SUBSÍDIO I
A DOUTRINA DA SANTÍSSIMA
TRINDADE
Os maiores equívocos em relação
à doutrina da Trindade se dão quando se relativiza a natureza da relação
trinitária, pois “as distinções entre os membros da Deidade não se referem à
sua essência ou substância, mas ao relacionamento. Noutras palavras: a ordem de
existência na Trindade, no tocante ao ser essencial de Deus, está espelhada na
Trindade salvífica. ‘São, portanto, três, não na posição, mas no grau; não na
substância, mas na forma; não no poder, mas na sua manifestação” (Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. CPAD,
p.177). Dessa forma a Santíssima Trindade se manifesta em perfeita comunhão ao
longo de todo o plano de salvação provido por Deus.
1. Uma natureza amorosa. Deus é amor! Devemos
destacar que o Pai provou o seu amor pelo mundo quando enviou o seu Filho em
nosso lugar (Jo 3.16). O Filho provou o seu amor por nós quando,
espontaneamente, obedeceu ao Pai e doou-se para a humanidade, morrendo em nosso
lugar para nos redimir, regenerar, justificar e salvar (Rm 8.1-11). O Espírito
Santo prova o seu amor por nós quando convenceu-nos do pecado, da justiça e do
juízo (Jo 16.7-11). A Santíssima Trindade opera amorosamente em nossa vida.
2. Uma natureza servidora. Concomitantemente a pessoa
do Espírito Santo, é necessário destacar também que a natureza do ministério de
Jesus Cristo é servidora: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu
para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a
apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os
oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4.18,19). O Deus Trino
trabalha de maneira servidora em favor das pessoas. Não podemos jamais esquecer
esse aspecto de serviço pelo qual aprendemos com a operação das três pessoas da
trindade em nossa vida.
3. Uma natureza de comunhão. Logo, a Santíssima
Trindade é por natureza comunitária porque as pessoas trinitárias não vivem
separadamente, pois são inseparáveis, indivisíveis. O Pai, o Filho e o Espírito
Santo vivem em profunda comunhão. Por isso, somos encorajados a viver uma
comunhão verdadeira com os nossos irmãos, a ajudar o outro, a chorar com o
outro, a cantar com o outro, a orar com e pelo outro. Portanto, como parte
dessa comunidade de santos, a Igreja de Deus, somos chamados a expressar essa
comunhão trinitária e multiforme no mundo.
Ensinador Cristão, Ano 18, nº
71, jul./set. 2017.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje, dando continuidade ao estudo das
doutrinas que exposamos, nos voltaremos para a Trindade, uma das verdades
fundamentais da fé cristã. Inicialmente mostraremos os aspectos históricos
dessa doutrina, em seguida, explicitaremos sua fundamentação bíblico-teológica.
Ao final, depois de reconhecer que essa se trata de um mistério para a razão
humana, ressaltaremos a atuação do Deus-Trino, que coexiste em três pessoas:
Pai, Filho e Espírito Santo.
1. A DOUTRINA DA TRINDADE, ASPECTOS HISTÓRICOS
A trindade é definida, teologicamente, como o
entendimento de Deus como trino e uno, significando que a natureza divina é uma
unidade de três pessoas e que Deus se revela como três pessoas distintas: Pai,
Filho e Espírito Santo. A base suprema da doutrina cristã da trindade está na
manifestação divina em Jesus, que, com Filho, revelou o Pai e derramou o
Espírito Santo. Não há, como se sabe, a palavra “trindade” na Bíblia, mas não
que quer dizer que ela deixe de ser uma doutrina bíblica. Seria a mesma coisa de
dizer que a água não é composta de H2O simplesmente porque não podemos ler essa
fórmula na água. No período antes da Reforma Protestante, Tertuliano (160-220
d.C.), um dos pais da igreja, foi o primeiro a empregar o termo “trindade” e a
formular a doutrina, seu ensinamento, porém, punha o Filho em subordinação ao
Pai. Em sequência a esse ensinamento, Orígenes (185-254 d. C.) defendia que não
só o Filho era, em essência, subordinado ao Pai, mas que o Espírito Santo era
subordinado ao Filho. A igreja começou a formular a doutrina da trindade no
quarto século, quando o Concílio de Nicéia (325 d. C.), declarou que o Filho é
coessencial com o Pai. Após acirrada disputa, no Concílio de Constantinopla
(381 d. C.), prevaleceu a concepção de Atanásio (193-373 d. C.), afirmando a
divindade do Espírito Santo. A formula de Constantinopla dizia que a trindade
era “uma ousia (substância) em três hipostases (pessoas)”, sendo, portanto, uma
identidade de natureza nas três hipostases”. Um outro pai da igreja que se
dedicou com intensidade e equilíbrio à doutrina da trindade foi Agostinho
(354-430), o qual eliminou os elementos de subordinação ainda comuns na defesa
de alguns pais da igreja.
2. A EXPLICITAÇÃO
DA DOUTRINA TRINITÁRIA
Após a Reforma, os teólogos que se voltaram mais
propriamente à trindade foram Brunner (1889-1966) e Barth (1886-1968).
Ele perceberam a importância de tal doutrina que havia sido relegada a segundo
plano pelo liberalismo teológico. Barth deriva da Escritura o ensinamento da
trindade, mostrando que “Deus fala”, portanto, Ele é revelador (Pai), Revelação
(Filho) e Revelatura (Espírito Santo). Ele se revela, é a Revelação e é também
o conteúdo da Revelação. Deus e sua revelação se identificam. Em sua revelação
Ele continua sendo Deus, absolutamente livre e soberano. Barth não admite
nenhuma subordinação, diz ele: “ao mesmo Deus, em unidade incólume, é
Revelador, Revelação e Revelatura, também se atribui, em Sua variedade
incólume, precisamente este modo tríplice de existência”. A doutrina da Trindade,
conforme exposta nas Escrituras, assume uma Unidade na Trindade, ou seja,
existe um Deus que coexiste em três pessoas. Em I Co. 12.4-6, Paulo declara que
cada pessoa da Trindade é Deus, ainda que esses não possam ser contabilizado
como três deuses. A benção apostólica, que se encontra em I Co. 13.13, revela
que os cristãos do primeiro século estavam conscientes dessa importante
doutrina bíblica, ainda que essa não tivesse sido sistematizada. A
sistematização dessa doutrina aconteceu a fim de responder às ameaças das
heresias, que começaram a se difundir ainda nos primeiros séculos da Era
Cristã. O modalismo tentou negar a coexistência entre o Pai, Filho e Espírito
Santo, argumentando que esses eram na verdade apenas uma pessoa, que se
utilizou de três máscaras, essa proposição de certo modo também foi defendida
pelo unicismo. Uma das principais ameaças a ortodoxia trinitária foi o
arianismo, doutrina defendida por Aria, bispo de Alexandria, argumentou que
Cristo era apenas uma criatura, uma classe divina inferior. O Concílio de
Niceia e Constantinopla, que se realizou em 381, com base nos trabalhos de
Atanásio, combateu o arianismo, enfatizando a doutrina bíblica da Trindade.
3. DEUS COMO TRINDADE EM UNIDADE
A Bíblia ensina a sobre a trindade, já no Antigo
Testamento, Deus fala de si mesmo no plural (Gn. 1.26; 11.7). Há também menção
ao Anjo de Javé, que, se por um lado é identificado com Ele, também é distinto
dele (Gn. 16.7-13; 18.1-21; 19.1-28; Ml. 3.1). No Novo Testamento, há uma
revelação mais nítida da trindade, pois vemos o Pai enviando Seu Filho ao mundo
(Jo.3.16; Gl. 4.4; Hb. 1.6; I Jo. 4.9) e do Pai e o Filho enviando o Espírito
(Jo. 14.26; 15.26; 16.7; Gl. 4.6). Vemos o Pai dirigindo-se ao Filho (Mc. 1.11;
Lc. 3.22); o Filho comunicando-se com o Pai (Mt. 11.25,26; 26.29; Jo. 11.41;
12.27,28 e o Espírito Santo orando a Deus no interior do crente (Rm. 8.26).
Temos, assim, uma demonstração da separação, nas nossas mentes, das pessoas da
Trindade. No batismo do Filho o Pai fala, ouvindo-se do céu a Sua voz, e o
Espírito descendo na forma de pomba (Mt. 3.16,17). Na grande comissão Jesus
menciona as três pessoas (Mt. 28.19). Nas epístolas Paulo (I Co. 12.4-6; II Co.
13.13), Pedro (I Pe. 1.2) e João (I Jo. 5.7) fazem referência a trindade, essa
última passagem, em específico, salienta a tri-unidade. Uma comparação de
textos tomados de todas as partes das Escrituras mostra que: cada uma das três
Pessoas é Criador, embora se declare que há um só Criador (Jo. 33.4; Is.
44.24); cada uma é chamada de Javé (Dt. 6.4; Jr. 23.6; Ez. 8.1); de Senhor (Rm.
10.12; Lc. 2.11; II Co. 3.18), de Deus de Israel (Mt. 15.31; Lc. 1.16,17; II
Sm. 23.2; Legislador (Rm. 7.25; Gl. 6.2; Rm. 8.2; Tg. 4.12), onipresente (Jr.
23.24; Ef. 1.22; Sl. 139.4; a Fonte de Vida (Dt. 30.20; Cl. 3.4; Rm. 8.10). Ao
mesmo tempo, foi Deus quem fez o homem (Sl. 103.3; Jo. 1.3; Jó. 33.4); vivifica
os mortos (Jo. 5.21; 6.33); levantou Cristo (I Co. 6.14; Jo. 2.19; I Pe. 3.18),
comissiona o ministério (II Co. 3.5; I Tm. 1.12; At. 20.28), santifica o povo de
Deus (Jd. 1; Hb. 2.11; Rm. 15.16) e faz manifestações espirituais (I Co. 12.6;
Cl. 3.11; I Co. 12.11).
CONCLUSÃO
As Escrituras ensinam que Deus é Um, e que, não
existe outro Deus além dEle (Dt. 6.4), mas, ao mesmo tempo, essa unidade divida
é composta por três pessoas distintas, cada uma delas é a Divindade. Não que se
está dizendo que sejam três deuses, na verdade, os três cooperam unidos e num
mesmo propósito, de maneira que no sentido pleno do termo, são UM. Assim, o Pai
cria, o Filho redime e o Espírito Santo santifica, contudo, em cada uma dessas
operações os três estão presentes. O Pai testificou do Filho (Mt. 3.17), o
Filho testificou do Pai (Jo. 5.19) e o Filho do Espírito (Jo. 14.26), que,
posteriormente, testificou do Filho (Jo. 15.26).
Prof. Ev. José
Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog
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COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
A doutrina da
Trindade é a verdade mais crucial do pensamento cristão, mas como conciliar o
monoteísmo revelado no Antigo Testamento com a divindade de cada pessoa da
Trindade? Esse é o enfoque da presente lição. [Comentário: A doutrina da Trindade é
um dogma misterioso e de difícil compreensão da fé cristã. Foi Agostinho quem
deu à tradição ocidental a sua expressão madura e final acerca da Trindade em
seu tratado conhecido por A Trindade, que ele demorou dezesseis anos para redigir
– entre 400 e 416 d.C.. De início, informo que seria insensato afirmar que
podemos dar uma explicação completa sobre ela. Sabendo que Deus não pode ser
compreendido pela mente humana, se fosse, não seria Deus; como entendia
Agostinho, “Deus é incompreensível, mas não incognoscível”. Sobre este
assunto, só podemos saber, a respeito de Deus, e da Trindade, o pouco que as
Escrituras nos revelam. A tripla personalidade de Deus é, exclusivamente, uma
verdade da Revelação. Por definição, temos que Deus é uma Unidade, uma essência
divina, existindo em Três Pessoas na Divindade, sendo essas Três: Deus Pai,
Deus Filho e Deus Espírito Santo. Não há nas Escrituras o termo Trindade. O
Credo Atanasiano diz: “Adoramos um Deus em Trindade, e Trindade em Unidade,
sem confundir as Pessoas, sem separar a substância”. Cada uma das Três
Pessoas da Trindade é Deus, sendo iguais em autoridade, glória e poder. Cada
uma igual às outras, merecendo o mesmo culto, a mesma devoção, a mesma
confiança e fé (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29; Gn 1.1; 2.7; Hb 11.3 e Ap 4.11). É
importante conhecermos bem esta doutrina para estarmos sempre “preparados
para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós”
(1Pd 3.15).]
I. CONSTRUÇÕES
BÍBLICAS TRINITÁRIAS
1. A unidade na Trindade (1Co 12.4-6). Uma leitura superficial dessa passagem pode levar alguém a argumentar
que o texto não diz que cada uma dessas pessoas é Deus, como costumam fazer
determinados grupos tidos como cristãos. O apóstolo Paulo se refere à Trindade
usando outra linguagem. Ele afirma a unidade de Deus, uma só essência e
substância, em diversidade de manifestações de cada Pessoa distinta. E declara
que o Espírito é o mesmo, o Senhor é o mesmo e o Deus Pai é o mesmo. É a
unidade na diversidade. [Comentário: Pai, Filho e Espírito Santo são três pessoas distintas, separadas,
mas que em poder e glória são iguais, são infinitas, eternas e trabalham com um
mesmo objetivo. A gora, atenção, a “substância” de Deus é Deus, não um monte de
“ingredientes” que misturados produzem a divindade. Deus é um, e só um. Este é
o grande brado do judaísmo chamado Shema (Dt 6.4). Em 1Co 12.4-6, Paulo
distingue de forma clara as três pessoas da Trindade, dizendo: “Ora, há
diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios,
mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que
opera tudo em todos”. Em Ef 4.4-6, Paulo ainda reforça o argumento,
dizendo: “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em
uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um
só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos”.
Paulo afirma que não falava com sabedoria humana, mas com palavras que o Espírito
Santo ensinava (1Co 2.13). A fé monoteísta prossegue ao longo do Novo
Testamento. Paulo ainda escreve: “No tocante à comida sacrificada a ídolos,
sabemos que o ídolo, de si mesmo, nada é no mundo e que não há senão um só
Deus. Porque ainda que há também alguns que se chamem deuses, quer no céu ou
sobre a terra, como há muitos deuses e muitos senhores, todavia, para nós há um
só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos, e um só
Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele”
(1Co 4.6). A observação de Paulo sobre “muitos deuses e muitos senhores”,
conforme os eruditos do Novo Testamento, igualmente se refere aos governadores
humanos com grande poder (muitos dos quais eram adorados como deuses), bem como
aos deuses pagãos. Em nenhum caso Paulo os estava igualando ao Deus Criador. O
que afirma em sua carta aos Gálatas é: “Ora, o mediador não é de um só, mas
Deus é um” (Gl 3.20). Outras passagens do Novo Testamento que atestam a
unidade de Deus são: Jo 5.44; 17.3; 1Tm 1.17; 6.15 e Jd 25.]
2. A bênção apostólica (2 Co 13.13). Há aqui certo paralelismo com a bênção final não é comum nas epístolas
paulinas. Não parece haver aqui intenção de explicar a doutrina da Trindade.
Trata-se do pronunciamento habitual do ministro de culto ao despedir os fiéis
no fim das reuniões nas primeiras décadas da história da Igreja. Se isso puder
ser confirmado, significa que os cristãos já estavam conscientes dessa
realidade divina desde muito cedo na vida da Igreja. A fonte da graça do Senhor
Jesus é o amor de Deus no Espírito Santo. É uma saudação trinitária. [Comentário: A bênção apostólica é uma
declaração da bênção de Deus sobre a vida daqueles que creem n'Ele e que se
manifesta através da Trindade. 2Co 13.13 é a passagem mais antiga em que
aparece uma bênção em nome de Deus Pai, de Jesus Cristo e do Espírito Santo. A
bênção apostólica escrita por Paulo basicamente significa a expressão do desejo
eficaz de que o Deus Triuno abençoe os redimidos capacitando-os com as virtudes
do amor, graça e comunhão. Usualmente, Paulo concluía suas epístolas
registrando uma bênção final, em sua maioria apresentam uma fórmula mais
simplificada em comparação à bênção registrada em 2Co13.13. Não era intuito
dele ensinar doutrina, mas apenas um ‘fecho’ de suas cartas, porém, vê-se que
desde cedo, os crentes conhecem o conceito trinitário, considerando que esta
epístola foi escrita cerca de 55-57 dC.]
3. O Deus trino e uno revelado (Ef 4.4-6). Temos aqui a diversidade de operações e funções na unidade de Deus. É
Deus quem nos chama por meio do Espírito Santo. Jesus é o nosso Senhor, a fonte
de nossa fé e esperança. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são iguais em poder,
glória e majestade, que subsistem desde a eternidade em uma só substância
indivisível, mas manifestos na história salvífica em formas pessoais e funções
distintas (1Pe 1.2). [Comentário:Novamente, encontramos, no texto acima, a fórmula trinitária: o
Deus-Pai, o Deus-Filho e o Deus-Espírito. Cada uma das três Pessoas desempenha
um papel na igreja. Essa verdade, ensinada primeiramente aos crentes de Éfeso,
consta também do Credo de Atanásio – não se deve confundir as Pessoas; Pai é
Pai, Filho é Filho e Espírito Santo é Espírito Santo. Um só Pai, um só Filho e
um só Espírito Santo. O Credo de Atanásio, subscrito pelos três principais
ramos da Igreja Cristã, é geralmente atribuído a Atanásio, Bispo de Alexandria
(século IV), mas estudiosos do assunto conferem a ele data posterior (século
V). Sua forma final teria sido alcançada apenas no século VIII. O texto grego
mais antigo deste credo provém de um sermão de Cesário, no início do século VI.
O credo de Atanasio, com quarenta artigos, é um tanto longo para um credo, mas
é considerado “um majestoso e único monumento da fé imutável de toda a igreja
quanto aos grandes mistérios da divindade, da Trindade de pessoas em um só Deus
e da dualidade de naturezas de um único Cristo.” A. A. Hodge, The Confession
of Faith ( Edinburgh & Pennsylvania: The Banner of Truth Trust, 1992 ), 7. Segue o texto do Credo de Atanásio:
1. Todo aquele que quiser ser salvo, é necessário
acima de tudo, que sustente a fé universal. [2] 2. A qual, a menos que cada um
preserve perfeita e inviolável, certamente perecerá para sempre. 3. Mas a fé
universal é esta, que adoremos um único Deus em Trindade, e a Trindade em
unidade. 4. Não confundindo as pessoas, nem dividindo a substância. 5. Porque a
pessoa do Pai é uma, a do Filho é outra, e a do Espírito Santo outra. 6. Mas no
Pai, no Filho e no Espírito Santo há uma mesma divindade, igual em glória e
co-eterna majestade. 7. O que o Pai é, o mesmo é o Filho, e o Espírito Santo.
8. O Pai é não criado, o Filho é não criado, o Espírito Santo é não criado. 9.
O Pai é ilimitado, o Filho é ilimitado, o Espírito Santo é ilimitado. 10. O Pai
é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno. 11. Contudo, não há três
eternos, mas um eterno. 12. Portanto não há três (seres) não criados, nem três
ilimitados, mas um não criado e um ilimitado. 13. Do mesmo modo, o Pai é
onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito Santo é onipotente. 14. Contudo,
não há três onipotentes, mas um só onipotente. 15. Assim, o Pai é Deus, o Filho
é Deus, o Espírito Santo é Deus. 16. Contudo, não há três Deuses, mas um só
Deus. 17. Portanto o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, e o Espírito Santo é
Senhor. 18. Contudo, não há três Senhores, mas um só Senhor. 19. Porque, assim
como compelidos pela verdade cristã a confessar cada pessoa separadamente como
Deus e Senhor; assim também somos proibidos pela religião universal de dizer
que há três Deuses ou Senhores. 20. O Pai não foi feito de ninguém, nem criado,
nem gerado. 21. O Filho procede do Pai somente, nem feito, nem criado, mas
gerado. 22. O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, não feito, nem criado,
nem gerado, mas procedente. 23. Portanto, há um só Pai, não três Pais, um
Filho, não três Filhos, um Espírito Santo, não três Espíritos Santos. 24. E
nessa Trindade nenhum é primeiro ou último, nenhum é maior ou menor. 25. Mas
todas as três pessoas co-eternas são co-iguais entre si; de modo que em tudo o
que foi dito acima, tanto a unidade em trindade, como a trindade em unidade
deve ser cultuada. 26. Logo, todo aquele que quiser ser salvo deve pensar desse
modo com relação à Trindade. 27. Mas também é necessário para a salvação
eterna, que se creia fielmente na encarnação do nosso Senhor Jesus Cristo. 28.
É, portanto, fé verdadeira, que creiamos e confessemos que nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo é tanto Deus como homem. 29. Ele é Deus eternamente
gerado da substância do Pai; homem nascido no tempo da substância da sua mãe.
30. Perfeito Deus, perfeito homem, subsistindo de uma alma racional e carne
humana. 31. Igual ao Pai com relação à sua divindade, menor do que o Pai com
relação à sua humanidade. 32. O qual, embora seja Deus e homem, não é dois mas
um só Cristo. 33. Mas um, não pela conversão da sua divindade em carne, mas por
sua divindade haver assumido sua humanidade. 34. Um, não, de modo algum, pela
confusão de substância, mas pela unidade de pessoa. 35. Pois assim como uma
alma racional e carne constituem um só homem, assim Deus e homem constituem um
só Cristo. 36. O qual sofreu por nossa salvação, desceu ao Hades, ressuscitou
dos mortos ao terceiro dia. 37. Ascendeu ao céu, sentou à direita de Deus Pai
onipotente, de onde virá para julgar os vivos e os mortos. 38. Em cuja vinda,
todo homem ressuscitará com seus corpos, e prestarão conta de sua obras. 39. E
aqueles que houverem feito o bem irão para a vida eterna; aqueles que houverem
feito o mal, para o fogo eterno. 40. Esta é a fé Universal, a qual a não ser
que um homem creia firmemente nela, não pode ser salvo. Traduzido a partir do
inglês de A. A. Hodge, Outlines of Theology ( Edinburgh, & Pennsylvania:
The Banner of Truth Trust, 1991), 117-118.]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
O conceito do Deus Trino e Uno acha-se somente na
tradição judaico-cristã. Esse conceito não surgiu mediante a especulação dos
sábios deste mundo, mas através da revelação outorgada passo a passo na Palavra
de Deus. Em todos os escritos dos apóstolos, a Trindade é implícita e tornada
como certa (Ef 1,1-14; 1Pe 1.2). Fica claro que o Pai, o Filho e o Espírito Santo,
existem eternamente como três Pessoas distintas, mas as Escrituras também
revelam a unidade dos três membros da Deidade. As Pessoas da Trindade têm
vontades separadas, porém nunca conflitantes (Lc 22.42; 1Co 12.11). O Pai fala
ao Filho, empregando o pronome da segunda pessoa do singular: Tu és meu Filho
amado; em ti me tenho comprazido' (Hb 9.14). Declara que veio 'não para fazer a
minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou' (Jo 6.38)" (HORTON,
Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 1996, pp. 162-3).
II. O DEUS
TRINO E UNO
1. Uma questão crucial. A Bíblia mostra com clareza meridiana a divindade do Filho:
"e o Verbo era Deus" (Jo 1.1). Trata-se de uma divindade plena e
absoluta: "porque nele habita corporalmente toda a plenitude da
divindade" (Cl 2.9). As Escrituras afirmam também que o Espírito Santo é
Deus: "Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus
habita em vós?" (1Co 3.16); e é também Senhor: "Ora, o SENHOR é o
Espírito" (2 Co 3.17, ARA). Como conciliar essa verdade com o monoteísmo
ratificado pelo próprio Senhor Jesus? (Mc 12.29,30). Tal não se trata de
triteísmo, isto é, "três deuses", pois existe um só Deus e Deus é um
só (1Co 8.6; Gl 3.20). A única explicação é a Trindade. [Comentário: Dentro
da língua portuguesa é difícil falarmos em Trindade e compreendermos o
verdadeiro sentido da palavra. A primeira impressão é a existência de três
pessoas da divindade que se relacionam, entre si, no projeto divino de salvação
da humanidade. Porém, o cristianismo é herdeiro da teologia judaica,
essencialmente monoteísta, aceitando a revelação de Deus na história de Israel.
Ao longo da história da Igreja, para ajuizar o sentido das questões sobre a
Trindade, entre os séculos IV e VI, foram convocados concílios que definiram o
relacionamento entre as pessoas trinitárias. Primeiramente, o Concílio de
Nicéia, em 325, - controvérsia entre Ário e Atanásio, sobre a igualdade da
natureza do Filho com o Pai, ou prevalece a posição de Atanásio a respeito da
igualdade do Filho com o Pai.A formulação do credo niceno, em 325, era a
seguinte: "Cremos em um só Deus, Pai onipotente, criador de todas as
coisas visíveis e invisíveis; e em um só Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado
pelo Pai, unigênito, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz,
Deus verdadeiro do Deus verdadeiro, gerado não feito, de uma só substância com
o Pai, pelo qual foram feitas todas as coisas, as que estão no céu e as que
estão na terra; o qual, por nós homens e por nossa salvação, desceu, se
encarnou e se fez homem e sofreu e ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu, e
novamente deve vir para julgar os vivos e os mortos: e no Espírito Santo." Este texto foi
extraído de A Trindade na Perspectiva da História da Salvação, de Clézio
Ubiratã da Rosa. Clique aqui para seguir o link.]
2. A Trindade. A Trindade está presente na Bíblia desde o Antigo
Testamento (Gn 1.26; 3.22; Is 6.8). O Senhor Jesus apresenta o Pai e o Espírito
Santo num tipo de relacionamento "eu, tu ele" (Jo 16.7-16). Antes de
sua ascensão ao céu, Jesus mandou que os discípulos batizassem "em nome do
Pai, e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28.19). Essa é a passagem bíblica
mais contundente em favor da Trindade. Temos aqui um conceito trinitário muito
claro e vívido. Trata-se de um resumo da realidade divina ensinada durante seu
ministério acerca de si mesmo e do Pai (Mt 11.27) e do Espírito Santo (Mt
12.28). A Igreja, desde a antiguidade, resume essas passagens bíblicas na fé em
um só Deus que subsiste eternamente em três pessoas distintas. [Comentário: “Ide,
portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e
do Filho, e do Espírito Santo…” (Mt 28.19). Esta fórmula tríplice do
batismo é uma maneira de ressaltar a Santíssima Trindade. No site Sola Scriptura,
o artigo ‘A Trindade’, do Pr. Luis Antônio Ferraz, traz o seguinte: “Na
Divindade há três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Pode parecer um
paradoxo, mas Deus é três e um simultaneamente. Precisamos fazer distinção
entre o termo "pessoa" e "natureza". As
pessoas em Deus são três, mas uma só é a natureza, que consiste na onipotência,
onisciência, onipresença etc. Vários exemplos foram apresentados para
exemplificar esse caso; porém, o triângulo eqüilátero é o que mais se aproxima
desse conceito. Acompanhe: O triângulo é indivisível, assim como Deus (simbolizado
por toda a figura). Todavia, cada lado é distinto do outro e, contudo, formam a
mesma figura, que só existe com os três lados iguais; assim, tomando a
analogia, o Pai não é o Filho, o Filho não é o Espírito Santo e vice e versa;
porém, eles constituem o mesmo Deus. A individualidade pessoal é mantida, bem
como a unidade. Assim, Deus não é somente o Pai, nem somente o Filho, e nem
tampouco somente o Espírito Santo. Deus é o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
[...] A Trindade no Antigo Testamento:
a) Gênesis 1:26, 27 — Chegando o momento de criar o homem, Deus disse:
"Façamos o homem à nossa imagem, conforme nossa semelhança". O verbo
"fazer", nesse caso, aponta para um ato criativo, e somente Deus pode
criar. Assim, ao ser criado, o homem não poderia ter a imagem de um anjo ou de
qualquer outra criatura, mas a imagem de Deus, a imagem de seu Criador. No
versículo 27, lemos: "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de
Deus o criou; homem e mulher os criou". O interessante, porém, é que a
Bíblia diz que Jesus Cristo também criou todas as coisas, as visíveis e
invisíveis (João 1:1, 3; Colossenses 1:16, 17; Hebreus 1:10), o que inclui
necessariamente o homem. Desse modo, concluímos, à luz da Bíblia, que o homem
tem a Jesus como seu Criador, logo, o homem carrega Sua imagem, pois Jesus é
Deus, uma vez que "à imagem de Deus" o homem foi criado. Já em Jó
33:4, Eliú declara: "O Espírito de Deus me fez". Afinal de contas,
quem fez o homem? A Bíblia diz: "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à
imagem de Deus o criou". E quem é esse Deus? Resposta: Pai, Filho e
Espírito Santo. É digno de nota que há outros textos em que Deus fala no
plural: Gênesis 3:22; 11:7-9; Isaías 6:8. Alguns dizem tratar-se de plural de
majestade, ou seja, é uma forma de expressão onde o indivíduo fala do plural
que não revela necessariamente uma pluralidade participativa. Todavia, isso não
funciona em Gênesis 1:26, 27, pois outros textos bíblicos deixam claro que o
Pai, o Filho e o Espírito Santo criaram o homem; logo, não está em jogo nenhum
plural de majestade, mas um ato criativo de Deus: Pai, Filho e Espírito Santo.
Os demais textos, portanto, devem ser interpretados seguindo-se essa mesma
linha de raciocínio.
b) Deuteronômio 6:4
— "Escuta, ó Israel: Jeová, nosso
Deus, é um só Jeová" (TNM). Esse texto é usado para desacreditar a
doutrina da Trindade, mas, ao contrário disso, é o texto que prova que na
unidade de Deus existe uma pluralidade, dando abertura para a concepção
trinitariana. Como assim? Na língua hebraica, existem duas palavras para expressar
unidade, a saber, ’ehadh e yehidh. A primeira designa uma unidade composta ou
plural. Exemplo: Gênesis 2:24 diz que o homem e a mulher seriam uma (’ehadh) só
carne, ou seja, dois em um. A segunda palavra é usada para expressar unidade
absoluta, ou seja, aquela que não permite pluralidade. Exemplo: Juízes 11:34
diz que Jefté tinha uma única (yehidh) filha. Qual dessas palavras é empregada
em Deuteronômio 6:4? A palavra ’ehadh, o que indica que na unidade da Divindade
há uma pluralidade.
A Trindade no Novo Testamento: A revelação da
Triunidade de Deus no Antigo Testamento não é tão clara quanto no Novo. Os
textos bíblicos abaixo alistados (respeitando-se os devidos contextos) mostram
sempre juntos o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Levando-se em conta que Deus é
único (Isaías 43:10) e que ele não partilha sua glória com ninguém (Isaías
42:8; 48:11), é interessante notar como o Pai, o Filho e o Espírito Santo são
postos em pé de igualdade, coisa que nenhuma criatura, por melhor que fosse,
poderia atingir, nem muito menos uma "força ativa" (agente passivo).
a) Mateus 28:19 — A ordem de Jesus é para batizar em "nome do Pai,
e do Filho e do Espírito Santo". Ora, se Jesus fosse uma criatura e o
Espírito Santo uma "força ativa", seria estranho que as pessoas
fossem batizadas em nome do Criador (que não divide sua glória com ninguém), em
nome de um anjo, e de uma "força ativa"; aliás, que necessidade há em
batizar alguém em nome de uma "força"? Tudo isso só faz sentido se
Jesus e o Espírito Santo forem Deus, assim como o Pai.
b) Lucas 3:22 — No batismo do Filho, lá estão o Espírito Santo e o
Pai; como sempre, inseparáveis. Essa é uma das razões pelas quais o batismo
cristão deve ser ministrado em nome das três pessoas.
c) João 14:26 — Jesus fala do Espírito Santo, que será enviado pelo
Pai, em seu próprio nome, isto é, de Cristo.
d) 2ª Coríntios 13:13 — Outra fórmula trinitária, onde aparece o Filho, em
primeiro lugar, com sua graça ou benignidade imerecida; depois, o Pai, com seu
amor; e finalmente, o Espírito Santo, com a comunhão ou participação que dele
procede.
e) 1ª Pedro 1:1, 2 — Pedro fala aos escolhidos, que foram eleitos segundo a
presciência do Pai, santificados pelo Espírito e aspergidos com o sangue de
Jesus Cristo.
f) Outros versículos — Romanos 8:14-17; 15:16, 30; 1ª Coríntios 2:10-16;
6:1-20; 12:4-6; 2ª Coríntios 1:21, 22; Efésios 1:3-14; 4:4-6; 2ª
Tessalonicenses 2:13, 14; Tito 3:4-6; Judas 20, 21; Apocalipse 1:4, 5 (compare
com 4:5) etc. É digno de nota que se o Filho fosse uma criatura e o Espírito
Santo uma "força ativa", os dois não poderiam assumir o primeiro
lugar em algumas das passagens bíblicas acima citadas. Aliás, o que uma
"força ativa" estaria fazendo no meio de duas pessoas? As TJ objetam
dizendo que mencionar as três Pessoas juntas, não indica que sejam a mesma
coisa, pois Abraão, Isaque e Jacó (Mateus 22:32), bem como Pedro, Tiago e João
(Mateus 17:1) sempre são citados juntos; contudo, isso não os torna um. O que
as TJ não perceberam foi o seguinte: Abraão, Isaque e Jacó tinham algo em
comum: o patriarcado. Já Pedro, Tiago e João tinham em comum o apostolado. E o
que o Pai, o Filho e o Espírito Santo têm em comum? Resposta: a natureza
divina, ou simplesmente, a divindade.”Este texto foi extraído na íntegra
do site Sola Scriptura. Acesse o link a seguir para ler mais:http://solascriptura-tt.org/TeologiaPropriaTrindade/Trindade-LAFerraz.htm.]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Trindade
[Do grego irias; do latim trinitatem, grupo de três
pessoas] Doutrina segundo a qual a Divindade, embora uma em sua essência,
subsiste nas Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. As Três Pessoas são
iguais nas substâncias e nos atributos absolutos, metafísicos e morais.
Apesar de o termo não se encontrar nas Sagradas
Escrituras, as evidências que atestam a doutrina são, tanto no Antigo, como no
Novo Testamento, incontestáveis.
A palavra Trindade foi usada pela primeira vez, em
sua forma grega, por Teófilo; e, em sua forma latina, por Tertuliano.
O Credo Atanasiano assim se expressa acerca da
doutrina da Santíssima Trindade: 'Adoramos um Deus em trindade, e a trindade em
unidade, sem confundir as pessoas, sem separar a substância" (ANDRADE,
Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999,
p, 279).
III. AS
CRENÇAS INADEQUADAS
1. Os monarquianistas
dinâmicos. Trata-se de um
movimento que surgiu após a metade do segundo século em torno do monoteísmo
cristão. Tertuliano, um dos líderes cristãos daquela geração, polemizou com
eles, chamando-os de monarquianistas (do grego, monarchia, "governo
exercido por um único soberano"). Eles ensinavam que Jesus recebeu a
dynamis, "poder", em grego, por ocasião do seu batismo no rio Jordão;
outros afirmavam que Jesus se tornou divino por ocasião de sua ressurreição.
Todas as ideias do movimento negavam a deidade absoluta de Jesus e contrariavam
a crença desde a Era Apostólica, que considerava Jesus "o verdadeiro Deus
e a vida eterna" (l Jo 5.20). Eles são os ancestrais do arianismo. [Comentário: Ainda
no primeiro século surgiram os que Tertuliano chamou de monarquianistas (do grego
monarchia - governo exercido por uma única pessoa). Os monarquianistas
dinâmicos (do grego dynamis “força, poder”, pois diziam que Deus deu força e
poder a Jesus, adotando-o como Filho), negavam a divindade absoluta de Jesus, e
também a Trindade. Esta heresia era o prenúncio do arianismo, que, no início de
terceiro século, negava a eternidade de Jesus, pois considerava Cristo um deus
de segunda categoria, igual ao ensino das Testemunhas de Jeová. Essa doutrina
dos dinâmicos era defendida por Teodoro de Bizâncio, Artemão e Paulo de
Samosata. Extraído do artigo SEITAS MODALISTAS, de Marcelo de
Oliveira Lima, disponível em:http://www.palavraprudente.com.br/prudente/estudos/modalistas.html]
2. Os monarquianistas
modalistas. Esses são assim
identificados porque ensinavam que Deus aparece de modos diferentes. Para eles,
Deus aparece com a máscara de Pai na obra criadora, com a máscara de Filho no
seu nascimento e na ascensão, e a partir daí aparece com a máscara de Espírito
Santo. Pai, Filho e Espírito Santo não são três pessoas, mas três faces,
semblantes ou máscaras. É a doutrina unicista que nega a Trindade, Trata-se de
um erro teológico crasso, pois a Bíblia é clara na distinção dessas pessoas (Mt
3.16,17; Jo 8.17,18; 2 Jo 3). O bispo Sabélio foi o principal expoente dessa
doutrina, por isso ela é conhecida como sabelianismo. Seus herdeiros
espirituais ainda estão por aí. O resumo teológico deles é o seguinte: Deus é
Jesus; no entanto, a Bíblia ensina que Jesus é Deus. [Comentário: Monarquianistas
modais ou modalistas ensinavam que as três pessoas da Trindade manifestavam-se
de vários modos, daí o nome modalista. Defendidos por Noeto de Esmirna e
Práxeas de Cartago, ensinavam que o Pai nasceu e sofreu, e que Jesus era o Pai.
Por essa razão, no Ocidente, eles eram chamados de patripassianistas (do latim
Pater “Pai” e passus de patrior “sofrer” - o Pai encarnou-se em Cristo e sofreu
com Ele). No Oriente eram chamados sabelianistas, pois o heresiarca Sabélio foi
quem mais se destacou na propagação dessa heresia. Segundo essa doutrina, o
Pai, o Filho e o Espírito Santo são apenas três aspectos da Divindade, sendo,
portanto, uma só Pessoa. Esse ensinamento do bispo Sabélio é hoje chamado de
sabelianísmo ou modalismo. Sabélio usava a palavra “pessoa” para cada Pessoa da
Trindade, mas para ele essa “pessoa” tinha o sentido de máscara ou
manifestações diferentes de uma mesma Pessoa Divina. Na sua concepção o Pai, o
Filho e o Espírito Santo são nomes de três estágios ou fases diferentes. Ele
era Pai na criação e na promulgação da Lei; Filho na encarnação, Espírito Santo
na regeneração. Essa doutrina foi combatida por Tertuliano em Contra Prãxeas,
quando pela primeira vez este apologista usa o termo Trinitas (“Trindade”) para
a Divindade: “Todos são de um, por unidade de substância, embora ainda esteja
oculto o mistério da dispensação que distribui a unidade em uma Trindade,
colocando em sua ordem os três: Pai, Filho e Espírito Santo; três contudo,...
não em substância, mas em forma, não em poder, mas em aparência, pois eles são
de uma só substância e de uma só essência e de um poder só, pois é de um só
Deus que esses graus, formas e aspectos são reconhecidos com o nome de Pai,
Filho e Espírito Santo.” Extraído do artigo SEITAS MODALISTAS, de
Marcelo de Oliveira Lima, disponível em: http://www.palavraprudente.com.br/prudente/estudos/modalistas.html]
3. O arianismo. É o nome da doutrina formulada por Ário e do
movimento que ele fundou em Alexandria, Egito, no ano 318. Sua doutrina
contrariava a crença ortodoxa seguida pelas igrejas desde o período apostólico.
Ário ensinava que o Senhor Jesus não era da mesma substância do Pai; era
criatura, criado do nada, uma classe divina de natureza inferior, nem divina
nem humana, uma terceira classe entre a deidade e a humanidade. A palavra de
ordem de seus seguidores era: "Houve tempo em que o Verbo não existia".
Mas o ensino bíblico sustentado pelas igrejas desde o princípio afirma que o
Filho é eterno (Is 9.6), pois transcende a criação: "E ele é antes de
todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele" (Cl 1.17). [Comentário: O
Arianismo vem de Arius, ou Ário, um professor do início do século 4 D.C. Um dos
assuntos mais antigos e provavelmente mais importante a ser debatido entre os
cristãos da antiguidade foi a questão da divindade de Cristo. Era Jesus
verdadeiramente Deus em carne ou era Jesus um ser criado? Era Jesus Deus ou
apenas como Deus? Arius defendia a ideia de que Jesus foi criado por Deus como
o primeiro e mais importante ato da Criação. O Arianismo, então, é a crença de
que Jesus era um ser criado com atributos divinos, mas não era divindade em Si
mesmo. O Arianismo engana-se ao interpretar referências sobre Jesus estando
cansado (João 4:6) e Jesus não sabendo a data do Seu retorno (Mateus 24:36).
Sim, é difícil compreender como Jesus poderia estar cansado e/ou não saber
algo, mas dizer que Jesus era um ser criado não é a resposta. Por favor leia o
nosso artigo sobre a união hipostática para uma explicação sobre esses
assuntos. Jesus era completamente Deus, mas também era completamente humano.
Jesus não se tornou um ser humano até a sua encarnação. Portanto, as limitações
de Jesus como um ser humano não têm nenhum impacto em sua natureza ou
eternidade divina. A segunda má interpretação do Arianismo é o significado de
“primogênito” (Romanos 8:29; Colossenses 1:15-20). Os arianos interpretam
“primogênito” nesses versículos como se dissessem que Jesus “nasceu” ou foi
“criado” como o primeiro ato de Criação. Esse não é o caso. Jesus mesmo
proclamou a sua auto-existência e eternidade (João 8:58; 10:30). João 1:1-2 nos
diz que Jesus “estava com Deus”. Nos tempos bíblicos, o filho primogênito de
uma família ocupava uma posição de grande honra (Gênesis 49:3; Êxodo 11:5;
34:19; Números 3:40; Salmos 89:27; Jeremias 31:9). É neste sentido que Jesus é
o primogênito de Deus. Jesus é o membro preeminente da família de Deus. Jesus é
o ungido, o “Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe
da Paz” (Isaías 9:6). Jesus não “nasceu”, na verdade, Ele se tornou o Senhor
sobre toda a criação como o “primogênito” de Deus. Depois de mais ou menos um
século de debates em vários conselhos da igreja primitiva, a Igreja Cristã
oficialmente denunciou o Arianismo como uma doutrina falsa. Desde então, o
Arianismo nunca mais foi aceito como uma doutrina viável da fé Cristã. No
entanto, o Arianismo nunca morreu, mas tem continuado pelos séculos de várias
formas diferentes. As Testemunhas de Jeová de hoje defendem uma posição
parecida com a dos arianos em relação à natureza de Cristo. Assim como a igreja
primitiva, precisamos renegar quais ataques na divindade do nosso Senhor e
Salvador, Jesus Cristo. Extraído de: O que é Arianismo? Disponível
em:https://www.gotquestions.org/Portugues/Arianismo.html]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Arianismo
Heresia fermentada por um presbítero do 4° século
chamado Ário. Negando a divindade de Cristo, ensinava ele ser Jesus o mais
elevado dos seres criados, Todavia, não era Deus. Por este motivo, seria
impropriedade referir-se a Cristo como se fora um ente divino.
Para fundamentar seus devaneios doutrinários,
buscava desautorizar o Evangelho de João por ser o propósito desta Escritura,
justamente, mostrar que Jesus Cristo era, de fato, o Filho de Deus. Os ensinos
de Ário foram condenados no Concílio de Níceia em 325 (ANDRADE, Claudionor
Corrêa de. Dicionário Teológico, 8.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 52).
IV. RESPOSTAS
ÀS OBJEÇÕES ACERCA DA TRINDADE
1. Esclarecimento. Os unicistas modernos pregam que a doutrina da Trindade é
uma invenção do Concílio de Niceia, por ordem de um imperador romano pagão. Mas
esses movimentos estão equivocados, pois mais de cem anos antes Tertuliano já
havia formulado a doutrina da Trindade. Além disso, o tema do referido
Concílio, o Filho, reafirma a deidade de Jesus e a sua consubstancialidade com
o Pai. O Credo não traz informação alguma sobre o Espírito Santo. O documento
aprovado em Niceia tornou-se ponto de partida, ao invés de ponto de chegada. A
controvérsia prosseguiu por duas razões principais: a volta do arianismo e a
indefinição sobre o Espírito Santo. [Comentário: história
do unicismo moderno (o retorno da velha heresia sabeliana) Essa doutrina surgiu
em uma reunião pentecostal das igrejas Assembléias de Deus realizada em abril
de 1913, em Arroyo Seco, nos arredores de Los Angeles, na Califórnia, numa
cerimônia de batismo. O preletor, R. E. McAlister, disse que os apóstolos
batizavam em nome do Senhor Jesus e não em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo, e quando as pessoas ouviram isso ficaram atônitas. McAlister foi
notificado que seu ensino possuía elementos heréticos. Ele tentou esclarecer
sua prédica, mas ela já havia produzido efeito. Um de seus ouvintes era John
Sheppe que após aquela mensagem, passou uma noite em oração, refletindo a
mensagem de McAlister e concluiu que Deus havia revelado o batismo verdadeiro
que seria somente em nome de Jesus. Também Franck J. Ewart, australiano, adotou
essa doutrina e em 15 de abril de 1914 levantou uma tenda em Belvedere, ainda
nos arredores de Los Angeles, e passou a pregar sobre a fórmula batismal de
Atos 2.38. Comparando com Mt 28.19, chegou à conclusão de que o nome de Deus
seria então somente o nome Jesus. É verdade que o batismo somente no nome de
Jesus era praticado por pastores pentecostais como Howard Goss e Andrew Urshan,
mas foi somente com Franck J. Ewart que o batismo em nome de Jesus desenvolveu
teor teológico próprio. Assim, em 15 de abril de 1914, Franck J. Ewart e Glenn
Cook se batizaram mutuamente com a nova fórmula. Esse movimento começou então a
crescer em cima dessa polêmica e ficou conhecido por vários nomes como: Nova
Questão, movimento Somente Jesus, o Nome de Jesus, Apostólico, ou
Pentecostalismo Unicista. A essência da doutrina unicista é a centralização no
nome de Jesus. Os teólogos unicistas entendem que a expressão em nome, de
Mateus 28.19 referindo ao Pai, Filho e Espírito Santo são apenas nomes
singulares de Jesus. Assim, o que parecia ser apenas uma polêmica referente à
fórmula batismal resultou na negação da doutrina da Trindade. Os unicistas não
aceitam a pluralidade de pessoas na unidade Divina, qualquer referência à ideia
de Trindade eles interpretam como sendo várias manifestações de Deus ou de
Jesus. Logo não são contra a Trindade pelo fato de não crer que Jesus seja
Deus, mas ironicamente pelo fato de crer que Deus é só Jesus.
Principais grupos unicistas modernos
-Igreja Evangélica Voz da Verdade (IEVV);
-Igreja Só Jesus;
-Igreja Local (Witness Lee);
-Adeptos do Nome Yehoshua e Suas Variantes;
-Tabernáculo da Fé;
-A Voz da Pedra Angular (Willian Soto Santiago);
-Ministério Internacional Creciendo en Gracia;
-Igreja Cristo Vive (do apostolo Miguel Ângelo);
-Pentecostal Novo Nascimento em Cristo e outras. Extraído
de:http://www.cacp.org.br/igreja-voz-da-verdade-uma-seita-unicista/]
2. A definição de
Tertuliano. Ele foi o
neologista da Igreja que criou o termo "Trindade", na seguinte
declaração: "Todos são um, por unidade de substância, embora ainda esteja
oculto o mistério da dispensação que distribui a unidade numa Trindade,
colocando em sua ordem os três. Pai, Filho e Espírito Santo; três contudo, não
em essência, mas em grau; não em substância, mas em forma; não em poder, mas em
aparência; pois eles são de uma só substância e de uma só essência e de um
poder só, já que é de um só Deus que esses graus e formas e aspectos são
reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito Santo (Contra Práxeas, II). Um
só Deus, portanto, a essência, a substância e o poder são um só; mas a
diferença está no grau, na forma e na aparência que chamamos de
"pessoas" (Mt 28.19). [Comentário: ‘Neologista’ = aquele que faz uso
ou é simpatizante de neologismos; neologizante, neólogo. Neologismo é o
processo de criação de uma nova palavra na língua devido à necessidade de
designar novos objetos ou novos conceitos ligados às diversas áreas. Com exímio
uso do latim, Tertuliano foi o primeiro a usar o termo Trinitas para designar a
Trindade. Expôs também a tese de que o Pai e o Filho eram da mesma substância.
Antecipou-se em um século ao Símbolo de Nicéia. Tertuliano escreve “antes de
todas as coisas, Deus estava sozinho, sendo Ele seu próprio universo. Ele
estava sozinho, entretanto, no sentido em que não havia nada de externo a Ele,
pois mesmo então Ele não estava realmente sozinho, já que Ele tinha consigo
aquela Razão que Ele possuía em Si mesmo, isto é, sua própria Razão”. (Tertuliano:
Adversus Prax. 5). Em outra passagem ele tenta explicar, mais claramente
que os seus antecessores, o ser-outro ou a individualidade desta razão imanente
ou verbo. Ele explica que a racionalidade ou o discurso, por meio do qual o
homem cogita e faz planos é, de uma certa maneira, um “outro” e um “segundo” no
homem, e assim é com o Verbo divino, com o qual Deus raciocina desde toda a
eternidade e que constitui “um segundo para consigo”http://pensandoteologia.blogspot.com.br/2010/03/tertuliano-e-doutrina-da-trindade.html.]
3. Formulação definitiva da
Trindade. Isso só aconteceu
no Concílio de Constantinopla em 381, com base nos trabalhos de Atanásio que
combateram os arianistas e também os grupos contrários à doutrina do Espírito
Santo, como os pneumatomacianos e os tropicianos; e com base nas obras dos
chamados pais capadócios: Basílio de Cesareia, Gregório de Nissa e Gregório de
Nazianzo. O Credo Niceno-Constantinopolitano reafirma o Credo de Niceia e
define a divindade do Espírito Santo, estabelecendo de uma vez por todas a
doutrina da Santíssima Trindade. [Comentário: Do site Wikipédia temos: “O Primeiro Concílio de
Constantinopla se realizou em 381, foi debatida a natureza de Cristo e o
arianismo. Sendo este o primeiro Concílio Ecumênico realizado em
Constantinopla, foi convocado de forma cesaropapista por Teodósio I em 381. O
concílio aprovou o Credo niceno-constantinopolitano, e tratou de outros
assuntos teológicos. O concílio reuniu-se na Igreja de Santa Irene de maio a
julho de 381. É reconhecido como o segundo concílio ecumênico pela Igreja
Católica, Nestoriana, Ortodoxa e uma série de outros grupos cristãos.”https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeiro_Conc%C3%ADlio_de_Constantinopla.
O Concílio de Constantinopla (381) foi convocado pelo imperador Teodósio I, que
no ano anterior havia oficializado o cristianismo católico e trinitário como a
religião do Império Romano. Esse concílio coroou de uma vez por todas os
esforços de Atanásio e dos três capadócios ao condenar todos os tipos de
subordinacionismo e sabelianismo (modalismo). Revisou o Credo do Nicéia,
tornando mais claras certas expressões e acrescentando um terceiro artigo sobre
o Espírito Santo e a igreja. Esse importante documento ficou conhecido na
história como Credo Niceno ou Niceno-Constantinopolitano. Os pneumatomacianos
ou macedonianos negavam a divindade do Espírito Santo. Os chamados pais
capadócios (Basílio de Cesaréia, Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa)
foram importantes pensadores cristãos dominaram o cenário teológico na segunda
metade do 4° século e trabalharam juntos para tornar vitoriosa a fé nicena.
Eram amigos de Atanásio e desenvolveram o seu pensamento teológico. Eles
criaram as fórmulas que tornaram possível o consenso da maior parte dos
teólogos orientais em torno da questão trinitária. Tomaram para si a tarefa de
definir mais claramente a unidade e a diversidade existentes na Divindade,
inclusive a terminologia adequada para isto, ou seja, de que em Deus há três
hipóstases (subsistências individuais) e apenas uma “ousia” ou essência divina.
Todos os três viveram na Capadócia, a região orienral da Ásia Menor, parte da
moderna Turquia.]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Concílio de Niceia e de
Constantinopla
Primeiro concílio ecumênico da história. Convocado
pelo imperador Constantino, em 325, teve como objetivo solucionar os problemas
que dividiam a cristandade. Problemas esses causados pelo arianismo. Buscando
reafirmar a unidade da Igreja, os participantes do concílio redigiram uma
confissão teológica, confirmando a ortodoxia doutrinária do Cristianismo.
Em 381, reuniram-se em Constantinopla 150 bispos, a
pedido do imperador Teodócio l, com o objetivo de confirmar a unidade da igreja
no Oriente. Terminado os trabalhos, aquele segmento da cristandade livrava-se
de mais de meio século de domínio ariano" (ANDRADE, Claudionor Corrêa de.
Dicionário Teológico. 8.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, pp. 88,89).
CONCLUSÃO
Diante do exposto, está claro que a doutrina da
Trindade é bíblica e está presente desde o Gênesis até o Apocalipse. [Comentário: Podemos
considerar a doutrina da Trindade um dos pilares do cristianismo ortodoxo. No
entanto, pelo menos no contexto brasileiro, demonstramos pouca consideração e
há até mesmo um desconhecimento acerca dela. A razão disso talvez seja o
pragmatismo que a religião brasileira tem como base. As pessoas só se
interessam por aquilo que entendem que pode ser útil para sua vida. Elas querem
coisas práticas e estão enjoadas de teoria. Esse é justamente o motivo pelo
qual não gostam de estudar teologia. Por aqui vale mais as “experiências” com
Deus, relegando a teoria ao esquecimento. Com esta pequena teoria apresentada,
podemos compreender que Deus nos é revelado como Pai, Filho e Espírito Santo,
cada um com atributos pessoais distintos, mas sem divisões de natureza,
essência ou ser. E por que é importante conhecer e crer assim? Assim como no
início do cristianismo, a Trindade tem sido motivo de controvérsias. Até para
Trinitaristas, uma compreensão nebulosa, pode levar a uma falsa adoração. Este
estudo é pouco para compreendermos o assunto, ele está mais para uma exortação
à pesquisa. Como sugestão, ficam os links citados, visite-os e leia-os.] “Ora,
àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos
irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória. Ao único Deus sábio,
Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o
sempre. Amém”. (Judas 24-25)
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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