SUBSÍDIO I
Esperança: o fundamento da Escatologia Bíblica
“O único motivo por que a promessa da
nossa ressurreição, do nosso corpo glorificado, do nosso reinar com
Cristo, e do nosso futuro eterno é chamada ‘esperança’ é porque ainda não
os alcançamos (Rm 8.24,25)” (Teologia Sistemática: Uma
Perspectiva Pentecostal, CPAD, p.610). De fato, não alcançamos a
plena redenção do nosso corpo; a nova realidade de uma transformação radical
nos termos que o apóstolo Paulo escreveu em 1 Tessalonicenses:
“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de
arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo
ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos
arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos
ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (4.16,17).
Ao anunciar esta promessa, o apóstolo conclui:
“Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (v.18). A
sentença acima, pronunciada pelo apóstolo dos gentios, demonstra que a
“esperança” é o grande tema da verdadeira Escatologia Bíblica. E que,
por isso, devemos reforçar tal esperança consolando uns aos outros com a
memória dessa promessa. A razão de aguardarmos algo que ainda não
ocorreu é porque “anelamos e esperamos a realidade última da manifestação
do Reino de Deus no mundo”. Por isso, essa esperança se inicia e
permanece em nós por intermédio de Jesus Cristo (Ef 2.12). Éramos um povo
sem esperança, já condenado como filhos da ira, com uma
natureza essencialmente alienada de Deus e do seu plano de salvação.
Mas, “estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente
com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2.5).
Aqui, está a razão da nossa esperança! Se o Pai, por
intermédio de Jesus, o seu Filho, nos vivificou em Cristo,
significa que Ele completará essa boa obra iniciada em nós. Por isso,
a “esperança” é o fundamento primeiro da Escatologia
Bíblica. Enfatize a esperança cristã Ao iniciar a primeira lição
deste trimestre, antes de abordar o conceito da Escatologia, a
preocupação com os fins dos tempos e as linhas de interpretações do
livro de Apocalipse, dê ênfase ao tema da “esperança”. A doutrina das
últimas coisas não pode ser ensinada com o objetivo de trazer medo às pessoas. À
luz da Palavra de Deus, sempre que os autores bíblicos trataram do
assunto, eles tinham como alvo de consolar, confortar e animar o povo de
Deus.
Fonte: Revista Ensinador
Cristão, ano 17 - nº 65 –
Janeiro/Fevereiro/Março de 2016
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Neste trimestre estudaremos um dos assuntos mais
complexos, e às vezes, mais polêmicos, da teologia bíblica, a escatologia.
Nesta aula apresentaremos os aspectos conceituais da área de estudo, destacando
suas Escolas de interpretação, e o mais importante, os princípios fundamentais
para a interpretação do texto profético. Destacamos, a princípio, a necessidade
de uma avaliação criteriosa e contextualizada dos textos, a fim de evitar
excessos e especulações, sem fundamentação bíblica.
1. ESCATOLOGIA,
ESTUDO DAS ÚLTIMAS COISAS
A escatologia é uma área dos estudos teológicos que
trata a respeito das últimas coisas, ou da realidade ulterior. Esse termo é
derivado da combinação de duas palavras gregas: eschatos, que significa último,
e logos, que significa estudo ou doutrina. No âmbito da Escatologia Pessoal,
faz-se necessário ressaltar a dimensão material (corporal) e imaterial
(espiritual) do ser humano. Após a morte o crente entra imediatamente na
presença de Deus (II Co. 5.8), ainda que seu corpo físico permaneça na terra,
aguardando a ressurreição e a glorificação (I Co. 15.54,55). Quando o descrente
morre, segue para o Hades (Lc. 16.19-31), onde aguarda o julgamento do Trono
Branco (Ap. 20.11-15). Depois do julgamento o Hades, e todos aqueles que ali
habitam, será lançado no lago de fogo, esse período, que envolve tanto o
período posterior à morte do justo quanto do ímpio, é dominado de Estado
Intermediário. A Escatologia Geral trata, fundamentalmente, sobre a Volta de
Cristo, doutrina repetidamente ensinada pelo Senhor (Mt. 24.27-31; 45-51; Mc.
13.32; At. 1.11). Além da volta de Cristo, os estudiosos da Escatologia Bíblica
assumem que existe uma sequência de eventos: arrebatamento da igreja, tribunal
de Cristo, Grande Tribulação, Milênio, Ressurreição, Julgamento e Estado
Eterno. Existem divergências em relação a alguns aspectos da Escatologia
Bíblica, especialmente quanto à ocasião do Arrebatamento da Igreja, se esse se
dará antes da Tribulação (Pré-tribulacionismo), antes e durante a Tribulação (Parcial),
no meio da tribulação (Midi-Tribulacionsimo), ou após a Tribulação
(Pós-tribulacionismo). A diferença em relação a esse tema não compromete a
ortodoxia, consideramos, no entanto, que a posição mais apropriada é a
Pré-tribulacionista (I Ts. 1.10; Ap. 4.1,2).
2. ESCATOLOGIA
DE INTERPRETAÇÃO NO ESTUDO ESCATOLÓGICO
Existem diferentes escolas de interpretação dos
estudos escatológicos, relacionadas à maneira de abordar o livro do Apocalipse.
A Escola Preterista defende que o Apocalipse deve ser interpretado no contexto
do seu autor original, relacionando-o às adversidades pelas quais passavam as
igrejas do Sec. I. Por conseguinte, o objetivo desse livro era o fortalecimento
da igreja diante das perseguições. A Escola Futurista argumenta que apenas os
três primeiros capítulos do Apocalipse têm enfoque histórico. Para os
estudiosos dessa perspectiva, a partir do capítulo 4 o livro aponta para
eventos futuros, que acontecerão nos últimos dias. O objetivo do Apocalipse, de
acordo com essa escola de interpretação, é descrever a consumação do propósito
redentor de Deus, nos últimos tempos. A Escola Simbolista, ou Idealista, tende
à alegoria, argumenta que o Apocalipse é um texto figurado, que discorre a
respeito da batalha cósmica entre o bem e o mal. Para os adeptos dessa Escola,
o texto apocalíptico não deve ser interpretado literalmente, antes aponta para
significados espirituais, que somente podem ser compreendido na esfera cósmica.
A Escola que mais condizente com a interpretação bíblica é a Futurista, ainda
que reconheçamos que no Apocalipse existem passagens históricas (preteristas) e
figuradas (simbólicas). O objetivo principal do Apocalipse, de acordo com essa
abordagem, é direcionar o leitor para os eventos que deverão acontecer no
futuro (Ap. 1.1). Para a Escola Futurista o texto bíblico, de modo geral, deve
ser interpretado literalmente, sendo harmonizado em um todo coerente. Ela é
importante para também porque justificar a posição Pré-tribulacionista do arrebatamento
da Igreja.
3. PRINCÍPIOS
PARA A INTERPRETAÇÃO DA ESCATOLOGIA
Existem muitas especulações escatológicas nas
igrejas, para evitar os excessos faz-se necessário estimular uma abordagem
apropriada no que tange à interpretação do texto profético. A esse respeito é
válido ressaltar o que disse Jesus sobre o cumprimento das profecias: “quem lê
entenda”, e não, quem lê invente (Mt. 24.15). As suposições infundadas, e sem
qualquer respaldo escriturístico, alimentam a imaginação dos curiosos, mas não
devem ser ensinadas na igreja. Uma interpretação apropriada da profecia bíblica
parte de uma abordagem que considere o método gramatical (de acordo com as
regras da gramática), histórico (coerente com o contexto histórico da
passagem), e contextual (de acordo com o contexto no qual foi escrito).
Evidentemente, conforme ressaltamos anteriormente, não podemos desconsiderar
que existem passagens proféticas que recorrem às figuras de linguagem, e que
não podem ser interpretadas literalmente. Além disso, é necessário fazer
as distinções devidas entre a profecia direcionada à igreja, e àquelas cujo
cumprimento se dará com Israel. Existem equívocos na interpretação do texto
escatológico que estão relacionados à confusão que alguns intérpretes fazem
sobre o papel de Israel e da Igreja no desenrolar dos acontecimentos
proféticos. Há profecias que são exclusivas para Israel, e que não podem ser
interpretadas como se fossem alusivas à Igreja. O futuro determinado por Deus
para Israel e a Igreja são distintos, um exemplo disso é o Arrebatamento, cujo
alvo é a Igreja do Senhor Jesus Cristo (I Ts. 4.13-18), e o Milênio, que o
Milênio terá como foco Israel, a nação escolhida por Deus (Ez. 36.33-36).
CONCLUSÃO
O estudo da doutrina das últimas coisas –
Escatologia – deve ser estimulado entre os crentes, considerando que esse é um
assunto recorrente nas Escrituras. Mas é preciso que esse seja realizado com
cautela, respeitado os princípios hermenêuticos, que orientam a interpretação
do texto profético. É importante também ressaltar que o objetivo da Escatologia
não é provocar discussões infundadas, ou mesmo debates acalorados, mas que
permaneçamos firmes na fé, na esperança da Palavra Profética, que brilha como luzeiro,
em um mundo de trevas (II Pe. 1.19).
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
Neste trimestre
teremos a oportunidade ímpar de estudar a respeito do tempo do fim. Nesta
primeira lição, examinaremos a Escatologia bíblica. Para os salvos em Jesus
Cristo este é um tema que traz esperança, pois não há nada melhor do que ter a
certeza de que o Salvador voltará e que viveremos junto com Ele por toda a
eternidade. No entanto, para os descrentes, a segunda vinda de Jesus não
oferece motivos para regozijo. As previsões bíblicas para o futuro dos ímpios
são aterradoras: "Os ímpios serão lançados no inferno e todas as nações
que se esquecem de Deus" (Sl 9.17). Porém, ainda é tempo para o
arrependimento e a conversão. Por isso, a Igreja do Senhor tem a
responsabilidade de anunciar Jesus, cumprindo a Grande Comissão (Mt 28.19,20). [Comentário: Iniciamos 2016 estudando a Escatologia Bíblica. Talvez
alguém possa alegar que este assunto é de somenos importância, contudo, não
podemos ter uma visão vaga sobre as verdades bíblicas. Na escatologia estão
inseridas as principais doutrinas do Cristianismo: o céu, o inferno, a
salvação, o arrebatamento, o juízo final, galardão dos salvos, a ressurreição,
etc. Estudar escatologia é adquirir um panorama sólido de toda a Bíblia, pois a
grande dificuldade na escatologia, por parte do nosso povo, é a falta de
conhecimento amplo das Escrituras. O estudo da Escatologia requer muita atenção
e cuidado para não entrar na classe dos falsos mestres que Paulo enfatizou que,
nos últimos tempos surgiriam (1Tm 4.1). A Igreja precisa ser ensinada sobre
esse assunto, não apenas porque a negligência produz um vácuo perigoso, mas
também porque a escatologia é o ponto crucial e a coroa da teologia
sistemática. Ainda no tempo dos apóstolos a segunda vinda de Cristo era negada
(2Pe 3.4), e ainda hoje encontramos pessoas que negam a realidade desta
doutrina. Por isso é necessário demonstrar, pelas Escrituras, a sua realidade.
E por fim, durante este período a Igreja tem a incumbência de proclamar o
evangelho antes que venha o "grande e terrível dia do Senhor"(Ml
4.5), que porá fim aos últimos dias, para inaugurar o "dia da vingança
do nosso Deus"(Is 61.2b).]
I. O ESTUDO DA ESCATOLOGIA
1. Definição. A palavra escatologia tem origem em dois
termos gregos: escathos, "último", e logos, "estudo",
"mensagem", "palavra". O termo grego cognato é éschata, que
significa "últimas coisas". Daí vem à expressão "estudo",
ou "doutrina" das "últimas coisas". Portanto, escatologia é
o estudo sistemático das coisas que acontecerão nos últimos dias ou a
"doutrina das últimas coisas". A escatologia estuda os seguintes
temas: Estado Intermediário, Arrebatamento da Igreja, Grande Tribulação, Milênio,
Julgamento Final e o Estado Perfeito Eterno. [Comentário: Como o sub-tópico define, Escatologia é uma palavra
de origem grega, formada pelos radicais εσχατος,
"último", mais o sufixo logia, e significa "o estudo
das últimas coisas" ou "doutrina das coisas finais". Muitas
passagens das Escrituras empregam a palavra eschathos juntamente
com heméra ‘dia’, assim temos ‘último dia’ (Jo 6.39;
7.37). A primeira ocorrência se refere ao último dia da ressurreição, um dia
escatológico, enquanto que a segunda apenas faz alusão ao último dia da festa
de casamento. O seu plural ‘escatai hmerai’ ocorre em At 2.17; 2Tm 3.1;
Tg 5.3; Hb 1.2. Todas estas passagens aludem ao período de tempo entre a 1ª e a
2ª vindas de Jesus. É importante ressaltar que o período conhecido como ‘últimos
dias’ iniciaram-se com a 1ª vinda de Jesus que, segundo Paulo, veio na
"plenitude do tempo" (Gl 4.4), pois o tempo anterior da
dispensação da lei já estava cumprido (Mc 1.15; Lc 16.16). Estamos vivendo os
últimos dias. Esse período de tempo que a Bíblia chama de últimos dias, recebe
ainda outras designações, tais como: "tempo aceitável... dia
da salvação"(Is 49.8) ou "ano aceitável do Senhor"(Is
61.2a); "dispensação da plenitude dos tempos"(Ef 1.10) ou
"dispensação da graça"(Ef 3.2) ou "dispensação do
mistério"(Ef 3.9); "tempo da oportunidade", "tempo
sobremodo oportuno", "dia da salvação"(2Co 6.2),
"tempos oportunos" (2Tm 2.6), "tempos devidos"
(Tt 1.3); "hoje" (Hb 3.7,15; 4.7,8); "fins dos séculos"
(1Co 10.11), e "última hora"(1Jo 2.18).]
2. A escatologia e a volta de
Jesus. O estudo da escatologia
bíblica mostra que o crente tem de estar sempre alerta, vigilante, pois a volta
de Jesus pode acontecer a qualquer momento: "Portanto, estai vós também
apercebidos; porque virá o Filho do Homem à hora que não imaginais" (Lc
12.40). Muitos desprezam e desdenham das verdades bíblicas, mas Deus vela pela
sua Palavra e em breve Jesus voltará e julgará a todos aqueles que amam a
prática do pecado. [Comentário: Acredito que a razão por que poucos estão prontos para o julgamento é
que a maioria não sabe que haverá um julgamento. Além de estarmos preparados,
escatologia deve nos motivar a ajudar os outros a se prepararem também.
Enquanto a obsessão pelas últimas coisas é perigosa, a omissão é ainda mais. A
preocupação com o mundo presente está sufocando o interesse no mundo por vir, e
acredito muitos crentes já não oram Maranata! Temos construído nosso céu aqui.
O estudo da Escatologia mantém estas verdades vitais e finais à nossa frente e
nos encoraja a olhar além deste mundo: para o céu na vida eterna com Cristo e o
Seu povo. Ainda que pareça tardar, a volta de Jesus é Literal - Pessoal e
Corporal (At 1.11; 1Ts 4.14-17); será visível (Ap 1.7,9-11; Mt 24.26,27,30; Lc
21.27; Tt 2.13; 1Jo 3.2,3; Is 52.8; Os 5.15). Sua vinda é súbita (Ap
22.7,12,20; Mt 24.27), iminente, do ponto de vista profético (Tt 2.13; Hb 9.28;
1Ts 1.9,10; Rm 13.11), próxima, do ponto de vista histórico (Lc 21.28; Mt
16.3;24.33;24.3). Se dará em duas Fases (Sf 2.3):
a) O arrebatamento da igreja, nos ares (1Ts
4.16,17; Jo 14.3); a parousia;
b) A revelação ao mundo, na terra (2Ts 1.7-9;
2.7,8; Cl 3.4; Ap 1.7; Jl 3.11; 1Ts 3.11; Zc 14.4,5; Jd 14).]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Embora lide com eventos
futuros, a escatologia tem suas raízes tanto na vida, morte e ressurreição
históricas de Cristo como em seu futuro retorno. Como afirma Berkouwer: 'Não é
o desconhecimento do futuro, mas sim seu conhecimento que é fundamental na
reflexão escatológica'. A verdadeira questão é 'se as expectativas bíblicas são
certas ou incertas, duvidosas ou inevitáveis'.
Eis uma verdade com a qual quase
todos os teólogos evangélicos concordam: Jesus voltará. Os cristãos fundamentam
sua esperança nesta promessa, que foi claramente firmada por Cristo (Mt
24.27-31). Nas parábolas dos dois servos (Mt 24.45-51), das dez virgens (Mt
25.1-13) e dos talentos (Mt 25.14-30), Jesus assegurou que voltaria. Ele virá
sobre as nuvens (Mt 26.64; Ap 1.7), à vista de todos (Mt 24.30), chegará ao
mesmo lugar do qual partiu (Zc 14.4; At 1.11) e em um momento que apenas o Pai
conhece (Mc 13.32).
Embora os estudiosos normalmente
concordem que Jesus voltará, existem diferentes opiniões sobre os detalhes das
circunstâncias que levarão ou se seguirão ao retorno de Cristo. Estas
diferentes opiniões estão relacionadas à sequência dos eventos do fim, à Grande
Tribulação, ao Milênio e ao futuro de Israel" (LAHAYE, Tim. Enciclopédia
Popular de Profecia Bíblica. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 208, p. 168).
II. A PREOCUPAÇÃO COM OS FINS DOS TEMPOS
1. Os discípulos
de Jesus. Certa vez, os discípulos de
Jesus fizeram a seguinte indagação ao Mestre: "[...] Dize-nos quando serão
essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo? (Mt 24.3).
Tanto os discípulos quanto os cristãos do primeiro século desejavam saber a
respeito do fim dos tempos, pois este é um assunto que chama a atenção de
crentes e não crentes. Já no primeiro século algumas pessoas não acreditavam
mais na segunda vinda de Jesus, pois Pedro fala sobre os
"escarnecedores" que dizem: "Onde está a promessa da sua
vinda?" Infelizmente, hoje muitos também continuam achando que a Palavra
de Deus não se cumprirá e que o fim não virá (2 Pe 3.3,4). [Comentário: Em seus ensinamentos particulares no monte das Oliveiras,
Jesus respondeu a três perguntas relacionadas à destruição do Templo, à sua
segunda vinda e ao fim. Esses temas estão interligados e algumas vezes é
difícil determinar qual acontecimento está sendo descrito. Essa dificuldade é
parcialmente resolvida quando se percebe que a maioria das profecias é capaz de
um cumprimento tanto próximo como remoto. É importante lembrar que, em Mt
24.14, Jesus liga o testemunho universal do evangelho à sua segunda vinda. Os
discípulos reunidos aos pés de Jesus no monte das Oliveiras o indagam acerca do
tempo do fim e a resposta do Mestre é que veriam algumas daquelas coisas
ensinadas, acontecendo em um período relativamente curto (perseguição,
abominação no Templo de Jerusalém e sua destruição), mas também deixou claro
que haveria um lapso de tempo antes que tudo isso começasse a acontecer. Toda a
revelação aponta para o futuro. O futuro consiste num plano traçado por Deus
para que a Igreja caminhe neste mundo “pela fé a esta graça, na qual estando
firme, gloria-se na esperança da glória de Deus” (Rm 5.2).]
2. As previsões
falsas sobre o futuro. O homem sempre se preocupou com
o fim dos tempos, por isso, o grande número de falsos profetas e falsas
previsões quanto ao futuro da humanidade. São inúmeras seitas e falsos profetas
que já marcaram a data da segunda vinda de Jesus e o fim de todas as coisas,
pois todos erram. [Comentário: O apóstolo Paulo escreve aos Efésios para argumentar o fato
de que nós somos o alvo da revelação divina: “nos elegeu antes da fundação do
mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele. Em amor nos
predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo,
segundo o beneplácito da sua vontade” (Ef 1.4,5). O Eterno é maravilhoso para
com aqueles que são santos e Seus filhos e somente estes têm o privilégio de
ter a revelação das coisas que em breve hão de acontecer. Em contraste, o mundo
irregenerado, que não tem a revelação de Deus, se fecha num ciclo de falsas
expectativas em relação ao futuro. Filosoficamente, a humanidade descrente vê
com grande otimismo a era que está por vir e vislumbra um fantástico progresso
material e científico; Contudo o apóstolo Paulo nos adverte: “quando andarem
dizendo: paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição” (1Tm
5.3). O Site CACP.ORG transcreve um artigo do Jornal
“Chamada da Meia Noite” (1995), de autoria de José Marcílio da Silva, onde ele
escreve o seguinte: “Aos olhos dos franceses do final do século XIX, o novo
século parecia uma espécie de Idade de Ouro. Mas o entusiasmo durou até 1914,
quando a 1ª Guerra Mundial pôs fim ao sonho dourado. Outra parte da humanidade
certamente adentrará o 3º milênio cheia de superstições, medo, insegurança e
pessimismo; preocupada com desgraças, desemprego, violência e caos social. A
história registra que, na passagem do ano 999 para 1.000, a maior parte da
Europa não conseguiu comemorar a data, pois esperava o “Apocalipse”. Segundo o
historiador Frederick H. Martins, um sentimento de terror dominou a multidão
amontoada na imensa Basílica de São Pedro, em Roma, na noite de 31 de dezembro
de 999. Inclusive o Papa Silvestre II parecia aterrado. Isso aconteceu porque o
povo não tinha acesso à Bíblia. Quem conhece a revelação sabe que o mundo irá
de mal a pior, mas não se desespera. E o Senhor Jesus profetiza: “homens
desmaiarão de terror, na expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo… e
quando estas coisas começarem a acontecer, fiquem firmes e levantem a cabeça,
pois a vossa redenção está próxima, Lc. 21.26,28.” (Disponível no link:http://www.cacp.org.br/escatologia-biblica/)]
3. Falsos
profetas. Certo pastor, marcou o
arrebatamento da Igreja para o ano de 1993, e o início da Grande Tribulação,
considerando que o ano 2000 seria o fim do sexto milênio. Outro
"profeta", baseado em cálculos matemáticos, somando ou subtraindo
referências bíblicas e utilizando a contagem bíblica dos tempos, assegurou que
o Anticristo seria revelado em 13 de novembro de 1986 às 17horas em Jerusalém!
Marcou o "fim do mundo" para março de 1987. Mais um falso profeta foi
desmoralizado. [Comentário: Não faz muito tempo, uma autodenominada ‘apóstola’ afirmou
que a vinda de Cristo será em 2017 ou 2018 (veja aqui). A autora desta declaração se
coloca em grau de superioridade a Jesus Cristo, pois Ele mesmo afirmou nas
Escrituras que quanto à sua vinda nem Ele mesmo sabia, somente o Pai do Céu.
Muitos outros já tentaram prever esta data anteriormente. Não podemos
concordar, absolutamente, com estas tentativas de anunciar uma data possível
para a vinda de Jesus. Não é preciso raciocinar muito para afirmar que isso não
passa de alarme falso. Basta ler o que Jesus deixou escrito no sermão profético
de Mateus 24.36: “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas
unicamente meu Pai.” Entre as muitas outras profecias falsas sobre a vinda de
Jesus está a declaração de Joseph Smith, fundador do Mormonismo, feita em 1835.
Profetizou ele que Cristo voltaria dentro de 56 anos, e que muitos dos que
então viviam “não provariam a morte até que Cristo voltasse”. Nem seria preciso
dizer que ele morreu e Jesus ainda não. Charles Taze Russell declarou que a
segunda vinda de Cristo tinha ocorrido invisivelmente em outubro de 1874, e que
o Senhor estava verdadeiramente presente, e, que, em 1914, os fiéis (os
144.000) seriam trasladados para o céu e os ímpios destruídos. Profetizou que a
Batalha do Armagedom, que começara em 1874, terminaria em 1914 com a derrubada
geral dos governantes da Terra e o fim do mundo. No começo da década de 20, as
Testemunhas de Jeová distribuíram nas ruas e de porta em porta na América do
Norte, um livro intitulado Milhões Hoje Vivos Jamais Morrerão, que anunciava:
“O ano de 1925 é uma data definitiva e claramente marcada nas Escrituras, ainda
mais clara que a de 1914… podemos esperar confiantemente que o ano de 1925
marcará o retorno de Abraão, Isaque e Jacó e dos fiéis profetas antigos… na
condição de perfeição humana.” As Testemunhas de Jeová chegaram a construir uma
casa na cidade de San Diego, Califórnia, na qual os patriarcas deveriam morar,
e tentaram passar a escritura em nome do Rei Davi. Esta casa foi discretamente
vendida em 1954. “Quando o profeta falar em nome do SENHOR, e essa palavra não
se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o SENHOR não falou; com
soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele.” (Dt 18.22).]
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"Marcos 13.32
assinala que apenas o Pai conhece o momento do retorno de Cristo. Mateus 24.42
alerta: 'Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor'.
Paulo escreve: 'porque vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá
como o ladrão de noite' (1 Ts 5.2). Estas passagens indicam que Jesus pode
retornar a qualquer momento advertindo-nos para estarmos prontos. Já outras
passagens trazem sinais que precederão a volta de Cristo. O próprio Jesus
mencionou sinais que marcariam o fim dos tempos como lemos em Mateus
24.1-14)" (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 208, p. 169).
III. INTERPRETAÇÕES ESCATOLÓGICAS
Existem diferentes
interpretações escatológicas a respeito do fim. Não podemos estudar todas em
uma única lição, porém estudaremos
algumas: [Comentário: Este assunto não tem unanimidade
no meio evangélico. No século XIX, surgem novas abordagens teológicas fazendo
com que a Igreja adotasse novos rumos a fim de responder aos desafios da época.
Foi nesse período que surgiram as Escatologias Contemporâneas - Escatologia
Consistente de Schweitzer e a Escatologia Realizada de Dodd. Temos ainda, o
Amilenismo Agostiniano, Amilenismo Clássico, Pós-Milenismo, Pré-Milenismo
Histórico, e o Pré-Milenismo Dispensacionalista, esta última, adotada pela
maioria dos evangélicos brasileiros (Para
um estudo sobre cada escola, sugiro uma leitura do artigo ‘Escatologia
Reformada’, no site Monergismo.com, seguindo este link:http://www.monergismo.com/textos/escatologia_reformada/escatologia_reformada.htm).
Veja também o artigo ‘Correntes da Escatologia Protestante’, por Elias
Medeiros, disponível no mesmo site: http://www.monergismo.com/textos/escatologia_reformada/correntesescato.htm]
1. Futurista. Essa interpretação considera que
a maior parte das profecias ainda vai se cumprir, começando com o arrebatamento
da Igreja e demais fatos subsequentes. Sem dúvida, é a mais adequada à
realidade das profecias sobre os últimos tempos. Essa corrente, porém, subdivide-se em: [Comentário: Contrapondo a interpretação
Preterista, o Futurismo lê as profecias apocalípticas como Futuras e, em alguns
casos iminentes, com cumprimento literal do texto em eventos reais. Tudo o que
é profetizado no livro de Apocalipse a partir do capítulo 4 tem a ver com os
últimos dias, sem nenhuma aplicação na história da igreja. O ponto de vista
futurista divide-se em duas correntes: A Moderada (ou Pré-Milenarismo Histórico) e a Extrema (ou Pré-Milenarismo
Dispensacionalista). Embora haja grandes divergências de interpretação entre
essas duas vertentes hermenêuticas, elas concordam que o propósito do livro de
Apocalipse é descrever a consumação do propósito redentor de Deus no fim dos
tempos. O ponto de vista moderado não vê razão, como o extremo, de fazer uma
diferença tão definida entre Israel e a Igreja. O povo de Deus que sofre a
perseguição feroz e a igreja. Também não vê razão para reconhecer nas sete
cartas uma predição de sete períodos da história da igreja. Não há qualquer
evidência interna para tal interpretação, há apenas sete cartas para sete
igrejas históricas. Os teólogos se dividem em três diferentes correntes:]
a)
Pré-tribulacionista. Esta corrente afirma que o Senhor Jesus arrebatará sua
Igreja antes da Tribulação de sete anos (Jo 14.1-3; 1 Ts 4-5). Segundo Tim
Lahaye, aqueles que "interpretam a Bíblia literalmente encontram razões
fortes para crer que o arrebatamento será pré-tribulacional". O ensino a
respeito do arrebatamento é uma doutrina fundamental, porém, o povo de Deus não
precisa estar dividido quanto a tal assunto. O importante é que Jesus voltará
para buscar a sua Igreja. É importante ressaltar que a corrente
pré-tribulacionista está mais de acordo com o livro de Apocalipse (Ap 4.1-2).
Para os pré-tribulacionistas os crentes serão guardados da Tribulação. Segundo
esta corrente o propósito da Tribulação não é preparar a Igreja para estar com
Cristo, mas, preparar Israel para a restauração do plano de Deus. [Comentário: O Arrebatamento pré-tribulacional ensina que, antes do
período de sete anos conhecido como Tribulação, todos os membros do corpo de
Cristo (tanto os vivos quanto os mortos) serão arrebatados nos ares para o
encontro com Jesus Cristo e depois serão levados ao céu (1Ts 4.13-18). Nessa
passagem Paulo informa seus leitores de que os crentes que estiverem vivos por
ocasião do Arrebatamento serão reunidos aos que morreram em Cristo antes deles.
No versículo 17 a palavra "arrebatados" traduz a palavra grega
harpazo, que significa "dominar por meio de força" ou
"capturar". Essa palavra é usada 14 vezes no Novo Testamento Grego de
várias maneiras diferentes.]
b)
Pré-milenista. Essa corrente conclui que a Vinda de Cristo ocorrerá antes do
milênio, quando Cristo virá reinar sobre a Terra. Grande parte dos cristãos do
primeiro século, eram pré-milenistas. Segundo o pastor Claudionor de
Andrade "tal
posicionamento foi duramente combatido por Orígenes que, influenciado pela
filosofia grega, passou a ensinar
que o Milênio nada mais era que uma referência alegórica à ação do Evangelho na
vida das nações". [Comentário: O pré-milenismo, ou pré-milenialismo, é a visão de que a
segunda vinda de Cristo ocorrerá antes do Seu Reino Milenar e que esse reino
será um período literal de 1000 anos. Para que possamos compreender e
interpretar as passagens nas Escrituras que lidam com os eventos do fim dos
tempos, há duas coisas que precisamos claramente entender: um método apropriado
de interpretar as Escrituras e a distinção entre Israel (os judeus) e a Igreja
(o corpo de todos os crentes em Jesus Cristo).]
c) Midi-tribulacionistas
Os midi-tribulacionistas entendem que a Igreja será arrebatada no meio da
Tribulação. [Comentário: Os defensores desta opinião
acreditam que a igreja vai passar pela primeira metade da tribulação, e será
arrebatada no meio (mid) dos dois períodos de três anos e meio cada. Seus
defensores citam At 14.22 para fundamentar esta opinião e considerando que a
Grande Tribulação propriamente dita inicia apenas no meio dos sete anos, com a
retirada da Igreja, deixando o Anticristo livre apara manifestar-se ao mundo:
- a Primeira Metade da
Tribulação consiste em:
a) Aliança de Israel com o
Anticristo (Dn.9:27; Jo.5:43; Is.28:14-18).
b) As duas testemunhas
(Ap.11;3).
- A Segunda Metade da
Tribulação: Chamada de grande tribulação ou angústia de Jacó (Mt.24:21; Jr.30:7;
Dn.12:1).
a) Perseguição aos judeus
(Ap.11:2;12:6,14).
b) Perseguição aos convertidos
(Ap.7:13,14).
c) A besta política, o
Anticristo (Ap.13:1-10).
d) A besta religiosa, o Falso
Profeta (Ap.13:11-18)
e) Os 144.000 judeus
(Ap.7:4-8;14:1-5).
f) Abominação desoladora
(Dn.9:27;12:11; Mt.24:15; Ap.13:14,15; IITs.2:9).]
d)
Pós-tribulacionistas. Os pós-tribulacionistas pregam que a Igreja vai passar
pela Grande Tribulação. No entanto, esse ensino não tem base sólida na Palavra
de Deus. Jesus disse à igreja de Filadélfia, que representa a igreja fiel, que
iria guardá-la "da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para
tentar os que habitam na terra" (Ap 3.10). A Igreja não estará mais na
Terra quando começar a Grande Tribulação. Paulo ensina que devemos "[...]
esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus,
que nos livra da ira futura" (1 Ts 1.10). [Comentário: Estes acreditam que a igreja passará por todo o período da
tribulação, e será arrebatada apenas após a tribulação, por ocasião da segunda
vinda de Cristo. Eles não distinguem a segunda vinda em duas fases. Reese, um
dos principais expoentes dessa teoria, declara assim sua proposição: “A igreja
de Cristo não será retirada da terra até o segundo advento de Cristo, bem no
final desta presente era: o arrebatamento e o aparecimento ocorrem no mesmo
momento de transição; consequentemente, os cristãos desta geração serão
expostos às aflições finais sob o anticristo.” (Alexander REESE, The
approaching advent of Christ, p. 18)]
2. Histórica. Considera que o Apocalipse é um
livro histórico, cujos fatos já se cumpriram na sua maior parte. Mas tal
entendimento não corresponde à realidade bíblica. [Comentário: Esta interpretação toma como
base que os fatos que João descrevia tinham lugar durante a história da igreja
e insinua que todos os fatos já teriam acontecido quando olhamos para trás na
história da humanidade. Obviamente, seria muito difícil encaixar todas as
profecias do livro de Apocalipse em fatos históricos que já aconteceram.
Simplesmente, isto faz com que esta interpretação não tenha fundamento.]
3. Preterista. Os preteristas entendem que o Apocalipse já se cumpriu
totalmente na época do Império Romano, incluindo a destruição de Jerusalém, no
ano 70 a.C. Entretanto, as profecias bíblicas sobre os fins dos tempos indicam
que diversos eventos escatológicos ainda não se cumpriram, como o Arrebatamento
da Igreja (1 Ts 4.17), a Grande Tribulação ou "a hora da tentação que há
de vir sobre todo o mundo" (Ap 3.10), a Vinda de Cristo em glória (Mt 16.27)
e o milênio (Ap 20.2-5). [Comentário:Esta interpretação considera que
João teria escrito Apocalipse antes da destruição do Templo em 70 d.C. e que
estas profecias seriam fatos que aconteceram na mesma época de quando o livro
foi escrito. Esta posição é praticamente insustentável, porque basta
retrocedermos na história, tentando encaixar os eventos de Apocalipse que
veremos que as profecias ainda não aconteceram. Nem mesmo os imperadores
romanos, conhecidos por sua maldade, se encaixariam no perfil descrito para o
anticristo. Também vemos que a profecia da profanação do Templo descrita em 2
Tessalonicenses 2.3-4 ainda não aconteceu.]
4. Simbolista. É também chamada de
interpretação idealista ou espiritualista. Tudo é "espiritualizado",
simbólico; nada é histórico, mas apenas uma alegoria da luta entre o bem e o
mal. Nessa linha de pensamento, há o ensino amilenista, segundo o qual não
haverá um período literal de mil anos para o reinado de Cristo. Ensinam que a
Igreja está vivendo um milênio simbólico, mas as referências que indicam que o
milênio será literal são muitas (Ap 20.2-5; Hc 2.14). Há os pós-milenistas que
pregam que Jesus só voltará depois do milênio. Os textos bíblicos, porém,
indicam uma ordem diferente dos acontecimentos escatológicos. A ressurreição
dos mortos salvos ocorrerá na vinda de Cristo (1 Ts 4.13-17). A volta de Jesus
é tão literal quanto o foi a sua Ascensão (cf. At 1.9,11). O pré-milenialismo é a opinião
escatológica de que Jesus Cristo voltará literalmente para estabelecer o seu
reino na terra por mil anos. [Comentário: Esta interpretação considera todo o conteúdo do livro em
sentido figurado e/ou metafórico. Esta interpretação supõe que João estaria
falando de um conflito espiritual e não de uma experiência física e real. Esta
interpretação tem sempre a tendência de considerar que o mundo estaria cada vez
mais perfeito e que estaríamos todos ingressando em um novo reino e que as
profecias seriam apenas o conflito espiritual pessoal de João. Porém, todos os
acontecimentos dos séculos XX e XXI mostram que o mundo tem somente piorado,
promovendo uma verdadeira degeneração da raça humana. Isto prova que esta
interpretação não tem o menor fundamento.]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Os termos pré-milenismo,
amilenialismo e pós-milenialismo existem porque Apocalipse 20 fala sobre um
reinado milenial de Cristo, que terá lugar logo após o seu retorno (retratado
em Apocalipse 19). Uma teologia sólida deve ser desenvolvida a partir da
própria Bíblia e as Escrituras ensinam apenas um ponto de vista. O
amilenialismo e o pós-milenialismo não são encontrados em nenhuma parte, mas o
pré-milenialismo é percebido ao longo de toda a Bíblia. A força do
pré-milenialismo está no texto das Escrituras"
O pré-milenialismo é a opinião
escatológica de que Jesus Cristo voltará literalmente para estabelecer o seu
reino na terra por mil anos. Isso ocorrerá após o período da Tribulação e antes
do estabelecimento de um novo céu e uma nova terra (Ap 20).
Ryrie observa: 'Todas as formas
de pré-milenialismo entendem que o Milênio segue à segunda vinda de Cristo. A
sua duração será de mil anos; a sua localização será na terra; o seu governo
será teocrático com a presença pessoal de Cristo reinando como Rei'.
Dentro do pré-milenialismo, em
geral, existe uma variedade de pontos de vista acerca do arrebatamento da
Igreja, os quais incluem o pré-milenialismo pré-tribulacional, e
pós-tribulacional. Em outras palavras, os pré-milenialistas estão divididos
quanto as suas opiniões de quando o arrebatamento ocorrerá em relação à Tribulação
e ao Milênio" (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1.
ed. Rio de Janeiro: CPAD, 208, p. 348).
CONCLUSÃO
Defendemos a
interpretação futurista, que se revela como a que melhor ajusta-se à boa
hermenêutica sagrada, segundo a qual a Bíblia interpreta-se a si mesma. Nos
livros escatológicos, podemos identificar algumas profecias que já se cumpriram
e também entendemos que há linguagem simbólica nos livros escatológicos. Mas,
em relação aos fins dos tempos, face à volta de Jesus, cremos que esta se dará
antes da Grande Tribulação. [Comentário: Portanto, vemos que a única interpretação aceitável para o
livro de Apocalipse é a futurista. Isso não quer dizer que não haja na Bíblia
profecias que já se cumpriram ou estão se cumprindo hoje e/ou que não haja
linguagem simbólica. Mas, em se tratando da volta de Jesus, a posição com maior
apoio bíblico é a pré-tribulacionista - “Como guardaste a palavra da minha
paciência, também eu te guardarei ‘da hora da tentação’ que há de vir sobre o
mundo, para tentar os que habitam na terra” (Ap 3.10). Note o leitor que Jesus
não deixou de ensinar sobre uma era vindoura perfeita e Apocalipse 21 e 22
descrevem as glórias deste estado eterno. A cidade de Jerusalém, a celestial,
baixará de vez sobre a Terra. A nova terra tem seu relevo totalmente diferente.
Quem preparou esta cidade foi o próprio Jesus, onde não haverá mais noite, nem
precisará da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre os seus e reinarão
pelos séculos dos séculos e Deus mesmo enxugará de nossos olhos toda a lágrima.
Conheceremos as águas límpidas do Rio da Vida e sentiremos o gostoso sabor do
fruto da Árvore da Vida! Maranata! Ora, vem Senhor Jesus!] “NaquEle que me garante:
"Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de
Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog:
auxilioebd.blogspot.com.br.
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