SUBSÍDIO I
Caro professor, prezada
professora,
Para a lição desta semana, cujo
tema é “Rute, uma mulher digna de confiança”, ter uma visão geral do livro de
Rute no Antigo Testamento será esclarecedor. Segundo os estudiosos, o livro de
Rute é de autoria anônima, provavelmente foi escrito no século X a.C., e o tema
do livro revela o “Amor que Redime”. Sim, é o encontro de amor entre Rute e a
sua sogra, Rute e Boaz, Rute e o Deus de Israel. Nesse sentido, o livro de Rute
está assim esboçado:
Esboço1
I. As Adversidades de Noemi (1.1-5)
II. Noemi e Rute (1.1-5)
A. Noemi Resolve Sair de Moabe (1.6-13)
B. O Amor Inabalável de Rute (1.14-18)
C. Noemi e Rute Vão a Belém (1.19-22)
III. Rute Conhece Boaz na Seara (2.1-23)
A. A Providência Divina na Decisão de Rute (2.1-3)
B. A Provisão Divina na Decisão de Rute (2.4-16)
C. Rute Informa a Noemi (2.17-23)
IV. Rute e Boaz na Eira (3.1-18)
A. Rute Recebe Instruções de Noemi sobre Boaz (3.1-5)
B. Rute Pede a Boaz para Ser Seu Remidor (3.6-9)
C. Rute Recebe Resposta Favorável de Boaz (3.10-18)
V. Boaz Casa com Rute (4.1-13)
A. Boaz e o Contrato de Parente-Remidor (4.1-12)
B. Casamento e Nascimento de um Filho (4.13)
VI. O Contentamento de Noemi (4.14-17)
VII. A Genealogia de Perez a Davi (4.18-22)
I. As Adversidades de Noemi (1.1-5)
II. Noemi e Rute (1.1-5)
A. Noemi Resolve Sair de Moabe (1.6-13)
B. O Amor Inabalável de Rute (1.14-18)
C. Noemi e Rute Vão a Belém (1.19-22)
III. Rute Conhece Boaz na Seara (2.1-23)
A. A Providência Divina na Decisão de Rute (2.1-3)
B. A Provisão Divina na Decisão de Rute (2.4-16)
C. Rute Informa a Noemi (2.17-23)
IV. Rute e Boaz na Eira (3.1-18)
A. Rute Recebe Instruções de Noemi sobre Boaz (3.1-5)
B. Rute Pede a Boaz para Ser Seu Remidor (3.6-9)
C. Rute Recebe Resposta Favorável de Boaz (3.10-18)
V. Boaz Casa com Rute (4.1-13)
A. Boaz e o Contrato de Parente-Remidor (4.1-12)
B. Casamento e Nascimento de um Filho (4.13)
VI. O Contentamento de Noemi (4.14-17)
VII. A Genealogia de Perez a Davi (4.18-22)
Outro ponto importante é o
propósito do livro. Segundo estudiosos do Antigo Testamento, o livro de Rute
teve como objetivo “mostrar como, através do amor altruísta e do devido
cumprimento da lei de Deus, uma jovem moabita, virtusosa e consagrada, veio a
ser a bisavó do rei Davi de Israel. O livro também foi escrito para perpetuar
uma história admirável dos tempos dos juízes a respeito de uma família piedosa
cuja fidelidade na adversidade contrasta fortemente com generalizado declínio e
moral em Israel, naqueles tempos”.
Há também um paralelismo
importante do livro de Rute com o Novo Testamento. A Bíblia
de Estudo Pentecostal mostra
que o livro de Rute destaca quatro verdades que se pode encontrar em o Novo
Testamento. “(1) Transtornos humanos dão oportunidade a Deus para realizar seus
grandes propósitos redentores (Fp 1.12). (2) A inclusão de Rute no plano da
redenção demonstra que a participação no reino de Deus independe de
descendência física, mas pela conformação da nossa vida à vontade de Deus,
mediante a ‘obediência da fé’ (Rm 16.26; cf. Rm 1.5,16). (3) Rute como
partícipe da linhagem de Davi e de Jesus (ver Mt 1.5) significa que pessoas de
todas as nações farão parte do reino do grande ‘Filho de Davi’ (Ap 5.9; 7.9).
(4) Boaz, como o parente-remidor, é uma prefiguração do grande Redentor, Jesus
Cristo (Mt 20.28; ver Rt 4.10 nota)”.
Como é revelador encontrar o
nome de Rute na Genealogia de Jesus (Mt 1.5)! É a amostra da maravilhosa graça
divina que, a partir de uma mulher estrangeira, dera provas do plano universal
de Deus para a salvação de toda a humanidade. Jesus Cristo é a prova manifesta
desse amor gracioso. Rute nos lembra exatamente esse amor altruísta e divino: o
amor de Deus!
SUGESTÃO DIDÁTICA
Estudo dirigido
Com essa atividade, propomos a
realização de exercícios (respostas de questionamentos previamente elaborados)
a serem realizados autonomamente pelos alunos, mas sob a supervisão do
professor.
• O exercício pode ser elaborado previamente pelo professor: um questionário objetivo (o professor pode fazer uso do questionário da presente lição) ou um questionário discursivo;
• O exercício também pode ser realizado por intermédio de um texto que tenha a ver com o tema da lição, previamente selecionado pelo professor, para a leitura e reflexão autônoma do aluno;
• O prezado professor, ou a prezada professora, também poderá elaborar uma única questão reflexiva que dê conta de todo o conteúdo da lição.
Boa aula!
Marcelo Oliveira de Oliveira
Editor responsável pela Revista
Lições Bíblica Adultos
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, daremos continuidade aos estudos
sobre o caráter do cristão, desta feita, nos voltaremos para Rute, uma mulher
de Deus. Inicialmente, apresentaremos algumas informações a respeito dos
desafios pelos quais ela e Noemi, sua sogra, passaram. Em seguida,
ressaltaremos a aliança que essas duas mulheres fizerem, com destaque para a
decisão de Rute, de ficar ao lado de Noemi, mesmo diante da adversidade. E por
fim, mostraremos que Rute foi uma mulher que foi agraciada por Deus, passando a
fazer parte da linhagem do Salvador, o Senhor Jesus Cristo.
1. RUTE, UMA MULHER DE DEUS
O nome de Rute significa “amizade”, e na verdade,
foi isso que ela demonstrou ser ao longo da sua vida, especialmente em sua
aliança com Noemi. Ela era uma mulher moabita, um povo que historicamente era
adversário de Israel. É paradoxal que uma mulher que fazia parte dos inimigos
de Israel tenha participado da história da salvação. Essa é uma demonstração da
graça de Deus, não apenas para os israelitas, mas para todos os povos. A
história de Rute está no contexto de uma família judaica que precisou sair de Belém
a fim de fugir da seca. Elimeleque, que era o esposo de Noemi, e seus dois
filhos, Malom e Quiliom, partiram para a terra de Moabe, a fim de sobreviverem
a escassez. Essa família tomou uma série de decisões equivocadas, além de terem
saído do seu lugar, os filhos desse casal se casaram com mulheres moabitas.
Malom se casou com Rute, e Quiliom casou-se com Orfa. Tempos depois, os maridos
dessas mulheres vieram a falecer, não por causa da desobediência. Pelo menos
não temos fundamento bíblico para fazer esse tipo de afirmação. Fato é que por
causa da morte deles, elas ficaram desamparados, considerando que o próprio
Elimeleque também faleceu. Após dez anos, o povo de Israel passou a desfrutar
de fartura, favorecendo o retorno de Noemi para sua terra (Rt. 1.6). A viúva de
Elimeleque decidiu desobrigar as duas noras, caso elas desejassem poderiam ir
para Belém, mas se preferissem poderiam ficar em Moabe (Rt. 1.7). Vale a pena
ressaltar que Belém, em hebraico, significa “casa de pão”, e justamente nessa
cidade nasceu o Pão da Vida (Jo. 6.30.-34).
2. RUTE, UM
PACTO DE FIDELIDADE
Em Rt. 1.14, está escrito que, depois de Noemi
dispensar suas noras, “levantaram a sua voz e tornaram a chorar; e Orfa beijou
a sua sogra; porém Rute se apegou a ela”. É bastante compreensível, da
perspectiva humana, a decisão de Orfa, pois ela recorreu a lógica, por isso
seguir “aos seus deuses” (Rt. 1.15). Mas Rute pôs sua confiança no Deus de
Noemi, por isso declarou: “Não me instes para que te deixe e me afaste de ti;
porque, aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali
pousarei eu (Rt. 1.16). Essa também é uma demonstração de identificação de Rute
com a sua sogra, e de respeito pela experiência que tiverem juntas, sobretudo
nos tempos difíceis. É bem provável que Noemi já estivesse com a idade
avançada, carecendo de maiores cuidados de uma pessoa mais jovem. Como ela não
tinha mais marido e filhos, Rute tomou a decisão acertada de ficar ao seu lado.
O exemplo de Rute deve inspirar todo aqueles que convivem com pessoas idosas,
que se encontram em condição de dependência. Há uma tendência de descartar as
pessoas na sociedade individualista e pragmática na qual estamos vivendo.
Aquelas que não mais produzem, às vezes, são tratadas como escória. Rute nos
lega um modelo de sensibilidade, principalmente de empatia para com as pessoas
mais necessitadas. Ela identificou-se não apenas com o sofrimento de Noemi, mas
com o seu Deus: “o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” (Rt. 1.16).
Precisamos de pessoas de princípios nesses dias tão difíceis, e que estejam
alinhadas com a Palavra de Deus, e que se identifiquem com aqueles que sofrem.
Rute estava realmente decidida, por isso afirmou: “onde quer que morreres,
morreirei eu e ali serei sepultada; me faça assim o Senhor e outro tanto, se
outra coisa que não seja a morte me separar de ti” (Rt. 1.17).
3. RUTE, NA LINHAGEM DO SALVADOR
A decisão acertada de Rute fez com que ela viesse a
fazer parte da genealogia do Salvador e Senhor Jesus Cristo (Mt. 1.5). Depois
de chegar em Belém, Rute foi alcançada pela providência divina, que a ninguém
desampara. Ela mostrou ser uma mulher proativa, e começou a trabalhar, a fim de
encontrar uma alternativa. A esse respeito é importante lembrar que a
providência de Deus trabalha em conjunto com a atuação humana. O trabalho deve
ser visto como uma benção divina, considerando que o próprio Deus trabalhou
(Jo. 5.17). Paulo foi enfático ao declarar aos tessalonicenses que aqueles que
não querem trabalhar também não devem comer. E mais, que devemos trabalhar
sempre para não servir de fardo para os irmãos da igreja (II Ts. 3.2). Contudo,
devemos também lembrar que existem pessoas que não estão trabalhando por causa
do desemprego que grassa nosso país. Por direção de Deus, Rute foi rebuscar
espigas no campo de Boaz, sendo este “da geração de Elimeleque” (Rt. 2.3).
Havia uma lei em Israel que possibilitava a remissão de um parente, para que a
posteridade desse fosse preservada, através do casamento com alguém da família
do falecido. Boaz desposou Rute, a moabita mulher de Malom, para que o falecido
suscitasse descendência. O casamento entre Boaz e Rute seguiu todo o ritual
legal estabelecido para que essa viesse a dar filhos ao marido. Como resultado,
Rute se tornou mãe de Obede, sendo esse o pai de Jessé, que foi pai de Davi.
Por conseguinte, essa mulher determinada se tornou a avó daquele que seria o
rei mais amado de Israel. E muito mais importante, comporia a genealogia de
Jesus, o prometido para salvar Israel, e a todos que nEle creem, dos seus
pecados.
CONCLUSÃO
A vida de Rute serve de inspiração para todos
aqueles que passam por situações de adversidades, e que decidem confiar em
Deus, ainda que as circunstâncias não sejam favoráveis. E mais, que Deus nos
surpreende com a Sua providência, de modo que pode transformar em comédia
situações que sejam aparentemente trágicas. De igual modo, nós que outrora
estávamos distantes dos planos de Deus, fomos agraciados em Jesus Cristo, e
alcançados por Sua maravilhosa graça.
Prof. Ev. José
Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog
subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
Nesta lição,
estudaremos o caráter de uma jovem estrangeira, que se tornou uma das mulheres
mais admiráveis da Bíblia. Trata-se de Rute, uma moça moabita, que se casou com
um jovem hebreu, contrariando os costumes e os preceitos legais de seu povo. A
narrativa do livro que tem o seu nome mostra que Deus é soberano, onipotente,
e, ao mesmo tempo, misericordioso e amoroso. O livro de Rute é considerado umas
das mais belas peças da literatura universal. [Comentário: “...buscar suprimento para as suas necessidades? De seu
falecido marido? De Noemi? Não sabemos, mas sabemos que Rute permaneceu
comprometida fazendo a coisa certa, e Deus a surpreendeu suprindo todas as suas
necessidades e mais do que isso. Deus providenciou para Rute a pessoa do Boaz,
um homem de caráter semelhante;” John C. Maxwell Bíblia
da Liderança Cristã 2° Edição. Rute, moabita, descendente de Ló, que teve uma
relação incestuosa promovida pela filha mais velha de Ló, sobrinho de Abraão,
logo após a destruição de Sodoma e Gomorra. Independentemente do que a vida nos
traga, podemos viver de acordo com os preceitos de Deus. Genuíno amor e bondade
serão recompensados. Deus abençoa abundantemente aqueles que procuram viver uma
vida obediente. Vida obediente não permite "acidentes" no plano de
Deus. Deus estende misericórdia aos misericordiosos.] Dito isto, vamos pensar maduramente a
fé cristã?
I. RUTE, UM
RESUMO DE SUA ORIGEM
1. Uma estrangeira. O nome Rute significa "amizade". Ela era moabita. Um fato
histórico tornou os moabitas adversários de Israel. Eles não permitiram ao povo
de Deus passar pelo seu território quando deslocava-se em direção a Canaã, e
precisava passar pelo território de Moabe, sob a liderança de Moisés (Nm
20.19). Eles foram hostis. Por isso. Deus determinou que nem moabitas nem
amonitas poderiam fazer parte da "congregação do Senhor", ou do povo
de Israel, "nem ainda a sua décima geração" (Dt 23.3-6; Ne 13.2).
Essa é a origem étnica de Rute. Se houvessem sido observados os preceitos da
Lei, ela jamais poderia fazer parte da linhagem do povo de Israel. [Comentário: Moabitas são os habitantes de Moabe ("semente do
pai"), eram aparentados com os hebreus, através de Ló e sua filha mais
velha (Gn 19.30-38). Embora descendecem de Ló e tenham conhecido o Deus de
Abraão, o deus adorado pelos moabitas era Quemos (Nm 21.29). O culto desse deus
incluía sacrifícios humanos nos montes (principalmente de crianças), à
semelhança de Moloque (divindade do reino de Amon), as vítimas eram os primogênitos,
queimados vivos como oferendas. Além disso, banhavam-se no mar de Arabah (atual
Mar Morto) para se purificar e defecavam publicamente em grandes latrinas em
frente aos ídolos. Essa estranha prática fornecia o que os sacerdotes de Quemos
precisavam para suas previsões (Jr 48). Baal-Peor era o deus mais popular de
todos os deuses entre os povos daquela região, representado por um touro,
símbolo de força e de fertilidade e considerado o deus das chuvas e das
colheitas. Segundo o site Chabad.org, “Ruth, uma princesa moabita, imbuída de
elevados ideais, não estava satisfeita com a idolatria de seu próprio povo e
quando chegou a oportunidade, abriu mão do privilégio da realeza em sua terra,
aceitando uma vida de pobreza entre um povo que ela admirava. Ruth fez amizade
com essa família judia e começou a comparar o diferente modo de vida com o seu
próprio. Aprendeu a admirar as leis e costumes judaicos, e a insatisfação que
já sentia com a idolatria de seu povo, tornou-se uma objeção positiva. Quando um
dos filhos de Naomi a pediu em casamento, ela sentiu-se feliz e orgulhosa em
aceitar. Não ficou com remorso frente ao que estava renunciando: a vida de
luxúria no palácio, o título real, as perspectivas de riqueza e honra no
futuro, pois percebia o valor do povo ao qual agora se unia” http://www.chabad.org.br/datas/shavuot/estudo/estu05.html. Nos tempos de Josué, Balaão era um sacerdote da cidade de
Baal-Peor, chamado pelo rei Balak para amaldiçoar os israelitas. Depois de
repreendido pelo Senhor, Balaão acabou abençoando os israelitas, mas ensinou as
mulheres de Moabe a se casarem com os israelitas e introduzirem seu culto no
reino vizinho (Nm 22-25, Jz 10.6). Salomão teve duas esposas moabitas, que
construíram altares a Baal-Chemosh nas montanhas vizinhas ao Templo (1Rs 11).
Os músicos que compuseram alguns dos Salmos condenaram isso (Sl 106.28). Em
Apocalipse, o Senhor também condena os seguidores de Balaão na igreja de
Pérgamo (Ap 2.12-17). http://loungecba.blogspot.com.br/2013/02/andando-por-moabe.html.]
2. Como Rute vinculou-se a uma
família israelita. Uma família judaica teve que sair de Belém para escapar da
seca que assolava a região. Eram eles: Elimeleque, Noemi (ou Naomi, que
significa "agradável"), sua esposa, e os dois filhos, Malom e
Quiliom. Emigraram para a terra de Moabe, onde havia alimento. Contrariando os
costumes da família, os dois filhos casaram com jovens moabitas. Malom casou-se
com Rute; Quiliom casou-se com Órfã. Não se sabe quanto tempo viveram com suas
esposas. Os três homens faleceram deixando três mulheres sem amparo (Rt 1.1-5).
Uma seca e três óbitos mudaram a história dessas pessoas. [Comentário: Com muitos casamentos entre israelitas e moabitas, as
relações entre os povos não eram sempre ruins. Curiosamente (e não tão curioso
assim, pois os hebreus compartilhavam os campos de pastoreio em Moabe e
cortejavam as moabitas), Rute era mulher moabita que se casou com o filho de
Elimeleque, um pastor hebreu (Rt 1, Rt 4) e veio a se tornar bisavó do rei
Davi, este, então, tinha sangue moabita correndo em suas veias. Mais tarde,
quando era perseguido pelos homens de Saul, Davi pediu que o rei de Moabe
protegesse seus pais (1Sm 22). No site Chabad.org, já citado, temos: “Orpá
despediu-se tristemente de sua sogra. Mas Ruth se apegou a Naomi em prantos e
implorou-lhe para partir com ela. Com estas tocantes palavras pediu: "Eu
te suplico, não me peças que te deixe, e que retorne após te seguir, porque
aonde quer que fores, eu irei; e onde pousares, pousarei; teu povo é o meu povo
e teu D'us é o meu D'us; onde morreres, morrerei, e ali serei enterrada;
somente a morte me separará de ti." Ruth sabia muito bem o que estava
fazendo. Naomi a havia prevenido das dificuldades com que se defronta um judeu
em qualquer tempo, mas Ruth estava inabalável em sua determinação de seguir sua
sogra e de apegar-se a fé de sua escolha. Só o futuro provaria que Ruth seria
justamente recompensada por sua elevada decisão, pois mesmo em seus momentos de
pobreza ela não se arrependeu”http://www.chabad.org.br/datas/shavuot/estudo/estu05.html. A mais linda confissão, na Bíblia, de apego e amor saiu
dos lábios de uma mulher pagã (Rt 1.16-17 – “Porque, aonde quer que tu fores,
irei eu... O teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus...” Rute, uma jovem
moabita trabalhadora, dedicada e comprometida, torna-se a principal personagem
da narrativa. Conheceu a dor da viuvez muito cedo, e a mudança radical de vida
escolhendo acompanhar sua sogra até a cidade de Belém. Uma terra diferente, um
povo diferente, um estado de vida diferente, uma proposta de compromisso com o
novo. Seu compromisso firmado em tom de verso tornou-se declaração de aliança
entre pessoas que entendem o projeto de Deus para suas vidas juntas. A
fidelidade de Rute a Noemi e ao Deus de Noemi é um grande exemplo para nós. A
fidelidade atrai fidelidade. Rute atraiu a fidelidade de Deus e de outras
pessoas para ela - “Porque o Senhor é bom, a sua misericórdia dura para sempre,
e, de geração em geração, a sua fidelidade” (Sl 100.5). “O teu Deus é o meu
Deus” – quando se pensa em família, um texto da palavra do Senhor vem à mente:
“quem não cuida dos da sua própria casa, é pior que o incrédulo”; é preciso
partilhar a fé e gerar filhos e filhas na fé dentro de casa. De alguma forma,
Noemi ‘ganhou’ aquela nora para o Senhor.]
3. Em direção à terra de Judá. Dez anos depois, Deus concedeu a bênção da fartura de pão em Israel (Rt
1.6). E a viúva de Elimeleque convidou suas duas noras, também viúvas, para
irem a Belém, onde havia pão (Rt 1.7). Belém (hb. Beth-Lehem, significa
"Casa do Pão"). [Comentário: Noemi não foi esquecida por Deus. Rute, sua nora, foi levantada por Deus para ajudar Noemi.
Rute deixou sua família e sua terra e
adotou a cultura e religião
de Noemi e do seu povo. Noemi não tinha materialmente nada para oferecer a
Rute, mas Rute se tornou sua aliada fiel. Hoje em dia, muitas pessoas fazem
declarações negativas sobre
suas sogras. Por muita vezes, a figura de uma sogra tem sido o alvo de chacotas
e piadas. Mas, em Noemi e Rute, vemos um grande exemplo de bom relacionamento que
Rute tinha com sua sogra e tinha também um grande sentimento de amizade e devoção
pela por ela. Ela. Eu gostaria de falar um pouco sobre esta nora, chamada Rute
e as grandes lições de vida que aprendemos com ela. Ao estudar a vida de Rute
aprendemos que a fidelidade e a bondade são essenciais para que a família, a
sociedade e a igreja prosperem e tenham a proteção do Senhor. Com Rute,
aprendemos sobre o valor da
fidelidade. Um dia, Noemi chamou as suas duas noras e disse no cap. 1:8-13: “
Voltem para casa e fiquem com as vossas mães. Que o Senhor seja bom para vocês,
assim como vocês foram boas para mim e para os falecidos! “O Senhor permita que vocês casem de
novo e cada uma tenha o seu lar.” Então Noemi se despediu das suas noras com um
beijo. Porém elas começaram a chorar alto e disseram: “Não nós não voltaremos.
Nós iremos com a senhora e ficaremos com o seu povo.” Mas Noemi
respondeu: “Voltem, minhas
filhas. Por que querem ir comigo? Vocês acham que eu ainda poderei ter filhos
para casarem com vocês? ” Ver Rute 1:8-11. Orfa, uma de suas noras resolveu
voltar para casa de seus pais e sua terra, mas Rute permaneceu. Enquanto uma
retrocedeu e voltou atrás, a outra ficou. E por ter ficado com Noemi, Deus
recompensou a fidelidade de Rute. Noemi não tinha nada para dar à Rute; não
tinha dinheiro, não havia feito promessas, não podia lhe dar um novo casamento,
estava idosa, mas Rute resolveu ficar. Rute disse à sua sogra no cap. 1:16: "o teu
povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” http://temasbblicos.blogspot.com.br/2011/09/rute-e-noemi-fieis-deus-em-situacoes.html.]
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Professor, Rute era moabita. Por isso, é importante
que você utilize o subsídio abaixo para explicar aos alunos a origem desse
povo.
"De acordo com Gênesis 19.30-38, os moabitas
descendiam de Moabe, filho de Ló, que era sobrinho de Abraão, como resultado de
uma relação incestuosa com a filha mais velha de Ló. A narrativa, entretanto,
indica que os israelitas e moabitas eram semitas e parentes de sangue, e isto é
confirmado pelo fato de que a língua dos moabitas está intimamente relacionada
à dos hebreus. Os sinais da inscrição de 34 linhas na Pedra Moabita correspondem
aos sinais de inscrição de Siloé de Ezequias, e mostra que as duas línguas são
da mesma descendência semítica. A similaridade de alguns costumes também indica
o mesmo parentesco. Moabe é representada em Êxodo 15.15 como já sendo um povo
poderoso quando Israel saiu do Egito.
A terra que veio a ser conhecida como Moabe era,
até onde sabemos originalmente, habitada por um povo conhecido por sua grande
estatura, que a Bíblia chama de refains (Dt 2.10,11). Eles foram citados pelos
moabitas que os expulsaram, como 'emis' os 'terríveis' ou 'ameaçadores'. Eles
são citados em Gênesis 14.5 como habitantes de Sa-vé-Quiriataim.
Durante o período dos juízes de Israel, em que a
nação ficou enfraquecida, os moabitas prosseguiram para o norte, a partir do
rio Arnom até vários quilômetros ao norte do extremo do mar Morto, atravessando
o rio Jordão até Jericó. Os israelitas foram oprimidos por Eglom, rei de Moabe,
durante 18 anos até este ser assassinado pelo juiz Eúde (Jz 3.12-30). As
campanhas do rei Saul na Transjordânia incluíram a derrota de Moabe (1Sm 12.9).
Quando Davi fugiu de Saul, ele levou seus pais até o rio de Moabe, para que
estivessem protegidos. Talvez este simpatizasse com Davi por causa de Rute, a
bisavó moabita de Davi.
Durante os reinados de Davi e Salomão, Moabe esteve
sob o domínio de Israel" (Dicionário Bíblico Wycliffe. l.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2009, p. 1296).
II. O
CUIDADO DE NOEMI E O CARÁTER DE RUTE
1. Um amor sincero e profundo. Noemi sugeriu que as duas noras voltassem às suas origens. Mostrou-lhes
o quanto seria difícil estar com ela, e insistiu para que voltassem às suas
famílias. "Então, levantaram a sua voz e tornaram a chorar; e Órfã beijou
a sua sogra; porém Rute se apegou a ela" (Rt 1.14). [Comentário: Mesmo na amargura e na prova,
Deus está trabalhando a nosso favor! (Is 64.4). A história de Rute revela a mão
escondida de Deus em meio às amargas experiências de seu povo. Esse livro não
somente destaca que Deus está preparando o caminho para a vinda do Rei da
Glória, mas ele o faz de modo que todos nós possamos aprender que mesmo os
piores tempos não são desperdiçados. Não são desperdiçados globalmente,
historicamente ou pessoalmente.]
2. O caráter amoroso de Rute. Órfã, viúva de Quiliom, "beijou a sua sogra", despediu-se, e foi
embora para sua família, e "aos seus deuses" (Rt 1.15). Mas Rute
demonstrou outra atitude. Preferiu acompanhar sua amada sogra
a) Um caráter amoroso e
confiante. "Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me
afaste de ti; porque, aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que
pousares à noite, ali pousarei eu [...]" (Rt 1.16a). Como verdadeira serva
de Deus, Rute demonstrou ter um caráter agradecido e generoso. Ela tomou a
decisão consciente de estar ao lado de Noemi, em qualquer lugar e em qualquer
circunstância. Ela amava de verdade.
d) Um caráter fortalecido
na fé em Deus. Com toda a certeza, Rute se converteu ao Senhor. Em sua
declaração de amor a Noemi, ela disse com toda a convicção:"[...] o teu
povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus" (Rt 1.16b). Essa decisão
mostra a sua fé em Deus (Hb 11.1). Rute não imaginava o que poderia lhe
acontecer, mas ficou ao lado de Noemi, como vendo o invisível, sob a mão de
Deus.
c) Um caráter decidido e
firme. Rute afirmou diante da sua sogra, amiga • irmã de fé sua decisão
consciente: "Onde quer que morreres, morrerei eu e ali serei sepultada; me
faça assim o Senhor e outro tanto, se outra coisa que não seja a morte me
separar de ti. Vendo ela, pois, que de todo estava resolvida para ir com ela,
deixou de lhe falar nisso" (Rt 1.17,18). Uma lição de grande valor para os
dias atuais, quando muitos que se dizem cristãos, desistem de seguir a Cristo
por causa dos desafios, das lutas e provações. [Comentário: Rute
acompanhou Noemi de volta a Belém, porém, sua vida no início não foi nada
fácil. A moabita não era vista com bons olhos pelas ruas da cidade. Ela era uma
mulher delicada, sozinha em uma terra estrangeira, que tinha que ir ao campo,
executar trabalho de homem para conseguir o que comer. Rute não tem muitas
alternativas, mas ela pode colher espigas segundo a lei, e é o que ela faz,
tornando frutífero o tempo e oportunidades que ela tem. Dirigi-se aos campos de
Boaz, seu primo, que sem conhecê-la, a tratou com muita generosidade, como o
demonstra a narrativa bíblica (Rt 2.4-18). Segundo a tradição judaica, o
parente mais próximo de uma viúva tinha o dever de se casar com ela e comprar a
sua propriedade. Noemi, então, reconhecendo em Boaz um dos resgatadores de
Rute, procurou aproximar a ex-nora de Boaz - Noemi instruiu Rute como proceder,
afinal Rute era moabita e não conhecia a lei judaica. Informado do compromisso,
Boaz lembrou que havia um parente mais chegado que ele. Reunido o sinédrio da
cidade de Belém, o anônimo tio de Rute se recusou a desposá-la. Provavelmente
ele teve medo de cair numa desgraça espiritual, já que a lei mosaica proibia
que uma moabita passasse a integrar, por casamento, o povo de Israel (Nenhum
amonita ou moabita, até a décima geração, fará parte do povo do Deus Eterno.
Eles ficarão de fora -- Deuteronômio 23.3). Boaz não deve teve o mesmo receio,
especialmente depois do apoio que lhe foi dado pelo conselho local. Na verdade,
apesar desta autorização, ele correu o risco de ser considerado impuro. Por
este casamento, ele e sua esposa, bisavós de Davi, entraram na genealogia do
Messias. Por seu comportamento, Boaz pode ser colocado na galeria de homens
cheios de graça. Bondade é a marca mais evidente no seu jeito de ser.]
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"No mundo antigo, não havia
quase nada pior do que ser uma viúva. Muitas pessoas tiravam vantagem das
viúvas ou as ignoravam. Elas eram quase sempre atingidas pela pobreza.
Portanto, a lei de Deus ordenava que o parente mais próximo do marido falecido
cuidasse da viúva. Mas Noemi não tinha parentes em Moabe, e não sabia se algum
dos parentes do marido estavam vivos em Israel.
Mesmo em uma situação
desesperadora, Noemi teve uma atitude altruísta. Embora ela tenha decidido
voltar para Israel, encorajou Rute e Órfã a permanecerem em Moabe e recomeçarem
suas vidas, mesmo que isto trouxesse dificuldades para ela.
Belém ficava a aproximadamente
oito quilômetros a sudoeste de Jerusalém. A cidade era cercada por oliveiras e
campos verdejantes. Suas colheitas eram abundantes. Certamente, o retorno de
Rute e Noemi a Belém foi parte do plano de Deus, porque nesta cidade nasceria
Davi (1Sm 16.1). Como previsto pelo profeta Miqueias (Mq 5.2), Jesus Cristo
também nasceria neste lugar. Portanto, esta mudança foi mais do que mera
conveniência para Rute e Noemi. Ela propiciou o cumprimento das
Escrituras" (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro:
CPAD, p. 422).
III. COMO
RUTE ENTROU NA GENEALOGIA DE JESUS
1. Rute chega a Belém. Ao chegar a Belém, Rute viu a admiração do povo pela condição em que sua
sogra retornou à sua terra. Diz o texto:"[...] e sucedeu que, entrando
elas em Belém, toda a cidade se comoveu por causa delas, e diziam: Não é esta
Noemi? Porém ela lhes dizia: Não me chameis Noemi; chamai-me Mara, porque
grande amargura me tem dado o Todo-Poderoso. Cheia parti, porém vazia o Senhor
me fez tornar; por que, pois, me chamareis Noemi? Pois o Senhor testifica
contra mim, e o Todo-Poderoso me tem afligido tanto" (Rt 1.19-21). Noemi
quer dizer "agradável", enquanto Mara significa
"amargurada". Este era o sentimento que enchia o coração de Noemi.
Elas chegaram a Belém "no princípio da sega das cevadas" (Rt 1.22). [Comentário:Quando
Noemi e Rute chegam a Belém toda a população ‘se alvoroçou’, ‘se comoveu’ (v.
19). A natureza da recepção oferecida às duas viúvas sugere que Noemi tinha
algum vínculo com alguma família antiga naquela região. Noemi reflete a
natureza humana em geral ao culpar Deus e não as escolhas pessoais ou a
natureza pecaminosa pelos acontecimentos destrutivos e dolorosos pelos quais
estava passando. Ela sugere, de forma inapropriada, que as suas atuais
condições são o resultado da ação punitiva de Deus.]
2. Rute atrai a atenção de Boaz. Rute era uma mulher trabalhadora. Não comia "o pão da preguiça"
(Pv 31.27). Ao chegar a Belém, não esperou que Noemi sugerisse algum trabalho
para sua manutenção. Ela tomou a iniciativa de procurar um serviço (Rt 2.2).
Por direção de Deus, Rute foi rebuscar espigas no campo de Boaz, "que era
da geração de Elimeleque" (Rt 2.3). Ao vê-la, Boaz perguntou ao chefe dos
segadores quem era ela (Rt 2.5). O homem respondeu que era Rute, a moça moabita
que voltou com Noemi (Rt 2.6). Encantado com a beleza da moça e admirado por
sua história, Boaz falou benignamente a Rute; e disse que tomara conhecimento
de seu gesto amoroso para com Noemi (Rt 2.8-13). Foi amor à primeira vista. [Comentário: Um dia, Boaz estava no campo, observando o trabalho dos
ceifeiros, quando viu uma mulher colhendo as espigas que sobravam. Ele ficou
impressionado com seu trabalho árduo e perguntou quem era (Rt 2.4-7). O capataz
explicou que ela era Rute. Vendo a fidelidade dela, Boaz decidiu ajudar Rute,
oferecendo-lhe trabalho, comida e proteção (Rt 2.11-12; 14-16). Por isso, Rute
passou o resto da colheita trabalhando no campo de Boaz e recolhendo bastante
comida para ela e a sogra. A história indica que Boaz era muito mais velho que Rute
(Rt 3.10). Não existe informação se este homem já era casado ou viúvo, mas
sabemos que era um homem de Deus. O Senhor era uma parte importante do seu dia
a dia. Boaz pensava muitas vezes no Senhor, falava Dele abertamente e deixava-O
tomar parte dos seus negócios. Ouça-o cumprimentando seus segadores no campo:
“O SENHOR seja convosco!”, disse ele, e eles lhe responderam: “O SENHOR te
abençoe!” (Rute 2:4). Para Rute, ele disse: “Bendita sejas tu do SENHOR, minha
filha” (Rute 3:10); e depois: “eu te resgatarei, tão certo como vive o SENHOR”
(Rute 3:13). Todas as pessoas presentes no seu casamento reconheceram a sua
dependência do Senhor para a sua posteridade: rr“o SENHOR faça a esta mulher,
que entra na tua casa, como a Raquel e como a Lia, que ambas edificaram a casa
de Israel” (Rute 4:11). Extraído
de: https://bible.org/node/23564.]
3. Rute casa com Boaz. Boaz procedeu de acordo com a lei, e diante das testemunhas e dos anciãos,
casou-se com Rute. E declarou: "[...] também tomo por mulher a Rute, a
moabita, que foi mulher de Malom, para suscitar o nome do falecido sobre a sua
herdade, para que o nome do falecido não seja desarraigado dentre seus irmãos e
da porta do seu lugar: disto sois hoje testemunhas" (Rt A.10). O povo que
compareceu à cerimônia ficou feliz com o casamento (Rt 4.11,12). Assim, ela
entrou na genealogia de Jesus (Mt 1.5). [Comentário: É interessante trazer aqui o que diz o Manual Popular de
Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia, de Norman Geisler e Thomas Howe:
“RUTE 4.3-8 – O procedimento de Boaz e Rute não estaria em desacordo com a lei
do levirato? PROBLEMA: Deuteronômio 25.5-10 delineia o que é conhecido como a
lei do levirato. Se um homem morria e deixava sua esposa sem filhos, o irmão
daquele homem era moralmente obrigado a casar-se com a mulher de seu irmão e
gerar filhos no nome de seu irmão falecido. Essa prática assegurava que o nome
de quem morria sem gerar filhos não ficaria sem descendência. Entretanto, Boaz
não era irmão de quem tinha sido marido de Rute, e que falecera. Assim, o
procedimento deles não estaria em desacordo com a lei do levirato? SOLUÇÃO:
Embora tenha sido um caso um pouco mais complicado, o procedimento de Boaz,
Noemi e Rute certamente não estava em desacordo com o que a lei do levirato
estabelecia. O primeiro propósito do casamento pelo levirato era perpetuar a
linha familiar daquele que morreu. Alguns fatores indicam que no tempo de Boaz
e Rute já eram comuns alguns acréscimos ao que a lei do levirato originalmente
estabelecera . Primeiro, se não havia um irmão vivo na família, então a
obrigação do casamento ficava com o parente do sexo masculino mais próximo do
falecido. No caso em questão, havia um parente mais próximo do que Boaz da
família de Noemi. Entretanto, quando ele não aceitou o convite, Boaz tornou-se
o homem com grau de parentesco mais próximo, enquadrando-se na condição de ser
aquele que legalmente teria de cumprir aquela obrigação moral. Segundo, junto
com a responsabilidade de gerar filhos no nome do falecido, havia ainda a
responsabilidade de resgatar qualquer propriedade que pertencia ao que morrera
e que tivesse sido vendida ou confiscada (Lv 25.25). Como o parente mais
próximo não estava em condições de assumir tal responsabilidade (Rt 4.6), ele
declinou desse direito e dessa responsabilidade de resgatar Noemi e casar-se
com Rute, passando tais obrigações a Boaz. Nada há no resgate de Noemi nem no
casamento de Boaz com Rute que esteja em desacordo com a lei do levirato.”]
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Rute era uma moabita, mas isto não a impediu de
adorar o verdadeiro Deus, nem fez com que Ele rejeitasse e deixasse de
abençoá-la grandemente. Os judeus não eram o único povo que Deus amava. O
Senhor escolheu os judeus para serem o povo através do qual o resto do mundo
viria a conhecê-lo, isto se cumpriu quando Jesus Cristo nasceu como um judeu.
Através dele, o mundo inteiro pode conhecer a Deus. Atos 10.35 diz que 'lhe é
agradável aquele que, em qualquer nação o teme e faz o que é justo'. Deus
aceita todos os que o adoram; Ele opera através das pessoas, independentemente
de sua raça, sexo ou nacionalidade. O livro de Rute é um exemplo perfeito da
imparcialidade de Deus. Embora Rute pertença a uma raça frequentemente
desprezada por Israel, ela foi abençoada por causa de sua fidelidade. Ela se
tornou a bisavó do rei Davi e uma ancestral direta de Jesus. Ninguém deve se
sentir desqualificado para servir a Deus por motivos de raça, sexo ou
nacionalidade. E Deus pode usar toda e qualquer circunstância para edificar seu
reino" (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro:
CPAD, p. 422).
CONCLUSÃO
A história de Rute demonstra de forma clara como
Deus criou o homem, na perspectiva de um plano de salvação para todas as
pessoas, em todos os lugares, independente de sua nacionalidade, de sua cor ou
condição social. Pela lógica humana, jamais uma mulher moabita faria parte da
linhagem santa, da qual nasceu o Messias de Israel, o Salvador do mundo. O amor
de Deus está além de toda a compreensão humana. [Comentário: A soberania do nosso grande
Deus é claramente vista na história de Rute. Ele guiou cada passo do caminho
para que Rute se tornasse Sua filha e cumprisse o Seu plano de se tornar um
ancestral de Jesus Cristo (Mt 1.5). Da mesma forma, podemos ter certeza de que
Deus tem um plano para cada um de nós. Do mesmo jeito que Noemi e Rute
confiaram que Deus cuidaria delas, assim também devemos fazer. Vemos em Rute um
exemplo da mulher virtuosa de Provérbios 31. Além de ser dedicada à sua família
(Rt 1.15-18; Pv 31.10-12) e fielmente dependente de Deus (Rt 2.12, 31.30),
vemos em Rute uma mulher de discurso piedoso. Suas palavras são amorosas,
gentis e respeitosas, tanto com Noemi quanto com Boaz. A mulher virtuosa de
Provérbios 31 “Fala com sabedoria, e a instrução da bondade está na sua língua”
(v. 26).] “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar
e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória. Ao único
Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e
para todo o sempre. Amém”. (Judas 24-25).
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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