SUBSÍDIO I
O Espírito Santo
A concepção
milagrosa de Jesus de Nazaré é uma demonstração maravilhosa da divindade do
Espírito Santo: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te
cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será
chamado Filho de Deus” (Lc 1.35). Conforme afirma o credo Niceno-Constantinopolitano, o
“Espírito Santo é Senhor, doador da vida, procedente do Pai. O qual com o Pai e
o Filho juntamente é adorado e glorificado, o qual falou pelos profetas”. Logo,
não se trata de uma energia, ou emanação de alguma força ativa, mas de uma
pessoa divina que age de maneira maravilhosa na vida do ser humano: “E, quando
ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo: do pecado,
porque não creem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis
mais; e do juízo, porque já o
príncipe deste mundo está julgado” (Jo 16.8-11). O Espírito Santo é uma pessoa
que confronta o ser humano a fim de convencê-lo a crer em Jesus; que atua no
sentido de gerar nele uma disposição para a retidão, integridade e santidade; e
traz a consciência de que todas as pessoas prestarão contas a Deus de todos os
atos que praticaram no mundo.
1. O Espírito promove
santidade. Não por
acaso a expressão Espírito Santo consta nas Escrituras. Ora, a palavra “santo”
significa “puro”, “limpo”. Tudo o que é santo significa que foi separado por
Deus para fazer a sua vontade, pois se torna propriedade exclusiva de Deus.
Nesse sentido, o Espírito é chamado “Santo” porque Ele é mencionado também nas
Escrituras como o Espírito de Deus, o Espírito do Senhor, o Espírito de
santificação (Rm 1.4) para direcionar e guiar a nossa vida. Assim, pelo
Espírito Santo, somos conduzidos a vivermos uma vida de santidade e pureza.
Nele não há mentira, pois revela a verdade sobre Jesus (Jo 16.14) e sobre nós
mesmos (Sl 51.16). Não podemos mentir ao Santo Espírito, Ele conhece tudo em
nossa vida e discerne o desejo do nosso coração (At 5.1-6). Ele é Santo e
Verdadeiro!
2. Atuação do Espírito em nossa
consciência. Quão imensuráveis
são as maldades humanas?! Sem o auxílio divino, é impossível que a pessoa
retroceda em suas maldades. Mas o Espírito Santo não descansa em trabalhar em
nossa consciência, procurando que ela não se cauterize, isto é, fique
indiferente aos seus apelos (1 Tm 4.1-3). O Santo Espírito age para nos
purificar e, assim, experimentarmos o maravilhoso perdão de Deus, fruto do seu
amor por nós.
Ensinador Cristão, Ano 18, nº
71, jul./set. 2017.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje estudaremos a respeito da identidade do Espírito Santo,
inicialmente destacaremos a identidade do Espírito Santo, enfatizando seus
símbolos, e sua atuação na experiência humana. Ao final, abordaremos um dos
temas mais controvertidos em relação a essa doutrina, o pecado contra o
Espírito Santo. Nesse contexto, é importante defender que o Espírito Santo não
é apenas uma força ativa, ou mesmo uma energia, mas uma pessoa que faz parte da
Trindade.
1. A IDENTIDADE DO ESPÍRITO SANTO
O Espírito Santo tem nomes divinos, atributos
divinos lhe são aplicados, Ele é eterno, onipresente, onipotente e onisciente
(Hb. 9.14; Sl. 139.7-10; Lc. 1.35; I Co. 2.10,11), obras divinas lhe são
atribuídas tais como criação, regeneração e ressurreição (Gn. 1.2; Jó. 33.4;
Jo. 3.5-8; Rm. 8.11). Há quem defenda que o Espírito Santo não passa de uma
força ou influência, algo contrário à revelação das Escrituras, onde vemos que
Ele tem personalidade: pensa (Rm. 8.27); tem vontade (I Co. 12.11), sentimento
(Ef. 4.30); revela (II Pe. 1.21); ensina (Jo. 14.26); clama (Gl. 4.6);
intercede (Rm. 8.26); fala (Ap. 2.7); ordena (At. 16.6,7); testifica (Jo.
15.26), entristece (Ef. 4.30), contra ele se pode mentir (At. 5.3) e blasfemar
(Mt. 12.31,32). Além de Espírito Santo, Ele é chamado de Espírito de Cristo
(Rm. 8.9), Consolador (Jo. 14.6), Espírito da Promessa (Ez. 36.7; Jl. 2.28),
Espírito da graça (Hb. 10.29; Zc. 12.10), Espírito de vida (Rm. 8.2; Ap. 11.11)
e Espírito de adoção (Rm. 8.15).
2. OS
SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO E A EXPERIÊNCIA HUMANA
Ao longo da Bíblia, o Espírito Santo nos é
apresentado por meio de símbolos. Um símbolo, de acordo com o Dicionário
Houaiss da Língua Portuguesa, “aquilo que, por um princípio de analogia formal
ou de outra natureza, substitui ou sugere algo”. Os símbolos bíblicos que
apontam para o Espírito Santo, são: fogo (Is. 4.4; Jr. 20.29); vento (Ez.
37.7-10; Jo. 3.8; At. 2.2); água (Ex. 17.6; Ez. 36.25-27; 47.1; Jo. 3.5; 4.14;
7.38, 39); selo (Ef. 1.13; II Tm. 2.19); pomba (Mt. 3.16). É o Espírito Santo
convence o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo. 16.7-11), afinal, a
regeneração é um ato do Espírito (Jo. 3.3; I Co. 6.17-19; Rm. 8+9), o qual
passa a habitar no crente após sua conversão (Jo. 14.17; Rm. 8.9; I Cr. 6.19;
II Tm. 1.14; I Jo. 2.27; Cl. 1.27; I Jo. 3.24; Ap. 3.20). A atuação do Espírito
efetua a obra da santificação, já que aqueles que nasceram da Palavra de Deus
(I Pe. 1.23) devem desejar o crescimento (I Pe. 2.2), quando, com o crente, é
produzido o Fruto do Espírito (Gl. 5.22). O Espírito Santo também nos reveste
de poder para sermos testemunhas de Cristo (At. 1.8; 2.1-4).
3. PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO
Como o Espírito Santo tem personalidade, podemos
pecar contra Ele. Os pecados que nos são apresentados na Bíblia são os
seguintes: resistência (At. 7.51) – quando as pessoas se dispõem a dar ouvidos
à Palavra de Deus; agravo (Hb. 10.29) – quando alguém que creu no evangelho vem
a se distanciar, apostatando; entristecimento (Ef. 4.30,31); - efetivado pelo
crente quando dar lugar ao pecado ao invés do Espírito; a mentira (At. 5.3) –
quando alguém, dominado por Satanás, tenta enganar Espírito; a extinção (I Ts.
5.19) – quando o crente abafa a manifestação do Espírito Santo para a
edificação do corpo de Cristo; e a blasfêmia (Mt. 12.31) – que é a negação
continua da operação de Deus por intermédio de Cristo. É comum as pessoas
ficarem preocupadas se pecaram contra o Espírito Santo, quando isso acontece é
uma demonstração de que esse pecado não aconteceu. Isso porque o pecado contra
o Espírito Santo é uma negação obstinada da sua atuação, que impede o pecado de
arrepender-se, e de se voltar para o Pai, através do Filho, Jesus Cristo.
CONCLUSÃO
O Espírito Santo não é uma mera força, mas uma
pessoa divina, cujos atributos de eternidade, onipotência, onipresença e
onisciência mostram ser, Ele, a terceira Pessoa da Trindade. A Bíblia está
repleta de símbolos que apontam para a manifestação do Espírito Santo na
experiência humana, no convencimento, na regeneração, na santificação e na
ministração no corpo de Cristo. Devemos ter o cuidado de não pecarmos contra o
Santo Espírito, decaindo da graça, e entrando pelo caminho da apostasia, para
que isso não venha a acontecer, o segredo é, sempre, andar no Espírito (Gl.
5.22).
Prof. Ev. José
Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog
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COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
As Escrituras
Sagradas revelam a identidade do Espírito Santo, sua deidade absoluta e sua
personalidade, sua consubstancialidade com o Pai e o Filho como Terceira Pessoa
da Trindade e suas obras no contexto histórico-salvífico. Todos esses dados da
revelação só foram definidos depois do Concílio de Niceia. A formulação da
doutrina pneumatológica aconteceu tardiamente na história da Igreja, na segunda
metade do século IV. A presente lição pretende explicar e mostrar como tudo
isso aconteceu a partir da Bíblia. [Comentário: Pneumatologia é o estudo
da Terceira Pessoa da Trindade. Sua importância está no fato de que, hoje, há
muito erro e confusão no tocante à personalidade, às operações e às
manifestações do Espírito Santo. Não é de mais lembrar que é vital para a fé de
todo crente, que o ensino Bíblico a respeito do Espírito santo seja visto em
sua verdadeira luz e mantido em suas corretas proporções. Também, é importante
lembrar que antes da descida do Espírito Santos em Atos, Ele preexistia como a
terceira pessoa da divindade, e nessa qualidade esteve sempre ativo, mas há uma
notável diferença existente em Suas ministrações no Antigo e no Novo
testamentos. Naquela Aliança, o Espírito descia sobre os homens apenas
temporariamente, a fim de inspirá-los para algum serviço especial, e deixava-os
quando essa tarefa findava. Na Nova Aliança, desde o dia de Pentecoste até os
nossos dias, vivemos a dispensação do Espírito. Nesta dispensação, por meio do
Espírito Santo, Deus veio para habitar nos homens. Ele vem para permanecer. O dia
de Pentecoste marcou o raiar de um novo dia nas relações entre o Espírito Santo
e a humanidade. Esta doutrina foi formulada em definitivo com Agostinho, isso
não significa que a Igreja antes dele não conhecesse esta doutrina ou não
acreditasse na Terceira Pessoa da Trindade. Lucas escreve em At 9.31 que “Assim,
pois, a igreja em toda a Judéia, Galiléia e Samaria, tinha paz, sendo
edificada, e andando no temor do Senhor; e, pelo auxílio do Espírito Santo, se
multiplicava”.]
I. O
ESPÍRITO SANTO
1. A revelação divina. A Bíblia mostra que a revelação divina foi
progressiva, como disse um dos pais da Igreja no século IV: “O Antigo
Testamento manifestou claramente o Pai e, obscuramente, o Filho. O Novo
manifestou o Filho e, obscuramente, indicou a divindade do Espírito Santo.
Hoje, o Espírito habita entre nós e se dá mais claramente a conhecer” (Gregório
de Nazianzo). O Senhor Jesus revelou o Pai (Jo 1.18), e o Espírito Santo é quem
revela o Filho (Jo 16.14; 1Co 12.3). [Comentário: Por Divindade do Espírito Santo se entende que Ele é
Um com Deus, fazendo parte da Divindade, Co-igual, Co-eterno e consubstancial
com o Pai e com o Filho (Mt 28.19; Jr 31.31-34; Hb 10.15-17). O Espírito Santo
se faz presente na obra da criação, assim como também em toda história da
Salvação. Podemos fazer referencia ao Espírito de Deus desde as primeiras
linhas da bíblia, dando ênfase ao principio que da vida e existência a tudo,
com que se refere o livro do Gênesis: “O Espírito de Deus movia-se sobre a
superfície das águas” (Gn 1.2). Esse mesmo Espírito que se manifestou no
decorrer da história, falou através de nossos primeiros pais na fé, seguindo
através dos profetas, chegando à plenitude dos tempos, quando “Deus enviou o
seu filho, nascido de uma mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam
sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção filial. E porque sois filho,
enviou Deus aos nossos corações o Espírito do seu filho, que clama : Abba, Pai!”
(Gl 4, 4-6).]
2. O esquecimento. Há abundância de detalhes na Bíblia sobre a
identidade do Espírito Santo no que diz respeito à sua personalidade e
divindade, bem como ao seu relacionamento com o Pai e o Filho. Ele aparece,
literalmente, em toda a Bíblia desde o Gênesis, na criação (Gn 1.2), até o
Apocalipse (22.17). Mas esses dados da revelação precisavam ser definidos, daí
a necessidade de formulações teológicas exigidas pela nova realidade cultural
em que a Igreja vivia e pelas demais civilizações em que o evangelho havia
penetrado. Essa difícil tarefa levou séculos para ser concluída, e as várias
tentativas resultaram também em heresias. [Comentário:Ao considerarmos a obra do Espírito Santo, precisamos
lembrar a verdade que todas as pessoas da Divindade são ativas na obra de cada
Pessoa individual. Alguns dizem que Deus Pai operou na Criação, que Deus Filho
operou na Redenção e que Deus Espírito Santo opera na Salvação. Mas isso não é
verdade, pois em cada manifestação das obras de Deus, a Trindade total se
mostra ativa; o Pai é o Autor, o Filho é o Executor e o Espírito é o Ativador
de cada ato. Por conseguinte, o Espírito Santo é Aquele que ativa e leva a
término os atos iniciados http://solascriptura-tt.org/Pneumatologia/Pneumatologia-CursoPorLucio.htm.]
3. O Espírito Santo e os
primeiros cristãos. À luz do
Novo Testamento e comparando com a literatura patrística dos séculos II e III,
fica claro que os cristãos da Era Apostólica conheciam mais sobre a identidade do
Espírito Santo do que os pais da Igreja do referido período. A verdadeira
identidade do Espírito Santo, com base bíblica, só aconteceu a partir de
Atanásio e dos três grandes capadócios. Antes disso, a conceituação sobre o
Espírito Santo era quase sempre inadequada. [Comentário: Lembrando que Jesus ensinou sobre a Terceira Pessoa da
Trindade: “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde
vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito” (Jo 3.8).
Espírito e vento são a mesma palavra em grego “pneuma” e no hebraico “ruach”,
Jesus faz um jogo de palavras nesse texto para destacar a existência do
Espírito como análoga ao vento, demonstrando sua invisibilidade, sua
imprevisibilidade, e ao mesmo tempo sua existência real e abençoadora. Aqueles
ouvintes conheciam o Ruach Hakodesh e agora se familiarizavam com os ensinos de
Jesus. Segue uma parte do artigo ‘A Era do Espírito’, disponível em http://ipsantoamaro.com.br/artigos/o-espirito-santo.html:
“A vinda do Espírito marcaria uma nova era para o mundo, e especialmente para a
igreja. Há muito tempo Deus vinha anunciando através dos profetas a chegada de
uma era espetacular. Essa era foi identificada como um derramamento especial do
Espírito Santo. Apesar do Espírito já estar em atividade durante todo o período
do Antigo Testamento, como disse Stott, “mesmo assim, alguns profetas
predisseram que nos dias do Messias, Deus concederia uma difusão liberal do
Espírito Santo, nova e diferente, bem como acessível a todos”5. Isaías
profetizou que depois de um tempo de muita destruição para o povo de Israel,
onde os palácios seriam abandonados, as cidades ficariam desertas, as torres
seriam destruídas, finalmente, Deus derramaria o “Espírito lá do alto”; então,
toda uma renovação aconteceria (Is 32.14-15). Esse derramar do Espírito passou
a ser uma das grandes expectativas escatológicas do povo de Deus. Isaías fala
ainda: “Porque derramarei água sobre o sedento e torrentes sobre a terra seca;
derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os
teus descendentes” (Is 44.3). Ezequiel foi ainda mais específico sobre esse
derramamento: “Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados;
de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei.
Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o
coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu
Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os
observeis” (Ez 36.27). E Joel fala da amplitude desse derramamento: “E
acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos
filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens
terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito
naqueles dias” (Jl 2.28-29). Toda a expectativa sobre o derramamento do
Espírito pode ser vista nas palavras de João Batista no início de seu ministério:
“Eu vos tenho batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo”
(Mc 1.8). João Batista anunciou que a profecia do Antigo Testamento, sobre o
derramar do Espírito Santo, logo se cumpriria na pessoa daquele a quem ele
anunciava, o Senhor Jesus Cristo. E o próprio Senhor, após a sua ressurreição,
disse aos Apóstolos: “Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai;
permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc
24.49). Jerusalém seria o local onde finalmente o Espírito prometido viria.
Bruner enfatiza a importância de Jerusalém nesse ponto: “Para receberem o
Espírito Santo, os apóstolos são ordenados a não se ausentarem de Jerusalém.
Jerusalém, no conceito de Lucas, será o local do penúltimo evento da história da
salvação antes do último evento: a volta de Cristo “6. Jerusalém é a cidade
escolhida para que a antiga profecia se cumpra, e assim, o Espírito prometido
venha sobre o povo escolhido. Por isso, no dia do Pentecostes, Pedro claramente
entendeu que a promessa havia se cumprido. Percebemos isso por suas palavras:
“Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel: E acontecerá
nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a
carne” (At 2.16-17). Sobre essa base, ele teve a coragem de proclamar à
multidão que o ouvia: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome
de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do
Espírito Santo. Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para
todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus,
chamar” (At 2.38-39). O perdão dos pecados e o dom do Espírito eram promessas
divinas que haviam acabado de se cumprir naquele dia. A última expressão de
Pedro de que a promessa era para todos os que “Deus chamar”, aponta para o
aspecto universal da promessa do Espírito. Joel já havia dito que o
derramamento seria sobre todo tipo de pessoas, incluindo jovens, velhos,
homens, mulheres, servos e servas (Jl 2.29). Independente de idade, sexo, raça
e classe social, o dom incluía todos os que se arrependessem e cressem7. Agora
Pedro começa a alargar ainda mais a tenda, pois começa a antever a
possibilidade de que outros povos sejam incluídos.
Percebemos, portanto, que desde o Antigo Testamento,
sempre houve uma promessa divina de enviar o Espírito Santo a fim de iniciar
uma era diferente, a Era do Espírito. O Espírito viria habitar de forma mais
plena e universal o povo de Deus, que não mais seria limitado a uma nação, pois
englobaria pessoas de todas as tribos, raças, línguas e nações. O momento
quando aquela promessa fosse cumprida seria um momento ímpar, um momento único
na história da salvação.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Reproduza o quadro abaixo e utilize-o para mostrar
aos alunos algumas das verdades a respeito do Espírito Santo extraídas do
evangelho de João.
II. A
DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO À LUZ DA BÍBLIA
1. A divindade declarada. O Espírito Santo é chamado de Senhor nas Escrituras
Sagradas: “Ora, o SENHOR é o Espírito” (2Co 3.17 — ARA). Os nomes “Deus” e
“Espírito Santo” aparecem alternadamente na Bíblia: “Por que encheu Satanás o
teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço
da herdade? [...] Não mentiste aos homens, mas a Deus” (At 5.3,4b). Deus e o
Espírito Santo aqui são uma mesma divindade. O apóstolo Paulo também emprega
esse tipo de linguagem: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o
Espírito de Deus habita em vós?” (1Co 3.16). Isso vem desde o Antigo
Testamento: “O Espírito do SENHOR falou por mim, e a sua palavra esteve em
minha boca. Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou” (2Sm
23.2,3). É nessa linguagem que a Bíblia diz que o Espírito Santo é Deus. [Comentário: É
difícil definir Personalidade quando é atributo de Deus. Deus não pode ser
aquilatado pelos padrões humanos. Pode-se dizer que a Personalidade existe
quando se encontram, em uma única combinação, inteligência, emoção e volição,
ou ainda, autoconsciência e autodeterminação. O Espírito Santo possui os
atributos, propriedades e qualidades de Personalidade, então se pode atribuir a
esse ser, inquestionavelmente, Personalidade. O Espírito Santo pensa e sabe
(1Co 2.10). O Espírito Santo pode se entristecer (Ef 4.30). O Espírito
intercede por nós (Rm 8.26-27). O Espírito Santo toma decisões de acordo com
Sua vontade (1Co 12.7-11). O Espírito Santo é Deus, a terceira “Pessoa” da
Trindade. Como Deus, o Espírito Santo pode verdadeiramente agir como o
Confortador e Consolador que Jesus prometeu que ele seria (Jo 14.16,26; 15.26).
Ainda no do artigo ‘A Era do Espírito’, disponível em http://ipsantoamaro.com.br/artigos/o-espirito-santo.html,
temos: “Alguns textos poderão nos dar uma breve descrição do que a Escritura
considera ser a divindade do Espírito Santo. A divindade do Espírito Santo fica
demonstrada pela Bíblia no fato de que ele possui atributos divinos. Ele desempenhou
papel importante na criação (Gn 1.2), e desempenha na providência (Sl 104.30).
Isso nos fala de sua onipotência. Também percebemos sua Onisciência, pois
Isaías pergunta: “Quem guiou o Espírito do SENHOR? Ou, como seu conselheiro, o
ensinou? Com quem tomou ele conselho, para que lhe desse compreensão? Quem o
instruiu na vereda do juízo, e lhe ensinou sabedoria, e lhe mostrou o caminho
de entendimento?”. E Paulo diz que o Espírito “a todas as coisas perscruta, até
mesmo as profundezas de Deus” (1Co 2.10). Sua Onipresença pode ser vista no
Salmo 139:7-8 “Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da
tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo
abismo, lá estás também”. O fato ainda de que o nome do Espírito Santo apareça
junto com o nome do Pai e com o nome do Filho na fórmula batismal (Mt 28.19), e
na bênção apostólica (2Co 13.13), demonstra a igualdade entre as três pessoas
da Trindade, e nos leva a considerar a divindade do Espírito Santo. De todos, o
texto que mais claramente aponta a divindade do Espírito Santo é Atos 5.3-4:
“Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que
mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo? Conservando-o,
porventura, não seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois,
assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus”. Na
conhecida história em que Ananias e Safira vendem seu campo, mas resolvem
entregar apenas metade do preço, Pedro disse que eles estavam mentindo “ao
Espírito Santo”, e dessa forma, não mentiram aos homens, “mas a Deus”. Se
mentir ao Espírito Santo é mentir a Deus, então, o Espírito Santo é Deus.
2. A divindade revelada. O relacionamento do Espírito Santo com o Pai e com o Filho
revela a sua divindade e a sua consubstancialidade com Eles. Isso está claro
nas construções tripartidas do Novo Testamento (Mt 28.19, 1Co 12.4-6; 2Co
13.13; Ef 4.4-6; 1Pe 1.2). Em relação ao Pai, o Espírito penetra todas as
coisas, até mesmo as profundezas de Deus (1Co 2.10,11); é igualmente chamado de
“Espírito de Deus” (Gn 1.2) e de “o Espírito que provém de Deus” (1Co 2.12).
Concernente ao Filho, Ele é chamado por Jesus de “outro Consolador” (Jo 14.16).
O termo grego para “Consolador” aqui é parácleto, que significa “ajudador,
advogado” e é aplicado ao Senhor Jesus como Advogado (1Jo 2.1). Ele é chamado
de “Espírito de Jesus” (At 16.7), “Espírito de Cristo” (Rm 8.9) e ainda
“Espírito de seu Filho” (Gl 4.6). [Comentário: Basílio de Cesaréia assevera: “Mas não atenuaremos a
verdade, nem por temor trairemos nossa aliança. (…) O Senhor nos transmitiu
como doutrina obrigatória e salvífica que o Espírito Santo está na mesma ordem
que o Pai… Cientes da salvação operada pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito
Santo, abandonaríamos o modelo de salvação que recebemos? (…) Por meio do Filho
que é um, ele [o Espírito Santo que é um] se religa ao Pai, que também é um, e
por si completa a Trindade bem-aventurada, digna de todo louvor”. Franklin
Ferreira escreve: “A divindade do Espírito é demonstrada em sua plena igualdade
com o Pai e com o Filho. Veja as seguintes formulas trinitarianas: fórmula
batismal (Mt 28.19), dons espirituais (1Co 12.4-6), bênção apostólica (2Co
13.13), obras na salvação (1Pe 1.2) e “fé santíssima” (Jd 20-21). Repare na
ordem diferente em que as pessoas aparecem: nem sempre o Pai vem primeiro,
depois, o Filho e por último, o Espírito. Isso porque não há nenhuma nível de
inferioridade entre as pessoas divinas. O Pai não é mais Deus do que o
Espírito. Deve-se rejeitar a prática de numerar as pessoas da Trindade, pois
ainda que cada uma delas seja designada como uma, elas não se somam entre si.
Se por um lado afirmamos a plena igualdade, glória e louvor na eternidade, na
história da salvação, vemos que existe uma subordinação da tarefa”http://voltemosaoevangelho.com/blog/2014/10/trindade-e-pessoa-espirito-santo/.]
3. Obras divinas. A divindade do Espírito Santo é vista não apenas na
declaração direta das Escrituras, nem somente pelo relacionamento dEle com o
Pai e o Filho, mas também nas obras de Deus. O Espírito Santo é o Criador do
Universo e dos seres humanos (Jó 26.13; 33.4; Sl 104.30). Ele gerou Jesus (Mt
1.20; Lc 1.35) e o ressuscitou dentre os mortos (1Pe 3.18); e ressuscitará os
fiéis (Rm 8.11). Ele é o Senhor da Igreja (At 20.28); autor do novo nascimento
(Jo 3.5,6); dá a vida (Ez 37.14), regenera o pecador (Tt 3.5) e distribui os
dons espirituais (1Co 12.7-11). Assim, o Credo Niceno-Constantinopolitano
declara: “E no Espírito Santo, o Senhor e Vivificador, o que procede do Pai e
do Filho, o que juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, o que
falou por meio dos profetas”. A confirmação bíblica dessa verdade é abundante
(2Co 3.17; Rm 8.2; Jo 15.26; Fp 3.3; 2Pe 1.21). [Comentário: O Espírito Santo é o meio pelo qual o Pai faz as
seguintes obras: 1) criação e manutenção do universo (Gn 1.2; Jó 26.13; Sm
104.30); 2) divina revelação (Jo 16.12-15; Ef 3.5; 2Pd 1.21); 3) salvação (Jo
3.6; Tt 3.5; 1Pd 1.2); e 4) feitos de Jesus (Is 61.1; At 10.38). Então faz
assim o Pai todas estas coisas pelo poder do Espírito Santo. Vê-se o Espírito
Santo agindo na criação como o doador da vida e como aquele que qualifica os
homens para suas tarefas. Ele inspirou os escritores sagrados, chama os
pecadores, aplica os benefícios da salvação aos que crêem, justificando,
regenerando e santificando, e edifica a igreja por meio dos meios da graça.]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O
divino Consolador tem pleno poder sobre todas as coisas. Ele tem poder próprio.
É dEle que flui a vida, em suas dimensões e sentidos bem como o poder de Deus
(Sl 104.30; Ef 3 .16). Isso é uma evidência da deidade do Espírito Santo. Ele
tem autoridade e poder inerentes, como vemos em toda a Bíblia, máxime em o Novo
Testamento. Em 1 Coríntios 2.4, na única referência (no original) em que
aparece o termo traduzido por 'demonstração do Espírito Santo ’, designa-se
literalmente uma demonstração operacional, prática e imediata na mente e na
vida dos ouvintes do evangelho de Cristo. E isso ocorre pela poderosa ação
persuasiva e convincente do Espírito, cujo efeitos transformadores foram visíveis
e incontestáveis na vida dos ouvintes de então, confirmando o evangelho pregado
pelo apóstolo Paulo (1 Co 2.4,5)” (GILBERTO, Antonio. Teologia Sistemática
Pentecostal. l.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p. 175).
III. OS
ATRIBUTOS DA DIVINDADE
1. Alguns atributos
incomunicáveis. A divindade
do Espírito Santo é revelada também nos seus atributos divinos. Aqui
apresentamos apenas alguns, devido à exiguidade do espaço. O Espírito é
onipotente (Rm 15.19) e a fonte de poder e milagres (Mt 12.28; At 2.4; 1Co
12.9-11). Ele é onipresente, está em toda parte do Universo (Sl 139.7-10); e é
onisciente, pois conhece todas as coisas, desde as profundezas de Deus (1Co
2.10,11), passando pelo coração humano (Ez 11.5), até alcançar as coisas
futuras (Lc 2.26; Jo 16.13; 1Tm 4.1). Assim a Bíblia ensina que o Espírito
Santo é eterno (Hb 9.14). [Comentário: O Espírito Santo: [Do heb. Ruah Kadosh; do gr. Hagios
Peneumathos], Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, é um ser dotado de
personalidade e vontade própria. Outra prova da divindade do Espírito
encontra-se nas qualidades divinas atribuídas a Ele: Eternidade (Hb 9.14);
onipresença (Sl 139.7-10); onipotência (Lc 1.35); onisciência (1Co 2.1-11);
verdade (1Jo 5.6); santidade (Lc 11.3); vida (Rm 8.2), e sabedoria (Is 40.13).
No Seu próprio nome “Espírito Santo”, vemos a santidade. Somente Deus possui
estas qualidades. Notemos também o poder criativo do Espírito Santo: na criação
do mundo o Espírito trouxe a vida — Gn 1:2; Jó 26:13; 33:4; Sl 104:30.]
2. Alguns atributos
comunicáveis. A santidade de
Deus é o atributo mais solenizado nas Escrituras (Is 6.3; Ap 15.4). O termo
“santo” é aplicado ao Espírito como consequência direta de sua natureza e não
como resultado de uma fonte externa. Ele é santo em si mesmo; assim, não
precisa ser santificado, pois é Ele quem santifica (Rm 15.16; 1Co 6.11). A
bondade é outro atributo divino, por isso, Jesus disse: “Ninguém há bom senão
um, que é Deus” (Mc 10.18 e passagens paralelas de Mt 19.17; Lc 18.19); no entanto,
a Bíblia ensina que o Espírito Santo é bom (Ne 9.20; Sl 143.10). O Espírito é a
verdade (1Jo 5.6) e sábio (Is 11.2). [Comentário: O que são atributos comunicáveis? São atributos
morais, através dos quais o Espírito Santo comunica determinadas verdades ao
seu povo, levando-os, a uma plena identificação com Ele - santidade,
misericórdia, bondade, justiça e amor. Louis Berkhof escrevendo sobre os
Atributos Morais de Deus, diz: “Os atributos morais de Deus são geralmente
considerados como as perfeições divinas mais gloriosas. Não que um atributo de
Deus seja em si mesmo mais perfeito e mais glorioso que outro, mas,
relativamente ao homem, as perfeições morais de Deus refulgem com um esplendor
todo seu. Geralmente são discutidos sob três títulos: (1) a bondade de Deus;
(2) a santidade de Deus; e (3) a justiça de Deus”. Leia mais em:http://www.monergismo.com/textos/atributos_deus/moral_berkhof.htm]
3. O Espírito Santo e a
Trindade. O Espírito Santo iguala-se
ao Pai e ao Filho, tendo também um nome, pois o Senhor Jesus determinou que os
seus discípulos batizassem “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”
(Mt 28.19). Isso significa ser o Espírito Santo objeto de nossa fé, pois em seu
nome somos batizados, indicando reconhecimento igual ao do Pai e do Filho. A
expressão “comunhão com o Espírito Santo” (2Co 13.13) mostra que Ele é não
apenas objeto de nossa fé, mas também de nossa oração e adoração. Há uma
absoluta igualdade dentro da Trindade e nenhuma das três Pessoas está sujeita à
outra, como se houvesse uma hierarquia na substância divina. Existe, sim, uma
distinção de serviço, e o Espírito Santo representa os interesses do Pai e do
Filho na vida da Igreja na terra (Jo 16.13,14). [Comentário: Ao
discutir a doutrina da Trindade, temos que distinguir o que é tecnicamente
conhecido como Trindade Ontológica e Trindade
Econômica. Por Trindade Ontológica, entende-se a Trindade que subsiste na
Divindade, desde toda eternidade. Na sua vida essencial e inata, dizemos que o
Pai, o Filho e o Espírito Santo são os mesmos em substância, possuindo
atributos e poderes idênticos e, portanto, são iguais em glória. Isto diz
respeito à existência essencial de Deus. Por Trindade Econômica, significamos a
Trindade tal como se manifesta no mundo, especialmente na redenção do pecador.
Existem três obras adicionais, se assim podemos descrever, que são atribuídas à
Trindade, a saber, a Criação, a Redenção e a Santificação. Encontramos nas
Escrituras que o plano da redenção toma a forma de um pacto, não só entre Deus
e o Seu povo, como também entre as várias Pessoas dentro da Trindade, de
maneira que há, por assim dizer, uma divisão de tarefas, cada Pessoa tomando,
voluntariamente, determinada fase da obra. Ao Pai atribui-se, em primeiro
lugar, a obra da Criação, assim como a eleição de certo número de indivíduos
que Ele deu ao Filho. Ao filho atribui-se a obra da Redenção, para o
cumprimento da qual se encarnou, tomando a natureza humana, de forma que, como
representante de seus eleitos, assume a culpa do seu pecado, para resgatá-los
da morte. Ao Espírito Santo são atribuídas as obras de Regeneração e de
Santificação, ou a aplicação aos corações dos indivíduos, da expiação objetiva
que Cristo realizou. Ele faz isto renovando espiritualmente os corações,
operando neles a fé e o arrependimento. E glorificando-os finalmente no céu. A
redenção, pois é um assunto da graça soberana, planejada antes da fundação do
mundo, apresentada na forma de um pacto ou aliança. Não é um plano
departamentalizado, dispencionalizado ou repartido, mas é uma ação global que
envolve toda a Pessoa da Trindade. Ela é planejada pelo Pai, comprada pelo
Filho, e aplicada pelo Espírito Santo. ‘A Doutrina da Trindade’, por
Prof. Isaías Lobão Pereira Júnior, disponível em:http://www.monergismo.com/textos/trindade/trindade_isaias.htm]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O
Espírito Santo é chamado Deus e Senhor - (At 5.3,4; 2 Co 3.18). Quando Isaías
viu a glória de Deus escreveu: 'Ouvi a voz do Senhor,... vai e diz a este povo'
(Is 6.8,9). 0 apóstolo Paulo citou essa mesma palavra e disse: ‘Bem falou o Espírito
Santo a nossos pais pelo profeta Isaías dizendo: Vai a este p ovo' (cf. At 28.25,26).
Com isso, Paulo identificou o Espírito Santo com Deus” (BERGSTÉN, Eurico.
Introdução à Teologia Sistemática, l.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 97).
IV. PERSONALIDADE DO ESPÍRITO
SANTO
1. As faculdades da
personalidade. A
personalidade do Espírito Santo está presente em toda a Bíblia de maneira
abundante e inconfundível e tem sido crença da Igreja desde o princípio. Há
nEle elementos constitutivos da personalidade, tais como intelecto, pois Ele
penetra todas as coisas (1Co 2.10,11) e inteligência (Rm 8.27). Ele tem emoção,
sensibilidade (Rm 15.30; Ef 4.30) e também possui vontade (At 16.7; 1Co 12.11).
As três faculdades intelecto, emoção e vontade caracterizam a personalidade. [Comentário: Muitas
pessoas pensam que o Espírito Santo é uma mera força intocável, ou apenas uma
misteriosa influência que ninguém define. Essa opinião está bem longe da
verdade, pois o Espírito Santo é uma pessoa, a Terceira Pessoa da Trindade (Jo
14.1,9,17; Mt 3.13-17). Ter personalidade implica na qualidade ou fato de ser
uma pessoa. Quanto ao Espírito Santo, isto é um fato descrito na Bíblia, tanto
quanto a personalidade do Pai e do Filho. As igrejas primitivas o conheciam
como uma pessoa Divina, que poderia ser seguida (At 13.2), e com quem poderiam
ter comunhão (2Co 13.13; 1Jo 5.7). Pode se dizer que a personalidade existe
quando se encontram em uma única combinação, inteligência, emoção e volição, ou
ainda, auto-consciência e auto-determinação. Quando um ser possui atributos,
propriedades e qualidades de personalidade, então esta se pode atribuir a esse
ser inquestionavelmente. Características pessoais são atribuídas ao Espírito
Santo. Por características não nos referimos a mãos, pés ou olhos, pois essas
coisas denotam corporeidade, mas, antes, qualidades como: conhecimento, sentimento
e vontade, que indicam personalidade. Uma forma corpórea não se faz necessário
para que haja personalidade. Entretanto, encontramos os três seguintes
atributos numa personalidade: a.Intelecto — habilidade para pensar (Rm 8 27; I
Co 2:10,11 13; 12:8). b.Sensibilidade — habilidade para sentir (Is 63.10, Rm
15.30; Ef. 4.30). c.Volição — habilidade para escolher (At 16.6-11; 1Co 12.11).
O Espírito Santo tem emoções. Sensibilidade — habilidade para sentir (Is 63.10,
Rm 15.30; Ef. 4.30). Habitando no ‘homem interior’ (Ef 3.16), se Ele está
triste, o crente será o primeiro a saber. Ele pode sentir intensa mágoa ou
tristeza, assim como o próprio Jesus sentia quando chorou por causa de
Jerusalém, e em outras ocasiões (Mt 23.37; Mc 3.5; Lc 19.41; Jo 11.35). O Espírito
Santo tem vontade. Volição — habilidade para escolher (At 16.6-11; 1Co 12.11).
Vontade é a capacidade de fazer escolhas e tomar decisões. O Espírito Santo tem
vontade própria. Isto está evidenciado em suas atitudes, tanto no Antigo como
no Novo Testamento: a) No repartir os dons liberalmente (1Co 12.11): “Mas um só
e o mesmo Espírito realiza todas estas cousas, distribuindo-as, como lhe apraz,
a cada um, individualmente.”; b) No permitir ou impedir (At 16.7): O Espírito
tem a direção da vida do crente. Todo aquele que é guiado por Ele deve estar
pronto para fazer a sua vontade. Ele pode permitir, assim como impedir, aquilo
que desejamos fazer; c) No convidar (Ap 22.17) Quando alguém realiza uma festa,
convida a quem quer para participar. O Espírito convida o homem para aceitar
Jesus, que disse: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados,
e eu vos aliviarei”, Mt 11: 28, e d) No orientar (At 13.2) Quando há oração e
consagração em busca da vontade de Deus, o Espírito Santo orienta. http://auxilioebd.blogspot.com.br/2011/03/licao-01-quem-e-o-espirito-santo.html]
2. Reações do Espírito
Santo. Outra prova da
personalidade do Espírito Santo é que Ele reage a certos atos praticados pelo
ser humano. Pedro obedeceu ao Espírito Santo (At 10.19,21); Ananias mentiu ao
Espírito Santo (At 5.3); Estêvão disse que os judeus sempre resistiram ao
Espírito Santo (At 7.51); o apóstolo Paulo nos recomenda não entristecer o
Espírito Santo (Ef 4.30); os fariseus blasfemaram contra o Espírito Santo (Mt
12.29-31); os cristãos são batizados em nome do Espírito Santo (Mt 28.19). [Comentário: Ao
comentário acrescento: em relação aos homens não regenerados:
O Espírito Santo luta com eles (Gn 6.3; Mt 5.13-16);
O Espírito Santo testifica-lhes (Jo 15.26; At
5.30-32), e
O Espírito Santo convence-os (Jo 16.8-11) do Pecado,
da Justiça e do Juízo. Nessa tríplice obra, o Espírito Santo glorifica a
Cristo. Ele mostra-nos que é pecado não confiar em Cristo, revela-nos a Justiça
de Cristo e a obra vitoriosa de Cristo em relação a Satanás. Nossa tarefa
consiste tão somente em pregar a palavra da verdade, dependendo do Espírito
Santo para produzir convicção (At 2.4 e 37). 4.3.3 – Em relação aos crentes:
O Espírito Santo regenera (Jo 3.3-6; Tt 3.5; Jo
6.63; 1Pd 1.23; Ef 5.25,26; 1Co 2.4 comparar com 1Co 3.6) Assim como Jesus foi
gerado pelo Espírito Santo, semelhantemente todo homem, para que se torne filho
de Deus, precisa ser gerado pelo Espírito Santo.
Ele batiza no Corpo de Cristo (Jo 1.32-34; 1Co
12.12-13; At 1.5) Este batismo do Espírito Santo é aquele ato que tem lugar por
ocasião da conversão (Jo 3.5-7; Rm 8.9), mediante o qual a pessoa se torna
membro do Corpo de Cristo (2Co 5.17; Ef 1.13-14).
Ele habita no crente (Co 6.15-19; 3.16; Rm 8.9);
Ele sela (Ef 1.13,14; 4.30);
Ele proporciona segurança (Rm 8.14,16; 1Co 1.22);
Ele fortalece (Ef 3.16);
Ele enche o crente (Ef 5.18-20; At 4.8,31; 2.4; 6.3;
7.54-55; 9.17,20; 13.9-10,52; Lc 1.15,41,67-68; 4.1; Jo 7.38-39);
Ele liberta, guia, orienta em segurança (At
8.27-29);
Ele equipa para o trabalho
(Ilumina,Instrui,Capacita) (1Co 2.12-14; Sl 36.9; Jo 16.13-14; 1Co 12.11; 1Tm
1.5);
Ele produz fruto da graça cristã (Gl 5.22,23; Rm
14.17; 15.13; 5.5; Gl 2.20);
Ele possibilita todas as formas de comunhão com Deus
(Oração,Adoração e louvor, Agradecimentos) (Jd 20; Ef 6.18; Rm 8.26-27; Fp 3.3;
At 2.11; Ef 5.18-20);
Ele vivifica o corpo do crente (Rm 8.11,13).]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"E
difícil sugerir que um dos títulos ou propósitos do Espírito Santo seja mais
importante que outro. Tudo o que o Espírito Santo faz é vital para o Reino de
Deus. Há, no entanto, um propósito, uma função essencial do Espírito Santo, sem
a qual tudo que se tem dito a respeito dEle até agora não passa de palavras
vazias: o Espírito Santo é o penhor que garante a nossa futura herança em
Cristo: 'Em quem [Cristo] também vós estais, depois que ouvistes a palavra da
verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes
selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o Senhor da nossa herança,
para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória, (Ef 1. 13,14)”
(HORTON, Stanley, Teologia sistemática: Uma perspectiva pentecostal ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 401).
CONCLUSÃO
A frase que se refere ao Espírito Santo como
“terceira Pessoa da Trindade” se deve ao fato de seu nome aparecer depois do
Pai e do Filho na fórmula batismal. Não se trata, pois, de hierarquia
intratrinitariana, porque o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um só Deus que
subsiste em três Pessoas distintas. [Comentário: A doutrina do Espírito
Santo ocupa lugar central no movimento pentecostal. Muito se tem ensinado sobre
o Deus Pai e o Deus Filho, mas pouco se ensina sobre o Espírito Santo. Alguns
grupos heréticos afirmam que o Espírito é meramente uma força ou influência
impessoal, o que não é verdade. As Testemunhas de Jeová, por exemplo, negam
tanto a deidade do Espírito Santo, como sua pessoalidade, afirmando ser ele uma
"força ativa" impessoal. Um dos primeiros argumentos usados para
defender esta ideia é: Como pode o Espírito Santo ser uma pessoa, e alguém
estar cheio dele, e ele habitar em alguém? Esta é a importância do estudo do
Espírito Santo, pelo o que Ele é, o que ele fez, faz e ainda fará na história
da Igreja. Ele é o alicerce da vida do crente; Enquanto o mundo associa-o ao
fanatismo, ele, no entanto se mantém ativo em todas as áreas da vida, sendo
dela o criador. Também trabalha na providência, na política, nos talentos
humanos, na salvação e no crescimento espiritual. Inspirou a Bíblia e agora
ilumina as nossas mentes para que possamos entendê-la. Sua vinda ao mundo era
tão necessária à nossa salvação quanto a vinda de Cristo. Sem o Espírito Santo
nossa religião é vã e não temos provas de nossa salvação (Rm. 8.9,16). É ele
quem nos dá a vida física (Jó 33.4), espiritual e ressurreta (Jo 3.5; Rm 8.11),
sendo Ele o autor de tudo que é bom e agradável em nossa existência (Gl
5.19-22).] “... corramos, com
perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor
e Consumador da fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2)
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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