SUBSÍDIO I
O MINISTÉRIO DE JESUS
Início do Ministério na Judeia
Da Galileia, Jesus deslocou-se
para a Judeia e, depois, foi a Jerusalém. Jesus chegou ali próximo à Páscoa.
Chegando ao templo, Ele fez a primeira purificação do santuário, derrubando mesas de
cambistas e agindo com zelo santo contra os vendilhões de animais,
expulsando-os e repreendendo-os por profanarem a casa de seu Pai (Jo 2.13-22).
Nicodemos, um fariseu e líder dos judeus, teve uma entrevista com Jesus quando
o Mestre mostrou-lhe que era necessário “nascer de novo”, demonstrando o grande
amor de Deus pela humanidade (Jo 3.1-21). Da Judeia, passando por Samaria,
Jesus retornou à Galileia (Lc 4.14; Mt 4.12). Em meio ao retorno à Galileia,
Jesus passou por Samaria (já fora da Judeia), onde falou com a mulher
Samaritana e revelou-se como o Messias (Jo 4.25,26). Na Galileia, foi bem
recebido pelos galileus, que tinham visto os sinais que Ele operara na Judeia
(Jo 4.43-45).
O Grande Ministério na Galileia
Depois que João Batista fora
preso, Jesus deslocou-se para a Galileia: “[...] pregando o evangelho do Reino
de Deus e dizendo: O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo.
Arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.14,15; Mt 4.12,17). Esteve em Caná
da Galileia, onde, na primeira vez que lá estivera, transformou água em vinho e
curou um filho de um oficial do rei. Era o seu segundo milagre (Jo 4.46-54).
Experiências positivas e negativas desafiaram sua natureza humana e forteleceram-no
para cumprir sua missão.
[...] 4) Os primeiros discípulos. Em seguida, caminhando pela orla do
mar, Jesus viu os irmãos Pedro e André em pleno trabalho, lançando a rede ao
mar, e chamou-os para serem “pescadores de homens”. O efeito daquele chamado
foi tão grande que os irmãos deixaram as redes e seguiram-no. Logo após, também
à beira-mar, Ele viu mais dois irmãos, Tiago e João, filhos de Zebedeu, que
consertavam as redes de pescaria, e esses também deixaram tudo e seguiram-no
(Mt 4.18-22). Acompanhado de seus quatro primeiros discípulos, Jesus começou
sua Obra Missionária de tríplice ação. Em toda a Galileia, Ele ensinava nas sinagogas, pregava o evangelho do Reino e curava “todas as enfermidades e moléstias
entre o povo”. Com essa mensagem de poder jamais vista em toda a Palestina,
Jesus atraiu multidões que vinham ouvi-lo não só “da Galileia”, mas também “de
Decápolis, de Jerusalém, da Judeia e dalém Jordão” (Mt 4.23-25). Depois, Ele
completou o número do seu “colégio apostólico”, integrado por doze discípulos,
a quem chamou e deu-lhes todas as instruções sobre sua grande missão (Mt 10.1;
Lc 6.13; 9.1). A escolha dos discípulos não foi feita de forma aleatória. Jesus
“passou a noite em oração a Deus” (Lc 6.12-16). Hoje, muitas vezes, são escolhidos
obreiros por motivos humanos, preferências pessoais, amizades, sem a busca da
direção de Deus. São evidentes os prejuízos à Obra do Senhor quando não são
observados os critérios para a escolha de obreiros.
(Texto extraído da
obra “O Caráter do Cristão: Moldado
pela Palavra de Deus e provado como ouro”, CPAD, 2017, pp.-151-53)
Boa aula!
Marcelo Oliveira de Oliveira
Editor responsável pela Revista
Lições Bíblica Adultos
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Nesta lição,
refletiremos a respeito de Jesus, o Homem de caráter perfeito. É impossível
descrever a grandeza de sua personalidade e do seu caráter com palavras
meramente humanas. Sua entrada no seio da raça humana, que se achava em miséria
espiritual, não somente significou Deus entre nós, o Emanuel (Mt 1.23), mas o
cumprimento da promessa do Criador de redimir o homem no Éden. Ele se humanizou
como "a semente da mulher" que haveria de ferir a cabeça do Diabo (Gn
3.15). [Comentário: No antigo Israel havia o costume de associar o nome ao
caráter da pessoa. Podemos ver em algumas passagens Deus substituindo nomes de
pessoas em razão de uma mudança de caráter: Jacó (usurpador) para Israel
(príncipe de Deus); Abrão (pai exaltado) para Abraão (pai de uma multidão),
entre outros. No Novo Testamento achamos Jesus aplicando a Simão (aquele que
vacila) o nome de Pedro (pequena rocha). Segundo o Dr. Tim Lahaye, em seu livro
“Temperamentos Transformados”, Simão era sanguíneo e, como tal, estava pronto para tudo.
Por isso sempre vacilava. Você já parou para imaginar como seria o caráter de
Jesus? Como seria seu temperamento? Será que nossas ações estão semelhantes às
de Jesus? “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais
vós também” (Jo 13.15). A Bíblia afirma que o Senhor Jesus Cristo despiu-se
de sua glória e revestiu-se de toda natureza humana (Jo 1.14; Fp 2.5-8; Hb
4.15), mas sem pecado. Como homem, o Mestre foi irrepreensível (Jo 8.46; 18.38;
Hb 4.15). Era submisso, manso, humilde, amoroso, entre outras qualidades (Mt
11.29; Jo 15.9; Fp 2.8). O Senhor disse certa vez que todo discípulo perfeito
seria como o seu mestre (Lc 6.40 cf. Jo 13.13,14). Uma vez que somos discípulos
de Cristo, e Ele, como instrui-nos o apóstolo Paulo, é o “último Adão” (Rm
5.14; 1 Co 15.45), ou seja, é o novo representante da humanidade e, por
conseguinte, a nova referência de ser humano a quem, os que nEle creem, devem
imitar e procurar parecer (Ef 4.13; 5.1,2), nessa lição vamos estudar um pouco
acerca do seu caráter. Seu caráter é o padrão que todos os crentes devem
seguir.]Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?
I. JESUS DE
NAZARÉ, O FILHO DO HOMEM
1. Sua origem humana. Jesus se fez homem a fim de remir o homem perdido, através do mistério da
encarnação. Ele, o Verbo Divino se fez carne "e habitou entre nós"
(Jo 1.14). Ele nasceu como homem no tempo (gr. Kairós) de Deus. Diz Paulo:
"Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de
mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de
recebermos a adoção de filhos" (Gl 4.4,5). [Comentário: Tão admirável como a Doutrina da Trindade é a Doutrina da
Encarnação, ou seja, que Jesus é Deus e Homem ao mesmo tempo, eternamente, numa
só Pessoa. Conforme disse o teólogo contemporâneo J. I. Packer: “Temos aqui
dois mistérios pelo preço de um - a pluralidade de Pessoas na unidade de Deus e
a união de Deus com a humanidade, na Pessoa de Jesus Cristo... Nada na ficção é
tão fantástico como o que acontece na verdade da Encarnação.” J.I. Packer, Knowing God
(Downers Grove, Illinois: InterVarsity Press, 1993 edition), p. 53. Deveria ser óbvio que Jesus é Deus e que Ele sempre foi
Deus. Jamais houve um tempo em que Ele tenha Se tornado Deus, pois Deus é
eterno. Mas Jesus nem sempre foi Homem. O fantástico milagre é que este Deus
eterno Se tornou Homem, na Encarnação. Isto aconteceu há 2.000 anos. Portanto,
a Encarnação é Deus Se tornando Homem. E por causa deste grande evento é que
(muitos) celebram o Natal. Mas, o que exatamente queremos dizer quando
informamos que Deus o Filho Se tornou Homem? Certamente não queremos dizer que
Ele Se transformou num homem, no sentido de ter deixado de ser Deus, para
começar a ser homem. Jesus não renunciou à Sua Divindade, quando da Encarnação,
conforme foi visto nos versos anteriores. Em vez disso, conforme disse um
antigo teólogo, “Permanecendo o que Ele era, Jesus Se tornou no que não era”.
Cristo “não era agora Deus, com menos elementos de Sua Divindade, mas Deus,
acima de tudo, ao fazer a escolha de assumir Ele mesmo a humanidade” Packer, p. 57. Desse modo,
Jesus não renunciou a qualquer dos Seus atributos na Encarnação. Ele continuou
possuindo todos eles, pois se precisasse desistir dos Seus atributos divinos,
Ele teria deixado de ser Deus. A verdade sobre a humanidade de Jesus é tão
importante como a verdade sobre a Sua Divindade. O apóstolo João fala
claramente sobre qualquer pessoa que nega que Jesus é Homem, chamando-a
anticristo. (1Jo 4.2-3; 2Jo 1.7). A humanidade de Jesus é mostrada no fato de
que Ele nasceu como um bebê, de mãe humana (Lc 2.7; Gl 4.4); que Ele se cansava
(Jo 4.6); tinha sede (Jo 19.28); teve fome (Mt 4.2) e experimentou todas as
emoções humanas, tais como Se maravilhar (Mt 8.10), entristecer-Se e chorar (Jo
11.35). Ele viveu na Terra exatamente como todos nós vivemos. É essencial
sabermos que Jesus não teve uma natureza pecaminosa e que Ele jamais cometeu
pecado algum, mesmo tendo sido tentado de todas as maneiras (Hb 4.15); Jesus é
total e perfeitamente Homem e também passou por todas as experiências humanas.
Temos um Salvador que verdadeiramente pode Se identificar conosco, porque Ele é
Homem e pode nos ajudar nas tentações, visto como jamais cometeu pecado algum.
Esta é uma espantosa verdade que separa o Cristianismo de todas as outras
religiões. Leia mais sobre
este assunto acessando: http://solascriptura-tt.org/Cristologia/ComoPodeJesusSerHomemEDeus-JPiper.htm]
2. Sua entrada no mundo. Foi marcada por eventos de caráter espiritual e humano de grande
significado. O anjo Gabriel foi enviado à pequena cidade de Nazaré, na
Galileia, para anunciar à jovem Maria que ela seria mãe do Salvador do mundo, e
que Ele seria gerado pelo Espírito Santo (Lc 1.30,31; 34,35). Ao ser concebido
Jesus se fez Verdadeiro Homem e Verdadeiro Deus. [Comentário:Esse subtópico pode ser explicado no primeiro, então,
podemos esclarecer algo aqui que muitos crentes desconhecem: o fato de que Jesus é totalmente Deus e totalmente
Homem, para sempre. Para a maior parte das pessoas, é óbvio que Jesus é e
continuará sendo Deus, eternamente. Mas, para alguns de nós, tem escapado que
Jesus também será eternamente Homem. Ele continua sendo Homem, agora mesmo,
enquanto escrevo estas linhas e o será para sempre. Ele não deixou de ser Homem
na ressurreição, Ele continua Homem. A Bíblia é clara em mostrar que Jesus
ressuscitou dos mortos no mesmo corpo em que morreu (Lc 24.39) e que Ele
ascendeu ao céu como Homem, em Seu corpo físico (At 1.9; Lc 24.50-51). Que
Cristo continua sendo um Homem, com um corpo físico, após sua ascensão, é
confirmado pelo fato de que, ao regressar, Ele o fará como Homem , em Seu corpo
físico. Filipenses 3.21 diz que "Ele transformará o nosso corpo
abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso...". Este verso é
claro sobre o fato de que Jesus continua com o Seu corpo físico. É um corpo de
glória, que Paulo chama “o seu corpo glorioso”. E quando Jesus
regressar, Ele ainda o terá, porque Ele transformará o nosso corpo abatido,
para ser conforme o seu. Tanto Jesus como todos os cristãos continuarão a viver
juntos, eternamente, em seus corpos. Um corpo ressurreto não pode morrer (1Co
15.42), visto como é eterno (2Co 5.1). Por que Jesus Se tornou Homem e por que Ele
o será eternamente? O Livro de Hebreus diz que foi para que Cristo pudesse ser
um Salvador adequado a tudo de que necessitamos. Primeiro,observem que Jesus Se
tornou Homem, a fim de morrer pelos nossos pecados. Ele precisava ser Homem, a
fim de pagar a penalidade dos humanos. Segundo, Hebreus 2.17 diz que pelo fato
de Jesus ser humano como nós, Ele pode ser o nosso Misericordioso Sumo
Sacerdote. Sua humanidade O possibilita a ter uma empatia mais perfeita e a
melhor Se identificar conosco. Não posso deixar de crer que seria muito
destrutivo para o nosso conforto e fé não saber que Jesus continua sendo um
Homem, no Seu corpo físico. Pois, se Ele não continuasse sendo um Homem no céu,
como poderíamos nos confortar, sabendo que Ele não poderia Se identificar
totalmente conosco? Ele pode Se identificar e ser o nosso Fiel Sumo Sacerdote e
saber o que acontece conosco, não só por ter uma vez enfrentado a morte como
Homem, mas porque Ele continua sendo Homem, eternamente. Leia mais sobre isto acessandohttp://solascriptura-tt.org/Cristologia/ComoPodeJesusSerHomemEDeus-JPiper.htm]
3. Seu desenvolvimento humano e
espiritual. Seu caráter singular é modelo e referência para todos os
homens em todos os lugares e em todos os tempos. Em sua infância e
adolescência, sua criação foi esmerada: "E o menino crescia e se
fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.
Ora, todos os anos, iam seus pais a Jerusalém, à Festa da Páscoa" (Lc
2.40,41). Dos doze aos trinta anos, Jesus exerceu o ofício de carpinteiro,
aguardando o momento de iniciar seu ministério terreno em prol da salvação da
humanidade. Seu caráter humano refletia a sua natureza divina. Ele foi
apresentado ao mundo como "O Verbo" que "era Deus", sendo
Criador de todas coisas, pois "Ele estava no princípio com Deus. Todas as
coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez" (Jo
1.1-3). [Comentário: O comentarista discorre sobre a fase da vida de Jesus que
não há registros, ele conjectura que Jesus tenha desempenhado a profissão de
carpinteiro até iniciar seu ministério. Lucas 2 esclarece que ele cresceu como
toda criança normal cresceria, alimentada por comida e água. Seu corpo não era
sobre-humano, e não tinha características especiais, diferentes de qualquer ser
humano normal. Intelectualmente, Jesus possuía um conhecimento que se destacava
em relação aos outros homens. Ninguém na História Humana disse palavras tão
belas, de grande profundidade e de maior alcance. Não só isso, Jesus deu claras
demonstrações de um conhecimento além da capacidade humana. Sabia o que pensava
os seus amigos e inimigos(Lc 6.8; 9.47). Conhecia coisas sobre o presente, pois
sabia que Lázaro estava morto (11.14), o passado, uma vez que conhecia o fato
da mulher samaritana ter tido cinco maridos (Jo 4.18) e o futuro das pessoas,
ilustrado no fato de antemão ter avisado a Simão Pedro de sua negação (Lc
22.33). Seu conhecimento não era ilimitado: em algumas passagens vemos Jesus
fazendo perguntas retóricas a fim de reforçar algum ensinamento (Mt 22.41-45),
contudo há outras passagens em que Jesus pergunta sinceramente em busca de
informações às quais não possuía. Um exemplo claro foi o caso do garoto acometido
de um espírito de surdez e mudez, onde Jesus pergunta ao pai dele "Há
quanto tempo isto lhe sucede?" (Mt 9.20,21). Há nesta passagem uma clara
alusão que Jesus não tinha tal informação, e a julgava útil e necessária para
promover a restauração daquele garoto. Um outro caso ainda mais explícito foi
no discurso apocalíptico em Mc 13.32, quando ao ser interpelado sobre quando
voltaria uma segunda vez, Jesus respondeu francamente: "Mas a respeito
daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o
Pai". Foi uma declaração clara de sua falta de conhecimento sobre essa
informação É importante dizer que, quando afirmamos que Jesus é verdadeiro
Homem, não queremos dizer que Ele seja parcialmente Homem, mas que Ele é
totalmente Homem. Tudo que pertence à essência da verdadeira humanidade é
verdadeiro nEle. Ele é tão exatamente Homem como cada um de nós. O fato de que
Jesus é verdadeira e totalmente Homem está claro pelo fato de que Ele tem um
corpo humano (Lc 24.39), uma mente humana (Lc 2.52) e uma alma humana (Mt
26.38). Jesus não Se assemelha a um homem, nem tem alguns aspectos do que seja
essencial à humanidade, mas não outros. Ele possui completa humanidade.]
SUBSÍDIO CRISTOLÓGICO
Filho do Homem
De todos os seus títulos, 'Filho do Homem' é o que
Jesus preferia usar a respeito de si mesmo. E os escritores dos evangelhos
sinóticos usam a expressão 69 vezes. O termo 'filho do homem' tem dois
possíveis significados principais. O primeiro indica simplesmente um membro da
humanidade. E, neste sentido, cada um é um filho do homem. Tal significado era
conhecido nos dias de Jesus e remonta (pelo menos) aos tempos do livro de
Ezequiel, onde é empregada a fraseologia hebraica bem' adam, com significado
quase idêntico. Essa expressão, na realidade, pode até mesmo funcionar como o
pronome da primeira pessoa do singular, 'eu' (cf. Mt 16.13).
Por outro lado, a expressão é usada também a
respeito da personagem profetizada em Daniel e na literatura apocalíptica judaica
posterior. Essa personagem surge no fim dos tempos com uma intervenção
dramática, a fim de trazer a este mundo a justiça de Deus, o seu Reino e o seu
julgamento. Daniel 7.13,14 é o texto fundamental para esse conceito
apocalíptico"! (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva
pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 310).
II. SEU
MINISTÉRIO E CARÁTER SUPREMO
1. O caráter exemplar de Jesus. Em seu ministério, Jesus demonstrou aspectos do seu caráter que são
referência e modelo para todos os que o aceitam como Senhor e Salvador. Suas
ações revelam tanto o lado divino como o lado humano de sua personalidade
marcante e singular. [Comentário: Pelos tópicos acima está claro que Jesus assumiu
completamente a humanidade, sujeito a todos os reveses que o estado de
humanidade poderia lhe trazer, contudo Jesus não um homem qualquer, igual a
todos os homens. Um aspecto de seu caráter, que não foi explorado pelo
comentarista, nos ensina muito: seu caráter religioso. Participava regularmente
dos cultos na sinagoga (Lc 4.16): era de seu costume ensinar nas sinagogas e
visitar e participar dos cultos no templo quando estava em Jerusalém.
Humanamente mantinha um padrão de vida religioso irrepreensível quanto aos
parâmetros de Deus. Mantinha uma vida de oração (Lc 6.12; 22.41,42; Jo 6.15):
várias ocasiões vemos Jesus sair para orar sozinho ou em grupo. Sua dependência
humana do Pai era total e a oração era uma prova disso. Em todas as coisas
Jesus se mostrou plenamente humano, tanto no aspecto físico, como no mental.
Não havia dúvidas para os autores do Novo Testamento que Jesus era plenamente
homem.]
a) Humildade e mansidão. Para iniciar o seu ministério, foi até o rio Jordão para ser batizado por
João Batista. Este sentiu-se constrangido, dizendo que Jesus é que deveria
batizá-lo. Mas Jesus insistiu com João para que o balizasse, a fim de cumprir
"toda a justiça" (Mt 3.13-15). Ele implantou a "escola da
mansidão e da humildade", convidando a todos para aprenderem com Ele (Mt 11.28-31).
Sendo Deus, Criador e Senhor, despojou-se de seus atributos divinos, tornou-se
homem e servo, humilhando-se "até à morte" (Fp 2.6-8). Jesus
surpreendeu os discípulos quando fez um trabalho de escravo, lavando os pés de
todos eles (Jo 13.3-5). Mansidão e humildade são requisitos indispensáveis para
quem quer ser discípulo de Jesus. [Comentário: No chamado hino cristológico de Filipenses 2.5-11, vemos que
Jesus, mesmo sendo divino, não se apegou a sua igualdade com o Pai, mas
esvaziou-se de forma voluntária e sacrifical, assumindo a condição de servo,
tornando-se como nós. Depois de tornar-se como um de nós, humilhou-se e
submeteu-se à morte de cruz que era uma das piores formas de execução do mundo
antigo (Dt 21.22,23). Além disso, durante o tempo de sua vida terrena, como
filho, foi obediente aos seus pais (Lc 2.51), como adulto, soube reconhecer o
ministério de seu primo, João Batista (Mt 3.13,14), e foi igualmente
responsável com questões cívicas (Mt 17.24-27; 22.15-22). O simples fato de
abrir mão dos traços dos reis conquistadores do mundo antigo, apresentando-se
simples, como uma pessoa do povo e sem exigir nenhum tratamento especial, foi o
motivo de Jesus ser rejeitado pelo seu povo, porém, é justamente nessa sua
atitude que vemos a grandeza, pois quando poderia coagir a todos para que nEle
cressem, não o faz, mas oferece amor e deixa-nos livres para optar por
segui-lo. Mesmo sendo perseguido e hostilizado pelo povo, pregado na cruz,
sentindo dores excruciantes, Jesus orava ao Pai pedindo que Deus não lhes
imputasse aquele pecado: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc
23.34). Não há amor maior que este (Jo 15.13; 3.16). Contudo, é justamente esse
tipo de amor que Deus espera que tenhamos (1 Jo 3.16)https://sub-ebd.blogspot.com.br/2016/01/licao-4-o-carater-de-jesus.html]
b) Misericórdia e compaixão. Ele teve compaixão das multidões, que andavam desgarradas como ovelhas sem
pastor (Mt 9.36). Curou muitos que sofriam com enfermidades (Mt 14.14). Ele se
compadeceu das pessoas famintas (Mt 15.32). Na parábola do Bom Samaritano,
Jesus pôs em evidência a insensibilidade dos religiosos que não tinham
compaixão pelos caídos à beira do caminho (Lc 10.30-37). Hoje, infelizmente,
muitos que se dizem cristãos têm mais preocupação com riquezas, posições e
prestígio pessoal do que com as almas atacadas pelo Maligno. [Comentário: No latim, compaixão (cum + patior) significa “sofrer com”,
no sentido de “suportar com”, “lutar com”, “importar-se com”. Indica o
movimento de partilhar com outros em momentos de fome, nudez, solidão, dor,
perdas, ou mesmo sonhos partidos. Jesus moveu-se por íntima compaixão pelas
multidões (Mt 9.36, 14.14, 15.32; Mc 6.34, 8.2) por pequenos grupos (Mt 20.34),
ou mesmo por uma única pessoa (Mc 1.41; Lc 7.13). Jesus ensinou a respeito de
compaixão em algumas de suas mais marcantes parábolas que condenou o credor
incompassivo (Mt 18.27), pôs em destaque o bom samaritano (Lc 10.33) e revelou
o coração do pai do filho pródigo (Lc 15.20). Jesus estava aberto a ouvir
pedido por compaixão (Mc 9.22), porque seu coração não conseguiria ser
diferente disso. Em Lucas 10.25 encontramos Jesus ensinando acerca da
compaixão. A parábola do Bom Samaritano destaca a verdade de que compaixão e
cuidado são coisas intrínsecas à fé salvadora e à obediência a Cristo. Amar a
Deus deve ser também amar ao próximo. (1) A vida e a graça que Cristo transmite
aos que o aceitam produzem amor, misericórdia e compaixão pelos necessitados e
aflitos. Esse amor é um dom da graça de Deus através de Cristo. O crente tem a
responsabilidade de viver à altura do amor do Espírito Santo tendo, dentro
dele, um coração não endurecido. (2) Quem afirma ser cristão, mas tem o coração
insensível diante do sofrimento e da necessidade dos outros, demonstra
cabalmente que não tem em si a vida eterna (vv. 25-28; 31-37; cf. Mt 25.41-46;
1 Jo 3.16-20).]
c) Espírito pacificador. Jesus conhecia bem a natureza humana sujeita as desavenças e desentendimentos,
mesmo entre os irmãos. Por isso, Exortou: "Portanto, se trouxeres a tua
oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
deixa ali diante do altar a tua oferta, vai reconciliar-te primeiro com teu
Irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta" (Mt 5.23,24). De forma mais
prática, ele reproduziu a mensagem do salmo 133, tão esquecida nos dias atuais.
Paulo aconselha-nos a ter paz com todos, sempre que possível (Rm 12.8; Hb
12.14). [Comentário: Transcrevo a seguir um artigo de autoria do Rev Jr Vargas:
“Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens. (Rm
12.18). O texto aborda a questão da limitação humana. Na esfera humana há uma
limitação que impede ao homem gerar o impossível. O que é impossível ao homem
continua sendo impossível a ele. A barreira do impossível está exatamente no
homem. É o ser humano o limite, o obstáculo e o impedimento. Gosto da
honestidade com que a Bíblia lida com o homem regenerado. A Bíblia não afirma
que o cristão é perfeito. Ele continua imperfeito e essas imperfeições
dificultam seus relacionamentos. Seja seu relacionamento com Deus, com ele
próprio e com o próximo. Por isso a Bíblia diz: “quanto depender de vós”. Não
se afirma que o outro é tão complicado a ponto de me impedir de ter um
relacionamento saudável com ele, mas sim que quem me impede sou eu, com as
minhas imperfeições. É preciso perceber as suas imperfeições. Para conhecê-las,
basta perguntar a quem convive mais perto com você. Elas têm mais informações a
seu respeito que você possa imaginar. Contudo, elas também verão sob a ótica da
imperfeição. Conhecer e tratar, este é o caminho melhor. Não basta assumir que
é assim. Não adianta fingir que não é assim. Melhor é saber e buscar melhorar.
Para os relacionamentos, quais são as imperfeições mais agressivas? Egoísmo,
vaidade, falta de perdão, desejo de vingança? Quantas vezes estas imperfeições
afloram em nossa vida e nos prejudicam tanto!” Continue a leitura emhttp://www.ipamericas.org.br/index.php/igreja-americas/single_entry/se_possivel_quanto_depender_de_vos_tende_paz_com_todos_os_homens/]
2. Na prática, Ele demonstrou o
seu imenso amor pelos pecadores. Os fariseus queriam matar a mulher adúltera. Jesus a
perdoou e ordenou que não pecasse mais (Jo 8.11). Aos seus discípulos, ensinou:
"Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei no meu
amor" (Jo 15.9). Ele declarou ao doutor da lei que o maior dos mandamentos
é amar a Deus acima de tudo, e o segundo, é amar ao próximo como a si mesmo (Mt
22.34-40). O amor é "a marca do cristão" (Jo 13.34,35). [Comentário: Afinal, o que Jesus via nos pecadores? Ele procurava aqueles
a quem a sociedade havia rotulado como os que não tem méritos, que não podem
ser amados, que fossem coletores de impostos desonestos como Levi (Lc 5.27) e
Zaqueu (Lc 19.1-10), uma mulher adúltera à beira do poço (Jo 4), ou uma possessa
de demônios como Maria Madalena (Lc 8.2). Jesus via potencial nas pessoas menos
prováveis. Faça a si mesmo uma pergunta crítica: Como você vê os pecadores?http://www.chamada.com.br/mensagens/ainda_pecadores.html. ]
3. Seu caráter é referência para
a Igreja. Ele disse: "Porque eu vos dei o exemplo, para que,
como eu vos fiz, façais vós também" (Jo 13.15). Em seu aspecto espiritual,
como corpo de Cristo, a Igreja não tem defeito. Ela é "igreja gloriosa,
sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível"
(Ef 5.27). No aspecto humano, porém, como organização existem as
"igrejas", formadas por homens mortais, falíveis e sujeitos a erros e
pecados. Jesus é "o caminho, e a verdade, e a vida" (Jo 14.6). [Comentário: Não existe um pecador que tenha ido longe demais. Nenhum
coração é impossível de ser alcançado. Jesus pode transformar qualquer pecador
em uma nova criatura. Levi deixou a coletoria e se tornou o apóstolo Mateus, que
escreveu o Evangelho Segundo Mateus. A mulher à beira do poço tornou-se uma
catalisadora por apresentar muitos samaritanos a Cristo, e Maria Madalena foi a
primeira pessoa a ver o Salvador ressurreto (Mc 16.9). Contudo, talvez nenhum
desses improváveis convertidos seria captado em nosso visor de radar. Jesus era
o modelo de como amar os pecadores. Imagine o que o Senhor pode fazer na vida
do seu vizinho de coração duro, do membro pródigo da sua família, ou mesmo do
seu companheiro de trabalho que usa linguagem obscena. Os pecadores que entram
em um relacionamento pessoal com Cristo têm um potencial ilimitado porque o
grande amor de Deus muda todas as coisas http://www.chamada.com.br/mensagens/ainda_pecadores.html.]
SUBSÍDIO CRISTOLÓGICO
O Ministério Terreno de Cristo
Cristo se fez Homem e Servo. Sendo rico, fez-se
pobre; sendo santo, foi feito pecado (2 Co 5.21). Fez-se maldição (Gl 3.13) e
foi contado com os transgressores. Sendo digno, consideraram indigno. Foi,
ainda, feito menor que os anjos, que devem ter ficado espantados ao verem Deus
encarnado, como servo, sendo tentado, sofrendo escárnio e crucificado. Mas,
depois de tudo, viram entronizado e glorificado.
Após seu batismo, Jesus inicia seu ministério. João
Batista não via necessidade de que Ele fosse batizado: sentiu-se inferior e
sabia que Jesus não tinha pecado — Ele não precisaria passar por um batismo de
arrependimento nem tinha de que se arrepender, mas Jesus fez questão de ser
batizado, num ato de obediência e para cumprir toda a justiça, deixando-nos o
exemplo (Mt 3.14,15). Seu ministério foi exercido na plenitude do Espírito.
Após ter sido batizado por João, Jesus foi impelido pelo Espírito Santo, a fim
de jejuar quarenta dias e quarenta noites no deserto. Nesta fase de jejum,
oração e meditação num lugar solitário, preparado pelo Espírito Santo, Ele teve
o seu preparo espiritual.
O ministério de Jesus durou cerca de três anos. O
cálculo da duração é feito com base nas festas pascais em que Ele esteve. O
início de seu ministério se deu na véspera de uma Páscoa; depois, participou de
mais duas e morreu na véspera de outra. O primeiro ano foi o da obscuridade; o
segundo, o do favor público e o terceiro, o da oposição" (SILVA, Severino
Pedro da. Teologia Sistemática Pentecostal. 1.ed, Rio de Janeiro: CPAD, 2008,
p. 142).
III. A
MORTE, RESSURREIÇÃO E VOLTA DE CRISTO
1. A morte de Cristo, exemplo
supremo de amor. O significado de sua morte pode ser resumido no que Ele
próprio disse a Nicodemos: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que'
deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna" (Jo 3.16). Através de sua morte, Jesus, fiel Sumo
Sacerdote, propiciou a reconciliação do homem com Deus (Hb 2.17). Na cruz, Ele
revelou o auge de seu caráter amoroso e perdoador. Antes do último suspiro,
clamou a Deus: "E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que
fazem [...]" (Lc 23.34). [Comentário: Para muitos críticos, Jesus não passou de um mártir como
foram tantos outros líderes judeus que viveram antes dEle. Todavia, a teologia
lucana depõe contra essa ideia. O que se espera da morte de um mártir não pode
ser encontrado na narrativa da morte de Jesus. Para Lucas, Jesus morreu
vicariamente pela humanidade. A relação que Lucas faz do relato da paixão com a
narrativa do Servo Sofredor de Isaías 53 mostra isso. O Servo sofredor, Jesus,
justifica a muitos. O caráter universal da salvação presente em Isaías 53
aparece também em Lucas. Jesus, portanto, é o Servo Sofredor que se humilha até
à morte de cruz, mas é exaltado e glorificado por Deus pela obra que realizou.
A ressurreição de Jesus é a base da fé Cristã. Na carta de Paulo aos Coríntios,
ele declara: "E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação,
e também é vã a vossa fé. E assim somos também considerados como falsas
testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, ao
qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não ressuscitam"
(1Co 15.14-15). "E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda
permaneceis nos vossos pecados" (1Co 15.17). Na verdade, nenhum
estudioso ou religião dos dias de hoje nega que Jesus era uma figura histórica
que viveu cerca de 2000 anos atrás, um grande mestre capaz de fazer milagres, e
que ele morreu na cruz pelo crime de blasfêmia. No entanto, a única disputa
legítima é se ele era ou não o Filho de Deus que ressuscitou dos mortos depois
de sua crucificação.]
2. A ressurreição de Jesus e a
sua vinda em glória. Na ressurreição, o caráter humano foi absorvido pelo
caráter divino. Se para fazer-se homem despojou-se de sua glória, na
ressurreição retomou a plenitude de sua grandeza divina, e venceu todas as
forças do mal, resultantes da Queda do homem (1Co 15.19-26). [Comentário: A Ressurreição de Jesus é desafiada hoje em dia por motivos
relativos às evidências. Portanto, para ser justo, a evidência deve ser julgada
como qualquer outro evento histórico. Ao seguir regras padrões de como avaliar
evidências, a declaração consistente de várias testemunhas oculares é
considerada a forma mais forte de evidência disponível. Portanto, se
encontrarmos tal testemunho em narrativas confiáveis do registro histórico da
ressurreição de Cristo, temos vencido o maior desafio que existe sob as regras
tradicionais. Na verdade, temos várias narrativas de testemunhas oculares sobre
o nascimento de Jesus. Em 1 Coríntios 15:3-6, Paulo diz: "Antes de
tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos
pecados, segundo as Escrituras,e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro
dia, segundo as Escrituras. E apareceu a Cefas e, depois, aos doze. Depois, foi
visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria
sobrevive até agora; porém alguns já dormem." Os estudos dos
manuscritos indicam que esta passagem foi escrita apenas alguns anos depois da
morte de Jesus Cristo. Por isso, é de grande importância perceber que Paulo
termina a passagem com "dos quais a maioria sobrevive até agora."
Paulo estava convidando as pessoas a verificar os fatos. Ele não teria incluído
uma declaração como essa se estivesse tentando esconder algo parecido com uma
conspiração, trote, mito ou lenda. A ressurreição de Jesus também foi
confirmada em diversas outras narrativas, incluindo o aparecimento de Jesus à
Maria Madalena (Jo 20.10-18), a outras mulheres (Mt 28.8-10), para Cléopas e
seu companheiro (Lc 24.13-32), aos onze discípulos e outros (Lc 24.33-49), para
os dez apóstolos e outros (excluindo Tomé) (Jo 20.19-23), para os apóstolos
(incluindo Tomé) (Jo 20.26-30), a sete apóstolos (Jo 21.1-14), para os
discípulos (Mt 28.16-20), e para os apóstolos no Monte das Oliveiras (Lc
24.50-52 e At 1.4-9 ). O grande teste de credibilidade destas testemunhas
oculares é que muitas delas enfrentaram o martírio pelo seu testemunho. Isto é
dramático! Estas testemunhas conheciam a verdade. O que poderiam ganhar ao
morrer por uma mentira? As evidências falam por si mesmas; essas pessoas não
eram apenas fanáticos dispostos a morrer por uma crença religiosa, mas sim
seguidores de Jesus Cristo morrendo por um evento histórico - Sua ressurreição,
a qual O estabeleceu como o Filho de Deus. http://www.allaboutjesuschrist.org/portuguese/ressurreicao-de-jesus.htm]
SUBSÍDIO CRISTOLÓGICO
A morte de Cristo foi voluntária
"Jesus não foi forçado à cruz. Nada fez contra
a sua vontade. Submeteu-se à aflição espontaneamente. Humilhou-se até à morte,
e morte de cruz. Deixou-se crucificar. Que graça espantosa por parte daquEle
que tudo podia fazer para evitar tamanho suplício. Ele tinha o poder de
entregar a sua vida e tornar a toma-la — e de fato fez isso. Sim, eterno
Salvador não foi forçado ao Calvário, mas atraído para ele, por amor a Deus e à
humanidade perdida.
Sua morte foi vicária e sem dúvida, o profeta
Isaías tinha em mente o cordeiro pascal, oferecido em lugar dos israelitas
pecadores. Sobre a cabeça do cordeiro sem mancha realizava-se uma transferência
dupla. Primeiro, assegurava-se o perdão divino mediante o santo cordeiro,
oferecido e morto. Segundo, o animal, sendo assado, servia de alimentação para
alimentar o povo eleito. O sacrifício de Cristo foi duplo: morreu para nos
salvar, e ressuscitou para nossa justificação. Cristo também é o Pão da vida, o
nosso 'alimento diário'.
Sua morte foi cruel. Ele foi levado ao matadouro,
esta palavra sugere brutalidade. Não é de admirar que a natureza envolvesse a
cruz em um manto de trevas, cobrindo, assim, a maldade dos seres humanos.
José de Arimateia, conseguiu permissão de Pilatos
para tirar o corpo da cruz. E, com Nicodemos, levando quase cem arráteis dum
composto de mirra, aloés, envolveram o corpo do Senhor em lençóis com as
especiarias, como era costume dos judeus. Havia no horto daquele lugar um
sepulcro em que ainda ninguém havia sido posto. Ali puseram Jesus (Jo 19.38-42).
Sepultar os mortos era considerado um ato de piedade. Também era comum que se
sepultassem os mortos no mesmo dia de seu falecimento. O corpo de um homem
executado não tinha permissão de ficar pendurado na cruz a noite inteira (Dt
21.23), pois isso, para a mente judaica, poluiria a terra. Às seis horas,
começaria o sábado da semana da Páscoa, durante a qual estava proibida qualquer
execução" (SILVA, Severino Pedro da. Teologia
Sistemática Pentecostal. 1.ed, Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p. 156).
CONCLUSÃO
Jesus é o maior e
mais excelente personagem da História. Não é fácil descrevê-lo, não tanto por
falta de dados e informações, mas por causa de sua grandeza, de sua
personalidade singular e de seu caráter inigualável. Não poderia ser diferente.
"Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra,
visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam
potestades; tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as
coisas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo da
igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha
a preeminência" (Cl 1.16-18). [Comentário: Vimos a evidência bíblica de que
Jesus Cristo é Deus o Filho. Que Ele possui tanto a natureza divina como a
natureza humana e que cada uma das duas naturezas é perfeita e completa,
permanecendo distinta, mas que Cristo é, mesmo assim, uma só Pessoa; e que as
coisas verdadeiras a uma natureza também são verdadeiras à Pessoa de Cristo. A
importância destas verdades deveria existir sem palavras, pois elas calam
exatamente em nosso coração a respeito do que Cristo é. Conhecer estas verdades
afetará grandemente a maneira como vemos Cristo e tornam mais vívidas as
narrativa de Sua vida terrena. E a compreensão destes fatos aprofunda a nossa
devoção a Cristo. Ter uma compreensão melhor da Encarnação de Deus o Filho
deveria fortalecer grandemente a nossa adoração. É motivo de grande admiração e
alegria saber que a eterna Pessoa de Deus Se tornou Homem, para sempre. Nosso
reconhecimento da Pessoa de Cristo será elevado e nossa fé nEle será
fortalecida, por termos uma compreensão mais profunda de Quem realmente Ele é.
A união da divindade e humanidade de Cristo numa só Pessoa faz com que todos
nós tenhamos a necessidade do mesmo Salvador. Como isto é glorioso! Porque
Jesus é Deus, Ele é Onipotente e jamais poderá ser derrotado. Ele é Deus,
sendo, portanto, o único Salvador adequado. Porque Ele é Deus, os crentes estão
seguros de que jamais perecerão. Estamos seguros porque Ele é Deus e todas as
pessoas Lhe prestarão contas, quando Ele regressar para julgar o mundo. Porque
Jesus é Homem, Ele experimentou as mesmas coisas que experimentamos. Porque Ele
é Homem, pode vir em nosso socorro, como o nosso Fiel Sumo Sacerdote, quando
chegamos ao limite de nossas fraquezas humanas. Porque Ele é Homem, podemos nos
relacionar com Ele, pois Ele não está longe de nós e nem fica alheio às nossas
necessidades. Porque Ele é Homem, não podemos nos queixar de que Deus não
conheça os problemas pelos quais estamos passando. Ele os experimentou em
primeira mão. Finalmente, devemos estar preparados para defender a verdade
sobre a divindade de Jesus Cristo e a Sua humanidade, e tornar compreensível aos outros
a união das naturezas
divina e humana numa só Pessoa. Deste modo, consideremos a necessidade de
memorizar os muitos versos que ensinam que Jesus é tanto Deus como Homem, a fim
de podermos explicar aos outros a relação entre as duas naturezas de Cristo.
Que possamos aguardar, até que Ele venha, o dia em que O veremos face a face,
regozijando-nos na bendita esperança desse dia e que isto possa nos inspirar a
ter uma diligência maior em servi-Lo e adorá-Lo.http://solascriptura-tt.org/Cristologia/ComoPodeJesusSerHomemEDeus-JPiper.htm] “Ora, àquele que é poderoso para
vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante
a sua glória. Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade,
domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém”. (Judas 24-25)
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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