuições, demarcar territórios administrativos, e delegar pessoas de confiança para governa-los (I Rs. 4.7-28). A liderança eficaz, sobretudo nos momentos de crise, acontece por meio da divisão de responsabilidades. O líder que não confia nas pessoas, e que sempre se sente acuado, dificilmente terá êxito em seus intentos. Por outro lado, Salomão falhou onde a maioria dos líderes fracassam, no orgulho e na prepotência, ao se colocar no centro das atenções. Ele começou a se vangloriar dos presentes que recebia das nações vizinhas. E contrariando a lei de Deus, multiplicou os seus cavalos (Dt. 17.16), chegando mesmo a construir cidades especiais, somente para abrigá-los (I Rs. 4.26). No período da meia idade, Salomão substituiu a sabedoria de Deus pelo conhecimento humano. Ele se transformou em um “mero” cientista, ao invés de atentar para o Criador, centrou sua atenção apenas na criação. Os escritos dos Provérbios, boa parte deles escritos por esse sábio, servem de orientações práticas para a vida, se interpretados adequadamente, sem fazer generalizações. Salomão, a fim de manter-se no poder, acabou fazendo uma série de alianças, algumas delas bastante prejudiciais, tanto para ele, quanto para o povo de Israel.

CONCLUSÃO

A redenção de Salomão se encontra no livro de Eclesiastes, nas páginas daquele livro sapiencial acompanhamos a análise de um homem que se tornou rei, e que colocou seu coração em coisas que não agradavam a Deus. No final de tudo, chegou a uma conclusão que deve ser observada por todos aqueles que querem encontrar a verdadeira sabedoria: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; por isto é o dever de todo o homem” (Ec. 12.13). Essa é a sabedoria que vem de Deus, esse é, de fato, o princípio da sabedoria (Pv. 1.7).

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Na lição de hoje estudaremos os últimos dias do reinado de Davi e a escolha de seu sucessor. Veremos que, embora houvesse uma crise familiar e política, Deus estava no controle daquele processo e não permitiria que um usurpador assumisse o reinado. Salomão ascendeu ao trono em um tempo de crise, mas Deus o abençoou, concedendo-lhe sabedoria para reinar com justiça e equidade. Seu reino foi um dos mais prósperos e abençoados de Israel. [Comentário: Os capítulos 13 a 19 de 2º Samuel registram problemas familiares que levaram a uma guerra civil em Israel. Os problemas começaram com os filhos de Davi. Amnon estuprou sua meia-irmã, e Absalão se vingou e matou Amnon. A vingança e violência por parte de Absalão levaram ao seu afastamento de Davi, e este filho rebelde chegou a se levantar contra o próprio pai, tentando tomar o reino de Davi. Depois de uma guerra fratricida, Absalão foi morto e Davi continuou seu reinado. O fato de Salomão haver sucedido a Davi mostra a soberania divina no curso da história - "Eis que o filho que te nascer será homem de repouso; porque repouso lhe hei de dar de todos os seus inimigos em redor; portanto, Salomão será o seu nome, e paz e descanso darei a Israel nos seus dias" (1Cr 22.9). Em 1Cr 28.8 é dito que a condição prévia, para que o reino de Salomão fosse estabelecido, era ele viver em obediência e fidelidade a Deus. Salomão, no início, seguiu os conselhos do seu pai, embora posteriormente tenha se afastado de Deus (1Rs 2.4; 11.1). O encargo que Davi deu a Salomão foi que conhecesse a Deus, servisse a Ele e o buscasse "com um coração perfeito e com uma alma voluntária".] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?

I. CRISE FAMILIAR NO REINO DAVÍDICO

1. A velhice do rei (1Rs 1.1-4). Davi já estava com uma idade bem avançada e ainda não havia escolhido o seu sucessor. A demora em passar o reinado gerou uma crise entre seus filhos e no reino. A hora de encerrar uma carreira é tão importante quanto o seu começo, é preciso saber escolher e formar sucessores. Diante da fragilidade de Davi, Adonias, intitulou-se rei (1Rs 1.5). Ao que tudo indica, ele era o primogênito e o primeiro na linha sucessória. Mas Deus escolhe quem Ele quer. Davi também não era o primogênito, mas foi escolhido pelo Senhor para substituir Saul. O texto bíblico diz que Adonias nunca tinha sido contrariado por seu pai (1Rs 1.6). Parece que ele não foi disciplinado, por isso, passou por cima de todos para conseguir aquilo que desejava. A falta de disciplina causa sérias crises no relacionamento familiar. Portanto, discipline seus filhos com amor e sabedoria. [Comentário: Depois do seu nascimento, Salomão só ressurge no registro bíblico na época da velhice de Davi. Davi, sem dúvida por causa da promessa de Deus, jurara anteriormente a Bate-Seba que Salomão lhe sucederia no trono. Isto era do conhecimento do profeta Natã (1Rs 1.11-13, 17). Não se declara se Adonias, meio-irmão de Salomão, sabia deste juramento ou da intenção de Davi. De qualquer modo, Adonias tentou conseguir o trono de maneira similar ao que fez Absalão. Talvez por causa da fragilidade do rei e por Adonias ter o apoio de Joabe, o chefe do exército, e de Abiatar, o sacerdote, ele confiasse em ser bem sucedido. Não obstante, era um ato de traição, um esforço de se apoderar do trono enquanto Davi ainda vivia, e sem a aprovação de Davi ou de Deus. Também, Adonias revelou sua ardileza ao providenciar um sacrifício em En-Rogel, onde pretendia ser proclamado rei, mas convidou apenas os outros filhos do rei e homens de Judá, os servos do rei, não convidando Salomão, Natã, o profeta, e Zadoque, o sacerdote, e os poderosos que haviam lutado ao lado de Davi, inclusive Benaia, líder deles. Isto indica que Adonias considerava Salomão rival e obstáculo para as suas ambições (1Rs 1.5-10).http://www.personagembiblico.com/2011/06/salomao-o-sucessor-de-davi.html#sthash.TwOETyE1.dpuf]

2. Adonias e os valentes de Davi. O sacerdote Zadoque, o profeta Natã e os valentes de Davi não apoiaram a atitude de Adonias, pois ele estava desrespeitando o rei publicamente e usurpando o trono. A crise familiar e política estava instalada no reino. Natã, como profeta, não poderia se calar diante de tal situação. O profeta de Deus precisa ter compromisso com a verdade e a justiça e não compactuar com o erro, mesmo que isso lhe traga prejuízos. Natã foi até a mãe de Salomão, e contou-lhe o que estava acontecendo. Isso nos mostra que Davi, em algum momento, já teria mencionado aos seus valentes que Salomão seria o seu sucessor. [Comentário:Adonias foi o quarto filho do Rei Davi. No Templo de Jerusalém recebeu o apoio e o incentivo do sacerdote Abiatar e do general do exercito israelita Joab. Dos filhos de Davi, Amnom era o mais velho, Absalão, o terceiro, ambos mortos (2Sm 13.28; 18.15). O texto bíblico não fala sobre Quileab, o segundo, portanto, Adonias podia acreditar ser o legítimo sucessor de seu pai, julgado já muito velho para governar. De fato, ele era pretensioso e sonhava em herdar de seu Pai a monarquia de Judá e para que isto acontecesse armou uma conspiração. Adonias desprezou a Vontade de Deus (1ª Rs. 2: 15) ele sabia que o plano Divino era que Salomão fosse entronizado após Davi. Natã entra mais uma vez em ação pela causa justa, se dirige primeiramente à mão de Salomão (v. 11-14), Bate-Seba vai então até Davi (v. 15-21) e Natan a Alcança para se dirigir ele mesmo ao rei (v. 22-27). A atitude de Natã visa assegurar que Davi nomeie Salomão.]

3. A atitude de uma mãe em meio à crise. Bate-Seba teve um papel importante na sucessão do reino. Ela tomou a atitude certa na hora certa. A mãe de Salomão foi até Davi e relata-lhe tudo o que estava acontecendo. Ao ouvir as notícias, Davi ordenou que Salomão fosse ungido rei. A tentativa de golpe de Adonias fracassou. Ele, com medo de que Salomão mandasse matá-lo, agarrou-se às pontas do altar. Por que segurar as extremidades do altar? Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, “as pontas do altar simbolizavam a misericórdia, o perdão e a proteção de Deus”. Salomão não era um homem sanguinário, por isso ordenou que tirassem Adonias do altar e o trouxessem a sua presença, e Adonias teve que se prostrar diante de Salomão. Então o novo rei ordenou: “Vai para tua casa”. 
Antes de sua morte, Davi deu sábios e importantes conselhos ao seu filho Salomão (1Rs 2.2-4). Certamente não queria que este cometesse os mesmos erros que ele. Depois de aconselhar o rei, Davi partiu a estar com o Senhor. [Comentário: Bate-Seba é identificada não como a mulher de Davi, mas como a mãe de Salomão, o que sugere que ela deverá defender a causa de seu filho. Davi teve com Bate-Seba mais quatro filhos, incluindo Salomão, que sucedeu ao trono de Israel (I Crônicas 3:5). O profeta Natã havia dado a Salomão o nome de Jedidias, que significa literalmente “Amado do Senhor”. Este seria também alguém usado por Deus em seu serviço, pois se tornaria rei em lugar de seu pai e seria o responsável pela construção do templo de Jerusalém (2Cr 3.1-2).]

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“Adonias, o quarto filho de Davi, rebelou-se contra o seu pai e proclamou-se rei de Israel, embora Deus e também Davi tivessem designado Salomão como o próximo rei (5.17,30; 2.15). (1) Até à sua morte, Davi teve problemas com seus filhos. Apesar do seu conceito de bom governante, foi um grande fracasso como pai, negligenciando ou deixando de ensinar, guiar e ‘contrariar’ seus filhos de modo correto, segundo os preceitos de Deuteronômio 6.1-9. Como resultado, Davi em sua vida sofreu muitas mágoas e tristezas. Seu primeiro filho, Amnom, violentou sua meio-irmã Tamar, e a seguir foi morto pelo seu meio-irmão Absalão (2Sm 13.1-33). O terceiro filho de Davi, Absalão, rebelou-se contra o pai e intentou matá-lo. Agora, seu quarto filho rebelou-se e posteriormente foi executado por Salomão (1Rs 2.23-25). Por Davi não executar a vontade de Deus no tocante à família, experimentou uma série de tristezas no decurso de sua vida. O fruto do discipulado mais importante na nossa vida é o nosso empenho para, de todo o coração, sermos sempre fiéis ao nosso cônjuge e a nossos filhos, e conduzi-los num viver segundo a vontade de Deus, mediante o ensino e o exemplo” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, p.518).

II. SALOMÃO BUSCA SABEDORIA PARA REINAR

1. O novo rei. Salomão amava ao Senhor. Por isso, procurou obedecer aos estatutos de seu pai e a lei de Moisés (1Rs 3.3). Depois de ser coroado, subiu até Gibeão e ali ofereceu a Deus o seu sacrifício. Esse era um gesto de gratidão e adoração ao Senhor. Salomão demonstrou não estar preocupado em obter poder, riquezas ou fama. Ele buscou, antes de tudo, a presença de Deus. Procurou também adquirir sabedoria para governar o seu povo com equidade e justiça. Em Gibeão, Salomão teve uma experiência marcante com o Deus de seu pai. [Comentário: O encargo que Davi deu a Salomão foi que conhecesse a Deus, servisse a Ele e o buscasse "com um coração perfeito e com uma alma voluntária". Conhecer a Deus significa ter conhecimento prático da sua pessoa e dos seus caminhos e permanecer em profunda comunhão com Ele e com sua Palavra (Jo 17.3; 15.4). Buscar a Deus significa desejar a sua graça, o poder do seu reino e a retidão de tal maneira, que oramos continuamente, pedindo sua presença ativa em nossa vida e buscando diligentemente fazer a sua vontade (Mt 5.6). Salomão começou seu reinado com fé no Senhor e amor a Ele (v. 3). Orou pedindo sabedoria e um coração entendido (vv. 5-9). Deus se agradou do seu pedido (v. 10) e atendeu sua oração (vv. 11-14). A sabedoria que Deus deu a Salomão, porém, não era uma garantia de que ele sempre andaria em retidão. Por essa razão, Deus acentuou que a vida longa de Salomão dependeria de "andares nos meus caminhos" (v. 14). A infidelidade de Salomão posteriormente, impediu a realização integral da vontade de Deus na sua vida (11.1-8).]

2. Salomão pede sabedoria a Deus. Ali em Gibeão, o Senhor apareceu a Salomão em sonhos e disse: “[...] Pede o que quiseres que te dê” (1Rs 3.5). Em tempos de crise econômica o que você teria pedido? Salomão sentiu o peso da responsabilidade de governar um povo. Por esse motivo, não pediu riqueza ou outra coisa que lhe trouxesse vantagens pessoais. Ele pediu sabedoria para governar com justiça. De que adianta ter bens materiais e ser um tolo? O melhor bem que podemos receber de Deus é a sabedoria. Ela ajuda-nos a enfrentar todas as crises de forma correta. Peça a Deus sabedoria para liderar sua família, seus bens e a obra do Senhor. [Comentário: O que é sabedoria? Hernandes Dias Lopes escreve: “Sabedoria é o uso correto do conhecimento. Uma pessoa pode ser culta e tola. Hoje se dá mais valor à inteligência emocional do que a inteligência intelectual. Uma pessoa pode ter muito conhecimento e não saber se relacionar com as pessoas. Ela pode saber muito e não saber viver com ela e com os outros. Sabedoria é também olhar para a vida com os olhos de Deus – A pergunta do sábio é: em meus passos, o que faria Jesus? Como ele falaria, como agiria, como reagiria? Cristo não foi um mestre da escola clássica. Ele ensinou os seus discípulos na escola da vida. Ensinar a sabedoria é mais importante do que ensinar fórmulas de matemática” http://hernandesdiaslopes.com.br/portal/qual-e-a-sua-sabedoria-terrena-ou-celestial/. Tiago 1.5 afirma que a sabedoria é um dom de Deus. Davi aconselha Salomão: “Adquire a sabedoria” (4.5); “Não abandone a sabedoria” (4.6); “Não deixe a sabedoria ir embora” (4.13); “Ame a sabedoria” (4.6), e “Abrace a sabedoria” (4.8). Notadamente, aqueles que buscam a sabedoria têm qualidade superlativa de vida física e espiritual. Provérbio 4.18 fala que “a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito”. Os justos são guiados pela Palavra que é luz para os nossos pés.]

3. O desejo de construir um Templo para Deus. Davi desejou reunir o povo de Israel em um só lugar para adorar a Deus. Ele desejou e se esforçou para isso, ajuntando materiais que seriam necessários à construção da Casa de Deus. Mas o Senhor não permitiu que Davi construísse o Templo, pois ele havia empreendido muitas batalhas. Todo o material, o projeto, bem como toda a liturgia da vida religiosa foram providenciados por Davi e entregues a Salomão. Construir uma casa para Deus era uma necessidade e iria contribuir para a união das famílias e o fortalecimento do reino de Israel. Deus deu a Salomão sabedoria e todos os bens necessários para a construção do Templo. Estamos vivendo uma das piores crises econômicas do país, mas o Senhor não deixará faltar a provisão para a sua Casa. Não se preocupe, confie. [Comentário: O Templo foi erguido em Jerusalém, sobre o monte Moriá, lugar em que Abraão esteve preste a oferecer seu filho Isaque ao Senhor, e onde Davi encontrou e apaziguou o anjo destruidor quando o mesmo realizou um senso do povo, o anjo estava visível acima da eira de Ornã o Jebuseu (Gn 22.2; 1Cr 21.15,17 e 27; 2Cr 3.1). Davi desejou edificar o templo, porém Deus não o permitiu por causa de suas mãos sujas de sangue (1Cr 22.7,8), porém projetou e ajuntou material necessário para a construção (1Cr 22.14 e 17). Antes do templo o único lugar onde as pessoas poderiam adorar a Deus era no Tabernáculo que era dividido em três partes: Átrio (era o lugar onde todo o povo podia ficar), Santuário (onde só os sacerdotes podiam entrar) e o Santo dos Santos (era onde ficava a Arca da Aliança que representava que Deus estava presente e só o sumo sacerdote podia entrar lá e uma vez no ano). “Os templos são tipicamente classificados por arqueólogos com base no arranjo das câmaras, através das quais se ganha acesso às recâmaras internas, e pela orientação do cenáculo principal onde a presença do deus é representada. Os templos antigos seguiam dois tipos de arquitetura: a do “eixo direto” permitia à pessoa entrar em uma linha direta do altar para o santuário interno. Em contrapartida, a do “eixo curvado” requeria uma curva de noventa graus entre o altar e o lugar onde a divindade estava. No modelo arquitetônico do “eixo direto” a porta pela qual se entrava no santuário era retangular e poderia daí seguir-se a uma parede pequena ou longa. O templo de Salomão era do tipo “eixo direto”, mas a singularidade do estilo dele estava em que o santuário era quadrado e não retangular. O templo foi pensado por judeus e este estilo quadrado, sem igual, aparece novamente na visão apocalíptica de João, em Apocalipse. A visão dele mostra o céu e a Terra vindo juntos (Apocalipse 21 22)!” http://pib7joinville.com.br/estudos/entendendo-e-vivendo/183-salomao-constroi-o-templo.html. 

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“Promessas de Deus (1Rs 3.10-14)
Salomão pediu verdadeira sabedoria, não simplesmente inteligência. O conceito hebraico de sabedoria sempre envolve a habilidade para ‘distinguir entre o certo e o errado’.
Deus respondeu com três promessas incondicionais e uma condicional. Foi garantido a Salomão sabedoria, riqueza e honra. Foi-lhe prometido vida longa ‘se andar nos meus caminhos’. Promessas incondicionais também são dadas a nós. Ainda que algumas bênçãos permaneçam condicionadas à nossa obediência” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, p.223).

III. SABEDORIA PARA EDIFICAR O TEMPLO

1. Salomão faz aliança com Hirão (1Rs 5.1-6). Em vez de fazer guerras com as nações vizinhas, para aumentar o espaço geográfico e as riquezas, Salomão usou de sabedoria para com Hirão, rei de Tiro, na Fenícia, que lhe forneceu toda a madeira para a construção do Templo. O cedro do Líbano era uma madeira nobre e de grande valor comercial. Essa cooperação mostrou que Deus estava abençoando Salomão e fornecendo o que era necessário para o Templo. Deus concedeu a Salomão sabedoria para fazer alianças. O Senhor também quer dar a você sabedoria para administrar, mesmo em tempos de crise financeira. [Comentário: O rei fenício Hirão de Tiro, enviou cedro do Líbano, carpinteiros e pedreiros para Jerusalém para construir um palácio para o rei Davi (2Sm 5.11). Da mesma forma, Hirão forneceu cedros e artesãos para o rei Salomão para a construção de seu próprio palácio, assim como o Templo de Jerusalém (2Cr 2.3,7; 1Rs 5.20). No mundo bíblico, o cedro do Líbano foi muito procurado como uma excelente fonte de madeira para a carpintaria antiga. A alta qualidade da madeira, seu agradável aroma e resistência tanto para a podridão como para os insetos tornou um material de construção popular para templos, palácios e navios. Salomão soube aproveitar a amizade e a boa vontade de Hirão para contratar com ele o suprimento da madeira de que precisava. Notemos que Salomão atribuiu ao SENHOR as vitórias do rei Davi e a paz de que agora gozava, e Hirão bendisse ao SENHOR por ter dado a Davi um filho sábio sobre o grande povo de Israel. Devemos sempre dar a Deus a glória pelas bênçãos que dEle recebemos.]

2. A construção do Templo. Muito do ouro e prata acumulados pelo rei Davi foram destinados à construção do Templo. A prata, o ouro e as pedras preciosas eram despojos de guerras. Antes de morrer e passar o trono a Salomão, Davi também entregou-lhe toda essa riqueza. Ele também contou com a contribuição voluntária dos príncipes das tribos e dos capitães (1Cr 29.6). Davi passou para o seu filho as plantas do Templo conforme o Senhor lhe dera (1Cr 28.11-19). Os trabalhadores e todo o Israel se dispuseram a fazer o melhor porque estavam felizes com o reino de Salomão. [Comentário: R David Jones escreve que “A obra da construção do templo é considerada tão importante, que o seu início é marcado pela contagem dos anos desde o êxodo do Egito, ou seja, 480 anos. Em nossa cronologia, assume-se que foi em 966 AC, tendo o êxodo ocorrido em 1.466 AC, aproximadamente. Levou 7 anos para ser construído. Salomão deu início à construção do templo no quarto ano do seu reinado e a terminou no undécimo, ou seja, sete anos depois. A construção foi feita com a maior reverência, sendo todas a pedras já preparadas nas pedreiras, de maneira que nem martelo, nem machado, nem instrumento algum de ferro fosse ouvido enquanto edificavam a casa”. http://www.bible-facts.info/comentarios/vt/1Reis/Aconstrucaodotemplo.htm. Segundo Flávio Josefo, 37 D.C, quando Jesus Falou do homem que vai construir um edifício, talvez lembrasse de Salomão. Na época de Jesus aqui em seu ministério terreno, Ele pregou no terceiro templo reedificado. O primeiro templo foi construído por Salomão; O segundo templo foi reedificado por Zorobabel (Esdras 3:6), e o terceiro foi reedificado por Herodes (Jesus nasceu sobre este reinado).http://www.teologiaclub.com/site/index.php?pagina=texto&id=69. Restava agora que Salomão seguisse os planos de Davi e construísse o templo. O templo seria o local que guardaria a arca da aliança e os objetos sagrados. Também era importante no âmbito político, pois simbolizava a unidade nacional,  o povo hebreu precisava estar unido e a melhor forma de uni-lo era através da religião. O templo congregaria pessoas de várias partes e simbolizaria a presença do Deus de Israel no meio do seu povo. O povo de Israel ficaria ao redor do templo adorando, bendizendo, fazendo petições e holocaustos a Deus.]

3. A Arca da Aliança. Salomão trouxe a Arca da Aliança que estava no Tabernáculo antigo para o local onde ela haveria de ficar. Ele sabia que a Arca representava a presença de Deus entre o seu povo. Agora ela haveria de ficar entre o povo e não mais em um lugar provisório. Atualmente não precisamos de uma Arca, ou algo parecido, para sinalizar a presença de Deus. O Senhor se faz presente pelo seu Espírito Santo, que habita o seu povo. 
No dia da inauguração do Templo, depois que os sacerdotes saíram do santuário, uma nuvem encheu a Casa do Senhor (1Rs 8.10). Os sacerdotes não puderam ficar de pé, tamanha era a glória de Deus naquele lugar. Então, Salomão louvou e orou diante do altar, abençoando todo o povo. [Comentário: O templo serviria para guardar os tesouros mais valiosos do reino, o mais valioso era a Arca da Aliança. A arca era uma caixa de 1,20 m de comprimento, 0,75 m de largura e 0,75 m de altura. Era feita de madeira de acácia e recoberta de ouro puro. Continha, num período anterior ao de Salomão, as duas tábuas dos Dez Mandamentos, um vaso com maná e a vara de Arão. Era um símbolo da presença e da glória de Deus, santificava o lugar onde repousava. A arca era transportada só por sacerdotes ou levitas. Transporte da arca para o templo Na festa dos tabernáculos, no mês de outubro, os sacerdotes levaram a Arca da Aliança para o templo, o rei Salomão e todo o povo se reuniu diante da arca e ofereceu sacrifícios de ovelhas e de bois, eram tantos os animais que não puderam ser contados. Os sacerdotes colocaram a arca no templo, dentro do santo dos santos e a colocaram debaixo das asas dos querubins. Quando os sacerdotes estavam voltando do santo dos santos, uma nuvem brilhante encheu o templo e foram obrigados a sair, porque a glória do Senhor estava enchendo o lugar. Então o rei Salomão orou ao Senhor e abençoa o povo agradecendo a Deus pela sua felicidade e pelas demais bênçãos. Também pediu a Deus que cumprisse a promessa de manter a descendência de Davi no poder, engrandece a Deus em sua oração e pede que proteja o templo de dia e de noite e que responda as orações suas e as do povo de Israel. Pede que a justiça  apareça para com as causas do povo e que Deus perdoe sempre  quando se mostrarem arrependidos de coração. Pede também a resposta  à oração dos estrangeiros.  Esta oração de Salomão é a mais longa registrada nas sagradas escrituras (1Rs 8.22-53). Salomão pede agora ao povo fidelidade a Deus e aos mandamentos e abençoa a população. A festa dos tabernáculos durou oito dias, ao final o rei despede o povo e o povo abençoa o rei e a arca toma seu lugar no templo, em meio a estas grandes solenidades. Depois de todas as obras materiais relativas ao templo serem concluídas, Deus responde à oração de Salomão fazendo um único pedido, que  seja fiel e obediente para que Deus possa cumprir as suas promessas. Aqui lembramos mais uma vez da aliança de Salomão com Deus, em que a obediência implica em bênção e desobediência em maldição. Três vezes por ano Salomão oferecia holocaustos e sacrifícios de comunhão sobre o altar que erguera a YHWH e queimava perfumes diante de YHWH. E assim acabou ele a construção do templo que demorou sete anos para ser concluída. Este texto foi extraído na íntegra de:http://www.galeon.com/projetochronos/chronosantiga/nsalomao/sal_temp.htm]

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“Salomão fortalece as relações com Tiro e faz contratos para materiais com os quais construirá o templo que Davi havia sonhado erguer (1Rs 5.1-12). Salomão convocou milhares de trabalhadores israelitas e, no quarto ano de seu reinado, começou a construção. A estrutura é magnífica, do melhor mármore e madeira de cedro, ricamente adornado com cobertura de ouro e mobiliado com utensílios de ouro. O projeto toma sete anos e, afinal, a construção é concluída.
A planta do Templo e seus utensílios são modelados a partir do modelo que Deus deu a Moisés para um centro de adoração móvel. Os utensílios do Templo, ainda que numa escala muito maior, tinham o mesmo significado espiritual que cada item correspondente no Tabernáculo” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, pp.224-225).

CONCLUSÃO

Aprendemos, com a lição de hoje, que Deus abençoou e prosperou Davi e o seu reino, embora ele tenha enfrentado muitas crises. Mas Salomão recebeu a dádiva da sabedoria, e o seu reino foi ainda maior e mais próspero. Ele teve o privilégio de usar sua sabedoria para construir a Casa de Deus, um lugar de adoração ao Senhor que contribuiu também para fortalecer a unidade nacional. O Pai Celeste também deseja dar a você sabedoria para viver uma vida santa e vencer as crises que surgirem em sua caminhada. [Comentário: O rei Salomão estava consagrando o templo de Jerusalém ao Senhor. Na festa de inauguração, a glória de Deus encheu o templo. O povo ao ver a gloriosa manifestação de Deus, prostrou-se e o adorou. Deus, então, apareceu a Salomão e fez-lhe uma promessa, dizendo que, em caso de crise e juízo sobre a nação, se o seu povo se voltasse para ele, então seus pecados seriam perdoados e sua terra seria curada. (2Cr 7.14)http://hernandesdiaslopes.com.br/portal/deus-sara-a-nossa-terra/. É verdadeiro que na mesma medida que a obediência produz bênçãos, a desobediência atrai maldição. Isto fica claro na história de Israel: quando a nação vira as costas para Deus, rejeitando sua lei, escarnecendo de sua palavra, entregando-se à toda sorte de aberrações morais, promovendo o mal e refreando o bem, o juízo divino torna-se inevitável. E o juízo deve começar pela casa de Deus. Por isso, só uma igreja quebrantada pode chamar a nação ao arrependimento. Só quando a igreja se humilha é que Deus visita a terra com cura (2Cr 7.14).]“NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa

Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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