SUBSÍDIO I
Professor, na segunda lição estudaremos a respeito
do caráter de Abel. É importante que você faça um resumo da aula anterior antes
de dar início a nova lição.
Inicie perguntando aos alunos se eles se recordam
da definição de caráter. Ouça-os e em seguida diga a definição: “Caráter é o
conjunto de traços psicológicos e/ou morais que caracterizam um indivíduo ou um
grupo. Qualidade inerente a um indivíduo, desde o nascimento.”
Explique que na lição de hoje vão estudar a
respeito do caráter de Abel. Em seguida faça a seguinte indagação: “Quem foi
Abel?” Ouça os alunos com atenção é faça um pequeno resumo a respeito de Abel,
pois o enfoque da lição está no caráter dele. Para auxiliá-lo, observe o texto
abaixo:
“Abel
Segundo filho de Adão. Era pastor. Ele oferecia a
Deus ‘os primogênitos do rebanho’, uma oferta mais aceitável que a de Caim,
composta de grãos e vetais. Não está explícito se ele era o preferido porque sua
oferta incluía a vida e, portanto, representava o símbolo da vida, ou porque
era oferecida com um espírito mais sincero. Num ímpeto de ira, Caim mata-o e
tentou se eximir-se dessa responsabilidade. Abel tornou-se o modelo de um
mártir que sofreu por sua fé (Mt 23.35). Foi honrado por Jesus e aparece na
galeria dos heróis da fé (Hb 11.4). Embora sua oferenda fosse superior à de
Caim, era inferior à de Jesus Cristo (Hb 12.24). Pode ser dito a respeito dele
que foi o primeiro pastor, o primeiro a oferecer sacrifícios de animais, o
primeiro homem justo (Mt 23.35; 1 Jo 3.12) e, o primeiro mártir. Ele foi vítima
da mesma espécie de ciúme insano que tirou a vida de Jesus.
Abel (‘prado’) é um termo que compõe vários outros
nomes de lugares, como, por exemplo, Abel-maim” (Dicionário Bíblico Wycliff.
Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 2).
“Adão e Eva foram consolados em sua aflição pelo
nascimento de um filho, a quem chamaram de Sete, que significa ‘substituto’,
‘estabelecido’ ou ‘colocado’; em sua semente, a humanidade continuaria até o
final dos tempos, e dele descenderia o Messias. Enquanto Caim, o cabeça da
apostasia, é feito um errante, Sete, de quem viria a Igreja verdadeira, é
estabelecido. Em Cristo e em sua Igreja está o único estabelecimento
verdadeiro. Se andou nos mesmos passos de seu martirizado irmão Abel; foi
participante de uma fé igualmente preciosa na justiça de nosso Deus e Salvador
Jesus Cristo, e assim chegou a ser uma nova testemunha da graça e da influência
do Espírito Santo” (Comentário Bíblico de Mattew Henry. 1.ed. Rio
de Janeiro: CPAD, 2002, p. 20).
“Por que Caim matou Abel?
Se procurarmos a resposta na psicologia, ou na
sociologia, corremos o risco de inocentar o assassino e condenar o assassinado.
Mas, nos voltarmos à Palavra de Deus, encontraremos uma resposta simples,
direta e que não deixará margem alguma à dúvida. Responde-nos o discípulo do
amor: ‘Porque a mensagem que ouviste desde o princípio é esta: que nos amemos
uns aos outros; não segundo Caim, que era do Maligno e assassinou a seu irmão;
e por que o assassinou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão,
justa’ (1 Jo 3.12).
Quem mata é do Maligno. Não me refiro apenas ao
homicídio físico. Refiro-me, também, ao homicídio emocional, moral e
espiritual. Quantas pessoas, neste momento, não se acham assediadas emocional e
moralmente? Há líderes e chefes que em nada diferem de um verdugo; oprimem e
matam seus comandados. Quanto ao homicídio espiritual, o que se há para falar?
Não são poucas as ovelhas que, em nossos redis, são
vítimas de mercenários e lobos vorazes. Dos maus obreiros, nem os pastores
logram escapar. Eis, portanto, o momento oportuno de mostrarmos ao mundo a
qualidade de nossa vida espiritual. Discípulos de Cristo, obrigamo-nos a ir
além do mero amor, pois o verdadeiro amor não se limita a gostar: amando como
Jesus amou, não teme o Calvário. É uma doação continua que fazemos a Deus e ao
próximo.
Quem ama é de Deus, porque Deus é amor” (ANDRADE
de. O Começo de Todas as Coisas: Estudos sobre o livro de
Gênesis. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p. 59.)
Sugestão didática:
Para reforçar o ensino a respeito do caráter de
Abel, reproduza o quadro abaixo e discuta com os alunos as qualidades
apresentadas.
Abel
CARACTERÍSTICAS DO SEU CARÁTER
|
1. Segundo filho de Adão e Eva.
|
2. Pastor de ovelhas.
|
3. Uma fé viva (Hb 11.4)
|
4. Um caráter justo e santo (Mt
23.35)
|
5. Um caráter, liberal para ofertar
(Gn 4.4)
|
6. O primeiro mártir.
|
Telma Bueno
Editora responsável pela Revista Lições Bíblica Adultos
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
No trimestre passado, estudamos a respeito das
obras da carne e do Fruto do Espírito, ressaltando a necessidade do cristão
andar no Espírito. Os desafios que nos são postos - e algumas vezes, impostos –
requerem que os cristãos sejam, verdadeiramente, íntegros, com todo o cuidado
para não serem levados pela onda do secularismo. Ao longo desse próximo
trimestre, nos voltaremos para o caráter cristão, com vistas ao reconhecimento
de nossa identidade como cristão. Para tanto, levaremos em conta o testemunho de
alguns célebres servos e servas de Deus.
1. DEFINIÇÃO DE CARÁTER CRISTÃO
A palavra “caráter” vem do grego e significa,
literalmente, marca, sinal gravado, traço distintivo. Em relação ao cristão,
diz respeito ao progresso espiritual do crente, na busca constante de
transformação, tendo Cristo como maior exemplo a ser imitado (I Co. 4.16; 11.1;
Ef. 5.1; Fp. 3.17; I Ts. 2.14; Hb. 6.12). Devemos lembrar que, nos tempos
antigos, quando Deus se revelou a Abraão, exigiu, não menos que Ele andasse em
Sua presença e que fosse perfeito (Gn. 17.1). Portanto, o alvo do crente não é
outro, senão a perfeição absoluta, a qual somente se encontra em Deus. É claro
que Deus responderá com graça ao longo da caminhada (II Co. 12.9), mas não
admitirá que desistamos de buscar o padrão perfeito que exige de cada um de
nós, para que venhamos, ao final, nos identificar com sua natureza em santidade
(II Pe. 1.4). A meta do cristão, em todo o momento, é obter a “aprovação
divina”, que é, em sua totalidade, a definição do caráter cristão. É possível
que, para tanto, tenhamos que passar por muitas tribulações (Rm. 5.3), até que,
ao final, recebamos, da boca do Senhor, a mesma aprovação, por Ele, atribuída a
Jesus: “Este é o meu Filho, em quem me comprazo (Mt. 3.17). O maior modelo para
o caráter cristão, é, sem sombra de dúvida, Cristo, cujos passos devem ser
seguidos (I Pe. 2.21). A queda do homem o colocou numa condição de desaprovação
diante de Deus. A esta condição humana, a Bíblia denomina de pecado (Rm 3.23).
Em virtude disto, o homem, distanciado de Deus, encontra-se espiritualmente
morto (Rm. 6.23), carecendo da vivificação do Espírito Santo (Rm. 8.12,13),
pelo nascimento que vem de cima (Jo. 3.3).
2. O
DESENVOLVIMENTO DO CARÁTER CRISTÃO
O caráter cristão, portanto, tem sua origem no ato
da conversão, no momento em que o pecador se volta para Deus, despojando-se do
velho homem e se revestindo de Cristo (Ef. 4.17-24). A fonte do caráter
cristão, é, nesse sentido, Espírito Santo, o qual, produz, em nós e conosco, o
Seu fruto (Gl. 5.22), fora dEle, ficaremos restritos às obras da carne (Gl.
5.19-21). Sendo assim, para que tenhamos um caráter genuinamente cristão,
precisamos, a princípio, passar pela experiência do nascimento que vem de Deus,
conforme explicitado por Jesus a Nicodemos (Jo. 3), e, depois disto, continuar
“andando no Espírito”, não se deixando levar pelas concupiscências da carne
(Gl. 5.16). O aprimoramento do caráter cristão é uma verdade fundamental do
cristianismo (II Co. 3.18). Conforme ressaltamos no tópico anterior, isso não
acontece por meio da força humana (Zc. 4.6), mas pelo Espírito de Deus (Gl.
5.16). Por isso, a Escritura nos instrui para que sigamos “a paz com todos, e a
santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb. 12.14) como também: “Mas
todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor,
somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do
Senhor” (II Co. 3.18). Como depreendemos dos textos em evidência, o
desenvolvimento do caráter cristão não se dá de modo repentino, demanda tempo
e, principalmente, contato permanente com Cristo (Jo. 15), a videira
verdadeira, pois é enxertados nEle que podemos dar muitos frutos (v. 5). É
assim que seremos perfeitos como o é Nosso Pai Celestial (Mt. 5.48), e Nosso
Mestre (Lc. 6.40). Essa é a meta de todo cristão genuíno (Ef. 4.13; Fp. 3.12)
que somente poderá ser alcançada, enquanto aqui estivermos, em amor (I Jo.
4.12). Em sua plenitude, a perfeição moral, ainda que deva ser nossa meta
enquanto aqui estivermos, somente será alcançada no arrebatamento (ou
ressurreição do corpo) quando o que é corruptível se revestirá da
incorruptibilidade, então, seremos como Ele é (I Jo. 3.2). O mundo jaz no
maligno (I Jo. 5.19) e, enquanto estivermos na terra - no mundo físico -,
precisamos crescer espiritualmente a fim de que não venhamos a entrar em sua
fôrma – mundo espiritual regido por Satanás (Rm. 12.1,2), experimentando a
sempre boa, agradável e perfeita vontade de Deus. As aflições do tempo presente
(Jo. 16.33; Rm. 8.18) podem afetar o desenvolvimento, e, em alguns casos,
desconstruir o caráter do cristão. Aqueles que têm uma caráter frágil, em meio
às tribulações, são levados por todo vento de doutrina (Ef. 4.14), pelas forças
das trevas (II Pe. 2.17), diferentemente daquele que ouve a voz do Espírito por
meio da Palavra do Bom Pastor (Jo. 3.8; 10.16). Aquele que tem o seu caráter
cristão desconstruído, que não ouve e não pratica a Palavra é comparado, por
Tiago, “ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; porque se
contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era” (Tg.
1.23,24).
3. O CULTIVO DO CARÁTER CRISTÃO
Todo cristão deva cuidar para não se voltar à
apostasia (I Tm. 4.1; I Co. 10.12), pois, todo aquele que se distancia do
Senhor, relutantemente, expõe Cristo novamente ao vitupério (Hb. 6.6). Fica
aqui o alerta do profeta Jeremias para que não cavemos cisternas rotas que não
retêm água (Jr. 2.13), pois todo aquele que se esquece do Senhor terá seu nome
escrito no chão (Jr. 17.3), pois abandonou a fonte das águas vivas.O caráter
cristão é produzido em contato com o Espírito Santo, para tanto, precisa ser cultivado
ao longo do “andar com Ele” (Gl. 5.16). Eis aqui alguns dos princípios
fundamentais para o cultivo do caráter cristão (do fruto do Espírito): 1)
Leitura constante das Escrituras e de boa literatura cristã que nos confira o
desejo de nos achegar, a cada dia mais, a Cristo, o padrão maior de perfeição;
2) Prática contínua da oração, não apenas com vista ao suprimento das
necessidades materiais, mas, principalmente, para ter comunhão com o Senhor,
relacionando-se com Ele; 3) Meditação, sintonizando o nosso espírito com o
Espírito de Deus, acostumando à presença de Deus, para que, por meio da
iluminação espiritual, cresçamos na fé; 4) Disciplina a fim de não perder de
foco o alvo supremo da santificação no Espírito; 5) Vivência em amor, sabendo
que nisto redunda a essência da espiritualidade (I Jo. 4.7,8). A título de
ilustração, podemos apelar para a prática dos músicos que, mesmo dominado os
instrumentos musicais com os quais trabalham, não se apartam deles, ensaiando,
continuamente, a fim de que a execução se realize à contento. Caso um músico
venha a negligenciar seu instrumento, cedo ou tarde, as pessoas perceberão que
ele já não é mais o mesmo. Charles Spurgeon, o príncipe dos pregadores, dizia
que não passava mais do que quinze minutos diários sem pensar em Deus.
Portanto, para o pleno desenvolvimento do caráter cristão, devemos, como um
músico, ou um atleta, exercitar, com disciplina (e amor), a experiência com
Deus. Paulo chama a atenção de todos os cristãos para o exercício da piedade (I
Tm. 4.8; 6.5,6,11), pois, através deste, a caminhada espiritual se tornará cada
vez mais produtiva, sem que se constitua num fardo (Mt. 11.30).
CONCLUSÃO
No Conta-se que um certo homem tinha um cão o qual, constantemente,
costumava morder os vizinhos. Certo dia, o proprietário do cão fez uma mordaça
e colocou naquele animal para que isso não mais viesse a acontecer. Felizmente,
a fera deixou de morder a vizinhança, mas, para tristeza do dono, não deixou de
correr atrás. A mordaça posta no focinho do cão não mudou sua natureza.
Portanto, não podemos esquecer que o desenvolvimento do caráter cristão diz
respeito, sobretudo, a uma transformação não apenas no exterior do indivíduo,
mas, primordialmente, uma mudança interior, por meio da qual a natureza
pecaminosa é subjugada pelo Espírito do Senhor (Rm. 6.6; Cl. 3.9).
Prof. Ev. José
Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog
subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
Nesta lição,
estudaremos o caráter de Abel, o segundo filho de Adão e Eva. Abel nasceu
depois da Queda e, com certeza, conhecia a vontade de Deus para a humanidade.
Veremos que Abel tinha um caráter espiritual e digno. Conduzia-se de modo
correto, demonstrando ter um relacionamento saudável com Deus e um coração
bondoso, por isso, sua oferta foi aceita pelo Senhor. [Comentário: No capítulo 3 de
Gênesis, o homem estava em perfeita comunhão com Deus, no capítulo 4 a raça
humana já não tem comunhão com Deus, antes está completamente morta e tende
para o mal. Este capítulo também revela como o pecado se espalhou na primeira
família e então na sociedade. Verdadeiramente a depravação bem cedo floresceu e
se espalhou. A oferta de Caim foi rejeitada porque ele mesmo não era justo
diante de Deus. A Bíblia toda ensina que nada do que nós oferecemos a Deus é
aceito se não estivermos corretos diante dEle [Gn 4.5, Hb 11.6; Is 1.10-15].
Caim se achou no direito te tirar a vida do próprio irmão por pura inveja. O
pecado do capítulo 3 está tomando uma nova cara. Vemos em Caim inveja, cobiça,
ódio, ira… Triste realidade: a violência cresce! Vemos claramente a violência
crescendo a cada dia. A crueldade dos homens parece não ter fim. Primeira
vítima da violência, Abel (hb Havel; "fôlego", "vapor",
"exalação" ou simplesmente "nada". Algo
considerado "perecível", um prenúncio de seu destino, morto
ainda bem jovem. O escritor de Hebreus o classificou como "justo" (Hb
11.4), enquanto que do réprobo Caim é dito que era um filho “do diabo” (1Jo
3.10), porque “suas obras eram más” (v. 12). Caim era “abominável ao Senhor”
(Pv 3.32; 11.20; 16.5), assim como tudo dele: suas “mãos” (6.16-17), seus
“lábios mentirosos” (12.22), seus “pensamentos” (15.26), seu “sacrifício” e
“caminho” (15.8-9).). Caim e Abel foram pessoas gratas a Deus, isso num tempo
em que nenhuma lei prescrevia que devessem algum tipo de oferta, ou seja, ambos
deram voluntariamente. Cada um deles ofertou conforme o fruto do seu trabalho.
Contudo, Deus atenta somente para Abel, não pela qualidade de sua oferta, mas
pela disposição do coração. Deus primeiro se agradou da pessoa de Abel, e então
de sua oferta; o que mostra que ele não foi aceito por causa de sua oferta, mas
por causa de seu caráter espiritual e digno. Aprendemos que as melhores obras
dos crentes são imperfeitas e estão manchadas pelo pecado, e somente são
aceitáveis a Deus através de Jesus Cristo, em quem, e em quem unicamente, que é
o amado, suas pessoas são aceitas e agradáveis a Deus. Notemos que o autor da
Epístola aos Hebreus observa,que pela fé, Abel ofereceu mais excelente
sacrifício que Caim (Hb 11.4).] Dito
isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?
I. A OFERTA
DE ABEL
1. Uma oferta agradável a Deus. Deus não atenta para o valor da oferta, mas para o coração do
ofertante, sua real intenção. A oferta de Abel foi aceita pelo Senhor porque
seu coração era sincero e cheio de amor. Suas obras eram justas (Hb 11.4). Ele
era um homem íntegro e fiel. Deus dá muito valor à integridade do coração, por
isso, Ele elogiou Jó perante Satanás, dizendo: “[...] Porque ninguém há na
terra semelhante a ele, homem sincero, e reto, e temente a Deus, e desviando-se
do mal” (Jó 1.8). A oferta só tem valor quando expressa o que está no íntimo de
quem a oferece. A oferta de Abel foi agradável porque ele adorava a Deus “em
espírito e em verdade” (Jo 4.24). [Comentário: É bom esclarecer o seguinte: note o seguinte texto:“e a Sete
também nasceu um filho; e chamou o seu nome Enos; então se começou a
invocar o nome do SENHOR.” (Gn 4.26); aparentemente, há uma
contradição, não é? Como se explica isso? “E aconteceu ao cabo de dias que
Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. E Abel também trouxe dos
primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e
para a sua oferta.” (Gn 4.3,4); a resposta é simples, de fato, sempre
houveram verdadeiros adoradores a Deus, começando pelos nossos pais, Adão e
Eva, passando por outros tantos, ocorre que o que houve de especial em Gn 4.26
é que agora a população já estava maior, se fala em adoração pública, distinta
das realizadas anteriormente, quando era restrita ao seio do lar, esta é a
diferença, uma é reservada, a outra é pública. Nenhum homem pode ser
justificado ou salvo por suas obras, e portanto nenhum homem pode ser aceito
por Deus por esta causa; Como já dito na introdução, foi o caráter espiritual e
digno de Abel que o tornou apto a ofertar. Não há a ideia de barganha com o que
é a obrigação do crente, contrariamente ao que é ensinado em alguns púlpitos,
Deus não negocia bênçãos. Deus não nos deve nada, se Ele nos dá algo é por sua
maravilhosa graça, não pelo nosso merecimento. E a primeira primícia que Ele
quer é a nossa vida. Não há oferta ou trabalho que esconda uma vida de pecados
ou dedicadas a outras atividades. Da mesma forma que não existe dedicação à
Igreja que substitua a permanente entrega das nossas vidas a Deus. O adorador e
sua oferta são inseparáveis, pela fé, Abel obteve testemunho de ser justo, pois
Deus aprovou suas ofertas; sem fé, nem Caim, nem suas ofertas eram agradáveis a
Deus (Hb 11.4,6). A exemplo de Jó, Deus tem prazer em destacar as virtudes, as
motivações corretas do coração, as ações que glorificam Seu Nome e refletem Seu
caráter. O importante na adoração é a atitude de coração e mente. A verdadeira
adoração não é apenas forma e cerimônia, mas realidade espiritual que está em
harmonia com a natureza de Deus, em verdade, transparente, sincera e de acordo
com os mandamentos bíblicos.]
2. Uma oferta profética. Talvez a oferta de Abel tenha sido o primeiro sacrifício de animal
a ser oferecido a Deus em forma de gratidão ao Senhor. Abel sentiu o desejo de
oferecer o que tinha de melhor de seu trabalho em gratidão a Deus. A morte do
cordeiro ou de uma ovelha, dos primogênitos do rebanho de Abel, sem dúvida
prefigurava o sacrifício de Cristo, que se ofereceu a si mesmo imaculado em
nosso lugar (Hb 9.14), como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo
1.29). [Comentário: Cada um dos irmãos trouxe
uma oferta voluntária apropria da a sua vocação (Gn 32.13-21); Abel trouxe das
primícias (Dt 26.1-11) e do melhor que o adorador tinha a oferecer: o primeiro
e o melhor, pelo que, Caim deixou de trazer os dois. Alguns estudiosos apontam
para o fato de que Abel trouxe um sacrifício de sangue, enquanto Caim não o
fez.]
3. Uma oferta valiosa. Abel adorou a Deus oferecendo o melhor de seu rebanho. Ele não
ofereceu um sacrifício qualquer, mas dentre os primogênitos do seu rebanho: “E
Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e
atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta” (Gn 4.4). Notemos que Deus
atentou primeiro “para Abel” e, depois, “para a sua oferta”. “Pela fé, Abel
ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de
que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de
morto, ainda fala” (Hb 11.4). Foi tão grande o valor da oferta de Abel que “por
ela, depois de morto, ainda fala”! Jesus deu testemunho de Abel, considerando-o
“o justo” (Mt 23.35). Tal declaração, feita por Jesus, demonstra quão elevado
era o caráter santo de Abel. Somente o sangue de Cristo foi considerado o que
“fala melhor que o de Abel” (Hb 12.24). [Comentário: O louvor de Abel ainda ecoa o fato de que um verdadeiro adorador
deve vir com fé, apresentando o sacrifício exigido por Deus. Deus deu
testemunho da justiça de Abel porque o justo vive da fé, ou seja, de toda
palavra que sai da boca de Deus. A justificação de Deus é de vida, pois Ele
cria o justo, e o declara justo “Pois assim como por uma só ofensa veio o
juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de
justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida” (Rm
5.18). O problema da rejeição de Caim não estava na voluntariedade e nem na sua
oferta. O problema estava em Caim, pois primeiro ele foi rejeitado, para depois
a oferta ser rejeitada (Gn 4.5). Ao oferecer voluntariamente seu sacrifício,
Abel foi justificado por Deus, foi aceito por Deus, e consequentemente também a
sua oferta (Hb 11.4). Abel sabia da existência de Deus por intermédio de seus
pais, e ao aproximar-se para ofertar, tinha plena certeza que Deus recompensa
aqueles que O buscam. O mesmo fato pode ser observado com Abraão: “Creu
Abrão no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça” (Gn 15.6), e Paulo
atesta “Não obstante, aquele que não trabalha, mas crê naquele que justifica
o ímpio, a sua fé e imputada como justiça” (Rm 4.5). Finalizando o tópico,
da própria terra, o sangue de Abel clamou por vingança (Gn 4.10), mas o sangue
de Jesus, usando a mesma figura, ‘fala coisas superiores’, clama pelo perdão
dos filhos de Deus! (Hb 9.12-15;10.19-22). Note que é neste sentido que o texto
de Hb 12.24 diz que o sangue de Cristo “fala melhor que o de Abel” – o de Abel
clama por vingança, o de Cristo por perdão!]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A história dos primeiros dois rapazes nascidos a
Adão e Eva realça as repercussões do pecado dentro da unidade familiar. Caim e
Abel tinham temperamentos notavelmente opostos. Caim gostava de trabalhar com
plantas. Abel gostava de estar com animais. Ambos tinham uma disposição de
espírito religioso.
Os filhos de Adão levaram sacrifícios ao Senhor, o
primeiro incidente sacrificial registrado na Bíblia. Que Abel também trouxe dos
primogênitos das suas ovelhas e da gordura não quer dizer necessariamente que
animais são superiores a plantas para propósitos sacrificiais. Por que atentou
o Senhor para Abel e para a sua oferta fica evidente à medida que a história se
desenrola. A primeira pista aparece quase imediatamente. Caim não suportava que
algum outro ficasse em primeiro lugar. A preferência do Senhor por Abel encheu
Caim de raiva. Só Caim podia ser o ‘número um’.
O Senhor não estava ausente na hora da adoração.
Ele abordou Caim e lhe deu um aviso. Deus não o condenou diretamente, mas por
meio de um jogo de palavras informou Caim que ele estava em real perigo. Em
hebraico, a palavra aceitação é, literalmente, levantamento, e está em
contraste com descaiu. Um olhar abatido não é companhia adequada de uma
consciência pura ou de uma ação correta. O ímpeto das perguntas de Deus era
levar Caim à introspecção e ao arrependimento” (Comentário Bíblico Beacon. 1ª
Edição. Volume I. RJ: CPAD, 2005, p.43).
II. A
INJUSTIÇA CONTRA ABEL
1. Abel era um homem justo. “Pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que
Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo” (Hb 11.4; Mt 23.35). Em
toda a sua vida, demonstrou ser homem de bem, que andava em retidão, de caráter
ilibado e reconhecido por Deus. Abel representa a parte da humanidade que se
volta para Deus, e é formada de homens justos. Caim representa a parte má da
humanidade, que dá as costas para Deus e busca os seus próprios interesses.
Abel era justo, e morreu injustamente por permissão de Deus. [Comentário: Abel recebeu pouca revelação, mas creu. E Deus o purificou graciosamente
por meio da fé e da obediência. E se a Escritura dá o testemunho de uma fé
salvadora como essa, qualquer outra fé que não essa, é enganosa, falsa,
controversa, manipuladora, escravizante. Pois há um só meio de salvação, como
diz Paulo e apenas um Mediador entre Deus e os homens, e o próprio Jesus
afirmou ser ele o Caminho, não “um” caminho. Se você tem qualquer outra fé que
não essa testemunhada na Escritura, livre-se dela, ou ela se livrará de você. https://exortaivos.wordpress.com/2016/03/23/abel-a-fe-que-ainda-fala/.
Segundo o relato de Hebreus 11.4, Abel ofereceu ao Senhor um melhor sacrifício
do que o de Caim. Como já vimos anteriormente, Deus avalia a qualidade do culto
que prestamos; a oferta de Abel foi melhor do que a de seu irmão porque Deus
viu o interior (Gn 4.7). Não podemos desassociar nossa vida cotidiana de nosso
culto ao Senhor. De nada adianta nossas mãos erguidas na adoração se durante a
semana nossa vida está associada com o pecado.]
2. Abel, o primeiro mártir. Abel foi o primeiro pastor de ovelhas; o primeiro a oferecer sacrifício de
animais no culto a Deus; foi o primeiro homem justo e também o primeiro mártir.
Sua morte foi a primeira em consequência do pecado dos seus pais. O primeiro
homem a ser morto por seu próprio irmão. Ele foi o primeiro a entrar para a
galeria dos mártires por causa de sua fé e também o primeiro a ter seu nome
registrado na galeria dos heróis da fé (Hb 11.4). Jesus foi morto por inveja:
“Porque ele bem sabia que, por inveja, os principais dos sacerdotes o tinham
entregado” (Mc 15.10). Da mesma forma que Jesus, Abel foi morto por inveja. Seu
irmão ficou irado pelo fato de Deus ter aceitado a oferta de Abel. Tomado de
ódio, assassinou friamente o seu irmão, sem lhe dar chance de defesa. Hoje, seu
crime seria considerado homicídio qualificado, com dolo, por motivo torpe. [Comentário: Seu nome significa sopro, vaidade, vapor. E tão rapidamente
Abel subiu da terra, foi morto, desapareceu de entre os viventes. Mas o seu
testemunho de fé falou a todos os homens que viriam depois dele. Falou que as
promessas de Deus reservam coisas excelentes a se esperar e que se tornariam
fatos, embora naquele momento ainda não fossem visíveis ao olho. É exatamente
isso o que a fé de Abel fala. Ela fala de coisas superiores aos infortúnios
desta vida. Mesmo depois de morto sua fé fala coisas superiores à própria
morte. Pois a Palavra da fé diz: Se vivemos, para o Senhor vivemos; e se
morremos, para o Senhor morremos; assim, quer vivamos, quer morramos, somos do
Senhor (Rm. 14:8). Jesus Cristo, o Justo também foi morto por ter obedecido ao
Pai. O sangue de Abel clama por vingança e maldição (Gn. 4:10,11). Porém o
sangue de Jesus fala coisas superiores ao de Abel (Hb. 12:24), por que não
clama por vingança e maldição, mas por reconciliação, paz, bênção,
justificação, liberdade. Era isso que a fé de Abel e sua oferta gritavam quanto
aquilo que ele esperava, embora não visse. Outro seria morto em seu lugar – era
essa sua convicção, e isso foi imputado a ele como justiça por Deus. Sua fé,
afinal, falava da graça prometida https://exortaivos.wordpress.com/2016/03/23/abel-a-fe-que-ainda-fala/.]
3. O sangue de Abel. Quando Caim matou Abel, o enterrou para não ter seu crime descoberto. Mas,
para Deus que tudo vê (Gn 16.13), nada pode ficar em oculto. Jesus disse:
“Porque nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para
ficar oculto, mas para ser descoberto” (Mc 4.22). Ao longo da história crimes
foram cometidos em oculto. Mas, no Juízo Final, os “Cains” de todos os tempos
serão confrontados pelo Supremo Juiz do Universo. “E disse o Senhor a Caim:
Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu
irmão?” (Gn 4.9). Caim teve a audácia de mentir diante de Deus e ainda de o
afrontar sobre a guarda do irmão. Mas o Criador o inquiriu gravemente e
declarou a sentença de juízo e maldição contra o criminoso: “E disse Deus: Que
fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra” (Gn 4.10).
Onde houve um crime de morte, um assassinato, o sangue clama. Clama por
justiça. O sangue de Abel clamava por justiça e por vingança, diferente do
sangue de Cristo, que clamava por perdão. [Comentário: O tema do amor fraterno ocorre muito cedo na Escritura;
desde o início, fica claro que Deus coloca uma alta prioridade na maneira como
irmãos se relacionam. Nesta passagem, a questão da responsabilidade de um pelo
outro surge pela primeira vez. Caim pergunta: “Sou eu guardador do meu irmão?”
O termo usado para guardador (Hb shamar) significa “guardar, proteger, prestar
atenção, ou considerar.” Somos nós responsáveis pelos outros? “Sem sombra de
dúvida” é a resposta de Deus. Nós não somente somos guardadores do nosso irmão,
como também somos responsáveis pelo nosso tratamento e pela nossa maneira de
relacionar-se com os nossos irmãos (de sangue e espirituais). Em virtude do
pecado de Caim contra o seu irmão, Deus o amaldiçoa em toda a terra, retira a
sua habilidade para o cultivo da terra e o sentencia a uma vida como fugitivo e
errante. Isto indica claramente que a falta de amor fraterno destina a pessoa à
esterilidade e ausência de propósito na vida. Extraído
de DINÂMICA DO REINO-Bíblia de Estudo Plenitude, SBB, pág 1. Ao longo da
Bíblia, o Senhor podia ter perguntado a muita gente pelos seus irmãos. O
Senhor, hoje, ainda continua a fazer essa pergunta a cada um de nós: “Onde está
o teu irmão?” Só que nós também respondemos: “Não sei. Será que eu sou o guarda
do meu irmão? Gn 4.9 retrata um encontro de Caim com Deus, logo após o
assassinato de Abel. Ao ler esse texto, destaca-se a expressão “meu irmão”. É
como uma cobrança de algo que parece não fazermos mais: Será que temos falhado
com algum irmão? Será temos nos preocupado ou até mesmo nos esquecido de alguns
deles? Com alguns somos mais chegados e nos importamos mais, já outros nos
parecem ser indiferenteshttp://www.boasnovas.org.br/boas-novas/pastoral/715-onde-esta-teu-irmao.
“Portanto, recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu, para
glória de Deus” (Rm 15.7); “Pai... quando eu estava com eles,
GUARDAVA-OS no teu nome que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu”
(Jo 17.12) - Que diferença! Jesus não só os guardou, mas selou seu compromisso
com seus irmãos entregando sua própria vida. Ao passo que o sangue de Abel
clama por vingança (Is 26.21; Mt 23.35; Ap 6.10) o de Cristo clama por perdão
(Hb 12.24).]
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, reproduza o quadro abaixo. Utilize-o para
ressaltar as características de Abel e as lições que podemos extrair de sua
vida e conduta. Mostre que embora os dois irmãos tenham tido a mesma criação, o
coração de Caim era mau. A educação dos pais é importante para a formação do
caráter cristão, mas não é fator determinante, pois temos livre-arbítrio para
fazermos escolhas, ainda que erradas, como fez Caim.
PONTOS FORTES
E ÊXITOS
|
LIÇÕES DE VIDA
|
INFORMAÇÕES
ESSENCIAIS
|
Primeiro membro da galeria da fé em Hebreus 11.
|
Deus ouve os que se achegam a ele.
|
Local: Fora do Èden.
|
Primeiro pastor
|
Deus reconhece a pessoa inocente e, cedo ou
tarde, Ele pune o culpado.
|
Ocupação: Pastor de ovelhas
|
Primeiro mártir pela verdade (Mt 23.35
|
|
Familiares: Pais – Adão e Eva; irmão, Caim.
|
III. UM
HOMEM QUE AGRADOU A DEUS
1. Abel soube agradar a Deus. Certamente, Adão e Eva criaram seus filhos, na perspectiva
de serem servos de Deus. Eles tiveram não só Caim e Abel, mas muitos filhos e
filhas (Gn 5.1-5). O episódio envolvendo Caim e Abel é o mais destacado, na
história de Adão depois da Queda. [Comentário: Na tentativa de agradar a Deus o homem se lança em jejuns,
orações, penitências, abstinências, meditação, caridade, confissões, esmolas,
etc., mas somente pela fé, a que uma vez foi dada aos santos, é possível
tornar-se agradável a Deus (Jd 1.3). O que podemos oferecer a Deus que seja tão
precioso a ponto de ser agradável a Ele? A única coisa que realmente nos
pertence nesta vida: nosso coração. Não há nada mais precioso do que o nosso
coração, a sede de todos os pensamentos e sentimentos – que controla nossa ser.
Através da Bíblia, a única abordagem que agrada a Deus é lhe obedecer no que
ele manda. Porém esta questão envolve muito mais do que isso. Deve-se lembrar
que ao lidar com a palavra de Deus, estamos lidando com Deus. A coisa que Deus exige
é uma reverência para com ele que comove até a obediência, seja esta obediência
em relação a uma proibição, ou uma questão de honrar o silêncio de Deus, ou de
examinar as Escrituras para ter certeza daquilo que ele quer. Quando Deus
repetiu a Isaque as promessas dadas a Abraão, ele disse que cumpriria estas
promessas, “Porque Abraão obedeceu à minha palavra e guardou os meus mandados,
os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis” (Gênesis 26:4-5). Quando
Saul falhou em cumprir o que Deus lhe havia dito, Samuel disse a ele: “Tem,
porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se
obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o
atender, melhor do que a gordura de carneiros” (1 Samuel 15:22). O coração de
um filho amável procura obedecer ao pai. Se amarmos a Deus, vamos querer fazer
a sua vontade, independente de como ele expressá-la. Jesus falou daqueles que
estavam dispostos a fazer a vontade do Pai (João 7:17). A prova mais verdadeira
da devoção a Deus não é simplesmente fazer a sua vontade, mas fazer a sua
vontade porque assim desejamos.http://www.estudosdabiblia.net/d156.htm.
Note também que o amor por outros cristãos é tanto uma característica da nova
natureza dos crentes quanto da vida justa (Jo 13.35). Aquele que ama de verdade
não se deixa dominar nem pela inveja nem pelo ódio.]
2. Abel, buscou a Deus. O relato bíblico nos autoriza dizer que Abel buscou a Deus com mais afinco
e amor. E entendeu que seu sacrifício deveria ser do melhor do que possuía. Que
Deus nos guarde, e nos dê sabedoria e amor para oferecermos sempre “sacrifício
de louvor” (Sl 50.14). Um louvor que custe devoção, sinceridade, santidade, no
altar da adoração a Deus. [Comentário:Genival
Olegário Maciel da Silva em sua obra ‘O segredo de uma vida renovada’ (CPAD,
1982), escreve: “A base do capítulo 11 de Hebreus é, do princípio ao fim, um
exemplo de que os antigos também viveram por fé. “Porque pela fé os antigos obtiveram
bom testemunho”. As 20 repetições da expressão “pela fé” no capítulo onze,
indicam que a salvação sempre tem sido pela fé. Mesmo Abel, não foi salvo pelo
sacrifício que ofereceu a Deus, mas pela sua fé no Senhor. Do mesmo modo Enoque
agradou a Deus, e Noé foi herdeiro da justiça (Hb 11.5,7), os quais devemos
imitar, como exemplo”. Pág 19. Deus quer ser adorado e louvado em espírito e em
verdade. Não é cerimonialismo, tradições ou invenções impostas pelos homens,
mas adoração que saia de um coração contrito, quebrantado. O autor aos Hebreus
nos pede: "Por meio de Jesus, portanto, ofereçamos continuamente a Deus
um sacrifício de louvor, que é fruto de lábios que confessam o seu nome"
(Hb 13.15).]
3. Caim agradou ao Diabo. Seu caráter foi deformado porque ele deu lugar ao Diabo.
Encheu-se de inveja, quando percebeu que Deus aceitara o sacrifício do irmão e
não o seu. A inveja é tão prejudicial que provoca “podridão dos ossos” (Pv
14.30). A ira, por sua vez, é um sentimento carnal que se transforma em ódio,
agressão e crime. É um sentimento perigoso e destrutivo: “Porque a ira destrói
o louco; e o zelo mata o tolo” (Jó 5.2). Ao invés de buscar a Deus, Caim deu
lugar ao maligno. “Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão. E por
que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas”
(1Jo 3.12). [Comentário: Já vimos que o ponto central da questão da rejeição de Caim
foi o seu coração mau, por isso, Deus rejeitou a sua oferta. Enquanto Abel não
se valia do sacrifício para buscar o favor de Deus, mas sim da fé, Caim,
esperava algum mérito pela oferta, pois não dedicava o seu coração a Deus. (Hb
11.4). No texto de Gênesis o único indício que temos sobre o motivo de Deus não
aceitar a oferta de Caim está no versículo 7: “Se você fizer o bem, não será
aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja
conquistá-lo, mas você deve dominá-lo”. O problema de Caim era “não fazer o
bem”. Muitos interpretes tentam explicar essa recusa e três possibilidades são
as mais sugeridas:
a. A primeira sugestão é que Abel ofereceu o melhor
que possuía, ao contrário de Caim. Curiosamente essa é a sugestão mais
conhecida, porém não existem indicações bíblicas que defendam essa hipótese no
texto.
b. A segunda é que Caim trouxe uma oferta onde não
houve um “derramamento de sangue”, e, desta forma, se passou por um homem justo
e sem necessidade de qualquer sacrifício pelos pecados. Essa hipótese assume
que Deus previamente havia instruído sobre o tipo de oferta que deveria ser
apresentada para fazer a expiação pelos pecados, logo, Caim desobedeceu a essa
instrução. O versículo 3 do mesmo capítulo é utilizado para defender essa
interpretação, afirmando que o sacrifício já era habitual para eles.
c. A terceira possibilidade defende que a atitude de
Caim estava errada, em seu interior em relação a sua comunhão com Deus. Em
Hebreus 11.4 é relatado que “foi pela fé” que Abel ofereceu um sacrifício maior
que o de Caim, e, por sua ira invejosa, Deus censurou Caim.
Lawrence Richards escreve em ‘Guia do Leitor da
Bíblia’ (CPAD, 2012): “A ira de Caim mostra quão decidido ele estava em agir
por conta própria, sem se submeter a Deus. A ira é uma emoção destruidora.
Nunca poderemos nos desculpar por ter ofendido alguém dizendo: 'Tenho um
temperamento agressivo'. Precisamos considerar a ira como pecado e
conscientemente nos submeter à vontade de Deus" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do
Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo.
10. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p 28). O poder do pecado dominou o
coração de Caim, que se tornou maligno.Sob o doinínio de um profundo ódio
contra o seu irmão Abel, sem que o mesmo tivesse feito qualquer coisa que
justificasse sua raiva, ele usou de engodo, ao convidálo a ir ao campo, para
depois atacálo e matá-lo ((Gn 4.8). O fato de tê-lo levado, indica que o crime
fora premeditado, para escapar dos olhos de seus país e, deste modo, evitar
testemunhas contra o seu pecado. Caim procurou fugir da responsabilidade de seu
crime, como muita gente faz boje, por não querer assumir seus próprios
pecados. No texto de Genesis 4. 11 e 12 Deus expressa a sua rejeição e a
inevitável maldição, ao dizer-lhe: "E agora maldito és desde a terra, que
abriu a sua boca para receber das tuas mãos o sangue de teu irmão". Caim
ficou no estado em que estão muitos, hoje. Não tinha coragem nem sentia ânimo
para clamar por perdão, mas num espírito pessimista e com os olhos fechados
para a misericórdia de Deus só exclamou: "Maior é a minha pena do que
eu possa suportar." (v. 13) Revista
CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as
Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral LIÇÃO 5 - DUAS LINHAGENS.HISTÓRICAS
DE ADÃO.]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Abel
Toda criança que conhece a Bíblia e todo adulto que
já entrou pelas portas de uma igreja sabe o nome desse segundo filho. Ele é o
primeiro inocente a sofrer, um jovem cuja vida foi extinta pela explosão de
ciúmes de seu próprio irmão. Exatamente porque Deus preferiu a oferta de Abel é
um mistério para nós, mas não para eles. Eles sabiam. O mundo primitivo não era
entremeado de barulho e distração; a vontade de Deus devia ser clara como
cristal. A vontade de Deus para nós hoje é clara o suficiente também. Nós
sabemos que o serviço amoroso é a peça central, que ambição e orgulho são
corruptores. Sabemos que ‘do nosso jeito ou de nenhum outro’ ofende a Deus.
Sabemos que Deus requer nossa devoção, não importa o custo” (365 Mensagens
inspiradas em personagens da Bíblia. 12ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.5.
CONCLUSÃO
A humanidade começou mal, com a
desobediência dos primeiros habitantes da Terra. Adão pecou, pois desobedeceu a
Deus dando ouvidos ao Diabo. Toda a tragédia humana decorre daquele gesto de
desobediência. Caim, o primogênito, preferiu desobedecer ao Criador. Seu irmão,
Abel, pelo contrário, optou dedicar-se a adorar a Deus, oferecendo o melhor do
seu trabalho. [Comentário: O sacrifício deve ser
oferecido com fé, pois, sem fé é impossível agradar a Deus, indiferente do
sacrifício. Os dois filhos de Adão trouxeram sacrifício ao Senhor. O Senhor se
agradou de um e desagradou-se do outro. E o que levou o Senhor agradar-se de um
e do outro não agradar-se está diretamente ligado ao procedimento de fé de cada
um dos irmãos. Havia no sacrifício de Abel um ingrediente muito importante
chamado fé, ao passo que, Caim, talvez estivesse apenas cumprindo um ritual
religioso. O que separa uma vida religiosa de uma vida de intimidade com Deus é
o ingrediente “fé” no que fazemos diante de Deus e para Deus. Note que a razão
do sacrifício é evidenciar a fé do ofertante: Hebreus 11.4 assevera: “Pela
fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou
testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela,
depois de morto, ainda fala.” A diferença entre Caim e Abel pode ser vista
em todas as épocas. Os Publicanos e Fariseus nos dão um retrato disto no Novo Testamento
[Lc 18.9-14]. O "caminho de Caim" [Judas 11] é o caminho da salvação
através das obras e da religião. Deus alertou a Caim, porém, ele não deu
ouvidos. Eva foi induzida a pecar e agora Caim não podia o resistir.] “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos
irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória. Ao único Deus sábio,
Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o
sempre. Amém”. (Jd.24-25).
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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