SUBSÍDIO I
O Senhor e Salvador Jesus Cristo
Jesus de Nazaré é a pessoa mais
importante que existiu no mundo. Ele veio em forma de uma criança, cresceu na
graça e no conhecimento, diante de Deus e dos homens. Jesus iniciou o seu
ministério com doze discípulos, pregando o Reino de Deus por toda a Antiga
Palestina. É impossível alguém ficar indiferente em relação ao seu ministério.
Se os nossos alunos o conhecerem como descrevem as Escrituras, “rios de águas
vivas fluirão do seu interior”.
Jesus chamado “Cristo”
Jesus (que quer dizer “o
salvador”) é o “Messias” de Israel, isto é, o ungido de Deus Pai para redimir o
povo de Israel e o “Cristo” para redimir o mundo: “Saiba, pois, com certeza,
toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez
Senhor e Cristo” (At 2.36). Jesus Cristo é o evento anunciado por João Batista:
“Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Nele, a
condenação eterna é apagada, as prisões psicológicas e emocionais são abertas.
Nossa natureza humana pecaminosa, egoísta e perversa é completamente
transformada.
O “Logos”
O Evangelho afirma que só há
verdadeira vida por intermédio do verbo vivo de Deus: Jesus Cristo, a vida
eterna que pulsa de Deus para nós. É vida verdadeira que dá conta de todas as
interrogações, questionamentos e dúvidas humanas. Mas o mundo não compreendeu o
significado dessa vida, desse verbo e desse sentido último (Jo 1.5).
Para descrever esse evento
extraordinário o apóstolo João usou um termo bem peculiar em o Novo Testamento,
Logos, que quer dizer “verbo” ou “palavra”. O apóstolo escreveu assim o
primeiro versículo no seu Evangelho: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo
estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1.1). Esse versículo descreve Jesus
como o início de todas as coisas e o significado último da vida: “Todas as
coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele,
estava a vida e a vida era a luz dos homens” (Jo 1.3,4). Segundo o Evangelho,
só há verdadeira vida por intermédio do verbo vivo de Deus: Jesus Cristo, a
vida que pulsa de Deus para nós. Só ele quem pode doar vida verdadeira. Só Ele
quem dá conta de todas as interrogações, questionamentos e dúvidas humanas. Mas
o mundo não compreendeu o significado dessa vida, desse verbo e desse sentido
último (Jo 1.5). Mas para nós, os que cremos, o servo Jesus é Senhor e Cristo.
Sejamos servos disponíveis no serviço, olhando sempre para o autor e consumador
da nossa fé.
Ensinador Cristão, Ano 18, nº
71, jul./set. 2017.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje estudaremos a respeito da
identidade do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Inicialmente destacaremos
sua natureza, ressaltando Sua deidade, senhorio, pré-existência e humanidade.
Em seguida, abordaremos os ofícios de Cristo, a partir do Antigo Testamento,
como Profeta, Sacerdote e Rei. E ao final, a obra que o Senhor Jesus realizou,
em Sua morte, ressurreição e ascensão.
1. A NATUREZA DE CRISTO
Deidade – Ele é o Filho de Deus em sentido único,
a) Ele tinha consciência de sua deidade (Mt. 3.17; 4.3; 16.15-17; 26.63-65); b)
fez reivindicações a respeito (Jo. 16.28; 20.21; Mt. 11.27; Jo. 17.25; 14.9-11;
Mt. 18.20; Mc. 2.5-10; Jo. 6.39,40, 54; 11.25; 10.17,18; Jo. 5.22; Mt.
25.31-46); c) demonstrou autoridade divina nos seus ensinamentos (Mt. 7.24); d)
impecabilidade de sua alma (Jo. 8.46); e) testemunho dos discípulos (Mt. 28.19;
Jo. 1.1-3; 20.28; At. 2.33,36; 4.125.31; 10.42; Tt. 2.3; Cl. 2.9; 1.17; II Co.
13.14). Pre-existência – Ele é o Logos, a Palavra, que expressa o poder, a
inteligência e a vontade Deus (Jo. 1.1,14; Hb. 1.3; Cl. 1.5); Senhorio – Ele é
chamado de kurios, é exaltado na eternidade (Fp. 2.9; At. 2.36; 10.36; Rm.
14.9; Ap. 1.5), soberano (I Co. 6.20; II Co. 5.15). Humanidade – Ele é o Filho
do homem, designado como participante da natureza e das qualidade humanas, e
como sujeito às fraquezas humanas (Mc. 2.10; 2.28; Mt. 8.20; Lc. 19.10); por um
ato milagroso, o Verbo se faz carne (Jo. 1.14), tendo nascido de uma virgem
(Is. 7.14; At. 1.9; Rm. 8.34). Jesus é o Unigênito – monogenés no grego – o
único de um tipo, por isso, como diz o Credo Niceno, cremos “em um só Senhor
Jesus Cristo, Filho de Deus, o Unigênito do Pai, que é da substância do Pai,
Deus de Deus, Luz de Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não
feito, de uma só substância com o Pai”.
2. OS
OFÍCIOS E A IDENTIDADE DE CRISTO
Na época do Antigo Testamento havia três classes de
mediadores entre Deus e o povo: o profeta, o sacerdote e o rei. Como perfeito
mediador (I Tm. 2.5), Cristo reúne esses três ofícios: 1) Profeta – revelando a
vontade de Deus em relação ao presente e ao futuro (Mc. 6.15; Jo. 4.19; 6.14;
9.17; Mc. 6.4; 1.27): a) da salvação (Lc. 19.41-44; Mt. 26.52); b) do reino
(Mt. 4.17; Mt. 13); do futuro (Mt. 24,25); 2) Sacerdote – consagrado para
representar o homem diante de Deus e para oferecer dons e sacrifícios (Hb.
2.14-16; Ef. 1.6); 3) Rei – em Cristo repousa o governo perfeito, em uma
perspectiva escatológica (Is. 11.1-9; Sl. 72; Mt. 25.31) e nos dias atuais (Jo.
18.36; Mt. 28.18; Ap. 3.21; Ef. 1.20-22). Quando afirmamos que “Jesus é o
Senhor”, sendo esta uma das primeiras confissões de fé do cristianismo,
reconhecemos que Ele tem domínio sobre nossas vidas. Existem muitas pessoas que
querem um Cristo apenas Salvador, mas se negam a obedecer Sua palavra, e a se
submeter ao Seu senhorio. Por ser Ele Senhor, devemos nos dobrar diante dEle,
antecipando o que acontecerá no futuro, quando todo joelho se curvará perante
Ele (Fp. 2.10). A obediência a Cristo é também uma demonstração de amor, pois
todos aqueles que obedecem aos Seus mandamentos demonstram que O amam (Jo.
14.21). Na verdade, os mandamentos de Cristo não são pesarosos, pois Seu jugo é
suave, e Seu fardo é leve (Mt. 11.28-30).
3. A OBRA SALVÍFICA DE CRISTO
Cristo realizou muitas obras, a suprema foi a de
morrer pelos pecados do mundo (Mt. 1.21; Jo. 1.29), incluindo nela, a
ressurreição e ascenção (Rm. 8.34; 4.25; 5.10). 1) Morte – é uma doutrina
de importância central do Novo Testamento (I Co. 15.3; Hb. 5.9); 2)
Ressurreição – é um fato milagroso, cujo significado remete à sua deidade (Rm.
1.4), e à libertação dos pecados (Rm. 8.34; Hb. 7.25), nos dando a certeza da
imortalidade (I Ts. 4.14; II Co. 4.14; Jo. 14.19; At. 17.31); 3) Ascensão – Ele
é o Cristo que subiu ao céu (At. 1.9); para preparar o caminho (Jo. 12.26) para
o fim da separação entre Cristo e sua Igreja na terra; mesmo que, em sentido
espiritual, ela esteja sentada nos lugares celestiais com Cristo (Ef. 2.6), até
o dia em que ocorrerá a ascensão literal da igreja (I Ts. 4.17; I Co. 15.52);
Ele intercede por nós (Rm. 8.34; Hb. 7.25; I Jo. 2.1). A abra de Cristo foi
concretizada através da encarnação do Verbo, pois através dela Ele assumiu a
forma humana, esvaziando-se da Sua glória, não da sua divindade (Fp. 2.8,9).
Cristo nunca deixou de ser Deus, mesmo sendo homem, nEle habitava corporalmente
a plenitude da divindade (Cl. 2.9). O ato da encarnação se fez necessário
porque Jesus precisava se tornar sujeito ao pecado, ainda que nunca tivesse
pecado (Rm. 8.3). E por ser plenamente humano (I Tm. 2.5), Ele se identifica
conosco, inclusive em nossas tentações, pois temos um Deus que foi tentado em
tudo (Hb. 4.15). Por esse motivo, sabemos que Ele conhece nossa estrutura, e
sabe que somos pó (Sl. 113.14).
CONCLUSÃO
O Senhor Jesus Cristo é o eterno Filho de Deus. As
Escrituras declaram: a) seu nascimento virginal (Mt. 1.23; Lc. 1.31,35); b) Sua
vida impecável (Hb. 7.26; I Pe. 2.22); c) Seus milagres (At. 2.22; 10.38); d)
Sua obra vicária sobre a cruz (I Co. 15.2; II Co. 5.21); e) Sua ressurreição
corporal dentre os mortos (Mt. 28.6; Lc. 24.39; I Co. 15.4); e f) Sua exaltação
à mão direita de Deus (At. 1.9,11; 2.33; Fp. 2.9-11; Hb. 1.3).
Prof. Ev. José
Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog
subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
Há inúmeros pontos
da cristologia dignos de ocupar a mente e o coração de todos os seres humanos.
O nosso espaço aqui é exíguo para um estudo completo. Temos de nos contentar
com alguns pontos relevantes sobre a verdadeira Identidade de Jesus. A provisão
do Antigo Testamento sobre a obra redentora de Deus em Cristo é rica em
detalhes. Os escritores do Novo Testamento reconhecem a presença e a obra de
Cristo na história da redenção, nas suas instituições e festas. O nosso enfoque
aqui é a verdadeira identidade Jesus. [Comentário: “Quem dizeis que eu sou?” (Mt 16.15). Pedro confessou Jesus
como o “Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16) João falou de Jesus como “o
Verbo” que se fez carne (Jo 1.14). Paulo descreve Jesus não só como “a imagem
do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1.15), mas também como
“Cristo Jesus, homem” (1Tm 2.5). Da mesma forma, o autor de Hebreus identifica
Jesus tanto como “o resplendor da glória de Deus” (Hb 1.3) e aquele que
participou da carne e do sangue (2.14). Depois de tocar em Cristo, Tomé
memoravelmente afirmou Jesus como seu “Senhor” e seu “Deus” (Jo 20.28). No
Antigo Testamento, Isaías teve uma visão de Cristo em que ele o chama de “o
Rei, o Senhor dos Exércitos” (Jo 12.41; ver Is 6.5), mas também é chamado de o
Rei, o servo do Senhor que tinha “nenhuma beleza havia que nos agradasse” (Is
53.2). Cristologia é o estudo sobre Cristo; é uma parte da teologia cristã que
estuda e define a natureza de Jesus, a doutrina da pessoa e da obra de Jesus Cristo,
com uma particular atenção à relação com Deus, às origens, ao modo de vida de
Jesus de Nazaré, visto que estas origens e o papel dentro da doutrina de
salvação tem sido objeto de estudo e discussão desde os primórdios do
cristianismo. ‘Jesus’ quer dizer ‘YAHWEH é Salvador’; é a forma grega de
‘Josué’ (Mt 1.21). ‘Cristo’ quer dizer ‘Ungido’; é o mesmo que o termo hebraico
Messias.Toda a cristologia é digna de ocupar a mente e o coração de todos os
homens, não apenas ‘inúmeros pontos’, contudo, já que o espaço é pouco,
resta-nos uma pergunta a fim de resumir esta doutrina: Quem é Jesus Cristo? Ele
é a segunda pessoa da Trindade. Através dele o universo foi criado e tem a
garantia de sua existência (Jo 1.3; Cl 1.16-17). Ele é o Anjo do Senhor que
aparece no Antigo Testamento (Gn 18). Esvaziou-se da sua glória e se humilhou,
tomando a forma de ser humano (Fp 2.6- 11). Ele é o Deus Encarnado; Foi
certamente uma coisa maravilhosa para Deus vir para dentro do homem e nascer da
humanidade por meio de uma virgem. O nosso Deus tornou-se um homem! Na criação,
Ele era o Criador. Mas embora tivesse criado todas as coisas, Ele não entrou em
nenhuma das coisas que Ele criara. Mesmo ao criar o homem, Ele somente soprou o
fôlego de vida para dentro dele (Gn 2.7). Ele ainda estava fora do homem. Seu
sopro, de acordo com Jó 33.4, deu vida ao homem; entretanto, Ele próprio não
veio para dentro do homem. Até a encarnação, Ele estava separado do homem. Mas
com a encarnação, Ele pessoalmente entrou no homem. Ele foi concebido e então
permaneceu no ventre da virgem por nove meses, após o que Ele nasceu. Segundo
Romanos 8.3, Deus enviou Seu Filho ‘na semelhança da carne do pecado’.]
I. O FILHO
UNIGÊNITO DE DEUS
1. O Filho de
Deus. O apóstolo João explica o
motivo que o levou a escrever o seu evangelho com as seguintes palavras:
"Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho
de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome" (Jo 20.31). Temos
aqui dois pontos importantes. O primeiro é sobre a identidade de Jesus: Ele é o
Cristo e o Filho de Deus; o outro é o motivo dessa revelação, a redenção de
todo aquele que crê nessa verdade. É de toda importância saber o significado do
título "Filho de Deus". A profecia de Isaías anuncia: "Porque um
menino nos nasceu, um filho se nos deu" (Is 9.6). Note que o menino
nasceu, mas o Filho, segundo a palavra profética, não nasceu, mas "se nos
deu". O nascimento desse menino aconteceu em Belém, mas o Filho foi gerado
desde a eternidade (Jo 17.5,24), pois transcende a criação: "E ele é antes
de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele" (Cl 1.17). É como
disse Atanásio, em resposta aos arianistas, referindo-se à eternidade de Jesus:
"o Pai não seria Pai se não existisse o Filho". [Comentário: ‘Filho de Deus’ é o
título cristológico muitas vezes negligenciado, às vezes mal compreendido e
atualmente questionado. Embora a identidade de Jesus como ‘Filho de Deus’ seja
uma confissão de base para todo cristão, boa parte de sua importância é muitas
vezes negligenciada ou mal compreendida. ‘Àquele a quem o Pai santificou, e
enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus?’ (Jo
10.36). Jesus é chamado de 'ho huios tou theou', 'o Filho de Deus' e não 'theou
huios', um 'filho de Deus'. Jesus não é apenas "um filho de Deus",
mas "o Filho de Deus", o único (ver At 8.37; 9.20; 1Jo 4.15; 5.5; Jo
20.31); isso implica em igualdade em essência com Deus Pai e revelação completa
de Deus. “Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei e, segundo a nossa lei,
deve morrer, porque se fez Filho de Deus” (Jo 19.7). Por que o fato de se
afirmar como ‘Filho de Deus’ seria considerado blasfêmia e digno de uma
sentença de morte? Os líderes judeus entenderam exatamente o que Jesus quis
dizer com a expressão ‘Filho de Deus’. Ser ‘Filho de Deus’ é ser da mesma
natureza de Deus. O ‘Filho de Deus’ é “de Deus”. A afirmação em ser da mesma
natureza de Deus, e de fato “ser Deus” era blasfêmia para os líderes judeus;
então exigiram a morte de Jesus. Hebreus 1.3 expressa isto muito claramente: “O
qual (O Filho) sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua
pessoa...” Jesus não é Filho de Deus no sentido como concebemos um pai e um
filho. Deus não se casou e teve um filho. Jesus é Filho de Deus no sentido que
Ele é Deus manifestado em forma humana (Jo 1.1,14).]
2. Significado. O significado do termo "filho" nas Escrituras é
amplo, e uma das acepções diz respeito à mesma natureza do pai (Jo 14.8,9).
Quando Jesus se declarou Filho de Deus, Ele estava reafirmado sua divindade, e
os judeus entenderam perfeitamente a mensagem (Jo 5.17,18). O Mestre disse:
"Eu e o Pai somos um" (Jo 10.30). E, mais adiante, no mesmo debate
com os judeus, Jesus esclareceu o que significa ser Filho de Deus: "àquele
a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse:
Sou Filho de Deus?" (Jo 10.36). Alegar que Jesus não é Deus, mas o Filho
de Deus, como fazem alguns, é uma contradição. [Comentário: Esse nome é parte da
verdade bíblica de que Jesus Cristo é Deus, igual em todas as coisas ao Pai.
Embora muitos hoje neguem isso, mesmo os judeus incrédulos dos dias de Jesus
entenderam o que ele estava alegando. Quando ele se chamou de o ‘Filho de
Deus’, eles pegaram pedras para matá-lo por blasfêmia (Jo 8.59; Jo 10.30-42).
Eles entendiam muito mais que a maioria hoje. As seitas, a doutrina da
unicidade, e outros ensinos anti-trinitariamos leem o nome o ‘Filho unigênito
de Deus’ e nem mesmo reconhecem o que ele significa. Ele deveria ser a verdade
para eles, ou a mais horrível blasfêmia, pois o nome o ‘Filho unigênito de
Deus’ ensina sua divindade ainda mais poderosamente que o nome ‘Filho de Deus’.
Ele mostra que entre todos os filhos de Deus, Jesus é único, o Filho eterno e
natural de Deus. [...] Devemos entender que não somente esse nome é uma
tradução exata e literal do grego, mas é o nome com o qual a igreja de Cristo
tem defendido a verdade de sua divindade contra todos os inimigos. Ele não
deveria, portanto, ser tocado por aqueles que alegam estar retraduzindo a
Palavra de Deus mesmo que seus esforços sejam legítimos – embora não creiamos
que o sejam. Outro aspecto da grande verdade que Jesus é o Filho unigênito de
Deus é que sua filiação é a base e a razão para a nossa. Por essa razão, ele é
chamado também de o “primogênito” (Hb 1.6,12.23). Na Escritura o primogênito é
aquele que abre o ventre (Ex. 13.2). Como primogênito na família de Deus, Jesus
é aquele que abre o caminho do “ventre” da morte e da sepultura para todos os
seus irmãos, quando eles nascem de novo para a família de Deus como filhos e
filhas. Sem ele seríamos como filhos que na hora do parto não podem nascer.
Antecipando a sua obra como primogênito, todo primogênito era especialmente
dedicado a Deus no Antigo Testamento. Fonte (original): Doctrine according to Godliness,
Ronald Hanko, Reformed Free Publishing Association, p. 124-125.]
3. Significado de
"unigênito" (v.14b). A etimologia do
termo "unigênito", monogenés, em grego, indica a deidade do Filho.
Essa palavra só aparece nove vezes no Novo Testamento, sendo três em Lucas
(7.12; 8.42; 9.38), uma em Hebreus (11.17) e as outras cinco em referência a
Jesus nos escritos joaninos (Jo 1.14,18; 3.16,18; 1Jo 4.9). O vocábulo vem de
monos, "único", e de genes, que nos parece derivar de genós,
"raça, tipo", e não necessariamente do verbo gennao,
"gerar". Então, unigênito, quando empregado em relação a Jesus,
transmite a ideia de consubstancialidade. É exatamente o que declara o Credo
Niceno: "E [cremos] em um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, o
Unigênito do Pai, que é da substância do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz,
verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não feito, de uma só substância com
o Pai". [Comentário: O termo ‘filho unigênito’ ocorre em João 3.16: ‘Porque
Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna’ (NVI). A expressão
"unigênito" é a tradução da palavra grega monogenes. Ele não é um ser
criado em Sua natureza divina como Filho. O Filho uniu-se à carne criada de
Jesus Cristo. A Bíblia não propõe um Arianismo. Jesus não é o primeiro ser
criado – pelo contrário, Ele é o único Ser auto-suficiente; o Deus sempiterno,
infinito e ilimitado. Como os outros nomes de Cristo, esse não é um nome que
pode ser confessado de maneira abstrata. A única forma de eu confessar esse
nome é dizer que o Filho unigênito de Deus é meu Deus. E dizer que ele é meu
Deus é achar em sua divindade, como ela é expressa de maneira única nesse nome,
um fundamento seguro para crer nele e esperar em sua misericórdia. No site Got
Questions?Org Temos o seguinte: “É este último termo ("unigênito")
que causa problemas. Falsos mestres têm se agarrado a essa expressão para
tentar provar a sua falsa doutrina de que Jesus Cristo não é Deus, isto é, que
Jesus em sua essência não é igual a Deus como a Segunda Pessoa da Trindade.
Eles veem a palavra "unigênito" e dizem que Jesus é um ser criado
porque só alguém que teve um início em um certo momento pode ser
"unigênito". O que essa teoria deixa de destacar é que
"unigênito" é uma tradução de uma palavra grega. Como tal, temos de
avaliar o significado original da palavra grega, e não transferir o significado
da nossa língua ao texto. Então, o que monogenes significa? De acordo com o
Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature
(Léxico Grego-Inglês do Novo Testamento e outra Literatura Cristã Primitiva, 3ª
Edição), monogenes tem duas definições primárias. A primeira definição diz
respeito a "ser o único de seu tipo dentro de um relacionamento
específico." Este é o significado ligado ao seu uso em Hebreus 11:17,
quando o escritor se refere a Isaque como o "filho unigênito" de
Abraão. Abraão tinha mais de um filho, mas Isaque era o único filho que tinha
com Sara e o único filho da aliança. A segunda definição diz respeito a
"ser o único de sua espécie ou classe, único no gênero." Este é o
significado implícito em João 3:16. Na verdade, João é o único escritor do Novo
Testamento que usa esta palavra em referência a Jesus (veja João 1:14, 18;
3:16, 18; 1 João 4:9). João estava mais preocupado em demonstrar que Jesus era
o Filho de Deus (João 20:31), e usa esta palavra para destacar Jesus unicamente
como o filho de Deus – compartilhando da mesma natureza divina que Deus – ao
contrário de crentes que são filhos e filhas de Deus através da fé. No fim das
contas, termos como "Pai" e "Filho", descritivos de Deus e
Jesus, são termos humanos utilizados para nos ajudar a compreender a relação
entre as diferentes pessoas da Trindade. Se você puder entender a relação entre
um pai humano e um filho humano, então você pode entender, em parte, a relação
entre a Primeira e a Segunda Pessoa da Trindade. A analogia se desmorona se
você tentar ir longe demais e ensinar, como algumas seitas cristãs (tais como
as Testemunhas de Jeová), que Jesus era literalmente "unigênito", no
mesmo sentido que "gerado" ou "criado" por Deus Pai.” O que
significa que Jesus é o unigênito Filho de Deus?, disponível em:
https://www.gotquestions.org/Portugues/filho-unigenito.html]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Unigênito
Monogenes é usado cinco vezes, todas nos escritos do
apóstolo João, acerca de Jesus como o Filho de Deus; em Hebreus 11,17 é
traduzido por "unigênito", sobre a relação de Isaque com Abraão.
Com referência a Jesus, a frase 'o Unigênito do Pai'
(Jo 1.14), indica que, como o Filho de Deus, Ele era o representante exclusivo
do Ser e caráter daquele que o enviou. No original, o artigo definido está
omitido tanto antes de 'Unigênito' quanto antes de 'Pai', e sua ausência em
cada caso serve para enfatizaras características referidas nos termos usados. O
objetivo do apóstolo João é demonstrar que tipo de glória ele e seus
companheiros apóstolos tinham visto. Sabemos que ele não está fazendo somente
uma comparação com as relações terrenas, pela indicação da preposição para, que
significa 'de, proveniente de', A glória era de uma relação única e a palavra
'Unigênito' não implica um começo de Sua filiação. Sugere, de fato, a relação,
mas esta deve ser distinguida da geração conforme é aplicada aos homens.
Podemos apenas entender corretamente o termo
'unigénito' quando usados para se referir ao Filho, no sentido de relação não
originada. *A geração não é um evento no tempo, embora distante, mas um fato
independente do tempo. O Cristo não se tornou, mas necessariamente é o Filho.
Ele, uma Pessoa, possui todos os atributos da deidade pura. Isto torna
necessário a eternidade, o ser absoluto; sobre este aspecto Ele não é 'depois'
do Pai’” (Dicionário Vine: O
significado exegética e expositivo das palavras do Antigo e do Novo Testamento.
14,ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, p. 1045).
II. A DEIDADE
DO FILHO DE DEUS
1. O Verbo de Deus
(Jo 1.1). O "Verbo" é a
Palavra, do grego Logos. O termo "Deus" aparece duas vezes nessa
passagem, uma delas em referência ao Pai: "e o Verbo estava com
Deus". Aqui temos uma indicação do relacionamento intratrinitariano, ou
seja, entre a Trindade, antes mesmo da fundação do mundo. A preposição grega
pros, usada para "com" nessa segunda cláusula, diz respeito ao plano
de igualdade e intimidade, face a face, além de mostrar a distinção entre o Pai
e o Filho, um golpe mortal contra o sabelianismo. A segunda referência, "e
o Verbo era Deus", aponta para o Filho. Não se trata de acréscimo de mais
um Deus aqui, posto que ao apóstolo foi revelado, pelo Espírito Santo, que o
Verbo divino está incluído na essência una e indivisível da Deidade, embora
seja Ele distinto do Pai (Jo 8.17,18; 2 Jo 3). Da mesma forma, o apóstolo Paulo
transmitiu essa verdade, ao dizer que "para nós há um só Deus, o Pai, de
quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são
todas as coisas, e nós por ele" (1Co 8.6). Trata-se do monoteísmo cristão.
[Comentário: Ele é o Verbo que está com Deus desde o princípio. Isto
significa que Ele é eterno. Ele também é o Criador e tem o poder de criar do
nada. Sua capacidade de criar prova Sua Onipotência. Seus atributos são os
mesmos de Deus porque Ele é Deus. Em João 1.1, Jesus é descrito com atributos
de eternidade. Podemos dizer: No princípio era a Autoexpressão de Deus. No
princípio, Deus expressou a si mesmo. No princípio era a Autoexpressão de Deus,
e tal Autoexpressão estava com Deus; o companheiro de Deus; e a Autoexpressão
era Deus; o próprio ser de Deus. Explicando o termo ‘sabelianismo’, a Wikipédia
traz o seguinte: “Sabelianismo (também conhecido como modalismo,
patripassianismo, unicismo, monarquianismo modalista ou monarquianismo modal) é
a crença unicista de que Deus se manifestou em carne (João 1:1; João 1:18) e
não três pessoas distintas. O termo sabelianismo deriva de Sabélio, um padre e
teólogo do século III d.C. e defensor da tese. Ele foi um discípulo de Noeto,
motivo pelo qual os seguidores desta crença são chamados nas fontes patrísticas
de noecianos. Já Tertuliano batizou-a de patripassianismo”
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sabelianismo. Don Carson afirma: “Este que se torna
carne, que toma identidade humana, é um com Deus, o agente do próprio Deus na
Criação, o próprio ser de Deus. Até mesmo o termo “Verbo” é uma escolha
interessante, não é? Como você pensa sobre… Como você pensa sobre Jesus? Qual
título é adequado para ele? Posso imaginar a mente de João passando por vários
títulos, nomes, expressões que poderiam ser usadas. E ele se lembra, por
exemplo, que no Antigo Testamento lemos constantemente: “A Palavra do Senhor
veio ao profeta dizendo…” Então Deus mostrou a si mesmo em revelação. Ele pode
ter se lembrado do Salmo 33: Deus falou e algo veio à existência, pela palavra
do Senhor os céus foram criados. A Palavra de Deus na Criação. Mesmo a Palavra
de Deus em salvar e transformar pessoas. Deus envia sua Palavra e os cura, de
acordo com os Salmos. Todas essas coisas que a Palavra de Deus executa, ele
revela, ele cria, ele transforma, e João pensa: “Sim, esta é a expressão
apropriada. Isso resume tudo o que Jesus é”. Ele é a Autoexpressão de Deus. Ele
está com Deus no princípio. Deus é um, e ainda assim há uma complexidade nele
desde o princípio. Este Verbo é próprio companheiro de Deus, e é o próprio
Deus.” Por:
Don Carson. Copyright The Gospel Coalition, Inc. Original: The God Who is
There: Part 7. The God Who Becomes a Human Being Tradução: Alan Cristie. Revisão: Vinícius Musselman Pimentel. Editora Fiel © Todos
os direitos reservados. Original: O Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus –
D.A. Carson [O Deus Presente 7/14], Disponível no site VOLTEMOS AO EVANGELHO .]
2. Reações à divindade
de Jesus. É digno de nota que os
apóstolos João e Paulo, como os demais, eram judeus e foram criados num
contexto monoteístico. Portanto, não admitiam em hipótese alguma outra
divindade, senão só, e somente só, o Deus Javé de Israel (Mc 12.28-30).
Observemos que, a cada fala do Senhor Jesus a respeito de sua divindade, de sua
igualdade com o Pai, o próprio apóstolo João registra a reação dos judeus como
protesto (Jo 5.18; 8.58,59; 10.30-33). Mesmo assim, esses apóstolos não
hesitaram em declarar, com ousadia e abertamente, a deidade absoluta de Jesus
(Jo 20.28; Rm 9.5; Cl 2.9; Tt 2.13; 1Jo 5.20). [Comentário: Javé (em hebraico: )יהוה
— também é utilizada a forma Jeová (que foi formulada por modernistas por volta
do século XIV) e é uma adaptação de Javé (YAHWEH) — é um dos nomes de Deus na
Bíblia. A palavra Javé é uma convenção acadêmica para o hebraico ,יהוה
transcrito em letras romanas como YHWH, e conhecido como o Tetragrama, cuja
pronuncia e escrita correta são desconhecidas, as traduções do tetragrama de
hoje (destacando-se Javé) são errôneas pelo fato de não se conhecer a correta
tradução do tetragrama YHWH. O significado mais provável de seu nome seria
"aquele que traz à existência tudo que existe", porém existem
diversas teorias e nenhuma é tida como conclusiva.[
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jav%C3%A9] . O Novo Testamento não faz
dificuldade quanto ao fato de Jesus Cristo ser o Messias ou que o Messias é
Deus. Jesus declarou isso de Si mesmo, e os Apóstolos declaram isto sobre
Jesus, mesmo depois que Ele ascendeu aos céus, em todas as cartas do Novo
Testamento às igrejas. Negar isto é reinterpretar a mensagem da Bíblia sem ler
o próprio texto – como muitas pessoas que odeiam Cristo o fazem. Ler e negociar
claramente com o texto é ver a divindade de Jesus Cristo como único e
verdadeiro Deus. Assim como João, Paulo não confunde as palavras sobre Deus
tomar forma de homem ao dizer em 1 Timóteo 3.16 – “E, sem dúvida alguma, grande
é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no
Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima
na glória”. Quem se manifestou em carne? Foi Deus. Não foi um ser divino, mas o
próprio Deus. Deus assumiu a forma de servo. Ele propôs a Si mesmo uma nova
natureza que não tinha antes, uma natureza humana.
http://www.monergismo.com/textos/cristologia/jesus_deus.htm ]
3. O
relacionamento entre o Pai e o Filho. Os pais da Igreja
perceberam também que, além das construções tripartidas, do relacionamento
intratrinitariano e histórico-salvífico revelado nas Escrituras Sagradas, havia
ainda as construções bipartidas que identificam a mesma deidade no Pai e no
Filho. O Pai e o Filho aparecem no mesmo nível de divindade (Gl 1.1; 1Tm 6.13;
2 Tm 4.1). Essas expressões bipartidas provam que o Pai e o Filho são o mesmo
Deus, possuindo a mesma substância, mas são diferentes na forma e na função,
não em poder e majestade. Veja o seguinte exemplo: "Graça e paz de Deus,
nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo" (Rm 1.7). Os primeiros cristãos não
precisavam de explicações adicionais para compreender a divindade de Jesus em
declarações como essas (2 Pe 1.1). [Comentário: No relacionamento entre o Pai e o Filho é importante
descrever que as três pessoas da Trindade são distintas e cumprem papéis
diferentes em relação à criação e redenção. Porém, não há uma espécie de
hierarquia, ou cadeia de comando eterna no relacionamento intratrinitariano.
Não devemos confundir a ideia de distinção com submissão. Como todas as outras
ciências, na ciência da teologia alguns termos técnicos são necessários, mas.
deixando os termos pouco usuais “tripartidas, intratrinitariano,
histórico-salvífico, bipartidas” de lado, entendamos que a existência de três
Pessoas distintas na Deidade não significa que cada uma seja como que separada
das outras, assim como um ser humano é separado de outro. Embora os pronomes
singulares, Eu, Tu, e Ele sejam aplicados a cada uma das três Pessoas, os
mesmos pronomes singulares são aplicados ao Deus Triuno. O Pai, Filho e o
Espírito Santo podem ser distinguidos, mas eles não podem ser separados, pois
cada um possui a mesma substância ou essência idêntica. Uma Pessoa da Deidade
não existe sem as outras duas.]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A deidade de Cristo inclui sua coexistência no
tempo e na eternidade, com o Pai e o Espírito Santo. Conforme indica o prólogo
de João, o Verbo é eternamente preexistente, O uso do termo 'Verbo' (no grego,
Logos) é significativo, visto que Jesus Cristo é a principal expressão da
vontade divina. Ele não é somente o único Mediador entre Deus e a humanidade
(1Tm 2.5), mas foi também o Mediador na criação. Deus, falando, trouxe o
Universo à existência, através do Filho, a Palavra Viva. Porquanto, 'sem ele
nada do que foi feito [na criação] se fez' (Jo 1.3). Colossenses 1.15 diz que
Cristo é a 'imagem do Deus invisível'. E a passagem de Hebreus 1.1,2 também
proclama a grande verdade: Cristo é a mais completa e melhor revelação de Deus
à humanidade. Desde o começo, o Verbo foi a própria expressão de Deus, e
continua a demonstrá-lo. E então, 'vindo a plenitude dos tempos' (Gl 4.4), o
'Verbo se fez carne e habitou entre nós...' (Jo 1.14). Antes de manifestar-se à
humanidade dessa nova maneira, o Verbo esteve eternamente em existência como
aquEle que revela a Deus. É bem provável que as teofanias do Antigo Testamento
fossem, na realidade, 'cristofanias', visto que em seu estado preexistente, os
encontros com várias pessoas, pode revelar a vontade de Deus, estaria de pleno
acordo com seu ofício de Revelador" (MENZIES, William; HORTON, Stanley M.
Doutrinas Bíblica: Os fundamentos da nossa fé. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2010, p. 50).
III. A
HUMANIDADE DO FILHO DE DEUS
1. "E o Verbo
se fez carne" (Jo 1.14a). O prólogo do
Evangelho de João começa com a divindade de Jesus e conclui com a sua
humanidade. O Senhor Jesus Cristo é o verdadeiro Deus e o verdadeiro homem. A
sua divindade está presente na Bíblia inteira, de maneira direta e indireta,
nos ensinos e nas obras de Jesus, com tal abundância de detalhes que
infelizmente não é possível mencioná-los aqui por absoluta falta de espaço. A
encarnação do Verbo significa que Deus assumiu a forma humana. A concepção e o
nascimento virginal de Jesus (Is 7.14; Mt 1.123) são obra do Espírito Santo (Mt
1.20; Lc 1.35). Tal encarnação do Verbo é um mistério (1Tm 3.16). [Comentário: O Rev Hernandes Dias
Lopes escreve: “1. Jesus é verdadeiro Deus – Jesus é o verbo eterno. Ele
pré-existe à criação. Ele não teve origem, ele é a origem de todas as coisas.
Antes que todas as coisas viessem a existir, ele já existia eternamente em
comunhão com o Pai e com o Espírito Santo. Mesmo se fazendo homem, não deixou
de ser Deus. Ele não abdicou de sua divindade ao tabernacular-se entre nós.
Mesmo em seu estado de humilhação, revelou seus atributos divinos. Jesus não
foi a primeira criação de Deus como ensinava Ário de Alexandria no século
quarto e como prega ainda hoje a seita, “os Testemunhas de Jeová”. Na verdade,
Jesus é co-igual, co-eterno e consubstancial com o Pai. Ele é autoexistente e
imutável. Ele e o Pai são um. Jesus tem os atributos da divindade: ele é o
criador e sustentador da vida. Ele conhece todas as coisas e pode todas as
coisas. Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Ele foi
adorado como Deus. Ele reivindicou ser adorado como Deus. Ele realizou obras
milagrosas como Deus. Sua vida, seus ensinos e suas obras provam, de forma
irrefutável, sua divindade. 2. Jesus é verdadeiro homem – O verbo divino fez-se
carne. O eterno entrou no tempo. O infinito tornou-se finito. O senhor se fez
servo. Aquele que estava entronizado acima dos querubins foi desprezado pelos
homens. Aquele cujas hostes celestes adoravam sem cessar foi cuspido pelos seus
algozes. Aquele que é bendito eternamente fez-se maldição por nós e foi
traspassado na cruz pelas nossas iniquidades. Aquele que jamais conheceu pecado
foi feito pecado por nós. Aquele que nem os céus dos céus podem contê-lo
esvaziou-se e humilhou-se nascendo numa família pobre, num berço pobre, numa
cidade pobre e viveu como pobre, sem ter onde reclinar a cabeça. Ele foi
verdadeiro homem. Como homem foi sujeito a seus pais. Como homem aprendeu a
obedecer. Como homem sofreu cansaço, sede, fome e finalmente foi preso,
açoitado e pregado na cruz, onde morreu. Como homem ele se identificou conosco
e morreu a nossa morte para vivermos a sua vida. Se Jesus não fosse Deus não
poderia oferecer um sacrifício de valor infinito. Se não fosse homem não
poderia ser o nosso substituto. Porque é Deus e ao mesmo tempo homem pode ser o
mediador entre Deus e os homens. Porque é Deus- homem pôde fazer um sacrifício
perfeito, capaz de expiar a culpa de todo aquele que nele crê.” Jesus:
verdadeiro Deus, verdadeiro homem, Rev. Hernandes Dias Lopes, disponível em:
http://hernandesdiaslopes.com.br/portal/jesus-verdadeiro-deus-verdadeiro-homem/]
2. Características
humanas. Assim como as Escrituras
revelam a deidade absoluta de Jesus, da mesma forma elas ensinam que Ele é
plenamente homem: "Jesus Cristo, homem" (1Tm 2.5). Há abundantes e
incontestáveis provas de sua humanidade, ou seja, de que Ele nasceu, cresceu e
viveu entre nós. Seu nascimento é contado com detalhes nos dois primeiros
capítulos de Mateus e de Lucas. Ele cresceu em estatura física e intelectual
(Lc 2.52); e sentiu fome, sede, sono e cansaço (Mt 4.2; 8.24; Jo 4.6; 19.28). [Comentário: É importante ressaltar
que embora permanecesse em tudo divino, Cristo tomou sobre si uma natureza
humana com suas tentações, humilhações e fraquezas, porém sem pecado (vv. 7,8;
Hb 4.15) – enquanto homem, Ele não deixou de ser Deus. Jesus é Deus e Homem ao
mesmo tempo, eternamente, numa só Pessoa. Conforme disse o teólogo
contemporâneo J. I. Packer: “Temos aqui dois mistérios pelo preço de um - a
pluralidade de Pessoas na unidade de Deus e a união de Deus com a humanidade, na
Pessoa de Jesus Cristo... Nada na ficção é tão fantástico como o que acontece
na verdade da Encarnação.” J.I.
Packer, Knowing God (Downers Grove, Illinois: InterVarsity Press, 1993
edition), p. 53. A verdade sobre a
humanidade de Jesus é tão importante como a verdade sobre a Sua Divindade. O
apóstolo João fala claramente sobre qualquer pessoa que nega que Jesus é Homem,
chamando-a anticristo. (1Jo 4.2-3; 2Jo 1.7). A humanidade de Jesus é mostrada
no fato de que Ele nasceu como um bebê, de mãe humana (Lc 2.7; Gl 4.4); que Ele
se cansava (Jo 4.6); tinha sede (Jo 19.28); teve fome (Mt 4.2) e experimentou
todas as emoções humanas, tais como Se maravilhar (Mt 8.10), entristecer-Se e
chorar (Jo 11.35). Ele viveu na Terra exatamente como todos nós vivemos.]
3. Necessidade da encarnação do Verbo. Jesus
foi revestido do corpo humano porque o pecado entrou na humanidade por meio do
casal Adão e Eva, seres humanos, e pela justiça de Deus o pecado tinha de ser
vencido também por um ser humano (Rm 5.12, 17-19). Jesus se fez carne. Fez-se
homem sujeito ao pecado, embora nunca houvesse pecado, e venceu o pecado como
homem (Rm 8.3). A Bíblia mostra que todo o gênero humano está condenado; que o
homem está perdido e debaixo da maldição do pecado (SI 14.2,3; Rm 3.23). Todos
são devedores, por isso, ninguém pode pagar a dívida do outro. A Bíblia afirma
que somente Deus pode salvar (Is 43.11). Então, esse mesmo Deus tornou-se
homem, trazendo-nos o perdão de nossos pecados e cumprindo Ele mesmo a lei que
promulgara (At 4.12; 1Tm 3.16; Cl 2.14). [Comentário: No evangelho de João (1.14) lemos: “O Verbo se fez carne”.
João também disse: “Jesus Cristo veio em carne [...] todo espírito que não
confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus, mas este é o espírito do
anticristo”. Paulo também, em 1 Timóteo 3.16, insiste que “Deus se manifestou
em carne”. Quase todos os versículos dos evangelhos pressupõem a encarnação.
Nas palavras do teólogo Louis Berkhof, a encarnação do Verbo “é o milagre dos
milagres”. A fé na Encarnação verdadeira do Filho de Deus é o sinal distintivo
da fé cristã: “Nisto reconheceis o Espírito de Deus. Todo espírito que confessa
que Jesus Cristo veio na carne é de Deus” (1Jo 4,2). Crer de forma correta é
importante, se não incorreremos nas heresias que tanto incomodaram a Igreja e
ainda persistem. Como Ário (250-336 d.C.), que fora presbítero de Alexandria
entre o fim do século 3 e inicio do século 4 depois de Cristo, o qual não
admitia que Jesus era Deus, o Verbo encarnado. Ele acreditava que Jesus teve um
começo, ou seja, que foi criado por Deus. Sua idéia é que houve tempo em que
Jesus não existiu, ou seja, que este fora criado por Deus, isso implica que
Jesus não é eterno. Foi Atanásio (296-373 d.C.) quem rebateu esta heresia.
Paulo em Cl 3.15 diz que Jesus é a imagem do Deus invisível, apontando para a
revelação do próprio Deus, pois a expressão imagem está ligada também à
encarnação, ou seja, é uma forma humana de se ver Deus.]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Jesus Cristo não somente era pleno Deus, como pleno
ser humano. Ele não era em parte Deus e em parte homem. Antes, era cem por
cento Deus, e, ao mesmo tempo, cem por cento homem. Em outras palavras, Ele
exibia um conjunto pleno tanto de qualidades divinas quanto de qualidades
humanas, numa mesma Pessoa, de tal modo que essas qualidades não interferiram
uma com a outra. Ele há dl retornar como 'esse mesmo Jesus' (At 1.11).
Numerosas passagens ensinar claramente que Jesus de Nazaré tinha um corpo
verdadeiramente humano uma alma racional. Eram características de seres humanos
não- caídos (isto ; é, Adão e Eva), que nEle podiam ser encontradas. Ele foi,
verdadeiramente, o Segundo Adão (1Co 15.45,47). As narrativas dos evangelhos
aceitam automaticamente a humanidade de Cristo. Ele é descrito como um bebé, na
manjedoura, e sujeito às leis humanas do crescimento. Ele aprendeu, sentia
fome, sentia sede e se cansava (Mc 2.15; Jo 4.6). Ele também sofreu , ansiedade
e desapontamentos (Mc 9.19); sofreu dor física e mental, e sucumbiu diante da morte
(Mc 14.33,37). Na epístola aos Hebreus há grande cuidado em se mostrar sua
plena identificação com a humanidade (2.9,17; 4.15; 5.7,8 e 12.2).
A verdade, pois, é que na pessoa única do Senhor
Jesus Cristo habitam uma natureza plenamente divina e outra plenamente humana,
sem se confundirem. Ele é, verdadeiramente, pleno Deus e pleno ser humano, Céu
e Terra juntos na mais admirável de todas as pessoas" (MENZIES, William;
HORTON, Stanley M, Doutrinas Bíblica: Os fundamentos da nossa fé, 10.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2010, p. 51).
CONCLUSÃO
O Senhor Jesus Cristo é a mais controvertida de
todas as personagens da História porque é o único que é o verdadeiro Deus e o
verdadeiro homem, e a sua verdadeira identidade só é possível pela revelação
(Mt 16.17; 1Co 12.3). Isso revela a sua divindade. [Comentário: Uma lição como estas
merece um tempo maior para nos aprofundarmos neste assunto tão importante para
a fé cristã. A doutrina de Cristo hoje em dia é muitas vezes exposta de maneira
completamente naturalista. Quando João inicia seu evangelho com "No
princípio" ele reflete Gênesis 1.1 e também é usado em 1Jo 1.1 como uma
referência para a encarnação. Os Versículos 1 a 5 são uma afirmação da
pré-existência divina de Jesus Cristo antes da criação (Jo 1.15; 8.56-59;
16.28; 17.5; 2Co 8.9; Fp 2.6-7; Cl 1.17, Hb 1.3; 10.5-9). A Bíblia ensina que
Jesus é tanto verdadeiro homem quanto verdadeiro Deus, duas naturezas em uma só
pessoa. Jesus assumiu uma natureza humana em sua encarnação, e desde então
possui uma perfeita humanidade (Corpo e Alma) e uma Perfeita Divindade; duas
naturezas completas que, apesar de unidas, preservam suas propriedades,
formando uma única pessoa, Jesus Cristo.]
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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