Sou protestante e amo a Reforma.
Amo os 5 “Sola”. E por isso mesmo espero que os pastores e bispos evangélicos
ouçam o Papa Francisco. Sim, pois se há quase 500 anos os protestantes
apontavam os abusos da Igreja Católica, agora é um Papa que, ao alertar seus
cardeais, acerta em cheio em doenças presentes também entre os evangélicos.
Na vésperas do Natal, Francisco
convidou os cardeais a fazerem um “verdadeiro exame de consciência”, pedindo
perdão a Deus, “Ele que nasceu na pobreza numa caverna em Belém para ensinar a
humildade” e foi acolhido “não pelos eleitos”, mas pelos “pobres e simples”.
Afirmou, a Igreja de hoje padece de “infidelidades” ao evangelho e está
ameaçada por doenças que é urgente “tratar”. Não tiraria uma vírgula para falar
aos líderes evangélicos. Obrigado, Francisco! Como existem pastores precisando
ouvir sua fala, e observar seus modos.
Francisco fez o diagnóstico de
15 enfermidades, os sintomas e seus remédios. Criticou os que ficam demasiado
presos à burocracia, os que recusando abandonar as suas tarefas e “se esquecem
que o mais importante é sentar-se aos pés de Jesus”. Criticou aqueles que, pelo
cargo que atingiram se julgam essenciais, a quem convidou a visitar os
cemitérios “onde estão tantas pessoas que se consideravam indispensáveis”. Ele
também denunciou o “Alzheimer espiritual” dos que se afastaram de Deus e “vivem
dependentes das suas paixões, caprichos ou obsessões”. Criticou os que se
tornaram “vítimas do carreirismo e do oportunismo”, os que protegem os
interesses de um círculo fechado e os que “tentam preencher o seu vazio
existencial arrebanhando bens materiais”.
Francisco, firme, mas gentil,
terminou com uma nota de bom humor – recordou ter lido algures que “os padres
são como os aviões, só são notícia quando caem”. Isso também vale para os
ministros evangélicos. Raramente um cristão é notícia salvo quando, humano que
é, cai. O outro caso ocorre quando incomoda o reino das trevas e é perseguido.
Ao final de sua fala, o aplauso
foi tímido e o ambiente esteve pesado mesmo quando Francisco saudou um a um os
cardeais para, por fim, lhes desejar Feliz natal. Francisco está pagando um
alto preço por defender a simplicidade e o serviço cristão. Isso também
ocorrerá nos arraiais evangélicos onde a posição papal é ocupada justamente por
quem deveria ouvir Francisco.
Como eu gostaria que mais
pastores fossem como Francisco! Como eu oro para que padres, pastores e bispos
ouçam as doenças e que, em e por Jesus, tratem de curá-las!
Aos que dizem que os católicos isso ou aquilo, recomendo que antes de apontar o cisco no olho do próximo reparem a trave no próprio, como recomendou Jesus.
Francisco, obrigado! Que os
pastores evangélicos ouçam sua fala e se comportem como Cristo quer. Que padres
e pastores, que conduzem católicos e evangélicos, sejam exemplos em tudo, como
quer o Messias que os chamou para a obra, para servir ao Rei e ao Reino.
Seguem
as 15 doenças, tão presentes entre líderes evangélicos:
1. A doença de se sentir imortal ou indispensável
Acomete os que se sentem
”superiores a todos” e não ”a serviço de todos”. O papa recomendou uma visita a
um cemitério para vermos os nomes de tantas pessoas que “talvez acreditassem
que eram imortais, imunes ou indispensáveis”.
2. A
doença do excesso de trabalho
Acomete os que “submergem no
trabalho descuidando da melhor parte: sentar-se aos pés de Jesus”. O papa
lembrou que Jesus “convidou seus discípulos a ‘descansarem um pouco’ porque
descuidar do repouso leva ao estresse e à agitação".
3. A
doença da fossilização mental e espiritual
Acomete os que se escondem atrás
de pilhas de papel e se tornam “máquinas de práticas” em vez de homens de Deus.
Ao fazer isso, perdem a capacidade de “chorar com os que choram e se alegrar
com os que se alegram.”
4. A
doença do excesso de planejamento
Segundo Francisco, planejar e se
preparar para fazer as coisas é importante, mas “sem cair na tentação de
impedir ou tentar dirigir a liberdade do Espírito Santo”.
5. A
doença da má coordenação
Acomete os membros da Igreja que
“perdem a comunhão uns com os outros” e se convertem em “uma orquestra que
produz ruídos porque não vive o espírito de equipe”.
6. A
doença de Alzheimer espiritual
Trata-se de uma “redução
progressiva das faculdades espirituais” em consequência da “perda da memória”
do encontro com o Senhor. O apóstolo ergue ao seu redor “muros e hábitos, quase
sempre imaginários” e se torna dependente de suas paixões, caprichos e manias.
7. A doença da rivalidade e da vaidade
Quando a aparência se torna o
primeiro objetivo da vida.
8. A
doença da esquizofrenia existencial
Acomete os que “abandonam o
serviço pastoral e se limitam às tarefas burocráticas, perdendo o contato com a
realidade e as pessoas de verdade”.
9. A
doença da fofoca
É a doença dos que, sem ter
coragem de dizer as coisas abertamente, falam pelas costas das pessoas. Ao
fazer isso, semeiam a discórdia, como Satanás.
10. A
doença de divinizar os chefes
Acomete os que cortejam os
superiores, são presos ao carreirismo e ao oportunismo e vivem a serviço
daquilo que querem obter e não do que querem dar ao próximo.
11. A
doença da indiferença com os outros
“Quando só pensamos em nós
mesmos e perdemos a sinceridade e o calor das relações humanas. Quando, por
inveja ou astúcia, sentimos alegria em ver o outro cair em vez de ajudá-lo a se
levantar.”
12. A
doença da cara de enterro
Acomete as pessoas que
consideram que, para ser comprometido e consistente, “é necessário encher o
rosto de melancolia e de dureza, assim como tratar os outros com rigidez e
arrogância”. Segundo Francisco, o apóstolo deve transmitir alegria: “Que bem
nos faz uma boa dose de humor saudável.”
13. A
doença da acumulação
Quando o apóstolo, para encher
um vazio existencial em seu coração, só pensa em acumular bens materiais.
14. A
doença dos círculos fechados
Quando fazer parte de uma
panelinha se torna algo mais forte do que ser parte da Igreja como um todo e
até mesmo ser um só com Cristo.
15. A
doença do prazer mundano e do exibicionismo
Quando o apóstolo transforma seu
serviço em poder para obter mais proveitos mundanos e acumular ainda mais
poder. São pessoas capazes de caluniar, difamar e desacreditar os demais para
se exibirem e se mostrarem mais capazes do que os demais.
William
Douglas, Juiz Federal/RJ, professor e escritor.
extraído do blog: genizahvirtual.com
extraído do blog: genizahvirtual.com
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