sexta-feira, 16 de junho de 2017

LIÇÃO 12: JOSÉ, O PAI DE JESUS – UM HOMEM DE CARÁTER


SUBSÍDIO I

O CARÁTER DE UM HOMEM BOM

Imagine após uma jovem judia ser prometida em casamento a um jovem judeu, surgisse a informação de que ela estava grávida. Ainda não ocorrera o casamento entre o jovem e a noiva, muito menos havia ocorrido a noite de núpcias entre o casal, mas a jovem se encontrava grávida. Qual seria a reação de qualquer jovem judeu? Nesse contexto é que aparece o pai de Jesus, José. Um homem de caráter ilibado, conciliador, amoroso e preocupado com o bem-estar da outra pessoa. Podemos resumir a sua vida em humildade, submissão e amor. 
Sabemos pouco sobre a vida de José, o pai de nosso Senhor. As Escrituras não se referem muito a pessoa do marido de Maria, por isso, muitos estudiosos especulam sobre ele ter morrido precocemente. Talvez a informação histórica mais relevante sobre José é a respeito de sua profissão: carpinteiro. Profissão que o nosso Senhor aprenderia e exerceria mais tarde. Embora as Escrituras Sagradas tenham poucos dados mencionados a respeito de José, o seu caráter é demonstrado de maneira muito clara logo nos primeiros episódios que narram a infância do Senhor Jesus. 
Ao saber da gravidez de Maria, conhecendo que entre eles não havia relação sexual, e por isso biologicamente o filho de Maria não poderia ser de José, o que lhe dava a ideia de que Maria havia sido infiel, as Escrituras Sagradas narram que “José, seu marido, como era justo e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente” (Mt 1.19). O pai do Salvador não tinha a intenção de expor Maria publicamente, pois ele bem sabia a consequência que toda mulher sofreria quando flagrada em infidelidade conjugal. 
Entretanto, o texto bíblico narra que imediatamente após José planejar a abandonar secretamente a Maria, o anjo do Senhor lhe apareceu em sonho: “dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo. E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1.20,21). Além de acreditar na inocência de Maria por intermédio de um sonho, José obedeceu humildemente a voz do Senhor por meio do anjo e assumiu a paternidade de Jesus e o casamento com Maria.
A obediência talvez seja a maior lição que podemos depreender da vida de José, o pai do nosso Salvador: anular por completo a própria dúvida, amar incondicionalmente e dizer sim para Deus. José escolheu a crer por intermédio de um sonho.

(Texto extraído da revista Ensinador Cristão, CPAD, p.42)


Marcelo Oliveira de Oliveira
Editor responsável pela Revista Lições Bíblica Adultos

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Jesus é o Filho de Deus, mas não podemos desprezar que, na condição de totalmente homem, foi filho de José. Na aula de hoje estudaremos a respeito desse servo de Deus, que se sacrificou, a fim de preservar sua família. Inicialmente destacaremos sua biografia, com destaque para sua relação com filho e esposa. Ao final, apontaremos algumas virtudes do caráter de José que são dignas de destaque, e servem de exemplo para os cristãos da atualidade.
                                                                                                       
1. JOSÉ, O PAI DE JESUS

Existem várias pessoas nas Escrituras com o nome de José, sendo este o significado de “Deus faz prosperar”. O José ao qual nos referimos é o marido de Maria, a mãe de Jesus. Este entrou na genealogia de Jesus contribuindo para o cumprimento das profecias, que indicavam o nascimento do Messias da descendência de Davi (II Sm. 7.12,16). Conforme já estudamos anteriormente, Jesus não teve um pai biológico, considerando que Aquele foi gerado pelo Espírito Santo, no ventre de Maria (Lc. 1.35). Por esse motivo, assumimos que José foi o pai adotivo de Jesus, tendo sido aquele da descendência real de Davi (Lc. 1.27). De acordo com as tradições daquela época, Maria estava prometida para se casar com José. Mas este, ao saber que aquele se encontrava grávida, tratou logo de se afastar da moça, resguardando-a para que não viesse a ser incriminada. Essa atitude de José mostra seu caráter, sua disposição para perdoar as pessoas. Ele não teve a intenção de prejudicar Maria, ainda que as ordenanças fossem favoráveis. Isso nos ensina que, na maioria das vezes, não precisamos agir com base naquilo que está estabelecido nas leis. Podemos muito bem depender de Deus, permitindo que Ele mesmo aja em nosso favor. E foi justamente isso que aconteceu, pois ao pensar em deixar Maria em segredo, Deus lhe deu um sonho, no qual revelou que Aquele que se encontrava no ventre daquela mulher não era outro, mas o Salvador prometido a Israel, e que Ele havia sido gerado pelo Espírito Santo. É maravilhoso perceber como Deus age em nossas vidas, Ele é capaz de fazer muito mais do que pensamos (Ef. 3.20).

2. JOSÉ, UM HOMEM OBEDIENTE

José se destacou pela obediência, pois ao receber a ordem de Deus para não deixar Maria, acreditou que tudo estava acontecendo de acordo com a vontade do Senhor (Mt. 1.24). Nem sempre é fácil acreditar na Palavra que Deus dirige a nós, principalmente quando as circunstâncias não são favoráveis. O sonho que recebeu não foi mera especulação, resultado de um significado latente, mas a revelação do Senhor. Precisamos, a partir das Escrituras, atentar para a voz de Deus, pois Ele continua falando conosco. No princípio Ele falou aos pais pelos profetas, e nesses últimos tempos, tem nos falado pelo Seu Filho, Jesus Cristo (Hb. 1.1,2). Mesmo assim, não podemos descartar a manifestação profética. A doutrina escrituristica inclui o dom de profecia, que está incluída dentro dos dons de revelação. É nesse contexto que acreditamos que Deus pode se revelar através de sonhos. Mas é preciso ter cuidado para não construir uma teologia baseada exclusivamente em sonhos. Alguns deles, conforme ressalta a autor sacro, não passam do resultado de muitas preocupações (Ec. 5.3). Os sonhos devem ser confirmados pela Palavra de Deus, e mais importante, nem todo sonho pode ser considerado uma revelação. Por esse motivo, há sonhos que somente podem ser interpretados como elucubrações humanas, e necessariamente não têm significado espiritual. É preciso ter cuidado com aqueles que querem aplicar um significado para todo e qualquer tipo de sonho. Pior ainda, há aqueles que querem controlar a vida das pessoas por meio de supostos sonhos espirituais.

3. JOSÉ, UM PAI E MARIDO

Muito embora tenhamos poucas informações a respeito desse José nas Escrituras, as informações são suficientes para atestar que se tratava de um homem piedoso, e que revelou ser bom pai e marido. Nos momentos mais difíceis na vida de Maria, José esteve ao lado da sua esposa, ajudando-a tanto no período da gravidez quando do nascimento de Jesus (Lc. 2.4-7). Os maridos devem aprender com o exemplo de José, e a partir das orientações de Paulo, a se sacrificarem por suas esposas (Ef. 5.25). Nos dias atuais, muitos casamentos estão fundamentados apenas em interesses particulares, alguns deles são pautados pela influencia midiática. Há maridos que casam com mulheres jovens, mas começam a descartá-las quando o tempo passa. E mais, substituem o termo “amor” por um sentimento aventureiro, que nada tem a ver com o ágape bíblico. O amor-agape é muito mais do que um sentimento, é uma decisão que se toma para a vida, uma disposição a viver e se sacrificar pelo outro. Além de ser um marido exemplar, José também nos deixa um legado em relação à criação de filhos. Ao que tudo indica, este e sua esposa Maria, se responsabilizaram pelo ensino da Palavra de Deus aos filhos. Essa era uma atribuição que não poderia ser esquecida pelos pais, a orientação bíblica deveria ser diária (Dt. 11.18-21). O evangelista destaca que todos os anos os pais de Jesus iam a Jerusalém, à festa da Páscoa, indo Jesus com eles (Lc. 2.41,42). As Escrituras são enfáticas ao destacar que devemos ensinar os filhos no caminho que devem andar, para que esses não venham a se desviar dele no futuro (Pv. 22.6). Evidentemente, no contexto do livro de Provérbios, não se trata de uma promessa, mas de uma orientação prática para a vida.

CONCLUSÃO

A vida de José, o pai adotivo de Jesus, aponta um modelo de caráter que deve ser imitado. Ele, como um piedoso homem de Deus, estava aberto à revelação do Senhor, e se dispôs a obedecer Sua vontade. Nessa disposição, se prontificou ao sacrifício, a fim de preservar a reputação de Maria, sua futura esposa. E mais que isso, ao saber que Jesus era o Salvador, tomou as diligências necessárias para que esse fosse preservado, e também para que crescesse no conhecimento da Palavra do Senhor.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos o que a Bíblia revela sobre a vida de José de Nazaré, esposo de Maria, mãe de Jesus. Homem dotado de um caráter justo, temperante e amoroso. Deus, ao escolher a mulher em cujo ventre Jesus seria concebido, também escolheu aquele que haveria de dar apoio e proteção a ela e a seu filho primogênito. Dessa forma. José passou a ser partícipe do plano salvífico de Deus. [Comentário: “Filho de José” (Jo 1.45 e 6.42) e “filho do carpinteiro” (Mt 13.55) eram as designações para Jesus. Em Marcos 6.33 temos um ‘apelido’ para Jesus: “carpinteiro”, herdado de seu pai, isso, como era comum, por ter aprendido a profissão do pai. Certamente Deus escolheu um homem íntegro para fazer parte da vida de seu Filho. José sabia que Jesus não era seu filho fisicamente, mas o amou como um verdadeiro pai. Características do caráter desse homem sobressaem, não obstante o pouco que há a seu respeito. Temor a Deus (Mt 1.20 e 2.13,19), responsável (Lc 1.27 e 2.4), obediente (Mt 1.18-25), ]

I. JOSÉ O PAI DE JESUS
                                
1. Quem era José? Pouco se sabe a respeito de sua vida. Assim como a esposa, José era simples, humilde, talvez mais conhecido que ela por causa de sua profissão de carpinteiro. Ele entrou na genealogia de Jesus, contribuindo para o cumprimento das profecias, que indicavam que o Messias viria da descendência de Davi (2 Sm 7.12,16). [Comentário: São bem poucas as informações sobre a vida de José. Sabe-se que ele era um descendente legitimo da casa do rei Davi, conforme registrado na genealogia de Jesus apresentada em Mateus 1. Segundo a tradição cristã, nasceu em Belém da Judéia, no século I a.C., era da tribo de Judá e descendente do rei Davi. Exercia seu ofício de carpinteiro em Nazaré, uma pequena aldeia na região da baixa Galiléia. Ele já aparece no relato bíblico como o noivo de Maria, uma virgem que morava no mesmo vilarejo. Dos quatro Evangelhos, José não é mencionado apenas em Marcos. Ele recebe maior destaque no Evangelho de Mateus, onde está registrado a revelação dada a José, onde um anjo do Senhor lhe falou em sonho (Mt 1:20-25).]

2. Pai adotivo de Jesus. José não era o pai biológico de Jesus, e sim o seu pai adotivo, visto que Jesus foi gerado pela ação do Espírito Santo no ventre de Maria (Lc 1.35). Também é chamado de "pai-guardião" de Jesus. Esse fato é de grande importância, pois ele era "da casa e família de Davi" (Lc 2.4). Perante a Lei, José era pai de Jesus, incluindo-o na sua família, e também na de Maria, conforme o registro de Lucas 3.23-38. Dessa forma, ele garantiu a confirmação de Jesus na descendência real de Davi e da tribo de Judá. Lucas registra a genealogia de Jesus, a partir da descendência de Davi (Lc 1.27). [Comentário:Segundo o que inferimos da leitura dos Evangelhos, Maria ficou grávida num período em que já era noiva de José, mas antes de ter tido qualquer relação com ele. Para aquela cultura o noivado significava um compromisso matrimonial muito mais sério do que a noção que temos sobre um compromisso dessa natureza na atualidade. Tal cerimônia consistia no ato dos noivos jurarem fidelidade mútua na presença de testemunhas, o que implicava, num certo sentido, ser essencialmente o próprio matrimônio. É por isso que já naquele momento Maria era chamada de “esposa de José”, visto que legalmente ambos estavam desposados. A partir daquele momento, restava apenas a festa de núpcias e o “começar a viver juntos”. Conforme a Lei, uma mulher desposada que praticasse infidelidade deveria ser castigada com a morte (Dt 22.23,24). Foi assim que Maria ‘achou-se’ grávida pela ação do Espírito Santo e temos então, agindo como qualquer homem, José intentando deixar Maria pois sabia que este filho não era seu; vemos a dificuldade dele em aceitar Maria. Na verdade José tinha duas opções: iniciar uma demanda judicial contra Maria, ou despedi-la silenciosamente dando-lhe uma carta de divórcio. A primeira opção iria expor Maria diante de toda a sociedade, enquanto a segunda opção lhe preservaria de alguma forma.]

3. José, um sonhador obediente. Ao saber da gravidez de Maria, pensou em deixá-la secretamente para não infamá-la. Mas Deus entrou em ação, e lhe deu um sonho tranquilizador para que não saísse do seu lugar (Mt 1.20,21). Deus não deixou que ele concretizasse seu desejo de fugir às escondidas para não sofrer as consequências da gravidez inesperada de sua noiva. [Comentário:Com base em Mateus 1:20, pode-se concluir que José estava sofrendo muito com aquela situação, pois certamente ele amava Maria. Então, durante um sonho, um anjo do Senhor lhe apareceu para fortalecê-lo e confortá-lo, dizendo que ele não hesitasse em assumir Maria e a levasse para casa, visto que sua gravidez era uma ação sobrenatural do Espírito Santo. Nessa ocasião, José foi chamado pelo anjo de “filho de Davi”, uma expressão também aplicada a Jesus em diversas vezes e que nesse contexto significava explicitamente que José era o herdeiro legal de Davi, conforme fica evidente em sua árvore genealógica descrita em Mateus. Diferentemente de Maria que foi mãe biológica de Jesus, José não foi pai de Jesus no sentido físico, mas é válido saber que sua paternidade legal também era importante, visto que principalmente pela linhagem de José, um filho de Davi, o direito ao trono de Davi foi transmitido para Jesus. Também é interessante notar que o anjo do Senhor, assim como havia feito com Maria, deu ordem a José dizendo que o nome a ser dado ao menino seria Jesus (Mt 1.21) Este texto foi extraído na íntegra de: https://estiloadoracao.com/jose-pai-de-jesus/.]

SUBSÍDIO DIDÁTICO
                               
Professor, reproduza o quadro a baixo e utilize-o para mostrar aos alunos algumas das características do perfil de José.

JOSÉ
QUALIDADES E REALIZAÇÕES
Um homem de integridade. Pai terreno e legal de Jesus. Sensível à orientação de Deus, e disposto a fazer a vontade de Deus.
LIÇÕES DE VIDA
Deus honra a integridade. Ser obediente a Deus traz mais orientações dele. Os sentimentos não são medidas precisas da correção ou do erro de uma ação.
ESTATÍSTICAS VITAIS
Locais: Nazaré, Belém. Ocupação: Carpinteiro. Parentes: Esposa: Maria. Filhos: Jesus, Tiago, José, Judas, Simão, e filhas.
VERSÍCULO-CHAVE
"Então, José, seu marido, como era justo e não queria infa­mar, intentou deixá-la secretamente" (Mt 1.19).

II. O CARÁTER EXEMPLAR DE JOSÉ

1. Um homem obediente. Ao ter a revelação acerca da natureza da concepção de Maria, e receber a ordem de Deus para não deixar Maria, José submeteu-se à vontade divina: "E José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher" (Mt 1.24). Poderia ter despertado e dado tempo para verificar se não teria tido apenas um sonho resultante das muitas ocupações (Ec 5.3). Teve porém o discernimento espiritual de que se tratava de um sonho de origem divina. E obedeceu prontamente tão logo despertou de seu merecido sono. Com amor, abraçou Maria e contou-lhe a experiência que Deus lhe proporcionara. [Comentário: Ao longo do relato bíblico encontramos uma característica marcante em José, sua obediência a Deus - por isso foi chamado de “justo” (Mt 1.19). Obedeceu à lei levando Jesus para ser circuncidado ao oitavo dia (Lc 2.22). Não havia coabitado com sua noiva antes do casamento (Mt 1.18). Somente depois do nascimento de Jesus é que recebeu Maria como sua mulher (Mt 1.25). Por um instante José foi tentado a deixar Maria (Mt 1.19), com as melhores intenções de livrar sua noiva de um castigo infame. Contudo, assim que recebeu mensagem do anjo, obedeceu imediatamente recebendo Maria como esposa e o filho como se fosse seu (Mt 1.24). Até o nome da criança José obedeceu e colocou como mandou o anjo (Mt 1.21 e 25). Desde os lugares onde morou com sua família até cada detalhe de sua vida foram em obediência à orientação de Deus (Mt 2.13, 19,20). Quando o pai é obediente a Deus, os filhos são obedientes ao pai. Se o pai não obedecer a sua liderança, os filhos não saberão obedecê-lo. Muitos pais sacrificam seus filhos por não ensinar obediência, pois “obedecer é melhor que sacrificar” (1Sm 15.22). Por isso é importante buscar em tudo a “boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2). Um pai sabe o que é melhor para o filho (Mt 7.9-12) e precisa ensinar a ser obediente em tudo Este texto foi extraído com alguma modificações de: http://www.esbocosermao.com/2014/08/jose-pai-adotivo-de-jesus.html.]

2. Um homem temperante. No período em que era noivo (desposado) com Maria, ele não teve relações íntimas com ela. Primeiro, porque era um grave pecado (Dt 22.23,24). Em segundo lugar, porque era homem de bem, e obediente a Deus, "justo" (Mt 1.19). José "não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe o nome de JESUS" (Mt 1.25). Ambos foram fortes o suficiente para serem fiéis a Deus, nessa área, em que muitos não resistem nem à primeira investida do Maligno. [Comentário: Além de ser um homem obediente, José se destaca por sua responsabilidade, primeiramente pelo fato de estar desposado com Maria (Lc 1.27) assumindo seu compromisso de constituir uma família. José cumpriu sua obrigação civil e foi fazer o recenseamento na época e no lugar certo, mesmo diante da dificuldade de ter sua esposa grávida (Lc 2.4). Além disso, José assumiu a paternidade pública de Jesus recebendo Maria como esposa (Mt 1.24). Ser conhecido como carpinteiro também denota que era um homem trabalhador e bom profissional (Mt 13.55) e também ensinou a profissão para seu filho (Mc 6.33). Deu educação a seus filhos provavelmente em casa (Jo 7.15-17), pois Jesus sabia ler (Lc 4.16 e 17) e escrever (Jo 8.8). O exemplo de um pai ensina muito mais que suas palavras. Todo filho aprende como seu pai “ensina a criança no caminho em que deve andar” (Pv 22.6) lembra-se de suas atitudes (Lc 15.17). Quando um pai dá exemplo de responsabilidade, seus filhos o seguem como referencial e mesmo que se desviem um dia se lembrarão.]

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

"A genealogia de José é apresentada em Mateus 1. Ele era carpinteiro (Mt 13.55) que vivia em Nazaré (Lc 2.4). Mas, como descendente de Davi, sua casa ancestral estava em Belém. Estava noivo de Maria na época em que Jesus foi concebido pelo Espírito Santo. Ao saber que Maria estava grávida, quis evitar que ela fosse exposta à vergonha pública, embora cogitasse divorciar-se e despedi-la secretamente. Mas em um sonho foi informado por Deus que a concepção de Maria era divina e foi encorajado a se casar com ela. Para se registrarem e pagarem o imposto real, ele e Maria foram a Belém, onde Jesus nasceu. José é mencionado juntamente com Maria e Jesus na visita dos pastores (Lc 2.16) e na apresentação de Jesus no Templo (Lc 2.27,33). Em um sonho. Deus instruiu José a fugir da ira de Herodes, ir para o Egito, e lá permanecer durante algum tempo. A última participação de José é mencionada no evento dos Evangelhos relacionado com a visita feita à festa anual em Jerusalém, quando Jesus tinha 12 anos de idade (Lc 2.41-52). Ele não foi incluído com Maria e seus filhos em Mateus 12.46-50. Embora João 6.42 possa indicar que José ainda tivesse vivo durante parte do ministério de Jesus. José não aparece na crucificação quando Jesus entregou sua mãe aos cuidados do apóstolo João (Jo 19.26,27), portanto podemos concluir que José havia morrido antes desse acontecimento. Os judeus da época de Jesus consideravam que Ele era filho de José (veja Lc 3.23; 4.22; Jo 1.45; 6.42)" (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed, Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 1092).
III. A NOBRE MISSÃO DE JOSÉ

1. Assegurar a ascendência real de Jesus. Como visto no primeiro tópico, perante a lei, José era o pai de Jesus, incluindo-o na sua família, e também na de Maria, conforme o registro de Lucas (3.23-38). Dessa forma, ele garantiu a confirmação de Jesus na descendência real de Davi, pela tribo de Judá: "E Davi era filho de um homem, efrateu, de Belém de Judá, cujo nome era Jessé [...] " (1Sm 17.12). Jesus é descrito, no Apocalipse, como "o Leão da tribo de Judá", o único capaz de abrir o livro selado com sete selos (Ap 5.5). Mateus registra a genealogia de Jesus, a partir da descendência de Davi. Jesus foi adotado legalmente por José, que era da tribo de Judá. [Comentário: Jesus foi o cumprimento da profecia da descendência de Davi registrada em 2 Samuel 7.14-16, o Messias prometido. Mateus 1 dá uma prova genealógica de que Jesus, na Sua humanidade, foi um descendente direto de Davi por intermédio de José, o pai legal de Jesus. A genealogia em Lucas, capítulo 3, dá a linhagem de Jesus através de Sua mãe, Maria. Jesus é um descendente de Davi, por adoção através de José e pelo sangue por meio de Maria. Ele era descendente de Davi tanto por parte de José como de Maria e os próprios judeus da época consideravam Jesus filho de José: "Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas?" (Mt 13.55).]

2. Proteger Jesus em seus primeiros anos. Alguns fatos relevantes sobre a vida de Jesus comprovam o amor e o zelo de José pelo menino que não era seu filho biológico, mas filho de Maria pela intervenção divina. [Comentário:Depois da revelação que teve, José assumiu Maria como sua esposa e desempenhou o papel de “pai” para o menino Jesus. Após o nascimento de Jesus em Belém, José o levou a Jerusalém para a purificação (Lc 2.22), e depois, como chefe da família, fugiu com ele para o Egito a fim de escapar da perseguição invejosa de Herodes, conforme a instrução recebida do anjo do Senhor (Mt 2.13-15).]

a) No nascimento de Jesus. "E subiu da Galileia também José, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi chamada Belém (porque era da casa e família de Davi), a fim de alistar-se com Maria, sua mulher, que estava grávida. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem" (Lc 2.4-7). Naquela situação, sem dúvida, José participou dos procedimentos no parto de Jesus, ajudando Maria em todos os detalhes, amparando o bebê, no corte do cordão umbilical, e em sua limpeza pós-parto, no envolvimento em panos e a colocação da criança na manjedoura. [Comentário: Desconsiderando as conjecturas do subtópico, temos que os romanos obrigaram o recenseamento de todos os povos que lhes eram sujeitos a fim de facilitar a cobrança de impostos, o que se tornou numa valiosa ajuda na localização temporal dos fatos, uma vez que ocorreu exatamente 4 anos antes da morte de Herodes, no ano 8 a.C.. Entretanto, os Judeus tomaram providência no sentido de dificultar qualquer tentativa por parte dos ocupantes em contar o seu povo, pelo que, segundo a história, nas terras judaicas este recenseamento ocorrera um ano depois do restante império romano, ou seja no ano 7 a.C.. Em Belém, o recenseamento ocorrera no oitavo mês, pelo que se concluiu que, Jesus nascera provavelmente no mês de Agosto do ano 7 a.C. Assim nasceu Jesus, de maneira improvisada, no meio de uma viagem, na estalagem de uma hospedaria lotada. Certamente José fez o que estava ao seu alcance para oferecer o melhor para sua esposa grávida.]

b) Nas cerimônias exigidas pela Lei. Na circuncisão de Jesus, ao oitavo dia de nascido e na apresentação no Templo, José estava ao lado de Maria: "E, quando os oito dias foram cumpridos para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido. E, cumprindo-se os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor" (Lc 2.21,22). [Comentário: O casal, além de cumpridores da lei dos dominadores dos judeus, pois a obedeceram indo ao recenseamento, também eram cumpridores da lei que Deus deu ao povo, a chamada Lei de Moisés, nestes versos, é relatado o cumprimento de 3 cerimônias, a circuncisão, a purificação e a apresentação ao templo. Era no dia do circuncisão que se dava o nome ao filho.]

c) Na fuga para o Egito. Diante da ameaça de Herodes, de matar o menino Jesus, Deus determinou que José tomasse Maria e o menino, e fugissem para o Egito, até que o rei homicida tivesse morrido. Por quase 500 quilômetros de viagem, em meio a estradas desertas, com risco de assaltos e intempéries, José conduziu a esposa e seu filho para um lugar seguro. E de lá só voltou por revelação de Deus, quando o homicida tinha morrido, e foi morar em Nazaré (Mt 2.13-23). [Comentário: O Egito era o lugar ideal para o refúgio, pois estava fora do domínio do rei Herodes, mas ainda dentro dos territórios do Império Romano, o que tornava a viagem muito mais fácil e segura, embora a grande distância torne ainda mais difícil esta fuga obediente. Permaneceu lá até que outra vez, recebeu ordem para retornar, e isso após a morte de seu inimigo. Acredita-se que Herodes tenha morrido por volta de 4 a.C. e, apesar de Mateus não mencionar como, o historiador judeu Flávio Josefo relata com detalhes a sua horrenda morte.]

3. O zelo pela formação espiritual de Jesus. Seus pais cumpriam o que fora determinado quanto à educação dos filhos, através do ensino sistemático e diário da Palavra de Deus (cf. Dt 11.18-21). Fazia parte de sua educação conhecer e participar das festas anuais de Israel, das quais a Páscoa era a mais importante. José Maria levavam o menino a Jerusalém ara essa festividade nacional. "Ora, dos os anos, iam seus pais a Jerusalém, Festa da Páscoa. E, tendo eleja doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa" (Lc 2.41,42). Um exemplo eloquente de um verdadeiro pai, que se faz presente na vida do filho, e não apenas um genitor, que gera e se descuida da vida do filho. [Comentário: A formação das crianças naquela época era totalmente religiosa, aprendiam em casa, no Templo e pela obediência às cerimônias da Lei. O Salmos 119.103 é uma bela metáfora de como as crianças aprendiam as primeiras letras, escrevendo com o dedo na lousa lambuzada com mel. Assim Jesus foi educado e quando contava com 12 anos, numa Festa da Páscoa como era tradição Judaica, festa de preceito com peregrinação a Jerusalém, ele com sua família foram para a cidade de Jerusalém segundo a narrativa de Lucas. Jesus se perdeu em Jerusalém durante a festa da Páscoa e como Maria e José o encontram no Templo, sentado em meio aos doutores, ouvindo-os e interrogando-os e todos os que o ouviam ficavam extasiados com sua inteligência e com suas respostas (Lc 2,46-47).]

SUBSÍDIO DIDÁTICO

"As famílias judias realizavam várias cerimônias, logo após o nascimento de um bebê:
(1) circuncisão. Todos os bebês do sexo masculino eram circuncidados e recebiam seu nome no oitavo dia após o nascimento (Lv 12.3; Lc 1.59-60). A circuncisão simbolizava a separação entre judeus e gentios, e seu relacionamento exclusivo com Deus.
(2) Redenção do primogênito. O primogênito era apresentado a Deus, um mês após o nascimento (Êx 13.2,11-16; Nm 18.15-16). A cerimônia incluía comprar de volta, ou seja, 'redimir', a criança, de Deus, por meio de uma oferta. Desta maneira, os pais reconheciam que o bebé pertencia a Deus, que é o único que tem poder de dar vida.
(3) Purificação da mãe. Durante 40 dias, após o nascimento de um filho, e 80 dias após o nascimento de uma filha, a mãe permanecia cerimonialmente impura, e não podia entrar no Templo. No fim do seu período de separação, os pais deveriam trazer um cordeiro para uma oferta de holocausto, e uma rola ou um pombo para uma oferta de pecado, O sacerdote sacrificaria esses animais e declararia que a mulher estava limpa. Se um cordeiro fosse caro demais para a família, os pais podiam trazer, em seu lugar, uma segunda rola ou pombo. Foi isso que Maria e José fizeram. Jesus era o Filho de Deus, mas sua família realizou essas cerimónias de acordo com a lei de Deus. Jesus não nasceu acima da lei; ao contrário, Ele a cumpriu à perfeição" (Bíblica Cronológica Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p-1282).

CONCLUSÃO

José foi escolhido por Deus para uma missão muito elevada, no plano da redenção. Ele foi o homem que amparou Maria, em sua missão de conceber o Filho de Deus, como Filho do Homem. Não só a ela, mais ao próprio Jesus, em seu nascimento biológico, em sua infância, nas ameaças que sofreu. Ele cuidou de sua educação ao lado de sua mãe. Ele foi um homem santo. Mas, assim como Maria, nunca reivindicou para si honras e louvores, que só pertencem a Deus. [Comentário: A última vez que José é mencionado na Bíblia é quando Jesus tinha doze anos. Retornando de uma viagem para Jerusalém, Jesus se separou de seus pais, os quais eventualmente o encontraram no templo conversando com os professores. Ironicamente, foi naquele tempo - quando Jesus anunciou que tinha de cuidar dos planos do Pai - que toda menção do seu pai terreno cessa (Lc 2.41-50). Talvez este seja o motivo pelo qual nos esquecemos dele, ignorando a importância dele na vida de Jesus. Não há dúvida. José foi escolhido por Deus para ser o homem que abençoaria a vida de Jesus. Dentro do ventre de Maria estava a profecia que foi entregue desde o Éden. José precisava entender que aquela mulher era muito especial. José soube discernir a situação e a tomou como esposa. O temor de José a Deus estava estampado em cada decisão e atitude dele. Era um homem forjado em Deus.] “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória. Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém”. (Judas 24-25).
Francisco Barbosa

Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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