SUBSÍDIO I
Prezado professor, prezada
professora,
Amizade. Lealdade. Duas palavras que revelam singeleza e
compromisso com o próximo. Como precisamos repeti-las, mas mais que repeti-las,
vivê-las!
A história de amizade entre Jônatas e Davi nos mostra esses
valores tão importantes para a vida. Essa história é o assunto da lição desta
semana. Provavelmente, você conhece bem a biografia de Davi, o homem segundo o
coração de Deus. Entretanto, Jônatas não é muito conhecido, nem sua biografia
tanto explorada. Por isso, sugerimos que você estude o máximo a biografia dessa
personagem tão terna que as Escrituras Sagradas testemunham.
“JÔNATAS Esse nome ocorre frequentemente na
literatura bíblica − [pois além do filho de Saul, há o filho de Gérson e neto
de Manassés (Jz 18.30); e o filho de Abiatar e sumo sacerdote do conselho de
Davi (2 Sm 15.27,36; 17.15.22); filho de Simeia, irmão de Davi ... e muitos
outros ao longo do Antigo Testamento].
2. Filho mais velho do rei Saul de Israel.
2. Filho mais velho do rei Saul de Israel.
Sua bravura militar. Depois da decisiva vitória sobre
os amonitas (1 Sm 11), o rei Saul separou o seu exército em duas divisões:
cerca de 2000 homens ficaram estacionados em Micmás sob as suas ordens, e cerca
de 1000 ficaram acampados sob as ordens de seu filho Jônatas, a aprox. 8
quilômetros aos sul de Gibeá. Entre esses dois acampamentos militares fica um
posto avançado dos filisteus em Geba. Jônatas matou o chefe (ou governador)
local, o que os filisteus interpretaram como uma revolta das forças israelitas
(1 Sm 13.3). Decidiram atacar imediatamente, obrigando Saul abandonar a
abandonar Micmás. O rei se retirou para Gilgal para recuperar as forças e, em
seguida, retornou à região montanhosa para estabelecer base em Geba (1 Sm
13.16). Jônatas realizou um ataque surpresa contra os filisteus que estavam
guardando a passagem ao sul de Micmás e, sozinho, matou a todos (1 Sm 14.6-14).
Deus acompanhou o feito de Jônatas com um terremoto e os filisteus fugiram
tomados de pânico. Os israelitas, que dispunham apenas de rudes instrumentos
agrícolas (1 Sm 13.20), perseguiram o inimigo até derrotá-lo de forma completa.
Essa vitória foi maculada pelo rei Saul que, tomado de
superstição religiosa, ordenou a todos os guerreiros que jejuassem até o
anoitecer (1 Sm 14.24). Quando Jônatas, de forma desavisada, deixou de cumprir
essa ordem, o rei ordenou que o príncipe fosse executado. Mas o povo, lembrando
sua bravura militar, interveio e salvou sua vida (1 Sm 14.25-45).
[...]
Sua história final. Durante
os dias em que Saul perseguiu Davi, Jônatas permaneceu na retaguarda –
evidentemente, ele se recusava tomar parte nessa fútil caçada. A atividade dos
filisteus obrigou Saul a encerrar a perseguição a Davi e dirigir suas energias
à batalha contra o perpétuo inimigo de Israel. Essa batalha foi curta e
decisiva – Saul perdeu! E Jônatas, Saul e seus outros filhos Abinadabe e
Malquisua foram mortos.
[...] Quando as tristes informações sobre o desastre
chegaram a Davi, ele pronunciou uma emocionante elegia lamentando a morte de
Saul e a perda de seu verdadeiro amigo Jônatas (2 Sm 1). Mais tarde, Davi
transferiu os restos de Saul e de seus filhos para a sepultura de Quis, pai de
Saul, em Zela, no território de Benjamim (2 Sm 21.12-14)” (Dicionário Bíblico Wycliffe.
Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp.1082,83).
SUGESTÃO DIDÁTICA
Como sugestão, propomos uma discussão organizada em torno do seguinte tema: A Amizade e a Lealdade: vale a pena vivê-las?
Você pode conduzir a discussão de duas maneiras:
· Exposição livre dos participantes.
· Por intermédio
da organização de pequenos grupos, em seguida, a apresentação do resultado de
cada grupo.
Boa aula!
Marcelo Oliveira de Oliveira
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Jônatas entrou
para a história à sombra do pai, mas pouca coisa herdou de seu genitor.
Demonstrou ser um guerreiro cheio de coragem e determinação. E, aliada à sua
coragem, está a sua humildade, sua fé e obediência ao Senhor, virtudes
indispensáveis a um homem de Deus. Sua amizade por Davi nasceu de forma
inesperada, quando assistiu, de perto, a vitória do jovem pastor de ovelhas
sobre o imbatível gigante Golias, o campeão dos filisteus, que desafiava os
exércitos israelitas, e afrontava o nome do Senhor. [Comentário:Lealdade é a qualidade, ação ou procedimento de quem é leal, sincero,
franco e honesto; Fiel aos seus compromissos. Amizade é um sentimento de grande afeição,
simpatia, apreço entre pessoas. O Dr. John Mackay, presidente do Seminário de
Princeton, em seu livro “O sentido da vida”, disse que não há relação mais
espiritual e sublime que a amizade. A relação de amigos é mais elevada que a de
irmãos, noivos ou esposos, pois há muitos irmãos, noivos e esposos que não são
amigos. Jônatas (יְהוֹנָתָן; Yonatan: “presente de Deus”), filho mais velho do
rei Saul. Jônatas e Davi são um exemplo clássico de amizade e lealdade, bem ao
estilo das definições postas inicialmente, que deve existir em todas as
amizades. (Veja a Árvore
Genealógica de Jônatas: https://pt.wikipedia.org/wiki/J%C3%B3natas). Desde o início da
amizade entre estes dois vultos da história israelita, vemos a diferença do
caráter de Jônatas e do seu pai. Se Jônatas tivesse herdado o caráter do pai,
ele teria odiado Davi, já que este estaria tomando o reino do próprio príncipe.
Saul se preocupou com essa ameaça aparente e lançou uma campanha para matar
Davi e segurar o trono para Jônatas. Ele disse para seu filho, Jônatas: “Pois,
enquanto o filho de Jessé viver sobre a terra, nem tu estarás seguro, nem
seguro o teu reino; pelo que manda buscá-lo, agora, porque deve morrer”
(1Sm 20.31). Jônatas recusou ajudar assassinar Davi, o que o colocou como alvo
da fúria de Saul. Aqui começamos a compreender o Provérbio que diz: “...há
amigo mais chegado do que um irmão” (Pv 18.24). Dessa amizade e fidelidade,
Jônatas não ceifou benefícios imediatos. Pessoas egoístas que só investem nas
amizades que oferecem retorno não sabem amar como Jônatas amou, e acabam
decepcionando aqueles que se relacionam com elas. Esta amizade rendeu um lugar
importante na história e amparou seu filho: “Disse Davi: Resta ainda,
porventura, alguém da casa de Saul, para que use eu de bondade para com ele,
por amor de Jônatas?” (2Sm 9.1), Mefibosete, recebeu de Davi um lugar na
mesa do rei, e o filho de Jônatas passou a ser sustentado como se fosse
membro da família real.]
I. CIRCUNSTÂNCIAS
QUE UNIRAM JÔNATAS E DAVI
1. Quem era Jônatas. Era o filho mais velho do rei Saul. Seu nome significa "dado por
Deus" ou "presente de Deus". Ele tinha todas as condições para
ser o substituto do pai. Era valente e hábil no combate. Sua bravura já fora
provada, quando, em Micmás, derrotou toda uma guarnição dos filisteus, contando
apenas com a ajuda de seu fiel escudeiro, colocando sua fé em ação (1Sm
14.1-14). Entretanto, por direção de Deus, os rumos da história de Saul e de
Jônatas foram mudados completamente. E isso ocorreu de forma surpreendente. [Comentário: Certamente Jônatas, herdeiro natural da coroa caso a
dinastia de Saul tivesse se consolidado, teria sido um grande rei para Israel,
mas sua trajetória ao trono foi interrompida pelo pecado de seu pai. O “presente
de Deus” fez jus ao significado de seu nome. Quando Saul assumiu o trono de
Israel, Jônatas tinha trinta anos e logo se destacou à frente do exército,
embora não fosse o comandante do exército de seu pai que era Abner, primo do
rei Saul. Ele foi um guerreiro valente, de grande força física e habilidade com
o arco e a funda, uma espécie de estilingue. Como nos conta o relato bíblico,
certa vez Jônatas, levando apenas seu pajem de armas e sem que seu pai
soubesse, foi até a guarnição dos filisteus e matou cerca de vinte homens.
Jônatas os derrubava e o pajem, que vinha atrás dele com as armas, ia matando,
um a um, ao fio da espada.]
2. Uma batalha que mudou a
história. Israel estava no campo de batalha contra os filisteus, num
monte, "no vale do carvalho", e os filisteus estavam do lado oposto
do vale, também sobre um monte (1Sm 17.1-3). Um gigante filisteu, de nome
Golias, campeão de seu povo, desafiava os exércitos de Israel, mas ninguém
tinha coragem de enfrentar o inimigo. O clima de medo prenunciava a provável derrota
de Israel (1Sm 17.10,11). [Comentário: Golias (גָּלְיָת) natural de Gate (1Sm 17.4), é descrito
como um homem medindo cerca de 2,90m. Em 1º Crônicas 20.5, ficamos sabendo
que este tinha um irmão chamado Lami, morto em outra batalha por El-Hanã: “E
tornou a haver guerra com os filisteus; e El-Hanã, filho de Jair, feriu a Lami,
irmão de Golias, o giteu, cuja haste da lança era como órgão de tecelão”.
(1Cr 20:5 ACF). Quando lemos 2º Samuel 21.15-22 e 1º Crônicas 20.1-8,
aprendemos que Golias teve ao todo quatro irmãos: Isbi-Benobe, Safe, Lami, e um
"Homem de alta estatura". Todos estes eram gigantes e filhos do
Gigante Rapha em Gate. No site SolaScriptura temos a seguinte descrição: “Então
saiu do arraial dos filisteus um homem guerreiro, cujo nome era Golias, de
Gate, que tinha de altura seis côvados e um palmo.” (1Sm 17.4 ACF). O
cúbito tinha entre 45 e 50 cm, tomemos a média desses valores, 47 cm. Um palmo
como o meu tem 25cm. Portanto, Golias tinha cerca de 6 vezes 47 cm, mais 25 cm,
igual a 3,07 metros, um gigante sem similar nos dias de hoje! Mesmo sendo
somente musculoso mas não gordo, e sendo de proporções normais e não
longelíneas e finas como as dos jogadores de basquete de hoje, Golias deveria
pesar 400 kg de fortes músculos, ossos, e tendões. Um verdadeiro gigante.
Humanamente falando, ninguém teria coragem de enfrentá-lo, ninguém teria a
menor chance contra ele. Seria como a briga de um fila brasileiro contra um
poodle” http://solascriptura-tt.org/Bibliologia-PreservacaoTT/Absurdo-GoliasNaoAltoSuficienteJogarNBA-NaLxxVaticanus-TGroppi.htm.]
3. A presença de Davi. Jessé enviou Davi ao local da batalha para entregar víveres
para seus irmãos e para o chefe do exército (1Sm 17.12-21). Contrariando seus
irmãos e o próprio rei, Davi se dispôs a enfrentar o filisteu. Com permissão do
rei, e confiando em Deus, Davi foi ao encontro de Golias, com apenas uma funda
e cinco pedras do ribeiro (1Sm 17.40-47). E com uma única pedra derrubou o
gigante, e o matou com a espada deste (1Sm 17.48-58). Uma vitória de desfecho
surpreendente. Um gigante vencido por um jovem pastor de ovelhas. Um exército
inteiro posto em fuga após um combate inusitado e desigual. Assistindo ao duelo
estava Jônatas, o filho de Saul, que ficou profundamente tocado pela vitória de
Davi sobre Golias. [Comentário: Assim
que Davi matou o gigante filisteu Golias, o texto relata que a alma de Jônatas
se apegou a Davi, veja: “E sucedeu que, acabando ele de falar com Saul, a
alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi; e Jônatas o amou, como à sua
própria alma.” (1 Samuel 18:1). Foi uma grande amizade feita nos céus e
havia um fim proveitoso, como em tudo o que Deus faz que, neste caso, foi
salvar a vida de Davi http://sombradoonipotente.blogspot.com.br/2013/11/a-historia-do-principe-jonatas.html. Do site Web Artigos temos: “De acordo com o histórico de
normas e regras das civilizações israelitas, uma lei obrigava os campeões de
guerra de suas respectivas nações para estarem presentes nas campanhas de
guerra em conquista pelos povos vizinhos. Isso revela que não só Golias se
encontrava nos exércitos das milícias filistéias sobre o vale de Elá, nos dias
em que afrontava seu oponente Israel, mas também seus 4 irmãos. Golias era um
gigante incircunciso. E Golias tinha 4 irmãos incircuncisos com ele também. A circuncisão
era a patente de DEUS sobre os homens Israelitas. DEUS tinha uma aliança com
Israel. Golias não era circuncidado. Golias era filisteu. Davi tinha um pacto
com DEUS. Um incircunciso jamais poderia prevalecer sobre alguém que tem pacto
com DEUS. Acreditando nas promessas do DEUS Elohim para com Israel. Davi não
contou conversa. Ele estava ali para lutar. Lutar limpo. Fair Play. Sabendo que
ia ganhar. A história nos conta que Davi venceu Golias, enquanto esse ainda se
aquecia, se adiantando, tacando uma pedra na cabeça do filisteu. E de um modo
sobrenatural ainda por cima, porque com uma tacada daquelas o certo seria cair
pra trás e não pra frente. Com 1 pedra encravada na testa do herói da nação
oponente, lhe restavam mais 4 pedras. Então .. o que se conclui é que ... o
menino de boa aparência, simpático, pastor de ovelhas com uma funda e 5 pedras
no surrão, não estava ali para matar um gigante. Ele estava ali para matar os
cinco!” http://webartigos.com/artigos/as-5-pedras-de-davi-uma-pedra-pra-cada-gigante/35242.]
SUBSÍDIO BIBIOLÓGICO
"A profunda amizade entre Jônatas e Davi é
surpreendente por uma série de razões. Primeiro, Deus escolheu Davi e não
Jônatas (filho de Saul e príncipe de Israel) para ser o segundo rei de Israel.
Segundo, o pai de Jônatas, Saul, sentia intenso ciúme de Davi e tentou
repetidamente matá-lo. Terceiro, Davi era um indivíduo multitalentoso, muito
popular com as massas do que Saul ou Jônatas.
Jônatas e Davi deviam ter sido pelo menos
cautelosos um para com o outro, senão inimigos declarados. Contudo, eles foram
capazes de superar esses obstáculos em potencial e construir uma amizade
exemplar. Talvez a qualidade excepcional de sua amizade fosse a lealdade.
Aquela lealdade estava fundamentada numa profunda devoção a Deus. Esse maior
compromisso foi o que capacitou a amizade deles e não apenas sobreviver, mas
crescer em tempos de confusão e conflito.
Você é um amigo para todas as horas? Você foge de
relacionamentos quando as dificuldades surgem? Se seus relacionamentos humanos
são fracos, examine a profundidade de sua lealdade a Deus. Você pode se
surpreender com o que vai descobrir" (365 Mensagens Inspiradas em
Personagens da Bíblia.12. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 103).
II. UMA
AMIZADE APROVADA POR DEUS
1. Jônatas torna-se amigo de
Davi. O povo de Israel jubilou diante da tremenda vitória. Saul
ficou estupefato, e mandou o chefe do exército, Abner, chamar Davi, que levou
como troféu da batalha inusitada a cabeça do filisteu (1Sm 17.54). Porém
Jônatas, filho de Saul, foi quem mais foi tocado em suas emoções e sentimentos
em relação ao jovem pastor, que derrotou o gigante com o uso de uma simples
funda e um tiro de pedra. De imediato, aquela admiração despertou em Jônatas um
sentimento de amizade e de amor fraternal por Davi. Deus tem seus caminhos, e,
quando Ele quer, cria circunstâncias ou muda circunstâncias segundo seus
propósitos amorosos e soberanos. [Comentário: “Então Jônatas fez um pacto com Davi, porque o amava como
à sua própria vida. E Jônatas se despojou da capa que vestia, e a deu a Davi,
como também a sua armadura, e até mesmo a sua espada, o seu arco e o seu cinto”
(1Sm 18.3,4). A troca de túnica ou Capa significa que tua vida se torna minha
vida e que minha vida se torna tua vida. A troca de cinto (ou de armadura, ou
de armas) significa proteção, quem luta contra mim luta contra ti e quem luta
contra ti, luta contra mim. Por isso Davi ajudou o filho de Jônatas depois da
morte deste. A aliança deve ser mantida eternamente, não pode ser quebrada.
Davi era homem de Aliança. Davi colocou o filho de Jônatas para comer em sua
mesa e devolveu a Mefibosete as terras de seu pai Jônatas, para cumprir a
aliança feita (2Sm 9.6-9). O rei Saul buscou incansavelmente matar Davi,
escolhido por Deus como seu sucessor. Jônatas, da mesma forma, poderia ter olhado
para Davi com inveja ou ódio, pois se Deus não tivesse nomeado Davi, o próprio
Jônatas seria rei depois da morte de Saul. No entanto, não mostrou o mesmo
sentimento do pai, manteve-se fiel à aliança feita com Davi. Quando Saul tentou
matar Davi, Jônatas protegeu seu amigo (1Sm 20). Davi lamentou amargamente a
morte desse amigo tão especial (2Sm 1.17-27). Mesmo após a morte de Jônatas,
Davi buscou exercer benignidade para com o filho aleijado de seu amigo,
Mefibosete (2Sm 9), em cumprimento da aliança firmada por eles.]
2. Uma amizade fiel e duradoura. A Bíblia registra com expressão tocante os sentimentos de Jônatas por
Davi. Diz o texto bíblico: "E Sucedeu que, acabando ele de falar com Saul,
a alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi; e Jônatas o amou como à sua
própria alma" e fizeram uma aliança diante de Deus (1Sm 18.1, 3,4). O
texto registra expressões que significam que Jônatas não só admirou grandemente
a coragem e a audácia de Davi, como sentiu no seu íntimo que deveria nutrir por
ele profunda amizade fraternal. [Comentário: Este capítulo todo tem sido interpretado erroneamente por
parte de alguns para tentar justificar praticas abomináveis, muitos
interpretaram o amor entre Davi e Jônatas como um tipo de homossexualismo,
porem se lermos toda a história narrada no livro de 1º Samuel vemos que o
sentimento que é demonstrado ali é de uma amizade verdadeira e um amor puro
fraternal o amor Ágape. Cada um encontrou no outro a afeição que não tinham em
sua própria família. Ligou é a mesma palavra hebraica usada em Gn 44.30 para
expressar o amor de Jacó para com Benjamim. Raras naturezas, como a de Jônatas,
poucas vezes atingem lugares de destaque, e o registro de suas vidas são muito
poucos. Mas conforme passam pelo mundo, fortalecem a fé do homem na humanidade,
e deixam atrás de si uma fragrância que perdura.]
3. Uma aliança do Senhor. Grupos homossexuais procuram distorcer o sentido desse texto quando a
Bíblia diz que Jônatas fez aliança com Davi, porque "o amava como à sua
própria alma" e entregou a Davi suas vestes e equipamentos de combate (1Sm
18.3, 4). Eles o fazem de forma desonesta e tendenciosa, afirmando que Jônatas
sentiu atração sexual por Davi, e que ambos deram início a uma relação
homoafetiva. Nada mais incoerente com a verdade bíblica. Jônatas era casado e
pai de um filho, cujo nome era Mefibo-sete (2 Sm 4.4). Em nenhum texto da
Bíblia se diz que Jônatas desobedeceu a Deus e a sua Lei. Ele sabia que, se
fosse homossexual, estaria cometendo "abominação ao Senhor" (Lv 18.22.
20.13). Na verdade, aquela amizade calorosa foi inspirada por Deus, pois
Jônatas haveria de ser, tempos depois, o amigo que iria livrar Davi da sanha
ciumenta e sanguinária de Saul. Eles fizeram aliança espiritual, e não uma
parceria abominável aos olhos do Senhor (1Sm 18.3). Somente a má fé de quem usa
a Palavra de Deus para justificar seus pecados pode afirmar tamanha incoerência
e disparate. [Comentário: Se realizarmos uma busca na internet pelo tema ‘Jônatas e
Davi’ ficaremos enojados com tantas sandices afirmando que o amor entre estas
duas personagens bíblicas era homossexual. Sendo o pecado da homossexualidade
claramente condenado pela Lei (Lv 20.13; 18.22), caso Davi e Jônatas realmente
tivessem fossem homossexuais, teriam seu pecado condenado, conforme estipulava
a Lei, ainda mais considerando a natureza publica desse “amor homossexual”
retratado nos textos bíblicos acima. Vemos claramente essa realidade quando
Davi foi punido por ter cometido adultério – que também era proibido pela Lei –
e tentou manter isso oculto, mas foi desmascarado pelo profeta Natã (2 Sm
12.1-12) e recebeu a punição de Deus pelo seu erro. Assim fica claro que os
textos não apontam para uma relação homossexual “apoiada” por Deus. Um outro
argumento muito forte dos homossexuais está ligado ao texto onde Davi diz:
“Excepcional era o teu amor, ultrapassando o amor de mulheres.” (2 Samuel
1.26). Essa expressão “ultrapassando o amor de mulheres”, segundo os
homossexuais, seria um indício de que havia ali uma relação homossexual. A
minha pergunta é: Desde quando a relação homossexual ultrapassa o amor de
mulheres? Onde está esse parâmetro? Quem o determinou? Fica claro que taxar
essa declaração de Davi como sendo um indicio de homossexualidade é um grave
erro de interpretação! Uma breve olhada no contexto mostra que Davi presta uma
homenagem póstuma a Jônatas, que acabara de morrer. Davi destaca
a lealdade e compromisso de Jônatas para com Ele. Tal compromisso de
Jônatas, para Davi, não era comparável nem ao amor de um relacionamento amoroso
entre homem e mulher. É evidente que Davi não teve a intenção de colocar o amor
de amigos como sendo superior ao amor conjugal hetero, mas o de destacar a
impressionante abnegação de Jônatas para com ele, o que fez com que a amizade
deles fosse especial, forte e únicahttp://oseias46a.blogspot.com.br/2014/06/o-rei-davi-e-jonatas-tiveram-um.html. Quando Jônatas ofereceu seus trajes monárquicos a Davi,
estava a oferecendo também a sua aceitação e submissão sob aquele a quem Deus
havia escolhido para reinar sobre Israel. Contraiu com este uma aliança no
Senhor, aliança que só poderia ser quebrada com a morte. O índice de temas da
Bíblia de Referência Thompsom, ALMEIDA (2002, p.1260) descreve as
características de Jônatas em três frases: “fé heroica, (1Sm 14:06); valor
intrépido, (1Sm 14-7-13) e amizade abnegada, (1Sm 18:04; 19:2)”.]
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Jônatas
O filho de Saul é uma das personalidades mais
admiráveis do Antigo Testamento. Ao descobrir que Davi estava destinado a
suceder seu pai no trono, Jônatas, corajosamente, defende Davi como um leal
servidor do rei. Quando forçado a tomar posição, Jônatas novamente escolhe
apoiá-lo, e enfrenta a fúria de seu pai para salvar a vida do amigo. Quando nos
lembramos que Jônatas sucederia naturalmente a Saul como rei de Israel, sua
amizade por Davi torna-se particularmente comovente. O Antigo Testamento não
tem exemplo mais belo de amizade. A história de como Davi correspondeu à
amizade de Jônatas é encontrada em 2 Samuel 9" (RICHARDS, Lawrence O. Guia
do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capitulo por capitulo.
9.ed. Rio de Janeiro: CPAD, p. 192).
III. O CARÁTER
DE JÔNATAS E SUAS LIÇÕES
Há um provérbio popular que diz: "Tal pai, tal
filho", sugerindo que os filhos tendem a demonstrar o mesmo comportamento
de seus pais. Mas tal entendimento não pode ser generalizado. O exemplo de
Jônatas é prova disso. Seu caráter praticamente era oposto ao do seu pai.
Vejamos alguns aspectos do caráter de Jônatas. [Comentário: Os estudos modernos feitos sobre a herança genética mostram-nos
que devemos receber menos crédito quando nossos filhos se saem bem, e menos
culpa quando se saem mal. Jônatas era o oposto de seu pai. Jônatas era homem
generoso, justo e completamente destituído de inveja. Em contraste com o
espírito traiçoeiro de Saul, Jônatas era leal. Era homem dotado de grande
coragem e determinação, capaz de amar verdadeiramente. Uma outra característica
significativa sua era que, a despeito de todos os erros cometidos por seu pai,
ainda assim ele se pôs ao lado de seu pai, combatendo junto com ele até o fim.
Os dois foram companheiros na morte. Extraído de: JÔNATAS -
Dicionario Champlin.]
1. Um homem de coragem. Saul era um homem inseguro e ciumento. Jônatas não herdou nem
desenvolveu esse traço da personalidade do pai. Era corajoso. Em Micmás, ele
lutou contra a guarnição dos filisteus, com seu pajem de armas, e os derrotou,
confiando em Deus. Revelou-se um comandante de tropas, um herói e um homem de
fé (1Sm 14.6). Mas sua coragem não era apenas física e emocional. Ele tinha a
grandeza espiritual que lhe dava confiança, diante das adversidades (1Sm 14.1-4).
Ele revelou firmeza diante dos inimigos, e lealdade diante dos amigos. [Comentário: Em Micmás, a liderança
fraca de Saul quase põe tudo a perder. No entanto, a fidelidade e o compromisso
com Deus de seu filho Jônatas, leva a vitória a Israel, mesmo diante de uma
situação impossível de ser vencida! Jônatas não levou em conta a superioridade
numérica do inimigo, pois sabia que o Senhor estava ao seu lado. A coragem do
anônimo pajem de Jônatas deve ser destacada, também. Ele respondeu: “Faze
tudo o que tiveres em mente; eu irei contigo” (1Sm.14.7). Quando Saul
chegou, não precisou lutar. Deus não traria vitória através de Saul. Deus
suscitou um exército do próprio exército inimigo! Um exército que eles não
sabiam que tinham!]
2. Um homem humilde. Sua coragem moral fê-lo não ter medo de perder a posição, como herdeiro
do trono para Davi. Soube reconhecer que seu amigo tinha a direção de Deus, e
as condições humanas para substituir Saul no cargo de monarca de Israel (1Sm
16.1,12,13). Um exemplo para os dias presentes. Há muitos, em igrejas
evangélicas, que brigam por cargos e posições, agindo, muitas vezes, com
métodos carnais, seguindo o exemplo dos ímpios. São obreiros carnais, dominados
por "torpe ganância" (1Tm 3.3). A humildade é qualidade que só
possuem os que têm grandeza de alma. E Deus se agrada dos humildes (1Pe 5.6). [Comentário: A Bíblia de Estudo
Aplicação Pessoal (CPAD) traz a seguinte nota: “Esta amizade é uma das mais
profundas e legítimas na Bíblia. (1) Eles basearam este pacto no compromisso
para com Deus, não apenas para com o outro. (2) Não permitiram que qualquer
coisa se colocasse entre eles, nem mesmo o interesse próprio ou os problemas
familiares. (3) Aproximaram-se ainda mais quando a amizade foi testada. (4)
Permaneceram amigos até o fim. Jônatas o primogênito do rei, mais tarde
predisse que Davi, e não ele, seria o próximo monarca. Mas isso não enfraqueceu
sua estima pelo amigo. Jônatas preferia a amizade de Davi ao trono de Israel.” Para
conhecer mais leia, Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD, p. 394.]
3. Um homem leal. Em
todas as ocasiões, depois que se tornou amigo de Davi, Jônatas demonstrou sua
lealdade. Poderia ter ficado ao lado do seu pai, mas não cedeu aos caprichos de
Saul, quando este, injustamente, quis eliminar a vida de Davi. Quando soube do
plano de Saul para matar Davi, Jônatas procurou o amigo e lhe advertiu do
perigo de morte (1Sm 19.1-3; 20.11-17,32,33). Jônatas teve um último encontro
com Davi, onde mais uma vez selaram o pacto de lealdade diante de Deus (1Sm
20.41-43). Até o dia da sua morte, Saul continuou perseguindo Davi. Jônatas
também veio a morrer em Gilboa ao lado de seu pai (1 Sm 31.8). [Comentário: A profunda amizade entre
Jônatas e Davi é surpreendente por uma série de razões. Primeiro, Deus escolheu
Davi e não Jônatas (filho de Saul e príncipe de Israel) para ser o segundo rei
de Israel. Segundo, o pai de Jônatas, Saul, sentia intenso ciúme de Davi e
tentou repetidamente matá-lo. Terceiro, Davi era um indivíduo multitalentoso,
muito popular com as massas do que Saul ou Jônatas. Jônatas e Davi deviam ter
sido pelo menos cautelosos um para com o outro, senão inimigos declarados.
Contudo, eles foram capazes de superar esses obstáculos em potencial e
construir uma amizade exemplar. Talvez a qualidade excepcional de sua amizade
fosse a lealdade. Aquela lealdade estava fundamentada numa profunda devoção a
Deus. Esse maior compromisso foi o que capacitou a amizade deles e não apenas
sobreviver, mas crescer em tempos de confusão e conflito. Você é um amigo para
todas as horas? Você foge de relacionamentos quando as dificuldades surgem? Se
seus relacionamentos humanos são fracos, examine a profundidade de sua lealdade
a Deus. Você pode se surpreender com o que vai descobrir" (365 Mensagens
Inspiradas em Personagens da Bíblia.12.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 103).]
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, reproduza o esquema abaixo no quadro.
Utilize-o para enfatizar as características de Jônatas
QUALIDADES E REALIZAÇÕES
|
LIÇÕES DE VIDA
|
Corajoso e um líder
natural.
|
Lealdade é uma das partes mais forte da coragem.
|
O amigo mais íntimo
que Davi teve.
|
Lealdade a Deus coloca todos os outros relacionamentos em
perspectiva.
|
Confiava em Deus.
|
Trabalhador.
|
Leal.
|
Grandes amizades são custosas.
|
CONCLUSÃO
Deus não está sujeito às leis
nem aos costumes dos povos. Ele estabelece sua vontade diretiva de forma implacável, contrariando
todas as expectativas e previsões históricas ou políticas. Assim, em meio a um
grave desafio contra o povo de Israel, levantou o jovem Davi para derrotar o
gigante filisteu. Assistindo a extraordinária vitória, Jônatas sentiu profunda
admiração pelo jovem pastor de Belém, e compreendeu que ele seria o escolhido
por Deus. Em lugar de inveja ou ciúme, Jônatas tornou-se o maior e mais leal
amigo de Davi. [Comentário: (VONTADE DIRETIVA --
Essa vontade determinativa é, por vezes, diretiva, através da qual Deus guia as
nossas vidas. Ele lança mão de nós para que Sua vontade determinativa se
cumpra. Foi Sua vontade determinativa, por exemplo, salvar o Eunuco etíope.
Para realizar esta vontade, Ele enviou o evangelista Filipe ao seu encontro
(Atos 8.26). Se nós dissermos "não", Ele inspirará a outra pessoa ou
mesmo as pedras (Lucas 19.40). Ele fez o mesmo com Ananias, a quem enviou para
discipular o recém-convertido Saulo (Atos 9.15). Somos, portanto, chamados para fazer a
obra de Deus e este chamado pode ser geral, a partir dos ensinos da Palavra de
Deus, ou específico, através de uma instrução particular, modo cotidiano (uma
visão da necessidade) ou miraculoso (um sopro do Espírito Santo em nossos
corações)http://www.prazerdapalavra.com.br/component/content/article/3806-romanos-828-deus-intervem-mas-as-vezes-nao-intervem-.html). A amizade entre Jônatas e Davi foi um tipo do amor de
Jesus por Sua Igreja. Quando Jônatas encontrou com Davi, depois que ele matou
Golias e firmou com ele uma aliança perpétua, a primeira coisa que Jônatas fez
foi se despojar, se despir de suas vestes de príncipe e entregá-las a Davi,
veja: “E Jônatas se despojou da capa que trazia sobre si, e a deu a Davi, como
também as suas vestes, até a sua espada, e o seu arco, e o seu cinto.” (1Sm
18.4).] “Ora, àquele que é
poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com
alegria, perante a sua glória. Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória
e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém”. (Judas 24-25).
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário