SUBSÍDIO I
A fidelidade de Deus
Quem dentre nós não está
passando por alguma crise? Se não for de caráter individual, no mínimo
coletivo. O país está quebrado, os estados federativos em profunda crise, as
prefeituras não têm como garantir o atendimento básico necessário para a
população: Saúde, Educação e Segurança (embora majoritariamente seja de
responsabilidade do Governo do Estado). E as enfermidades que assolam a
família?!
As palavras de Jesus nos
despertam para uma tamanha realidade que o divino mestre chamou atenção:
“Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições,
mas tende bom ânimo eu venci o mundo” (Jo 16.33). A expressão “Tenho-vos dito
isso” refere-se ao seu processo de martírio e posterior
ressurreição. Haveria um momento em que, com a morte do Senhor, os
discípulos seriam dispersos. Medo, angústia e covardia seriam os sentimentos
mais naturais. Mas o divino mestre diz que ao conhecer toda a realidade que o
próprio Filho de Deus estava revelando para eles, os discípulos deveriam ter
paz para resistir a aflição sem perder o ânimo sempre olhando para o exemplo de
resistência do nosso Senhor na Cruz do Calvário.
O nosso desafio hoje é
aprendermos a enfrentar as crises sem perder a paz e o ânimo. Um bom começo é
obedecendo ao ensino de Jesus em João 16 e ampliando essa reflexão à carta do
apóstolo Paulo aos Efésios, quando ele escreve: “E não vos embriagueis com
vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos,
e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso
coração, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso
Senhor Jesus Cristo” (5.18-20). Ora, a expressão “não vos embriagueis com
vinho, em que há contendas” representa tudo que do ponto de vista humano e
material traz confusão, briga e falta completa de sobriedade e discernimento do
tempo em que estamos vivendo. Por isso, o apóstolo nos convida a “enchei-vos do
Espírito”, alimentado sempre a nossa alma como cânticos espirituais, com hinos,
com salmos e testemunhos, isto é, tudo aquilo que nos aproxima de Deus e do seu
Santo Espírito.
Assim, com a mente voltada para
Cristo Jesus e com a disposição de não perder a paz nem o discernimento, somos
convidados a viver uma vida suficientemente em Cristo a fim de superar toda e
qualquer crise que tente nos abater. Não perder o ânimo e a paz é o nosso
grande desafio! Que o Espírito nos ajude!
Fonte: Revista Ensinador
Cristão, Ano 17 - nº 68 – out./nov./dez. de 2016.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Na última aula destacamos que Paulo aprendeu a se
contentar com o que tinha em todas as circunstâncias, tendo em vista que a
fonte da sua alegria era Cristo, não as condições materiais, nem mesmo a oferta
dos filipenses. Hoje nos voltaremos para a apreciação do Apóstolo em relação à
contribuição daqueles irmãos. Mostraremos que ele recebeu o suprimento como um
sacrifício agradável a Deus, colocando o foco não nele mesmo, mas em Deus,
sendo Este o Único digno de honra e glória.
1. O
RECEBIMENTO DA OFERTA POR PAULO
Paulo recebeu a oferta dos crentes filipenses com
gratidão, não com um espírito de ganância, como fazem alguns evangélicos
contemporâneos. Como ele mesmo expressou em Fp. 4.17, seu foco não estava nos
presentes. Ele havia aprendido o segredo do contentamento, esse mistério que se
encontra em Cristo, a fonte da verdadeira alegria. Essa é uma demonstração de
maturidade, nem todos a alcançaram. Há obreiros totalmente dependentes das
circunstâncias, que se distraem com qualquer tribulação. Esses certamente
passarão por muitas provas, até que sejam capazes de tirar as lições dadas por
Deus através do Apóstolo. A escola de Deus é o inverso da humana, primeiro
passamos pela prova, depois extraímos a lição. Somente aqueles que passam por
esse aprendizado podem dizer como Paulo: “tudo posso em Cristo que me
fortalece” (Fp. 4.13). Quando o cristão chega a esse nível de maturidade, então
é capaz de depender de Deus, e colocar nEle sua confiança. Tal como o salmista,
poderá afirmar: o Senhor é o meu pastor e de nada tenho falta (Sl. 23.1). Essa
é a tradução aproximada do texto no hebraico, o Senhor, de fato, é nosso
Pastor, mesmo que falte alguma coisa, Ele é nossa suficiência. Para o obreiro
que confia em Deus, as ofertas que chegam às suas mãos são sacrifícios,
agradáveis a Deus. Primeiramente porque sabe que se trata de uma provisão de
Deus, a expressão de renúncia dos irmãos. Além disso, é uma demonstração de
generosidade, atitude pouco comum, em virtude da natureza egocêntrica do ser
humano. Paulo diz aos crentes filipenses, e por extensão, a nós, que Deus supre
as necessidades daqueles que contribuem para a obra do Senhor. De vez em quando
alguém quer se apropriar indevidamente de Fp. 4.19, requerendo o suprimento das
necessidades, sem predisposição para o sacrifício da oferta. O agricultor
investe alguns grãos na terra, a fim de, no futuro, possa colher os seus
frutos, assim acontece com aqueles que contribuem para o crescimento do Reino
de Deus (II Co. 9.6). Em uma sociedade que endeusou Mamom, curvando diante do
Mercado, é um sacrifício ofertar, mas essa é uma demonstração de submissão ao
senhorio de Cristo (Mt. 6.24).
2. COMO
SACRIFÍCIO AGRADÁVEL A DEUS
Deus ama aqueles que entregam suas ofertas com
alegria, não porque são coagidos a fazê-lo, mas com generosidade (II Co. 9. 7).
Paulo reconheceu que a atitude dos crentes filipenses era um exercício de
sacrifício. Esse é um sentimento que precisa ser cultivado pelos obreiros do
Senhor. Nem todos atentam para o fato de que muitos abrem mão do pouco que
ganham para investir no Reino. Em uma sociedade de consumo, na qual todo
dinheiro é pouco, somente os que são fiéis a Deus podem ser generosos. Os
obreiros, ao invés de coagir os crentes à doação, devem orientá-los, ao
desprendimento. Ao mesmo tempo, serem compreensíveis, e motivando aqueles que
têm dificuldade para tal. Eles precisam ser ensinados que na medida em que doam
ao outro, menos colocam o foco em neles mesmos. É o que faz Paulo em Fp. 4.17,
inicialmente revela que seu propósito maior não é a dádiva, mas o aumento da
conta espiritual dos crentes. O Apóstolo faz uso de uma metáfora contábil, o
verbo grego pleonazein, traduzido por “que aumente”, mostra que os crentes têm
um banco espiritual no qual precisam investir. Jesus também ensinou Seus
discípulos a depositarem não apenas o dinheiro, mas a fé, na eternidade (Mt.
6.19,20). A oferta é um ato espiritual que tem uma dimensão escatológica.
Aqueles que o fazem com alegria estão mostrando, não apenas a Deus, mas a eles
mesmos, que miram em riquezas eternas. Os líderes da teologia da ganância têm
explorado essas passagens bíblicas para explorarem seus adeptos. A teologia da
barganha tem campeado nos arraias pseudopentecostais. Os cristãos evangélicos
precisam ter cuidado com esses lobos devoradores (II Co. 12.14-18). Por outro
lado, não podem deixar de reconhecer que aqueles que ofertam ao Senhor,
exercitam a generosidade, se o fizerem com alegria. Dízimos e ofertas devem ser
entregues à igreja, mas isso não exime o crente de atentar para os
necessitados. Lembremos, pois, da orientação do sábio: “quem se compadece do
pobre ao Senhor empresta” (Pv. 19.17), e que “mais bem-aventurado é dar do que
receber” (At. 20.35).
3. PORQUE
DEUS É FIEL
Descansamos na certeza de que Deus é fiel, em todas
as circunstâncias da vida, mesmo diante das crises. Sendo assim, somente
aqueles que desfrutam da paz de Deus, podem sossegar suas almas diante das
intempéries que nos assola. E porque Ele é fiel, e prova Seu amor para conosco,
tendo entregue Seu Filho por nós, devemos também demonstrar amor para nossos
irmãos (Jo. 3.16; I Jo. 3.16). Os tempos de crise são oportunidades para que
demonstremos generosidade, e nos voltemos para os outros, a fim de ajudar aqueles
que estão em necessidade (Mt. 22.34-40). O amor cristão exige desprendimento,
ou seja, disposição para abrir mão do que tem em prol dos outros (I Co. 13).
Vivemos em uma sociedade extremamente individualista, cada um faz o que lhe
agrada, na maioria das vezes, sem se preocupar com o próximo. O capitalismo
selvagem está lançando as pessoas cada vez mais para longe uma das outras. O
consumismo também faz com que as pessoas queiram sempre mais. Essa doença está
adentrando até mesmo as igrejas evangélicas. Tais atitudes são totalmente
contrárias àquelas dos crentes de Jerusalém do primeiro século, que eram
sensíveis às carências uns dos outros (At. 4.34-37). Paulo não sofria dessa
enfermidade espiritual, antes de qualquer coisa, aprendeu a estar contente, independentemente
das situações (Fp. 4.12). Por isso, tanto sabia ter fartura quanto padecer
necessidade, nada o tirava do centro, que é Cristo. Ele é Aquele que o
fortalecia, mesmo na prisão em Roma, e passando por momentos de privações (Fp.
4.13). Há líderes evangélicos que citam esse texto indevidamente, sem atentar
para o contexto, eles preferem apenas com o “tudo posso naquele que me
fortalece”. No contexto, Paulo mostra que tanto podia viver em fartura quanto
em necessidade. É bom saber viver a partir da porção acostumada, como disse o
sábio judeu (Pv. 30.7-10).
CONCLUSÃO
As crises políticas e econômicas são cada vez mais
contundentes porque a sociedade elegeu valores invertidos. Os políticos, ao
invés de governarem para o povo, buscam locupletarem-se, enriquecendo-se
ilicitamente. O dinheiro, configurado no mercado, se tornou um deus, diante do
qual as pessoas se dobram. O desafio da igreja, nessa sociedade materialista e
consumista, é o de viver para as pessoas, e se sacrificar em amor, a fim de que
o nome de Jesus seja glorificado. Como Paulo, devemos aprender a viver em
contentamento, e saber fazer a diferença entre o que nos é essencial e
supérfluo, somente assim seremos alegres.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje estudaremos a
respeito das adversidades enfrentadas pelo apóstolo Paulo em seu ministério.
Veremos que ele aprendeu, com a ajuda do Senhor, a lidar com cada uma e a
vencê-las. Apesar das dificuldades Paulo pregou a Palavra de Deus, fundou
igrejas e escreveu várias cartas. Algumas de suas epístolas foram escritas
enquanto ele estava na prisão. A vida de Paulo é um exemplo de como podemos
vencer as crises e permanecer fiéis ao Senhor. [Comentário: Concluindo o trimestre,
entendemos com Paulo que a satisfação e a suficiência do crente vêm de Cristo e
independem da abundância ou da escassez de bens materiais. O segredo do
contentamento, da satisfação, é reconhecermos que Deus nos concede, em cada
circunstância, tudo quanto necessitamos para uma vida vitoriosa em Cristo (1Co
15.57; 2Co 2.14; 1Jo 5.4). Nossa capacidade de viver vitoriosamente acima das
situações instáveis da vida provém do poder de Cristo que flui em nós e através
de nós (v. 13; ver 1Tm 6.8). Isso não ocorre de modo natural; precisamos
aprender na dependência de Cristo. O poder e a graça de Cristo permanecem no
crente para capacitá-lo a fazer tudo quanto Ele o mandou fazer. Nesta lição, a
leitura bíblica em classe traz um trecho de Filipenses, onde Paulo agradece a
ajuda recebida. A igreja filipense era uma igreja missionária, que supria as
necessidades de Paulo durante suas viagens (1.4,5; 4.15-17). Sustentar os
missionários no seu trabalho em prol do evangelho, é obra dignificante e aceita
por Deus, "como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e
aprazível" a Ele (v. 18). Por isso, aquilo que damos para o sustento do
missionário fiel, é considerado oferta apresentada a Deus. Tudo que é feito a
um dos irmãos, por pequeno que seja, é feito como ao próprio Senhor (Mt 25.40).] Dito
isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?
I. A FIDELIDADE DE PAULO EM MEIO ÀS CRISES
1. Destemor e ousadia. Na Epístola aos Efésios, Paulo se apresenta como “embaixador em
cadeias” (Ef 6.20). Ele tinha consciência de sua missão, especialmente, no
mundo gentio; sabia que o Evangelho de Cristo não poderia ficar restrito aos
judeus. Por isso, o seu afã missionário o levou a Ásia Menor, Macedônia e
Europa. Pregou a Palavra de Deus com zelo, fidelidade e não se deixou abater
pelas dificuldades. Embora tenha se tornado um prisioneiro por amor a Cristo,
seu espírito era livre. Mesmo preso, não deixou de se preocupar com as igrejas,
particularmente com Éfeso e Filipos. Os verdadeiros crentes em Cristo não se
intimidam diante das perseguições, tribulações e crises. [Comentário: As experiências de Paulo se
tornaram especialmente marcantes e paradigmáticas. O grande apóstolo foi
aprisionado várias vezes por ser um cristão, considerava-se um “embaixador em
cadeias” e escreveu várias de suas epístolas enquanto preso (At 16.23; 20.23;
21.33; 26.29; 28.20; Rm 16.7; 2 Co 6.5; 11.23; Ef 3.1; 4.1; 6.20; Fp
1.7,13s,17; Cl 4.3,10,18; 2 Tm 1.16; 2.9; Fm 1,9s,13,23). A Epístola aos
Hebreus, depois de mencionar “algemas e prisões” como um dos sofrimentos dos
servos de Deus, pede aos leitores que se lembrem dos encarcerados,
possivelmente irmãos em Cristo (Hb 11.36; 13.2). Durante os três primeiros
séculos, nos quais o cristianismo não gozou de status legal no Império Romano,
o encarceramento e outras restrições foram experiências dolorosas e frequentes
na vida de muitos cristãos. Este texto é parte do artigo Embaixadores
em cadeias: Cristãos aprisionados por causa da fé, de Alderi Souza de Matos,
disponível em: http://www.mackenzie.br/7118.html. A revelação bíblica demonstra que a providência de Deus não é uma
doutrina abstrata, mas que diz respeito à vida diária num mundo mau e decaído.
(1) Toda pessoa experimenta o sofrimento em certas
ocasiões da vida e daí surge a inevitável pergunta “Por quê?” (cf. Jó 7.17-21;
Sl 10.1; 22.1; 74.11,12; Jr 14.8,9,19). Essas experiências alvitram o problema
do mal e do seu lugar nos assuntos de Deus.
(2) Deus permite que os seres humanos experimentem
as consequências do pecado que penetrou no mundo através da queda de Adão e
Eva. José, por exemplo, sofreu muito por causa da inveja e da crueldade dos
seus irmãos. Foi vendido como escravo pelos seus irmãos e continuou como
escravo de Potifar, no Egito (37; 39). Vivia no Egito uma vida temente a Deus,
quando foi injustamente acusado de imoralidade, lançado no cárcere (39) e
mantido ali por mais de dois anos (40.1—41.14). Deus pode permitir o sofrimento
em decorrência das más ações do próximo, embora Ele possa soberanamente
controlar tais ações, de tal maneira que seja cumprida a sua vontade. Segundo o
testemunho de José, Deus estava agindo através dos delitos dos seus irmãos,
para a preservação da vida (45.5; 50.20).
(3) Não somente sofremos as consequências dos
pecados dos outros, como também sofremos as consequências dos nossos próprios
atos pecaminosos. Por exemplo: o pecado da imoralidade e do adultério, frequentemente
resulta no fracasso do casamento e da família do culpado. O pecado da ira
desenfreada contra outra pessoa pode levar à agressão física, com ferimentos
graves ou até mesmo o homicídio de uma das partes envolvidas, ou de ambas. O
pecado da cobiça pode levar ao furto ou desfalque e daí à prisão e cumprimento
de pena.
(4) O sofrimento também ocorre no mundo porque
Satanás, o deus deste mundo, tem permissão para executar a sua obra de cegar as
mentes dos incrédulos e de controlar as suas vidas (2Co 4.4; Ef 2.1-3). O NT
está repleto de exemplos de pessoas que passaram por sofrimento por causa dos
demônios que as atormentavam com aflição mental (e.g., Mc 5.1-14) ou com
enfermidades físicas (Mt 9.32,33; 12.22; Mc 9.14-22; Lc 13.11,16).
Dizer que Deus permite o sofrimento não significa
que Deus origina o mal que ocorre neste mundo, nem que Ele pessoalmente
determina todos os infortúnios da vida. Deus nunca é o instigador do mal ou da
impiedade (Tg 1.13). Todavia, Ele, às vezes, o permite, o dirige e impera
soberanamente sobre o mal a fim de cumprir a sua vontade, levar a efeito seu propósito
redentor e fazer com que todas as coisas contribuam para o bem daqueles que lhe
são fiéis (ver Mt 2.13; Rm 8.28. Este texto foi extraído de: BEP –
CPAD, disponível em: http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao7-avp-1tr12-tudopossonaquelequemefortalece.htm]
2. Alegria em meio às crises. Paulo demonstrou alegria pelo bom testemunho e fidelidade dos
filipenses. Os crentes de Filipos não temiam defender e confirmar aqueles que
haviam recebido Cristo por Senhor e Salvador. Mesmo estando prisioneiro, não se
deixou abater, antes se regozijava porque os filipenses participavam da sua
vida de modo especial, sofrendo com ele. Atualmente muitos não admitem mais que
os crentes sofram. Contudo, o Senhor Jesus nos alertou que, no mundo teríamos
aflições. Podemos ver também que embora Paulo fosse um crente fiel, enfrentou
açoites, naufrágio e apedrejamento. As crises que ele enfrentou não roubaram a
sua alegria e não fizeram dele um homem amargurado. Não permita que as crises
enfraqueçam a sua fé e roubem a sua alegria. [Comentário: A grande maioria dos
teólogos acredita que Paulo escreveu a Epístola aos Filipenses durante uma de
suas prisões, talvez em Roma ou Éfeso. Segundo Francis Davidson “Houve duas razões principais que induziram o apóstolo a escrever aos
filipenses. A primeira, para hipotercar-lhes sua gratidão pelo fato de eles,
simpatizando com seu apostolado e partilhando de suas aflições, lembrarem-se de
enviar-lhe algumas dádivas por intermédio de Epafrodito, um de seus membros
(Fil. 4:10-18). A segunda, para corrigir algumas pequenas desordens existentes
no seio da igreja” DAVIDSON, Francis. O Novo Comentário da Bíblia,
3.ª Edição, São Paulo, SP: Editora Vida Nova, Editado em português pelo Dr.
Russel P. Shedd, 1995, Reimpressa em 2003, p. 1269. Nas palavras do
saudoso Merril Frederick Unger.. “...Seu
tema é a adequação de Cristo a todas as experiências da vida – privação,
perseguição, dificuldades, sofrimento e também prosperidade e popularidade.
Cristo dá alegria e triunfo venha o que vier, desde que a ele se conceda o
centro da vida” UNGER, Merril Frederick. Manual Bíblico Unger,
Reimpressão Revisada da 1.ª Edição, São Paulo, SP: Editora Vida Nova, Revisada
por Gary N. Larson, 2008, p.555. Portanto, Paulo escreveu palavras
motivadoras aos seus leitores, em meio à intensa tribulação a que estava
condicionado no momento!http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/tudo-posso-naquele-que-me-fortalece-filipenses-4-13-ara.]
3. Servindo a Deus em meio às crises. Paulo estava preso em Roma, mas as cadeias não o impediram de proclamar
o Evangelho e de cuidar das igrejas. O evangelho que Paulo pregava era mais
poderoso do que as cadeias e grilhões. As crises não iriam impedi-lo de servir
ao Senhor, pois o testemunho das suas prisões produziu ânimo, coragem e ousadia
nos crentes. Paulo rejeitou a autopiedade. Não queria que ninguém sentisse pena
dele e perdesse o ardor pela obra de Deus. Seu alvo era glorificar a Jesus
Cristo mediante o seu trabalho. [Comentário: Em Filipenses 4.11-14 Paulo ressalta ser livre da opressão da
necessidade. Sua alegria não se deve a ter suas necessidades satisfeitas, mas
ao fato de que a preocupação dos filipenses está fundamentada no Senhor. O
relacionamento de Paulo com Deus tem-no conduzido a um senso de contentamento
que transcende sua circunstância imediata. Paulo experimentou tanto a
necessidade quanto a abundância. (A palavra usada para ‘necessidade’ aqui, é a
mesma para a humilhação de Cristo no capítulo 2.8 de Filipenses; mas, devido a
este contexto, provavelmente se refere à privação econômica). Ele então emprega
dois conjuntos de verbos contrastantes para mostrar os extremos através dos
quais experimentou contentamento: quando estava bem alimentado, quando teve
fome, quando viveu períodos de abundância e quando padeceu necessidades.
Através de todas estas situações, descobriu o segredo do contentamento. Em uma
conclusão triunfal, no verso 13 revela a sua principal fonte de contentamento:
‘Posso todas as coisas, naquele que me fortalece’. Este contexto do verso tem
sido frequentemente transgredido, e esta verdade tem sido colocada a serviço de
extravagâncias caprichosas. O apóstolo está claramente se referindo à grande
variedade de suas próprias experiências. [Comentário Bíblico Pentecostal
Novo Testamento. 2.ed., RJ: CPAD, 2004, p.1313. Pelo relato de Lucas em
Atos 28.30, ficamos sabendo que Paulo permaneceu em prisão domiciliar por dois
anos. Tinha licença de receber visitas, às quais pregava o evangelho. O que
aconteceu a Paulo depois, segundo geralmente se crê, é o que se segue. Durante
esses dois anos, Paulo escreveu as Epístolas aos Efésios, Filipenses,
Colossenses, e a Filemom. Em 63 d.C., aproximadamente, Paulo foi absolvido e
solto. Durante uns poucos anos continuou seus trabalhos missionários, e talvez
tenha ido até à Espanha, conforme planejara (Rm 15.28). Durante esse período,
escreveu 1 Timóteo e Tito. Foi preso de novo cerca de 67 d.C., e levado de
volta a Roma. 2 Timóteo foi escrita durante esse segundo encarceramento em
Roma. A prisão de Paulo só terminou ao ser ele decapitado, sofrendo o martírio
sob o imperador romano Nero.]
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, relacione no quadro alguns dos
sofrimentos enfrentados pelo apóstolo Paulo que estão listados no quadro
abaixo. Peça que um aluno leia Efésios 11.16-25. Em seguida faça a seguinte
indagação: “Como você reage diante das adversidades da vida?” Ouça os
alunos e enfatize que embora Paulo tenha sofrido várias crises, ele
permaneceu servindo ao Senhor com inteireza de coração.
1- “‘Muitas tribulações’ enfrentadas ao servir a
Deus (At 14.22).
2- Sua aflição no ‘espírito’, por causa do pecado
dominante na sociedade (At 17.16).
3 – Servir ao Senhor com ‘lágrimas’ (Ef 2.4).
4 – Sua grande tristeza ao separar-se dos crentes
amados (At 20.17-38), e seu pesar diante da tristeza deles (At 21.13).
5 – A ‘grande tristeza e contínua dor’ no seu
coração, por causa da recusa dos seus ‘patrícios’ em aceitarem o evangelho de
Cristo (Rm 9.2,3).
6 – As muitas provações e aflições que lhes
advieram por causa do seu trabalho para Cristo (2 Co 4.8-12).
7 – Seu pesar e angústia de espírito, por causa do
pecado tolerado dentro da igreja (2 Co 2.1-3).
8 – Seu gemido, por causa do desejo de estar com
Cristo e livre do pecado e das preocupações deste mundo (2 Co 5.1-4).
9 – Suas tribulações por fora e por dentro, por
causa de seu compromisso com a pureza moral e doutrinária da igreja (2 Co 7.5).
10 – O ‘cuidado’ que o oprimia cada dia, por causa
do seu zelo por ‘todas as igrejas’ (2 Co 11.28)” (Bíblia de Estudo Pentecostal.
Rio de Janeiro: CPAD, p. 1785).
II. ABNEGAÇÃO ANTE O SOFRIMENTO
1. A disposição de Paulo em sofrer pelos cristãos
de Filipos (Fp 2.17,18). Paulo fez uma declaração de fé e
serviço a Deus quando escreveu aos filipenses: “E, ainda que seja oferecido por
libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, folgo e me regozijo com todos
vós” (Fp 2.17). Ele usou a figura dos sacrifícios do Antigo Testamento,
especialmente as ofertas de animais. A libação acompanhava o holocausto e a
oferta pacífica (Nm 15.1-10). Nessa libação, era usado vinho que era derramado
no santuário. Paulo se utiliza de uma metáfora para mostrar que ele estava
disposto a oferecer sua vida e seu sangue como oferta perante o Senhor.
Atualmente muitos têm feito da obra do Senhor um meio mercantilista, mas temos
visto também que muitos crentes estão dispostos a dar a sua vida pelo Senhor. [Comentário: Há muitos significados que
poderíamos tomar emprestado para conceituar o termo “obediência”. Como, por
exemplo, “sujeitar-se a vontade de”, “estar sob autoridade de” e “estar
sujeito”. Estes manifestam o sentido estrito e real da expressão obediência. Há
de se destacar, porém, que o apóstolo Paulo quando fala de obediência,
refere-se à virtude — uma disposição firme para praticar o bem — de uma pessoa
que abraçou a fé mediante o Evangelho de Cristo. Aqui, obedecê-lo é encarnar os
valores do Reino de Deus numa perspectiva de se espalhar o bem no mundo. Para
Paulo, a melhor forma de fazer isso é semeando o Evangelho, a mais bela das
notícias para a humanidade. 3º Trimestre de 2013, Lição 5: 04
de Agosto de 2013 - As virtudes dos salvos em Cristo, Título: Filipenses — A
humildade de Cristo como exemplo para a Igreja; Comentarista: Elienai Cabral. Paulo estimula os filipenses a celebrarem juntamente com ele esta tão
grande salvação (Hb 2.3). O apelo de Paulo é contagiante: “regozijai-vos e
alegrai-vos comigo por isto mesmo” (Fp 2.18). A alegria de Paulo é
proveniente do fato de que uma vez que Jesus nos salvou mediante o seu
sacrifício no Calvário, agora o Mestre nos chama para testemunharmos a verdade
desta mesma salvação operada em nós (Fp 2.13). Portanto, alegremo-nos e
regozijemo-nos nisto.]
2. A disposição de Epafrodito (Fp 2.25-30). Epafrodito era como um irmão para Paulo e um cooperador nos combates.
Ele é um modelo de crente servidor. Muitos são como Epafrodito, pois embora
enfrentando diversos tipos de crises, estão sempre prontos a servir. Ele foi
portador de uma oferta da igreja de Filipos para Paulo. O apóstolo deixa claro
que esse companheiro sabia confortá-lo nas horas tristes de sua solidão. [Comentário: Epafrodito, cujo nome
significa “amoroso”, era um dos líderes da igreja de Filipos, um ardoroso
cristão daquela comunidade cristã. Foi o escolhido para levar a ajuda que a
Igreja enviava ao Apóstolo Paulo que, na ocasião, encontrava-se aprisionado.
Epafrodito, após cumprir sua missão adoeceu e só após o seu restabelecimento é
que pôde portar a Epístola aos Filipenses. No artigo EPAFRODITO, O AMOROSO, o
Pr Sylvio Macri escreve: “O percurso de Filipos a Roma era longo, podendo levar
semanas. Pela maneira como Paulo se expressa nos versículos 19 a 30, conclui-se
que Epafrodito adoeceu não muito tempo depois de chegar a Roma. Paulo nos informa
que a doença o levou à beira da morte, e que a notícia dessa enfermidade chegou
a Filipos e deixou os irmãos dali muito preocupados. Entretanto, enquanto
Epafrodito permanecia em Roma ministrando a Paulo, veio-lhe a informação de que
os irmãos souberam do que lhe ocorrera, e agora ele foi quem se preocupou com
os filipenses. Parece que Paulo já tinha planejado escrever uma carta dando
notícias suas aos filipenses e agradecendo-lhes o envio da oferta e de
Epafrodito, carta essa que enviaria por meio de Timóteo. Mas mudou de planos e
resolveu mandar Epafrodito de volta e com ele a carta, que é essa que temos na
Bíblia. Nela Paulo fez questão de explicar que Epafrodito insistira em
permanecer com ele e em cumprir a missão que lhe fora dada pela igreja, mas o apóstolo
entendeu que seria melhor ele voltar logo, para aliviar a angústia de todos.
Paulo tem Epafrodito em alta conta. Chama-o de “meu irmão”, do mesmo modo que
chama Timóteo de “filho”, isto é, alguém com quem tem profunda intimidade e
identidade. Também o chama de “cooperador”, tradução de um termo grego que
significa “aquele que trabalha lado a lado”. E de “companheiro de lutas”, um
termo militar que significa “aquele que combate lado a lado.” E ainda, pelo
fato de ter arriscado sua vida para suprir-lhe as necessidades, Paulo exorta a
igreja de Filipos a recebê-lo com alegria e honra. Nestes tempos em
que os pastores se queixam tanto de solidão no ministério, é reconfortante ler
sobre a beleza desse relacionamento entre Paulo e Epafrodito. Que Deus nos dê
mais Epafroditos. Texto extraído de:http://prazerdapalavra.com.br/colunistas/sylvio-macri/16014-epafrodito-o-amoroso-sylvio-macri.]
3. Paulo e os judaizantes (Fp 3.1-8). Na igreja de Filipos, havia um grupo de judeus que se diziam
convertidos, mas negavam o Evangelho que Paulo pregava. Eram falsos mestres que
se apresentavam como apóstolos. Esse grupo queria impor os costumes e ritos
judaicos para os cristãos, como por exemplo, a circuncisão e a guarda do sábado
para a obtenção da salvação. Paulo teve que enfrentar algumas crises dentro da
Igreja do Senhor por causa daqueles que rejeitavam seu ensino e não acreditavam
no seu apostolado. Mas, em Jesus Cristo, venceu todas elas. [Comentário: Pela epístola sabemos que
Paulo tinha uma grande afeição pelos irmãos de Filipos, por isso suas orações e
ações de graças por essa igreja eram constantes. Localizada no Norte da Grécia,
foi fundada por Filipe II. Outras cidades como Anfípolis, Apolônia, Tessalônica
e Bereia também faziam parte daquela região (At 17.1,10). Filipos, porém, era
uma colônia romana (At 16.12) e um importante centro mercantil, pois estava
situada no cruzamento das rotas comerciais entre a Europa e a Ásia. Por volta
do ano 52 d.C, o apóstolo Paulo, acompanhado por Silas e Timóteo, empreendeu
uma segunda viagem missionária (At 15.40; 16.1-3). Ao entrar numa cidade
estrangeira, a estratégia usada por Paulo para anunciar o Evangelho era sempre
a mesma: dirigir-se em primeiro lugar a uma sinagoga. Ali, o apóstolo esperava
encontrar judeus dispostos a ouvi-lo. Mas, na sinagoga de Filipos, havia uma
comunidade não muito inclinada a escutá-lo. Por isso, Paulo concentrou-se num
lugar público e informal para falar a homens e mulheres desejosos por discutir
assuntos religiosos. Lá, o apóstolo encontrou Lídia, de Tiatira, uma
comerciante que negociava púrpura (At 16.14). Ela se converteu a Cristo e levou
o primeiro grupo de cristãos de Filipos a congregar-se em sua casa. No lar da
irmã Lídia, a igreja começou a florescer (At 16.15-40). Entretanto, Paulo
anseia por ver os filipenses. Ele espera que, mui brevemente, seja ele
satisfeito (2.24). O confinamento numa prisão impede-o de realizar seu anseio
de imediato. Assim, Paulo, mesmo à distância, cumpre um ministério pastoral de
oração. As orações de Paulo encorajam seus leitores a agir segundo o pedido
contido nas orações. Amor neste contexto é, aparentemente, o amor mútuo entre
os crentes (cf. 1Ts 3.12; cf. 4.9). Contudo, é dom de Deus, e sinal de Sua
graça na era messiânica, que veio substituir a religião da Torah (cf. Collange).
A oração de Paulo é para que os filipenses possam expressar seu amor em seus
relacionamentos mútuos, à medida que vão reconhecendo aquilo que precisa ser
feito, numa determinada situação e, em seguida, aplicar o conhecimento. Talvez
seu olho já estivesse focalizando uma comunidade onde havia tendência para o
egoísmo, desunião, e acusação mútua (2.2; 2.14; 4.lss.). Uma das
características tristes desta igreja era a confusão nos assuntos morais, que os
tornava presa fácil dos mestres sectários, que são condenados no capítulo 3.
Dois resultados seguem-se pelo cultivo destas virtudes. Um deles é que os
filipenses possam aprovar as coisas excelentes, e em seguida, ao nível do
caráter cristão, que possam ser sinceros e inculpáveis, preparando-se para o dia
escatológico da prova (Rm 2.16).http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao1-fhc-3tr13-pauloeaigrejaemfilipos.htm. A maior provação de Paulo era a tristeza que sentia e experimentava
por causa dos que distorciam o evangelho de Cristo. Seu amor a Cristo, à igreja
e à verdade redentora, era tão forte que o levou a opor-se energicamente
àqueles que pervertiam a doutrina pura, e a descrevê-los como "cães"
e "maus obreiros" (ver 1.17; Gl 1.9; cf. Mt 23). O termo grego
"circuncisão", como é empregado por Paulo aqui, significa
"mutiladores do corpo" e refere-se ao rito da circuncisão segundo o
ensino dos falsos mestres judaizantes, afirmando que o sinal da circuncisão
conforme o AT era necessário à salvação. Paulo declara que a verdadeira
circuncisão é uma obra do Espírito no coração da pessoa, pela qual o pecado e o
mal são cortados (v. 3; Rm 2.25-29; Cl 2.11).]
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“O amor e a solicitude de Paulo pelos filipenses
era tão grande, que ele estava disposto a dar a sua vida por eles, como se
fosse uma oferenda a Deus. (1) Paulo não lastimaria; antes se regozijaria como
a vítima do sacrificio, se assim os filipenses passassem a ter mais fé em
Cristo e mais amor a Ele. (2) Já que Paulo tinha tamanho amor sacrificial pelos
seus filhos espirituais na fé, que sacrifícios e sofrimentos devemos estar
dispostos a enfrentar em prol da fé dos nossos próprios filhos? Para que nossos
filhos tenham uma vida dedicada ao Senhor, se necessário for, devemos dar até a
nossa vida como oferta ao Senhor” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de
Janeiro: CPAD, p. 1827).
III. APRENDENDO A VENCER AS CRISES
1. A crise da falta de firmeza espiritual (Fp 4.1). No capítulo 4 da Epístola aos Filipenses, o apóstolo Paulo exorta a
igreja de Filipos acerca de algumas distorções que estavam produzindo
dissensões entre os irmãos. Eram problemas de ordem social e também
doutrinária. Paulo exorta aos crentes para que permaneçam firmes no Senhor. [Comentário: As adversidades
ministeriais na vida do apóstolo Paulo eram amenizadas na demonstração de amor
das igrejas plantadas por ele. Ao longo deste trimestre, veremos o quanto a
igreja de Filipos foi pastoreada por aquele que não media esforços nem limites
para proclamar o Evangelho: o apóstolo Paulo. Dois resultados seguem-se pelo
cultivo destas virtudes. Um deles é que os filipenses possam aprovar as coisas
excelentes, e em seguida, ao nível do caráter cristão, que possam ser sinceros
e inculpáveis, preparando-se para o dia escatológico da prova (Rm 2.16). O
verbo aprovar (gr. dokimazein) significa “pôr sob teste” (1Ts 5.21) e depois
“aceitar quando testado”, ou “aprovar”. Como termo comercial, era usado para
denotar o teste de moedas. As que eram “aprovadas”, eram dinheiro genuíno,
não-falsificado. A ideia de “teste” era, evidentemente, algo muito familiar, e
favorito, para Paulo (veja-se Rm 12.2; 1Co 3.13; 11.28; 2Co 8.22; 13.5; Gl 6.4;
1Ts 2.4). A ideia é que os leitores de Paulo possam ter a habilidade de
discernir, e depois praticar, em suas vidas coletivas, como crentes, os
assuntos realmente importantes do viver comunitário. Para o cristão, a Torah
foi substituída pelo amor (v. 9), como critério importantíssimo para o
julgamento moral. A chamada aos filipenses é para serem sinceros e inculpáveis,
simultaneamente. Talvez estes adjetivos devam ser tomados de modo complementar,
o primeiro sugerindo um elemento positivo, de autenticidade, e o segundo, assegurando-lhes,
negativamente, que não deveria haver falta em seu caráter. Inculpáveis pode
carregar um sentido transitivo: “que não causa ofensa” para outra pessoa (cf.
1Co 10.32; At 24.16). http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao1-fhc-3tr13-pauloeaigrejaemfilipos.htm]
2. A crise da desarmonia (Fp 4.2,3). Em Filipos, havia duas irmãs que muito fizeram pela igreja, mas que,
naqueles dias, estavam em desarmonia. Tudo indica que elas tinham uma grande
importância na Igreja. É provável que elas tenham tido uma desavença e não
conseguiam ter um mesmo parecer. Sem dúvida, permitiram que a força da carne
predominasse dividindo a igreja. Paulo roga às duas mulheres que mudassem de
atitude, pois estavam promovendo divisão e quebrando a autoridade apostólica.
Assim, Paulo pedia que elas tivessem o mesmo sentimento no Senhor. [Comentário: A verdadeira essência da
unidade do Espírito consiste em viver de modo digno (Ef 4.1-3), permanecendo
firme num só espírito e propósito (Ef 4.3), combatendo lado a lado como
guerreiros pela propagação e defesa do evangelho, segundo a revelação
apostólica (Ef 4.13-15) e defendendo juntamente a verdade do evangelho contra aqueles
que são "inimigos da cruz de Cristo" (3.18). Observemos que
"espírito", aqui, tem o sentido de disposição mental, ânimo, zelo,
propósito, dedicação, diligência e não o espírito humano em si (Fp 1.27). “Eu
exorto a Evódia e rogo e a Síntique a serem unânimes, no Senhor.” (Fl 4,2). “Paulo
sabia da importância para a Comunidade de Filipos o trabalho delas, mas
contendas entre elas podia colocar tudo a perder. A solução encontrada por
Paulo foi chamar a atenção das duas e pedir também a outras pessoas que as
auxiliassem nessa empreitada pela paz, pois ali, na igreja de Filipos, não
havia lugar para disputas e fofocas. Paulo não se detém nos detalhes da questão
e nem menciona o motivo da discórdia, mas é o que menos importa quando temos
diante de nós um objetivo maior, sermos instrumentos usado por Deus. Paulo
tinha um objetivo claro: tornar conhecido a pessoas de Jesus Cristo, os
evangelizadores eram instrumentos na mão de Deus. A história de Evódia e
Síntique termina ali, não encontramos mais citações bíblicas, mas o ensinamento
deixado para nós evangelizadores é enorme. A preocupação de Paulo é nossa
preocupação devemos estar atentos e nunca fomentar comentários destrutivos da
comunidade e sim cortar o mal pela raiz logo que essa erva daninha começar a brotar.” Trecho
entre aspas extraído de: http://www.abiblia.org/ver.php?id=7279]
3. Vencendo as crises. Paulo declara que já aprendera, com o Senhor, a contentar-se em
quaisquer circunstâncias: na abundância, na fome e na fartura. Tendo tudo ou
não tendo nada, ele sabia superar as dificuldades porque Cristo o fortalecia.
Aos coríntios, declarou a respeito do seu aprendizado na obra do ministério:
“Até esta presente hora, sofremos fome e sede, e estamos nus, e recebemos
bofetadas, e não temos pousada certa, e nos afadigamos,
trabalhando com nossas próprias mãos; somos injuriados e bendizemos; somos
perseguidos e sofremos; somos blasfemados e rogamos; até ao
presente, temos chegado a ser como o lixo deste mundo e como a escória de
todos” (1 Co 4.11-13). Na verdade, tudo o que Paulo desejava era mostrar a sua
alegria em toda e qualquer circunstância. Sua alegria e contentamento
resultavam da comunhão do apóstolo com o Senhor. [Comentário: “Posso todas as coisas
naquele que me fortalece”. Com certeza este é um dos textos mais conhecidos
e citados das Escrituras Sagradas. Todavia, na maioria das vezes é mencionado
de forma equivocada, fora do seu contexto. Paulo escreveu à igreja de Filipos
quando se encontrava preso em Roma. Ele queria agradecer os irmãos filipenses
pela oferta generosa que eles haviam enviado. O apóstolo dos gentios estava
atravessando um momento difícil, todavia, ele conforta os irmãos mostrando que
durante seu ministério aprendeu tanto a ter fartura como a padecer
necessidades. Os adeptos da Teologia da Prosperidade tomam esse texto fora do
seu contexto e utilizam-no indevidamente, fazendo com que muitos crentes
acreditem que podem possuir o que quiserem, já que é Deus quem lhes garante
isso. O melhor remédio para a preocupação é a oração, e isto pelas seguintes
razões: (1) Mediante a oração, renovamos nossa confiança na fidelidade do
Senhor, ao lançarmos nossas ansiedades e problemas sobre aquEle que tem cuidado
de nós (Mt 6.25-34; 1 Pe 5.7). (2) A paz de Deus vem guardar nossos corações e
mentes, como resultado da nossa comunhão com Cristo Jesus (vv. 6,7; Is 26.3; Cl
3.15). (3) Deus nos fortalece, para fazermos todas as coisas que Ele quer que
façamos (v. 13; 3.20; Ef 3.16). (4) Recebemos misericórdia, graça e ajuda em
tempos de necessidade (Hb 4.16). (5) Temos certeza de que todas as coisas que
Deus permite que nos aconteçam concorrerão para o nosso bem (ver v. 11; Rm
8.28) http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao1-fhc-3tr13-pauloeaigrejaemfilipos.htm. Em uma conclusão triunfal, no verso 13 revela a sua principal fonte de
contentamento: ‘Posso todas as coisas, naquele que me fortalece’. Este contexto
do verso tem sido frequentemente transgredido, e esta verdade tem sido colocada
a serviço de extravagâncias caprichosas. O apóstolo está claramente se
referindo à grande variedade de suas próprias experiências (Fp 4.12)” Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed., RJ: CPAD, 2004, p.1313.]
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Como ovelhas para o matadouro (Rm 8.36)
As adversidades alistadas pelo apóstolo nos versículos 35,36 de Romanos
8, têm sido experimentadas pelo povo de Deus através dos tempos. Nenhum crente
deve estranhar o fato de experimentar adversidades, perseguição, fome, pobreza
ou perigo. Aflições e calamidades não significam, decerto, que Deus nos
abandonou, nem que Ele deixou de nos amar. Pelo contrário, nosso sofrimento
como crentes, abrir-nos-á o caminho pelo qual experimentaremos mais do amor e
do consolo de Deus (2 Co 1.4,5). Paulo nos garante que venceremos em todas essas
adversidades e que seremos mais que vencedores por meio de Cristo” (Bíblia de
Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 1714)
CONCLUSÃO
O contentamento de Paulo diante das crises era
resultado da sua comunhão com Deus. Ele aprendera com o Senhor a se contentar
em toda e qualquer circunstância. Que possamos seguir o exemplo de Paulo e
aprender com o Senhor a ter paz e contentamento mesmo enfrentando uma crise. [Comentário: Embora muitas traduções modernas
como a NVI, ARA e BJ traduzam o verso praticamente igual como “tudo posso
naquele que me fortalece”, aqui a NTLH traz uma tradução bastante interessante
“Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação”. Esta
tradução é salutar, pois coloca a ênfase em Cristo e demonstra que o objetivo não
é as conquistas do homem e sim sua capacitação para, com Cristo, enfrentar as
situações, tão adversas quanto forem, que a vida traz. Logicamente, o
contentamento é um estágio difícil de ser atingido, e para que isto aconteça é
necessário atravessarmos crises. Paulo chega a enumerar as diversas crises que
teve que enfrentar. Devemos compreender que as provações fazem parte do plano
de Deus para promover a maturidade cristã. As fontes que promovem as provações
são muitas e variadas. As provações podem vir diretamente de Deus, a exemplo do
que ocorreu com Abraão em Gênesis 22; de Satanás, no caso de Jó (Jó 1.6-12); do
nosso semelhante, como no episódio em que os irmãos de José lhe intentaram o
mal (Gn 37.14-28; 50.20); e das mais diversas circunstâncias desencadeadas nos
planos religiosos, políticos, sociais e econômicos, dentre tantos outros. Não
obstante, uma coisa é absolutamente certa, Deus está monitorando cada uma delas
visando nossa edificação! Entendendo isso, Paulo, entusiasticamente fez a
seguinte confissão: “Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da
sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi
todas as coisas e as considero como refugo, para conseguir Cristo” (Fp 3.8)] “NaquEle
que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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