COMENTÁRIO E SUBSÍDIO
I
INTRODUÇÃO
O ministério
do ensino da Palavra é primordial para a igreja exercer o discernimento no que
tange ao tempo em que vive (culturas, teologia, filosofias etc.). Tão
importante é a função do mestre na igreja que as Escrituras declaram o quanto
ele deve esforçar-se intelectualmente para exercer tão nobre tarefa (Rm 12.7; 1
Tm 4.13). É uma tarefa importante e indispensável que exige muito de quem a
desempenha. – Os bons
mestres ou ensinadores são muito úteis às igrejas locais. Muitas vezes, os
pastores, assoberbados com as atividades administrativas, construindo templos,
cuidando do patrimônio, em viagens pastorais, e tantas atividades, próprias dos
que realmente trabalham em prol da obra do Senhor, não têm tempo de preparar
estudos e mensagens substanciais, para alimentar a igreja local. E recorrem aos
mestres ou ensinadores, para que lhes ajudem nessa imensa tarefa de edificar o
rebanho. Quando o pastor também é mestre pode suprir a igreja com o ensino da
Palavra. Mas nem todo pastor tem esse dom. Assim como nem todo mestre tem o dom
de pastor. – A atividade primordial do mestre, doutor ou ensinador é cuidar do
ensino fundamentado da Palavra de Deus. E tão importante que a Bíblia requer
que haja dedicação ao exercício desse dom. “...se é ministério, seja em
ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino’ (Rm 12.7 — grifo nosso).
Talvez seja uma das grandes falhas em muitos ministérios, nas igrejas, a falta
de dedicação ao ensino. Há pessoas que querem ensinar sem o mínimo preparo para
essa atividade. Nos tempos pós-modernos, mais do que nunca, existe a
necessidade de bons ensinadores. Há questionamentos e problemas que não havia
há alguns anos. E muitos pastores não estão preparados para dar respostas
adequadas ao rebanho. Vamos estudar mesmo de forma bem suscinta sobre este
assunto no decorrer desta lição.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado
professor, no terceiro tópico da lição o autor afirma: "Em nosso país, a
leitura é um problema cultural. Se as pessoas leem pouco, a igreja pouco
lerá". Partindo do princípio que essa afirmação é um fato verdadeiro no
contexto cultural brasileiro, selecione um texto que achar pertinente e leve
para a sala de aula. No final da lição, proponha a turma uma roda de leitura. Esta
atividade objetiva estimular o hábito de leitura. Então, distribua o texto ora
escolhido e peça a um ou dois alunos para lerem. Ao término, discuta o texto
com os alunos. Conclua dizendo como pode ser prazeroso e construtivo cultivar o
hábito de ler.
I. JESUS, O MESTRE POR EXCELÊNCIA
1. O
mestre da Galileia. Doutor incomparável, "percorria Jesus toda a Galiléia,
ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino
[...]" (Mt 4.23). No ministério terreno, seus sermões, ensinos e discursos
eram inflamados pelo amor às pessoas. Diferente dos escribas, Ele ensinava como
quem tinha autoridade (Mt 7.28,29). A verdade emanava da pessoa de Jesus! Os
que o ouviam só tinham duas opções: amá-lo ou odiá-lo. Era impossível ouvi-lo e
ficar indiferente. Jesus transtornava a consciência do acomodado e aquietava o
coração do perturbado.
2. O
mestre divino. Em visita a Jesus, um mestre da Lei chamado Nicodemos, educado
nas melhores escolas religiosas de Israel e grande conhecedor das Escrituras
hebraicas, reconheceu em Jesus um personagem incomum de seu tempo (Jo 3.1,2).
Esse mesmo fariseu, que era príncipe dos judeus, afirmou que o Nazareno
não poderia fazer o que fazia se Deus não fosse com Ele. Jesus é chamado Mestre
cerca de quarenta e cinco vezes ao longo do Novo Testamento.
3. O
mestre da humildade. A fim de ensinar os discípulos acerca da humildade, Jesus
"levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se.
Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a
enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido" (Jo 13.4,5). Que cena
chocante para os judeus! A pergunta de Pedro descreve essa perplexidade (v.6).
Era inimaginável um mestre encurvar-se para lavar os pés de pessoas leigas.
Jesus era um mestre e deu o exemplo aos discípulos. O Emanuel, "Deus
conosco", encurvou-se diante dos homens! Isso se deu porque o ensino de
Jesus não era mero discurso, mas "espírito e vida" (Jo 6.63). Ele nos
convida a fazer o mesmo: "Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem,
porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis
também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como
eu vos fiz, façais vós também" (Jo 13.13-15).
Jesus
era o Mestre perfeito. Além de Pastor, pregador, missionário e evangelista,
exercia com excelência a missão de ensinar. Evangelizava e discipulava de
maneira eficaz. Era o Mestre perfeito; o Doutor incomparável (Mt 4.23-23). Ele veio
para mostrar aos filósofos gregos a suprema verdade, veio para vencer o
orgulhoso romano e colocar no seu estandarte uma cruz em vez de uma águia, veio
para afagar em seus braços os continentes. A Bíblia nos ensina que Jesus
teve toda autoridade e poder, tanto cósmica quanto histórica, para ensinar (Mt
7.29; Mc 11.28; Mt 9.8; Lc 4.36), curar (Mt 9.1-13), expulsar demônios (Mc
3.15), e para perdoar pecados (Mt 9.6; Mc 2.10). Assim demonstrava na sua
pessoa que o reinado de Deus prometido desde a antiguidade estava finalmente
presente, um momento inédito em que o próprio atrairia as pessoas para Si. O
Senhor Jesus afirmou que as palavras que Ele falava lhe haviam sido ensinadas
por Deus Pai (Jo 8.28), e que seu ensino vinha do Pai (Jo 7.16ss.). O
ministério de Jesus por toda a Palestina é descrito como sendo essencialmente
de ensino, seja para as multidões casuais ou para os seus próprios discípulos;
quer nas sinagogas, nos lugares públicos, ou na audiência dos líderes
religiosos (Lc 5.17). O Dicionário Bíblico Wycliffe apresenta a seguinte
definição para Mestre: “O significado literal de várias palavras gregas varia
de "instrutor" ou didaskalos, como em Mateus 10.24, até
"déspota" ou despotes, como em 1 Pedro 2.18. Outra palavra grega
traduzida como "mestre", epistates, significa "alguém nomeado
sobre" outros, como em Lucas 5.5. Ainda outra palavra grega é, na verdade,
hebraica - "rabbi" que significa "meu mestre"
("superior" ou "professor"), como em João 4.31. Uma quinta
palavra grega para "mestre" é kurios que geralmente foi traduzida
como "senhor" ao longo de todo o NT e significa "supremo"
(em autoridade). No sentido mais elevado, o título se aplica apenas ao Senhor.
Ainda existem outras palavras gregas e hebraicas com diferentes aspectos de
significado que foram traduzidas como "mestre". Duas palavras gregas
para "mestre" ocorrem em Mateus 23.8-10, "Vós, porém, não
queirais ser chamados Rabi [rhabbi, "meu mestre", ou
"professor"], porque um só é o vosso Mestre [kathegetes,
"líder" ou "professor"], a saber, o Cristo, e todos vós
sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso pai porque um só é o vosso Pai,
o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres [kathegetes,
"líderes"], porque um só é vosso Mestre, que é o Cristo".
O Mestre
dos mestres fazia diferença em seus ensinos perante as multidões. Ele foi o
maior mestre da história. Seu nome se alteia acima dos grandes corifeus deste
mundo. SÓCRATES ensinou durante 40 anos. PLATÃO ensinou 50 anos. ARISTÓTELES
encheu bibliotecas com a sua erudição. JESUS não deixou nenhum livro, nenhum
tratado nem sequer uma página escrita. Não lecionou em nenhuma Universidade,
contudo, foi o MAIOR MESTRE do mundo. Jesus revolucionou o mundo com a sua
influência e com o seu ensino. JESUS não escreveu palavras no papel, mas
gravou-as no coração dos seus discípulos e estes, outrora acovardados
tornaram-se verdadeiros gigantes da fé, protagonistas incontestáveis da maior
revolução e transformação da história: vidas foram arrancadas do negrume da
ignorância; perdidos foram encontrados, enfermos foram curados, cegos viram,
surdos ouviram, mudos falaram, os atormentados acharam paz, os enclausurados
acharam liberdade, os párias foram dignificados e os homens rebeldes foram
reconciliados com Deus. – Nicodemos era um líder religioso judeu e um fariseu,
isto é, pertencia à seita mais rigorosa daqueles tempos. O que motivou
Nicodemos a procurar Jesus? Provavelmente, ele estava impressionado e também
curioso, e preferiu formar sua opinião a respeito de Jesus depois de uma
conversa inicial. Talvez preferisse evitar ser visto na sua companhia, em plena
luz do dia, por temer a censura de seus companheiros fariseus (que não criam
que Jesus era o Messias). Mas pode não ter sido o medo que o levou a Jesus
depois de escurecer, e também é possível que tenha escolhido um momento em que
pudesse conversar sozinho e longamente com o popular mestre que estava sempre
cercado de pessoas. Respeitosamente, Nicodemos se dirigiu a Jesus como o Mestre
que havia sido enviado por Deus. Embora isso fosse verdade, esse título revela
seu limitado conhecimento sobre Jesus, afinal Ele era muito mais que um simples
rabino. Mas pelo menos Nicodemos identificou os sinais miraculosos de Jesus
como a revelação do poder de Deus.
Pelo fato de a
declaração de abertura do capítulo 13 ser longa e detalhada, o leitor deve
considerar que o início da cena da ceia ocorre na primeira oração do versículo
2: E, acabada a ceia (o texto grego diz “durante a ceia”), e então continua com
a primeira oração no versículo 4: levantou-se da ceia. Ao fazê-lo, o Senhor
tirou as vestes (4, cf. 10.17; Fp 2.5-8); i.e., a túnica externa. Então,
tomando uma toalha, cingiu-se, o que “marca a ação de um escravo”. Assim
preparado, Ele pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a
enxuga-los com a toalha com que estava cingido (5). João não declara por que
algum dos discípulos não executou esta tarefa servil, mas evidentemente havia
ocorrido alguma “busca de posição” entre os doze (Lc 22.24). Além disso, Jesus
era o único naquela sala que poderia executar até mesmo o simbolismo da
purificação — pois só Ele estava limpo no sentido teológico e moral da palavra
(cf. 17.19; Hb 13.12). Ele veio para tornar aqueles que confessam seu nome,
puros, moralmente limpos, santos. Quando Jesus foi lavar os pés de Pedro, este
lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim? (6) A resposta de Jesus, não o
sabes tu, agora, não só afirmava a ignorância de Pedro em relação às coisas
espirituais (e.g., a vinda do Espírito), como também incluía uma promessa: tu o
saberás depois (7). O que eu faço era a humilhação do Senhor, simbolizada no
ato de lavar-lhes os pés; na verdade, porém, Ele estava proporcionando toda a
obra redentora de Deus para o homem. Hoskyns comenta que a reação de Pedro não
é um contraste entre o orgulho de Pedro e a humildade de Jesus, mas, antes,
“entre o conhecimento de Jesus, o qual é a base da ação, e a ignorância de
Pedro, que ainda não percebe que a humilhação do Messias é a causa efetiva da
salvação cristã” (cf. 2.22; 7.39; 12.16; 14.25-26; 15.26; 16.13; 20.9). Mas o
entendimento do futuro estava longe demais para Pedro. Ele só via a
incongruência imediata da situação — Jesus lavando os seus pés. Impulsivamente,
ele declarou: “Nunca em nenhum momento lavarás os meus pés — para sempre”
(tradução literal). Pedro esperava colocar um ponto final em tudo aquilo. Mas
Jesus conhecia o caminho para o coração de Pedro — a ameaça de ser excluído da
presença de Jesus, a quem Pedro amava. Se eu te não lavar, não tens parte
comigo (8; cf. Hb 12.14). “Não há lugar na sociedade dos cristãos para aqueles
que não forem purificados pelo próprio Senhor Jesus”. Se a comunhão só poderia
ser adquirida pela purificação (cf. 1 Jo 1.7), então Pedro queria tudo o que
pudesse ter — pés, mãos e cabeça (9). Jesus fez uma aplicação geral da ideia
sobre a qual conversava com Pedro: “Aquele que está lavado não necessita de
lavar senão os pés. Ele está todo limpo”. “Vós estais limpos, mas não todos”
(10). Hoskyns comenta que, no ato da lavagem dos pés, Jesus “simbolicamente
declara a completa purificação deles através da humilhação da morte do Messias.
O cristão fiel é purificado pelo sangue de Jesus” (1 Jo 1.7; cf. Rm 6.1-3; 1 Co
10.16). Se a santidade de coração estiver no coração da Eucaristia (6.53), a
pureza do coração está no coração do Pedilavium (lavagem dos pés). Tudo isto
era uma prefiguração simbólica da obra do Espírito que se tornaria possível através
da sua vinda (14.15-17,25-26; 15.26; 16.7-15). Mas, e quanto a Judas? Ele
estava limpo? Jesus sabia, e soube (6.70-71), quem o haveria de trair; por
isso, disse: Nem todos estais limpos (11). Bernard diz: “No que diz respeito à
limpeza do corpo, não há dúvida de que ele estava nas mesmas condições dos
outros, mas não no sentido espiritual”. Tendo lavado os pés dos discípulos e
vestido a sua túnica, Jesus, estando à mesa, outra vez perguntou aos
discípulos: Entendeis o que vos tenho feito? (12) Macgregor comenta: “Quando
‘veste a sua túnica’, Jesus assume a sua vida novamente (10.17ss.) no poder do
Espírito, e assim esclarece todas as coisas” (7). Sem esperar por uma resposta,
Jesus explicou que isto tinha sido um exemplo (15), ou modelo, “que estimula ou
deve estimular alguém a imitá-lo”. Da mesma forma que Ele, seu Mestre
(literalmente, “Ensinador”) e Senhor, lhes tinha feito, assim deveriam fazer
uns aos outros (13-14; cf. 34). Hoskyns diz: “Seu ato de lavar os pés dos
discípulos expressa a própria essência da autoridade cristã”. Não parece haver
qualquer evidência de que Jesus quisesse que a lavagem dos pés fosse instituída
como um sacramento. Mas fica claro que Ele estava ensinando, pelo exemplo
básico e axiomático, embora paradoxal, que a única maneira de ser “o maior” (Lc
22.24) ou de ser bem-aventurado (17) é tomar a estrada do serviço amoroso
(13.34) e do sacrifício (10.15), baseado no conhecimento da vontade de Deus
para nós. A palavra traduzida como bem-aventurado no texto das Beatitudes é
makarioi (Mt 5.3-12).
II. O ENSINO DAS ESCRITURAS NA
IGREJA DO PRIMEIRO SÉCULO
1. Uma
ordem de Jesus. Antes de ascender aos céus, de modo solene Jesus determinou aos
seus discípulos que ensinassem "todas as nações [...] a guardar todas as
coisas" que Ele tinha ordenado (cf. Mt 28.19,20). O livro de Atos registra
a obediência dos primeiros apóstolos no cuidado de cumprir a determinação de
Jesus. Após a descida do Espírito Santo (At 2.1-6), o discurso de Pedro foi um
verdadeiro ensino proferido no poder do Espírito Santo (At 2.14-40). Tendo em
vista a plena edificação da Igreja na Palavra, o Senhor Jesus, através do
Espírito Santo, dotou alguns de seus servos com o dom ministerial de mestre ou
doutor (Ef 4.11). Esse dom é uma capacitação sobrenatural do Espírito. Isso não
significa, porém, que devemos descuidar de nossa formação intelectual, pois o
preparo para o ensino passa pela capacidade de aprender para posteriormente
ensinar.
2. A
doutrina dos apóstolos. O texto de Atos 2.42 informa-nos que os primeiros convertidos
"perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do
pão, e nas orações". Além disso, acrescenta que em "cada alma havia
temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos" (v.43). A
"doutrina dos apóstolos" aqui referida trata-se do conjunto de
ensinos de Cristo ministrados por eles de forma constante e eficaz para o
crescimento integral dos novos crentes.
3.
Ensinamento persistente. Os primeiros mestres das Escrituras foram os integrantes do
Colégio Apostólico (At 5.42, cf. vv.40,41). A Igreja começou nas casas, onde o
ensino era ministrado a pequenos grupos nos lares. Falando aos anciãos de
Éfeso, o apóstolo Paulo mostrou-se como um verdadeiro mestre que ensinava
"publicamente e pelas casas, testificando, tanto aos judeus como aos gregos,
a conversão a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo" (At 20.20,21).
Deus havia preparado homens para ensinar e levantado "doutores" na
igreja em Antioquia (At 13.1). O Pai Celestial igualmente deseja levantar
mestres em sua igreja. Vivemos dias em que este ministério nunca foi tão
necessário.
Embora
em missões anteriores Jesus tivesse enviado os discípulos somente aos judeus
(10.5,6), a sua missão a partir de então seria a todas as nações. Isto é
chamado de Grande Comissão. Os discípulos tinham sido bem treinados, e tinham
visto o Senhor ressuscitado. Eles estavam preparados para ensinar as pessoas de
todo o mundo a guardar todas as coisas que Jesus tinha mandado. Isto também
mostrava aos discípulos que haveria um período entre a ressurreição de Jesus e
a sua segunda vinda. Durante este período, os seguidores de Jesus tinham uma
missão a cumprir - evangelizar, batizar e ensinar as pessoas a respeito de
Jesus para que elas, por sua vez, pudessem fazer a mesma coisa. As boas novas
do Evangelho deveriam ser transmitidas a todas as nações. Com este mesmo poder
e autoridade, Jesus ainda nos ordena que contemos a outros sobre as boas-novas,
e os façamos discípulos do reino. Nós devemos ir – seja à porta ao lado ou a
outro país - e fazer discípulos. Esta não é uma opção, mas um mandamento a
todos os que chamam Jesus de “Senhor”. Quando obedecermos, sentiremos conforto
sabendo que Jesus está conosco todos os dias. Isto irá acontecer por meio da
presença do Espírito Santo na vida dos crentes. O Espírito Santo será a
presença de Jesus que nunca os deixará (Jo 14.26; At 1.4,5). Jesus continua a
estar conosco hoje, por meio do seu Espírito. Da mesma maneira como este
Evangelho se iniciou, ele termina - Emanuel, “Deus conosco” (1.23). As
profecias do Antigo Testamento e as genealogias do livro de Mateus apresentam
as credenciais de Jesus que o qualificam para ser o Rei do mundo - não um líder
militar ou político, como os discípulos originalmente tinham esperado, mas o
Rei espiritual que pode derrotar todo o mal e governar no coração de cada
pessoa. Se nos recusarmos a servir fielmente ao Rei, seremos súditos desleais.
Precisamos fazer de Jesus o Rei da nossa vida, e adorá-lo como nosso Salvador,
Rei e Senhor.
O
ensinamento na primeira igreja foi chamado a doutrina dos apóstolos. Jesus
revelou a sua vontade aos apóstolos e mandou que eles a entregassem ao mundo.
Observe que este ensinamento não foi chamado “a doutrina da igreja”. A Igreja
Católica Romana ensina que a igreja produz as Escrituras. É com esta base que
eles aceitam os escritos dos “Pais da Igreja”, as tradições e até editos
modernos como palavras de autoridade. Mas o relato de Lucas demonstra que
aconteceu ao contrário. Foi a pregação do evangelho que deu origem à igreja.
Então, santos apóstolos e profetas guiaram a igreja até Deus completar a sua
revelação (Ef 3.5). A doutrina da igreja primitiva veio dos apóstolos porque
eles a receberam diretamente de Deus. O Pr Elinaldo Renovato de Lima escreve o
seguinte: “O ensino do evangelho de Cristo aos novos convertidos era tão
sério e profundo, que os primeiros crentes eram batizados em águas, “E
perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e
nas orações. Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam
pelos apóstolos” (At 2.42, 43 — grifo nosso). A “doutrina dos apóstolos” era o
conjunto de ensinos, ministrados por eles aos novos crentes, de forma eficaz,
produzindo mudanças e transformações na vida dos que se convertiam, com sinais
e maravilhas. Essa doutrina apostólica ainda está em vigor em nossos dias. Os
mestres ou doutores, com humildade e amor, devem fundamentar seus estudos nos
ensinos preciosos do evangelho de Cristo”.
Não
devemos falhar em observar quem perseverava na doutrina. Todos os crentes, não
somente os pregadores, perseveravam na doutrina. Frequentemente, esperamos os
outros se dedicarem à doutrina para nos guiarem. Todos os membros da primeira
congregação foram dedicados à palavra. Todos desejavam aprender. Isso não
significa que todos fossem mestres ou peritos. Deus não precisa de um monte de
professores para cumprir seu plano. De fato, os estudiosos frequentemente se
acham sofisticados demais para aceitar a simplicidade do plano de Deus (1
Coríntios 1:18-31). Não precisamos fazer seminário, mas Deus quer que sejamos
capazes de defender as razões da nossa esperança nele (1 Pedro 3:15). Essa
defesa será possível somente por meio de um discipulado dedicado. Os primeiros
cristãos desejavam aprender porque queriam fazer. O cristianismo não é uma
busca acadêmica. No livro de Atos, Lucas escreveu sobre vidas transformadas,
não sobre formaturas de faculdades. Os tessalônicos suportaram perseguições. Os
efésios queimaram livros de artes mágicas. Um casal, Áquila e Priscila, saíram
de Roma, foram para Corinto e depois para Éfeso, e depois voltaram para Roma
pelo seu desejo de divulgar o evangelho. Pessoas de fé se mostram dedicadas em
ouvir e praticar! http://www.estudosdabiblia.net/escb14_02.htm]
Os primeiros
mestres ou ensinadores foram os integrantes do Colégio Apostólico. Como
pioneiros na propagação do evangelho, foram perseguidos, presos e alguns
mortos. Mas cumpriram a ordem de Jesus de pregar e ensinar a sua Palavra. Diz o
texto bíblico: “E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar
e de anunciar a Jesus Cristo” (At 5.42). Não perdiam tempo. Não havia templos
cristãos. A igreja começou nas casas. O ensino era ministrado a pequenos grupos
nos lares. C) apóstolo Paulo, falando aos anciãos de Éfeso, mostrou o caráter
do seu ensino como verdadeiro mestre cristão: “servindo ao Senhor com toda a
humildade e com muitas lágrimas e tentações que, pelas ciladas dos judeus, me
sobrevieram; como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar e ensinar
publicamente e pelas casas, testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a
conversão a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo” (At 20.19-21).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“É
ordem de Jesus Cristo
Mateus 28.19,20 enfoca a lente zoom do Espírito
Santo na Grande Comissão, que são as últimas palavras de Jesus Cristo ditas aos
discípulos antes da ascensão dele. Cinco referências da Grande Comissão no Novo
Testamento (Mt 28.19,20; Mc 16.15,16; Lc 24.46-48; Jo 20.21-23; At 1.8) indicam
que não é algo aleatório, mas essencial para a estratégia de nosso Senhor.
O mandato 'Fazei discípulos' (ARA) inclui
intrinsecamente o ensino. Mas temos de notar que o ensino requerido aqui é o de
determinada espécie, isto é, 'guardar [obedecer] todas as coisas' que Cristo
ordenou. Em outras palavras, Seus ensinamentos foram designados para produzir
informação e transformação. Esse tipo de instrução é muito exigente e
inacreditavelmente difícil de se realizar.
Foi
praticada pela Igreja Primitiva
Não há a menor sombra de dúvida de que o Novo
Testamento ordena a Igreja a ensinar. Mas a Igreja primitiva obedeceu mesmo a
esse mandamento?
A Ilustração. Em Atos 2.41-47, temos um retrato da Igreja primitiva,
o qual nos informa que eles 'perseveravam na doutrina [ensino] dos apóstolos'
(2.42). Este era o padrão contínuo; não uma exceção.
A Implementação. Efésios 4 confirma o compromisso de ensinar. Jesus
Cristo, após subir aos céus, deu dons aos homens, a fim de que servissem à
Igreja, conforme está escrito: 'Uns [...] para pastores e doutores [mestres,
professores]' (Ef 4.11). O propósito?' 'Querendo o aperfeiçoamento dos santos,
para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo' (Ef 4.12); mais
outra prova de que os talentosos são chamados para o ministério da
multiplicação e não da adição.
Para o judeu, não havia uma posição mais alta na
escada da sociedade do que a de rabino. Por conseguinte, quando a Igreja do
primeiro século foi ensinada sobre a doutrina dos dons espirituais,
confrontou-se com um problema. As pessoas clamavam pelo 'dom de ensino' com
todos os privilégios a ele pertencentes. Como resultado, Tiago teve de emitir
esta advertência: 'Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres [professores],
sabendo que receberemos mais duro juízo' (Tg 3.1). Considerando que o professor
é compelido a falar e que a língua é o último membro a ser dominado (Tg 3.2),
deve-se ter muito cuidado, ao aspirar tal responsabilidade, ponderada e sensata" (GANGEL, Kenneth; HENDRICKS, Howard G. (Eds.). Manual
de Ensino para o Educador Cristão: Compreendendo a natureza, as bases e
o alcance do verdadeiro ensino cristão. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005,
pp.6,7).
III. A
IMPORTÂNCIA DO DOM MINISTERIAL DE MESTRE
1. Uma
necessidade urgente da igreja. Para o ministério de ensino ser eficaz na igreja local é preciso
haver pessoas vocacionadas. Não são todas que reúnem informações exegéticas,
históricas e literárias da Bíblia, aplicando-as como é necessário. Deus
concedeu à sua igreja mestres, e é preciso que ela invista neles também. Muitas
vezes, por absoluta falta de preparo dos obreiros, predomina a superficialidade
bíblica, a infantilidade "espiritual" e o aumento do engano promovido
pelas astúcias dos falsos mestres (2 Pe 2.1). Esse dom do Senhor é para a
igreja amadurecer em todas as dimensões da vida cristã, ao mesmo tempo em que
desmascara os falsos ensinos (Ef 4.14; Os 4.6).
2. A
responsabilidade de um discipulado contínuo. Estamos acostumados a
pensar que o discipulado termina quando o novo convertido é batizado. Não há
nada mais equivocado! O Senhor Jesus chamou-nos para ser os seus discípulos por
toda a vida. Por isso, quem ensina instrui os crentes para a maturidade da fé.
É um aprendizado diário, permanente e contínuo, tanto para quem é discipulado
quanto para quem está discipulando!
3. Requisitos necessários
ao mestre. Apresentaremos
alguns requisitos importantes para a igreja reconhecer pessoas com o dom
ministerial de mestre em nossa época:
a) Um salvo
em Cristo. Não pode haver dúvidas quanto à própria experiência salvífica por
parte do vocacionado para o ministério do ensino (2 Tm 2.10-13). Infelizmente
há pessoas que não creem naquilo que ensinam. Assim, não há verdade nem firmeza
nelas.
b) O hábito de ler. Em
nosso país, a leitura é um problema cultural. Se as pessoas leem pouco, a
igreja pouco lerá. Entretanto, como ensinaremos se não lermos? O hábito da
leitura era levado a sério no ministério do apóstolo Paulo (1 Tm 4.13; 2 Tm
4.13).
c) Preparo
intelectual. A Bíblia é o instrumento de trabalho do ensinador cristão.
Considerando este livro milenar, veremos que a cultura e o mundo da Bíblia são
diferentes do nosso. Por isso, o mestre deve compreender o mundo da Bíblia
(suas questões culturais, linguísticas, exegéticas etc.) para não fazer
apelações fantasiosas, apresentando-as como exposição da Palavra de Deus.
d) Um
coração em chamas. Martin Loyd-Jones dizia que a verdadeira
pregação era teologia em fogo. É vontade de Deus que o vocacionado ao ensino utilize
os avanços das ciências bíblicas para pregar a Palavra de Deus na força do
Espírito Santo. Precisamos alcançar as mentes e os corações dos nossos dias, e
isto apenas será possível quando tivermos obreiros com uma mente bem preparada
e conectada a um "coração em chamas" e apaixonado por Jesus (At
3.12-26).
Em
todas as épocas da igreja, e em todas as dispensações, quando Deus envia os
verdadeiros profetas, o diabo manda alguns para seduzir e enganar, os falsos
profetas no Antigo Testamento, e os falsos cristos, falsos apóstolos e mestres
enganadores no Novo. Acerca desses, observe: 1. A ocupação deles é introduzir
enganos destruidores, até mesmo heresias abomináveis, assim como a ocupação dos
mestres enviados por Deus é mostrar o caminho da verdade, até mesmo o caminho
verdadeiro para a vida eterna. Há heresias abomináveis como também práticas
abomináveis; e os falsos mestres são diligentes em difundir esses erros
perniciosos. 2. Heresias abomináveis são em geral introduzidas secretamente,
sob o manto e o disfarce da verdade. Aqueles que introduzem heresias
destrutivas “...negarão o Senhor que os resgatou”. Eles rejeitam e se negam a
ouvir e aprender do grande mestre enviado por Deus, embora Ele seja o único
Salvador e Redentor dos homens, que pagou o preço suficiente para redimir todos
os pecadores que há no mundo. 3. Os que introduzem enganos destrutivos sobre
outros trazem “...sobre si mesmos repentina (e por isso segura) perdição”.
Autodestruidores são destruídos rapidamente; e os que estão tão endurecidos que
propagam enganos destrutivos para outros serão certa e repentinamente destruídos,
e isso sem escapatória.
1. O
DISCIPULADO PERMANENTE: - O ensino da Palavra de Deus, na igreja local, é
indispensável e de fundamental importância. Depois da evangelização, vem o
discipulado dos novos convertidos. Mas o discipulado não deve ser visto como
apenas algumas lições da Escola Dominical. O discipulado cristão é para toda a
vida. Ninguém deixa de ser discípulo pela idade ou “por tempo de serviço”. O
pastor ou bispo deveria ser também mestre e ter sempre a capacidade para
ensinar. Diz Paulo: “Convém que o bispo seja.... apto a ensinar ’ (1 Tm 3.2 —
grifo nosso). Em Efésios 4.11, o dom ministerial de “pastores” vem bem junto ao
de “doutores”. Mas nem sempre esses dois dons são encontrados em todos os
pastores. Por isso Deus resolveu designar algumas pessoas com a missão de
dedicar-se ao ensino (cf. Rm 12.7). “E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente,
apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores...” (1 Co 12.28).
A missão dos mestres ou doutores, nas igrejas, é de grande valor. Os
pregadores, os evangelistas ou os missionários pregam a Palavra de Deus,
atraindo as almas para Cristo. Os novos convertidos são como “crianças”
espirituais, que precisam receber o alimento espiritual de acordo com o seu
tempo de conversão; os crentes mais antigos, supostamente, devem ter mais
maturidade; mas todos precisam do ensino fundamentado, que expresse a sã
doutrina. Sem o ensino, os crentes ficam sem o conhecimento indispensável ao
seu crescimento na graça e no conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo (cf. 2
Pe 3.18).
2. O
PAPEL DOS MESTRES: - A necessidade do ensino da Palavra de Deus requer pessoas
preparadas para ministrá-la com sabedoria, graça e unção da parte de Deus.
Diante disso, vem o papel dos mestres e doutores. São pessoas que se dedicam ao
ensino (cf. Rm 12.7). Eles não se consideram superiores aos demais obreiros,
pelo fato de terem recebido o dom de ensinar. Mas, pela dedicação constante ao
estudo e à pesquisa bíblica, reúnem informações e subsídios, extraídos das
Escrituras, para compartilhar com toda a igreja. Quando o pastor da igreja
local reúne em si a condição de pastorear e ensinar, a igreja é bem servida com
o ensino bem fundamentado que atende às necessidades espirituais dos crentes.
Mas, como foi dito antes, nem todo pastor é mestre. Mas todos são
apascentadores, que zelam, cuidam, vigiam e protegem o rebanho de Cristo aos
seus cuidados. Os mestres, doutores ou ensinadores, que recebem o dom de
ensinar, podem (e devem) cooperar com a liderança da igreja na ministração de
estudos valiosos e profundos para a edificação dos crentes. Diz o pastor
Elienai Cabral: “Igrejas sem mestre são igrejas fracas espiritualmente. Por
isso, deve-se reconhecer a importância e a necessidade do ministério do ensino.
È através do ensino sadio e racional, inspirado pelo Espírito Santo, que a
igreja se justifica contra as falsas doutrinas e que se fortifica contra os
ataques espirituais de Satanás.
Um bom
ensinador, mestre ou doutor é pessoa que, usada por Deus, na unção do Espírito
Santo, pode muito contribuir para a edificação espiritual e moral dos crentes.
O Eclesiastes resume o valor dos que ensinam com a sabedoria de Deus: “As
palavras dos sábios são como aguilhões e como pregos bem fixados pelos mestres
das congregações, que nos foram dadas pelo único Pastor” (Ec 12.11). Para ser
um bom mestre, na igreja, são necessários alguns requisitos. 1) Apresentar-se a
Deus. “Procura apresentar-te a Deus aprovado... que maneja bem a palavra da
verdade” (2 Tm 2.15a). Um bom mestre deve ser um obreiro aprovado por Deus, e
não apenas nas faculdades de teologia ou seculares. O que ensina deve ser
aprovado:
a) No
testemunho pessoal (1 Tm 4.16; 2 Tm 4.5);
b) Na vida
familiar (SI 128.1);
c) Na vida
social (Mt 5.16);
d) Na igreja
(Ec 5.1,2).
2) “Que
não tem de que se envergonhar....” (2 Tm 2.15b). Quem é mestre precisa ser
exemplo dos fiéis (1 Tm 4.12). Deve ter uma vida íntegra, para não ser alvo de
acusações por parte dos que o ouvem ou dos de fora da igreja. Se um ensinador
dá escândalo compromete seu nome, sua imagem e seus ensinos.
3) “Que
maneja bem a palavra da verdade...” (2 Tm 2.15c). Esse requisito é muito
importante, porque o mestre ou doutor é o homem que faz uso da Palavra de Deus
para ministrar o ensino à igreja. Seu manual de ensino é a Bíblia Sagrada. Ele
deve conhecer bem a Palavra para poder preparar estudos, mensagens e reflexões
a serem compartilhadas, verbalmente ou por escrito, para a edificação da
igreja. Devem ser “aptos para ensinar” (1 Tm 3.2; 2 Tm 2.24). Para ter esse
manejo, é preciso que o mestre ou doutor tenha certos cuidados:
a) Seja um
leitor persistente e estudioso da Bíblia (1 Tm 4.13).
b) Seja
dedicado ao ensino (Rm 12.7b). Essa dedicação exige esforço e disciplina para o
desenvolvimento de um ministério frutífero;
c) Seja
um leitor de bons livros de estudo bíblico (2 Tm 4.13). Os bons livros não
substituem a Bíblia, mas, quando são escritos por homens de Deus, são
excelentes auxílios ao preparo de estudos e mensagens;
d)
Procure conhecer versões variadas da Bíblia, principalmente as de estudo
bíblico, examinando seus comentários, para evitar inserções heréticas, em suas
notas;
e)
Utilize dicionários, concordâncias e enciclopédias bíblicas.
f) Seja
um leitor de revistas, jornais, e periódicos (evangélicos e seculares), que
tenham subsídios para fortalecer o ensino.
g)
Tenha preparo teológico. Um curso teológico de boa qualidade não faz um
excelente mestre no ensino da Palavra de Deus. Esse é feito por Deus. Contudo,
o curso dá uma visão ampla do estudo sistemático da Palavra de Deus, a partir
da Teologia Sistemática e suas divisões; da Hermenêutica, da Homilética, da
História da Igreja, da Geografia Bíblica, Ética Pastoral, Didática, Psicologia,
etc... A Bíblia diz: “Examinai tudo. Retende o bem...” (1 Ts 5. 21). Um mestre
deve ter conhecimentos acima da média de seus alunos.
Tiago
adverte que muitos não queiram ser mestres (doutores ou professores), visto que
“receberemos mais duro juízo” (Tg 3.1). Diante disso, é importante que os
mestres sejam pessoas cuidadosas no exercício de sua missão, pautando-se pelos
princípios éticos e morais da Palavra de Deus, para que possam contribuir para
o crescimento espiritual dos crentes, nas igrejas, auxiliando os pastores ou
líderes a melhor conduzirem o rebanho do Senhor Jesus. Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 123-124.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"MESTRE
Nas Escrituras, essa
palavra está geralmente designando uma pessoa que é superior a outras, em poder,
autoridade, conhecimento ou em algum outro aspecto. Várias palavras são
traduzidas como 'mestre' nas várias versões da Bíblia Sagrada. A palavra
hebraica mais frequente, 'adon, significa 'soberano' ou 'senhor'. 0
significado literal de várias palavras gregas varia de 'instrutor' ou didaskalos,
como em Mateus 10.24, até 'déspota' ou despotes, com em 1 Pedro
2.18. Outra palavra grega traduzida como 'mestres', epistates, significa
'meu mestre' ('superior' ou 'professor'), com em João 4.31. [...] Duas palavras
gregas para 'mestres' ocorrem em Mateus 23.8-10, 'Vós, porém, não queirais ser
chamados Rabi [rhabbi, 'meu mestre', ou 'professor'], a saber, o Cristo,
e todos vós sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso pai porque um só é
o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres [kathegetes, 'líderes'],
porque um só é vosso Mestre, que é o Cristo" (PFEIFFER, Charles F.; REA,
John; VOS, Floward F. (Eds.). Dicionário Bíblico Wycliffe. 1. ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2009, pp. 1261,62).
CONCLUSÃO
É preciso
desfazer a ideia propagada ao longo de décadas acerca do preparo intelectual do
crente. Não é verdade que necessariamente ele esfriará na fé se estudar. Se
fosse assim Paulo seria o mais frio dos apóstolos do Novo Testamento, pois não
havia obreiro mais bem preparado que ele (At 17.15-34; Tt 1.12). Este, no
entanto, soube conjugar preparo intelectual e poder do alto. É disso que as
nossas igrejas precisam: homens cheios do Espírito, mas do mesmo modo, com a
mente iluminada para responder, com mansidão e temor, a razão da nossa
esperança (1 Pe 3.15). - Ao estudarmos
este assunto podemos afirmar que o dom ministerial de mestre ou doutor é de
fundamental importância para a edificação dos crentes, em todas as igrejas. Ao
lado dos outros dons ministeriais contribui para o fortalecimento da fé cristã,
propiciando conhecimentos bíblicos e teológicos, que preparam os que são
discípulos de Jesus. Ser mestre ou doutor não é sinal de superioridade diante
dos que não possuem tais dons. Significa mais responsabilidade diante de Deus.
Tiago exorta: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que
receberemos mais duro juízo” (Tg 3.1).
REFERÊNCIAS
COMENTÁRIO DO NOVO TESTAMENTO APLICAÇÃO
PESSOAL. Rio de Janeiro: CPAD. p. 392.
DICIONÁRIO VINE - W.
E. Vine, Merril F. Unger & William White Jr. CPAD, Rio de
Janeiro, 2002, p. 648.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry
Novo Testamento: Atos a Apocalipse. Edição completa. Rio de Janeiro: CPAD. p.
585.
LIÇÕES BÍBLICAS. 2º Trimestre
2021 - Lição 10. Rio de Janeiro: CPAD, 06, jun. 2021.
LIMA, Elinaldo Renovado
de. Dons Espirituais e Ministeriais: servindo a Deus e aos homens
com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.
PFEIFFER .Charles F.
Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1261-1262.
STAMPS, Donald C. Bíblia de
Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.
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