SUBSÍDIO I
Olá! Preparado para mais uma
lição? É importante que você faça um resumo da aula anterior antes de dar
início a nova lição. Em seguida faça a seguinte indagação: “Quem foi
Melquisedeque?” Ouça os alunos com atenção é faça um pequeno resumo a respeito
dele, pois o enfoque da lição está no seu caráter. Para auxiliá-lo, observe o
texto abaixo:
“A história de
Melquisedeque é tão breve, que o autor sagrado pôde narrá-la em apenas três
versículos (Gn 14.18-20). Aliás, nem biografia possui o misterioso personagem.
Sabemos apenas que ele era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo. Se a
história é pequena, a teologia é grande. A importância de Melquisedeque faz-se
plena com a encarnação de Cristo que, desde o Calvário, exerce o seu sacerdócio
junto ao Pai.
O rei de Salém entra em cena,
quando sai ao encontro de Abraão, que vinha de uma renhida batalha para
libertar a Ló, seu sobrinho. E, ali, na antiga Jerusalém, abençoa, no patriarca,
toda a nação israelita. Nesta bênção, você também, querido leitor, foi
incluído.
MELQUISEDEQUE, REI DE SALÉM
Uma história sem biografia.
Assim podemos definir a aparição de Melquisedeque no relato do Gênesis. Não
obstante, sua presença influenciou decisivamente a Teologia Bíblica.
1. Rei de Jerusalém. A antiga Salém, cujo nome em
hebraico significa paz, é identificada com a Jerusalém atual.
O objetivo deste reino era promover a paz através da justiça divina, já que o
nome de Melquisedeque traz este glorioso significado: rei de justiça (Hb 7.2).
Portanto, sua função era
difundir o conhecimento divino em toda aquela região, pois Israel ainda não
existia como o povo sacerdotal e profético do Senhor. O ministério de
Melquisedeque é mui relevante à História Sagrada.
2. Sacerdote do Deus Altíssimo. Melquisedeque foi o primeiro
personagem da História Sagrada a receber o título de sacerdote. É claro que,
desde o princípio, houve ações sacerdotais. Haja vista o oferecimento que Abel
fez ao Senhor (Gn 4.4).
No texto bíblico, ele é
identificado como sacerdote do Deus Altíssimo (Gn 14.18). Ao contrário do
ofício de Arão, cuja continuidade era assegurada hereditariamente, o de
Melquisedeque é eterno. Com um único sacrifício, o seu ministério
plenificou-se. Sim, com a morte de Cristo foi-nos garantida eterna redenção
perante Deus (Hb 7.23-28).
3. Figura de Jesus. Filho do homem, Jesus tem uma
genealogia que, em Mateus, remonta a Abraão (Mt 1.1,2), e, em Lucas, vai até ao
próprio Deus (Lc 3.38). Portanto, como Filho de Deus, Ele é eterno: não possui
genealogia (Jo 1.1-3). Nesse sentido, Melquisedeque é uma figura perfeita de
Cristo (Hb 7.1-6).
Isso não significa que
Melquisedeque fosse eterno, ou uma pré-encarnação de Jesus Cristo. O que o
autor sagrado diz é que este personagem, apesar de sua importância, não possui
uma biografia escrita. Moisés foi inspirado a não registrar-lhe o nome dos
pais, a idade, a procedência, nem o dia de sua morte. É com esse homem que
Abraão irá encontrar-se num dos momentos mais decisivos de sua vida.
A OCASIÃO DA BÊNÇÃO
Por causa da captura de Ló, por
Quedorlaomer, rei de Elão, o patriarca viu-se obrigado a formar um exército
para libertar o sobrinho (Gn 14.16). Na volta, já vitorioso, é recebido por
Melquisedeque.
1. Objetivo da visita. Depois de uma vitória tão
decisiva, Abraão, já nas imediações de Salém, agradece a Deus, ao ser recepcionado
por Melquisedeque. O maior recebe o menor (Hb 7.7). O patriarca conhecia muito
bem estar diante do sacerdote do Deus Altíssimo. Por isso, reverencia-o com os
dízimos de seus bens pessoais e não dos despojos de guerra, já que se recusou a
recebê-los (Gn 14.20). Verdadeira adoração e serviço a Deus. Que exemplo para
nós.
2. A autoridade de
Melquisedeque. Por intermédio de Abraão, toda a
nação hebreia reverenciou Melquisedeque, até mesmo os sacerdotes da tribo de
Levi que se achavam nos lombos do patriarca (Hb 7.9). Ora, se o sacerdócio
levítico era temporário, o de Melquisedeque não podia ser interrompido pela
morte, porquanto eterno. Um sacerdócio, aliás, que haveria de ser exercido por
Cristo (Sl 110.4).
3. A simbologia da visita. Melquisedeque, ao trazer pão e
vinho a Abraão, abençoa-o: “Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor
dos céus e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus
inimigos nas tuas mãos” (Gn 14.20). O que poderia redundar numa derrota ao
patriarca transforma-se num momento de triunfo. Seu pequenino exército
dispersou as poderosas forças de Quedorlaomer.
No pão e vinho que Melquisedeque
trouxera a Abraão estava a simbologia da morte de Jesus Cristo, o Cordeiro
Imaculado. Mais tarde, o Filho de Deus servirá uma refeição semelhante aos seus
discípulos (Mt 26.26-30). Com a morte do Filho de Deus cumpria-se o sacerdócio
de Melquisedeque” (ANDRADE, Claudionor de. Lições Bíblicas.
Rio de Janeiro: CPAD, 2015).
Sugestão didática:
Professor, reproduza no quadro as
questões abaixo. Peça que os alunos formem grupos. Em grupo eles vão responder
as questões. Em seguida peça forme um único grupo e discuta com eles as
respostas.
1. Quem foi Melquisedeque?
2. Qual o significado de seu nome?
3. Descreva o sacerdócio de Melquisedeque.
Telma Bueno
Editora responsável pela Revista Lições Bíblica Adultos
Editora responsável pela Revista Lições Bíblica Adultos
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje estudaremos o caráter de
Melquisedeque, um homem que fui usado por Deus para abençoar Abraão, depois de
uma das suas mais importantes batalhas. Ainda que o patriarca tenha sido um
exemplo de fé, passou por tempos de adversidades. Destacaremos, na segunda
parte da aula, a figura de Melquisedeque, o sacerdote de justiça, e rei de
Salém. Ao final, ressaltaremos que esse sacerdote prefigura Cristo, aquele que
viria a oferecer um sacrifício perfeito, pelos pecados da humanidade.
1. A BATALHA DE ABRAÃO
Abraão não entrou na batalha por interesse
particular, nem mesmo a fim de obter ganhos materiais (Gn. 14.22,23). O motivo
da sua disputa foi a proteção do seu sobrinho Ló, que havia sido capturado,
depois que este decidiu habitar em Sodoma (Gn. 13.10-13). Isso mostra que o
patriarca não estava indiferente a realidade social na qual estava inserido.
Ele sabia que as decisões humanas podiam afetar diretamente a realidade
individual. De igual modo, devemos saber que as decisões políticas trazem
implicações para a sociedade. Precisamos estar atentos ao que está acontecendo
em nosso país, e cuidar para não ser conduzido pelos engodos da mídia. Abraão
entrou em uma aliança com alguns príncipes da região, a fim de alcançar um
propósito comum. Não estamos impedidos de fazer alianças, contanto que sejam
éticas, e tragam benefícios para a coletividade (Lc. 10.25-37; Gl. 6.10).
Abraão era um homem pacífico, mesmo assim se preparou para guerra, quando essa
se fez necessária. A maior guerra do cristão é espiritual (II Co. 10.3-5),
precisamos vencer o mundo através da fé (I Jo. 5.4), e nos revestir de toda
armadura de Deus (Ef. 6.10-18). A principal arma do cristão é a Palavra de
Deus, precisamos buscar a revelação do Senhor, a fim de destruir os sofismas
humanos (II Tm. 3.16,17). Como soldados de Cristo, não podemos nos envolver com
negócios deste mundo, nosso objetivo deve ser satisfazer àquele que nos
arregimentou (II Tm. 2.4). Ao retornar da batalha, Abraão encontrou dois reis:
Bera, rei de Sodoma, que ofereceu espólios da guerra, e Melquisedeque, o rei de
Salém, que ofereceu pão e vinho. O patriarca rejeitou a oferta do primeiro,
porque não queria ser influenciado pelos subornos do mundo.
2. SEU
ENCONTRO COM MELQUISEDEQUE
O encontro de Abraão com Mesquisedeque está repleto
de significados, para os quais devemos atentar. O nome desse sacerdote-rei
significa “rei de justiça”, e Salem, ao que tudo indica, era a antiga
Jerusalém, que quer dizer paz. Em Hb. 7 e no Sl. 110 Melquisedeque prefigura
Jesus Cristo, o Rei e Sacerdote Celestial (Hb. 12.11). O oferecimento de pão e
vinho a Abraão remete à celebração da Ceia do Senhor, em memória do Seu
sacrifício na cruz (Mt. 26.26-30). O rei de Salém não era um ser angelical,
muito menos Cristo encarnado, mas um homem justo, que desfrutava de intimidade
com Deus. Ele se encontrou com Abraão para fortalecê-lo, depois de uma batalha.
O patriarca, em gratidão aos cuidados sacerdotais, entregou o dízimo a
Melquisedeque (Gn. 14.20). Essa é a primeira menção a essa contribuição nas
Escrituras, procedimento que se tornou comum entre os judeus (Lv. 27.30-33). A
entrega do dízimo continua sendo uma prática observada pela igreja cristã.
Ninguém deverá ser coagido a fazê-lo, pois a gratidão deve ser a maior
motivação, em reconhecimento pela providência divina (I Co. 16.1,2). O
desprendimento de bens em prol do rei de Deus é também uma demonstração de que
não estamos debaixo do reino de Mamom (Mt. 6.24). Essa é uma manifestação de
que o dinheiro não é nosso deus, mas que confiamos no Senhor, e em sua
providência. Através da sua fé Abraão se tornou um exemplo para todos aqueles
que creem. Paulo destaca que o patriarca creu em Deus, e isso lhe foi imputado
por justiça (Rm. 4.1-8). A fé é o firme fundamenta das coisas que se esperam,
mas que não são vistas (Hb. 11.1), somos salvos pela graça, por meio da fé, não
pelas obras da Lei (Ef. 2.8,9).
3. UM TIPO DO SACERDÓCIO DE CRISTO
Jesus é Sacerdote Eterno e Perfeito, da linhagem de
Melquisedeque, isso porque os adeptos da religiosidade judaica eram incapazes
de realizar plenamente o sacrifício (Hb. 7.19). O sangue derramado pelos
animais não tornavam qualquer pessoa perfeita aos olhos de Deus (Hb. 10.1-3).
Uma das restrições desse sacerdócio era que não poderia ser exercido por alguém
da tribo de Judá (Hb. 7.14). Além disso, o sacerdote aarônico dependia apenas
de um ritual religioso, que cumprisse os requisitos físicos e cerimoniais (Lv.
21.16-24). O sistema sacrifical judaico somente se tornou possível por causa de
Cristo, o Sumo Sacerdote da tribo de Judá (Cl. 2.13,14; Hb. 7.18). Ele é
Sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque (Hb. 7.21). Através
dEle a questão do pecado foi resolvida definitivamente, não carecendo mais de
derramamento de sague de animais (Hb. 7.22). Jesus é um Sumo Sacerdote, que
diferentemente dos levíticos, não é imperfeito, e muito menos temporário. E
porque Ele é também imutável (Hb. 7.24) e inculpável (Hb. 7.26) podemos confiar
que ele intercede para sempre por nós (Hb. 7.25). Por causa dEle os cristãos
podem se achegar a Deus em oração (Hb. 4.14-16). Ele nos oferece graça e
misericórdia, de modo que se viermos a pecar, temos da parte de Deus, um
Advogado (I Jo. 2.1,2). Quando confessamos nossos pecados Ele é fiel e justo
para nos perdoar, e nos restaurar a comunhão com o Pai (I Jo. 1.9). Jesus,
nosso Sumo Sacerdote, é perfeito para sempre (Hb. 7.28), e nEle podemos confiar
que nossos pecados são perdoados, e temos livre acesso ao trono da graça.
CONCLUSÃO
Abraão teve um encontro profundo e pessoal com
Deus, ao ser recebido por Melquisedeque. Esse sacerdote-rei de justiça
prefigura Cristo, Aquele que se manifestou para trazer reconciliação do homem
com Deus. Cada um de nós precisa ter um encontro com Deus, e se dispor a
adorá-LO em espírito e em verdade (Jo. 4.24,25). Como Abraão, precisamos
reconhecer que Deus é nossa maior riqueza, e nEle encontramos satisfação plena
para as nossas vidas (Gn. 15.1), e as riquezas celestiais em Cristo Jesus (Ef.
1.7,18).
Prof. Ev. José
Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog
subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
Melquisedeque é um personagem
enigmático na história bíblica. Mas ele foi um verdadeiro adorador, no meio de
uma gente idólatra e corrompida. Exerceu o papel de rei e sacerdote, sem fazer
parte da linhagem de Israel. "E Melquisedeque, rei de Salem, trouxe pão e
vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo" (Gn 14.18). Sua ordem
sacerdotal, com aspectos peculiares, tornou-se um tipo do sacerdócio de Cristo,
que em tudo, é superior a todas as ordens sacerdotais. [Comentário: O aparecimento e desaparecimento repentinos de Melquisedeque no
livro de Gênesis são misteriosos. Melquisedeque e Abraão se conheceram pela
primeira vez depois da vitória de Abrão contra Quedorlaomer e seus três
aliados. Melquisedeque ofereceu pão e vinho a Abraão e aos seus homens que
estavam muito cansados, demonstrando amizade. Ele abençoou Abraão em Nome de El
Elyon ("Deus Altíssimo") e louvou a Deus por ter dado a
Abraão vitória na batalha (Gn 14.18-20). O Dicionário Bíblico Wycliffe (CPAD,
2006) assim apresenta esta personagem do Antigo Testamento: "Em hebraico
Malkisedeq ou 'rei da justiça', é mencionado em Gênesis 14.18; Salmo 110.4;
Hebreus 5.6,10; 6.20; 7.1,10,11,15,17. No livro de Gênesis ele é um
rei-sacerdote cananeu de Salém (Jerusalém) que abençoou Abrão quando este
retornou depois de salvar Ló, e a quem Abrão pagou o dízimo. Quanto à religião,
ele era 'sacerdote do Deus Altíssimo'" (Dicionário Bíblico
Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 1247). Este sacerdote é um tipo de
Cristo e de seu sacerdócio; seu sacerdócio não estava limitado a raça humana ou
a tribo, sendo, portanto, universal. Sua realeza não foi herdada de seus pais.
E essa realeza também não foi transmitida a um descendente; e assim ela era
eterna. Assim, em Melquisedeque temos uma tipologia de Cristo e de seu
sacerdócio eterno e universal.]
I. QUEM ERA
MELQUISEDEQUE
1. Um personagem misterioso. Melquisedeque surge no cenário histórico da Bíblia de forma
inesperada e até misteriosa. Ele é citado poucas vezes no texto bíblico, o que
o torna mais enigmático. Seu nome, no hebraico, é malkisedeq, ou "rei de
justiça" ou "meu rei é justo". O relato de Gênesis 14, informa
que ele era "Rei de Salem" (Rei de Paz), um rei-sacerdote cananeu. O
autor aos Hebreus diz que ele era "sem pai, sem mãe, sem genealogia, não
tendo princípio de dias nem fim de vida, mas, sendo feito semelhante ao Filho
de Deus, permanece sacerdote para sempre" (Hb 7.3). [Comentário:Melquisedeque (Hb מַלְכִּי־צֶדֶק / מַלְכִּי־צָדֶק,
Malkiy-Tzadeq, "meu rei é justiça") é descrito como o rei de
Salém, a antiga Jerusalém, e sacerdote do Deus Altíssimo (Gn 14.18-20; Sl
110.4; Hb 5.6-11; 6.20-7.28). O aparecimento e desaparecimento repentinos de
Melquisedeque no livro de Gênesis são misteriosos. Sem ascendência nem
descendência, a quem a história atribui-lhe características sobre humanas,
divina, interagiu com Abraão quando este retornou vitorioso da batalha de
Sidim. Melquisedeque e Abraão se conheceram pela primeira vez depois da vitória
de Abrão contra Quedorlaomer e seus três aliados. Melquisedeque ofereceu pão e
vinho a Abraão e aos seus homens que estavam muito cansados, demonstrando
amizade. Ele abençoou Abraão no nome de El Elyon ("Deus Altíssimo") e
louvou a Deus por ter dado a Abraão vitória na batalha (Gn 14.18-20). Seu nome
(meu rei é justiça) e seu título – rei de Salém (em hebraico “paz”) (rei de
paz) indicam o Messias, cuja pessoa e ministério se caracterizam pela justiça
(Is 32.1; Jr 23.5; Ml 4.2; 1 Co 1.30) e pela paz (1Cr 22.9; Zc 9.10; Ef
2.14,15). Estas duas graças se encontram em Cristo, de modo perfeito. Quando o
autor da Epístola aos Hebreus escreve: “Sem pai, sem mãe” (Hb 7.3) não
significa que este personagem literalmente não tivesse pais nem parentes, nem
que era anjo. Significa tão somente que as Escrituras não registram a sua
genealogia e que nada diz a respeito do seu começo e fim. Por isso, serve como
tipo de Cristo eterno, cujo sacerdócio nunca terminará. Vivendo sempre para
interceder (Hb 7.25). Cristo vive no céu, na presença do Pai. (8.1),
intercedendo por todos os seus seguidores, individualmente, de acordo com a
vontade do Pai (cf. Rm 8.33,34; 1Tm 2.5; 1 Jo 2.1 Lição 11; 13 de Dezembro de 2015; Melquisedeque Abençoa
Abraão. http://auxilioebd.blogspot.com/.]
2. Onde ele aparece na Bíblia. Melquisedeque aparece na história bíblica quando Abrão retornou de uma
jornada arriscada, na qual salvara seu sobrinho, Ló, que havia sido levado
preso com toda a sua família, quando os reis de Sodoma e Gomorra, onde o
patriarca habitava, foram derrotados por uma confederação de quatro reis,
liderados por Quedorlaomer, rei de Elão (Gn 14.1-13). Foi a primeira guerra
registrada na Bíblia. Abraão foi à guerra com 318 criados, nascidos em sua
casa, derrotou os invasores e libertou Ló e sua família. [Comentário: Note que ao se referir ao texto de Gn 14.19 "E
abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus
e da terra.", o autor da Epístola aos Hebreus entende que o fato de
Melquisedeque abençoar Abraão indica que ele é maior do que Abraão (Hb 7.7).
Impetrar a bênção e receber o dízimo do espólio, nesse caso, demonstra
claramente a superioridade de Melquisedeque sobre Abraão. Não obstante a
importância deste tipo do Messias, sua história é tão breve
que Moisés a narrou em apenas três versículos, aliás, nem biografia possui. O
que está claro no texto é que foi rei de Salém onde também exercia as funções
de sacerdote de El Elion, o Deus Altíssimo. Se a história é pequena, a teologia
é grande. A importância de Melquisedeque faz-se plena com a encarnação de
Cristo que, desde o Calvário, exerce o seu sacerdócio junto ao Pai. O rei de
Salém entra em cena, quando sai ao encontro de Abraão, que vinha de uma renhida
batalha para libertar a Ló, seu sobrinho. E ali na antiga Jerusalém, abençoa no
patriarca toda a nação israelita. Nesta bênção, nós, filhos de Abrão, o pai da
fé também fomos incluídos - Quando chamado por Deus, o gentio Abraão creu e,
sem demora, aceitou-lhe a ordem. Imediatamente foi justificado (Gn 15.6). A
partir daquele momento, passou a ser visto pelo Senhor como se jamais tivesse
cometido qualquer falha: um homem justo e perfeito. Enfim, um amigo de Deus (Is
41.8).Por esse motivo, todos os que creem em Deus, à semelhança de Abraão, são
tidos como seus filhos na fé (Gl 3.7).]
3. Características de
Melquisedeque. Ele tinha
qualidades especiais. Sua atitude generosa demonstra que reconheceu que uma
vitória tão grande, com um número menor de combatentes, só poderia ser
resultado da bênção de Deus sobre Abrão.
a) Ele era rei de Salem. "E Melqui-sedeque, rei de
Salem, trouxe pão e vinho [...]" (Gn 14.18). [Comentário: A combinação ‘pão e vinho’ significa uma refeição completa,
um banquete – uma oferta sacramental de pão e vinho, costume nos ritos
orientais. O narrador não diz que Melquisedeque “viajou para encontrar-se com
Abrão, levando pão e vinho”, mas simplesmente que ele “trouxe pão e vinho”; Com
respeito ao ato de Melquisedeque abençoar Abraão e a aceitação implícita dessa
benção por parte deste, o autor aos Hebreus comenta que Melquisedeque “abençoou
o que tinha as promessas. Evidentemente, não há qualquer dúvida, que o inferior
é abençoado pelo superior” (Hb 7.6-7) Lição
11; 13 de Dezembro de 2015; Melquisedeque Abençoa Abraão.http://auxilioebd.blogspot.com/.]
b) Ele "era sacerdote do Deus Altíssimo"- El
Elyon - (Gn 14.18b); segundo Gardner, "Melquisedeque conhecia a Deus por
meio de uma tradição que se espalhou após o Dilúvio ou devido a uma revelação
sobrenatural. Percebeu que Abraão servia ao mesmo Deus". O certo é que ele
cria em Deus e o servia, pois era sacerdote "do Deus Altíssimo".[Comentário: "El Elyon" - "Deus Altíssimo", ocorre
doze vezes no Antigo Testamento. Quatro vezes em Gênesis 14.18-20,22-18. Este rei de Salém (que dizer “rei de
paz”), sacerdote do Deus Altíssimo (Gn 14.18b; Hb 7.1), exercia as funções de
rei e sacerdote, o que conferiam-lhe grande dignidade perante os que o
conheciam. Estas duas funções são relembradas em Hb 7.1: “Porque este
Melquisedeque, que era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo...”]
c) Ele abençoou Abrão. Como sacerdote, ele abençoou Abrão.
"E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor
dos céus e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus
inimigos nas tuas mãos [...]" (Gn 14.19,20a). [Comentário: A bênção de Melquisedeque não se limitou a Abraão, mas
alcança todos os que recebem Jesus Cristo como sacerdote eterno. Por causa da
captura de Ló por Quedorlaomer, rei de Elão, o patriarca viu-se obrigado a
formar um exército para libertar o sobrinho (Gn 14.14). Na volta, já vitorioso,
é recebido por Melquisedeque. ]
d) Abrão deu o dízimo a Melquisedeque. "E deu-lhe o
dízimo de tudo" (Gn 14.20b). Aqui, vê-se a primeira referência bíblica acerca do dízimo. Séculos antes da Lei,
que incluiu o dízimo como preceito obrigatório para Israel (Nm 18.21,24; Dt
14.23; Ml 3.10). Abrão entendeu que, tendo sido abençoado pelo sacerdote do
Deus Altíssimo, deveria ser grato a Deus pela bênção da vitória. O dízimo é
mais uma gratidão do que uma obrigação. [Comentário: O Comentário Bíblico Beacon (CPAD) afirma que “Abrão deu o
dízimo de tudo a Melquisedeque. O rei de Sodoma tinha menos inclinação
religiosa. Pediu seu povo de volta, contudo foi bastante generoso em oferecer a
Abrão todo saque procedente do combate. Abrão tinha pouco respeito por este
homem e respondeu que fizera o voto de não ficar com nenhum bem que pertencesse
ao rei de Sodoma, para que, depois, isso não fosse usado contra ele por aquele
indivíduo repulsivo. Abrão também deixou claro que o seu Deus tinha o título de
SENHOR e não era apenas outra deidade Cananéia. A única coisa que Abrão pediu
foi que os soldados fossem recompensados pelos serviços prestados e que seus
aliados, Aner, Escol e Manre, tivessem participação no saque”. Comentário Bíblico Beacon - CPAD
- O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D. Agora note
o que o escritor de Hebreus afirma: “Considerai, pois, quão grande era este, a
quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos” (Hb 7.4). Assim,
Abraão dizimou sim dos despojos de guerra e o resto entregou ao rei de Sodoma,
tirante a parte que cabia aos seus tirados. Para si, nada tirou Abraão, para
que não se dissesse que tinha enriquecido à custa dos reis vencidos. Ele tinha
direito inegável a uma parte, assim como Aner e os outros dois aliados, e
ninguém o poderia censurar por isso, mas como não tinha ido à guerra por
espírito ambicioso, nada quis para si. Não precisava, embora este não fosse o
ponto envolvido, não quis que se dissesse que tinha enriquecido à custa da
batalha O ponto importante aqui, não é a origem daquilo que foi dizimado
–pessoal ou despojos – mas sim, que o dízimo de Abraão foi um tributo de
gratidão pela sua vitória (Gn 18.20).]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Em hebraico malkisedeq ou 'rei da justiça', é
mencionado em Gênesis 14.18; Salmo 110.4; Hebreus 5.6,10; 6.20;
7.1,10,11,15,17. No livro de Gênesis ele é um rei-sacerdote cananeu de Salem
(Jerusalém) que abençoou Abraão quando este retornou depois de salvar Ló, e a
quem Abraão pagou o dízimo do espólio da batalha. Devido ao mistério que cerca
seu repentino aparecimento no cenário da história, e seu igualmente repentino
desaparecimento, ele tem sido identificado com um anjo, com o Espírito Santo,
com o Senhor Jesus Cristo, com Enoque. Quanto à religião, ele era 'sacerdote do
Deus Altíssimo"'(Dicionário Bíblico Wycliffe. led. Rio de Janeiro: CPAD,
2006, p. 1247).
II. LIÇÕES
DO CARÁTER DE MELQUISEDEQUE
1. Um caráter justo. "Rei de justiça". É a tradução primeira de seu
nome. Melquisedeque se destacou por ser um homem justo e praticante da justiça.
Seu nome identifica-se com o seu caráter. Suas atitudes decorriam de seu
caráter ilibado e santo. Daí, a sua grandeza moral e espiritual. A Bíblia diz
sobre ele: "Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca
Abraão deu os dízimos dos despojos" (Hb 7.4). [Comentário: Como um tipo de Cristo, Melquisedeque tinha as
qualidades de um rei justo e fiel. Ele é chamado “rei de justiça” porque
exercia justiça. Jesus, o Messias, é o rei justo num sentido único (Jr 23.6;
33.16; Ap 19.11; Sl 110). Como rei, Melquisedeque operou justiça: levando
esperança de justiça para Abraão em meio a luta que enfrentaria. Isso também
lembra que Jesus é o único “justo e justificador” (Rm 3.26).]
2. Um caráter pacífico. O texto citado diz que, além de ser "rei de
justiça", Melquisedeque também era "rei de Salem, que é rei de
paz" (Hb 7.2c). Ele era "sacerdote do Deus Altíssimo" (El
Elyon), e também rei de uma cidade chamada Salem. Certamente Melquisedeque era
um homem pacífico e também reinava sobre uma cidade cujo nome significa
"Paz". Nós, cristãos, temos o dever moral e espiritual de sermos
promotores da paz, primeiro, em nosso lar; depois, no ambiente da igreja, no
relacionamento fraternal, ministerial e eclesiástico, e também para com as
pessoas de fora do nosso ambiente. [Comentário: Seu nome significa Rei da Paz. Foi ao encontro de Abraão em
um tempo de guerra. Jesus é o “príncipe da paz” (Is 9.6), o único que pode
governar em paz e nos ordenar a sua paz (Jo 14.27). Jesus entrou triunfante em
Jerusalém para mostrar que é o verdadeiro Rei dos reis (Mt 21.1-11). Em sua
condenação estava escrito sobre a cruz como condenação em três idiomas “hebraico,
latim e grego” (Jo 19.20) que Jesus era o Rei dos judeus. Quando Jesus voltar
se revelará como o “Rei dos reis e Senhor dos Senhores” (Ap 19.16).Jesus é o
Verdadeiro Rei! http://www.estudosdabiblia.net/heb6.htm]
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, reproduza o quadro abaixo. Utilize-o
para ressaltar as características de Melquisedeque e as lições que podemos
extrair de sua vida e conduta. Mostre que, embora ele fosse um homem santo e
justo, o sacerdócio de Cristo foi superior ao dele.
III. SEGUNDO
A ORDEM DE MELQUISEDEQUE
1. Um novo sacerdócio. No livro de Hebreus, vê-se que houve necessidade de mudança
do sacerdócio levítico por outro que lhe era superior. "De sorte que, se a
perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei),
que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a
ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão?" (Hb
7.11). Dessa forma, nós os cristãos, estamos debaixo do sacerdócio de Cristo,
no qual, todos somos considerados sacerdotes reais com missão muito elevada
(1Pe 2.9). Por isso, em nosso comportamento, devemos nos conduzir de maneira
que o nome do Senhor seja glorificado. [Comentário:Sobre
Melquisedeque, Antônio Neves de Mesquita escreve em sua obra intitulada Estudo
no livro de Gênesis (JUERP): “Alguns querem que seja Cristo, no seu estado
de pré-encarnação, mas esta teoria está em conflito com o Sal. 110:4 e com o
teor geral das Escrituras, que fazem Cristo e Melquisedeque duas personalidades
distintas e dois sacerdotes também distintos, um prefigurado no outro. Uma
coisa não pode ser prefigurada em si mesma. Quem era, pois, esse homem? Um
anjo? Não. Do pouco que sabemos dele, cremos que era um homem pio que
permanecia fiel à religião de Noé, ou ao primitivo monoteísmo e neste caráter
era um sacerdote como Jetro, sogro de Moisés”. Em Mateus 22.43, Jesus
atribui o Salmo 110.4 “Jurou o Senhor, e não se arrependerá: tu és um
sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” a Davi e a referência a
si mesmo como o Messias. As passagens no livro de Hebreus trazem a mesma
interpretação. O autor está discutindo a superioridade do sacerdócio de Cristo
em comparação ao de Arão. Melquisedeque e seu sacerdócio são um exemplo de
Cristo e de seu sacerdócio. O sacerdócio de Melquisedeque não estava limitado a
uma raça ou tribo, sendo, portanto, universal. Sua realeza não foi herdada de
seus pais. E essa realeza também não foi transmitida a um descendente; e assim
ela era eterna. Portanto, Melquisedeque é uma tipologia de Cristo e de seu
sacerdócio eterno e universal]
2. Jesus Cristo, o sacerdócio
perfeito. Esse "outro
sacerdote", que seria levantado, é nosso Senhor Jesus Cristo, de quem foi
dito: "Jurou o Senhor e não se arrependerá: Tu és um sacerdote eterno,
segundo a ordem de Melquisedeque" (SI 110.4). Era uma mensagem profética e
messiânica, que apontava para Cristo, através de Davi. Essa "ordem de
Melquisedeque" não era reconhecida pêlos judeus, que só aceitavam e
reconheciam a "ordem de Arão" ou "levítica". Em Hebreus, o
autor se refere à mensagem profética de Davi sobre Cristo, dizendo:
"Assim, também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo
sacerdote, mas glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei.
Como também diz noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque"
(Hb 5.5,6). [Comentário: Como está bem definido pelo Dicionário Bíblico Wycliffe
(CPAD) e já citado, "Melquisedeque e seu sacerdócio são exemplo de
Cristo e de seu sacerdócio. O sacerdócio de Melquisedeque não estava limitado a
raça humana ou a tribo, sendo, portanto, universal. Sua realeza não foi herdada
de seus pais. E essa realeza também não foi transmitida a um descendente; e
assim ela era eterna. Portanto, Melquisedeque é uma tipologia de Cristo e de
seu sacerdócio eterno e universal'"Dicionário Bíblico
Wycliffe.1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 1247. O Rev. Ronaldo Éber de Oliveira
Brito, (pastor da Igreja
Presbiteriana do Jardim Elba (http://www.jardimelba.cjb.net) - São Paulo-SP) escreve no artigo “Jesus e
Melquisedeque”: “A clara alusão do Salmo 110:4 na descrição de Cristo como
nosso Sumo-Sacerdote celestial em Hebreus 6:20 põe a base para o midraxe que
temos em 7:1-10. Nesse texto o autor introduz Gênesis 14:17-20 para identificar
o Melquisedeque do Salmo 110:4 (verso 1 a 3) e para exibir a base na história
para a superioridade do Sumo-sacerdócio de Cristo dobre o sacerdócio levítico
(versos 4 a 10). [...] Ao analisarmos mais de perto esses três versículos
podemos ver que logo no início do capítulo 7 temos a conjunção "Porque".
Essa conjunção põe essa frase em relação com a expressão com a qual termina
Hebreus 6:20, aonde se proclama o sacerdócio eterno de Jesus. Podemos captar em
tudo isso o caminho do pensamento do autor, que é certamente o seguinte: para
comentar os versículos de Gênesis 14:18-20 ele os relaciona com o oráculo do
Salmo 110:4 e descobriu que esses textos se iluminam mutuamente.” Leia mais
acessando o link:http://www.webservos.com.br/gospel/estudos/estudos_show.asp?id=303.]
3. A ordem de Melquisedeque. A expressão "segundo a ordem de Melquisedeque" é
tipológica (Hb 7.15). Jesus não pertencia à tribo de Levi. Por isso, não seria
consagrado sacerdote de acordo com a Lei. Ele pertencia à tribo de Judá.
"Porque aquele de quem essas coisas se dizem pertence a outra tribo da
qual ninguém serviu ao altar, visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de
Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio" (Hb
7.13,14). Mas o sacerdócio de Cristo é superior ao de Arão (Hb 5.6; 7.7); era
um sacerdócio eterno (Hb 5.6); com tais características, Jesus é superior a
Levi, a Arão, a Abraão e a todos os seus descendentes levitas (Hb 7.6-10). [Comentário: A Bíblia o tem como uma prefiguração de Jesus Cristo, que é
tanto sacerdote como rei (v.3) O sacerdócio de Cristo é “segundo a ordem de
Melquisedeque” (6.20), o que significa que Cristo é anterior a Abraão, a Levi e
aos sacerdotes levítico, e maior que todos eles. quem é Melquisedeque? Por que
Jesus é um sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, em vez da ordem
levítica? No capítulo 7, o autor responde a ambas as questões. Melquisedeque
aparece na história bíblica durante apenas um curto período (veja Gênesis
14:18-20). Porque a Bíblia não registra seu nascimento, morte nem mesmo sua
genealogia, Melquisedeque parece ser de natureza eterna, como o Filho de Deus.
Ele é identificado como sendo tanto o rei de Salém como sacerdote do Deus
Altíssimo. O autor deseja demonstrar a superioridade do sacerdócio de Jesus
sobre o de Arão e, assim, ele afirma a superioridade de Melquisedeque sobre
Levi. Ele o faz, em parte, observando que Melquisedeque abençoou Abraão (o
menor é abençoado pelo maior) e que Abraão, que tinha as promessas, pagou
dízimo a Melquisedeque. Num sentido figurado, Levi, descendente de Abraão,
também pagou dízimo a Melquisedeque, através de Abraão. Mas por que uma outra
ordem de sacerdócio, segundo Melquisedeque era necessária? A resposta é que o sacerdócio
levítico não era adequado (7:11,27). Nem a Jesus era permitido ser sacerdote
segundo a ordem de Levi. Os sacerdotes vinham da tribo de Levi, mas Jesus era
da tribo de Judá (7:13-14). A lei de Moisés nada dizia sobre homens de Judá se
tornarem sacerdotes e, assim, isso era proibido. O homem não deve ir além do
que Deus autorizou. Para que Jesus fosse um sacerdote, o sacerdócio tinha que
ser mudado. Desde que o sacerdócio e a lei de Moisés estavam intimamente
ligados, se o sacerdócio for mudado, então a lei também precisa ser mudada
(7:12,18-19). Aqueles que querem viver sob a lei de Moisés, hoje em dia,
desligam-se do sacerdócio de Jesus porque ele não pode ser sacerdote sob essa
lei! O sacerdócio de Jesus é, então, uma garantia de que uma lei (ou aliança)
melhor foi estabelecida (7:20-22). Por que alguém haveria de querer voltar à
Velha Lei e ao sacerdócio levítico? Jesus é um Sumo Sacerdote superior. Ele foi
feito sacerdote pelo poder de uma vida infindável, e não através de um
mandamento carnal (a Lei de Moisés). Diferente dos sacerdotes levíticos, que
eram incapazes de continuar a servir por causa da morte, Jesus vive sempre para
fazer intercessão por nós. Jesus foi feito sacerdote através do imutável
juramento de Deus. Os sacerdotes levíticos eram fracos porque pecavam assim
como os homens pelos quais eles faziam intercessão. Jesus, contudo, é santo,
imaculado e separado dos pecadores. Ele não tem que fazer oferenda por si
mesmo, como os sacerdotes levíticos tinham que fazer. De muitas maneiras, Jesus
é verdadeiramente o sumo sacerdote superior! Continue lendo acessando o link: http://www.estudosdabiblia.net/heb6.htm.]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Quem foi Melquisedeque
Certamente tratava-se de um homem temente a Deus, pois
seu nome significa 'rei justo', e 'rei de Salem' significa 'rei da paz'.
Melquisedeque foi chamado de 'sacerdote do Deus altíssimo' (Hb 7.12). Ele
reconhecia que Deus era o Criador dos céus e da terra. O que mais se sabe sobre
ele?
Quatro principais teorias foram
sugeridas: (1) Melquisedeque era respeitado como rei da região. Abrão apenas
demonstrou-lhe o respeito devido; (2) O nome Melquisedeque poderia ser um
título dado a todos os reis de Salem; (3) Melquisedeque era um tipo de Cristo
(Hb 7.3). Um tipo é um acontecimento ou ensinamento do Antigo Testamento tão
aproximadamente relacionado às realizações de Jesus que ilustra uma lição sobre
Cristo; (4) Melquisedeque era o aspecto terreno da pré-encarnação de Cristo em
uma forma corpórea temporária" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de
Janeiro: CPAD, p. 14).
CONCLUSÃO
A Bíblia registra a história de
homens que tiveram papel importante na história. Melquisedeque foi um desses
personagens. Apareceu de forma inesperada e desapareceu da mesma forma. Porém
seu sacerdócio tornou-se tipo do sacerdócio de Cristo, santo, perfeito e
eterno. Melquisedeque morreu, ainda que não se saiba quando e como. Cristo
também morreu, mas ao terceiro dia ressuscitou e vive eternamente. "Porque
dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de
Melquisedeque" (Hb 7.17). [Comentário: O Antigo Testamento
apresenta situações que apontam para a vinda de Jesus, ajudando o povo a
compreender a missão de Cristo. Os comentários em Gênesis e Salmos sobre
Melquisedeque mostraram a possibilidade de ter um sacerdote que não era sujeito
à Lei dada aos israelitas no Monte Sinai. É exatamente isso que o autor de
Hebreus nos mostra, usando Melquisedeque como tipo de Cristo. Por intermédio de
Abraão, toda a nação hebreia reverenciou Melquisedeque, até mesmo os sacerdotes
da tribo de Levi, que sequer haviam nascido (Hb 7.9). Ora, se o sacerdócio
levítico era temporário, o de Melquisedeque não podia ser interrompido pela
morte, pois é eterno. Um sacerdócio, aliás, que haveria de ser exercido por
Cristo (Sl 110.4). O Mestre em Teologia, Pr Esdras Costa Bentho, escreve: “Observe,
no entanto, que não é Jesus que é feito à semelhança de Melquisedeque, mas este
à semelhança de Cristo (v.3). O primeiro é o antítipo. O segundo o tipo. O tipo
revela-se no Antigo Testamento, mas o antítipo em o Novo. Melquisedeque, assim
como Adão, era “figura daquele que havia de vir” (Rm 5.14). Logo, os tipos são
uma forma de profecia. A profecia consiste numa predição verbal, ao passo que o
tipo é a predição feita pela correspondência entre duas realidades — o tipo e o
antítipo. O tipo contém traços de predição, descrição e simbolismo. Ele antevê
e chama atenção para o antítipo. O tipo é uma sombra que indica outra realidade
(Cl 2.17). O tipo não é fantasia humana; ao contrário, responde ao programa da
revelação estabelecida por Deus desde o princípio”. Publicado no jornal Mensageiro da Paz, maio 2012,
coluna A Bíblia tem Resposta, p.17.http://teologiaegraca.blogspot.com.br/2012/05/pergunta-quem-era-melquisedeque-como.html] “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos
irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória. Ao único Deus sábio,
Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o
sempre. Amém”. (Jd.24-25).
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário