quinta-feira, 13 de abril de 2017

LIÇÃO 3: MELQUISEDEQUE, O REI DE JUSTIÇA


SUBSÍDIO I
                                                       
Olá! Preparado para mais uma lição? É importante que você faça um resumo da aula anterior antes de dar início a nova lição. Em seguida faça a seguinte indagação: “Quem foi Melquisedeque?” Ouça os alunos com atenção é faça um pequeno resumo a respeito dele, pois o enfoque da lição está no seu caráter. Para auxiliá-lo, observe o texto abaixo:
“A história de Melquisedeque é tão breve, que o autor sagrado pôde narrá-la em apenas três versículos (Gn 14.18-20). Aliás, nem biografia possui o misterioso personagem. Sabemos apenas que ele era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo. Se a história é pequena, a teologia é grande. A importância de Melquisedeque faz-se plena com a encarnação de Cristo que, desde o Calvário, exerce o seu sacerdócio junto ao Pai.
O rei de Salém entra em cena, quando sai ao encontro de Abraão, que vinha de uma renhida batalha para libertar a Ló, seu sobrinho. E, ali, na antiga Jerusalém, abençoa, no patriarca, toda a nação israelita. Nesta bênção, você também, querido leitor, foi incluído.

MELQUISEDEQUE, REI DE SALÉM

Uma história sem biografia. Assim podemos definir a aparição de Melquisedeque no relato do Gênesis. Não obstante, sua presença influenciou decisivamente a Teologia Bíblica. 
1. Rei de Jerusalém. A antiga Salém, cujo nome em hebraico significa paz, é identificada com a Jerusalém atual. O objetivo deste reino era promover a paz através da justiça divina, já que o nome de Melquisedeque traz este glorioso significado: rei de justiça (Hb 7.2).
Portanto, sua função era difundir o conhecimento divino em toda aquela região, pois Israel ainda não existia como o povo sacerdotal e profético do Senhor. O ministério de Melquisedeque é mui relevante à História Sagrada. 
2. Sacerdote do Deus Altíssimo. Melquisedeque foi o primeiro personagem da História Sagrada a receber o título de sacerdote. É claro que, desde o princípio, houve ações sacerdotais. Haja vista o oferecimento que Abel fez ao Senhor (Gn 4.4).
No texto bíblico, ele é identificado como sacerdote do Deus Altíssimo (Gn 14.18). Ao contrário do ofício de Arão, cuja continuidade era assegurada hereditariamente, o de Melquisedeque é eterno. Com um único sacrifício, o seu ministério plenificou-se. Sim, com a morte de Cristo foi-nos garantida eterna redenção perante Deus (Hb 7.23-28).
3. Figura de Jesus. Filho do homem, Jesus tem uma genealogia que, em Mateus, remonta a Abraão (Mt 1.1,2), e, em Lucas, vai até ao próprio Deus (Lc 3.38). Portanto, como Filho de Deus, Ele é eterno: não possui genealogia (Jo 1.1-3). Nesse sentido, Melquisedeque é uma figura perfeita de Cristo (Hb 7.1-6).
Isso não significa que Melquisedeque fosse eterno, ou uma pré-encarnação de Jesus Cristo. O que o autor sagrado diz é que este personagem, apesar de sua importância, não possui uma biografia escrita. Moisés foi inspirado a não registrar-lhe o nome dos pais, a idade, a procedência, nem o dia de sua morte. É com esse homem que Abraão irá encontrar-se num dos momentos mais decisivos de sua vida.

A OCASIÃO DA BÊNÇÃO

Por causa da captura de Ló, por Quedorlaomer, rei de Elão, o patriarca viu-se obrigado a formar um exército para libertar o sobrinho (Gn 14.16). Na volta, já vitorioso, é recebido por Melquisedeque.
1. Objetivo da visita. Depois de uma vitória tão decisiva, Abraão, já nas imediações de Salém, agradece a Deus, ao ser recepcionado por Melquisedeque. O maior recebe o menor (Hb 7.7). O patriarca conhecia muito bem estar diante do sacerdote do Deus Altíssimo. Por isso, reverencia-o com os dízimos de seus bens pessoais e não dos despojos de guerra, já que se recusou a recebê-los (Gn 14.20). Verdadeira adoração e serviço a Deus. Que exemplo para nós.
2. A autoridade de Melquisedeque. Por intermédio de Abraão, toda a nação hebreia reverenciou Melquisedeque, até mesmo os sacerdotes da tribo de Levi que se achavam nos lombos do patriarca (Hb 7.9). Ora, se o sacerdócio levítico era temporário, o de Melquisedeque não podia ser interrompido pela morte, porquanto eterno. Um sacerdócio, aliás, que haveria de ser exercido por Cristo (Sl 110.4).
3. A simbologia da visita. Melquisedeque, ao trazer pão e vinho a Abraão, abençoa-o: “Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos” (Gn 14.20). O que poderia redundar numa derrota ao patriarca transforma-se num momento de triunfo. Seu pequenino exército dispersou as poderosas forças de Quedorlaomer.
No pão e vinho que Melquisedeque trouxera a Abraão estava a simbologia da morte de Jesus Cristo, o Cordeiro Imaculado. Mais tarde, o Filho de Deus servirá uma refeição semelhante aos seus discípulos (Mt 26.26-30). Com a morte do Filho de Deus cumpria-se o sacerdócio de Melquisedeque” (ANDRADE, Claudionor de. Lições Bíblicas. Rio de Janeiro: CPAD, 2015).

Sugestão didática:

Professor, reproduza no quadro as questões abaixo. Peça que os alunos formem grupos. Em grupo eles vão responder as questões. Em seguida peça forme um único grupo e discuta com eles as respostas.
1. Quem foi Melquisedeque?
2. Qual o significado de seu nome?
3. Descreva o sacerdócio de Melquisedeque.

Telma Bueno
Editora responsável pela Revista Lições Bíblica Adultos

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Na aula de hoje estudaremos o caráter de Melquisedeque, um homem que fui usado por Deus para abençoar Abraão, depois de uma das suas mais importantes batalhas. Ainda que o patriarca tenha sido um exemplo de fé, passou por tempos de adversidades. Destacaremos, na segunda parte da aula, a figura de Melquisedeque, o sacerdote de justiça, e rei de Salém. Ao final, ressaltaremos que esse sacerdote prefigura Cristo, aquele que viria a oferecer um sacrifício perfeito, pelos pecados da humanidade.
                                                                                                       
1. A BATALHA DE ABRAÃO

Abraão não entrou na batalha por interesse particular, nem mesmo a fim de obter ganhos materiais (Gn. 14.22,23). O motivo da sua disputa foi a proteção do seu sobrinho Ló, que havia sido capturado, depois que este decidiu habitar em Sodoma (Gn. 13.10-13). Isso mostra que o patriarca não estava indiferente a realidade social na qual estava inserido. Ele sabia que as decisões humanas podiam afetar diretamente a realidade individual. De igual modo, devemos saber que as decisões políticas trazem implicações para a sociedade. Precisamos estar atentos ao que está acontecendo em nosso país, e cuidar para não ser conduzido pelos engodos da mídia. Abraão entrou em uma aliança com alguns príncipes da região, a fim de alcançar um propósito comum. Não estamos impedidos de fazer alianças, contanto que sejam éticas, e tragam benefícios para a coletividade (Lc. 10.25-37; Gl. 6.10). Abraão era um homem pacífico, mesmo assim se preparou para guerra, quando essa se fez necessária. A maior guerra do cristão é espiritual (II Co. 10.3-5), precisamos vencer o mundo através da fé (I Jo. 5.4), e nos revestir de toda armadura de Deus (Ef. 6.10-18). A principal arma do cristão é a Palavra de Deus, precisamos buscar a revelação do Senhor, a fim de destruir os sofismas humanos (II Tm. 3.16,17). Como soldados de Cristo, não podemos nos envolver com negócios deste mundo, nosso objetivo deve ser satisfazer àquele que nos arregimentou (II Tm. 2.4). Ao retornar da batalha, Abraão encontrou dois reis: Bera, rei de Sodoma, que ofereceu espólios da guerra, e Melquisedeque, o rei de Salém, que ofereceu pão e vinho. O patriarca rejeitou a oferta do primeiro, porque não queria ser influenciado pelos subornos do mundo.

2. SEU ENCONTRO COM MELQUISEDEQUE

O encontro de Abraão com Mesquisedeque está repleto de significados, para os quais devemos atentar. O nome desse sacerdote-rei significa “rei de justiça”, e Salem, ao que tudo indica, era a antiga Jerusalém, que quer dizer paz. Em Hb. 7 e no Sl. 110 Melquisedeque prefigura Jesus Cristo, o Rei e Sacerdote Celestial (Hb. 12.11). O oferecimento de pão e vinho a Abraão remete à celebração da Ceia do Senhor, em memória do Seu sacrifício na cruz (Mt. 26.26-30). O rei de Salém não era um ser angelical, muito menos Cristo encarnado, mas um homem justo, que desfrutava de intimidade com Deus. Ele se encontrou com Abraão para fortalecê-lo, depois de uma batalha. O patriarca, em gratidão aos cuidados sacerdotais, entregou o dízimo a Melquisedeque (Gn. 14.20). Essa é a primeira menção a essa contribuição nas Escrituras, procedimento que se tornou comum entre os judeus (Lv. 27.30-33). A entrega do dízimo continua sendo uma prática observada pela igreja cristã. Ninguém deverá ser coagido a fazê-lo, pois a gratidão deve ser a maior motivação, em reconhecimento pela providência divina (I Co. 16.1,2). O desprendimento de bens em prol do rei de Deus é também uma demonstração de que não estamos debaixo do reino de Mamom (Mt. 6.24). Essa é uma manifestação de que o dinheiro não é nosso deus, mas que confiamos no Senhor, e em sua providência. Através da sua fé Abraão se tornou um exemplo para todos aqueles que creem. Paulo destaca que o patriarca creu em Deus, e isso lhe foi imputado por justiça (Rm. 4.1-8). A fé é o firme fundamenta das coisas que se esperam, mas que não são vistas (Hb. 11.1), somos salvos pela graça, por meio da fé, não pelas obras da Lei (Ef. 2.8,9).

3. UM TIPO DO SACERDÓCIO DE CRISTO

Jesus é Sacerdote Eterno e Perfeito, da linhagem de Melquisedeque, isso porque os adeptos da religiosidade judaica eram incapazes de realizar plenamente o sacrifício (Hb. 7.19). O sangue derramado pelos animais não tornavam qualquer pessoa perfeita aos olhos de Deus (Hb. 10.1-3). Uma das restrições desse sacerdócio era que não poderia ser exercido por alguém da tribo de Judá (Hb. 7.14). Além disso, o sacerdote aarônico dependia apenas de um ritual religioso, que cumprisse os requisitos físicos e cerimoniais (Lv. 21.16-24). O sistema sacrifical judaico somente se tornou possível por causa de Cristo, o Sumo Sacerdote da tribo de Judá (Cl. 2.13,14; Hb. 7.18).  Ele é Sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque (Hb. 7.21). Através dEle a questão do pecado foi resolvida definitivamente, não carecendo mais de derramamento de sague de animais (Hb. 7.22). Jesus é um Sumo Sacerdote, que diferentemente dos levíticos, não é imperfeito, e muito menos temporário. E porque Ele é também imutável (Hb. 7.24) e inculpável (Hb. 7.26) podemos confiar que ele intercede para sempre por nós (Hb. 7.25). Por causa dEle os cristãos podem se achegar a Deus em oração (Hb. 4.14-16). Ele nos oferece graça e misericórdia, de modo que se viermos a pecar, temos da parte de Deus, um Advogado (I Jo. 2.1,2). Quando confessamos nossos pecados Ele é fiel e justo para nos perdoar, e nos restaurar a comunhão com o Pai (I Jo. 1.9). Jesus, nosso Sumo Sacerdote, é perfeito para sempre (Hb. 7.28), e nEle podemos confiar que nossos pecados são perdoados, e temos livre acesso ao trono da graça.

CONCLUSÃO

Abraão teve um encontro profundo e pessoal com Deus, ao ser recebido por Melquisedeque. Esse sacerdote-rei de justiça prefigura Cristo, Aquele que se manifestou para trazer reconciliação do homem com Deus. Cada um de nós precisa ter um encontro com Deus, e se dispor a adorá-LO em espírito e em verdade (Jo. 4.24,25). Como Abraão, precisamos reconhecer que Deus é nossa maior riqueza, e nEle encontramos satisfação plena para as nossas vidas (Gn. 15.1), e as riquezas celestiais em Cristo Jesus (Ef. 1.7,18).
 
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Melquisedeque é um personagem enigmático na história bíblica. Mas ele foi um verdadeiro adorador, no meio de uma gente idólatra e corrompida. Exerceu o papel de rei e sacerdote, sem fazer parte da linhagem de Israel. "E Melquisedeque, rei de Salem, trouxe pão e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo" (Gn 14.18). Sua ordem sacerdotal, com aspectos peculiares, tornou-se um tipo do sacerdócio de Cristo, que em tudo, é superior a todas as ordens sacerdotais. [Comentário: O aparecimento e desaparecimento repentinos de Melquisedeque no livro de Gênesis são misteriosos. Melquisedeque e Abraão se conheceram pela primeira vez depois da vitória de Abrão contra Quedorlaomer e seus três aliados. Melquisedeque ofereceu pão e vinho a Abraão e aos seus homens que estavam muito cansados, demonstrando amizade. Ele abençoou Abraão em Nome de El Elyon ("Deus Altíssimo") e louvou a Deus por ter dado a Abraão vitória na batalha (Gn 14.18-20). O Dicionário Bíblico Wycliffe (CPAD, 2006) assim apresenta esta personagem do Antigo Testamento: "Em hebraico Malkisedeq ou 'rei da justiça', é mencionado em Gênesis 14.18; Salmo 110.4; Hebreus 5.6,10; 6.20; 7.1,10,11,15,17. No livro de Gênesis ele é um rei-sacerdote cananeu de Salém (Jerusalém) que abençoou Abrão quando este retornou depois de salvar Ló, e a quem Abrão pagou o dízimo. Quanto à religião, ele era 'sacerdote do Deus Altíssimo'" (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 1247). Este sacerdote é um tipo de Cristo e de seu sacerdócio; seu sacerdócio não estava limitado a raça humana ou a tribo, sendo, portanto, universal. Sua realeza não foi herdada de seus pais. E essa realeza também não foi transmitida a um descendente; e assim ela era eterna. Assim, em Melquisedeque temos uma tipologia de Cristo e de seu sacerdócio eterno e universal.

I. QUEM ERA MELQUISEDEQUE
                                
1. Um personagem misterioso. Melquisedeque surge no cenário histórico da Bíblia de forma inesperada e até misteriosa. Ele é citado poucas vezes no texto bíblico, o que o torna mais enigmático. Seu nome, no hebraico, é malkisedeq, ou "rei de justiça" ou "meu rei é justo". O relato de Gênesis 14, informa que ele era "Rei de Salem" (Rei de Paz), um rei-sacerdote cananeu. O autor aos Hebreus diz que ele era "sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas, sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre" (Hb 7.3). [Comentário:Melquisedeque (Hb מַלְכִּי־צֶדֶק / מַלְכִּי־צָדֶק, Malkiy-Tzadeq, "meu rei é justiça") é descrito como o rei de Salém, a antiga Jerusalém, e sacerdote do Deus Altíssimo (Gn 14.18-20; Sl 110.4; Hb 5.6-11; 6.20-7.28). O aparecimento e desaparecimento repentinos de Melquisedeque no livro de Gênesis são misteriosos. Sem ascendência nem descendência, a quem a história atribui-lhe características sobre humanas, divina, interagiu com Abraão quando este retornou vitorioso da batalha de Sidim. Melquisedeque e Abraão se conheceram pela primeira vez depois da vitória de Abrão contra Quedorlaomer e seus três aliados. Melquisedeque ofereceu pão e vinho a Abraão e aos seus homens que estavam muito cansados, demonstrando amizade. Ele abençoou Abraão no nome de El Elyon ("Deus Altíssimo") e louvou a Deus por ter dado a Abraão vitória na batalha (Gn 14.18-20). Seu nome (meu rei é justiça) e seu título – rei de Salém (em hebraico “paz”) (rei de paz) indicam o Messias, cuja pessoa e ministério se caracterizam pela justiça (Is 32.1; Jr 23.5; Ml 4.2; 1 Co 1.30) e pela paz (1Cr 22.9; Zc 9.10; Ef 2.14,15). Estas duas graças se encontram em Cristo, de modo perfeito. Quando o autor da Epístola aos Hebreus escreve: “Sem pai, sem mãe” (Hb 7.3) não significa que este personagem literalmente não tivesse pais nem parentes, nem que era anjo. Significa tão somente que as Escrituras não registram a sua genealogia e que nada diz a respeito do seu começo e fim. Por isso, serve como tipo de Cristo eterno, cujo sacerdócio nunca terminará. Vivendo sempre para interceder (Hb 7.25). Cristo vive no céu, na presença do Pai. (8.1), intercedendo por todos os seus seguidores, individualmente, de acordo com a vontade do Pai (cf. Rm 8.33,34; 1Tm 2.5; 1 Jo 2.1 Lição 11; 13 de  Dezembro  de 2015; Melquisedeque Abençoa Abraão. http://auxilioebd.blogspot.com/.]
2. Onde ele aparece na Bíblia. Melquisedeque aparece na história bíblica quando Abrão retornou de uma jornada arriscada, na qual salvara seu sobrinho, Ló, que havia sido levado preso com toda a sua família, quando os reis de Sodoma e Gomorra, onde o patriarca habitava, foram derrotados por uma confederação de quatro reis, liderados por Quedorlaomer, rei de Elão (Gn 14.1-13). Foi a primeira guerra registrada na Bíblia. Abraão foi à guerra com 318 criados, nascidos em sua casa, derrotou os invasores e libertou Ló e sua família. [Comentário: Note que ao se referir ao texto de Gn 14.19 "E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra.", o autor da Epístola aos Hebreus entende que o fato de Melquisedeque abençoar Abraão indica que ele é maior do que Abraão (Hb 7.7). Impetrar a bênção e receber o dízimo do espólio, nesse caso, demonstra claramente a superioridade de Melquisedeque sobre Abraão. Não obstante a importância deste tipo do Messias, sua história é tão breve que Moisés a narrou em apenas três versículos, aliás, nem biografia possui. O que está claro no texto é que foi rei de Salém onde também exercia as funções de sacerdote de El Elion, o Deus Altíssimo. Se a história é pequena, a teologia é grande. A importância de Melquisedeque faz-se plena com a encarnação de Cristo que, desde o Calvário, exerce o seu sacerdócio junto ao Pai. O rei de Salém entra em cena, quando sai ao encontro de Abraão, que vinha de uma renhida batalha para libertar a Ló, seu sobrinho. E ali na antiga Jerusalém, abençoa no patriarca toda a nação israelita. Nesta bênção, nós, filhos de Abrão, o pai da fé também fomos incluídos - Quando chamado por Deus, o gentio Abraão creu e, sem demora, aceitou-lhe a ordem. Imediatamente foi justificado (Gn 15.6). A partir daquele momento, passou a ser visto pelo Senhor como se jamais tivesse cometido qualquer falha: um homem justo e perfeito. Enfim, um amigo de Deus (Is 41.8).Por esse motivo, todos os que creem em Deus, à semelhança de Abraão, são tidos como seus filhos na fé (Gl 3.7).]
3. Características de Melquisedeque. Ele tinha qualidades especiais. Sua atitude generosa demonstra que reconheceu que uma vitória tão grande, com um número menor de combatentes, só poderia ser resultado da bênção de Deus sobre Abrão.
a) Ele era rei de Salem. "E Melqui-sedeque, rei de Salem, trouxe pão e vinho [...]" (Gn 14.18). [Comentário: A combinação ‘pão e vinho’ significa uma refeição completa, um banquete – uma oferta sacramental de pão e vinho, costume nos ritos orientais. O narrador não diz que Melquisedeque “viajou para encontrar-se com Abrão, levando pão e vinho”, mas simplesmente que ele “trouxe pão e vinho”; Com respeito ao ato de Melquisedeque abençoar Abraão e a aceitação implícita dessa benção por parte deste, o autor aos Hebreus comenta que Melquisedeque “abençoou o que tinha as promessas. Evidentemente, não há qualquer dúvida, que o inferior é abençoado pelo superior” (Hb 7.6-7) Lição 11; 13 de  Dezembro  de 2015; Melquisedeque Abençoa Abraão.http://auxilioebd.blogspot.com/.]
b) Ele "era sacerdote do Deus Altíssimo"- El Elyon - (Gn 14.18b); segundo Gardner, "Melquisedeque conhecia a Deus por meio de uma tradição que se espalhou após o Dilúvio ou devido a uma revelação sobrenatural. Percebeu que Abraão servia ao mesmo Deus". O certo é que ele cria em Deus e o servia, pois era sacerdote "do Deus Altíssimo".[Comentário: "El Elyon" - "Deus Altíssimo", ocorre doze vezes no Antigo Testamento. Quatro vezes em Gênesis 14.18-20,22-18. Este rei de Salém (que dizer “rei de paz”), sacerdote do Deus Altíssimo (Gn 14.18b; Hb 7.1), exercia as funções de rei e sacerdote, o que conferiam-lhe grande dignidade perante os que o conheciam. Estas duas funções são relembradas em Hb 7.1: “Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo...]
c) Ele abençoou Abrão. Como sacerdote, ele abençoou Abrão. "E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos [...]" (Gn 14.19,20a). [Comentário: A bênção de Melquisedeque não se limitou a Abraão, mas alcança todos os que recebem Jesus Cristo como sacerdote eterno. Por causa da captura de Ló por Quedorlaomer, rei de Elão, o patriarca viu-se obrigado a formar um exército para libertar o sobrinho (Gn 14.14). Na volta, já vitorioso, é recebido por Melquisedeque. ]
d) Abrão deu o dízimo a Melquisedeque. "E deu-lhe o dízimo de tudo" (Gn 14.20b). Aqui, vê-se a primeira referência bíblica acerca do dízimo. Séculos antes da Lei, que incluiu o dízimo como preceito obrigatório para Israel (Nm 18.21,24; Dt 14.23; Ml 3.10). Abrão entendeu que, tendo sido abençoado pelo sacerdote do Deus Altíssimo, deveria ser grato a Deus pela bênção da vitória. O dízimo é mais uma gratidão do que uma obrigação. [Comentário: O Comentário Bíblico Beacon (CPAD) afirma que “Abrão deu o dízimo de tudo a Melquisedeque. O rei de Sodoma tinha menos inclinação religiosa. Pediu seu povo de volta, contudo foi bastante generoso em oferecer a Abrão todo saque procedente do combate. Abrão tinha pouco respeito por este homem e respondeu que fizera o voto de não ficar com nenhum bem que pertencesse ao rei de Sodoma, para que, depois, isso não fosse usado contra ele por aquele indivíduo repulsivo. Abrão também deixou claro que o seu Deus tinha o título de SENHOR e não era apenas outra deidade Cananéia. A única coisa que Abrão pediu foi que os soldados fossem recompensados pelos serviços prestados e que seus aliados, Aner, Escol e Manre, tivessem participação no saque”. Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D. Agora note o que o escritor de Hebreus afirma: “Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos” (Hb 7.4). Assim, Abraão dizimou sim dos despojos de guerra e o resto entregou ao rei de Sodoma, tirante a parte que cabia aos seus tirados. Para si, nada tirou Abraão, para que não se dissesse que tinha enriquecido à custa dos reis vencidos. Ele tinha direito inegável a uma parte, assim como Aner e os outros dois aliados, e ninguém o poderia censurar por isso, mas como não tinha ido à guerra por espírito ambicioso, nada quis para si. Não precisava, embora este não fosse o ponto envolvido, não quis que se dissesse que tinha enriquecido à custa da batalha O ponto importante aqui, não é a origem daquilo que foi dizimado –pessoal ou despojos – mas sim, que o dízimo de Abraão foi um tributo de gratidão pela sua vitória (Gn 18.20).]

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
                               
"Em hebraico malkisedeq ou 'rei da justiça', é mencionado em Gênesis 14.18; Salmo 110.4; Hebreus 5.6,10; 6.20; 7.1,10,11,15,17. No livro de Gênesis ele é um rei-sacerdote cananeu de Salem (Jerusalém) que abençoou Abraão quando este retornou depois de salvar Ló, e a quem Abraão pagou o dízimo do espólio da batalha. Devido ao mistério que cerca seu repentino aparecimento no cenário da história, e seu igualmente repentino desaparecimento, ele tem sido identificado com um anjo, com o Espírito Santo, com o Senhor Jesus Cristo, com Enoque. Quanto à religião, ele era 'sacerdote do Deus Altíssimo"'(Dicionário Bíblico Wycliffe. led. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 1247).


II. LIÇÕES DO CARÁTER DE MELQUISEDEQUE

1. Um caráter justo. "Rei de justiça". É a tradução primeira de seu nome. Melquisedeque se destacou por ser um homem justo e praticante da justiça. Seu nome identifica-se com o seu caráter. Suas atitudes decorriam de seu caráter ilibado e santo. Daí, a sua grandeza moral e espiritual. A Bíblia diz sobre ele: "Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos" (Hb 7.4). [Comentário: Como um tipo de Cristo, Melquisedeque tinha as qualidades de um rei justo e fiel. Ele é chamado “rei de justiça” porque exercia justiça. Jesus, o Messias, é o rei justo num sentido único (Jr 23.6; 33.16; Ap 19.11; Sl 110). Como rei, Melquisedeque operou justiça: levando esperança de justiça para Abraão em meio a luta que enfrentaria. Isso também lembra que Jesus é o único “justo e justificador” (Rm 3.26).]
2. Um caráter pacífico. O texto citado diz que, além de ser "rei de justiça", Melquisedeque também era "rei de Salem, que é rei de paz" (Hb 7.2c). Ele era "sacerdote do Deus Altíssimo" (El Elyon), e também rei de uma cidade chamada Salem. Certamente Melquisedeque era um homem pacífico e também reinava sobre uma cidade cujo nome significa "Paz". Nós, cristãos, temos o dever moral e espiritual de sermos promotores da paz, primeiro, em nosso lar; depois, no ambiente da igreja, no relacionamento fraternal, ministerial e eclesiástico, e também para com as pessoas de fora do nosso ambiente. [Comentário: Seu nome significa Rei da Paz. Foi ao encontro de Abraão em um tempo de guerra. Jesus é o “príncipe da paz” (Is 9.6), o único que pode governar em paz e nos ordenar a sua paz (Jo 14.27). Jesus entrou triunfante em Jerusalém para mostrar que é o verdadeiro Rei dos reis (Mt 21.1-11). Em sua condenação estava escrito sobre a cruz como condenação em três idiomas “hebraico, latim e grego” (Jo 19.20) que Jesus era o Rei dos judeus. Quando Jesus voltar se revelará como o “Rei dos reis e Senhor dos Senhores” (Ap 19.16).Jesus é o Verdadeiro Rei! http://www.estudosdabiblia.net/heb6.htm]

SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, reproduza o quadro abaixo. Utilize-o para ressaltar as características de Melquisedeque e as lições que podemos extrair de sua vida e conduta. Mostre que, embora ele fosse um homem santo e justo, o sacerdócio de Cristo foi superior ao dele.

III. SEGUNDO A ORDEM DE MELQUISEDEQUE

1. Um novo sacerdócio. No livro de Hebreus, vê-se que houve necessidade de mudança do sacerdócio levítico por outro que lhe era superior. "De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão?" (Hb 7.11). Dessa forma, nós os cristãos, estamos debaixo do sacerdócio de Cristo, no qual, todos somos considerados sacerdotes reais com missão muito elevada (1Pe 2.9). Por isso, em nosso comportamento, devemos nos conduzir de maneira que o nome do Senhor seja glorificado. [Comentário:Sobre Melquisedeque, Antônio Neves de Mesquita escreve em sua obra intitulada Estudo no livro de Gênesis (JUERP): “Alguns querem que seja Cristo, no seu estado de pré-encarnação, mas esta teoria está em conflito com o Sal. 110:4 e com o teor geral das Escrituras, que fazem Cristo e Melquisedeque duas personalidades distintas e dois sacerdotes também distintos, um prefigurado no outro. Uma coisa não pode ser prefigurada em si mesma. Quem era, pois, esse homem? Um anjo? Não. Do pouco que sabemos dele, cremos que era um homem pio que permanecia fiel à religião de Noé, ou ao primitivo monoteísmo e neste caráter era um sacerdote como Jetro, sogro de Moisés”. Em Mateus 22.43, Jesus atribui o Salmo 110.4 “Jurou o Senhor, e não se arrependerá: tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” a Davi e a referência a si mesmo como o Messias. As passagens no livro de Hebreus trazem a mesma interpretação. O autor está discutindo a superioridade do sacerdócio de Cristo em comparação ao de Arão. Melquisedeque e seu sacerdócio são um exemplo de Cristo e de seu sacerdócio. O sacerdócio de Melquisedeque não estava limitado a uma raça ou tribo, sendo, portanto, universal. Sua realeza não foi herdada de seus pais. E essa realeza também não foi transmitida a um descendente; e assim ela era eterna. Portanto, Melquisedeque é uma tipologia de Cristo e de seu sacerdócio eterno e universal]
2. Jesus Cristo, o sacerdócio perfeito. Esse "outro sacerdote", que seria levantado, é nosso Senhor Jesus Cristo, de quem foi dito: "Jurou o Senhor e não se arrependerá: Tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque" (SI 110.4). Era uma mensagem profética e messiânica, que apontava para Cristo, através de Davi. Essa "ordem de Melquisedeque" não era reconhecida pêlos judeus, que só aceitavam e reconheciam a "ordem de Arão" ou "levítica". Em Hebreus, o autor se refere à mensagem profética de Davi sobre Cristo, dizendo: "Assim, também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei. Como também diz noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque" (Hb 5.5,6). [Comentário: Como está bem definido pelo Dicionário Bíblico Wycliffe (CPAD) e já citado, "Melquisedeque e seu sacerdócio são exemplo de Cristo e de seu sacerdócio. O sacerdócio de Melquisedeque não estava limitado a raça humana ou a tribo, sendo, portanto, universal. Sua realeza não foi herdada de seus pais. E essa realeza também não foi transmitida a um descendente; e assim ela era eterna. Portanto, Melquisedeque é uma tipologia de Cristo e de seu sacerdócio eterno e universal'"Dicionário Bíblico Wycliffe.1.ed.  Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 1247. O Rev. Ronaldo Éber de Oliveira Brito, (pastor da Igreja Presbiteriana do Jardim Elba (http://www.jardimelba.cjb.net) - São Paulo-SP) escreve no artigo “Jesus e Melquisedeque”: “A clara alusão do Salmo 110:4 na descrição de Cristo como nosso Sumo-Sacerdote celestial em Hebreus 6:20 põe a base para o midraxe que temos em 7:1-10. Nesse texto o autor introduz Gênesis 14:17-20 para identificar o Melquisedeque do Salmo 110:4 (verso 1 a 3) e para exibir a base na história para a superioridade do Sumo-sacerdócio de Cristo dobre o sacerdócio levítico (versos 4 a 10). [...] Ao analisarmos mais de perto esses três versículos podemos ver que logo no início do capítulo 7 temos a conjunção "Porque". Essa conjunção põe essa frase em relação com a expressão com a qual termina Hebreus 6:20, aonde se proclama o sacerdócio eterno de Jesus. Podemos captar em tudo isso o caminho do pensamento do autor, que é certamente o seguinte: para comentar os versículos de Gênesis 14:18-20 ele os relaciona com o oráculo do Salmo 110:4 e descobriu que esses textos se iluminam mutuamente.” Leia mais acessando o link:http://www.webservos.com.br/gospel/estudos/estudos_show.asp?id=303.]
3. A ordem de Melquisedeque. A expressão "segundo a ordem de Melquisedeque" é tipológica (Hb 7.15). Jesus não pertencia à tribo de Levi. Por isso, não seria consagrado sacerdote de acordo com a Lei. Ele pertencia à tribo de Judá. "Porque aquele de quem essas coisas se dizem pertence a outra tribo da qual ninguém serviu ao altar, visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio" (Hb 7.13,14). Mas o sacerdócio de Cristo é superior ao de Arão (Hb 5.6; 7.7); era um sacerdócio eterno (Hb 5.6); com tais características, Jesus é superior a Levi, a Arão, a Abraão e a todos os seus descendentes levitas (Hb 7.6-10). [Comentário: A Bíblia o tem como uma prefiguração de Jesus Cristo, que é tanto sacerdote como rei (v.3) O sacerdócio de Cristo é “segundo a ordem de Melquisedeque” (6.20), o que significa que Cristo é anterior a Abraão, a Levi e aos sacerdotes levítico, e maior que todos eles. quem é Melquisedeque? Por que Jesus é um sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, em vez da ordem levítica? No capítulo 7, o autor responde a ambas as questões. Melquisedeque aparece na história bíblica durante apenas um curto período (veja Gênesis 14:18-20). Porque a Bíblia não registra seu nascimento, morte nem mesmo sua genealogia, Melquisedeque parece ser de natureza eterna, como o Filho de Deus. Ele é identificado como sendo tanto o rei de Salém como sacerdote do Deus Altíssimo. O autor deseja demonstrar a superioridade do sacerdócio de Jesus sobre o de Arão e, assim, ele afirma a superioridade de Melquisedeque sobre Levi. Ele o faz, em parte, observando que Melquisedeque abençoou Abraão (o menor é abençoado pelo maior) e que Abraão, que tinha as promessas, pagou dízimo a Melquisedeque. Num sentido figurado, Levi, descendente de Abraão, também pagou dízimo a Melquisedeque, através de Abraão. Mas por que uma outra ordem de sacerdócio, segundo Melquisedeque era necessária? A resposta é que o sacerdócio levítico não era adequado (7:11,27). Nem a Jesus era permitido ser sacerdote segundo a ordem de Levi. Os sacerdotes vinham da tribo de Levi, mas Jesus era da tribo de Judá (7:13-14). A lei de Moisés nada dizia sobre homens de Judá se tornarem sacerdotes e, assim, isso era proibido. O homem não deve ir além do que Deus autorizou. Para que Jesus fosse um sacerdote, o sacerdócio tinha que ser mudado. Desde que o sacerdócio e a lei de Moisés estavam intimamente ligados, se o sacerdócio for mudado, então a lei também precisa ser mudada (7:12,18-19). Aqueles que querem viver sob a lei de Moisés, hoje em dia, desligam-se do sacerdócio de Jesus porque ele não pode ser sacerdote sob essa lei! O sacerdócio de Jesus é, então, uma garantia de que uma lei (ou aliança) melhor foi estabelecida (7:20-22). Por que alguém haveria de querer voltar à Velha Lei e ao sacerdócio levítico? Jesus é um Sumo Sacerdote superior. Ele foi feito sacerdote pelo poder de uma vida infindável, e não através de um mandamento carnal (a Lei de Moisés). Diferente dos sacerdotes levíticos, que eram incapazes de continuar a servir por causa da morte, Jesus vive sempre para fazer intercessão por nós. Jesus foi feito sacerdote através do imutável juramento de Deus. Os sacerdotes levíticos eram fracos porque pecavam assim como os homens pelos quais eles faziam intercessão. Jesus, contudo, é santo, imaculado e separado dos pecadores. Ele não tem que fazer oferenda por si mesmo, como os sacerdotes levíticos tinham que fazer. De muitas maneiras, Jesus é verdadeiramente o sumo sacerdote superior! Continue lendo acessando o link: http://www.estudosdabiblia.net/heb6.htm.]

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Quem foi Melquisedeque
Certamente tratava-se de um homem temente a Deus, pois seu nome significa 'rei justo', e 'rei de Salem' significa 'rei da paz'. Melquisedeque foi chamado de 'sacerdote do Deus altíssimo' (Hb 7.12). Ele reconhecia que Deus era o Criador dos céus e da terra. O que mais se sabe sobre ele?
Quatro principais teorias foram sugeridas: (1) Melquisedeque era respeitado como rei da região. Abrão apenas demonstrou-lhe o respeito devido; (2) O nome Melquisedeque poderia ser um título dado a todos os reis de Salem; (3) Melquisedeque era um tipo de Cristo (Hb 7.3). Um tipo é um acontecimento ou ensinamento do Antigo Testamento tão aproximadamente relacionado às realizações de Jesus que ilustra uma lição sobre Cristo; (4) Melquisedeque era o aspecto terreno da pré-encarnação de Cristo em uma forma corpórea temporária" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 14).

CONCLUSÃO

A Bíblia registra a história de homens que tiveram papel importante na história. Melquisedeque foi um desses personagens. Apareceu de forma inesperada e desapareceu da mesma forma. Porém seu sacerdócio tornou-se tipo do sacerdócio de Cristo, santo, perfeito e eterno. Melquisedeque morreu, ainda que não se saiba quando e como. Cristo também morreu, mas ao terceiro dia ressuscitou e vive eternamente. "Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque" (Hb 7.17). [Comentário: O Antigo Testamento apresenta situações que apontam para a vinda de Jesus, ajudando o povo a compreender a missão de Cristo. Os comentários em Gênesis e Salmos sobre Melquisedeque mostraram a possibilidade de ter um sacerdote que não era sujeito à Lei dada aos israelitas no Monte Sinai. É exatamente isso que o autor de Hebreus nos mostra, usando Melquisedeque como tipo de Cristo. Por intermédio de Abraão, toda a nação hebreia reverenciou Melquisedeque, até mesmo os sacerdotes da tribo de Levi, que sequer haviam nascido (Hb 7.9). Ora, se o sacerdócio levítico era temporário, o de Melquisedeque não podia ser interrompido pela morte, pois é eterno. Um sacerdócio, aliás, que haveria de ser exercido por Cristo (Sl 110.4). O Mestre em Teologia, Pr Esdras Costa Bentho, escreve: “Observe, no entanto, que não é Jesus que é feito à semelhança de Melquisedeque, mas este à semelhança de Cristo (v.3). O primeiro é o antítipo. O segundo o tipo. O tipo revela-se no Antigo Testamento, mas o antítipo em o Novo. Melquisedeque, assim como Adão, era “figura daquele que havia de vir” (Rm 5.14). Logo, os tipos são uma forma de profecia. A profecia consiste numa predição verbal, ao passo que o tipo é a predição feita pela correspondência entre duas realidades — o tipo e o antítipo. O tipo contém traços de predição, descrição e simbolismo. Ele antevê e chama atenção para o antítipo. O tipo é uma sombra que indica outra realidade (Cl 2.17). O tipo não é fantasia humana; ao contrário, responde ao programa da revelação estabelecida por Deus desde o princípio”. Publicado no jornal Mensageiro da Paz, maio 2012, coluna A Bíblia tem Resposta, p.17.http://teologiaegraca.blogspot.com.br/2012/05/pergunta-quem-era-melquisedeque-como.html] “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória. Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém”. (Jd.24-25).

Francisco Barbosa

Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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