COMENTÁRIO E SUBSÍDIO
I
INTRODUÇÃO
No início da Igreja do primeiro século havia
líderes que orientavam os crentes quanto ao Evangelho, bem como à organização e
desenvolvimento da igreja local. O Evangelho frutificou na vida das pessoas, e
por isso, surgiam cada vez mais novos crentes. Foi necessário, a fim de
garantir o discipulado integral da nova pessoa em Cristo, separar crentes
idôneos e maduros na fé para cuidarem desse precioso rebanho. Assim, os
apóstolos de Cristo passaram a estabelecer presbíteros para zelar pela
administração e a vida espiritual da igreja local. – Primeiros anos da era Cristã, a
Igreja crescia rapidamente, surgiram os problemas administrativos que tomavam
tempo aos apóstolos. Foi preciso eleger homens capacitados para servirem às
congregações locais, cuidando do rebanho de Deus. Hoje, teremos uma visão mais
aprofundada acerca deste ofício tão especial para a Igreja. Pastores, bispos e
presbíteros não são três ofícios diferentes, e sim três palavras que descrevem
aspectos diferentes dos mesmos homens. Igrejas que procuram manter distinções
entre pastores, bispos e presbíteros não somente fogem do padrão bíblico como
também perdem a riqueza das palavras que o Espírito Santo usou para descrever
os guias do povo de Deus. “Presbítero” e “pastor” não são dois ofícios
diferentes. Como John Piper argumenta na seção cinco do livreto “Biblical
Eldership”, essas são simplesmente duas palavras diferentes para o mesmo
ofício. Ele dá três razões. Primeiro, em Atos 20.28, os presbíteros são
encorajados nos deveres “pastorais” de supervisionar e pastorear. Segundo, em 1
Pedro 5.1-2, os presbíteros são exortados a “pastorear” o rebanho de Deus que
está aos cuidados deles, papel que é de um pastor. Terceiro, em Efésios 4.11, a
única vez que a palavra pastor ocorre no Novo Testamento, os pastores são
tratados como pertencendo ao mesmo grupo dos mestres. Isso sugere que o papel
principal do pastor é alimentar o rebanho por meio do ensino, que é um dos
papeis principais dos presbíteros (Tito 1.9). Dessa forma, o Novo Testamento
parece indicar que “pastor” é outro nome para “presbítero”. Um presbítero é um
pastor, e um pastor é um presbítero.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Caro professor, para concluir o assunto do primeiro tópico, sobre a função
do presbítero, reproduza o quadro da página seguinte conforme as suas
possibilidades. Peça aos alunos para discutirem as funções do presbítero
apresentadas no quadro, preenchendo os espaços vazios.
I. A ESCOLHA DOS PRESBÍTEROS
1. Significado da função. De acordo com a Bíblia de Estudo Palavras-Chave, o termo
“presbítero” (do gr. presbyteros) é uma forma comparativa da palavra grega
presbys, “pessoa mais velha”. Como substantivo, e no emprego dos judeus e
cristãos, “presbítero” é um título de dignidade dos indivíduos experientes e de
idade madura que formavam o governo da igreja local. É um sinônimo de bispo
(gr. episkopos, supervisor); de professor (gr. didaskolos); e de pastor (gr.
poimēn).
2. A liderança local. O apóstolo Paulo cuidou de organizar a administração das
igrejas locais por onde as plantava, separando um grupo de obreiros para tal
trabalho. Quando escreve ao seu discípulo, o jovem Tito, Paulo o instrui a
estabelecer presbíteros em diversos lugares, de cidade em cidade (Tt 1.4,5,7).
Está claro, assim, o aspecto pastoral da função exercida pelos presbíteros nas
comunidades cristãs antigas.
3. As qualificações. Em o Novo Testamento, as referências aos presbíteros
encontram-se no plural: “presbíteros”, “bispos” ou “anciãos” (At 11.30;
15.2,4,6; 20.17; Tg 5.14; 1Pe 5.1). Como a liderança local era formada por um
grupo de irmãos experientes na fé para cuidarem da igreja, a função dos
presbíteros era pastoral. Portanto, o presbítero é um pastor, um apascentador
de ovelhas! A Palavra de Deus expressa qualificações bem objetivas para o
exercício fiel dessa função. Tais qualificações estão descritas em Tito 1.6-9
para presbítero, assim como em 1 Timóteo 3.1-7 para “bispo”, denotando o
aspecto sinonímico dos dois termos. Uma leitura atenta das duas listas indica a
importância da função e como as igrejas não podem descuidar-se quando da
ordenação de pessoas para servi-la. O bom conselho do apóstolo Paulo ainda é a
maneira mais segura para se separar obreiros.
Significado da função: O termo ancião vem do latim
antianus via francês arcaico ancien referindo-se a pessoa de idade avançada,
antigo, velho, venerável, respeitável. A palavra hebraica equivalente é za·qen
e identificava os líderes do Antigo Israel, quer no Âmbito de uma cidade, da
tribo ou em nível nacional. Já presbítero vem do grego, πρεσβυτερος,
presbyteros, pessoa de idade, ancião. Daí derivam-se outros títulos como
preste. Padre, significando pai, é uma forma de tratamento que recebe o
presbítero na Igreja Católica, Igreja Ortodoxa e algumas correntes
protestantes, como no anglocatolicismo ou nas antigas congregações de língua
portuguesa da Igreja Reformada Holandesa, como o notável Padre João Ferreira de
Almeida. Boa parte das igrejas protestantes como a Igreja Metodista e
Calvinismo chamam seus presbíteros ordenados de pastores. Na Igreja Luterana os
pastores são responsáveis pelo rebanho cristão, e os presbíteros das igrejas
locais fazem parte do governo eclesiástico, se reunindo e deliberando no
respectivo Sínodo Regional em representação das suas comunidades. Nas Igrejas
Reformadas e Presbiterianas (ambas de matriz calvinista), o presbítero é o
líder espiritual de uma comunidade (ou paróquia) cristã. A Bíblia de Estudo
Pentecostal (CPAD) afirma em sua nota sobre "Dons Ministeriais para a
Igreja" que: "Os pastores são aqueles que dirigem a congregação local
e cuidam das suas necessidades espirituais. Também chamados
"presbíteros" (At 20.17; Tt 1.5) e "bispos" ou supervisores
(1 Tm 3.1; Tt 1.17)".
Liderança local: Presbítero (ancião em algumas
versões da Bíblia) descreve alguém de idade mais avançada. A palavra é usada na
Bíblia para identificar alguns dos líderes entre os judeus. No livro de Atos e
nas epístolas, os homens que pastoreavam e supervisionavam as igrejas locais
foram frequentemente chamados de presbíteros (veja Atos 11:30; 14:23;
15:2,4,6,22,23; 16:4; 20:17; 21:18; 1 Timóteo 5:17,19; Tito 1:5; Tiago 5:14; 1
Pedro 5:1; 2 João 1; 3 João 1). São homens de idade suficiente que tenham
filhos crentes. Necessariamente são alguns dos mais maduros dos cristãos na
congregação. Usam seu conhecimento e experiência para servir como modelos e
ensinar o povo de Deus. O Pr Elinaldo Renovato, Comentarista deste trimestre,
escreve em seu livro que serve de apoio à revista: “O crescimento das igrejas,
como fruto da evangelização e do discipulado, exige a delegação de atividades a
pessoas que tenham condições de liderar o rebanho do Senhor JESUS (Tt 1.5,7).
Os pastores não podem abarcar tudo para si, sob pena de não darem conta das
inúmeras responsabilidades que a igreja local requer. Como a referência a
presbíteros, no NT, sempre é feita no plural “presbíteros”, “bispos” ou
“anciãos”, dá a entender que, em geral, o presbítero não agia isoladamente, mas
como um corpo de ministros, ou de líderes, que cuidava da igreja local. “Sempre
são citados no plural, isto é, não é mencionada uma só igreja onde houvesse
apenas um presbítero (At 11.30; 15.2,4,6; 20.17; Tg 5.l4; 1 Pe 5.1).”
Certamente, pela inexistência de pessoas qualificadas com o dom ministerial de
pastor, havia a necessidade de uma liderança, formada por um grupo de irmãos
mais idosos, para cuidar da igreja local. Entende-se, assim, que os presbíteros
têm um ministério de grande importância, auxiliando os pastores, designados por
DEUS para apascentarem e cuidarem da Igreja do Senhor sob seus cuidados”.
As qualificações: O ministro cristão deve ser pessoa
que evita não só o mal, mas a própria aparência do mal. Sob todos os aspectos
de conduta, ele tem de estar acima de repreensão. Suas relações matrimoniais
não devem ter a mínima nódoa de escândalo. Muitos na igreja primitiva
consideravam que marido de uma mulher era proibição de casar-se de novo por
qualquer razão. O escândalo do divórcio tem envenenado tão completamente o
fluxo da ordem social de nossos tempos, que devemos ser extremamente sensatos e
cuidadosos nesta questão de segundo casamento, “para que o nosso ministério não
caia em descrédito” (2 Co 6.3, NVI). Que tenha filhos fiéis (6) é expressão que
requer algumas considerações. Seu verdadeiro significado foi capturado pela
tradução: “que tenha filhos crentes” (BAB, RA; cf. NVI). Barrett observa que “a
mudança do plural (presbíteros) para o singular (bispo) é mais bem explicado
não pela suposição de que em cada cidade havia um grupo de presbíteros e só um
bispo, mas pela interpretação [...] de que, enquanto que presbítero descreve o
cargo, bispo descreve sua função: Os presbíteros que você designar devem ter
certas qualificações, pois o homem que exerce a supervisão tem de ser não
soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe
ganância. A qualidade da irrepreensibilidade — “caráter inatacável” (6) —
ocorre novamente, pois a responsabilidade do bispo é servir como despenseiro da
casa de DEUS (7). O termo despenseiro quer dizer, literalmente, “o
administrador de uma casa ou família” (Kelly). O bispo era o gerente financeiro
da igreja local e por isso, se por nenhuma outra razão, deve ser homem de
extrema integridade. O apóstolo alista cinco defeitos que devem estar
visivelmente ausentes no bispo (7). São falhas de caráter que, caso sejam
toleradas em um líder eclesiástico, lhe causarão ruína certa. O soberbo, o
iracundo, nem dado ao vinho (“beberrão”, BJ), nem espancador (“violento”, BAB,
BJ, CH, NTLH, NVI, RA), nem cobiçoso de torpe ganância (“nem ávido por lucro
desonesto”, NVI, cf. BJ, CH). Paulo faz uma lista de seis virtudes a serem
cultivadas pelos líderes da igreja: Dado à hospitalidade, amigo do bem,
moderado, justo, santo, temperante (8). O apóstolo introduz no versículo 9 uma
exigência adicional: Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina,
para que seja poderoso, tanto para admoestar (“exortar”, BAB, RA) com a sã
doutrina como para convencer os contradizentes. Este é um tema que aparece em 1
Timóteo, embora não com todo este grau de ênfase. Em 1 Timóteo 5.17, Paulo
destaca os presbíteros que “trabalham na palavra e na doutrina” como “dignos de
duplicada honra”. Mas aqui, na Epístola a Tito, a competência nesta área é de
todos os presbíteros. É a um ministério como este que DEUS chama os homens
quando os convoca a ir e pregar. E responsabilidade do pregador “oferecer
CRISTO aos homens”, como Carlos Wesley gostava de dizer. Neste verso, ele
descreve liricamente esta tarefa central de pregar: "Ofereço-lhe meu
Salvador; Amigo de publicanos e Advogado: Seus méritos e morte, ele advoga por
você; E intercede com DEUS pelos pecadores na terra" Mas pregar CRISTO e
oferecê-lo às pessoas é conhecer seguramente a Palavra de DEUS relativa a
CRISTO, mantê-la em consideração reverente e declarar sua verdade às pessoas.
Nestas Epístolas Pastorais, Paulo está vitalmente interessado na sã doutrina.
Por essa época, a mensagem da igreja tomara forma em credos e fórmulas
batismais. Vemos fragmentos dessas declarações de credo afloradas nas cartas a
Timóteo. Cada nova geração de líderes cristãos tem a necessidade de declarar
novamente as doutrinas básicas da fé cristã e justificá-las na mente e
consciência dos que as ouvem. Mas a sã doutrina também tem preceitos éticos,
que mostram como todos os cristãos, homens e mulheres, moços e velhos, escravos
e livres, devem viver em um mundo que rejeita CRISTO. Tudo isto faz parte da
tarefa de admoestar e convencer os contradizentes — os que negam e contradizem
a verdade.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"As
qualificações dos Presbíteros (1.6-9)
As
qualificações no verso 6, de acordo com o idioma original, são condições ou
questões indiretas relativas aos candidatos que estão sendo considerados para o
ministério. O grego traduz literalmente: 'Aquele que for irrepreensível, marido
de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de
dissolução [desperdício de dinheiro] nem são desobedientes' – este pode ser
considerado como um candidato ao presbitério [...].
Paulo
parece estar usando as palavras 'ancião/presbítero' (presbyteros, v.5) e
Tíder/bispo' (episkopos, v.7) de modo intercambiável [...]. Neste
primeiro período da história da Igreja, os ofícios ministeriais eram variáveis
e indistintos (STRONSTAD, Roger;
ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento.
Vol. 2: Romanos a Apocalipse. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009,
pp.704,05).
II. A IMPORTÂNCIA DO PRESBITÉRIO
1. Significado do termo. “Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado
por profecia, com a imposição das mãos do presbitério” (1Tm 4.14). Foi dessa
forma que o apóstolo Paulo lembrou Timóteo, aconselhando-o acerca do
reconhecimento do ministério do jovem pastor pelo conselho de obreiros. O Novo
Testamento classifica esse corpo de obreiro de “presbitério” (do gr.
presbyterion, substantivo de presbítero, um conselho formado por anciãos da
igreja cristã).
2. A atuação do
presbitério. No Concílio de
Jerusalém, em relação às sérias questões étnicas e eclesiásticas que podiam
comprometer a expansão da igreja, os apóstolos e os anciãos (presbíteros) foram
chamados para debater e legislar sobre o assunto (At 15.2,6,9-11). Em seguida,
os presbíteros foram enviados à Antioquia para orientar os irmãos sobre a
resolução dos problemas que perturbavam os novos convertidos: “E, quando iam
passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados, os decretos que
haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém” (At 16.4).
3. A valorização do
presbitério. O presbitério deve
ser valorizado, pois desde os primórdios da Igreja cristã, a sua existência tem
fundamento na Palavra de Deus. O rebanho do Senhor será ainda mais bem atendido
se o presbitério das nossas igrejas for preparado para uma atuação mais efetiva
no governo da igreja e no ministério de ensino, tal como instruiu o apóstolo
Paulo: “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada
honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina” (1Tm 5.17). O
Novo Testamento mostra que, apesar de haver um pastor titular, o governo de uma
igreja não era exercido por um único líder, mas pelo conselho de obreiros (At
20.17-37; Ef 4.11, 1Pe 5.1). O presbitério é de vital importância ao
desenvolvimento das igrejas locais e ao bom ordenamento do Corpo de Cristo.
Significado do termo: Em 1 Tm 4.14 Ninguém deveria
desprezar Timóteo (4.12), nem ele deveria desprezar a si mesmo. Paulo lembrou
Timóteo de que ele tinha os requisitos necessários para realizar aquela obra
difícil em Éfeso. Entre eles, estava um dom espiritual de Deus. Embora Paulo
não defina especificamente este dom, ele estava preocupado com a possibilidade
de Timóteo hesitar em usá-lo ou deixar de usá-lo. Quando virmos as capacitações
de todos os tipos (espiritual, relacional, técnica) como dons de Deus, será
mais fácil vermos a sua mão operando por meio dos esforços humanos. Ele poderia
realizar a tarefa porque Deus o tinha chamado para realizá-la, o tinha
capacitado para realizá-la, e estaria com ele durante a realização
dela. Para Paulo o carisma está no começo e no centro de todo serviço e de
toda a vida da igreja. O carisma não é algo acrescentado ao ministério, nem
mesmo algo que somente possui certa importância à margem da verdadeira ordem
eclesiástica. Dons da graça foram dados a todos para todos, ainda que nem todos
recebam os mesmos dons. Em 1Co 12-14 Paulo não fala contra os dons da graça,
mas somente contra seu abuso. Timóteo não corre o risco dos carismáticos de
Corinto. Pelo contrário, a ele o apóstolo precisa dizer: não negligencies o dom
da graça em ti. O próprio DEUS o concedeu a você, não uma instância humana. Por
isso utilize esse dom, exercite-se nele, use-o diligentemente! Mediante
profecia: por meio de uma palavra profética; profecias que apontam para
Timóteo; falam de sua vocação. Desse chamado de DEUS lhe advém força para a luta.
No começo do serviço não está o cargo, mas o carisma. No começo do carisma não
está a ordenação, mas a vocação pelo próprio DEUS. Tanto o AT como o NT deixam
inequivocamente claro que os servos estabelecidos para um serviço específico
recebem a dádiva do ESPÍRITO antes de receber os dons do ESPÍRITO para o
serviço. Pela imposição de mãos: A imposição das mãos confirma o que aconteceu,
a saber, a vocação prévia por DEUS, profeticamente divulgada. A prática da
imposição das mãos situa-se no âmbito dos sinais visíveis que acompanham a fé.
Paulo lhe impôs as mãos em conjunto com os anciãos (QI 30). Assim como Tito
deve instalar presbíteros de cidade em cidade, assim o próprio Paulo havia
instalado Timóteo como presbítero. A instalação do presbítero não era uma ação
arbitrária do apóstolo, mas ele reconhecera no ESPÍRITO que DEUS já havia posto
sua mão sobre o jovem: o apóstolo então agiu de modo correspondente. Embora
Timóteo fosse jovem na idade, DEUS o havia chamado como “ancião” e o manifestou
mediante profecia. Concedeu-lhe o ESPÍRITO SANTO, incutiu-lhe o carisma para o
serviço, confirmou sua vocação pela imposição de mãos por Paulo perante muitas
testemunhas. Que carisma específico Timóteo havia, pois, recebido? Será que era
pastor, mestre ou evangelista? (“Faça a obra de um evangelista!” 2Tm 4.5).
Seria igualmente difícil definir um dom espiritual específico para Paulo. O dom
geral da “palavra”, i. é, a vocação para o “serviço à palavra”, podia abranger
proclamação, exortação, ensino e evangelização, mas apresentava ênfases
diferentes nos diversos servos. Dependendo também das circunstâncias com que se
deparavam, um ou outro serviço podia passar mais para o primeiro plano.
Essencial para todos os dons espirituais é que cada um carece de
complementação. Por mais abrangentes que sejam, ocorrem de forma apenas
limitada em cada pessoa, carecendo da permanente complementação por parte de
outra.
A atuação do presbitério: De acordo com o Novo Testamento, os presbíteros são
responsáveis pela liderança e supervisão de uma igreja local. A função e o
papel de um presbítero é bem resumida por Alexander Strauch em seu livro
Biblical Eldership: “Os presbíteros lideram a igreja [1Tm 5.17; Tito 1.7; 1
Pedro 5.1-2], ensinam e pregam a Palavra [1 Timóteo 3.2; 2 Timóteo 4.2; Tito
1.9], protegem a igreja de falsos mestres [Atos 20.17, 28-31], exortam e
admoestam os santos na sã doutrina [1 Timóteo 4.13; 2 Timóteo 3.13-17; Tito
1.9], visitam e oram pelos doentes [Tiago 5.14; Atos 20.35], e julgam questões
doutrinárias [Atos 15.16]. Em terminologia bíblica, presbíteros pastoreiam,
supervisionam, lideram e cuidam da igreja local”. No livro "Introdução à
Teologia Sistemática", de Eurico Bergstén, publicado pela CPAD em 1999,
lemos na pg. 270 (pg. 229 da atual edição): "Os presbíteros tomavam parte
ativa no apascentamento da igreja (cf. At 20.28) e também no ensino, pois uma
das qualidades exigidas do candidato ao presbitério era que fosse 'apto para
ensinar' (cf. 1 Tm 3.2). Os presbíteros constituíam um corpo auxiliar no
governo da igreja, sob a presidência do pastor. Convém salientar que os
ministros também se consideravam presbíteros. O apóstolo Pedro escreveu para os
presbíteros que ele também era presbítero (cf. 1 Pe 5.1), e o apóstolo João
considerava-se ancião (cf. 2 Jo 1) ou presbítero (cf. 3 Jo 1). Apesar de os
presbíteros não serem ministros da Palavra, os ministros, necessariamente, eram
presbíteros. Assim ficava distinguida a liderança que lhes fora dada por
Deus."
A valorização do
presbitério: As palavras “anciãos”
(1) e presbíteros (17; aqui quer dizer “pastores”, cf. BV) são tradução da
mesma palavra grega; os significados, embora distintos, estão correlacionados.
No versículo 1, significa os membros mais idosos da congregação; mas aqui diz
respeito aos indivíduos separados para a obra do ministério: Os presbíteros que
governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os
que trabalham na palavra e na doutrina (17). Há comentaristas que entendem que
este versículo antecipa a distinção entre “pastores” que governam e “pastores
que ensinam”, que é a prática em certas igrejas reformadas. Mas isso é
improvável, quando lembramos que Paulo já havia declarado especificamente que
todo bispo (ou pastor) tem de ser “apto para ensinar” (3.2). O apóstolo está
estipulando a Timóteo que o pastor que combina igreja com o serviço fiel e
talentoso como pregador e professor de honra. Junto do honorário deve ser
incluída a honra. Ainda não havia chegado o dia em que os ministros da igreja
seriam totalmente sustentados. O costume que então vigorava era que os líderes
da igreja se sustentassem, da mesma maneira que o apóstolo o fazia. Na opinião
de Paulo, o bom serviço merece reconhecimento e recompensa. Aquele cujo tempo
era tomado quase todo pelo trabalho da igreja deveria receber maior
compensação. Paulo sustenta seu conselho com um argumento que lembra 1
Coríntios 9.9: Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha.
E: Digno é o obreiro do seu salário (18). A primeira destas passagens é um
preceito do Antigo Testamento encontrado em Deuteronômio 15.4, e em sua
situação original é uma ordenação humanitária. Mas em outro texto Paulo
argumenta que tem um significado mais profundo: “Porventura, tem DEUS cuidado
dos bois? Ou não o diz certamente por nós?” (1 Co 9.9,10). O apóstolo também
cita outra passagem para a qual dá importância igual: Digno é o obreiro do seu
salário. Esta é declaração de nosso Senhor registrada em Lucas 10.7. O fato
surpreendente é que os estudiosos do Novo Testamento não conseguem achar
evidências para provar que o Evangelho de Lucas tinha acesso geral quando estas
palavras foram escritas. Provável é que o Evangelho de Lucas fosse conhecido
por Paulo e também por Timóteo. E. K. Simpson assume a posição, junto com B. B.
Warfield, de que “temos aqui uma citação verbalmente exata do Evangelho de
Lucas, tratada como porção integrante das Santas Escrituras”. Nesta passagem, o
apóstolo deixa clara sua opinião de que o serviço fiel e eficaz merece
reconhecimento e remuneração adequada. É óbvio que a igreja começava a mudar
rumando para um ministério assalariado.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"PRESBÍTEROS
As Assembleias de Deus, especialmente no Brasil, certamente em razão de se
constituírem inicialmente de crentes de diversos grupos evangélicos, atraídos
pela crença bíblica do batismo no Espírito Santo, do ponto de vista
administrativo, ministerial, adotaram uma posição intermediária mais aproximada
do sistema presbiteriano. Não admitem hierarquia. Não aceitam o episcopado
formal, senão o conceito bíblico de que o pastor é o mesmo bispo mencionado no
Novo Testamento. Admitem, entretanto, o cargo separado de presbítero. 0
presbítero (anteriormente chamado 'ancião') é o auxiliar do pastor. Porém, em
algumas regiões, em campo de evangelização das Assembleias de Deus, de certo
modo, é-lhe dado cargo correspondente ao de pastor, onde, na ausência deste,
ele desempenha todas as funções pastorais: unge, ministra a Ceia e batiza.
Entre esses, há os que possuem a dignidade, capacidade e verdadeiro dom de
pastor.
[...]
Porém, na Convenção Geral de 1937, na AD de São Paulo (SP), foi debatida a
questão sobre se os anciãos (presbíteros) não poderiam ser considerados pastores.
Os convencionais compreenderam, citando textos como 1 Pedro 5.1, Atos 20.28 e 1
Timóteo 5.17, que, em alguns casos, parece haver uma diferença entre anciãos e
anciãos com chamada ao ministério, e estabeleceram, assim, a hierarquia
eclesiástica que até hoje existe nas Assembleias de Deus: diáconos, presbíteros
e ministros do evangelho (pastores e evangelistas).
[...] Nas Assembleias de Deus, embora o trabalho do
presbítero tenha a sua definição, passou a ser também visto como o penúltimo
cargo a ser exercido pelo obreiro, na sucessão das ordenações, antes de ser
consagrado a evangelista ou pastor" (ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de
Janeiro: CPAD, 2007, pp.715,16).
III. OS DEVERES
DO PRESBITÉRIO
1. Apascentar a igreja. Os presbíteros têm o dever de alimentar o rebanho de Deus
com a exposição da Santa Palavra. O apóstolo Pedro bem exortou aos presbíteros
da sua época acerca desta tarefa: (1Pe 5.2a). O apascentar as ovelhas do Senhor
se dá com cuidado pastoral, não pela força ou violência, como se os obreiros
tivessem domínio sobre o Corpo de Cristo. Esse ato ocorre voluntariamente, sem
interesse financeiro, servindo de exemplo ao rebanho em tudo (1Pe 5.2,3). Os
presbíteros formam o conselho da igreja local cujo objetivo maior é atuar na
formação espiritual, social, moral e familiar do povo de Deus.
2. Liderar a igreja local. A liderança da igreja local tem duas esferas principais de
atuação: o governo e o ensino. O presbítero, quando designado para essas tarefas,
tem o dever de exercê-las na “Igreja de Deus” (1Tm 3.5). Para isso, ele precisa
saber “governar a sua própria casa” e ser “apto a ensinar” (1Tm 3.2,4). Liderar
o rebanho de Deus, segundo o Novo Testamento, é estar disponível “para servir”
e “não para ser servido” (Mt 20.25-28; Mc 10.42-45). Com o objetivo de exercer
competentemente esta função, o presbítero deve ser uma pessoa experiente,
idônea e pronta a ser exemplo na igreja local. Ensinar e governar com equidade
e seriedade é o maior compromisso de todo homem de Deus chamado para tão nobre
tarefa.
3. Ungir os enfermos. “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da
igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor” (Tg 5.14). O
ato da unção dos enfermos não pode ser banalizado na igreja local. Ele revela a
proximidade que o presbítero deve ter com as pessoas. O membro da igreja local
tem de se sentir à vontade para procurar qualquer um dos presbíteros e receber
oração ou uma palavra pastoral. Tal obreiro foi separado pelo Pai e pela igreja
para atender a essas demandas.
Apascentar a igreja: A Bíblia de Estudo Pentecostal
(CPAD) afirma em sua nota sobre "Dons Ministeriais para a Igreja"
que: "Os pastores são aqueles que dirigem a congregação local e cuidam das
suas necessidades espirituais. Também chamados "presbíteros" (At
20.17; Tt 1.5) e "bispos" ou supervisores (1 Tm 3.1; Tt 1.17)".
"Obedecei a vossos guias, sendo-lhes submissos; porque velam por vossas
almas como quem há de prestar contas delas; para que o façam com alegria e não
gemendo, porque isso não vos seria útil" (Hb 13.17). Este versículo não
diz especificamente "presbíteros", mas o contexto trata dos líderes
da igreja. Eles são responsáveis pela vida espiritual da igreja. I Pe 5.2,3 O
mandamento de Pedro para que os presbíteros apascentem o rebanho de DEUS é uma
repetição das palavras que o Senhor JESUS disse ao próprio Pedro: “Apascenta as
minhas ovelhas” (Jo 21.16). A mesma palavra grega é usada nas duas passagens,
significando “guiar”, “atender”, “cuidar”, ou “pastorear”. O “rebanho” são os
crentes; os presbíteros tinham responsabilidades sobre as igrejas individuais
e, consequentemente, sobre uma certa parte do “rebanho” de DEUS. Os presbíteros
deviam ser como pastores, que conduzem, orientam e protegem as ovelhas que
estão sob os seus cuidados. Os crentes precisariam de bons líderes quando
enfrentassem a perseguição. Pedro esperava que eles fizessem a vontade de DEUS
à sua maneira, tentando agradar a DEUS com fervor. A fórmula que JESUS usava
sempre era que aqueles que lideram devem ser os melhores servos (Mc 10.42-45).
Os líderes devem ser exemplos de humildade e de servilismo. Os líderes não
devem intimidar nem coagir as pessoas. “...admoesto eu”. E, para reforçar
essa exortação, ele lhes diz que é presbítero com eles, e assim não impõe nada
a eles que ele não esteja disposto a fazer também. Ele é também “...testemunha
das aflições de CRISTO”, tendo estado com Ele no jardim, acompanhando-o ao
palácio do sumo sacerdote, e muito provavelmente tendo sido testemunha do seu
sofrimento na cruz, à distância, entre a multidão (At 3.15). Ele acrescenta que
é também “...participante da glória” que em certa medida foi revelada na
transfiguração (Mt 17.1-3), e vai ser completamente desfrutada na segunda vinda
de JESUS CRISTO.
Liderar a Igreja: Indignaram-se contra os dois
irmãos”; não porque desejassem ser preferidos antes deles - que foi o pecado de
Tiago e João, pelo qual CRISTO se entristeceu -, mas porque queriam ter a honra
para si mesmos, o que revelava descrédito em relação aos dois irmãos. Muitos
parecem ter uma indignação pelo pecado; porém, não a sentem pelo pecado em si,
mas porque tal pecado os toca. Eles se indignarão contra um homem que
amaldiçoa; mas somente o farão se ele lhes amaldiçoar, e lhes afrontar, não porque
tal homem esteja desonrando a DEUS. Esses discípulos estavam com raiva da
ambição de seus irmãos, embora eles mesmos fossem igualmente ambiciosos. E
comum que as pessoas se enfureçam com os pecados dos outros, os quais elas
permitem e toleram em si mesmas. Aqueles que são orgulhosos e cobiçosos não
gostam de ver outros assim. Nada causa mais dano entre irmãos, ou é a causa de
mais indignação e contenda, do que a ambição e o desejo de grandeza. Nós nunca
encontramos os discípulos de CRISTO discutindo; mas eles enfrentaram uma
situação de contenda essa ocasião. B. A correção que CRISTO lhes fez foi muito
suave, por meio da instrução sobre o que eles deveriam ser, e não por meio da
repreensão pelo que eles eram. Ele havia reprovado esse mesmo pecado antes
(cap. 18.3), e lhes dissera que deveriam ser humildes como crianças pequenas;
no entanto, eles reincidiram nesse pecado, mas CRISTO os repreendeu de forma
moderada. “Então, JESUS, chamou-os para junto de si”, o que sugere um grande
carinho e familiaridade. Ele não lhes ordenou, com raiva, que saíssem de sua
presença, mas os chamou, com amor, para virem à sua presença. Ele está sempre
pronto a ensinar, e nós somos convidados a aprender dele, porque ele é “manso e
humilde de coração”. O que Ele tinha a ensinar dizia respeito tanto aos dois
discípulos como aos outros dez; portanto, ele reúne todos. E lhes diz que
enquanto estavam perguntando qual deles deveria ter o domínio em um reino
temporal, não havia realmente tal domínio reservado para nenhum deles. Porque:
(1) Eles não deveriam ser como os “príncipes dos gentios”. Os discípulos de
CRISTO não deveriam ser como os gentios, nem como os príncipes dos gentios. O
principado não torna ninguém ministro, da mesma forma que o “gentilismo” não
torna ninguém cristão. A pompa e a grandeza dos príncipes dos gentios não
convêm aos discípulos de CRISTO. Então, se o poder e a honra não foram
planejados para estar na igreja, era uma insensatez deles estarem disputando
quem deveria tê-los. Eles não sabiam o que pediam. Em segundo lugar, então qual
será o relacionamento entre os discípulos de CRISTO? O próprio CRISTO havia
sugerido uma grandeza entre eles, e aqui Ele explica: “Todo aquele que quiser,
entre vós, fazer-se grande, que seja vosso serviçal; e qualquer que, entre vós,
quiser ser o primeiro, que seja vosso servo” (w. 26,27). Observe aqui: 1. Que é
dever dos discípulos de CRISTO servirem uns aos outros, para a edificação
mútua. Isto inclui tanto a humildade como a utilidade. O grande apóstolo se
comportou como servo de todos (veja 1 Co 9.19). 2. A dignidade dos servos de
CRISTO está relacionada ao fiel cumprimento dessa obrigação. O modo de ser
grande, e o primeiro, é ser humilde e servil. Assim como o que quer ser sábio
deve se fazer de tolo, quem quiser ser o primeiro deverá se comportar como
servo. O apóstolo Paulo foi um grande exemplo disso; ele trabalhou mais
abundantemente do que todos, tornou- se (como diriam alguns) um escravo do seu
trabalho. E ele não é o primeiro? Não o chamamos por unanimidade de “o grande
apóstolo”, embora ele se autodenomine o menor entre os menores? E talvez o
nosso Senhor JESUS estivesse pensando em Paulo quando disse: “Haverá
derradeiros que serão primeiros”; porque Paulo nasceu fora do tempo devido,
como um abortivo (1 Co 15.8). Talvez fosse para ele que o primeiro posto de
honra no reino de CRISTO estivesse reservado e preparado por DEUS Pai, e não
para Tiago e João, que o buscaram. [1] Nunca houve um exemplo de humildade e
condescendência como houve na vida de CRISTO, que não veio para “ser servido,
mas para servir”. Quando o Filho de DEUS entrou no mundo - o Embaixador de DEUS
para os filhos dos homens alguém poderia pensar que Ele deveria ser servido,
que deveria ter se apresentado em um aparato que estivesse de acordo com a sua
pessoa e caráter; mas Ele não fez isso; Ele não agiu como uma celebridade, Ele
não teve nenhum séquito pomposo de servos de Estado para servi-lo, nem se
vestiu em túnicas de honra, porque tomou sobre si a “forma de servo”. Ele, na
verdade, viveu como um homem pobre, e isto fez parte da sua humilhação. Houve
pessoas que o serviram com as “suas fazendas” (Lc 8.2,3); mas Ele nunca foi
servido como um grande homem. Ele nunca tomou a pompa sobre si, não foi servido
em mesas, como um dos grandes deste mundo. JESUS, certa vez, lavou os pés dos
seus discípulos, mas nunca lemos que eles tenham lavado os pés dele. Ele veio
para ajudar a todos quantos estivessem em aflição. Ele se fez servo para os
doentes e debilitados; estava pronto para atender aos seus pedidos como qualquer
servo estaria pronto para atender à ordem do seu senhor, e se esforçou muito
para servi-los. O Senhor JESUS serviu continuamente visando este fim, negando a
si até mesmo o alimento e o descanso para cumprir essa tarefa. [2] Nunca houve
um exemplo de beneficência e utilidade como houve na morte de CRISTO, que “deu
a sua vida em resgate de muitos”. Ele viveu como um servo, e fez o bem; mas
morreu como um sacrifício, e com isso Ele fez o maior bem de todos. Ele entrou
no mundo com o propósito de dar a sua vida em resgate; isto estava primeiro em
sua intenção. Os aspirantes a príncipes dos gentios fizeram da vida de muitos
um resgate para a sua própria honra, e talvez um sacrifício para a sua própria
diversão. CRISTO não age assim; o sangue daqueles que lhe são sujeitos é
precioso para Ele, e Ele não é pródigo nisso (SI 72.14); mas, ao contrário, Ele
dá a sua honra e a sua vida como resgate pelos seus súditos. Então esse é um
bom motivo para não disputarmos a precedência, porque a cruz é a nossa bandeira,
e a morte do nosso Senhor é a nossa vida. Esse é um bom motivo para pensarmos
em fazer o bem, e, em consideração ao amor de CRISTO ao morrer por nós, não
hesitarmos em “sacrificar as nossas vidas pelos irmãos” (1 Jo 3.16). Os
ministros devem estar mais ansiosos do que os outros para servir e sofrer pelo
bem das almas, como o bendito apóstolo Paulo estava (At 20.24; Fp 2.17). Quanto
mais interessados, favorecidos e próximos estivermos da humildade e da
humilhação de CRISTO, mais prontos e cuidadosos estaremos para imitá-las.
Ungir os Enfermos: "Está doente algum de vós?
Chame os anciãos da igreja, e estes orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome
do Senhor" (Tg 5.14). Um presbítero biblicamente qualificado tem uma vida
piedosa, e "a súplica de um justo pode muito na sua atuação" (Tg
5.16). Uma das necessidades desse campo é orar para que a vontade do Senhor
seja feita, e espera-se que os presbíteros façam isso. A unção com óleo é um
ato de fé que acompanha a “oração da fé”, feita por homens de Deus, que,
liderando a igreja local, ou auxiliando os pastores-líderes, atendem aos que se
encontram enfermos, e oram por sua cura, “em nome de Jesus” (Mc 16.18c). Orar pelos
enfermos e curá-los é sinal de fé para “os que crerem”, independente de serem
obreiros regulares. Mas orar com unção com óleo é confiado aos
presbíteros. Uma característica da igreja primitiva era a sua preocupação
com os doentes e o cuidado para com eles. Aqui Tiago incentiva os doentes para
que chamem os presbíteros da igreja, pedindo aconselhamento e oração. Os
presbíteros eram pessoas espiritualmente amadurecidas, responsáveis pela
supervisão das igrejas locais (veja 1 Pe 5.1-4). Os presbíteros iriam orar
sobre a pessoa doente, pedindo a cura ao Senhor. A seguir, eles a ungiriam com
azeite em nome do Senhor. Enquanto oravam, os presbíteros deviam pronunciar
claramente que o poder da cura residia no nome de Jesus. A unção era
frequentemente usada pela igreja primitiva nas suas orações pedindo cura. Nas
Escrituras, o azeite era tanto um remédio (veja a parábola do bom samaritano,
em Lucas 10.30-37) como um símbolo do Espírito de Deus (como quando usado para
ungir reis; veja 1 Sm 16.1-13). Desta forma, o azeite pode ter sido um sinal do
poder da oração, e pode ter simbolizado a separação da pessoa enferma para a
atenção especial de Deus.
CONCLUSÃO
Vimos que os termos presbítero, bispo e pastor
são sinônimos. Os presbíteros, ou bispos, sempre formaram um corpo de
obreiros com a finalidade de contribuir para a edificação da igreja local. Eles
exercem uma função pastoral. Nas Assembleias de Deus no Brasil, os presbíteros
exercem este serviço, pastoreando as congregações. Eles ainda cuidam da
execução das principais tarefas da Igreja: a evangelização e o ensino da
Palavra. Portanto, esses obreiros precisam ser bem selecionados e valorizados
pela igreja local. – Estamos habituados a
ver uma categoria de líderes eclesiásticos que querem estar acima de pastores/presbíteros:
os chamados “bispos” de hoje. Quando olhamos para as Escrituras, a evidência
bíblica indica que “bispo” é simplesmente outro termo para presbítero. Paulo se
refere aos presbíteros em Éfeso como “bispos” em seu sermão de despedida de Atos
20.17-35. Da mesma forma, “bispo” em Tito 1.7 parece ser um sinônimo para o
termo “presbítero” usado no versículo 5. Na linguagem do Novo Testamento o
mesmo ofício na Igreja é chamado indiferentemente de ‘bispo [supervisor]’
(episkopos) e ‘ancião’ ou ‘presbítero’ (presbyteros)”. Meu entendimento é que
os presbíteros não constituíam apenas um "corpo auxiliar no governo da
igreja sob a presidência do pastor". Pelo que foi estudado, o presbítero
poderia ser o próprio pastor (1 Pe 5.1-4).
REFERÊNCIAS
COMENTÁRIO DO NOVO TESTAMENTO
APLICAÇÃO PESSOAL. Rio de Janeiro: CPAD. p. 502.
DICIONÁRIO VINE - W.
E. Vine, Merril F. Unger & William White Jr. CPAD, Rio de
Janeiro, 2002, p. 648.
HENRY. Matthew. Comentário
Matthew Henry Novo Testamento: Atos a Apocalipse. Edição completa. Rio de
Janeiro: CPAD. p. 260-262.
LIÇÕES BÍBLICAS. 2º
Trimestre 2021 - Lição 11. Rio de Janeiro: CPAD, 13, jun. 2021.
LIMA, Elinaldo Renovado
de. Dons Espirituais e Ministeriais: servindo a Deus e aos homens
com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.
PFEIFFER .Charles
F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1261-1262.
STAMPS, Donald C. Bíblia
de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.
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