COMENTÁRIO E SUBSÍDIO
I
INTRODUÇÃO
No primeiro
século da era cristã, a Igreja cresceu sob o avivamento do Espírito e
expandiu-se pelo mundo. Na mesma medida em que cresceu, surgiram também
problemas na esfera social, demandando urgentes providências. Por uma sábia e
unânime decisão, em assembleia, a igreja de Jerusalém escolheu sete homens de
moral ilibada e cheios do Espírito Santo, para administrarem esse “importante
negócio” (At 6.3). Nesta lição estudaremos esse importante ministério de
serviço que, por causa de uma crise étnica na igreja, levou os apóstolos a
propor medidas que serviram de base para instituir a função diaconal. Esta, até
hoje, faz parte do ministério ordenado pelas igrejas cristãs. – No estudo dos dons ministeriais,
passamos, desde a lição anterior, a analisar as “funções eclesiásticas”, ou
seja, as posições sociais na igreja local mediante as quais se exercem os dons
ministeriais com reconhecimento de todos os membros daquele grupo social. Nesta
lição, estudaremos a função de diácono. Lucas registra em Atos 6 a separação
dos primeiros diáconos, a quem foi confiada a função de administrar as coisas
materiais e se ocupavam do suprimento dos necessitados na igreja. Por que
existe o ministério do diácono? Qual a sua função e importância na vida da
igreja local? São questionamentos que veremos hoje. Hoje em dia, há muitos que
não entendem o assunto, “O Diaconato,” e existe muita confusão a
respeito. Há igrejas pequenas com muitos diáconos. Há igrejas com nenhum. Há
irmãos que pensam que o pastor tem que ser diácono antes de ser
pastor. Outros acham que “Uma vez diácono, sempre diácono,” e também que
quando um diácono muda de uma igreja para a outra, é automaticamente
considerado diácono da igreja de destino. Há igrejas que têm diácono,
mas usam um outro membro como tesoureiro. Algumas igrejas pensam do
diácono como líder espiritual, um irmão que deve decidir apenas as questões de
natureza administrativa da igreja. Muitos irmãos querem consagrar um
diácono no lugar de pastor. Outros não provam o candidato antes da
consagração ao diaconato. Será que não devemos repensar a nossa
posição sobre o diácono e sua atuação na igreja?
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, para concluir a presente lição, sugerimos uma atividade
prática para executá-la junto à classe. Procure o secretário da igreja e se
informe sobre as pessoas enfermas que não podem ir aos cultos rotineiros. De
acordo com a quantidade de enfermos, e após a Escola Dominical, separe grupos de
três ou quatro pessoas (depende da quantidade de alunos) para fazerem uma
visita. Ao chegar no lar da pessoa visitada, ore, leia a Palavra e cante para
ela. Converse um pouco de modo que ela sinta-se bem acolhida. Ao final da
atividade, reúna todos os grupos e explique-lhes que esta é uma prática
diaconal transbordante de amor e baseada no ensino de Jesus de Nazaré (Mt
25.36,45)
I. A DIACONIA DE JESUS CRISTO
1.
Significado do termo. O termo grego diaconia significa “ministério” ou “serviço”. A
vida inteira de Jesus aqui na Terra demonstrou o verdadeiro sentido da diaconia
em todos os seus aspectos. Na realidade, seu ministério terreno evidenciou o
quanto Ele foi “apóstolo da nossa confissão” (Hb 3.1), profeta (Lc 24.19),
evangelista (Lc 4.18,19), pastor (Jo 10.11), mas principalmente, diácono por
excelência (Mt 20.28). O apóstolo Paulo disse que Jesus, “sendo em forma de
Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo,
tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2.6-7). Segundo
a Bíblia de Estudo Palavras-Chave, a expressão “tomando a forma de servo”
denota o sentido de uma condição humilde.
2.
Serviço de escravo. Na véspera da sua crucificação, o Senhor Jesus reuniu os seus
doze discípulos para comer a última ceia. Tomando uma toalha e uma bacia com
água, ele começou a lavar os pés dos discípulos, um a um (Jo 13.4,5). Não há
atitude mais comovente do nosso Senhor como o relato do lava-pés, demonstrando
serviço, exemplo e humildade. A “diaconia da toalha e da bacia” é a convocação
cristocêntrica para uma vida de serviço humilde (Jo 13.12-17).
3. O
discípulo é um serviçal. Certa vez, Tiago e João pediram ao Senhor lugares de destaques,
“à direita” e “à esquerda” de Jesus, quando da implantação do seu Reino (Mc
10.35-37). Os discípulos ainda não haviam compreendido a mensagem de Jesus. A
proposta do Nazareno nunca foi a de estabelecer uma hierarquia de poder
temporal para a sua igreja, mas a de serviço conforme demonstra sua resposta a
eles: “entre vós não será assim; antes, qualquer que, entre vós, quiser ser
grande será vosso serviçal [diakonos]. E qualquer que, dentre vós, quiser ser o
primeiro será servo de todos. Porque o Filho do Homem também não veio para ser
servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10.43-45).
Significado
do termo: A palavra "diácono" vem de
uma palavra grega (diakonos) que é encontrada algumas 30 vezes no Novo
Testamento. Palavras semelhantes são diakonia (ministério ou diaconato) e
diakoneo (servir ou ministrar). "Diácono" quer dizer
"atendente" ou "servente". A mesma palavra descreve
escravos, empregados e obreiros voluntários. A ênfase não está na posição da
pessoa, mas no servo em relação ao seu trabalho. No Léxico do Novo Testamento
Grego/Português de F. Wilbur Gingrich e de Frederick W. Danker, é dito que
“diákonos” significa “servo” (Mt. 20.26; 22.13; Mc 9.35); especificamente
“garçom” (Jo 2.5,9); “agente” (Rm 13. 4; Gl 2.17); “auxiliar”, pessoa que
presta serviço como cristão: a) a serviço de Deus, Cristo ou a outro cristão
(2Co 6.4; 11.23; Ef 6.21; Cl 1.23,25; 1Tm 4.6); b) em caráter oficial ou
semioficial (Rm 16.1; Fp 1.1; 1Tm 3.8,12)....” (op.cit., p.53). Em seu Dicionário
do Novo Testamento Grego, oferece-nos W.C. Taylor a seguinte definição de
diácono: garçom, servo e administrador. Na Grécia clássica, diácono era o
encarregado de levar as iguarias à mesa, e manter sempre satisfeitos os
convivas. Na septuaginta, eram os servos chamados de diáconos, porém não
desfrutavam da dignidade de que usufruíram seus homônimos do NT, nem eram
incumbidos de exercer a tarefa básica destes: socorrer os pobres e
necessitados. Não passavam de meros serviçais. Aos olhos judaicos, era esse um
cargo nada honroso. A palavra diácono aparece cerca de trinta vezes no
NT. É uma sublime função que passou a existir na Igreja Primitiva a
partir de Atos, capítulo seis. Valdemir P. Moreira. Manual do
Diácono.. Eles devem ser como o próprio Mestre; e é muito apropriado que
eles o fossem, pois, enquanto estivessem no mundo, deveriam ser como Ele foi
quando estava no mundo. Porque para ambos o estado atual é um estado de
humilhação; a coroa e a glória estavam reservadas para ambos no estado futuro.
Eles precisavam considerar que “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas
para servir e para dar a sua vida em resgate de muitos” (v. 28). O nosso Senhor
Jesus aqui se coloca diante dos seus discípulos como um padrão de duas
qualidades anteriormente recomendadas: a humildade e a utilidade. 1] Nunca
houve um exemplo de humildade e condescendência como houve na vida de Cristo,
que não veio para “ser servido, mas para servir”. Quando o Filho de Deus entrou
no mundo - o Embaixador de Deus para os filhos dos homens alguém poderia pensar
que Ele deveria ser servido, que deveria ter se apresentado em um aparato que
estivesse de acordo com a sua pessoa e caráter; mas Ele não fez isso; Ele não
agiu como uma celebridade, Ele não teve nenhum séquito pomposo de servos de
Estado para servi-lo, nem se vestiu em túnicas de honra, porque tomou sobre si
a “forma de servo”. Ele, na verdade, viveu como um homem pobre, e isto fez
parte da sua humilhação. Houve pessoas que o serviram com as “suas fazendas”
(Lc 8.2,3); mas Ele nunca foi servido como um grande homem. Ele nunca tomou a
pompa sobre si, não foi servido em mesas, como um dos grandes deste mundo.
Cristo, certa vez, lavou os pés dos seus discípulos, mas nunca lemos que eles
tenham lavado os pés dele. Ele veio para ajudar a todos quantos estivessem em
aflição. Ele se fez servo para os doentes e debilitados; estava pronto para
atender aos seus pedidos como qualquer servo estaria pronto para atender à
ordem do seu senhor, e se esforçou muito para servi-los. O Senhor Jesus serviu
continuamente visando este fim, negando a si até mesmo o alimento e o descanso
para cumprir essa tarefa. [2] Nunca houve um exemplo de beneficência e
utilidade como houve na morte de Cristo, que “deu a sua vida em resgate de
muitos”. Ele viveu como um servo, e fez o bem; mas morreu como um sacrifício, e
com isso Ele fez o maior bem de todos. Ele entrou no mundo com o propósito de
dar a sua vida em resgate; isto estava primeiro em sua intenção. Os aspirantes
a príncipes dos gentios fizeram da vida de muitos um resgate para a sua própria
honra, e talvez um sacrifício para a sua própria diversão. Cristo não age
assim; o sangue daqueles que lhe são sujeitos é precioso para Ele, e Ele não é
pródigo nisso (SI 72.14); mas, ao contrário, Ele dá a sua honra e a sua vida
como resgate pelos seus súditos. Note, em primeiro lugar, que Jesus Cristo
sacrificou a sua vida como um resgate. A nossa vida perdeu o direito nas mãos
da justiça divina por causa do pecado. Cristo, entregando a sua vida, fez a
expiação pelo pecado, e assim nos resgatou. Ele foi feito “pecado” e uma
“maldição” por nós, e morreu, não só para o nosso bem, mas “em nosso lugar” (At
20.28; 1 Pe 1.18,19). Em segundo lugar, foi um resgate por muitos. Ele foi
suficiente para todos, mas eficaz para muitos; e se foi eficaz para muitos,
então diz a pobre alma duvidosa: “Por que não por mim?” Foi por muitos, para
que por ele muitos pudessem ser feitos justos. Esses muitos eram a sua semente,
pela qual a sua alma sofreu (Is 53.10,11). “De muitos”, assim eles serão quando
forem reunidos, embora parecessem então um pequeno rebanho. Então esse é um bom
motivo para não disputarmos a precedência, porque a cruz é a nossa bandeira, e
a morte do nosso Senhor é a nossa vida. Esse é um bom motivo para pensarmos em
fazer o bem, e, em consideração ao amor de Cristo ao morrer por nós, não
hesitarmos em “sacrificar as nossas vidas pelos irmãos” (1 Jo 3.16). Os
ministros devem estar mais ansiosos do que os outros para servir e sofrer pelo
bem das almas, como o bendito apóstolo Paulo estava (At 20.24; Fp 2.17). Quanto
mais interessados, favorecidos e próximos estivermos da humildade e da
humilhação de Cristo, mais prontos e cuidadosos estaremos para imitá-las.
Serviço
de escravo: Diaconia significa
“ministério, serviço”. Jesus Cristo foi exemplo para a Igreja em todos os
aspectos. Em sua Diaconia, Ele foi “apóstolo... da nossa confissão” (Hb 13.1).
Foi profeta (Lc 24.19); foi evangelista (Lc 4.18-19); foi Pastor (Jo 10.11) e
também foi diácono. Ele demonstrou seu caráter e sua personalidade, dando
exemplo de humildade. Para cumprir sua missão sacrificial em favor dos homens,
Jesus despojou-se temporariamente de sua glória plena (Jo 17.14). Paulo diz que
Ele assumiu a forma de servo, mais que isso, a forma de “escravo”. Jesus, “...
sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se
a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo- se semelhante aos homens-, e,
achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e
morte de cruz” (Fp 2.6-8 — grifo nosso). A expressão “tomando a forma de
servo”, “significa aparecer em uma condição humilde e desprezível”.
O
discípulo é um serviçal: O
diácono é um homem recompensado por Deus (1Tm 3.13). “Pois os que desempenharem
bem o diaconato alcançam para si mesmos justa preeminência e muita intrepidez
na fé em Cristo Jesus”. Jesus foi o diácono por excelência. Ele não veio para
ser servido, mas para servir. Nunca somos tão grandes como quando servimos. No
reino de Deus maior é o que serve. No reino de Deus quem tem preeminência não
são aqueles que os homens exaltam, mas aqueles a quem Deus enaltece. Nesse
ínterim é mister esclarecer que o diaconato não deve ser entendido como o
primeiro degrau de uma carreira ministerial, se há este entendimento, ele é
equivocado. Outra vez, Jesus surge como ápice exemplar; enquanto Ele estava
pensando em uma cruz, Tiago e João estavam pensando em coroas. O fardo do
Senhor se confrontava com a cegueira deles, e o seu sacrifício com o egoísmo
que demonstravam. Ele só queria dar, mas eles só queriam receber. A motivação
dele era servir; a deles era a própria satisfação pessoal. Sabeis que os que
julgam ser príncipes das gentes (literalmente, “aqueles que parecem governar”)
delas se assenhoreiam. Os discípulos sentiram o aguilhão dessas palavras ao se
lembrarem das táticas opressoras dos governadores das províncias. Mas entre vós
não será assim. O grande entre os seguidores de Jesus será aquele que quiser
ser um serviçal (ministro) e servo (escravo) de todos. Mas por que teria que
ser assim? “Porque o próprio Filho do Homem não tinha vindo para ser servido,
mas para servir”. Nisto, Cristo nos deixou o exemplo que devemos imitar,
seguindo as Suas pisadas (1 Pe 2.21).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Comunhão Quebrada: A Comunidade Escolhe Sete Diáconos
Os crentes se dedicam a formar uma comunidade de comunhão (At 2.42), que
acha expressão em compartilhar as possessões com os necessitados. Como exemplo
positivo de comunhão, Lucas chamou atenção a Barnabé (At 4.36,37); em
contraste, Ananias e sua esposa são exemplos negativos (At 5.1-11). No capítulo
6, Lucas informa um desarranjo na comunhão causado pela negligência da
comunidade para com suas viúvas gregas. No meio de tremendo progresso da
Igreja, este problema coloca a unidade eclesiástica em sério perigo.
Nesta
época, a comunidade cristã consiste em dois grupos: os judeus gregos
(hellenistai, 'crentes de fala grega') e os judeus hebreus (hebraioi, ‘crentes
de fala aramaica'). Os judeus gregos de Atos 6 são crentes que foram fortemente
influenciados pela cultura grega, provavelmente enquanto viviam fora da
Palestina, ao passo que os judeus hebreus são cristãos que sempre viveram na
terra nativa da Palestina" (STRONSTAD,
Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento. Vol. 1: Mateus a Atos. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.657).
II. A INSTITUIÇÃO DOS DIÁCONOS
1. O
conceito da função. A palavra diácono (gr. diakonos), segundo o Dicionário Vine,
refere-se àquele que presta trabalhos voluntários aludindo aos exemplos dos
criados domésticos dos tempos do Novo Testamento. O termo destaca, em especial,
a função de um mestre ou de um pastor cristão, entrelaçando o sentido técnico
do diácono ou diaconisa. Outra palavra grega relacionada a “diácono” é doulos.
Esta refere-se a “um servo” ou “um escravo” (Mt 13.27,28; Jo 4.51). Portanto, a
ideia preponderante que a função do diácono remonta é a do serviço voluntário
prestado, pelo “ministro”, o “servo” ou o “assistente”, para alguém.
2. Origem
do diaconato. “A
bênção”, “problema” e “reivindicação” são palavras-chave para o advento do
ministério formal dos diáconos em o Novo Testamento. A bênção foi o
extraordinário crescimento da igreja local em Jerusalém. A questão étnica
causada pela situação social de muitos que aceitavam a fé, especialmente
envolvendo viúvas judias de fala hebraica e as de fala grega (At 6.1), era o
problema. A reivindicação pode ser vista na manifestação verbal destas viúvas
que, sentindo-se injustiçadas pelo que elas interpretaram ser uma forma de
discriminação dos líderes da igreja de Jerusalém, cobraram sua assistência (At
6.1).
3. A
escolha dos diáconos. Para resolver o impasse, orando e impondo-lhes as mãos, os
apóstolos separaram sete irmãos de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de
sabedoria para administrar uma questão étnica e social (At 6.2-7). Foi uma
decisão de caráter pacificador e de muito bom-senso para a igreja não se perder
em permanentes desentendimentos. O objetivo era estimulá-la a resolver a
questão reconhecendo o caminho equivocado antes aderido pelos líderes até
aquele momento. Assim, eles puderam executar as mudanças necessárias e
resolveram uma questão que poderia trazer sérios problemas para a igreja de
Jerusalém.
O
conceito da função: Diakonos (em
português, “diácono”), denota primariamente "criado", quer aquele que
faz trabalhos servis, ou o ajudante que presta serviços voluntários, sem
referência particular ao seu caráter. A palavra está provavelmente relacionada
com o verbo diõkõ. “apressar-se após, perseguir" (talvez dito
originalmente acerca de um corredor). "Ocorre no Novo Testamento em alusão
aos criados domésticos (Jo 2.5.9); ao governante civil (Rm 13.4); a Cristo (Rm
15.8; Gl 2.17); aos seguidores de Jesus em sua relação com o Senhor (Jo 12.26:
Ef 6.21; Cl 1.7; 4.7); aos seguidores de Jesus em relação uns com os outros (Mt
20.26: 23.11: Mc 9.35; 10.43); aos servos de Cristo no trabalho de orar e
ensinar (1 Co 3.5: 2 Co 3.6: 6.4; 11.23: Ef 3.7; Cl 1.23.25: 1 Ts 3.2; I Tm
4.6); àqueles que servem nas igrejas (Rm 16.1 [usado acerca de uma mulher só
aqui no Novo Testamento]; Fp 1.1; 1 Tm 3.8.12); aos falsos apóstolos, servos de
Satanás (2 Co 11.15). O termo diakonos é usado uma vez onde. aparentemente, a
referência é aos anjos (Mt 22.13); em Mt 22.3. onde a referência é aos homens,
o termo doulos é usado** (extraído de Notes on Thessalonians, de Hogg e Vine.
p. 91). O termo diakonos deve, falando de modo geral, ser distinguido do termo
doidos, "servo, escravo”: o lernio diakonos encara o servo em relação ao
seu trabalho: o termo doidos o vê em relação ao seu mestre. Veja. por exemplo.
Mt 22.2-14; aqueles que chamam os convidados e os trazem (Mt 22.3.4.6.8.10) são
os douloi: aqueles que executam a sentença do rei (Mt 22.13) são os diakonoi.
Nota: Quanto aos termos sinônimos, leitourgos denota "aquele que executa
deveres públicos"; misthios e misthôtos, “servo contratado"; oiketes,
“servo doméstico**; huperetes. “funcionário subordinado que serve seu
superior" (designava, originalmente. o remador da fileira de baixo numa
galera de guerra); therapon, aquele cujo serviço é o de liberdade e dignidade.
Os denominados “sete diáconos" em At 6 não são mencionados por esse nome,
embora o tipo de serviço no qual estavam engajados era do caráter daquele
consignado para tal.
Origem
do diaconato. Matthew Henry em seu
Comentário do Novo Testamento, escreve o seguinte: “ousa-nos desalento
descobrir que o crescimento do número dos discípulos (v. 1) dá oportunidade
para discórdias. Até agora, todos eles eram unânimes em uma mesma opinião.
Esta. observação frequente significava uma honra para eles. Mas agora que
cresciam em número, começaram a murmurar, semelhantemente ao que ocorreu no
velho mundo. Quando os homens começaram a multiplicar-se, eles se corromperam
(Gn 6.1,12). Houve uma murmuração, não uma desavença aberta, mas um
ressentimento secreto. (1) Os queixosos eram os gregos, ou helenistas, contra
os hebreus (v. 1). Os gregos eram os judeus que se espalharam pela Grécia e
outras regiões, falavam comumente a língua grega e liam o Antigo Testamento na
versão grega, não no original hebraico. Muitos deles estavam em Jerusalém para
a festa quando aceitaram a fé cristã e foram acrescentados à igreja. Estes
murmuraram contra os hebreus, que eram os judeus nativos que usavam o original
hebraico do Antigo Testamento. Alguns pertencentes a cada um desses grupos se
tornaram cristãos, mas, pelo visto, essa aceitação conjunta da fé não teve
sucesso, como deveria, em extinguir os poucos ciúmes que tinham uns dos outros
antes da conversão. Eles retiveram um pouco do fermento velho e não entenderam
ou não se lembraram de que em CRISTO JESUS não há nem grego nem judeu (Cl 3.9).
Portanto, não há distinção entre hebreus e helenistas, mas todos são igualmente
acolhidos em CRISTO, e deveriam ser, por causa dele, queridos uns dos outros.
(2) A murmuração destes gregos era que as suas viúvas eram desprezadas no
ministério cotidiano (v. 1), quer dizer; na distribuição de refeições, e as
viúvas hebreias eram mais bem cuidadas. É pena que as pequenas coisas deste
mundo sejam pontos de discórdia entre os que admitem ter relações com as
grandes coisas do outro mundo. Os apóstolos fizeram a distribuição, obviamente,
com a mais absoluta imparcialidade, e nem de longe intentaram respeitar os
hebreus mais que os gregos. Contudo, houve queixa deles, que diziam estarem as
viúvas gregas sendo desprezadas. Embora elas fossem aptas a receber esse tipo
de assistência social, os apóstolos não lhes deram o suficiente, ou não
contemplaram todas, ou não deram exatamente a mesma soma oferecida às viúvas
hebreias. [1] Talvez esta murmuração (v. 1) fosse infundada e injusta, sem
motivo algum. Mas aqueles que, por qualquer razão, se encontram em situação
desfavorável (como estavam os judeus gregos em comparação com os que eram
hebreus de hebreus), são susceptíveis a, por ciúme, acharem que estão sendo
desprezados quando na verdade não estão. É erro comum de pessoas pobres que, em
vez de serem gratas pelo que recebem, se queixem e reclamem. Tendem a pensar
que recebem pouco, ou que os outros ganham mais que elas. Há inveja e cobiça,
raízes de amargura que se encontram tanto entre os pobres quanto entre os
ricos, apesar das situações humilhantes em que estão e às quais devem se
adaptar. [2] Partamos do pressuposto de que havia motivo para a murmuração. Em
primeiro lugar, certos estudiosos sugerem que os outros pobres no grupo dos gregos
tinham a subsistência provida, embora as suas viúvas fossem desprezadas (v. 1).
Essa falha acontecia porque os gerentes administravam de acordo com uma regra
antiga observada entre os hebreus: a viúva deve ser sustentada pelos filhos do
seu marido (veja 1 Tm 5.4). Em segundo lugar, as viúvas, ao meu ver, são
citadas no lugar de todos os pobres, porque muitos desses que estavam nos
registros da igreja e recebiam esmolas, eram viúvas que tinham sido fartamente
sustentadas pelas atividades dos seus maridos enquanto estavam vivos, mas que
caíram em grandes dificuldades financeiras quando faleceram. Os que administram
a justiça pública devem de uma maneira particular proteger as viúvas de
injustiças (Is 1.17; Lc 18.3), assim os que administram os fundos da caridade
pública devem de uma maneira particular sustentar as viúvas no que for
necessário (veja 1 Tm 5.3). Perceba que estas viúvas e os outros pobres
recebiam uma ajuda diária (v. 1). Talvez, após um cálculo prévio, sabiam que
não podiam acumular sua porção para o futuro. Então os administradores dos
fundos, num gesto de bondade, davam-lhes dia a dia o pão necessário. Eles
dependiam do quinhão do dia para viver. Pelo visto, as viúvas gregas foram,
comparativamente, desprezadas. Talvez os que distribuíam o dinheiro
consideraram que os hebreus ricos contribuíam mais para o fundo do que os
gregos ricos, que não tinham propriedades para vender, como os hebreus. Por
conseguinte, os gregos pobres deveriam ter menos direito ao fundo. Embora
houvesse certa dose de tolerância, tratava-se de procedimento cruel e injusto.
Veja que mesmo na igreja mais bem organizada do mundo sempre haverá algo
impróprio, administração incompetente, queixas ou, pelo menos, algumas
reclamações”.
A
escolha dos diáconos. O Pr Altair Germano
escreve o seguinte em seu Blog: “- Boa Reputação (gr. martyrouménous): boa
fama, alguém de quem se fala bem, louvado, recomendável (esposa, filhos,
vizinhos, patrão, igreja, pastor, etc.); Cheios do Espírito (gr. plêreis
pneúmatos): repletos, plenos do Espírito (c/ Ef 5.18). O termo “Santo” não
aparece nas edições críticas da Vulgata e no N.T. Grego (27ª ed. Nestle-Aland).
Pode estar implícito aqui o Batismo com o Espírito Santo (At 2.1-4), a
manifestação dos dons do Espírito (1 Co 12-14) e o fruto do Espírito (Gl
5.22-25). De Sabedoria (gr.sophías): habilidade, tato, bom senso, juízo
sensato, experiência nas questões da vida (Tg 1.5-7). Negócio (gr. chréias):
trabalho, serviço, tarefa necessária. O termo “importante” foi traduzido na versão
ARC para dar ênfase ao serviço. O Manual do Diácono, de Valdemir P. Moreira,
traz o seguinte: “Na versão Revista e Corrigida de Almeida, lemos: “Escolhei,
pois, irmãos, dentre vós, sete varões (...) aos quais constituamos sobre este
importante negócio” (At 6.3). A versão atualizada, porém, buscando maior
aproximação com o grego, usa a seguinte expressão: “aos quais encarreguemos
deste serviço”. É o diaconato, afinal, um serviço ou um importante
negócio? Ambas as coisas, pois estão certas ambas as versões. A
palavra grega chréia tanto pode ser traduzida como serviço quanto como negócio.
Ela pode ser compreendida, ainda, como “um serviço para suprir auxilio em caso
de necessidade”. Portanto, nenhum erro cometeu os revisores dessas versões.
Servir a Igreja, a Noiva do Cordeiro, é de fato um importante negócio! Pense
nisso, diácono, e conscientize-se de sua responsabilidade”.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
''[Sobre a Escolha dos diáconos]
[...]
Lucas não declara como é feita a escolha dos sete homens, mas a congregação
como um todo vê a sensatez da proposta dos apóstolos (v.5) e participa na
escolha destes diáconos. A qualificação básica é a espiritualidade, mas eles
devem ser distintos de duas maneiras.
Eles
têm de ser 'cheios do Espírito Santo'. Em vez de ser meros bons administradores
ou gerentes de recursos, esta qualificação lhes exige que sejam capacitados
pelo Espírito na ordem dos discípulos no Dia de Pentecostes. Quer dizer, eles
devem ter o poder de uma fé que faz milagres.
Eles
também têm de ser 'cheios [...] de sabedoria'. Complementar aos atos de poder
está o discurso inspirado pelo Espírito. Os diáconos têm de ser poderosos em
obras e palavras. Como pessoas competentes e maduras que são inspiradas pelo
Espírito, elas têm de ter bom senso prático e serem capazes de lidar com delicados
problemas de propriedade. Seu ministério inclui negócios empresariais e a
distribuição de ajuda para os necessitados, mas também deve ser espiritual e
carismático. Eles devem exercer quaisquer dons espirituais que Deus lhes
concedeu.
Entre os sete homens escolhidos para servir como diáconos estão Estêvão e
Filipe (os únicos dois sobre quem Lucas apresenta detalhes). Filipe se destaca
como pregador carismático (At 8.4-8,26-40; 21.8); ele é o primeiro a fundar uma
igreja entre os samaritanos. Estêvão é descrito como 'homem cheio de fé' (v.5),
sem dúvida significando a fé que faz milagres. Ele faz 'prodígios e grandes
sinais entre o povo' (v.8), e seus oponentes não sabem como lidar com a
pregação que ele faz (v.10). 0 ministério destes dois homens ilustra os ministérios
dos diáconos carismáticos, os quais se estendem muito além das preocupações
práticas do dia a dia da Igreja.
A ordenação dos sete diáconos fornece bom modelo para ministraras minorias
da Igreja. Como na Igreja primitiva, devemos nos preocupar com o modo como as
minorias – os pobres, as viúvas, os órfãos e as pessoas de diferentes origens
raciais – são tratadas. Semelhante às viúvas crentes de fala grega, tais
pessoas são indefesas, e suas necessidades podem ser negligenciadas. Cada congregação
deve ter um programa próprio para ministrar aos que estão em desvantagem e às
minorias, e entregar este ministério àqueles que são espiritualmente dotados e
compromissados a cuidar deles" (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico
Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1: Mateus a Atos. 4.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2009, pp.657-8).
III. O PERFIL E
FUNÇÃO DO DIÁCONO
1.
Qualificações do diácono. As qualificações dos diáconos descritas no livro de Atos e na
primeira carta a Timóteo revelam que em nada elas diferem da atribuição ética
exigida aos bispos (1 Timóteo e Tito).
a) Caráter
moral (1Tm 3.8). Os diáconos devem ser pessoas honradas, dignas, corretas e
íntegras. Não pode haver “língua dobre” neles, isto é, a sua palavra deve ser
sim, sim e não, não. A ganância por dinheiro tem de passar longe da sua vida,
pois sua função é exatamente a de executar trabalhos administrativos da igreja
local, como auxiliar nas tarefas do culto e acompanhar as viúvas e os pobres da
Igreja do Senhor.
b) Caráter
espiritual (1Tm 3.9,10). Ter a plena convicção do que é crer no Evangelho. O
diácono guarda a revelação de Deus que está em Cristo Jesus, o nosso Senhor
(cf. Rm 16.25). Por isso, a liderança e a igreja local devem avaliar o
candidato ao diaconato levando em conta o seu caráter moral e espiritual.
c) Caráter
familiar. O candidato deve ser marido de uma mulher, fiel à sua esposa e bom
pai. A exemplo dos bispos, os diáconos devem ser zelosos com o seu lar, amar as
suas esposas com amor sacrifical. Devem respeitar os seus filhos, para obterem
deles o mesmo respeito. O “serviço” do diácono à sua família revelará como ele
servirá a igreja local.
2. A
função dos diáconos em Atos 6. Quando foram instituídos diáconos, setes homens de fala grega
foram separados para assistir socialmente as viúvas: tanto as de fala hebraica
como as de fala grega. Os diáconos não podiam permitir que houvesse injustiças
de caráter social na igreja do primeiro século. A função do diaconato era
fundamentalmente de caráter social.
3. A
função dos diáconos hoje. Atualmente, a função primordial do diácono é auxiliar a igreja
local através das orientações do seu pastor em atividades ligadas a visitar os
enfermos, os necessitados e os desviados, bem como cuidar das tarefas
espirituais ligadas ao culto, como a distribuir os elementos da Ceia do Senhor,
recolher as contribuições para a manutenção da igreja local (dízimos e ofertas)
e auxiliar na ordem e na segurança da liturgia do culto, bem como de outras
tarefas já mencionadas.
Qualificações
do diácono: Ainda
o Pr Altair Germano, sobre o diaconato, escreve: “8 Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de
língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância, 9
guardando o mistério da fé em uma pura consciência. 10 E também estes sejam
primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis. (1 Tm 3.8-10, ARC).
12 Os diáconos sejam maridos de uma mulher e governem bem seus filhos e suas
próprias casas. 13 Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si
uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus. (1 Tm 3.12-13,
ARC). a) Honestos (gr. semnous): respeitável, honorável, digno. Envolve
condição interior e postura exterior.[8] b) Não de língua dobre (gr. mê
dilogous): sem palavra, não de duas palavras, que tenha uma só palavra. Que não
muda de opinião por conveniência.[9] c) Não dados (gr. proséchontas,
inclinados) a muito vinho: sobriedade. d) Não cobiçosos de torpe ganância (gr.
aischpokepdeís): Uma advertência em relação às tentações que poderiam ficar
expostos na administração das esmolas, à assistência aos pobres e às finanças
da congregação em geral. [10] Paganelli comenta que: “A advertência de Paulo
não proíbe diáconos terem riquezas [...]. O problema reside no modo como tal
riqueza é adquirida [...]".[11] e) Guardando o mistério da fé (gr.
mystêrion tês písteos): devem ter convicções ortodoxas, pois “mistério”
representa a soma total de todas as verdades reveladas da fé. [12] f) Provados
(gr. dokimazésthosan): Experimentados. Apenas depois de uma triagem (exame)
cuidadosa a respeito do seu caráter, da sua conduta, e da sua adequabilidade,
se mostrarem irrepreensíveis (gr. anégkletoi, inculpáveis, não acusáveis),
devem ter licença para exercer o diaconato.[13] Andrade, apropriadamente
adverte: “[...] muitos pastores, não sabendo como provar, ou experimentar, os
seus aspirantes ao ministério, acabam por confundir as legítimas e bíblicas
provações com caprichos acintosamente humanos.”[14] g) Maridos de uma mulher e
governem (gr. proistámenoi, liderem, dirijam, cuidem) bem seus filhos e suas
próprias casas: Stott, em seu comentário acerca de 1 Tm 3. 2, cita cinco
possibilidades de interpretação quanto a “maridos de uma mulher”: (1) Os que
nunca se casaram; (2) Os polígamos; (3) Os que se divorciaram, e casaram-se de
novo; (4) Os que tendo enviuvado, casaram-se novamente; (5) Os que cometem o
pecado da infidelidade no casamento. Não existe, nem mesmo na perspectiva
intradenominacional, unanimidade acerca da questão. Quanto a questão de governo
ou liderança, aquele que não é bom administrador de sua própria casa,
certamente reproduzirá os mesmos erros no trato com a congregação (igreja
local).
A
função dos diáconos em Atos 6: Quanto ao total de sete homens separados para a função, Champlin escreve o
seguinte: “Alguns têm suposto que tal número foi regulado pela circunstância de
que a cidade de Jerusalém, naquela época, estava dividida em sete distritos.
Porém, acerca disso não há qualquer evidência comprobatória. Talvez esse número
tenha sido escolhido por ser considerado um número sagrado segundo o pensamento
dos hebreus”. O Rev Hernandes Dias Lopes escrevendo em seu Blog acerca das
Qualificações Bíblicas do Diaconato, afirma: “Depois de elencar as virtudes que
devem ornar a vida do presbítero, o apóstolo Paulo passa a falar dos atributos
do diácono (1Tm 3.8-13). Muitas das qualificações do diácono são as mesmas do
presbítero. O diácono, diákonos, é o servo que coopera com aqueles que se
dedicam à oração e ao ministério da palavra. Os primeiros diáconos foram
nomeados assistentes dos apóstolos. Há dois ministérios na igreja: a diaconia
das mesas (At 6.2,3) e a diaconia da palavra (At 6.4); a ação social e a
pregação do evangelho. O ministério das mesas não substitui o ministério da
palavra, nem o ministério da palavra dispensa o ministério das mesas. Nenhum
dos dois ministérios é superior ao outro. Ambos são ministérios cristãos que
exigem pessoas espirituais, cheias do Espírito Santo para exercê-los. A única
diferença está na forma que cada ministério assume, exigindo dons e chamados
diferentes”. Atos 6.2 nos mostra que os homens que estavam alimentando o
rebanho ao pregar e ensinar perceberam que não era certo abandonar essas
atividades para servir às mesas, por isso encontraram alguns outros homens que
estavam dispostos a servir e ministrar às necessidades físicas da igreja
enquanto eles ministravam às necessidades espirituais. Era uma melhor
utilização dos recursos e um melhor uso dos dons de cada um. Isso também
envolvia mais pessoas no atendimento e auxílio uma à outra.
A
função dos diáconos hoje: Não
é preciso dizer aqui que esta função hoje é mal utilizada. Hoje, em uma Igreja
que se julga bíblica, a função diaconal é essencialmente a mesma. Os
presbíteros e pastores devem "pregar a palavra, instar a tempo e fora de
tempo, admoestar, repreender, exortar, com toda longanimidade e ensino"
(2Tm 4.2), e os diáconos devem cuidar de tudo o mais. As responsabilidades de
um diácono podem incluir tarefas administrativas ou organizacionais, servir
como atendente ou porteiro nos cultos, cuidar da manutenção do edifício ou servir
como tesoureiro da igreja. É lógico que tudo isso depende das necessidades da
igreja local e dos dons dos homens disponíveis. Como os demais dons
ministeriais são dados a algumas pessoas (Ef 4.11), não são todos que recebem o
dom de diácono. A frase “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós...” usada em
Atos 6.3 nos mostra isso. Todavia, a “função de servir” no grego “diaconia”, é
peculiar a todos os outros dons ministeriais. “Todo ministro começa como
diácono. Isto é uma verdade. Mas ele jamais cessa de ser um diácono. O ministro
continua sendo um diácono” CHAMPLIN, p. 130, 2005. Logo são
diáconos: (a) os apóstolos (At 20.19; 1Co 3.5); (b) os profetas (At 13.1); (c)
os pastores (1Pe 5.2); (d) os evangelistas (2Tm 4.5); e (e) os presbíteros (At
20.28).
CONCLUSÃO
O diaconato
foi instituído pelos apóstolos de Cristo quando a comunidade cristã cresceu e
precisou ter pessoas que pudessem resolver questões relacionadas a problemas
sociais que demandavam atenção e cuidado. Hoje, os diáconos servem à igreja e a
Deus em trabalhos diferentes, e a liderança das igrejas locais deve valorizar o
seu trabalho e reconhecê-los como excelentes servidores do Reino de Deus, pois,
no sentido lato, todos somos diáconos da Igreja de Deus. – Não há dúvidas que o diácono é o
auxiliar mais direto de que dispõe o pastor e deve ser assim reconhecido. Sua
origem, na Igreja Primitiva, deveu-se ao fato da necessidade dos apóstolos se
manterem afeitos à oração e à palavra. Não deve ser encarado como um primeiro
degrau na “carreira” ministerial, e muito menos, como geralmente acontece, ser
desempenhada visando ser “visto” pelo pastor e consequentemente “promovido” a
cargos mais elevados. É lamentável quando observamos alguém que, enquanto
Diácono, exercia sua função com maestria, depois de alçado ao presbitério,
“apaga-se”, evidenciando tão somente que a sua busca era carreirista. É
importante, ainda, o esmero em aprimorar-se intelectualmente, ser um
frequentador assíduo do culto de doutrina e da escola dominical, e ser um homem
de oração. Note que entre os sete homens escolhidos para servir como diáconos
estão Estêvão e Filipe (os únicos dois sobre quem Lucas apresenta detalhes).
Filipe se destaca como pregador (At 8.4-8,26-40; 21.8); ele é o primeiro a
fundar uma igreja entre os samaritanos. Estêvão é descrito como ‘homem cheio de
fé’, sem dúvida significando a fé que faz milagres. Ele faz ‘prodígios e
grandes sinais entre o povo’, e seus oponentes não sabem como lidar com a
pregação que ele faz. O ministério destes dois homens ilustra os ministérios
dos diáconos, os quais se estendem muito além das preocupações práticas do dia
a dia da Igreja.
REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. Editora Hagnos, p.
135.
COMENTÁRIO DO NOVO TESTAMENTO APLICAÇÃO
PESSOAL. Rio de Janeiro: CPAD. p. 502.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew
Henry Novo Testamento: Atos a Apocalipse. Edição completa. Rio de Janeiro:
CPAD. p. 260-262.
LIÇÕES BÍBLICAS. 2º Trimestre
2021 - Lição 12. Rio de Janeiro: CPAD, 20, jun. 2021.
LIMA, Elinaldo Renovado
de. Dons Espirituais e Ministeriais: servindo a Deus e aos homens
com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.
PFEIFFER. Charles F.
Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1261-1262.
STAMPS, Donald C. Bíblia de
Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.
W. E. Vine, Merril F.
Unger & William White Jr. Dicionário Vine. CPAD, Rio de Janeiro,
2002, p. 648.
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