sábado, 2 de janeiro de 2016

LIÇÃO 1: ESCATOLOGIA, O ESTUDO DAS ÚLTIMAS COISAS




SUBSÍDIO I

Esperança: o fundamento da Escatologia Bíblica

“O único motivo por que a promessa da nossa ressurreição, do nosso corpo glorificado, do nosso reinar com Cristo, e do nosso futuro eterno é chamada ‘esperança’ é porque ainda não os alcançamos (Rm 8.24,25)” (Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal, CPAD, p.610). De fato, não alcançamos a plena redenção do nosso corpo; a nova realidade de uma transformação radical nos termos que o apóstolo Paulo escreveu em 1 Tessalonicenses: “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (4.16,17).
Ao anunciar esta promessa, o apóstolo conclui: “Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (v.18). A sentença acima, pronunciada pelo apóstolo dos gentios, demonstra que a “esperança” é o grande tema da verdadeira Escatologia Bíblica. E que, por isso, devemos reforçar tal esperança consolando uns aos outros com a memória dessa promessa. A razão de aguardarmos algo que ainda não ocorreu é porque “anelamos e esperamos a realidade última da manifestação do Reino de Deus no mundo”. Por isso, essa esperança se inicia e permanece em nós por intermédio de Jesus Cristo (Ef 2.12). Éramos um povo sem esperança, já condenado como filhos da ira, com uma natureza essencialmente alienada de Deus e do seu plano de salvação. Mas, “estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2.5).
Aqui, está a razão da nossa esperança! Se o Pai, por intermédio de Jesus, o seu Filho, nos vivificou em Cristo, significa que Ele completará essa boa obra iniciada em nós. Por isso, a “esperança” é o fundamento primeiro da Escatologia Bíblica. Enfatize a esperança cristã Ao iniciar a primeira lição deste trimestre, antes de abordar o conceito da Escatologia, a preocupação com os fins dos tempos e as linhas de interpretações do livro de Apocalipse, dê ênfase ao tema da “esperança”. A doutrina das últimas coisas não pode ser ensinada com o objetivo de trazer medo às pessoas. À luz da Palavra de Deus, sempre que os autores bíblicos trataram do assunto, eles tinham como alvo de consolar, confortar e animar o povo de Deus.


Fonte: Revista Ensinador Cristão, ano 17 - nº 65 – Janeiro/Fevereiro/Março de 2016


SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Neste trimestre estudaremos um dos assuntos mais complexos, e às vezes, mais polêmicos, da teologia bíblica, a escatologia. Nesta aula apresentaremos os aspectos conceituais da área de estudo, destacando suas Escolas de interpretação, e o mais importante, os princípios fundamentais para a interpretação do texto profético. Destacamos, a princípio, a necessidade de uma avaliação criteriosa e contextualizada dos textos, a fim de evitar excessos e especulações, sem fundamentação bíblica.

1. ESCATOLOGIA, ESTUDO DAS ÚLTIMAS COISAS

A escatologia é uma área dos estudos teológicos que trata a respeito das últimas coisas, ou da realidade ulterior. Esse termo é derivado da combinação de duas palavras gregas: eschatos, que significa último, e logos, que significa estudo ou doutrina. No âmbito da Escatologia Pessoal, faz-se necessário ressaltar a dimensão material (corporal) e imaterial (espiritual) do ser humano. Após a morte o crente entra imediatamente na presença de Deus (II Co. 5.8), ainda que seu corpo físico permaneça na terra, aguardando a ressurreição e a glorificação (I Co. 15.54,55). Quando o descrente morre, segue para o Hades (Lc. 16.19-31), onde aguarda o julgamento do Trono Branco (Ap. 20.11-15). Depois do julgamento o Hades, e todos aqueles que ali habitam, será lançado no lago de fogo, esse período, que envolve tanto o período posterior à morte do justo quanto do ímpio, é dominado de Estado Intermediário. A Escatologia Geral trata, fundamentalmente, sobre a Volta de Cristo, doutrina repetidamente ensinada pelo Senhor (Mt. 24.27-31; 45-51; Mc. 13.32; At. 1.11). Além da volta de Cristo, os estudiosos da Escatologia Bíblica assumem que existe uma sequência de eventos: arrebatamento da igreja, tribunal de Cristo, Grande Tribulação, Milênio, Ressurreição, Julgamento e Estado Eterno. Existem divergências em relação a alguns aspectos da Escatologia Bíblica, especialmente quanto à ocasião do Arrebatamento da Igreja, se esse se dará antes da Tribulação (Pré-tribulacionismo), antes e durante a Tribulação (Parcial), no meio da tribulação (Midi-Tribulacionsimo), ou após a Tribulação (Pós-tribulacionismo). A diferença em relação a esse tema não compromete a ortodoxia, consideramos, no entanto, que a posição mais apropriada é a Pré-tribulacionista (I Ts. 1.10; Ap. 4.1,2).

2. ESCATOLOGIA DE INTERPRETAÇÃO NO ESTUDO ESCATOLÓGICO

Existem diferentes escolas de interpretação dos estudos escatológicos, relacionadas à maneira de abordar o livro do Apocalipse. A Escola Preterista defende que o Apocalipse deve ser interpretado no contexto do seu autor original, relacionando-o às adversidades pelas quais passavam as igrejas do Sec. I. Por conseguinte, o objetivo desse livro era o fortalecimento da igreja diante das perseguições. A Escola Futurista argumenta que apenas os três primeiros capítulos do Apocalipse têm enfoque histórico. Para os estudiosos dessa perspectiva, a partir do capítulo 4 o livro aponta para eventos futuros, que acontecerão nos últimos dias. O objetivo do Apocalipse, de acordo com essa escola de interpretação, é descrever a consumação do propósito redentor de Deus, nos últimos tempos. A Escola Simbolista, ou Idealista, tende à alegoria, argumenta que o Apocalipse é um texto figurado, que discorre a respeito da batalha cósmica entre o bem e o mal. Para os adeptos dessa Escola, o texto apocalíptico não deve ser interpretado literalmente, antes aponta para significados espirituais, que somente podem ser compreendido na esfera cósmica. A Escola que mais condizente com a interpretação bíblica é a Futurista, ainda que reconheçamos que no Apocalipse existem passagens históricas (preteristas) e figuradas (simbólicas). O objetivo principal do Apocalipse, de acordo com essa abordagem, é direcionar o leitor para os eventos que deverão acontecer no futuro (Ap. 1.1). Para a Escola Futurista o texto bíblico, de modo geral, deve ser interpretado literalmente, sendo harmonizado em um todo coerente. Ela é importante para também porque justificar a posição Pré-tribulacionista do arrebatamento da Igreja.

3. PRINCÍPIOS PARA A INTERPRETAÇÃO DA ESCATOLOGIA

Existem muitas especulações escatológicas nas igrejas, para evitar os excessos faz-se necessário estimular uma abordagem apropriada no que tange à interpretação do texto profético. A esse respeito é válido ressaltar o que disse Jesus sobre o cumprimento das profecias: “quem lê entenda”, e não, quem lê invente (Mt. 24.15). As suposições infundadas, e sem qualquer respaldo escriturístico, alimentam a imaginação dos curiosos, mas não devem ser ensinadas na igreja. Uma interpretação apropriada da profecia bíblica parte de uma abordagem que considere o método gramatical (de acordo com as regras da gramática), histórico (coerente com o contexto histórico da passagem), e contextual (de acordo com o contexto no qual foi escrito). Evidentemente, conforme ressaltamos anteriormente, não podemos desconsiderar que existem passagens proféticas que recorrem às figuras de linguagem, e que não podem ser interpretadas literalmente. Além disso,  é necessário fazer as distinções devidas entre a profecia direcionada à igreja, e àquelas cujo cumprimento se dará com Israel. Existem equívocos na interpretação do texto escatológico que estão relacionados à confusão que alguns intérpretes fazem sobre o papel de Israel e da Igreja no desenrolar dos acontecimentos proféticos. Há profecias que são exclusivas para Israel, e que não podem ser interpretadas como se fossem alusivas à Igreja. O futuro determinado por Deus para Israel e a Igreja são distintos, um exemplo disso é o Arrebatamento, cujo alvo é a Igreja do Senhor Jesus Cristo (I Ts. 4.13-18), e o Milênio, que o Milênio terá como foco Israel, a nação escolhida por Deus (Ez. 36.33-36).

CONCLUSÃO

O estudo da doutrina das últimas coisas – Escatologia – deve ser estimulado entre os crentes, considerando que esse é um assunto recorrente nas Escrituras. Mas é preciso que esse seja realizado com cautela, respeitado os princípios hermenêuticos, que orientam a interpretação do texto profético. É importante também ressaltar que o objetivo da Escatologia não é provocar discussões infundadas, ou mesmo debates acalorados, mas que permaneçamos firmes na fé, na esperança da Palavra Profética, que brilha como luzeiro, em um mundo de trevas (II Pe. 1.19).

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Neste trimestre teremos a oportunidade ímpar de estudar a respeito do tempo do fim. Nesta primeira lição, examinaremos a Escatologia bíblica. Para os salvos em Jesus Cristo este é um tema que traz esperança, pois não há nada melhor do que ter a certeza de que o Salvador voltará e que viveremos junto com Ele por toda a eternidade. No entanto, para os descrentes, a segunda vinda de Jesus não oferece motivos para regozijo. As previsões bíblicas para o futuro dos ímpios são aterradoras: "Os ímpios serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus" (Sl 9.17). Porém, ainda é tempo para o arrependimento e a conversão. Por isso, a Igreja do Senhor tem a responsabilidade de anunciar Jesus, cumprindo a Grande Comissão (Mt 28.19,20). [Comentário: Iniciamos 2016 estudando a Escatologia Bíblica. Talvez alguém possa alegar que este assunto é de somenos importância, contudo, não podemos ter uma visão vaga sobre as verdades bíblicas. Na escatologia estão inseridas as principais doutrinas do Cristianismo: o céu, o inferno, a salvação, o arrebatamento, o juízo final, galardão dos salvos, a ressurreição, etc. Estudar escatologia é adquirir um panorama sólido de toda a Bíblia, pois a grande dificuldade na escatologia, por parte do nosso povo, é a falta de conhecimento amplo das Escrituras. O estudo da Escatologia requer muita atenção e cuidado para não entrar na classe dos falsos mestres que Paulo enfatizou que, nos últimos tempos surgiriam (1Tm 4.1). A Igreja precisa ser ensinada sobre esse assunto, não apenas porque a negligência produz um vácuo perigoso, mas também porque a escatologia é o ponto crucial e a coroa da teologia sistemática. Ainda no tempo dos apóstolos a segunda vinda de Cristo era negada (2Pe 3.4), e ainda hoje encontramos pessoas que negam a realidade desta doutrina. Por isso é necessário demonstrar, pelas Escrituras, a sua realidade. E por fim, durante este período a Igreja tem a incumbência de proclamar o evangelho antes que venha o "grande e terrível dia do Senhor"(Ml 4.5), que porá fim aos últimos dias, para inaugurar o "dia da vingança do nosso Deus"(Is 61.2b).]

I. O ESTUDO DA ESCATOLOGIA

1. Definição. A palavra escatologia tem origem em dois termos gregos: escathos, "último", e logos, "estudo", "mensagem", "palavra". O termo grego cognato é éschata, que significa "últimas coisas". Daí vem à expressão "estudo", ou "doutrina" das "últimas coisas". Portanto, escatologia é o estudo sistemático das coisas que acontecerão nos últimos dias ou a "doutrina das últimas coisas". A escatologia estuda os seguintes temas: Estado Intermediário, Arrebatamento da Igreja, Grande Tribulação, Milênio, Julgamento Final e o Estado Perfeito Eterno. [Comentário: Como o sub-tópico define, Escatologia é uma palavra de origem grega, formada pelos radicais εσχατος, "último", mais o sufixo logia, e significa "o estudo das últimas coisas" ou "doutrina das coisas finais". Muitas passagens das Escrituras empregam a palavra eschathos juntamente com heméra ‘dia’, assim temos ‘último dia’ (Jo 6.39; 7.37). A primeira ocorrência se refere ao último dia da ressurreição, um dia escatológico, enquanto que a segunda apenas faz alusão ao último dia da festa de casamento. O seu plural ‘escatai hmerai’ ocorre em At 2.17; 2Tm 3.1; Tg 5.3; Hb 1.2. Todas estas passagens aludem ao período de tempo entre a 1ª e a 2ª vindas de Jesus. É importante ressaltar que o período conhecido como ‘últimos dias’ iniciaram-se com a 1ª vinda de Jesus que, segundo Paulo, veio na "plenitude do tempo" (Gl 4.4), pois o tempo anterior da dispensação da lei já estava cumprido (Mc 1.15; Lc 16.16). Estamos vivendo os últimos dias. Esse período de tempo que a Bíblia chama de últimos dias, recebe ainda outras designações, tais como: "tempo aceitável... dia da salvação"(Is 49.8) ou "ano aceitável do Senhor"(Is 61.2a); "dispensação da plenitude dos tempos"(Ef 1.10) ou "dispensação da graça"(Ef 3.2) ou "dispensação do mistério"(Ef 3.9); "tempo da oportunidade", "tempo sobremodo oportuno", "dia da salvação"(2Co 6.2), "tempos oportunos" (2Tm 2.6), "tempos devidos" (Tt 1.3); "hoje" (Hb 3.7,15; 4.7,8); "fins dos séculos" (1Co 10.11), e "última hora"(1Jo 2.18).]

2. A escatologia e a volta de Jesus. O estudo da escatologia bíblica mostra que o crente tem de estar sempre alerta, vigilante, pois a volta de Jesus pode acontecer a qualquer momento: "Portanto, estai vós também apercebidos; porque virá o Filho do Homem à hora que não imaginais" (Lc 12.40). Muitos desprezam e desdenham das verdades bíblicas, mas Deus vela pela sua Palavra e em breve Jesus voltará e julgará a todos aqueles que amam a prática do pecado. [Comentário: Acredito que a razão por que poucos estão prontos para o julgamento é que a maioria não sabe que haverá um julgamento. Além de estarmos preparados, escatologia deve nos motivar a ajudar os outros a se prepararem também. Enquanto a obsessão pelas últimas coisas é perigosa, a omissão é ainda mais. A preocupação com o mundo presente está sufocando o interesse no mundo por vir, e acredito muitos crentes já não oram Maranata! Temos construído nosso céu aqui. O estudo da Escatologia mantém estas verdades vitais e finais à nossa frente e nos encoraja a olhar além deste mundo: para o céu na vida eterna com Cristo e o Seu povo. Ainda que pareça tardar, a volta de Jesus é Literal - Pessoal e Corporal (At 1.11; 1Ts 4.14-17); será visível (Ap 1.7,9-11; Mt 24.26,27,30; Lc 21.27; Tt 2.13; 1Jo 3.2,3; Is 52.8; Os 5.15). Sua vinda é súbita (Ap 22.7,12,20; Mt 24.27), iminente, do ponto de vista profético (Tt 2.13; Hb 9.28; 1Ts 1.9,10; Rm 13.11), próxima, do ponto de vista histórico (Lc 21.28; Mt 16.3;24.33;24.3). Se dará em duas Fases (Sf 2.3):
a) O arrebatamento da igreja, nos ares (1Ts 4.16,17; Jo 14.3); a parousia;
b) A revelação ao mundo, na terra (2Ts 1.7-9; 2.7,8; Cl 3.4; Ap 1.7; Jl 3.11; 1Ts 3.11; Zc 14.4,5; Jd 14).]

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"Embora lide com eventos futuros, a escatologia tem suas raízes tanto na vida, morte e ressurreição históricas de Cristo como em seu futuro retorno. Como afirma Berkouwer: 'Não é o desconhecimento do futuro, mas sim seu conhecimento que é fundamental na reflexão escatológica'. A verdadeira questão é 'se as expectativas bíblicas são certas ou incertas, duvidosas ou inevitáveis'. 
Eis uma verdade com a qual quase todos os teólogos evangélicos concordam: Jesus voltará. Os cristãos fundamentam sua esperança nesta promessa, que foi claramente firmada por Cristo (Mt 24.27-31). Nas parábolas dos dois servos (Mt 24.45-51), das dez virgens (Mt 25.1-13) e dos talentos (Mt 25.14-30), Jesus assegurou que voltaria. Ele virá sobre as nuvens (Mt 26.64; Ap 1.7), à vista de todos (Mt 24.30), chegará ao mesmo lugar do qual partiu (Zc 14.4; At 1.11) e em um momento que apenas o Pai conhece (Mc 13.32).
Embora os estudiosos normalmente concordem que Jesus voltará, existem diferentes opiniões sobre os detalhes das circunstâncias que levarão ou se seguirão ao retorno de Cristo. Estas diferentes opiniões estão relacionadas à sequência dos eventos do fim, à Grande Tribulação, ao Milênio e ao futuro de Israel" (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 208, p. 168).



II. A PREOCUPAÇÃO COM OS FINS DOS TEMPOS

1. Os discípulos de Jesus. Certa vez, os discípulos de Jesus fizeram a seguinte indagação ao Mestre: "[...] Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo? (Mt 24.3). Tanto os discípulos quanto os cristãos do primeiro século desejavam saber a respeito do fim dos tempos, pois este é um assunto que chama a atenção de crentes e não crentes. Já no primeiro século algumas pessoas não acreditavam mais na segunda vinda de Jesus, pois Pedro fala sobre os "escarnecedores" que dizem: "Onde está a promessa da sua vinda?" Infelizmente, hoje muitos também continuam achando que a Palavra de Deus não se cumprirá e que o fim não virá (2 Pe 3.3,4). [Comentário: Em seus ensinamentos particulares no monte das Oliveiras, Jesus respondeu a três perguntas relacionadas à destruição do Templo, à sua segunda vinda e ao fim. Esses temas estão interligados e algumas vezes é difícil determinar qual acontecimento está sendo descrito. Essa dificuldade é parcialmente resolvida quando se percebe que a maioria das profecias é capaz de um cumprimento tanto próximo como remoto. É importante lembrar que, em Mt 24.14, Jesus liga o testemunho universal do evangelho à sua segunda vinda. Os discípulos reunidos aos pés de Jesus no monte das Oliveiras o indagam acerca do tempo do fim e a resposta do Mestre é que veriam algumas daquelas coisas ensinadas, acontecendo em um período relativamente curto (perseguição, abominação no Templo de Jerusalém e sua destruição), mas também deixou claro que haveria um lapso de tempo antes que tudo isso começasse a acontecer. Toda a revelação aponta para o futuro. O futuro consiste num plano traçado por Deus para que a Igreja caminhe neste mundo “pela fé a esta graça, na qual estando firme, gloria-se na esperança da glória de Deus” (Rm 5.2).]

2. As previsões falsas sobre o futuro. O homem sempre se preocupou com o fim dos tempos, por isso, o grande número de falsos profetas e falsas previsões quanto ao futuro da humanidade. São inúmeras seitas e falsos profetas que já marcaram a data da segunda vinda de Jesus e o fim de todas as coisas, pois todos erram. [Comentário: O apóstolo Paulo escreve aos Efésios para argumentar o fato de que nós somos o alvo da revelação divina: “nos elegeu antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele. Em amor nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade” (Ef 1.4,5). O Eterno é maravilhoso para com aqueles que são santos e Seus filhos e somente estes têm o privilégio de ter a revelação das coisas que em breve hão de acontecer. Em contraste, o mundo irregenerado, que não tem a revelação de Deus, se fecha num ciclo de falsas expectativas em relação ao futuro. Filosoficamente, a humanidade descrente vê com grande otimismo a era que está por vir e vislumbra um fantástico progresso material e científico; Contudo o apóstolo Paulo nos adverte: “quando andarem dizendo: paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição” (1Tm 5.3). O Site CACP.ORG transcreve um artigo do Jornal “Chamada da Meia Noite” (1995), de autoria de José Marcílio da Silva, onde ele escreve o seguinte: “Aos olhos dos franceses do final do século XIX, o novo século parecia uma espécie de Idade de Ouro. Mas o entusiasmo durou até 1914, quando a 1ª Guerra Mundial pôs fim ao sonho dourado. Outra parte da humanidade certamente adentrará o 3º milênio cheia de superstições, medo, insegurança e pessimismo; preocupada com desgraças, desemprego, violência e caos social. A história registra que, na passagem do ano 999 para 1.000, a maior parte da Europa não conseguiu comemorar a data, pois esperava o “Apocalipse”. Segundo o historiador Frederick H. Martins, um sentimento de terror dominou a multidão amontoada na imensa Basílica de São Pedro, em Roma, na noite de 31 de dezembro de 999. Inclusive o Papa Silvestre II parecia aterrado. Isso aconteceu porque o povo não tinha acesso à Bíblia. Quem conhece a revelação sabe que o mundo irá de mal a pior, mas não se desespera. E o Senhor Jesus profetiza: “homens desmaiarão de terror, na expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo… e quando estas coisas começarem a acontecer, fiquem firmes e levantem a cabeça, pois a vossa redenção está próxima, Lc. 21.26,28.” (Disponível no link:http://www.cacp.org.br/escatologia-biblica/)]

3. Falsos profetas.  Certo pastor, marcou o arrebatamento da Igreja para o ano de 1993, e o início da Grande Tribulação, considerando que o ano 2000 seria o fim do sexto milênio. Outro "profeta", baseado em cálculos matemáticos, somando ou subtraindo referências bíblicas e utilizando a contagem bíblica dos tempos, assegurou que o Anticristo seria revelado em 13 de novembro de 1986 às 17horas em Jerusalém! Marcou o "fim do mundo" para março de 1987. Mais um falso profeta foi desmoralizado. [Comentário: Não faz muito tempo, uma autodenominada ‘apóstola’ afirmou que a vinda de Cristo será em 2017 ou 2018 (veja aqui). A autora desta declaração se coloca em grau de superioridade a Jesus Cristo, pois Ele mesmo afirmou nas Escrituras que quanto à sua vinda nem Ele mesmo sabia, somente o Pai do Céu. Muitos outros já tentaram prever esta data anteriormente. Não podemos concordar, absolutamente, com estas tentativas de anunciar uma data possível para a vinda de Jesus. Não é preciso raciocinar muito para afirmar que isso não passa de alarme falso. Basta ler o que Jesus deixou escrito no sermão profético de Mateus 24.36: “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai.” Entre as muitas outras profecias falsas sobre a vinda de Jesus está a declaração de Joseph Smith, fundador do Mormonismo, feita em 1835. Profetizou ele que Cristo voltaria dentro de 56 anos, e que muitos dos que então viviam “não provariam a morte até que Cristo voltasse”. Nem seria preciso dizer que ele morreu e Jesus ainda não. Charles Taze Russell declarou que a segunda vinda de Cristo tinha ocorrido invisivelmente em outubro de 1874, e que o Senhor estava verdadeiramente presente, e, que, em 1914, os fiéis (os 144.000) seriam trasladados para o céu e os ímpios destruídos. Profetizou que a Batalha do Armagedom, que começara em 1874, terminaria em 1914 com a derrubada geral dos governantes da Terra e o fim do mundo. No começo da década de 20, as Testemunhas de Jeová distribuíram nas ruas e de porta em porta na América do Norte, um livro intitulado Milhões Hoje Vivos Jamais Morrerão, que anunciava: “O ano de 1925 é uma data definitiva e claramente marcada nas Escrituras, ainda mais clara que a de 1914… podemos esperar confiantemente que o ano de 1925 marcará o retorno de Abraão, Isaque e Jacó e dos fiéis profetas antigos… na condição de perfeição humana.” As Testemunhas de Jeová chegaram a construir uma casa na cidade de San Diego, Califórnia, na qual os patriarcas deveriam morar, e tentaram passar a escritura em nome do Rei Davi. Esta casa foi discretamente vendida em 1954. “Quando o profeta falar em nome do SENHOR, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o SENHOR não falou; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele.” (Dt 18.22).]
  
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

"Marcos 13.32 assinala que apenas o Pai conhece o momento do retorno de Cristo. Mateus 24.42 alerta: 'Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor'. Paulo escreve: 'porque vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite' (1 Ts 5.2). Estas passagens indicam que Jesus pode retornar a qualquer momento advertindo-nos para estarmos prontos. Já outras passagens trazem sinais que precederão a volta de Cristo. O próprio Jesus mencionou sinais que marcariam o fim dos tempos como lemos em Mateus 24.1-14)" (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 208, p. 169).

III. INTERPRETAÇÕES ESCATOLÓGICAS

Existem diferentes interpretações escatológicas a respeito do fim. Não podemos estudar todas em uma única lição, porém  estudaremos algumas: [Comentário: Este assunto não tem unanimidade no meio evangélico. No século XIX, surgem novas abordagens teológicas fazendo com que a Igreja adotasse novos rumos a fim de responder aos desafios da época. Foi nesse período que surgiram as Escatologias Contemporâneas - Escatologia Consistente de Schweitzer e a Escatologia Realizada de Dodd. Temos ainda, o Amilenismo Agostiniano, Amilenismo Clássico, Pós-Milenismo, Pré-Milenismo Histórico, e o Pré-Milenismo Dispensacionalista, esta última, adotada pela maioria dos evangélicos brasileiros (Para um estudo sobre cada escola, sugiro uma leitura do artigo ‘Escatologia Reformada’, no site Monergismo.com, seguindo este link:http://www.monergismo.com/textos/escatologia_reformada/escatologia_reformada.htm). Veja também o artigo ‘Correntes da Escatologia Protestante’, por Elias Medeiros, disponível no mesmo site: http://www.monergismo.com/textos/escatologia_reformada/correntesescato.htm]

1. Futurista. Essa interpretação considera que a maior parte das profecias ainda vai se cumprir, começando com o arrebatamento da Igreja e demais fatos subsequentes. Sem dúvida, é a mais adequada à realidade das profecias sobre os últimos tempos.  Essa corrente, porém, subdivide-se em: [Comentário: Contrapondo a interpretação Preterista, o Futurismo lê as profecias apocalípticas como Futuras e, em alguns casos iminentes, com cumprimento literal do texto em eventos reais. Tudo o que é profetizado no livro de Apocalipse a partir do capítulo 4 tem a ver com os últimos dias, sem nenhuma aplicação na história da igreja. O ponto de vista futurista divide-se em duas correntes: A Moderada (ou Pré-Milenarismo Histórico) e a Extrema (ou Pré-Milenarismo Dispensacionalista). Embora haja grandes divergências de interpretação entre essas duas vertentes hermenêuticas, elas concordam que o propósito do livro de Apocalipse é descrever a consumação do propósito redentor de Deus no fim dos tempos. O ponto de vista moderado não vê razão, como o extremo, de fazer uma diferença tão definida entre Israel e a Igreja. O povo de Deus que sofre a perseguição feroz e a igreja. Também não vê razão para reconhecer nas sete cartas uma predição de sete períodos da história da igreja. Não há qualquer evidência interna para tal interpretação, há apenas sete cartas para sete igrejas históricas. Os teólogos se dividem em três diferentes correntes:]

a) Pré-tribulacionista. Esta corrente afirma que o Senhor Jesus arrebatará sua Igreja antes da Tribulação de sete anos (Jo 14.1-3; 1 Ts 4-5). Segundo Tim Lahaye, aqueles que "interpretam a Bíblia literalmente encontram razões fortes para crer que o arrebatamento será pré-tribulacional". O ensino a respeito do arrebatamento é uma doutrina fundamental, porém, o povo de Deus não precisa estar dividido quanto a tal assunto. O importante é que Jesus voltará para buscar a sua Igreja. É importante ressaltar que a corrente pré-tribulacionista está mais de acordo com o livro de Apocalipse (Ap 4.1-2). Para os pré-tribulacionistas os crentes serão guardados da Tribulação. Segundo esta corrente o propósito da Tribulação não é preparar a Igreja para estar com Cristo, mas, preparar Israel para a restauração do plano de Deus. [Comentário: O Arrebatamento pré-tribulacional ensina que, antes do período de sete anos conhecido como Tribulação, todos os membros do corpo de Cristo (tanto os vivos quanto os mortos) serão arrebatados nos ares para o encontro com Jesus Cristo e depois serão levados ao céu (1Ts 4.13-18). Nessa passagem Paulo informa seus leitores de que os crentes que estiverem vivos por ocasião do Arrebatamento serão reunidos aos que morreram em Cristo antes deles. No versículo 17 a palavra "arrebatados" traduz a palavra grega harpazo, que significa "dominar por meio de força" ou "capturar". Essa palavra é usada 14 vezes no Novo Testamento Grego de várias maneiras diferentes.]

 b) Pré-milenista. Essa corrente conclui que a Vinda de Cristo ocorrerá antes do milênio, quando Cristo virá reinar sobre a Terra. Grande parte dos cristãos do primeiro século, eram pré-milenistas. Segundo o pastor Claudionor de Andrade  "tal posicionamento foi duramente combatido por Orígenes que, influenciado pela filosofia grega, passou a   ensinar que o Milênio nada mais era que uma referência alegórica à ação do Evangelho na vida das nações". [Comentário: O pré-milenismo, ou pré-milenialismo, é a visão de que a segunda vinda de Cristo ocorrerá antes do Seu Reino Milenar e que esse reino será um período literal de 1000 anos. Para que possamos compreender e interpretar as passagens nas Escrituras que lidam com os eventos do fim dos tempos, há duas coisas que precisamos claramente entender: um método apropriado de interpretar as Escrituras e a distinção entre Israel (os judeus) e a Igreja (o corpo de todos os crentes em Jesus Cristo).]

c) Midi-tribulacionistas Os midi-tribulacionistas entendem que a Igreja será arrebatada no meio da Tribulação. [Comentário: Os defensores desta opinião acreditam que a igreja vai passar pela primeira metade da tribulação, e será arrebatada no meio (mid) dos dois períodos de três anos e meio cada. Seus defensores citam At 14.22 para fundamentar esta opinião e considerando que a Grande Tribulação propriamente dita inicia apenas no meio dos sete anos, com a retirada da Igreja, deixando o Anticristo livre apara manifestar-se ao mundo:
- a Primeira Metade da Tribulação consiste em:
a) Aliança de Israel com o Anticristo (Dn.9:27; Jo.5:43; Is.28:14-18).
b) As duas testemunhas (Ap.11;3).
- A Segunda Metade da Tribulação: Chamada de grande tribulação ou angústia de Jacó (Mt.24:21; Jr.30:7; Dn.12:1).
a) Perseguição aos judeus (Ap.11:2;12:6,14).
b) Perseguição aos convertidos (Ap.7:13,14).
c) A besta política, o Anticristo (Ap.13:1-10).
d) A besta religiosa, o Falso Profeta (Ap.13:11-18)
e) Os 144.000 judeus (Ap.7:4-8;14:1-5).
f) Abominação desoladora (Dn.9:27;12:11; Mt.24:15; Ap.13:14,15; IITs.2:9).]

d) Pós-tribulacionistas. Os pós-tribulacionistas pregam que a Igreja vai passar pela Grande Tribulação. No entanto, esse ensino não tem base sólida na Palavra de Deus. Jesus disse à igreja de Filadélfia, que representa a igreja fiel, que iria guardá-la "da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra" (Ap 3.10). A Igreja não estará mais na Terra quando começar a Grande Tribulação. Paulo ensina que devemos "[...] esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura" (1 Ts 1.10). [Comentário: Estes acreditam que a igreja passará por todo o período da tribulação, e será arrebatada apenas após a tribulação, por ocasião da segunda vinda de Cristo. Eles não distinguem a segunda vinda em duas fases. Reese, um dos principais expoentes dessa teoria, declara assim sua proposição: “A igreja de Cristo não será retirada da terra até o segundo advento de Cristo, bem no final desta presente era: o arrebatamento e o aparecimento ocorrem no mesmo momento de transição; consequentemente, os cristãos desta geração serão expostos às aflições finais sob o anticristo.” (Alexander REESE, The approaching advent of Christ, p. 18)]

2. Histórica. Considera que o Apocalipse é um livro histórico, cujos fatos já se cumpriram na sua maior parte. Mas tal entendimento não corresponde à realidade bíblica. [Comentário: Esta interpretação toma como base que os fatos que João descrevia tinham lugar durante a história da igreja e insinua que todos os fatos já teriam acontecido quando olhamos para trás na história da humanidade. Obviamente, seria muito difícil encaixar todas as profecias do livro de Apocalipse em fatos históricos que já aconteceram. Simplesmente, isto faz com que esta interpretação não tenha fundamento.]

3. Preterista. Os preteristas entendem que o Apocalipse já se cumpriu totalmente na época do Império Romano, incluindo a destruição de Jerusalém, no ano 70 a.C. Entretanto, as profecias bíblicas sobre os fins dos tempos indicam que diversos eventos escatológicos ainda não se cumpriram, como o Arrebatamento da Igreja (1 Ts 4.17), a Grande Tribulação ou "a hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo" (Ap 3.10),  a Vinda de Cristo em glória (Mt 16.27) e o milênio (Ap 20.2-5). [Comentário:Esta interpretação considera que João teria escrito Apocalipse antes da destruição do Templo em 70 d.C. e que estas profecias seriam fatos que aconteceram na mesma época de quando o livro foi escrito. Esta posição é praticamente insustentável, porque basta retrocedermos na história, tentando encaixar os eventos de Apocalipse que veremos que as profecias ainda não aconteceram. Nem mesmo os imperadores romanos, conhecidos por sua maldade, se encaixariam no perfil descrito para o anticristo. Também vemos que a profecia da profanação do Templo descrita em 2 Tessalonicenses 2.3-4 ainda não aconteceu.]

4. Simbolista. É também chamada de interpretação idealista ou espiritualista. Tudo é "espiritualizado", simbólico; nada é histórico, mas apenas uma alegoria da luta entre o bem e o mal. Nessa linha de pensamento, há o ensino amilenista, segundo o qual não haverá um período literal de mil anos para o reinado de Cristo. Ensinam que a Igreja está vivendo um milênio simbólico, mas as referências que indicam que o milênio será literal são muitas (Ap 20.2-5; Hc 2.14). Há os pós-milenistas que pregam que Jesus só voltará depois do milênio. Os textos bíblicos, porém, indicam uma ordem diferente dos acontecimentos escatológicos. A ressurreição dos mortos salvos ocorrerá na vinda de Cristo (1 Ts 4.13-17). A volta de Jesus é tão literal quanto o foi a sua Ascensão (cf. At 1.9,11).  O pré-milenialismo é a opinião escatológica de que Jesus Cristo voltará literalmente para estabelecer o seu reino na terra por mil anos. [Comentário: Esta interpretação considera todo o conteúdo do livro em sentido figurado e/ou metafórico. Esta interpretação supõe que João estaria falando de um conflito espiritual e não de uma experiência física e real. Esta interpretação tem sempre a tendência de considerar que o mundo estaria cada vez mais perfeito e que estaríamos todos ingressando em um novo reino e que as profecias seriam apenas o conflito espiritual pessoal de João. Porém, todos os acontecimentos dos séculos XX e XXI mostram que o mundo tem somente piorado, promovendo uma verdadeira degeneração da raça humana. Isto prova que esta interpretação não tem o menor fundamento.]


SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"Os termos pré-milenismo, amilenialismo e pós-milenialismo existem porque Apocalipse 20 fala sobre um reinado milenial de Cristo, que terá lugar logo após o seu retorno (retratado em Apocalipse 19). Uma teologia sólida deve ser desenvolvida a partir da própria Bíblia e as Escrituras ensinam apenas um ponto de vista. O amilenialismo e o pós-milenialismo não são encontrados em nenhuma parte, mas o pré-milenialismo é percebido ao longo de toda a Bíblia. A força do pré-milenialismo está no texto das Escrituras"
O pré-milenialismo é a opinião escatológica de que Jesus Cristo voltará literalmente para estabelecer o seu reino na terra por mil anos. Isso ocorrerá após o período da Tribulação e antes do estabelecimento de um novo céu e uma nova terra (Ap 20).
Ryrie observa: 'Todas as formas de pré-milenialismo entendem que o Milênio segue à segunda vinda de Cristo. A sua duração será de mil anos; a sua localização será na terra; o seu governo será teocrático com a presença pessoal de Cristo reinando como Rei'.
Dentro do pré-milenialismo, em geral, existe uma variedade de pontos de vista acerca do arrebatamento da Igreja, os quais incluem o pré-milenialismo pré-tribulacional, e pós-tribulacional. Em outras palavras, os pré-milenialistas estão divididos quanto as suas opiniões de quando o arrebatamento ocorrerá em relação à Tribulação e ao Milênio" (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 208, p. 348).

CONCLUSÃO

Defendemos a interpretação futurista, que se revela como a que melhor ajusta-se à boa hermenêutica sagrada, segundo a qual a Bíblia interpreta-se a si mesma. Nos livros escatológicos, podemos identificar algumas profecias que já se cumpriram e também entendemos que há linguagem simbólica nos livros escatológicos. Mas, em relação aos fins dos tempos, face à volta de Jesus, cremos que esta se dará antes da Grande Tribulação. [Comentário: Portanto, vemos que a única interpretação aceitável para o livro de Apocalipse é a futurista. Isso não quer dizer que não haja na Bíblia profecias que já se cumpriram ou estão se cumprindo hoje e/ou que não haja linguagem simbólica. Mas, em se tratando da volta de Jesus, a posição com maior apoio bíblico é a pré-tribulacionista - “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei ‘da hora da tentação’ que há de vir sobre o mundo, para tentar os que habitam na terra” (Ap 3.10). Note o leitor que Jesus não deixou de ensinar sobre uma era vindoura perfeita e Apocalipse 21 e 22 descrevem as glórias deste estado eterno. A cidade de Jerusalém, a celestial, baixará de vez sobre a Terra. A nova terra tem seu relevo totalmente diferente. Quem preparou esta cidade foi o próprio Jesus, onde não haverá mais noite, nem precisará da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre os seus e reinarão pelos séculos dos séculos e Deus mesmo enxugará de nossos olhos toda a lágrima. Conheceremos as águas límpidas do Rio da Vida e sentiremos o gostoso sabor do fruto da Árvore da Vida! Maranata! Ora, vem Senhor Jesus!] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.

Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br.


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