sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

LIÇÃO 13: A FIDELIDADE DE DEUS

 
SUBSÍDIO I

A fidelidade de Deus

Quem dentre nós não está passando por alguma crise? Se não for de caráter individual, no mínimo coletivo. O país está quebrado, os estados federativos em profunda crise, as prefeituras não têm como garantir o atendimento básico necessário para a população: Saúde, Educação e Segurança (embora majoritariamente seja de responsabilidade do Governo do Estado). E as enfermidades que assolam a família?!
As palavras de Jesus nos despertam para uma tamanha realidade que o divino mestre chamou atenção: “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo eu venci o mundo” (Jo 16.33). A expressão “Tenho-vos dito isso” refere-se ao seu processo de martírio e posterior ressurreição. Haveria um momento em que, com a morte do Senhor, os discípulos seriam dispersos. Medo, angústia e covardia seriam os sentimentos mais naturais. Mas o divino mestre diz que ao conhecer toda a realidade que o próprio Filho de Deus estava revelando para eles, os discípulos deveriam ter paz para resistir a aflição sem perder o ânimo sempre olhando para o exemplo de resistência do nosso Senhor na Cruz do Calvário.
O nosso desafio hoje é aprendermos a enfrentar as crises sem perder a paz e o ânimo. Um bom começo é obedecendo ao ensino de Jesus em João 16 e ampliando essa reflexão à carta do apóstolo Paulo aos Efésios, quando ele escreve: “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (5.18-20). Ora, a expressão “não vos embriagueis com vinho, em que há contendas” representa tudo que do ponto de vista humano e material traz confusão, briga e falta completa de sobriedade e discernimento do tempo em que estamos vivendo. Por isso, o apóstolo nos convida a “enchei-vos do Espírito”, alimentado sempre a nossa alma como cânticos espirituais, com hinos, com salmos e testemunhos, isto é, tudo aquilo que nos aproxima de Deus e do seu Santo Espírito.
Assim, com a mente voltada para Cristo Jesus e com a disposição de não perder a paz nem o discernimento, somos convidados a viver uma vida suficientemente em Cristo a fim de superar toda e qualquer crise que tente nos abater. Não perder o ânimo e a paz é o nosso grande desafio! Que o Espírito nos ajude!

 Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 68 – out./nov./dez. de 2016. 

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Na última aula destacamos que Paulo aprendeu a se contentar com o que tinha em todas as circunstâncias, tendo em vista que a fonte da sua alegria era Cristo, não as condições materiais, nem mesmo a oferta dos filipenses. Hoje nos voltaremos para a apreciação do Apóstolo em relação à contribuição daqueles irmãos. Mostraremos que ele recebeu o suprimento como um sacrifício agradável a Deus, colocando o foco não nele mesmo, mas em Deus, sendo Este o Único digno de honra e glória. 

1. O RECEBIMENTO DA OFERTA POR PAULO

Paulo recebeu a oferta dos crentes filipenses com gratidão, não com um espírito de ganância, como fazem alguns evangélicos contemporâneos. Como ele mesmo expressou em Fp. 4.17, seu foco não estava nos presentes. Ele havia aprendido o segredo do contentamento, esse mistério que se encontra em Cristo, a fonte da verdadeira alegria. Essa é uma demonstração de maturidade, nem todos a alcançaram. Há obreiros totalmente dependentes das circunstâncias, que se distraem com qualquer tribulação. Esses certamente passarão por muitas provas, até que sejam capazes de tirar as lições dadas por Deus através do Apóstolo. A escola de Deus é o inverso da humana, primeiro passamos pela prova, depois extraímos a lição. Somente aqueles que passam por esse aprendizado podem dizer como Paulo: “tudo posso em Cristo que me fortalece” (Fp. 4.13). Quando o cristão chega a esse nível de maturidade, então é capaz de depender de Deus, e colocar nEle sua confiança. Tal como o salmista, poderá afirmar: o Senhor é o meu pastor e de nada tenho falta (Sl. 23.1). Essa é a tradução aproximada do texto no hebraico, o Senhor, de fato, é nosso Pastor, mesmo que falte alguma coisa, Ele é nossa suficiência. Para o obreiro que confia em Deus, as ofertas que chegam às suas mãos são sacrifícios, agradáveis a Deus. Primeiramente porque sabe que se trata de uma provisão de Deus, a expressão de renúncia dos irmãos. Além disso, é uma demonstração de generosidade, atitude pouco comum, em virtude da natureza egocêntrica do ser humano. Paulo diz aos crentes filipenses, e por extensão, a nós, que Deus supre as necessidades daqueles que contribuem para a obra do Senhor. De vez em quando alguém quer se apropriar indevidamente de Fp. 4.19, requerendo o suprimento das necessidades, sem predisposição para o sacrifício da oferta. O agricultor investe alguns grãos na terra, a fim de, no futuro, possa colher os seus frutos, assim acontece com aqueles que contribuem para o crescimento do Reino de Deus (II Co. 9.6). Em uma sociedade que endeusou Mamom, curvando diante do Mercado, é um sacrifício ofertar, mas essa é uma demonstração de submissão ao senhorio de Cristo (Mt. 6.24).

2. COMO SACRIFÍCIO AGRADÁVEL A DEUS

Deus ama aqueles que entregam suas ofertas com alegria, não porque são coagidos a fazê-lo, mas com generosidade (II Co. 9. 7). Paulo reconheceu que a atitude dos crentes filipenses era um exercício de sacrifício. Esse é um sentimento que precisa ser cultivado pelos obreiros do Senhor. Nem todos atentam para o fato de que muitos abrem mão do pouco que ganham para investir no Reino. Em uma sociedade de consumo, na qual todo dinheiro é pouco, somente os que são fiéis a Deus podem ser generosos. Os obreiros, ao invés de coagir os crentes à doação, devem orientá-los, ao desprendimento. Ao mesmo tempo, serem compreensíveis, e motivando aqueles que têm dificuldade para tal. Eles precisam ser ensinados que na medida em que doam ao outro, menos colocam o foco em neles mesmos. É o que faz Paulo em Fp. 4.17, inicialmente revela que seu propósito maior não é a dádiva, mas o aumento da conta espiritual dos crentes. O Apóstolo faz uso de uma metáfora contábil, o verbo grego pleonazein, traduzido por “que aumente”, mostra que os crentes têm um banco espiritual no qual precisam investir. Jesus também ensinou Seus discípulos a depositarem não apenas o dinheiro, mas a fé, na eternidade (Mt. 6.19,20). A oferta é um ato espiritual que tem uma dimensão escatológica. Aqueles que o fazem com alegria estão mostrando, não apenas a Deus, mas a eles mesmos, que miram em riquezas eternas. Os líderes da teologia da ganância têm explorado essas passagens bíblicas para explorarem seus adeptos. A teologia da barganha tem campeado nos arraias pseudopentecostais. Os cristãos evangélicos precisam ter cuidado com esses lobos devoradores (II Co. 12.14-18). Por outro lado, não podem deixar de reconhecer que aqueles que ofertam ao Senhor, exercitam a generosidade, se o fizerem com alegria. Dízimos e ofertas devem ser entregues à igreja, mas isso não exime o crente de atentar para os necessitados. Lembremos, pois, da orientação do sábio: “quem se compadece do pobre ao Senhor empresta” (Pv. 19.17), e que “mais bem-aventurado é dar do que receber” (At. 20.35).

3. PORQUE DEUS É FIEL

Descansamos na certeza de que Deus é fiel, em todas as circunstâncias da vida, mesmo diante das crises. Sendo assim, somente aqueles que desfrutam da paz de Deus, podem sossegar suas almas diante das intempéries que nos assola. E porque Ele é fiel, e prova Seu amor para conosco, tendo entregue Seu Filho por nós, devemos também demonstrar amor para nossos irmãos (Jo. 3.16; I Jo. 3.16). Os tempos de crise são oportunidades para que demonstremos generosidade, e nos voltemos para os outros, a fim de ajudar aqueles que estão em necessidade (Mt. 22.34-40). O amor cristão exige desprendimento, ou seja, disposição para abrir mão do que tem em prol dos outros (I Co. 13). Vivemos em uma sociedade extremamente individualista, cada um faz o que lhe agrada, na maioria das vezes, sem se preocupar com o próximo. O capitalismo selvagem está lançando as pessoas cada vez mais para longe uma das outras. O consumismo também faz com que as pessoas queiram sempre mais. Essa doença está adentrando até mesmo as igrejas evangélicas. Tais atitudes são totalmente contrárias àquelas dos crentes de Jerusalém do primeiro século, que eram sensíveis às carências uns dos outros (At. 4.34-37). Paulo não sofria dessa enfermidade espiritual, antes de qualquer coisa, aprendeu a estar contente, independentemente das situações (Fp. 4.12). Por isso, tanto sabia ter fartura quanto padecer necessidade, nada o tirava do centro, que é Cristo. Ele é Aquele que o fortalecia, mesmo na prisão em Roma, e passando por momentos de privações (Fp. 4.13). Há líderes evangélicos que citam esse texto indevidamente, sem atentar para o contexto, eles preferem apenas com o “tudo posso naquele que me fortalece”. No contexto, Paulo mostra que tanto podia viver em fartura quanto em necessidade. É bom saber viver a partir da porção acostumada, como disse o sábio judeu (Pv. 30.7-10).

CONCLUSÃO

As crises políticas e econômicas são cada vez mais contundentes porque a sociedade elegeu valores invertidos. Os políticos, ao invés de governarem para o povo, buscam locupletarem-se, enriquecendo-se ilicitamente. O dinheiro, configurado no mercado, se tornou um deus, diante do qual as pessoas se dobram. O desafio da igreja, nessa sociedade materialista e consumista, é o de viver para as pessoas, e se sacrificar em amor, a fim de que o nome de Jesus seja glorificado. Como Paulo, devemos aprender a viver em contentamento, e saber fazer a diferença entre o que nos é essencial e supérfluo, somente assim seremos alegres. 

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Na lição de hoje estudaremos a respeito das adversidades enfrentadas pelo apóstolo Paulo em seu ministério. Veremos que ele aprendeu, com a ajuda do Senhor, a lidar com cada uma e a vencê-las. Apesar das dificuldades Paulo pregou a Palavra de Deus, fundou igrejas e escreveu várias cartas. Algumas de suas epístolas foram escritas enquanto ele estava na prisão. A vida de Paulo é um exemplo de como podemos vencer as crises e permanecer fiéis ao Senhor. [Comentário: Concluindo o trimestre, entendemos com Paulo que a satisfação e a suficiência do crente vêm de Cristo e independem da abundância ou da escassez de bens materiais. O segredo do contentamento, da satisfação, é reconhecermos que Deus nos concede, em cada circunstância, tudo quanto necessitamos para uma vida vitoriosa em Cristo (1Co 15.57; 2Co 2.14; 1Jo 5.4). Nossa capacidade de viver vitoriosamente acima das situações instáveis da vida provém do poder de Cristo que flui em nós e através de nós (v. 13; ver 1Tm 6.8). Isso não ocorre de modo natural; precisamos aprender na dependência de Cristo. O poder e a graça de Cristo permanecem no crente para capacitá-lo a fazer tudo quanto Ele o mandou fazer. Nesta lição, a leitura bíblica em classe traz um trecho de Filipenses, onde Paulo agradece a ajuda recebida. A igreja filipense era uma igreja missionária, que supria as necessidades de Paulo durante suas viagens (1.4,5; 4.15-17). Sustentar os missionários no seu trabalho em prol do evangelho, é obra dignificante e aceita por Deus, "como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível" a Ele (v. 18). Por isso, aquilo que damos para o sustento do missionário fiel, é considerado oferta apresentada a Deus. Tudo que é feito a um dos irmãos, por pequeno que seja, é feito como ao próprio Senhor (Mt 25.40).] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?


I. A FIDELIDADE DE PAULO EM MEIO ÀS CRISES

1. Destemor e ousadia. Na Epístola aos Efésios, Paulo se apresenta como “embaixador em cadeias” (Ef 6.20). Ele tinha consciência de sua missão, especialmente, no mundo gentio; sabia que o Evangelho de Cristo não poderia ficar restrito aos judeus. Por isso, o seu afã missionário o levou a Ásia Menor, Macedônia e Europa. Pregou a Palavra de Deus com zelo, fidelidade e não se deixou abater pelas dificuldades. Embora tenha se tornado um prisioneiro por amor a Cristo, seu espírito era livre. Mesmo preso, não deixou de se preocupar com as igrejas, particularmente com Éfeso e Filipos. Os verdadeiros crentes em Cristo não se intimidam diante das perseguições, tribulações e crises. [Comentário: As experiências de Paulo se tornaram especialmente marcantes e paradigmáticas. O grande apóstolo foi aprisionado várias vezes por ser um cristão, considerava-se um “embaixador em cadeias” e escreveu várias de suas epístolas enquanto preso (At 16.23; 20.23; 21.33; 26.29; 28.20; Rm 16.7; 2 Co 6.5; 11.23; Ef 3.1; 4.1; 6.20; Fp 1.7,13s,17; Cl 4.3,10,18; 2 Tm 1.16; 2.9; Fm 1,9s,13,23). A Epístola aos Hebreus, depois de mencionar “algemas e prisões” como um dos sofrimentos dos servos de Deus, pede aos leitores que se lembrem dos encarcerados, possivelmente irmãos em Cristo (Hb 11.36; 13.2). Durante os três primeiros séculos, nos quais o cristianismo não gozou de status legal no Império Romano, o encarceramento e outras restrições foram experiências dolorosas e frequentes na vida de muitos cristãos. Este texto é parte do artigo Embaixadores em cadeias: Cristãos aprisionados por causa da fé, de Alderi Souza de Matos, disponível em: http://www.mackenzie.br/7118.html. A revelação bíblica demonstra que a providência de Deus não é uma doutrina abstrata, mas que diz respeito à vida diária num mundo mau e decaído.
(1) Toda pessoa experimenta o sofrimento em certas ocasiões da vida e daí surge a inevitável pergunta “Por quê?” (cf. Jó 7.17-21; Sl 10.1; 22.1; 74.11,12; Jr 14.8,9,19). Essas experiências alvitram o problema do mal e do seu lugar nos assuntos de Deus.
(2) Deus permite que os seres humanos experimentem as consequências do pecado que penetrou no mundo através da queda de Adão e Eva. José, por exemplo, sofreu muito por causa da inveja e da crueldade dos seus irmãos. Foi vendido como escravo pelos seus irmãos e continuou como escravo de Potifar, no Egito (37; 39). Vivia no Egito uma vida temente a Deus, quando foi injustamente acusado de imoralidade, lançado no cárcere (39) e mantido ali por mais de dois anos (40.1—41.14). Deus pode permitir o sofrimento em decorrência das más ações do próximo, embora Ele possa soberanamente controlar tais ações, de tal maneira que seja cumprida a sua vontade. Segundo o testemunho de José, Deus estava agindo através dos delitos dos seus irmãos, para a preservação da vida (45.5; 50.20).
(3) Não somente sofremos as consequências dos pecados dos outros, como também sofremos as consequências dos nossos próprios atos pecaminosos. Por exemplo: o pecado da imoralidade e do adultério, frequentemente resulta no fracasso do casamento e da família do culpado. O pecado da ira desenfreada contra outra pessoa pode levar à agressão física, com ferimentos graves ou até mesmo o homicídio de uma das partes envolvidas, ou de ambas. O pecado da cobiça pode levar ao furto ou desfalque e daí à prisão e cumprimento de pena.
(4) O sofrimento também ocorre no mundo porque Satanás, o deus deste mundo, tem permissão para executar a sua obra de cegar as mentes dos incrédulos e de controlar as suas vidas (2Co 4.4; Ef 2.1-3). O NT está repleto de exemplos de pessoas que passaram por sofrimento por causa dos demônios que as atormentavam com aflição mental (e.g., Mc 5.1-14) ou com enfermidades físicas (Mt 9.32,33; 12.22; Mc 9.14-22; Lc 13.11,16).
Dizer que Deus permite o sofrimento não significa que Deus origina o mal que ocorre neste mundo, nem que Ele pessoalmente determina todos os infortúnios da vida. Deus nunca é o instigador do mal ou da impiedade (Tg 1.13). Todavia, Ele, às vezes, o permite, o dirige e impera soberanamente sobre o mal a fim de cumprir a sua vontade, levar a efeito seu propósito redentor e fazer com que todas as coisas contribuam para o bem daqueles que lhe são fiéis (ver Mt 2.13; Rm 8.28. Este texto foi extraído de: BEP – CPAD, disponível em: http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao7-avp-1tr12-tudopossonaquelequemefortalece.htm]
2. Alegria em meio às crises. Paulo demonstrou alegria pelo bom testemunho e fidelidade dos filipenses. Os crentes de Filipos não temiam defender e confirmar aqueles que haviam recebido Cristo por Senhor e Salvador. Mesmo estando prisioneiro, não se deixou abater, antes se regozijava porque os filipenses participavam da sua vida de modo especial, sofrendo com ele. Atualmente muitos não admitem mais que os crentes sofram. Contudo, o Senhor Jesus nos alertou que, no mundo teríamos aflições. Podemos ver também que embora Paulo fosse um crente fiel, enfrentou açoites, naufrágio e apedrejamento. As crises que ele enfrentou não roubaram a sua alegria e não fizeram dele um homem amargurado. Não permita que as crises enfraqueçam a sua fé e roubem a sua alegria. [Comentário: A grande maioria dos teólogos acredita que Paulo escreveu a Epístola aos Filipenses durante uma de suas prisões, talvez em Roma ou Éfeso. Segundo Francis Davidson “Houve duas razões principais que induziram o apóstolo a escrever aos filipenses. A primeira, para hipotercar-lhes sua gratidão pelo fato de eles, simpatizando com seu apostolado e partilhando de suas aflições, lembrarem-se de enviar-lhe algumas dádivas por intermédio de Epafrodito, um de seus membros (Fil. 4:10-18). A segunda, para corrigir algumas pequenas desordens existentes no seio da igreja” DAVIDSON, Francis. O Novo Comentário da Bíblia, 3.ª Edição, São Paulo, SP: Editora Vida Nova, Editado em português pelo Dr. Russel P. Shedd, 1995, Reimpressa em 2003, p. 1269. Nas palavras do saudoso Merril Frederick Unger..  “...Seu tema é a adequação de Cristo a todas as experiências da vida – privação, perseguição, dificuldades, sofrimento e também prosperidade e popularidade. Cristo dá alegria e triunfo venha o que vier, desde que a ele se conceda o centro da vida” UNGER, Merril Frederick. Manual Bíblico Unger, Reimpressão Revisada da 1.ª Edição, São Paulo, SP: Editora Vida Nova, Revisada por Gary N. Larson, 2008, p.555. Portanto, Paulo escreveu palavras motivadoras aos seus leitores, em meio à intensa tribulação a que estava condicionado no momento!http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/tudo-posso-naquele-que-me-fortalece-filipenses-4-13-ara.]

3. Servindo a Deus em meio às crises. Paulo estava preso em Roma, mas as cadeias não o impediram de proclamar o Evangelho e de cuidar das igrejas. O evangelho que Paulo pregava era mais poderoso do que as cadeias e grilhões. As crises não iriam impedi-lo de servir ao Senhor, pois o testemunho das suas prisões produziu ânimo, coragem e ousadia nos crentes. Paulo rejeitou a autopiedade. Não queria que ninguém sentisse pena dele e perdesse o ardor pela obra de Deus. Seu alvo era glorificar a Jesus Cristo mediante o seu trabalho. [Comentário: Em Filipenses 4.11-14 Paulo ressalta ser livre da opressão da necessidade. Sua alegria não se deve a ter suas necessidades satisfeitas, mas ao fato de que a preocupação dos filipenses está fundamentada no Senhor. O relacionamento de Paulo com Deus tem-no conduzido a um senso de contentamento que transcende sua circunstância imediata. Paulo experimentou tanto a necessidade quanto a abundância. (A palavra usada para ‘necessidade’ aqui, é a mesma para a humilhação de Cristo no capítulo 2.8 de Filipenses; mas, devido a este contexto, provavelmente se refere à privação econômica). Ele então emprega dois conjuntos de verbos contrastantes para mostrar os extremos através dos quais experimentou contentamento: quando estava bem alimentado, quando teve fome, quando viveu períodos de abundância e quando padeceu necessidades. Através de todas estas situações, descobriu o segredo do contentamento. Em uma conclusão triunfal, no verso 13 revela a sua principal fonte de contentamento: ‘Posso todas as coisas, naquele que me fortalece’. Este contexto do verso tem sido frequentemente transgredido, e esta verdade tem sido colocada a serviço de extravagâncias caprichosas. O apóstolo está claramente se referindo à grande variedade de suas próprias experiências. [Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed., RJ: CPAD, 2004, p.1313. Pelo relato de Lucas em Atos 28.30, ficamos sabendo que Paulo permaneceu em prisão domiciliar por dois anos. Tinha licença de receber visitas, às quais pregava o evangelho. O que aconteceu a Paulo depois, segundo geralmente se crê, é o que se segue. Durante esses dois anos, Paulo escreveu as Epístolas aos Efésios, Filipenses, Colossenses, e a Filemom. Em 63 d.C., aproximadamente, Paulo foi absolvido e solto. Durante uns poucos anos continuou seus trabalhos missionários, e talvez tenha ido até à Espanha, conforme planejara (Rm 15.28). Durante esse período, escreveu 1 Timóteo e Tito. Foi preso de novo cerca de 67 d.C., e levado de volta a Roma. 2 Timóteo foi escrita durante esse segundo encarceramento em Roma. A prisão de Paulo só terminou ao ser ele decapitado, sofrendo o martírio sob o imperador romano Nero.]

SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, relacione no quadro alguns dos sofrimentos enfrentados pelo apóstolo Paulo que estão listados no quadro abaixo. Peça que um aluno leia Efésios 11.16-25. Em seguida faça a seguinte indagação: “Como você reage diante das adversidades da vida?” Ouça os alunos  e enfatize que embora Paulo tenha sofrido várias crises, ele permaneceu servindo ao Senhor com inteireza de coração.
1- “‘Muitas tribulações’ enfrentadas ao servir a Deus (At 14.22).
2- Sua aflição no ‘espírito’, por causa do pecado dominante na sociedade (At 17.16).
3 – Servir ao Senhor com ‘lágrimas’ (Ef 2.4).
4 – Sua grande tristeza ao separar-se dos crentes amados (At 20.17-38), e seu pesar diante da tristeza deles (At 21.13).
5 – A ‘grande tristeza e contínua dor’ no seu coração, por causa da recusa dos seus ‘patrícios’ em aceitarem o evangelho de Cristo (Rm 9.2,3).
6 – As muitas provações e aflições que lhes advieram por causa do seu trabalho para Cristo (2 Co 4.8-12).
7 – Seu pesar e angústia de espírito, por causa do pecado tolerado dentro da igreja (2 Co 2.1-3).
8 – Seu gemido, por causa do desejo de estar com Cristo e livre do pecado e das preocupações deste mundo (2 Co 5.1-4).
9 – Suas tribulações por fora e por dentro, por causa de seu compromisso com a pureza moral e doutrinária da igreja (2 Co 7.5).
10 – O ‘cuidado’ que o oprimia cada dia, por causa do seu zelo por ‘todas as igrejas’ (2 Co 11.28)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 1785). 

II. ABNEGAÇÃO ANTE O SOFRIMENTO

1. A disposição de Paulo em sofrer pelos cristãos de Filipos (Fp 2.17,18). Paulo fez uma declaração de fé e serviço a Deus quando escreveu aos filipenses: “E, ainda que seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, folgo e me regozijo com todos vós” (Fp 2.17). Ele usou a figura dos sacrifícios do Antigo Testamento, especialmente as ofertas de animais. A libação acompanhava o holocausto e a oferta pacífica (Nm 15.1-10). Nessa libação, era usado vinho que era derramado no santuário. Paulo se utiliza de uma metáfora para mostrar que ele estava disposto a oferecer sua vida e seu sangue como oferta perante o Senhor. Atualmente muitos têm feito da obra do Senhor um meio mercantilista, mas temos visto também que muitos crentes estão dispostos a dar a sua vida pelo Senhor. [Comentário: Há muitos significados que poderíamos tomar emprestado para conceituar o termo “obediência”. Como, por exemplo, “sujeitar-se a vontade de”, “estar sob autoridade de” e “estar sujeito”. Estes manifestam o sentido estrito e real da expressão obediência. Há de se destacar, porém, que o apóstolo Paulo quando fala de obediência, refere-se à virtude — uma disposição firme para praticar o bem — de uma pessoa que abraçou a fé mediante o Evangelho de Cristo. Aqui, obedecê-lo é encarnar os valores do Reino de Deus numa perspectiva de se espalhar o bem no mundo. Para Paulo, a melhor forma de fazer isso é semeando o Evangelho, a mais bela das notícias para a humanidade. 3º Trimestre de 2013, Lição 5: 04 de Agosto de 2013 - As virtudes dos salvos em Cristo, Título: Filipenses — A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja; Comentarista: Elienai Cabral. Paulo estimula os filipenses a celebrarem juntamente com ele esta tão grande salvação (Hb 2.3). O apelo de Paulo é contagiante: “regozijai-vos e alegrai-vos comigo por isto mesmo” (Fp 2.18). A alegria de Paulo é proveniente do fato de que uma vez que Jesus nos salvou mediante o seu sacrifício no Calvário, agora o Mestre nos chama para testemunharmos a verdade desta mesma salvação operada em nós (Fp 2.13). Portanto, alegremo-nos e regozijemo-nos nisto.]

2. A disposição de Epafrodito (Fp 2.25-30). Epafrodito era como um irmão para Paulo e um cooperador nos combates. Ele é um modelo de crente servidor. Muitos são como Epafrodito, pois embora enfrentando diversos tipos de crises, estão sempre prontos a servir. Ele foi portador de uma oferta da igreja de Filipos para Paulo. O apóstolo deixa claro que esse companheiro sabia confortá-lo nas horas tristes de sua solidão. [Comentário: Epafrodito, cujo nome significa “amoroso”, era um dos líderes da igreja de Filipos, um ardoroso cristão daquela comunidade cristã. Foi o escolhido para levar a ajuda que a Igreja enviava ao Apóstolo Paulo que, na ocasião, encontrava-se aprisionado. Epafrodito, após cumprir sua missão adoeceu e só após o seu restabelecimento é que pôde portar a Epístola aos Filipenses. No artigo EPAFRODITO, O AMOROSO, o Pr Sylvio Macri escreve: “O percurso de Filipos a Roma era longo, podendo levar semanas. Pela maneira como Paulo se expressa nos versículos 19 a 30, conclui-se que Epafrodito adoeceu não muito tempo depois de chegar a Roma. Paulo nos informa que a doença o levou à beira da morte, e que a notícia dessa enfermidade chegou a Filipos e deixou os irmãos dali muito preocupados. Entretanto, enquanto Epafrodito permanecia em Roma ministrando a Paulo, veio-lhe a informação de que os irmãos souberam do que lhe ocorrera, e agora ele foi quem se preocupou com os filipenses. Parece que Paulo já tinha planejado escrever uma carta dando notícias suas aos filipenses e agradecendo-lhes o envio da oferta e de Epafrodito, carta essa que enviaria por meio de Timóteo. Mas mudou de planos e resolveu mandar Epafrodito de volta e com ele a carta, que é essa que temos na Bíblia. Nela Paulo fez questão de explicar que Epafrodito insistira em permanecer com ele e em cumprir a missão que lhe fora dada pela igreja, mas o apóstolo entendeu que seria melhor ele voltar logo, para aliviar a angústia de todos. Paulo tem Epafrodito em alta conta. Chama-o de “meu irmão”, do mesmo modo que chama Timóteo de “filho”, isto é, alguém com quem tem profunda intimidade e identidade. Também o chama de “cooperador”, tradução de um termo grego que significa “aquele que trabalha lado a lado”. E de “companheiro de lutas”, um termo militar que significa “aquele que combate lado a lado.” E ainda, pelo fato de ter arriscado sua vida para suprir-lhe as necessidades, Paulo exorta a igreja de Filipos  a recebê-lo com alegria e honra. Nestes tempos em que os pastores se queixam tanto de solidão no ministério, é reconfortante ler sobre a beleza desse relacionamento entre Paulo e Epafrodito. Que Deus nos dê mais Epafroditos. Texto extraído de:http://prazerdapalavra.com.br/colunistas/sylvio-macri/16014-epafrodito-o-amoroso-sylvio-macri.]

3. Paulo e os judaizantes (Fp 3.1-8). Na igreja de Filipos, havia um grupo de judeus que se diziam convertidos, mas negavam o Evangelho que Paulo pregava. Eram falsos mestres que se apresentavam como apóstolos. Esse grupo queria impor os costumes e ritos judaicos para os cristãos, como por exemplo, a circuncisão e a guarda do sábado para a obtenção da salvação. Paulo teve que enfrentar algumas crises dentro da Igreja do Senhor por causa daqueles que rejeitavam seu ensino e não acreditavam no seu apostolado. Mas, em Jesus Cristo, venceu todas elas. [Comentário: Pela epístola sabemos que Paulo tinha uma grande afeição pelos irmãos de Filipos, por isso suas orações e ações de graças por essa igreja eram constantes. Localizada no Norte da Grécia, foi fundada por Filipe II. Outras cidades como Anfípolis, Apolônia, Tessalônica e Bereia também faziam parte daquela região (At 17.1,10). Filipos, porém, era uma colônia romana (At 16.12) e um importante centro mercantil, pois estava situada no cruzamento das rotas comerciais entre a Europa e a Ásia. Por volta do ano 52 d.C, o apóstolo Paulo, acompanhado por Silas e Timóteo, empreendeu uma segunda viagem missionária (At 15.40; 16.1-3). Ao entrar numa cidade estrangeira, a estratégia usada por Paulo para anunciar o Evangelho era sempre a mesma: dirigir-se em primeiro lugar a uma sinagoga. Ali, o apóstolo esperava encontrar judeus dispostos a ouvi-lo. Mas, na sinagoga de Filipos, havia uma comunidade não muito inclinada a escutá-lo. Por isso, Paulo concentrou-se num lugar público e informal para falar a homens e mulheres desejosos por discutir assuntos religiosos. Lá, o apóstolo encontrou Lídia, de Tiatira, uma comerciante que negociava púrpura (At 16.14). Ela se converteu a Cristo e levou o primeiro grupo de cristãos de Filipos a congregar-se em sua casa. No lar da irmã Lídia, a igreja começou a florescer (At 16.15-40). Entretanto, Paulo anseia por ver os filipenses. Ele espera que, mui brevemente, seja ele satisfeito (2.24). O confinamento numa prisão impede-o de realizar seu anseio de imediato. Assim, Paulo, mesmo à distância, cumpre um ministério pastoral de oração. As orações de Paulo encorajam seus leitores a agir segundo o pedido contido nas orações. Amor neste contexto é, aparentemente, o amor mútuo entre os crentes (cf. 1Ts 3.12; cf. 4.9). Contudo, é dom de Deus, e sinal de Sua graça na era messiânica, que veio substituir a religião da Torah (cf. Collange). A oração de Paulo é para que os filipenses possam expressar seu amor em seus relacionamentos mútuos, à medida que vão reconhecendo aquilo que precisa ser feito, numa determinada situação e, em seguida, aplicar o conhecimento. Talvez seu olho já estivesse focalizando uma comunidade onde havia tendência para o egoísmo, desunião, e acusação mútua (2.2; 2.14; 4.lss.). Uma das características tristes desta igreja era a confusão nos assuntos morais, que os tornava presa fácil dos mestres sectários, que são condenados no capítulo 3. Dois resultados seguem-se pelo cultivo destas virtudes. Um deles é que os filipenses possam aprovar as coisas excelentes, e em seguida, ao nível do caráter cristão, que possam ser sinceros e inculpáveis, preparando-se para o dia escatológico da prova (Rm 2.16).http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao1-fhc-3tr13-pauloeaigrejaemfilipos.htm. A maior provação de Paulo era a tristeza que sentia e experimentava por causa dos que distorciam o evangelho de Cristo. Seu amor a Cristo, à igreja e à verdade redentora, era tão forte que o levou a opor-se energicamente àqueles que pervertiam a doutrina pura, e a descrevê-los como "cães" e "maus obreiros" (ver 1.17; Gl 1.9; cf. Mt 23). O termo grego "circuncisão", como é empregado por Paulo aqui, significa "mutiladores do corpo" e refere-se ao rito da circuncisão segundo o ensino dos falsos mestres judaizantes, afirmando que o sinal da circuncisão conforme o AT era necessário à salvação. Paulo declara que a verdadeira circuncisão é uma obra do Espírito no coração da pessoa, pela qual o pecado e o mal são cortados (v. 3; Rm 2.25-29; Cl 2.11).]

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“O amor e a solicitude de Paulo pelos filipenses era tão grande, que ele estava disposto a dar a sua vida por eles, como se fosse uma oferenda a Deus. (1) Paulo não lastimaria; antes se regozijaria como a vítima do sacrificio, se assim os filipenses passassem a ter mais fé em Cristo e mais amor a Ele. (2) Já que Paulo tinha tamanho amor sacrificial pelos seus filhos espirituais na fé, que sacrifícios e sofrimentos devemos estar dispostos a enfrentar em prol da fé dos nossos próprios filhos? Para que nossos filhos tenham uma vida dedicada ao Senhor, se necessário for, devemos dar até a nossa vida como oferta ao Senhor” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 1827).

III. APRENDENDO A VENCER AS CRISES

1. A crise da falta de firmeza espiritual (Fp 4.1). No capítulo 4 da Epístola aos Filipenses, o apóstolo Paulo exorta a igreja de Filipos acerca de algumas distorções que estavam produzindo dissensões entre os irmãos. Eram problemas de ordem social e também doutrinária. Paulo exorta aos crentes para que permaneçam firmes no Senhor. [Comentário: As adversidades ministeriais na vida do apóstolo Paulo eram amenizadas na demonstração de amor das igrejas plantadas por ele. Ao longo deste trimestre, veremos o quanto a igreja de Filipos foi pastoreada por aquele que não media esforços nem limites para proclamar o Evangelho: o apóstolo Paulo. Dois resultados seguem-se pelo cultivo destas virtudes. Um deles é que os filipenses possam aprovar as coisas excelentes, e em seguida, ao nível do caráter cristão, que possam ser sinceros e inculpáveis, preparando-se para o dia escatológico da prova (Rm 2.16). O verbo aprovar (gr. dokimazein) significa “pôr sob teste” (1Ts 5.21) e depois “aceitar quando testado”, ou “aprovar”. Como termo comercial, era usado para denotar o teste de moedas. As que eram “aprovadas”, eram dinheiro genuíno, não-falsificado. A ideia de “teste” era, evidentemente, algo muito familiar, e favorito, para Paulo (veja-se Rm 12.2; 1Co 3.13; 11.28; 2Co 8.22; 13.5; Gl 6.4; 1Ts 2.4). A ideia é que os leitores de Paulo possam ter a habilidade de discernir, e depois praticar, em suas vidas coletivas, como crentes, os assuntos realmente importantes do viver comunitário. Para o cristão, a Torah foi substituída pelo amor (v. 9), como critério importantíssimo para o julgamento moral. A chamada aos filipenses é para serem sinceros e inculpáveis, simultaneamente. Talvez estes adjetivos devam ser tomados de modo complementar, o primeiro sugerindo um elemento positivo, de autenticidade, e o segundo, assegurando-lhes, negativamente, que não deveria haver falta em seu caráter. Inculpáveis pode carregar um sentido transitivo: “que não causa ofensa” para outra pessoa (cf. 1Co 10.32; At 24.16). http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao1-fhc-3tr13-pauloeaigrejaemfilipos.htm]

2. A crise da desarmonia (Fp 4.2,3).  Em Filipos, havia duas irmãs que muito fizeram pela igreja, mas que, naqueles dias, estavam em desarmonia. Tudo indica que elas tinham uma grande importância na Igreja. É provável que elas tenham tido uma desavença e não conseguiam ter um mesmo parecer. Sem dúvida, permitiram que a força da carne predominasse dividindo a igreja. Paulo roga às duas mulheres que mudassem de atitude, pois estavam promovendo divisão e quebrando a autoridade apostólica. Assim, Paulo pedia que elas tivessem o mesmo sentimento no Senhor. [Comentário: A verdadeira essência da unidade do Espírito consiste em viver de modo digno (Ef 4.1-3), permanecendo firme num só espírito e propósito (Ef 4.3), combatendo lado a lado como guerreiros pela propagação e defesa do evangelho, segundo a revelação apostólica (Ef 4.13-15) e defendendo juntamente a verdade do evangelho contra aqueles que são "inimigos da cruz de Cristo" (3.18). Observemos que "espírito", aqui, tem o sentido de disposição mental, ânimo, zelo, propósito, dedicação, diligência e não o espírito humano em si (Fp 1.27). “Eu exorto a Evódia e rogo e a Síntique a serem unânimes, no Senhor.” (Fl 4,2). Paulo sabia da importância para a Comunidade de Filipos o trabalho delas, mas contendas entre elas podia colocar tudo a perder. A solução encontrada por Paulo foi chamar a atenção das duas e pedir também a outras pessoas que as auxiliassem nessa empreitada pela paz, pois ali, na igreja de Filipos, não havia lugar para disputas e fofocas. Paulo não se detém nos detalhes da questão e nem menciona o motivo da discórdia, mas é o que menos importa quando temos diante de nós um objetivo maior, sermos instrumentos usado por Deus. Paulo tinha um objetivo claro: tornar conhecido a pessoas de Jesus Cristo, os evangelizadores eram instrumentos na mão de Deus. A história de Evódia e Síntique termina ali, não encontramos mais citações bíblicas, mas o ensinamento deixado para nós evangelizadores é enorme. A preocupação de Paulo é nossa preocupação devemos estar atentos e nunca fomentar comentários destrutivos da comunidade e sim cortar o mal pela raiz logo que essa erva daninha começar a brotar. Trecho entre aspas extraído de: http://www.abiblia.org/ver.php?id=7279]

3. Vencendo as crises. Paulo declara que já aprendera, com o Senhor, a contentar-se em quaisquer circunstâncias: na abundância, na fome e na fartura. Tendo tudo ou não tendo nada, ele sabia superar as dificuldades porque Cristo o fortalecia. Aos coríntios, declarou a respeito do seu aprendizado na obra do ministério: “Até esta presente hora, sofremos fome e sede, e estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada certa,   e nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos; somos injuriados e bendizemos; somos perseguidos e sofremos;  somos blasfemados e rogamos; até ao presente, temos chegado a ser como o lixo deste mundo e como a escória de todos” (1 Co 4.11-13). Na verdade, tudo o que Paulo desejava era mostrar a sua alegria em toda e qualquer circunstância. Sua alegria e contentamento resultavam da comunhão do apóstolo com o Senhor. [Comentário: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece”. Com certeza este é um dos textos mais conhecidos e citados das Escrituras Sagradas. Todavia, na maioria das vezes é mencionado de forma equivocada, fora do seu contexto. Paulo escreveu à igreja de Filipos quando se encontrava preso em Roma. Ele queria agradecer os irmãos filipenses pela oferta generosa que eles haviam enviado. O apóstolo dos gentios estava atravessando um momento difícil, todavia, ele conforta os irmãos mostrando que durante seu ministério aprendeu tanto a ter fartura como a padecer necessidades. Os adeptos da Teologia da Prosperidade tomam esse texto fora do seu contexto e utilizam-no indevidamente, fazendo com que muitos crentes acreditem que podem possuir o que quiserem, já que é Deus quem lhes garante isso. O melhor remédio para a preocupação é a oração, e isto pelas seguintes razões: (1) Mediante a oração, renovamos nossa confiança na fidelidade do Senhor, ao lançarmos nossas ansiedades e problemas sobre aquEle que tem cuidado de nós (Mt 6.25-34; 1 Pe 5.7). (2) A paz de Deus vem guardar nossos corações e mentes, como resultado da nossa comunhão com Cristo Jesus (vv. 6,7; Is 26.3; Cl 3.15). (3) Deus nos fortalece, para fazermos todas as coisas que Ele quer que façamos (v. 13; 3.20; Ef 3.16). (4) Recebemos misericórdia, graça e ajuda em tempos de necessidade (Hb 4.16). (5) Temos certeza de que todas as coisas que Deus permite que nos aconteçam concorrerão para o nosso bem (ver v. 11; Rm 8.28) http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao1-fhc-3tr13-pauloeaigrejaemfilipos.htm. Em uma conclusão triunfal, no verso 13 revela a sua principal fonte de contentamento: ‘Posso todas as coisas, naquele que me fortalece’. Este contexto do verso tem sido frequentemente transgredido, e esta verdade tem sido colocada a serviço de extravagâncias caprichosas. O apóstolo está claramente se referindo à grande variedade de suas próprias experiências (Fp 4.12)” Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed., RJ: CPAD, 2004, p.1313.]

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“Como ovelhas para o matadouro (Rm 8.36)
As adversidades alistadas pelo apóstolo nos versículos 35,36 de Romanos 8, têm sido experimentadas pelo povo de Deus através dos tempos. Nenhum crente deve estranhar o fato de experimentar adversidades, perseguição, fome, pobreza ou perigo. Aflições e calamidades não significam, decerto, que Deus nos abandonou, nem que Ele deixou de nos amar. Pelo contrário, nosso sofrimento como crentes, abrir-nos-á o caminho pelo qual experimentaremos mais do amor e do consolo de Deus (2 Co 1.4,5). Paulo nos garante que venceremos em todas essas adversidades e que seremos mais que vencedores por meio de Cristo” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 1714)

CONCLUSÃO

O contentamento de Paulo diante das crises era resultado da sua comunhão com Deus. Ele aprendera com o Senhor a se contentar em toda e qualquer circunstância. Que possamos seguir o exemplo de Paulo e aprender com o Senhor a ter paz e contentamento mesmo enfrentando uma crise. [Comentário: Embora muitas traduções modernas como a NVI, ARA e BJ traduzam o verso praticamente igual como “tudo posso naquele que me fortalece”, aqui a NTLH traz uma tradução bastante interessante “Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação”. Esta tradução é salutar, pois coloca a ênfase em Cristo e demonstra que o objetivo não é as conquistas do homem e sim sua capacitação para, com Cristo, enfrentar as situações, tão adversas quanto forem, que a vida traz. Logicamente, o contentamento é um estágio difícil de ser atingido, e para que isto aconteça é necessário atravessarmos crises. Paulo chega a enumerar as diversas crises que teve que enfrentar. Devemos compreender que as provações fazem parte do plano de Deus para promover a maturidade cristã. As fontes que promovem as provações são muitas e variadas. As provações podem vir diretamente de Deus, a exemplo do que ocorreu com Abraão em Gênesis 22; de Satanás, no caso de Jó (Jó 1.6-12); do nosso semelhante, como no episódio em que os irmãos de José lhe intentaram o mal (Gn 37.14-28; 50.20); e das mais diversas circunstâncias desencadeadas nos planos religiosos, políticos, sociais e econômicos, dentre tantos outros. Não obstante, uma coisa é absolutamente certa, Deus está monitorando cada uma delas visando nossa edificação! Entendendo isso, Paulo, entusiasticamente fez a seguinte confissão: “Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para conseguir Cristo” (Fp 3.8)] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa

Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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