SUBSÍDIO I
A Paz do Senhor, professor!
Preparado para o estudo e planejamento de mais uma lição? É importante que você
faça um resumo da aula anterior antes de dar início a nova lição. Em seguida
faça a seguinte indagação: “Quem foi Jacó?” Ouça os alunos com atenção. Depois,
faça um pequeno resumo a respeito da vida de Jacó, enfocando os aspectos
negativos e a sua transformação. Para auxiliá-lo, observe o texto abaixo:
“Jacó
Em hebraico, o nome ya’agob significa ‘apanhador de calcanhar’,
‘malandro’ ou ‘suplantador’. No sul da Arábia e na Etiópia, a palavra significa
‘que Deus proteja’ e vem do verbo ‘agaba’, ‘guardar’, ‘cuidar’ ou proteger’. A
raiz ‘agab’ é uma palavra semita geral que ocorre
nos nomes árabes pessoais, em inscrições acádias e aramaicas, assim como nos
idiomas saríaco e palmireno. O substantivo que significa ‘calcanhar’ ocorre em
hebraico, aramaico, siríado, árabe, ugarítico e acádio. O nome de Jacó era
assim um antigo membro da onomástica do Oriente ao invés de um nome unicamente
bíblico.
1. O patriarca. Jacó era o filho gêmeo mais novo
de Isaque e Rebeca; mais tarde chamado de Israel.
2. A vida na Palestina. O nascimento de Esaú e Jacó está
registrado em Gênesis 25.21-28. Isaque casou-se com Rebeca quando tinha
quarenta anos de idade. Rebeca, assim como Sara, era estéril. As orações de
Isaque por sua esposa foram ouvidas e atendidas. Ela deu à luz a dois meninos
gêmeos, que lutaram no útero assim como a posteridade de suas nações fez na
vida real. Esaú, o primeiro a nascer, foi assim chamado porque era peludo. O
segundo foi chamado de Jacó porque saiu do útero agarrado no calcanhar de seu
irmão. Os filhos gêmeos de Rebeca herdaram suas principais características.
Esaú herdou sua mente aberta; Jacó, sua astúcia. Esaú tornou-se um hábil
caçador, um homem do campo, a quem Isaque amava, porque este seu filho dava
carne de caça para comer. Em contraste, Jacó era calado, introspectivo e amado
por Rebeca, sua mãe.
3. A promessa. Deus prometeu a Abraão que
através de sua semente, Isaque, faria dele uma grande nação. Esta promessa foi
renovada em Isaque. A questão era, através de qual semente, Jacó ou Esaú? Esta
luta resultou em um conflito doméstico e forçou Jacó a viver sob constante tensão.
Gênesis 25.23 declara que pela escolha divina, Jacó seria herdeiro da promessa;
mas dois eventos interessantes ocorrem para implementar o propósito divino.
O primeiro é a compra do direito
de primogenitura de Esaú. Quando Esaú, o caçador, veio do campo faminto e de
mãos vazias, desejou um pouco daquele guisado, um cozido que seu irmão estava
preparando. Em condição faminta, Esaú negociou o seu direito de primogenitura.
Jacó insistiu em um juramento, considerado irrevogável. Então, através de uma
providência sagaz, Jacó adquiriu a reputação de seu nome e ganhou o direito de
primogenitura, que a sua ordem de nascimento não lhe dava. A intenção de Deus
estava tornando-se realidade com a ajuda de Jacó, embora o Senhor pudesse
realizar de uma forma diferente e sem a ajuda deste” (Dicionário Bíblico Wycliffe.7.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp. 1005, 1006).
“Israel
O novo nome de Jacó significa as
lutas dele com Deus. A palavra que tomamos como ‘luta’ é encontrada somente em
outro texto: Oseias 12.45. Alguns sugerem que ela pode indicar ‘perseverar’.
Jacó aprendeu a não resistir a Deus, mas lutar com Ele. Quão importante é não
somente estar no lado do Senhor, mas perseverar nesse compromisso. Em que
sentido foi o nome ‘Israel’ uma bênção? Ao dar a Jacó um novo nome, Deus
revelou a ele algo que ele havia se tornado — e o que continuaria a ser. Com
que nome o Senhor pretende abençoar você?” (RICHARDS, Lawrence O.
Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a
Apocalipse capítulo por capítulo. 9.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 42).
Sugestão didática:
Professor, reproduza no quadro
as questões abaixo. Peça que os alunos formem grupos. Em grupo eles vão
responder as questões. Em seguida peça forme um único grupo e discuta com eles
as respostas.
1. Deus escolhe pessoas para que
cumpram seus desígnios?
2. Quais os prejuízos causados
pelo favoritismo de Isaque e Rebeca?
Telma Bueno
Editora responsável pela
Revista Lições Bíblica Adultos
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Isaque teve dois filhos
gêmeos. Esaú tinha uma inclinação para o campo, para vida pastoril e também
para a caça. Jacó, ao contrário, pelo seu temperamento e por sua personalidade,
voltou- se para vida doméstica. Logo revelou ter um caráter oportunista e
usurpador, que o levou a enganar o pai com apoio da mãe. As consequências foram
duras em sua vida. O que plantou, colheu com grande sofrimento. Mas a
misericórdia de Deus o alcançou e o Senhor o escolheu para ser o pai das doze
tribos de Israel. [Comentário: Jacó era filho de Isaque e Rebeca, irmão gêmeo de Esaú e
neto de Abraão. Sua história ocupa vinte e cinco capítulos do livro de Gênesis.
Seu nome no texto grego da Septuaginta é traduzido como “aquele que segura pelo
calcanhar”, fato que, por ocasião de seu nascimento, Jacó, que nasceu depois,
segurando o calcanhar de seu irmão Esaú (o hebraico עקב ('aqev) significa
calcanhar) – esta é a origem do sentido secundário de ‘suplantador’, alguém
que, astutamente, toma o lugar de outro. Isso alude ao incidente em que Jacó
utilizou de engodo e tomou a bênção paterna de Esaú. Seu nome também pode ser
traduzido como "Enganador", pois a raiz do verbo "enganar"
em hebraico se escreve da mesma forma ('aqav). Isto explica a fala de Esaú no
versículo abaixo, que nunca fez sentido para mim em português: “Então disse
ele: Não é o seu nome justamente Jacó, tanto que já duas vezes me enganou?”
(Gn 27.36). Neste versículo Esaú faz um trocadilho com o nome do irmão Jacó. O
que ele quis dizer foi o seguinte: "O nome dele não é Jacó porque agarrou
em meu calcanhar, mas sim porque já duas vezes me enganou!" Extraído com algumas mudanças de: http://www.hebraico.pro.br/nomsig_jaco.asp. Eles nasceram para se tornarem personagens bem diferentes uma
da outra. Suas diferenças tornaram-se ainda mais irreconciliáveis quando Esaú
vendeu seu direito de primogenitura a Jacó, em troca de um prato de lentilhas
cozidas (Gn 25.30). Esaú vendeu sua primogenitura em um ato impulsivo, quando
não conseguiu caçar nenhum animal; e, estando com muita fome, vendeu aquele
direito por tão pouco. Os tabletes de Nuzi confirmam o fato de que o direito de
primogenitura podia ser vendido. Os intérpretes percebem uma espécie de
indiferença, por parte de Esaú, no tocante ao seu privilégio como primogênito.
Seria mesmo difícil explicar por que razão ele fez assim, a menos que ele
tivesse alguma atitude básica de indiferença para com seus direitos religiosos.
Metaforicamente, isso fala sobre sua indiferença espiritual sobre questões
importantes, um sinal típico do homem carnal. Esse foi o primeiro ato
suplantador de Jacó a ser registrado na Bíblia, por causa do que ele adquiriu o
seu nome. O segundo desses atos ocorreu quando ele enganou seu pai, Isaque, e
recebeu a bênção paterna que se destinava a Esaú (Gn 27). Tal bênção, uma vez
conferida, não podia mais ser revogada (Gn 27.33 ss), um detalhe igualmente
ilustrado nos tabletes de Nuzi. Dessa forma, Jacó tornou-se o porta bandeira da
promessa messiânica, e o cabeça da raça eleita, segundo aprendemos em Rm 9.10
ss. Esaú teve de se contentar então com uma bênção secundária, e com
territórios menos férteis que aqueles prometidos a Jacó, isto é, Edom.
Desnecessário é dizer que Esaú ficou furioso, tornando necessário que Jacó
fugisse. Jacó, pois, fugiu para a terra natal de Rebeca, em Padã-Harã (Gn
26.41—28.5). Rebeca tinha a esperança que Jacó se casasse com uma mulher dentre
a parentela dela, porquanto Esaú se casara com mulheres hititas [o que também
denota seu descaso para com as promessas feitas a Abraão e Isaque] (Gn 26.34 e
27.46).http://www.ebdareiabranca.com/2012/1trimestre/introducao.htm] Dito isto, vamos pensar maduramente a
fé cristã?
I. QUEM ERA JACÓ
1. O filho mais novo de Isaque. Seu nome, em hebraico, é Yaakov e significa "Deus protege". Ele
integra a lista dos três patriarcas hebreus, que marcaram a história de Israel:
Abraão, Isaque e Jacó. Sua história foi pontilhada de episódios dramáticos
desde o seu nascimento. Deus ouviu as orações de Isaque, pois Rebeca era
estéril (Gn 25.21). O texto diz que, no ventre, havia uma luta entre os bebés
(Gn 25.22). Jacó nasceu agarrado ao calcanhar do seu irmão. Diante disso, o seu
nome passou a ter o significado de "aquele que segura pelo calcanhar"
ou "suplantador". [Comentário: Os gêmeos Esaú e Jacó, filhos de Isaque e Rebeca, nasceram
em Beer-Laai-Roi, no Neguebe, extremo sul de Canaã. Estavam ainda no ventre da
mãe quando o Senhor disse a Rebeca: “...o mais velho servirá ao mais moço”.
Por nascer primeiro, Esaú tinha o direito da primogenitura e a bênção
patriarcal. Porém, Deus escolheu Jacó e o fez sucessor de Abraão e de Isaque na
linhagem patriarcal e messiânica. Jacó ganhou sua benção-herança merecida de
Isaque (Gn. 27:28-29). Mais tarde Isaque abençoou Esaú através de uma profecia
sobre a grandeza de Esaú, mas não tinha nada de substância para lhe dar (vv.
37,39). Ele tinha dado a Jacó a benção completa, não deixando nada para Esaú.
Ao dar a Jacó a plena herança, crendo que Jacó era Esaú, Isaque tinha
necessariamente deserdado Esaú, pensando que estava deserdando Jacó.]
2. O preferido de sua mãe. Isaque tinha preferência por Esaú, por que gostava da caça. Mas Rebeca
amava mais Jacó, por ser "varão simples, habitando em tendas" (Gn
25.27,28). Quando Isaque quis dar a bênção a Esaú, o primogênito (Gn 27.1-5),
Rebeca, numa demonstração clara do seu caráter astucioso, chamou Jacó e o
induziu a enganar seu pai (Gn 27.11,12,14,15). Enganado, Isaque abençoou Jacó
(Gn 27.27-29). Ao retornar da caça, Esaú descobriu que seu irmão tomara sua
bênção. Desesperado, recebeu do pai uma bênção menor (Gn 27.39,40). Cheio de
ódio, planejou matar seu irmão (Gn 27.41). Jacó teve que fugir ameaçado por
Esaú. Isaque percebeu que Deus tinha um plano na vida de Jacó, e o despediu com
uma bênção profética de grande significado (Gn 28.1-4). [Comentário: A lei da herança nos ajuda a responder a questão ética e
judicial: foi errado Rebeca e Jacó enganar a Isaque? A resposta é não, não foi
errado. A cegueira física de Isaque refletia seu julgamento moral. Jacó e
Rebeca tomaram vantagem de sua fraqueza física para sobrepujar a sua fraqueza
moral. Eles estavam encarando um velho moralmente cego, que não reconheceria a
legitimidade da profecia de Deus feita à Rebeca sobre os dois filhos e a
respectiva linha pactual deles, nem honraria a venda que Esaú fez de sua
primogenitura a Jacó. Isaque estava disposto a desafiar Deus por causa de seu
deleite no sabor de uma carne ensopada (Gn. 27.3-4). Nisso, Isaque foi tão
míope quanto Esaú quando vendeu sua primogenitura por um ensopado de lentilhas.
Rebeca estava moral e legalmente justificada em arruinar o plano vil do seu
marido de deserdar Jacó, e através desse ato de rebelião, deserdar a semente
pactual prometida por Deus. Deus tinha especificado para ela que filho deveria
herdar. Isaque estava em rebelião!http://www.monergismo.com/textos/etica_crista/rebeca-jaco-enganaram_north.pdf]
3. O preferido de Deus. A escolha de Jacó é um caso especial de presciência divina
face aos desígnios de Deus. Deus não tem filhos privilegiados, nem escolhe uns
para a salvação e outros para a condenação, pois tal atitude contrariaria
frontalmente o seu caráter santo, justo e bom. Seria uma terrível discriminação
por parte de Deus que condena quem faz acepção de pessoas (Tg 2.9; Pe 1.17).
Mas, em sua soberania, em casos especiais, Ele escolhe pessoas para serem instrumentos
de sua vontade diretiva. Jacó foi um desses escolhidos, ainda no ventre (Rm
9.9-13). [Comentário: A referência “amei a Jacó e odiei a Esaú” é uma
citação do livro de Malaquias 1.1-4. Em Malaquias, esses nomes representam os
povos que descenderam de Jacó, e os que descenderam de Esaú, os edomitas. Em
vista de que os edomitas haviam perseguido os judeus, Deus disse:“desolarei
a vossa terra...” Deus prometeu o direito de primogenitura a Jacó. Significava
isso que Esaú não podia salvar-se? Logicamente não. Em parte alguma das
Escrituras lemos que Esaú não podia ser salvo. Esaú de fato buscou o direito de
primogenitura com lágrimas, e foi incapaz de obtê-lo, mas em parte nenhuma a
Bíblia diz que ele não poderia salvar-se. Na realidade, a Bíblia diz é que Deus
amoleceu o seu coração para com o irmão, e ele o acolheu no fim de sua vida
(Gênesis 33.4).Extraído do site: http://www.cacp.org.br/amei-a-jaco-me-aborreci-de-esau/. Hernandes Dias Lopes escreve: “Jacó recebeu um nome que
foi o espelho da sua personalidade: enganador, suplantador. Ele nasceu
segurando no calcanhar do seu irmão. Ele aproveitou um momento de fraqueza do
seu irmão, para arrancar-lhe o direito de primogenitura. Ele aproveitou um
momento de cegueira do seu pai, para mentir para ele e se passar como se fosse
Esaú. Ele mentiu em nome de Deus e roubou a bênção que Isaque intentava dar a
Esaú. Jacó tinha um comportamento reprovável. Ele enganou, mentiu, traiu. Mas a
despeito de quem era, Deus o amou e continuou investindo na sua vida.
• Assim é o amor de Deus por nós. Ele nos ama apesar
de nós. Temos pecado contra ele, mas ele continua nos amando e investindo em
nós.”http://hernandesdiaslopes.com.br/portal/jaco-um-homem-a-quem-deus-nao-desiste-de-amar/.]
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"Abraão, Isaque e Jacó estão entre as mais
importantes pessoas do Antigo Testamento. Isto não se deve ao seu caráter
pessoal, mas ao caráter de Deus. Eles foram homens que conquistaram o respeito
relutante e até mesmo o medo de seus colegas. Eram ricos e poderosos, e ainda
assim, os três foram capazes de mentir, enganar e agir com egoísmo. Eles não
eram os heróis perfeitos que poderíamos ter esperado; em vez disso, eram
exatamente como nós; tentavam agradar a Deus, mas não conseguiram."
(Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 56).
II. A
DIREÇÃO DE DEUS NA VIDA DE JACÓ
1. A visão da escada que tocava
o céu. Em sua fuga, no meio do deserto, Jacó teve um sonho dado
por Deus. Ele viu uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus, e os
anjos de Deus subiam e desciam por ela. E Deus reiterou a bênção que lhe
prometera (Gn 28.13-15). Deus não aprovou seus arranjos e enganos, mas também
não retirou a bênção prometida a seus pais. Naquela noite, ele descobriu a
presença de Deus, que se apresentou como o Deus de Abraão e de Isaque. Ele
ouviu Deus reiterar suas promessas e descobriu que onde Deus está, ali é sua
casa, "a porta dos céus" (Gn 28.13-17). [Comentário: A caminho de Berseba para Harã, Jacó parou para descansar,
em Betel, que era chamada Luz, antes de receber aquele nome. Ali, Jacó recebeu
a visão da escada, com anjos que subiam e desciam pela mesma, posta entre a
terra e o céu. Ele ficou sumamente admirado com a divina manifestação, e
rebatizou o local com o nome de Betel, «casa de Deus» (Gn 28:18,19). Jacó
consagrou uma décima parte de toda a sua renda a Deus (Gn 28:10-22),
aparentemente de forma perpétua. Betel ficava cerca de cem quilômetros de
Berseba, pelo que esse incidente ocorreu ainda no começo de sua jornada,
provavelmente com o propósito de infundir-lhe coragem. A Jacó, pois, foi
garantida a proteção divina. O pacto abraâmico foi confirmado com Jacó nessa
oportunidade (Gn 28:3,4), pelo que os propósitos divinos estavam em operação,
apesar das vicissitudes da vida de Jacó, a respeito de seus fracassos
misturados com sucessos. Jacó erigiu um altar ali, e fez seus votos, incluindo
o pagamento de dízimos a Yahwehhttp://www.ebdareiabranca.com/2012/1trimestre/introducao.htm.]
2. A coluna em Betel. Jacó não buscou a Deus, mas Deus o buscou, e se revelou
como o Deus de seus pais. Uma prova do quanto a graça de Deus é profunda. Sem
dúvida alguma, a história de Jacó se divide em dois períodos. Antes de Deus
encontrá-lo e depois daquele encontro especial. Tão impactante na sua vida foi
aquele episódio, que ele chamou aquele lugar deserto de Betel, que significa
"Casa de Deus". Ali, naquela madrugada, Jacó ouviu Deus lhe falar;
sentiu a presença divina e teve uma mudança extraordinária em sua vida. [Comentário: A origem do nome deste nome para aquela cidade que antes
chamava-se Luz é explicada em Gênesis 28.17-19. Neste capítulo começa o exílio
de Jacó, para escapar do ira de seu irmão e ao mesmo tempo procurar para si uma
esposa entre os familiares de seus pais em Padã-Arã. Deus apareceu-lhe quando
ele menos esperava. O que se infere do fugitivo Jacó é que ele ao invés de se
orgulhar com a grandiosidade da revelação, ele imediatamente sentiu temor, uma
profunda reverência misturada com medo, ao se conscientizar de que o
Todo-Poderoso Deus estava ali. Ainda era madrugada quando se levantou, tomou a
pedra que usara como travesseiro e erigiu como altar, consagrando-a com azeite.
Quando voltou, anos depois, ele construiu ali um altar, conforme vê-se no
capítulo 35.7. Também mudou o nome do lugar para Betel, a casa de Deus. Quando
Moisés escreveu este livro séculos mais tarde, esse era o nome do lugar, por
isso o nome aparece em capítulos anteriores para identificá-lo. Nesta ocasião,
Jacó estava passando por um período de medo e aflição. É nessas condições que
freqüentemente as pessoas recorrem ao voto, ou quando desejam uma grande
misericórdia (Nm 21.2; 1Sm 1.11; Sl 66.13,14; Jn 1.16). R David Joneshttp://www.bible-facts.info/comentarios/vt/genesis/JacoemBetel.htm]
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"Jacó fazia tudo, o certo e o errado, com
grande zelo. Ele enganou seu próprio irmão Esaú, e seu pai, Isaque. Ele lutou
com Deus, e trabalhou quatorze anos para se casar com a mulher que amava, por
intermédio de Jacó, aprendemos como um forte líder pode, também, ser um servo.
Também vemos como ações erradas sempre voltam para nos perturbar.
Depois de enganar Esaú, Jacó correu para salvar sua
vida, viajando mais de 640 quilômetros até Harã, onde vivia seu tio, Labão.
Pelo caminho, ele recebeu uma mensagem do Senhor, em um sonho, e deu a esse
lugar o nome de Betel. Em Harã, Jacó se casou e iniciou uma família” (Extraído
de Bíblia de Estudo Cronológica
Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 58).
III. ASPECTOS
DO CARÁTER DE JACÓ
1. Antes do seu encontro com
Deus. Até o encontro com Deus em Betel, ele era apenas um
"homem natural", ou carnal (1Co 2.14). Naquela fase de sua vida,
podemos ver alguns aspectos negativos de seu caráter. [Comentário: Até que ponto poderemos afirmar que Jacó era carnal antes desta visão em Betel? Referente
ao seu irmão sim, podemos dizê-lo com certeza dado o fato de não preocupar-se
com o direito de primogenitura e tudo o que ele representa. “Os intérpretes
percebem uma espécie de indiferença, por parte de Esaú, no tocante ao seu
privilégio como primogênito. Seria mesmo difícil explicar por que razão ele fez
assim, a menos que ele tivesse alguma atitude básica de indiferença para com
seus direitos religiosos. Metaforicamente, isso fala sobre sua indiferença
espiritual sobre questões importantes, um sinal típico do homem carnal”(1).
Quanto a Jacó, podemos afirmar com base nesse acontecimento, que ele
preocupava-se com o direito de primogenitura, que tinha em mente a promessa de
Deus feita a seus pais, e estava lutando por esse direito. Jacó demonstrou grande
interesse pelas coisas espirituais. Existem sinais de que ele sempre
demonstrou inclinação pelo sagrado, ao contrário de Esaú, que a Bíblia chama de
profano (Hb 12.16). Esaú vivia para os prazeres materiais, Jacó ambicionava as
bênçãos do Senhor. Estes são fatos que apontam para um homem carnal?] (1) Extraído de: http://www.ebdareiabranca.com/2012/1trimestre/introducao.htm
a) Oportunista e egoísta. Quando seu irmão chegou com fome e lhe pediu para comer do seu guisado,
ele poderia ter-lhe oferecido de sua comida, compartilhando sua refeição. Mas,
numa prova de oportunismo e ambição, disse logo: "Vende-me hoje a tua
primogenitura" (Gn 25.31). [Comentário: Jacó, vendo uma oportunidade para fazer um bom negócio,
propôs que Esaú lhe vendesse primeiro seu direito à primogenitura; aqui vemos
que Jacó ressentia o fato que Esaú nascera primeiro, e ambicionava as vantagens
que isso lhe dava: ser o principal da família, depois do pai, e o principal
herdeiro. Notemos que Jacó não estava propondo a troca por um prato do
ensopado, mas a venda: Jacó dava muito valor ao direito de primogenitura e
decerto pagaria bastante por ele, se fosse necessário. Mas, sem dúvida para sua
surpresa, Esaú declarou que estava a ponto de morrer (um grande exagero, pois
nenhum filho do abastado Isaque iria morrer de fome), e que de nada lhe valia o
direito à primogenitura, ou seja, considerava-o sem valor algum. Sem perda de
tempo, Jacó o fez jurar que abdicava desse direito, em favor dele. Feito isso,
Jacó, feliz, deu-lhe pão e o cozinhado de lentilhas. Extraído de:http://www.ebdareiabranca.com/2012/1trimestre/introducao.htm]
b) Interesseiro e calculista. Jacó era frio, calculista e de temperamento fleumático. Além de propor a
troca da primogenitura ao irmão, exigiu que Esaú fizesse um juramento que lhe
garantisse que a troca seria respeitada por toda a vida: "Então, disse
Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó" (Gn
25.33; Hb 12.16). Ele só esquecia uma coisa. O que ele estava plantando em sua
juventude haveria de colher mais tarde (Cl 6.7). Em proporção muito maior. [Comentário: Essa benção da primogenitura, em última análise, era a
presença de Deus. Era o que de melhor Deus podia dar a um homem naquele tempo.
O que deixou Deus irado com Esaú foi exatamente o desprezo de Esaú com o que
significava a benção da primogenitura. É importante dizer que Jacó não usou de
engano para adquirir o direito, ele comprou e esta transação não era ilegal.
Segundo a Bíblia, o direito de primogenitura, dava ao filho mais velho, o
privilégio de herdar uma porção dobrada dos bens paternos, depois da morte destes;
também dava o direito de exercer o sacerdócio sobre a família e, no caso de
Esaú, por ser ele o primeiro neto de Abraão, a primogenitura ainda incluía o
direito de ficar na genealogia direta do Messias. Mas Esaú rejeitou tudo isso.]
c) Mentiroso e enganador. Com seu caráter fraco e leniente, concordou com a sua mãe em enganar o
velho pai. Ao chegar à presença de Isaque, mentiu três vezes. Este perguntou:
"Quem és tu, meu filho?". Ele disse que era Esaú (Gn 27.19). A
primeira mentira. Indagado porque chegara tão rápido com a caça, mentiu a
segunda vez, dizendo: "Porque o Senhor, teu Deus, a mandou ao meu
encontro" (Gn 27.20). Ao abraçar Jacó, Isaque repetiu que era Esaú —
"Eu sou" (Gn 27.24). Mentiu pela terceira vez. [Comentário: Muitos criticam esta atitude de Rebeca, mas Esaú havia se
casado com mulheres estrangeiras, pondo em risco tudo o que representava o
direito de primogenitura. Como o Senhor revelou ao profeta Malaquias, Ele amou
a Jacó e aborreceu a Esaú (Mq 1.2-3), pois Esaú era de caráter profano (Hebreus
12:16). O Senhor, onisciente, sabia o que haveria de suceder mais tarde. “A
cegueira física de Isaque refletia seu julgamento moral. Jacó e Rebeca tomaram
vantagem de sua fraqueza física para sobrepujar a sua fraqueza moral. Eles
estavam encarando um velho moralmente cego, que não reconheceria a legitimidade
da profecia de Deus feita à Rebeca sobre os dois filhos e a respectiva linha
pactual deles, nem honraria a venda que Esaú fez de sua primogenitura a Jacó.
Isaque estava disposto a desafiar Deus por causa de seu deleite no sabor de uma
carne ensopada (Gn. 27:3-4). Nisso, Isaque foi tão míope quanto Esaú quando
vendeu sua primogenitura por um ensopado de lentilhas. Rebeca estava moral e
legalmente justificada em arruinar
o plano vil do seu marido de deserdar Jacó, e através desse ato de rebelião,
deserdar a semente pactual prometida por Deus.” O texto entre aspas foi retirado
de:http://www.monergismo.com/textos/etica_crista/rebeca-jaco-enganaram_north.pdf]
2. Depois do seu encontro com
Deus. Observe a transformação no
caráter de Jacó:
a) Um caráter agradecido. Jacó passou a ver as coisas numa perspectiva espiritual de um novo relacionamento
com Deus, e lhe fez um voto, dizendo que se Deus não lhe deixasse faltar nada,
levantaria um altar e daria o dízimo "de tudo" (Gn 28.20-22). Neste
fato, vemos que Jacó tinha consciência do valor do dízimo, como expressão
sincera de gratidão a Deus, a exemplo do que fizera seu avô, Abraão, perante
Melquisedeque (Gn 14.18-20). Ele não prometeu dar o dízimo do que lhe sobrasse
(da "renda líquida"), mas "de tudo" como seu avô fizera (Hb
7.2). [Comentário: A graça é demonstrada no fato de que Deus veio até Jacó. Ele
não disse o que Jacó deveria fazer, mas o que Ele faria por Jacó. Deus prometeu
a Jacó a terra de Canaã. Ele prometeu estar com Jacó em suas jornadas, e o
trazer seguro de volta a Canaã. O voto de Jacó não foi um mero contrato com
Deus. Ele amava a Deus e acreditava em Suas promessas. Tendo crido nas
promessas de Deus, ele fez estes três votos para demonstrar sua gratidão:
A. Jeová seria o seu Deus. Ele se dedicaria a
adorar, servir e confiar no Deus verdadeiro.
B. Betel seria o lugar onde ele adoraria e serviria
a Deus.
C. O dízimo seria entregue a Deus. Isto já foi
demonstrado ser algo sagrado para Deus [Gênesis 14:20].
Muitos acreditam que isto seja um relato da
conversão de Jacó. Na verdade, podemos olhar para este capítulo como um quadro
do filho de Deus no caminho da obediência. Este
texto foi retirado de:http://www.palavraprudente.com.br/estudos/sergio_f/genesis/cap17.html]
b) Um caráter esforçado e
sofredor. Ao chegar à casa de Labão, seu tio, revelou-se um homem
trabalhador. Ali, começou a colher o que semeara em engano e mentira. Na
"lua de mel", foi enganado pelo sogro. Em lugar de casar com Raquel,
teve de casar com Leia. Só depois, casou com sua amada, e para tanto, trabalhou
"outros sete anos" (Gn 29.21-30). Não foi apenas esse o preço que
Jacó teve que pagar por sua vida de enganos e mentiras. Labão mudou o seu
salário dez vezes, durante vinte anos (Gn 31.7). O que o homem semeia, isso é o
que colhe (Gl 6.7). [Comentário:Mesmo
tendo sido logrado por Labão, ele honestamente cumpriu com sua parte do acordo.
dedicou-se ao seu trabalho, e usou dos recursos que conhecia para fazer com que
os cordeiros e cabritos que nascessem fossem pretos, malhados ou salpicados.
Teve grande sucesso, e usou de uma técnica de seleção a fim de aprimorar seu
próprio rebanho. Durante seis anos seu rebanho se multiplicou, e devido à sua
técnica, as ovelhas de Labão eram fracas e as dele, fortes. Ele enriqueceu,
adquirindo muitos rebanhos, escravos, camelos e jumentos, o que ele atribuiu a
Deus (capítulo 31:7,9). http://www.bible-facts.info/comentarios/vt/genesis/JacoEnriqueceeFogedeLabao.htm]
c) Um homem na direção de Deus. Depois de ser enganado pelo sogro, Jacó reuniu sua família e fugiu de
Harã. Mas não o fez apenas por medo do sogro. Sua saída de Harã foi por direção
de Deus (Gn 31.3,13). Desse modo, Jacó empreendeu a fuga com a família, e logo
foi perseguido pelo sogro. Este não pôde lhe fazer mal, porque Deus entrou em
ação e lhe determinou que não falasse com Jacó "nem bem nem mal" (Gn
31.24). [Comentário: A providência divina é um fato, e ela nos guia pelo caminho.
Essa é a convicção central de todo o livro de Gênesis. Apesar das faltas e
falhas de Jacó, o propósito divino sempre controlou tudo em sua vida. O fato de
Jacó ter voltado para sua terra foi outro capítulo na história de como Deus
cuidava dele, dando-lhe alguma orientação especial necessária. Para esclarecer
o fato das varas listradas, leia-se Gn 31.10 - um sonho de Revelação. Somente
neste ponto somos informados de que Jacó havia recebido uma experiência mística
acerca da questão dos rebanhos. O trecho de Gn 30.32 ss. indica somente que ele
fizera um negócio esperto, aparentemente usando sua razão, e não alguma
revelação divina. Assim sendo, a questão das varas listradas foi somente uma
medida de segurança. Ele acrescentou o artifício para garantir que o plano
funcionaria. Seu sonho de revelação havia mostrado quais animais se
multiplicariam mais. As varas eram apenas um artifício para garantir o
resultado previsto em seu sonho. https://www.bibliaonline.com.br/acf/gn/31]
3. No seu encontro com Esaú. Ao se aproximar de Seir, onde seu irmão vivia, Jacó enviou mensageiros a
Esaú, anunciando seu retorno. Os mensageiros voltaram e disseram que Esaú vinha
ao seu encontro com quatrocentos homens. Jacó temeu grandemente (Gn 32.7-12).
Mas, no Vale do Jaboque, teve um encontro que marcou o resto da sua vida. Seu
nome foi mudado para Israel, e viu Deus "face a face" (Gn 32.22-30).
Ao encontrar Esaú, reconciliou-se com ele e o abraçou com perdão e amor. [Comentário: O Vale de Jaboque encerra um dos relatos mais envoltos em
mistério. Conta-nos a história da luta entre um ser humano e um anjo e a da
outorga de um novo nome a esse homem. A luta durou apenas uma noite; no
entanto, seu resultado ecoa na história humana, com reverberações até os nossos
dias. Jaboque no hebraico é ‘fluir fora’ ou ‘adiante’, é o rio que atravessa a
região a leste do Jordão, que, depois de um curso quase perfeitamente do leste
para o oeste, entra no Jordão cerca de 48 km abaixo do mar da Galiléia. Nas
escrituras, este rio é mencionado como formador da margem que separou o reino
de Seom, rei dos amorreus, daquele de Ogue, rei de Basã. Enciclopédia de Bíblia Teologia e
Filosofia.]
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, reproduza o esquema do quadro. Utilize-o
para enfatizar as características de Jacó antes do seu encontro com Deus e
depois. Ressalte que somente Deus pode mudar o nosso caráter.
JACÓ ANTES DO SEU
ENCONTRO COM DEUS
|
JACÓ DEPOIS DO SEU
ENCONTRO COM DEUS
|
Oportunista
|
Verdadeiro
|
Mentiroso
|
Paciente
|
Enganador
|
Trabalhador
|
Confia em sua esperteza em vez de buscar a Deus
|
Confia em Deus para o abençoar e buscar sua direção.
|
CONCLUSÃO
Em suas experiências com Deus, vemos que Jacó
teve seu caráter transformado. De oportunista e enganador, passou a ser
humilde, sofredor, paciente, longânimo, altruísta. Foi pela sua paciência e
graça que Deus escolheu Jacó, em lugar de Esaú. Quando damos lugar ao Espírito
Santo, Ele nos transforma radicalmente o caráter. [Comentário: Deus veio mostrar para Jacó que a sua luta não era contra
Labão ou Esaú, mas contra o próprio Deus. Jacó descobre isso no decorrer da
luta, e mesmo machucado, não larga aquele com quem luta reconhecendo que o
mesmo pode abençoá-lo."O fato de aleijá-lo e dar-lhe outro nome mostra que
os fins de Deus continuavam sendo os mesmos; queria ter para Si toda a
disposição que Jacó tinha para vencer, alcançar, conseguir, mas expurgada da autossuficiência,
e reorientada para o objeto certo do amor humano - Deus mesmo". Gênesis - comentário de Derek
Kidner-Editora Mundo Cristão. Como acontece com muitas pessoas, tinha
sido uma luta contra um Deus que estava determinado a abençoá-lo e ajudá-lo.
Deus está lutando com você? Ele não quer colocá-lo em uma situação de miséria
em que você não tenha outra escolha a não ser lançar-se sobre a misericórdia
dEle. Mas Ele o fará se necessário. Talvez já o tenha feito.http://www.ibmorumbi.org.br/intercessao/view_printer.asp?CID=1&ID=9.] “Ora,
àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos
irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória. Ao único Deus sábio,
Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o
sempre. Amém”. (Judas 24-25).
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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