SUBSÍDIO I
O CARÁTER DE UM HOMEM BOM
Imagine após uma jovem judia ser
prometida em casamento a um jovem judeu, surgisse a informação de que ela
estava grávida. Ainda não ocorrera o casamento entre o jovem e a noiva, muito
menos havia ocorrido a noite de núpcias entre o casal, mas a jovem se encontrava
grávida. Qual seria a reação de qualquer jovem judeu? Nesse contexto é que
aparece o pai de Jesus, José. Um homem de caráter ilibado, conciliador, amoroso
e preocupado com o bem-estar da outra pessoa. Podemos resumir a sua vida em humildade,
submissão e amor.
Sabemos pouco sobre a vida de
José, o pai de nosso Senhor. As Escrituras não se referem muito a pessoa do
marido de Maria, por isso, muitos estudiosos especulam sobre ele ter morrido
precocemente. Talvez a informação histórica mais relevante sobre José é a
respeito de sua profissão: carpinteiro. Profissão que o nosso Senhor aprenderia
e exerceria mais tarde. Embora as Escrituras Sagradas tenham poucos dados
mencionados a respeito de José, o seu caráter é demonstrado de maneira muito
clara logo nos primeiros episódios que narram a infância do Senhor Jesus.
Ao saber da gravidez de Maria,
conhecendo que entre eles não havia relação sexual, e por isso biologicamente o
filho de Maria não poderia ser de José, o que lhe dava a ideia de que Maria havia
sido infiel, as Escrituras Sagradas narram que “José, seu marido, como era
justo e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente” (Mt 1.19). O pai
do Salvador não tinha a intenção de expor Maria publicamente, pois ele bem
sabia a consequência que toda mulher sofreria quando flagrada em infidelidade
conjugal.
Entretanto, o texto bíblico
narra que imediatamente após José planejar a abandonar secretamente a Maria, o
anjo do Senhor lhe apareceu em sonho: “dizendo: José, filho de Davi, não temas
receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo.
E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de JESUS,
porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1.20,21). Além de acreditar
na inocência de Maria por intermédio de um sonho, José obedeceu humildemente a
voz do Senhor por meio do anjo e assumiu a paternidade de Jesus e o casamento
com Maria.
A obediência talvez seja a maior
lição que podemos depreender da vida de José, o pai do nosso Salvador: anular
por completo a própria dúvida, amar incondicionalmente e dizer sim para Deus.
José escolheu a crer por intermédio de um sonho.
(Texto extraído da revista Ensinador
Cristão, CPAD, p.42)
Marcelo Oliveira de Oliveira
Editor responsável pela Revista
Lições Bíblica Adultos
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Jesus é o Filho de Deus, mas não podemos desprezar
que, na condição de totalmente homem, foi filho de José. Na aula de hoje
estudaremos a respeito desse servo de Deus, que se sacrificou, a fim de
preservar sua família. Inicialmente destacaremos sua biografia, com destaque
para sua relação com filho e esposa. Ao final, apontaremos algumas virtudes do
caráter de José que são dignas de destaque, e servem de exemplo para os
cristãos da atualidade.
1. JOSÉ, O PAI DE JESUS
Existem várias pessoas nas Escrituras com o nome de
José, sendo este o significado de “Deus faz prosperar”. O José ao qual nos referimos
é o marido de Maria, a mãe de Jesus. Este entrou na genealogia de Jesus
contribuindo para o cumprimento das profecias, que indicavam o nascimento do
Messias da descendência de Davi (II Sm. 7.12,16). Conforme já estudamos
anteriormente, Jesus não teve um pai biológico, considerando que Aquele foi
gerado pelo Espírito Santo, no ventre de Maria (Lc. 1.35). Por esse motivo,
assumimos que José foi o pai adotivo de Jesus, tendo sido aquele da
descendência real de Davi (Lc. 1.27). De acordo com as tradições daquela época,
Maria estava prometida para se casar com José. Mas este, ao saber que aquele se
encontrava grávida, tratou logo de se afastar da moça, resguardando-a para que
não viesse a ser incriminada. Essa atitude de José mostra seu caráter, sua disposição
para perdoar as pessoas. Ele não teve a intenção de prejudicar Maria, ainda que
as ordenanças fossem favoráveis. Isso nos ensina que, na maioria das vezes, não
precisamos agir com base naquilo que está estabelecido nas leis. Podemos muito
bem depender de Deus, permitindo que Ele mesmo aja em nosso favor. E foi
justamente isso que aconteceu, pois ao pensar em deixar Maria em segredo, Deus
lhe deu um sonho, no qual revelou que Aquele que se encontrava no ventre
daquela mulher não era outro, mas o Salvador prometido a Israel, e que Ele
havia sido gerado pelo Espírito Santo. É maravilhoso perceber como Deus age em
nossas vidas, Ele é capaz de fazer muito mais do que pensamos (Ef. 3.20).
2. JOSÉ, UM
HOMEM OBEDIENTE
José se destacou pela obediência, pois ao receber a
ordem de Deus para não deixar Maria, acreditou que tudo estava acontecendo de
acordo com a vontade do Senhor (Mt. 1.24). Nem sempre é fácil acreditar na
Palavra que Deus dirige a nós, principalmente quando as circunstâncias não são
favoráveis. O sonho que recebeu não foi mera especulação, resultado de um
significado latente, mas a revelação do Senhor. Precisamos, a partir das
Escrituras, atentar para a voz de Deus, pois Ele continua falando conosco. No
princípio Ele falou aos pais pelos profetas, e nesses últimos tempos, tem nos
falado pelo Seu Filho, Jesus Cristo (Hb. 1.1,2). Mesmo assim, não podemos
descartar a manifestação profética. A doutrina escrituristica inclui o dom de
profecia, que está incluída dentro dos dons de revelação. É nesse contexto que
acreditamos que Deus pode se revelar através de sonhos. Mas é preciso ter
cuidado para não construir uma teologia baseada exclusivamente em sonhos.
Alguns deles, conforme ressalta a autor sacro, não passam do resultado de
muitas preocupações (Ec. 5.3). Os sonhos devem ser confirmados pela Palavra de
Deus, e mais importante, nem todo sonho pode ser considerado uma revelação. Por
esse motivo, há sonhos que somente podem ser interpretados como elucubrações
humanas, e necessariamente não têm significado espiritual. É preciso ter
cuidado com aqueles que querem aplicar um significado para todo e qualquer tipo
de sonho. Pior ainda, há aqueles que querem controlar a vida das pessoas por
meio de supostos sonhos espirituais.
3. JOSÉ, UM PAI E MARIDO
Muito embora tenhamos poucas informações a respeito
desse José nas Escrituras, as informações são suficientes para atestar que se
tratava de um homem piedoso, e que revelou ser bom pai e marido. Nos momentos
mais difíceis na vida de Maria, José esteve ao lado da sua esposa, ajudando-a
tanto no período da gravidez quando do nascimento de Jesus (Lc. 2.4-7). Os
maridos devem aprender com o exemplo de José, e a partir das orientações de
Paulo, a se sacrificarem por suas esposas (Ef. 5.25). Nos dias atuais, muitos
casamentos estão fundamentados apenas em interesses particulares, alguns deles
são pautados pela influencia midiática. Há maridos que casam com mulheres
jovens, mas começam a descartá-las quando o tempo passa. E mais, substituem o
termo “amor” por um sentimento aventureiro, que nada tem a ver com o ágape
bíblico. O amor-agape é muito mais do que um sentimento, é uma decisão que se
toma para a vida, uma disposição a viver e se sacrificar pelo outro. Além de
ser um marido exemplar, José também nos deixa um legado em relação à criação de
filhos. Ao que tudo indica, este e sua esposa Maria, se responsabilizaram pelo
ensino da Palavra de Deus aos filhos. Essa era uma atribuição que não poderia
ser esquecida pelos pais, a orientação bíblica deveria ser diária (Dt. 11.18-21).
O evangelista destaca que todos os anos os pais de Jesus iam a Jerusalém, à
festa da Páscoa, indo Jesus com eles (Lc. 2.41,42). As Escrituras são enfáticas
ao destacar que devemos ensinar os filhos no caminho que devem andar, para que
esses não venham a se desviar dele no futuro (Pv. 22.6). Evidentemente, no
contexto do livro de Provérbios, não se trata de uma promessa, mas de uma
orientação prática para a vida.
CONCLUSÃO
A vida de José, o pai adotivo de Jesus, aponta um
modelo de caráter que deve ser imitado. Ele, como um piedoso homem de Deus,
estava aberto à revelação do Senhor, e se dispôs a obedecer Sua vontade. Nessa
disposição, se prontificou ao sacrifício, a fim de preservar a reputação de
Maria, sua futura esposa. E mais que isso, ao saber que Jesus era o Salvador,
tomou as diligências necessárias para que esse fosse preservado, e também para
que crescesse no conhecimento da Palavra do Senhor.
Prof. Ev. José
Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog
subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
Nesta lição,
estudaremos o que a Bíblia revela sobre a vida de José de Nazaré, esposo de
Maria, mãe de Jesus. Homem dotado de um caráter justo, temperante e amoroso.
Deus, ao escolher a mulher em cujo ventre Jesus seria concebido, também
escolheu aquele que haveria de dar apoio e proteção a ela e a seu filho primogênito.
Dessa forma. José passou a ser partícipe do plano salvífico de Deus. [Comentário: “Filho de José” (Jo 1.45 e 6.42) e “filho do carpinteiro” (Mt
13.55) eram as designações para Jesus. Em Marcos 6.33 temos um ‘apelido’ para
Jesus: “carpinteiro”, herdado de seu pai, isso, como era comum, por ter
aprendido a profissão do pai. Certamente Deus escolheu um homem íntegro para
fazer parte da vida de seu Filho. José sabia que Jesus não era seu filho
fisicamente, mas o amou como um verdadeiro pai. Características do caráter
desse homem sobressaem, não obstante o pouco que há a seu respeito. Temor a
Deus (Mt 1.20 e 2.13,19), responsável (Lc 1.27 e 2.4), obediente (Mt 1.18-25), ]
I. JOSÉ O
PAI DE JESUS
1. Quem era José? Pouco se sabe a respeito de sua vida. Assim como a esposa, José era
simples, humilde, talvez mais conhecido que ela por causa de sua profissão de
carpinteiro. Ele entrou na genealogia de Jesus, contribuindo para o cumprimento
das profecias, que indicavam que o Messias viria da descendência de Davi (2 Sm
7.12,16). [Comentário: São bem poucas as informações sobre a vida de José. Sabe-se
que ele era um descendente legitimo da casa do rei Davi, conforme registrado na
genealogia de Jesus apresentada em Mateus 1. Segundo a tradição cristã, nasceu em Belém da Judéia, no
século I a.C., era da tribo de Judá e descendente do rei Davi. Exercia seu
ofício de carpinteiro em Nazaré, uma pequena aldeia na região da baixa
Galiléia. Ele já aparece no relato bíblico como o noivo de Maria, uma virgem
que morava no mesmo vilarejo. Dos quatro Evangelhos, José não é mencionado
apenas em Marcos. Ele recebe maior destaque no Evangelho de Mateus, onde está
registrado a revelação dada a José, onde um anjo do Senhor lhe falou em sonho (Mt
1:20-25).]
2. Pai adotivo de Jesus. José não era o pai biológico de Jesus, e sim o seu pai adotivo, visto que
Jesus foi gerado pela ação do Espírito Santo no ventre de Maria (Lc 1.35).
Também é chamado de "pai-guardião" de Jesus. Esse fato é de grande
importância, pois ele era "da casa e família de Davi" (Lc 2.4).
Perante a Lei, José era pai de Jesus, incluindo-o na sua família, e também na
de Maria, conforme o registro de Lucas 3.23-38. Dessa forma, ele garantiu a
confirmação de Jesus na descendência real de Davi e da tribo de Judá. Lucas
registra a genealogia de Jesus, a partir da descendência de Davi (Lc 1.27). [Comentário:Segundo o que inferimos da leitura dos Evangelhos, Maria
ficou grávida num período em que já era noiva de José, mas antes de ter tido
qualquer relação com ele. Para aquela cultura o noivado significava um
compromisso matrimonial muito mais sério do que a noção que temos sobre um
compromisso dessa natureza na atualidade. Tal cerimônia consistia no ato dos
noivos jurarem fidelidade mútua na presença de testemunhas, o que implicava,
num certo sentido, ser essencialmente o próprio matrimônio. É por isso que já
naquele momento Maria era chamada de “esposa de José”, visto que legalmente
ambos estavam desposados. A partir daquele momento, restava apenas a festa de
núpcias e o “começar a viver juntos”. Conforme a Lei, uma mulher desposada que
praticasse infidelidade deveria ser castigada com a morte (Dt 22.23,24). Foi
assim que Maria ‘achou-se’ grávida pela ação do Espírito Santo e temos então,
agindo como qualquer homem, José intentando deixar Maria pois sabia que este
filho não era seu; vemos a dificuldade dele em aceitar Maria. Na verdade José
tinha duas opções: iniciar uma demanda judicial contra Maria, ou despedi-la
silenciosamente dando-lhe uma carta de divórcio. A primeira opção iria expor
Maria diante de toda a sociedade, enquanto a segunda opção lhe preservaria de
alguma forma.]
3. José, um sonhador obediente. Ao saber da gravidez de Maria, pensou em deixá-la secretamente para não infamá-la.
Mas Deus entrou em ação, e lhe deu um sonho tranquilizador para que não saísse
do seu lugar (Mt 1.20,21). Deus não deixou que ele concretizasse seu desejo de
fugir às escondidas para não sofrer as consequências da gravidez inesperada de
sua noiva. [Comentário:Com
base em Mateus 1:20, pode-se concluir que José estava sofrendo muito com aquela
situação, pois certamente ele amava Maria. Então, durante um sonho, um anjo do
Senhor lhe apareceu para fortalecê-lo e confortá-lo, dizendo que ele não hesitasse
em assumir Maria e a levasse para casa, visto que sua gravidez era uma ação
sobrenatural do Espírito Santo. Nessa ocasião, José foi chamado pelo anjo de
“filho de Davi”, uma expressão também aplicada a Jesus em diversas vezes e que
nesse contexto significava explicitamente que José era o herdeiro legal de
Davi, conforme fica evidente em sua árvore genealógica descrita em Mateus.
Diferentemente de Maria que foi mãe biológica de Jesus, José não foi pai de
Jesus no sentido físico, mas é válido saber que sua paternidade legal também
era importante, visto que principalmente pela linhagem de José, um filho de
Davi, o direito ao trono de Davi foi transmitido para Jesus. Também é
interessante notar que o anjo do Senhor, assim como havia feito com Maria, deu
ordem a José dizendo que o nome a ser dado ao menino seria Jesus (Mt 1.21) Este texto foi extraído na
íntegra de: https://estiloadoracao.com/jose-pai-de-jesus/.]
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, reproduza o quadro a baixo e utilize-o
para mostrar aos alunos algumas das características do perfil de José.
JOSÉ
|
|
QUALIDADES E REALIZAÇÕES
|
Um homem de
integridade. Pai terreno e legal de Jesus. Sensível à orientação de Deus, e
disposto a fazer a vontade de Deus.
|
LIÇÕES DE VIDA
|
Deus honra a
integridade. Ser obediente a Deus traz mais orientações dele. Os sentimentos
não são medidas precisas da correção ou do erro de uma ação.
|
ESTATÍSTICAS VITAIS
|
Locais: Nazaré,
Belém. Ocupação: Carpinteiro. Parentes: Esposa: Maria. Filhos: Jesus, Tiago,
José, Judas, Simão, e filhas.
|
VERSÍCULO-CHAVE
|
"Então,
José, seu marido, como era justo e não queria infamar, intentou deixá-la
secretamente" (Mt 1.19).
|
II. O
CARÁTER EXEMPLAR DE JOSÉ
1. Um homem obediente. Ao ter a revelação acerca da natureza da concepção de Maria, e receber a
ordem de Deus para não deixar Maria, José submeteu-se à vontade divina: "E
José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a
sua mulher" (Mt 1.24). Poderia ter despertado e dado tempo para verificar
se não teria tido apenas um sonho resultante das muitas ocupações (Ec 5.3).
Teve porém o discernimento espiritual de que se tratava de um sonho de origem
divina. E obedeceu prontamente tão logo despertou de seu merecido sono. Com
amor, abraçou Maria e contou-lhe a experiência que Deus lhe proporcionara. [Comentário: Ao longo do relato bíblico encontramos
uma característica marcante em José, sua obediência a Deus - por isso foi
chamado de “justo” (Mt 1.19). Obedeceu à lei levando Jesus para ser
circuncidado ao oitavo dia (Lc 2.22). Não havia coabitado com sua noiva antes
do casamento (Mt 1.18). Somente depois do nascimento de Jesus é que recebeu
Maria como sua mulher (Mt 1.25). Por um instante José foi tentado a deixar
Maria (Mt 1.19), com as melhores intenções de livrar sua noiva de um castigo
infame. Contudo, assim que recebeu mensagem do anjo, obedeceu imediatamente
recebendo Maria como esposa e o filho como se fosse seu (Mt 1.24). Até o nome
da criança José obedeceu e colocou como mandou o anjo (Mt 1.21 e 25). Desde os
lugares onde morou com sua família até cada detalhe de sua vida foram em
obediência à orientação de Deus (Mt 2.13, 19,20). Quando o pai é obediente a
Deus, os filhos são obedientes ao pai. Se o pai não obedecer a sua liderança,
os filhos não saberão obedecê-lo. Muitos pais sacrificam seus filhos por não
ensinar obediência, pois “obedecer é melhor que sacrificar” (1Sm 15.22). Por
isso é importante buscar em tudo a “boa, agradável e perfeita vontade de Deus”
(Rm 12.2). Um pai sabe o que é melhor para o filho (Mt 7.9-12) e precisa
ensinar a ser obediente em tudo Este
texto foi extraído com alguma modificações de: http://www.esbocosermao.com/2014/08/jose-pai-adotivo-de-jesus.html.]
2. Um homem temperante. No período em que era noivo (desposado) com Maria, ele não teve relações
íntimas com ela. Primeiro, porque era um grave pecado (Dt 22.23,24). Em segundo
lugar, porque era homem de bem, e obediente a Deus, "justo" (Mt
1.19). José "não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e
pôs-lhe o nome de JESUS" (Mt 1.25). Ambos foram fortes o suficiente para
serem fiéis a Deus, nessa área, em que muitos não resistem nem à primeira
investida do Maligno. [Comentário: Além de ser um homem obediente, José se destaca por sua
responsabilidade, primeiramente pelo fato de estar desposado com Maria (Lc
1.27) assumindo seu compromisso de constituir uma família. José cumpriu sua
obrigação civil e foi fazer o recenseamento na época e no lugar certo, mesmo
diante da dificuldade de ter sua esposa grávida (Lc 2.4). Além disso, José
assumiu a paternidade pública de Jesus recebendo Maria como esposa (Mt 1.24).
Ser conhecido como carpinteiro também denota que era um homem trabalhador e bom
profissional (Mt 13.55) e também ensinou a profissão para seu filho (Mc 6.33).
Deu educação a seus filhos provavelmente em casa (Jo 7.15-17), pois Jesus sabia
ler (Lc 4.16 e 17) e escrever (Jo 8.8). O exemplo de um pai ensina muito mais
que suas palavras. Todo filho aprende como seu pai “ensina a criança no caminho
em que deve andar” (Pv 22.6) lembra-se de suas atitudes (Lc 15.17). Quando um
pai dá exemplo de responsabilidade, seus filhos o seguem como referencial e
mesmo que se desviem um dia se lembrarão.]
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"A genealogia de José é apresentada em Mateus
1. Ele era carpinteiro (Mt 13.55) que vivia em Nazaré (Lc 2.4). Mas, como
descendente de Davi, sua casa ancestral estava em Belém. Estava noivo de Maria
na época em que Jesus foi concebido pelo Espírito Santo. Ao saber que Maria
estava grávida, quis evitar que ela fosse exposta à vergonha pública, embora
cogitasse divorciar-se e despedi-la secretamente. Mas em um sonho foi informado
por Deus que a concepção de Maria era divina e foi encorajado a se casar com
ela. Para se registrarem e pagarem o imposto real, ele e Maria foram a Belém,
onde Jesus nasceu. José é mencionado juntamente com Maria e Jesus na visita dos
pastores (Lc 2.16) e na apresentação de Jesus no Templo (Lc 2.27,33). Em um
sonho. Deus instruiu José a fugir da ira de Herodes, ir para o Egito, e lá
permanecer durante algum tempo. A última participação de José é mencionada no
evento dos Evangelhos relacionado com a visita feita à festa anual em
Jerusalém, quando Jesus tinha 12 anos de idade (Lc 2.41-52). Ele não foi
incluído com Maria e seus filhos em Mateus 12.46-50. Embora João 6.42 possa
indicar que José ainda tivesse vivo durante parte do ministério de Jesus. José
não aparece na crucificação quando Jesus entregou sua mãe aos cuidados do apóstolo
João (Jo 19.26,27), portanto podemos concluir que José havia morrido antes
desse acontecimento. Os judeus da época de Jesus consideravam que Ele era filho
de José (veja Lc 3.23; 4.22; Jo 1.45; 6.42)" (Dicionário Bíblico Wycliffe.
1.ed, Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 1092).
III. A NOBRE
MISSÃO DE JOSÉ
1. Assegurar a ascendência real de Jesus. Como visto no primeiro tópico, perante a lei, José era o pai de Jesus,
incluindo-o na sua família, e também na de Maria, conforme o registro de Lucas
(3.23-38). Dessa forma, ele garantiu a confirmação de Jesus na descendência
real de Davi, pela tribo de Judá: "E Davi era filho de um homem, efrateu,
de Belém de Judá, cujo nome era Jessé [...] " (1Sm 17.12). Jesus é
descrito, no Apocalipse, como "o Leão da tribo de Judá", o único
capaz de abrir o livro selado com sete selos (Ap 5.5). Mateus registra a
genealogia de Jesus, a partir da descendência de Davi. Jesus foi adotado
legalmente por José, que era da tribo de Judá. [Comentário: Jesus
foi o cumprimento da profecia da descendência de Davi registrada em 2 Samuel
7.14-16, o Messias prometido. Mateus 1 dá uma prova genealógica de que Jesus,
na Sua humanidade, foi um descendente direto de Davi por intermédio de José, o
pai legal de Jesus. A genealogia em Lucas, capítulo 3, dá a linhagem de Jesus
através de Sua mãe, Maria. Jesus é um descendente de Davi, por adoção através
de José e pelo sangue por meio de Maria. Ele era descendente de Davi tanto por
parte de José como de Maria e os próprios judeus da época consideravam Jesus
filho de José: "Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua
mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas?" (Mt 13.55).]
2. Proteger Jesus em seus primeiros anos. Alguns fatos relevantes sobre a vida de Jesus comprovam o amor e o zelo
de José pelo menino que não era seu filho biológico, mas filho de Maria pela
intervenção divina. [Comentário:Depois
da revelação que teve, José assumiu Maria como sua esposa e desempenhou o papel
de “pai” para o menino Jesus. Após o nascimento de Jesus em Belém, José o levou
a Jerusalém para a purificação (Lc 2.22), e depois, como chefe da família,
fugiu com ele para o Egito a fim de escapar da perseguição invejosa de Herodes,
conforme a instrução recebida do anjo do Senhor (Mt 2.13-15).]
a) No nascimento de Jesus. "E subiu da Galileia também José, da cidade de Nazaré, à Judéia, à
cidade de Davi chamada Belém (porque era da casa e família de Davi), a fim de
alistar-se com Maria, sua mulher, que estava grávida. E aconteceu que, estando
eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz o seu
filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque
não havia lugar para eles na estalagem" (Lc 2.4-7). Naquela situação, sem
dúvida, José participou dos procedimentos no parto de Jesus, ajudando Maria em
todos os detalhes, amparando o bebê, no corte do cordão umbilical, e em sua
limpeza pós-parto, no envolvimento em panos e a colocação da criança na
manjedoura. [Comentário: Desconsiderando
as conjecturas do subtópico, temos que os romanos obrigaram o recenseamento de
todos os povos que lhes eram sujeitos a fim de facilitar a cobrança de
impostos, o que se tornou numa valiosa ajuda na localização temporal dos fatos,
uma vez que ocorreu exatamente 4 anos antes da morte de Herodes, no ano 8 a.C..
Entretanto, os Judeus tomaram providência no sentido de dificultar qualquer
tentativa por parte dos ocupantes em contar o seu povo, pelo que, segundo a
história, nas terras judaicas este recenseamento ocorrera um ano depois do
restante império romano, ou seja no ano 7 a.C.. Em Belém, o recenseamento
ocorrera no oitavo mês, pelo que se concluiu que, Jesus nascera provavelmente
no mês de Agosto do ano 7 a.C. Assim nasceu Jesus, de maneira improvisada, no
meio de uma viagem, na estalagem de uma hospedaria lotada. Certamente José fez
o que estava ao seu alcance para oferecer o melhor para sua esposa grávida.]
b) Nas cerimônias exigidas pela Lei. Na circuncisão de Jesus, ao oitavo dia de nascido e na apresentação no
Templo, José estava ao lado de Maria: "E, quando os oito dias foram
cumpridos para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo
anjo lhe fora posto antes de ser concebido. E, cumprindo-se os dias da
purificação, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o
apresentarem ao Senhor" (Lc 2.21,22). [Comentário: O
casal, além de cumpridores da lei dos dominadores dos judeus, pois a obedeceram
indo ao recenseamento, também eram cumpridores da lei que Deus deu ao povo, a
chamada Lei de Moisés, nestes versos, é relatado o cumprimento de 3 cerimônias,
a circuncisão, a purificação e a apresentação ao templo. Era no dia do
circuncisão que se dava o nome ao filho.]
c) Na fuga para o Egito. Diante da ameaça de Herodes, de matar o menino Jesus, Deus determinou
que José tomasse Maria e o menino, e fugissem para o Egito, até que o rei
homicida tivesse morrido. Por quase 500 quilômetros de viagem, em meio a
estradas desertas, com risco de assaltos e intempéries, José conduziu a esposa
e seu filho para um lugar seguro. E de lá só voltou por revelação de Deus,
quando o homicida tinha morrido, e foi morar em Nazaré (Mt 2.13-23). [Comentário: O Egito era o lugar ideal para
o refúgio, pois estava fora do domínio do rei Herodes, mas ainda dentro dos
territórios do Império Romano, o que tornava a viagem muito mais fácil e
segura, embora a grande distância torne ainda mais difícil esta fuga obediente.
Permaneceu lá até que outra vez, recebeu ordem para retornar, e isso após a
morte de seu inimigo. Acredita-se que Herodes tenha morrido por volta de 4 a.C.
e, apesar de Mateus não mencionar como, o historiador judeu Flávio Josefo
relata com detalhes a sua horrenda morte.]
3. O zelo pela formação espiritual de Jesus. Seus pais cumpriam o que fora determinado quanto à educação dos filhos,
através do ensino sistemático e diário da Palavra de Deus (cf. Dt 11.18-21).
Fazia parte de sua educação conhecer e participar das festas anuais de Israel,
das quais a Páscoa era a mais importante. José Maria levavam o menino a
Jerusalém ara essa festividade nacional. "Ora, dos os anos, iam seus pais
a Jerusalém, Festa da Páscoa. E, tendo eleja doze anos, subiram a Jerusalém,
segundo o costume do dia da festa" (Lc 2.41,42). Um exemplo eloquente de
um verdadeiro pai, que se faz presente na vida do filho, e não apenas um
genitor, que gera e se descuida da vida do filho. [Comentário: A
formação das crianças naquela época era totalmente religiosa, aprendiam em
casa, no Templo e pela obediência às cerimônias da Lei. O Salmos 119.103 é uma
bela metáfora de como as crianças aprendiam as primeiras letras, escrevendo com
o dedo na lousa lambuzada com mel. Assim Jesus foi educado e quando contava com
12 anos, numa Festa da Páscoa como era tradição Judaica, festa de preceito com
peregrinação a Jerusalém, ele com sua família foram para a cidade de Jerusalém
segundo a narrativa de Lucas. Jesus se perdeu em Jerusalém durante a festa da
Páscoa e como Maria e José o encontram no Templo, sentado em meio aos doutores,
ouvindo-os e interrogando-os e todos os que o ouviam ficavam extasiados com sua
inteligência e com suas respostas (Lc 2,46-47).]
SUBSÍDIO DIDÁTICO
"As famílias judias realizavam várias
cerimônias, logo após o nascimento de um bebê:
(1) circuncisão. Todos os bebês do sexo masculino
eram circuncidados e recebiam seu nome no oitavo dia após o nascimento (Lv
12.3; Lc 1.59-60). A circuncisão simbolizava a separação entre judeus e
gentios, e seu relacionamento exclusivo com Deus.
(2) Redenção do primogênito. O primogênito era
apresentado a Deus, um mês após o nascimento (Êx 13.2,11-16; Nm 18.15-16). A
cerimônia incluía comprar de volta, ou seja, 'redimir', a criança, de Deus, por
meio de uma oferta. Desta maneira, os pais reconheciam que o bebé pertencia a
Deus, que é o único que tem poder de dar vida.
(3) Purificação da mãe. Durante 40 dias, após o
nascimento de um filho, e 80 dias após o nascimento de uma filha, a mãe
permanecia cerimonialmente impura, e não podia entrar no Templo. No fim do seu
período de separação, os pais deveriam trazer um cordeiro para uma oferta de
holocausto, e uma rola ou um pombo para uma oferta de pecado, O sacerdote
sacrificaria esses animais e declararia que a mulher estava limpa. Se um
cordeiro fosse caro demais para a família, os pais podiam trazer, em seu lugar,
uma segunda rola ou pombo. Foi isso que Maria e José fizeram. Jesus era o Filho
de Deus, mas sua família realizou essas cerimónias de acordo com a lei de Deus.
Jesus não nasceu acima da lei; ao contrário, Ele a cumpriu à perfeição"
(Bíblica Cronológica Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p-1282).
CONCLUSÃO
José foi escolhido por Deus para uma missão muito
elevada, no plano da redenção. Ele foi o homem que amparou Maria, em sua missão
de conceber o Filho de Deus, como Filho do Homem. Não só a ela, mais ao próprio
Jesus, em seu nascimento biológico, em sua infância, nas ameaças que sofreu.
Ele cuidou de sua educação ao lado de sua mãe. Ele foi um homem santo. Mas,
assim como Maria, nunca reivindicou para si honras e louvores, que só pertencem
a Deus. [Comentário: A última vez que José é
mencionado na Bíblia é quando Jesus tinha doze anos. Retornando de uma viagem
para Jerusalém, Jesus se separou de seus pais, os quais eventualmente o
encontraram no templo conversando com os professores. Ironicamente, foi naquele
tempo - quando Jesus anunciou que tinha de cuidar dos planos do Pai - que toda
menção do seu pai terreno cessa (Lc 2.41-50). Talvez este seja o motivo pelo
qual nos esquecemos dele, ignorando a importância dele na vida de Jesus. Não há
dúvida. José foi escolhido por Deus para ser o homem que abençoaria a vida de
Jesus. Dentro do ventre de Maria estava a profecia que foi entregue desde o
Éden. José precisava entender que aquela mulher era muito especial. José soube
discernir a situação e a tomou como esposa. O temor de José a Deus estava
estampado em cada decisão e atitude dele. Era um homem forjado em Deus.] “Ora,
àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos
irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória. Ao único Deus sábio,
Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o
sempre. Amém”. (Judas 24-25).
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário