SUBSÍDIO I
O DEUS ÚNICO E TODO-PODEROSO
O Deus único e verdadeiro se
revelou de maneira suficiente em Jesus Cristo e por intermédio de sua Palavra.
Não há outro meio de conhecermos a Deus, senão por seu Filho, Jesus Cristo – “E
Jesus clamou e disse: Quem crê em mim crê não em mim, mas naquele que me
enviou. E quem me vê a mim vê aquele que me enviou.” (Jo 12.44,45) –, conforme
está revelado em sua poderosa Palavra.
1. A existência de Deus. Para nos relacionarmos com
Deus é necessário nos aproximarmos dEle e crer que Ele existe (Hb 11.6). De
acordo com as Escrituras Sagradas, a existência de Deus é um fato
incontestável. Não há preocupação alguma por parte da Bíblia em provar a
existência de dEle, pois desde o primeiro versículo já se subentende essa
maravilhosa realidade: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1).
Bem como uma realidade confirmada por João 1.1: “No princípio, era o Verbo, e o
Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. Logo, o autor aos Hebreus conclui:
“Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados” (Hb
11.3). Que maravilhosa realidade! Deus é! Nele, não há início nem fim, pois de
eternidade em eternidade Ele é Deus (Sl 90.2).
2. Uma verdade gloriosa. Ao confirmarmos a verdade
maravilhosa da existência do Deus Criador e sustentador de tudo o que há no
universo, não há como não se maravilhar com sua grandeza, poder e majestade. A
Criação é obra das suas mãos. Saber que Deus é onisciente, onipresente,
onipotente, imutável, eterno (atributos
incomunicáveis aos seres humanos) nos traz a segurança, pois
sabemos que estamos nas mãos do Todo-Poderoso que se importa conosco, seres
humanos tão pequenos, finitos e limitados. Ao mesmo tempo em que se mostra
fiel, bom, paciente, amoroso, gracioso, misericordioso, santo, reto,
justo (atributos comunicáveis aos
seres humanos), somos constrangidos, uma vez alcançados pela sua
graça, a manifestar tais características que emergem de seu infinito amor.
O Deus único e
verdadeiro é um Deus de amor. Mas de justiça também. Fruto do seu amor, Ele
enviou o seu filho para tirar o pecado do mundo; fruto de sua justiça, Ele
proveu um sacrifício suficiente para apagar os nossos pecados, pois nós que
deveríamos estar no lugar do nosso Senhor Jesus. Dentro dessa perspectiva de
amor e justiça, é que as Escrituras revelam a obra de um Deus que deseja salvar
homens e mulheres, reconciliando-os consigo mesmo por intermédio de Jesus
Cristo (2 Co 5.19).
Ensinador Cristão, Ano 18, nº
71, jul./set. 2017.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje daremos continuidade ao estudo das
doutrinas fundamentais da fé cristã, com destaque, nesta aula, para a doutrina
de Deus, considerando que Ele é verdadeiramente o Criador e Sustentador de
todas as coisas. Inicialmente trataremos a respeito da Sua existência,
destacando algumas das principais teorias a esse respeito. Em seguida,
mostraremos algumas crenças equivocadas a respeito de Deus. E ao final, alguns
dos seus atributos e características.
1. A EXISTÊNCIA DE DEUS
É sabido que os autores bíblicos não se empenharam,
em qualquer lugar das Escrituras, em provar a existência de Deus. Eles partem
do pressuposto básico de que Deus existe e ocupam-se em descrever Suas ações e
Seu caráter (Gn. 1.1; Hb. 11.3). Contudo, em virtude do racionalismo que minou
a fé de muitas pessoas nesses últimos tempos, alguns pensadores se esforçaram
para apresentar algumas provas da existência de Deus. A existência de Deus, na
Bíblia, é declarada, é um fato auto evidente, por isso, aquele que não acredita
em Sua existência é chamado de “néscio” (Sl. 14). Como muitas pessoas estão no
terreno da razão, é preciso, em algumas situações, apelar para tal recurso a
fim de mostrar-lhes que a existência de Deus é algo racional, vejamos,
portanto, alguns argumentos: 1) Argumento antropológico (Tiele) – nunca existiram
povos ateus, o ateísmo é um fenômeno individual; 2) Argumento ontológico
(Anselmo) – o conceito de Deus implica sua existência necessária; 3) Argumento
cosmológico (Aquino) – cada movimento tem uma causa motriz, Deus é a causa
não-criada; o motor imóvel que tudo move; 4) Argumento da aposta (Pascal) –
quando se compara perdas e ganho potenciais de acreditar ou não na existência
de Deus, quem acredita sai ganhando; 5) Argumento teleológico (Paley) – o
universo tem um propósito, isso demonstra a existência de Deus; 6) Argumento
moral (Kant) – a necessidade da existência de Deus, como legislador e juiz, é o
fundamento da ordem moral. Na Bíblia, há o testemunho da existência de Deus: 1)
como o Criador (Sl. 19.1-4; At. 14.15-17); 2) na consciência (Rm. 1.20; 2.15);
3) na fé do crente (Hb. 11.1-6); na revelação em Cristo e nas Escrituras (Jo.
1.1,14; II Tm. 3.16); no viver diário do cristão (Rm. 12.1)
2. CRENÇAS
EQUIVOCADAS A RESPEITO DE DEUS
2.1 Agnosticismo – nega a capacidade humana de conhecer a Deus, a Bíblia, porém, nos dia
que Deus se fez conhecer, ainda que, em parte (Ex. 33.20; Jó.11.17; Rm.
11.33,34; I Co. 13.9-12);
2.2 Politeísmo – baseia-se na ideia de que o universo é governado, não por uma força
só, mas por muitas, as Escrituras mostram que essa é uma consequência do
paganismo (Rm. 1.25);
2.3 Panteísmo – é o sistema de pensamento que identifica Deus com o universo, mas em
Rm. 1.20-23, Paulo nos ensina que não podemos confundir a criatura com o
Criador;
2.4 Materialismo – nega que haja qualquer influência ou manifestação espiritual na
matéria, mas Jesus justamente nos mostra que Deus é Espírito (Jo. 4.24);
2.5 Deismo – admite que a existência de Deus, mas não sua em sua intervenção, tudo
estaria à mercê de leis naturais, esquecem que Deus é tanto transcendente (Is.
6.1) quando imanente (At. 17.28; Ef. 4.6). O Deus da Bíblia se interessa pela
sua criação, na verdade, Ele intervém na história. Desde a revelação hebraica,
Ele é Aquele que se revela como o SENHOR, o YHWH, Aquele que se tornou conhecido.
Os nomes de Deus, ao longo das Escrituras, manifestam Seu poder, e mais que
isso, Seus atributos. A partir do Shemá, de Dt. 6.4, compreendemos que Ele é
ÚNICO, Ele é um SÓ, que se manifesta em três: Pai, Filho e Espírito Santo. A
doutrina trinitária é bíblica, ainda que não encontremos o termo Trindade nas
Escrituras. A esse respeito Paulo dá o seguinte testemunho, diante dos ouvintes
atenienses: “Ele é o Deus que fez o mundo, e tudo que nele há... nele vivemos,
nos movemos e existimos” (At. 17.24-28).
3. A NATUREZA E OS ATRIBUTOS DE DEUS
Em relação à natureza de Deus, isto é, aos seus
atributos incomunicáveis ao ser humano, Deus é apresentado na Bíblia como
infinitamente perfeito (Dt. 18.13; Mt. 5.48), Sua obra é, portanto, perfeita
(Dt. 32.4) bem como os Seus caminhos (Sl. 18.30). Deus é Santo por natureza
enquanto que o homem somente pode sê-lo por participação (Rm. 1.4; II Co. 7.1;
I Ts. 3.13). Esse Deus, que tudo pode (Jó. 42.2), somente faz o que lhe apraz
(Sl. 115.3). Existem apenas algumas coisas que o Onipotente não pode fazer: 1)
mentir (Nm. 23.19; Tt. 1.2; Hb. 6.18); 2) negar-se a si mesmo (II Tm. 2.13); 3)
fazer injustiça (Jó. 8.3; 34.12; Sl. 145.17); 4) fazer acepções de pessoas (II
Cr. 19.7; Rm. 2.11). Os atributos naturais de Deus são: 1) Onipresença – Deus
se relaciona com tudo e com todos ao mesmo tempo (Sl. 139.7-10); 2) Onisciência
– conhece todas as coisas (Mt. 10.30; Is. 46.9,10); e 3) Onipotência – tudo
pode fazer (Ap. 4.1,2; Gn. 17.1). Esses atributos revelam a grandeza de Deus, e
nos direcionam a nos dobrar perante Ele, reconhecendo Sua supremacia e
soberania não apenas sobre nossas vidas, mas também sobre terra, céus e mares.
Contudo, não podemos deixar de ressaltar que Esse é também um Deus que se
aproxima dos seres humanos, e que um dos mais importantes atributos é o AMOR,
pois está escrito que “Deus é amor” (I Jo. 4.8). Esse atributo nos é comprovado
na pessoa de Cristo, pois Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho
Unigênito para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas que tenha vida
eterna (Jo. 3.16). Deus prova seu amor para conosco pelo fato de ter nos amado,
sendo nós ainda pecadores e de andarmos à revelia da Sua vontade (Rm. 5.8).
CONCLUSÃO
O Deus Único e Verdadeiro revelou-se como o eterno
e autoexistente “Eu sou”, o Criador dos céus e da terra, e o Redentor da
humanidade. Ele também se revelou como aquele que incorpora os princípios de
relação e associação como Pai, Filho e Espírito Santo (Dt. 6.4; Is. 43.10,11;
Mt. 28.19; Lc. 3.22). Segundo Paulo, Ele é “Aquele que tem, ele só, a
imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem
pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém” (I Ts. 6.16). E mais que
isso, Ele é Aquele que nos ama (Ap. 1.5).
Prof. Ev. José
Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog
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COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
A doutrina de Deus
é vasta, e nem mesmo os grandes tratados de teologia conseguem esgotar o
assunto. O enfoque da presente lição é a unidade de Deus,o monoteísmo
judaico-cristão e a obra da criação. Nosso objetivo é mostrar que há
um abismo intransponível entre o criacionismo e o evolucionismo. Não há na
Bíblia espaço para a teoria da evolução nas suas diversas versões. [Comentário: O
assunto desta lição é tríplice. Como introdução, vale lembrar que a Bíblia, não
obstante ser um livro que trata essencialmente de Deus e do seu relacionamento
com a humanidade, ela não tem como objetivo maior provar a existência de Deus.
A existência de Deus é um fato indiscutível, portanto pacífico, no decorrer de
toda a narrativa bíblica. Aqueles que se dão ao estudo comparativo das
religiões são unânimes em testemunhar que a crença na existência de Deus é de
natureza praticamente universal. Essa crença acha-se arraigada até entre as
nações e tribos menos civilizadas da terra. Contudo, isto não quer dizer que
não exista aqui e ali indivíduos que negam completamente a existência de Deus,
como nos revela a Escritura: um Ser supremo e pessoal, existente por si mesmo,
consciente e de infinita perfeição, que faz todas as coisas de acordo com um
plano pré-determinado. Outros creem na existência de Deus, porém não como a
Bíblia ensina, o que se constitui noutra forma de negação de Sua existência. A
forma de negação da existência de Deus é muito variada através da História. Dentre
as mais conhecidas formas de negação da existência de Deus, destacam-se o
ateísmo, o agnosticismo, o deísmo, o materialismo e o panteísmo. Até mesmo uma
compreensão equivocada a partir das Escrituras, se torna uma forma de negação,
assim, como compreendem a pessoa divina os Testemunhas de Jeová, os
Adventistas, os Unicistas? Tal é a importância do estudo da Teologia como forma
de não incorrermos no mesmo erro. Teologia é necessária para o crente: Por
causa da penetrante descrença e heresias desta época (1Pe 3.15b; Lc 18:8; Ef
4:14); Porque Deus não quis nos dar as Escrituras em forma sistematizada (Mt
13.11-13), deixando a nós o estudá-las e sistematizá-las (2Tm 2.15); Para
desenvolver em nós o caráter de Cristo (só crendo certo é que podemos viver
certos) (Ef 4.13); Para podermos servir ao Senhor efetivamente (2Tm 4.2; Tt
1.9).]
I. O ÚNICO
DEUS VERDADEIRO
1.O Shemá. É o imperativo de um verbo hebraico que significa “ouvir,
obedecer”, o qual inicia o versículo que se tornou, ao longo dos séculos, a
confissão de fé dos judeus: “Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único
SENHOR” (Dt 6.4). A cláusula final “é o único SENHOR” também se traduz por “o
SENHOR é um” (Cl 3.20), conforme as versões espanhola Reina-Valera judaica,
conhecida no Brasil como Bíblia Hebraica. A construção hebraica aqui permite
ambas as traduções, de acordo com a declaração de Jesus: “o Senhor é um só!”
(Mc 12.29, Tradução Brasileira). Há aqui um significado teológico importante,
porque a mensagem não se restringe apenas ao monoteísmo, mas a ideia de existir
um só Deus, e de Deus ser um só, diz respeito tanto à “singularidade” quanto à
“unidade” de Deus (Zc 14.9; Sl 86.10). [Comentário: Shemá Israel ("Ouça Israel") são as duas
primeiras palavras da seção da Torá que constitui a profissão de fé central do
monoteísmo judaico (Dt 6.4-9). Para a maior parte dos israelitas, a Shema é o
coração mesmo do judaísmo. O Shema é a primeira frase que judeu escuta ao
nascer e a última ao morrer. É uma confissão de fé. E essa confissão de fé tem
sido interpretada pelos judeus de forma que impede a compreensão da crença
cristã na divindade de Cristo e na Trindade. Explicando isto segue trecho do
artigo ‘A Tri-Unidade de Deus no Velho Testamento’ de Stanley Rosenthal,
disponível no site SolaScriptura: “A palavra Shema é o primeiro vocábulo
hebraico dessa passagem, e significa “ouve”. A premissa aceita entre os judeus
é que essa declaração ensina que Deus é indivisivelmente uno. Conseqüentemente,
eles levantam a seguinte objeção: “Não posso crer nessa pessoa, Jesus, que os
cristãos consideram Deus”. Para eles, a Shema parece haver silenciado para
sempre o argumento que envolve a crença cristã histórica na deidade de Jesus.
Entretanto, um exame cuidadoso do trecho de Deuteronômio 6:4 na verdade
estabelece, ao invés de refutar, a pluralidade de Deus. Uma completa revisão do
texto hebraico revela essa verdade acima de qualquer dúvida razoável. O
incrível é que a Shema é uma das mais pode rosas declarações em favor da
tri-unidade de Deus que se pode encontrar na Bíblia inteira. A própria palavra
que alegadamente argumenta contra o ensino da tri-unidade de Deus realmente
afirma que em Deus há pluralidade, pois a última palavra hebraica da Shema é
echad, um substantivo coletivo, em outras palavras, um substantivo que
demonstra unidade, ao mesmo tempo que se trata de uma unidade que contém várias
entidades” http://solascriptura-tt.org/TeologiaPropriaTrindade/TriunidadeDeDeusNoVelhoTestamento-SRosentha.htm.]
2. O monoteísmo. É a crença em um só Deus e se distingue do politeísmo, a
crença em vários deuses. As principais religiões monoteístas do planeta são o
judaísmo (Dt 6.4; 2 Rs 19.15; Ne 9.6), o cristianismo (Mc 12.29; 1Co 8.6) e o
islamismo. Mas o monoteísmo islâmico não é bíblico. O deus Alá dos muçulmanos é
outro deus, e não o mesmo Deus Javé da Bíblia. Alá era um dos deuses da Meca
pré-islâmica, deus da tribo dos coraixitas, de onde veio Maomé, que o adotou
como a divindade de sua religião. O nome Alá não vem da Bíblia e nunca foi
conhecido dos patriarcas, nem dos reis, nem dos profetas do Antigo Testamento,
menos ainda dos apóstolos do Senhor Jesus. Os teólogos muçulmanos se esforçam
para fazer o povo crer que Alá é uma forma alternativa do nome do Deus Javé de
Israel, mas evidências históricas e arqueológicas provam que Alá não veio dos
judeus nem dos cristãos. [Comentário: O termo “monoteísmo” vem de duas palavras: “mono” (um)
e “theism” (crença em Deus). Especificamente, é a crença que apenas um só Deus
é o criador, sustentador e juiz de toda a criação. O monoteísmo difere do
henoteísmo, o qual é a crença em vários deuses com um Deus supremo acima deles.
Também se opõe ao politeísmo, o qual é a crença na existência de mais de um
deus. O site Logos Apologética traz uma pesquisa interessante: “De acordo
com a Enciclopédia Cristã Mundial de David Barrett, cerca de 85 por cento da
população mundial acredita em algum tipo de deus (dos 15 por cento restantes
que são ateus e agnósticos, 14 por cento residem em países comunistas), e 53
por cento da população do mundo é monoteísta, alegando que derivam sua fé de
Abraão (cristãos, judeus e muçulmanos). Tal crença onipresente exige uma
explicação, mas os evolucionistas tentam explicar a origem deste fenômeno
generalizado”.Leia mais: http://logosapologetica.com/o-monoteismo-e-origem-da-religiao/#ixzz4lgU4ztVw.
As chamadas Religiões Abraâmicas são as três grandes religiões monoteístas,
possuem sua origem comum em Abraão. Embora aparentados com os judeus, árabes
adoram outro deus. Para ler mais sobre diferenças entre Allah e Javé consulte o
artigo ALÁ E O DEUS DA BÍBLIA no site Palavra Prudente seguindo o link: http://www.palavraprudente.com.br/estudos/variosautores/micelanea/cap21.html.
A Revista on-line Ultimato também traz um excelente artigo sobre o assunto: Alá
é Deus?, de Marcos Amado, disponível em: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/320/ala-e-deus]
3. O monoteísmo
judaico-cristão. Jesus não somente
ratificou o monoteísmo judaico do Antigo Testamento como também afirmou que o
Deus Javé de Israel, mencionado em Deuteronômio 6.4-6, é o mesmo Deus que Ele
revelou à humanidade (Jo 1.18), a quem todos os cristãos servem e amam acima de
todas as coisas (Mc 12.29,30). Assim, o Deus de Israel é o mesmo Deus do
cristianismo; é o nosso Deus. O apóstolo Paulo pregava para os judeus e gentios
o mesmo Deus revelado por Jesus: “O Deus de nossos pais de antemão te designou
para que conheças a sua vontade, e vejas aquele Justo, e ouças a voz da sua
boca” (At 22.14). [Comentário: Paulo, no primeiro capítulo de Romanos, escreve
alicerçado sobre o monoteísmo. Ele assevera que a própria natureza comprova
isso desde o princípio: “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu
eterno poder como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem,
desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das cousas que foram
criadas. Tais homens são por isso indesculpáveis” (Rm 1.20). Paulo ensinou
que os homens não têm desculpa por se terem tornado idolatras politeístas,
porquanto as evidências da razão e da natureza mostram-se tão firmemente
contrárias a tal desenvolvimento. Rm 1.23 ss é trecho que mostra o que sucedeu,
em face dos homens haverem corrompido a imagem de Deus e distorcido a razão, ao
promoverem a idolatria, com seu inerente politeísmo. Aí começam os problemas
morais dos homens (ver o vs. 24), e o juízo divino aguarda por eles. Não
obstante a pregação paulina consistir na mesma teologia judaica, o que vemos no
desenrolar destas duas religiões são conceitos diametralmente diferentes acerca
da pessoa de Deus. Algumas pessoas equivocadamente atribuem uma mesma natureza
ao cristianismo e ao judaísmo, entretanto, apesar de várias semelhanças ambas
as religiões são essencialmente diferentes. Como princípio básico, o judaísmo
tem o monoteísmo que é a crença em um único Deus, rejeitando que Este seja
dividido em partes, mesmo se essa divisão Divina seja misteriosa ou não. Sem
compreenderem o dogma da divindade da pessoa de Jesus e do Espírito Santo,
afirmam que os cristãos são politeístas. O dogma da Santíssima Trindade está
inserido em um contexto histórico, isto é, possui uma história de crenças que
se concretiza como um artigo de fé, proclamado em 325 no concílio de Nicéia,
onde foram discutidas questões cristológicas, por exemplo, as levantadas pelo
arianismo que negava a existência da consubstancialidade entre Jesus e Deus.]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Nossa maneira de compreender a Deus não deve
basear-se em pressuposições a respeito dEle, ou em corno gostaríamos que Ele
fosse. Pelo contrário: devemos crer no Deus que existe, e que optou por se
revelar a nós através das Escrituras, O ser humano tende a criar falsos deuses,
nos quais é fácil crer; deuses que se conformam com o modo de viver e com a
natureza pecaminosa do homem. Essa é uma das características das falsas
religiões. Alguns até mesmo caem na armadilha de se desconsiderar a
autorevelação divina para desenvolver um conceito de Deus que está mais de
acordo com as suas fantasias pessoais do que com a Bíblia, que é a nossa fonte
única de pesquisa, que nos permite saber que Deus existe e corno Ele é (HORTON,
Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 1996, pp. 125-6).
II. CRIAÇÃO
X EVOLUÇÃO
1. O modelo criacionista. O criacionismo é a posição que propõe ser a origem do
Universo e da vida resultado de um ato criador intencional. Essa cosmovisão é
encarada com suspeita porque a comunidade científica incrédula a considera uma
proposta meramente religiosa. É verdade que a explicação religiosa tem por base
a fé (Hb 11.3), enquanto a explicação científica se fundamenta na evidência
empírica. Mas existem variações em ambas as propostas. Descobertas ao longo dos
séculos confirmam que causas inteligentes empiricamente detectáveis são
necessárias para explicar as estruturas biológicas ricas em informação e a
complexidade da natureza. Esse conceito é conhecido como Design Inteligente.
Criacionismo e Design Inteligente podem ser interligados, mas não são a mesma
coisa. A proposta e a metodologia de ambos não são iguais, pois nem todo
criacionista aceita a Teoria do Design Inteligente e vice-versa. O modelo científico
do Design Inteligente propõe que o mundo foi criado, mas não tem como provar em
laboratório que Deus o criou. [Comentário: Explicando o criacionismo, o Físico Adauto Lourenço
afirma: “Existem três criacionismos distintos: o científico, o religioso e o
bíblico. No primeiro caso, é possível sim demonstrar cientificamente que o
universo e a vida foram criados. Só não é possível demonstrar quem criou. Por
exemplo, eu pego um relógio e é fácil demonstrar de forma científica que o
objeto foi criado e não surgiu espontaneamente. Independente de provar quem o
criou. São duas coisas totalmente distintas. O criacionismo científico trabalha
apenas a questão se o universo e a vida foram criados ou surgiram
espontaneamente. Já os religiosos tentam explicar por que uma determinada
divindade teria criado o universo e a vida. E o bíblico é descritivo, não
explica o porquê, apenas cita o que Deus fez. Normalmente, quando falamos de
criacionismo, as pessoas associam apenas aos dois últimos. Poucas pessoas,
principalmente no meio acadêmico, conhecem a respeito do criacionismo
científico. Não são todos iguais. Os nossos centros de ensino não permitem o
ensino do criacionismo e existe um motivo para isso. Muitas pessoas não
conhecem o criacionismo científico e querem ensinar a questão religiosa ou
bíblica. Obviamente a escola é para ensinar ciência. A proposta do criacionismo
científico não é religiosa, embora possua implicações religiosas” http://www.origemedestino.org.br/blog/johannesjanzen/?post=497.]
2. O modelo evolucionista. É uma teoria que nunca se sustentou cientificamente, apesar
de sua aparência científica (1 Tm 6.20). Tem por base pressupostos
naturalistas, entre os quais a proposta darwinista da seleção natural se
destaca como o principal mecanismo evolutivo. O naturalismo, a hipótese mais
aceita para explicar o evolucionismo, ensina que organismos biológicos
existentes evoluíram em um longo processo através das eras. É a cosmovisão
favorável à ideia de que o universo e a vida vieram à existência por meio de
processos de geração espontânea, sem intervenção de um ato criador, isto é,
eles teriam evoluído até a complexidade atual por meio da seleção natural, a
teoria da sobrevivência dos mais fortes. Mas tudo isso não passa de mera teoria
que nunca pôde ser confirmada. O evolucionismo ateu exclui Deus da criação. [Comentário: Adauto
Lourenço continua: “A teoria da evolução diz que os seres humanos, no caso
os Neandertais e os Homo sapiens, teriam vindo de um ancestral comum aos
gorilas, chimpanzés e talvez possivelmente aos orangotangos. Analisando o
aspecto da ancestralidade, não temos evidências genômicas para comprovar isso
[O cientista argumenta em suas palestras que as pesquisas utilizaram um número
reduzido de genes para fazer a comparação do homem e do macaco. Por isso, na
análise total a semelhança genômica entre as duas espécies seria praticamente
nula]. A única possibilidade, então, seria a interpretação do registro fóssil.
A interpretação é algo interessante. Não temos uma sequência que mostre seres
humanos evoluindo de um ancestral comum aos gorilas e chimpanzés. Temos fósseis
como o Australophitecus [na teoria da evolução, este animal é considerado o
ancestral direto do homem moderno], em que um dos mais conhecidos é a Lucy
[fóssil encontrado em 1974 e apresentada como o elo perdido da sequência da
evolução humana]. No entanto, a estrutura óssea mostra questões interessantes a
respeito de suas patas, principalmente o sistema locomotor inferior. Esse
sistema não permitia a esse animal ficar em pé, ou seja, não tem nada de
ancestralidade do ser humano. A imagem de uma Lucy em pé nas suas patas
inferiores não existe. Nós sabemos isso por várias publicações científicas de
pesquisadores que têm trabalhado no estudo especificamente do sistema locomotor
do Australophitecus. Por isso, sabemos que eles nunca foram criaturas que
ficaram em pé como o ser humano fica. A evidência é que não houve evolução
porque todos esses fósseis que estão sendo encontrados são muito semelhantes
aos chimpanzés, gorilas e orangotangos. Eles não são semelhantes aos seres
humanos. Ou seja, se pegar esses fósseis e fizer um estudo, o desvio da
estrutura do fóssil é muito pequeno ao comparar entre chimpanzés, gorilas e
orangotangos. É gigantesca ao comparar com o ser humano. Daí, falam que eram
pequenas transições. Não! Eram apenas pequenas variações entre chimpanzés,
gorilas e orangotangos. Não era evolução da espécie para chegar ao ser humano.
Mas eu entendo que não é essa a compreensão da maioria dos cientistas,
principalmente os evolucionistas. Agora, a verdade científica não é
estabelecida por número de adeptos, é estabelecida em laboratório. O desvio
desses fósseis, com respeito a formas de vida que nós conhecemos hoje, é um
desvio menor em função dos chimpanzés, gorilas e orangotangos? Ou é menor com
respeito ao ser humano? A resposta é óbvia: os Australophitecus são muito mais
parecidos com chimpanzés, gorilas e orangotangos do que qualquer coisa com
seres humanos. Chamá-los de ancestrais humanos ou hominídeos é um exagero. O
que temos encontrado até o presente momento nos fósseis dos chamados hominídeos
é um desvio praticamente zero comparado com gorilas, chimpanzés e orangotangos.
Quando se compara ser humano, o desvio é enorme. A estrutura morfológica dos
artelhos das patas inferiores do Australophitecus é exatamente igual à de
chimpanzés, gorilas e orangotangos. Aquilo não é um pé. É praticamente a mesma
estrutura das mãos. As pessoas argumentam que é porque estava no início do
processo evolutivo. Não! Isso não é o início do processo evolutivo, é a forma
daquele organismo. A própria estrutura dos Australophitecus mostra que eram
extremamente preparados para subir em árvore como os gorilas e chimpanzés. O
ser humano não é preparado para subir em árvores. A nossa coluna vertebral não
funciona desse jeito. O nosso centro de gravidade não funciona assim. Os
macacos inclusive têm centro de gravidade diferente do nosso para facilitar
essa atividade. Estão mandando olhar o registro fóssil e é exatamente isso que
estamos fazendo. Os Australophitecus seriam nada mais, nada menos que pequenas
variações dos gorilas, chimpanzés e orangotangos que temos hoje. Eles teriam
existido no passado e provavelmente estão extintos atualmente.”http://www.origemedestino.org.br/blog/johannesjanzen/?post=497.]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“[…] Quando consideramos a possibilidade de que Deus
usou o processo evolucionário para criar ao longo de milhões de anos,
confrontamo-nos com sérias consequências: a Palavra de Deus não é mais
competente e o caráter de nosso Deus amoroso é questionado. Já na época de
Darwin, um dos principais evolucionistas entendia o problema de fazer concessão
ao afirmar que Deus usou a evolução. Uma vez que você aceite a evolução e suas
implicações para a história, então o homem está livre para escolher as partes
da Bíblia que quer aceitar” (HAM, Ken, Criacionismo: verdade ou mito? 1ed. Rio
de Janeiro: CPAD, 2011, pp. 35,36).
III. A CRIAÇÃO
1. A criação do Universo. Deus criou o universo do nada; é a chamada creatio ex
nihilo da teologia judaico-cristã revelada na Bíblia. A narrativa do primeiro
capítulo de Gênesis é entendida à luz do contexto bíblico. O ponto de partida
da criação é: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). O verbo
hebraico “criou” é bará, e este apresenta características peculiares: o sujeito
da afirmação é sempre Deus, o Deus de Israel, e nunca foi aplicado a deuses
estranhos; é um termo próprio para referir-se à ação criadora de Deus a fim de
distinguir-se de toda e qualquer realização humana. Essa ideia do fiat divino,
ou seja, do “faça-se”, é apoiada em toda a Bíblia. Deus trouxe o universo à
existência do nada e de maneira instantânea, pela sua soberana e livre vontade
(SI 33.9; Hb 11.3; Ap 4.11). [Comentário: Ex nihilo nihil fit é uma expressão latina que
significa nada surge do nada. É uma expressão que indica um princípio
metafísico segundo o qual o ser não pode começar a existir a partir do nada. A
frase é atribuída ao filósofo grego Parménides. Ex nihilo nihil fit –
Wikipédia, a enciclopédia livrehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ex_nihilo_nihil_fit.
O termo "creatio ex nihilo" refere-se a Deus criando tudo a partir do
nada. No início, Deus criou os céus e a terra (Gn 1.1). Antes desse momento,
não havia nada. Deus não fez o universo dos blocos de construção preexistentes.
Ele começou do zero. É interessante notar que a Bíblia nunca expressamente
afirma que Deus fez tudo do nada, mas está implícito. Em Hebreus 11.3 lemos:
"Pela fé entendemos que os mundos foram moldados pela palavra de Deus,
de modo que as coisas que são vistas não foram feitas de coisas que são
visíveis". O site Theopedia (em inglês) afirma que “Os primeiros
pais da igreja como Theophilo, Justino Mártir e Orígenes realmente acreditavam
que a matéria era preexistente com Deus. Tomados do pensamento platônico ,
esses pais da igreja acreditavam que Deus "ordenou" essa questão
caótica e deu a sua forma e forma, resultando na criação do mundo. Há muitos
problemas associados a essa visão, e é por isso que, no século IV, os teólogos
rejeitaram essa visão” https://www.theopedia.com/creation-ex-nihilo.]
2. A narrativa da criação em
Gênesis 1. No primeiro dia.
Deus trouxe à existência a luz (Gn 1.3); no segundo, criou a expansão ou
firmamento (vv.6-8); e, no terceiro, “disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo
dos céus num lugar; e apareça a porção seca” (v.9). A essa porção seca Ele
chamou terra e ao ajuntamento das águas, mares (v.10). Ainda no terceiro dia,
surgiram os continentes com seus relevos e a vegetação (vv.9-13). Os corpos celestes:
o sol, a lua e as estrelas aparecem no quarto dia (vv.14-19). As aves e os
animais marinhos surgem no quinto dia (vv.20-23). [Comentário: Gênesis
1.1 diz: “No princípio criou Deus os céus e a terra…”. Depois, em
Gênesis 2.4, aparenta ser o caso que uma história diferente sobre a Criação
começa. No entanto, essas passagens descrevem o mesmo evento da Criação.
Transcrevo a seguir parte do artigo ‘Esclarecendo questões cristãs’, disponível
no Blog Questões Cristãs: “GÊNESIS 2:1 - Como o mundo pôde ser criado em seis
dias?
PROBLEMA: A Bíblia diz que Deus criou o mundo em
seis dias (Êx 20:11). Mas a ciência moderna declara que isso levou bilhões de
anos. As duas posições não podem ser verdadeiras.
SOLUÇÃO: Há basicamente duas maneiras para superar
esta dificuldade.
Primeiro, alguns eruditos argumentam que a ciência
moderna não está certa. Insistem em dizer que o universo tem apenas alguns
milhares de anos e que Deus criou todas as coisas em seis dias literais (6 dias
de 24 horas, ou seja, 144 horas). Para sustentar esta posição, eles apresentam
os seguintes pontos:
1. Cada dia do Gênesis tem "tarde e manhã"
(cf. Gn 1:5,8,19,23,31), o que é próprio do dia de 24 horas na Bíblia.
2. Os dias foram numerados (primeiro dia, segundo
dia, terceiro dia etc), uma característica peculiar dos dias de 24 horas na
Bíblia.
3. Êxodo 20:11 compara os seis dias da criação com
os seis dias de uma semana (literal) de trabalho de 144 horas.
4. Há evidência científica que suporta uma idade
jovem (de milhares de anos) para a Terra.
5. Não haveria como a vida sobreviver por milhões de
anos do dia três (1:11) ao dia quatro (1:14) sem Lua.
Outros eruditos da Bíblia afirmam que o universo
pode ter bilhões de anos, sem que com isso se esteja sacrificando um
entendimento literal de Gênesis 1 e 2. Argumentam que:
1. Os dias de Gênesis 1 podem ter tido um período de
tempo antes da contagem dos dias (antes de Gênesis 1:3), ou um intervalo de
tempo entre os dias. Há intervalos em outras partes da Bíblia (como em Mateus
1:8, onde três gerações são omitidas, em comparação com 1 Crônicas 3:11-14).
2. A mesma palavra hebraica para "dia"
(yom) é empregada em Gênesis 1 e 2 como um período de tempo maior que 24 horas.
Por exemplo, Gênesis 2:4 faz uso desta palavra no sentido do período total da
criação de seis dias.
3. Às vezes a Bíblia emprega a palavra
"dia" para longos períodos de tempo: "Um dia é como mil
anos" (2 Pe 3:8; cf. SI 90:4).
4. Há alguns indícios em Gênesis 1 e 2 de que os
dias poderiam ser períodos maiores que 24 horas:
a) No terceiro "dia" as
árvores cresceram da semente à maturidade, e produziram
semente segundo a sua espécie (1:11-12). Esse processo
normalmente leva meses ou anos.
b) No sexto "dia" Adão
foi criado, foi dormir, deu nome a todos os (milhares de) animais, procurou por
companhia, foi dormir, e Eva foi criada de sua costela. Tudo isso parece exigir
um tempo bem maior que 24 horas.
c) A Bíblia diz que Deus
"descansou" no sétimo dia (2:2), e que ele ainda está no seu descanso
da criação (Hb 4:4). Assim, o sétimo dia já tem tido uma duração de milhares de
anos. Dessa forma, os outros dias bem que poderiam ter tido milhares de anos
também.
5. Êxodo 20:11 pode estar fazendo simplesmente uma
comparação de unidade por unidade dos dias de Gênesis com uma semana de
trabalho (de 144 horas), e não uma comparação minuto a minuto. Conclusão: Não
se demonstra contradição alguma em fatos, entre Gênesis 1 e a ciência. Há
apenas um conflito de interpretações. Ou os cientistas de hoje em sua maioria
estão errados ao insistirem que o mundo tem bilhões de anos, ou então alguns
dos intérpretes da Bíblia estão equivocados ao insistirem em dizer que foram
apenas 144 horas que durou a criação, ocorrida há alguns milhares de anos antes
de Cristo, sem intervalos de tempo correspondentes a milhões de anos. Mas, em
qualquer dos casos, não se trata de uma questão de inspiração das Escrituras,
mas de sua interpretação (em relação a dados científicos).”http://questoescristas.blogspot.com.br/2011/06/contradicoes-biblicas-respondidas.html.]
3. A criação do ser humano. A raça humana teve sua origem em Deus, através de Adão (At 17.26; 1Co
15.45). O ser humano foi criado no sexto dia, como a coroa de toda a criação, e
recebeu de Deus a incumbência de administrar a terra e a natureza. O homem não
é meramente um animal racional, mas um ser espiritual criado à imagem e
semelhança de Deus. A frase “Façamos o homem” (Gn 1.26), quer dizer: “Vamos
fazer o ser humano”, pois o termo hebraico usado para “homem” é adam, que
significa “género humano”. O ser humano criado por Deus se constitui em “macho
e fêmea” (v.27). Esse ser humano recebeu diretamente de Deus o sopro em suas
narinas (Gn 2.7). Em outro lugar, a Bíblia revela que Deus o fez um pouco menor
do que os anjos (SI 8.5).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Em Gênesis 1, a palavra hebraica para dia é yom. A
maior parte do uso dela no Antigo Testamento é com o sentido de dia, dia
literal; e, nas passagens em que o sentido não é esse, o contexto deixa isso
claro. Primeiro, yom é definido na primeira vez em que é usado na Bíblia (Gn
1.4,5) em seus dois sentidos literais: a porção clara do ciclo luz/trevas e
todo o ciclo luz/trevas. Segundo, yom é usado com ‘noite’ e ‘manhã’. Em todas
as passagens em que essas duas palavras são usadas no Antigo Testamento, juntas
ou separadas, e no contexto de yom ou não, elas sempre tem o sentido literal de
noite ou manhã de um dia literal. Terceiro, yom é modificado por um número:
primeiro dia, segundo dia, terceiro dia, etc., o que em todas as passagens do
Antigo Testamento indicam dias literais. Quarto, Gênesis 1.14 define
literalmente yom em relação aos corpos celestiais” (HAM, Ken. Criacionismo:
Verdade ou mito? 1ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, p. 30).
CONCLUSÃO
Os ensinos inadequados sobre Deus e o Senhor
Jesus Cristo exigiram da Igreja desde muito cedo uma definição sobre o assunto.
Os principais credos iniciam declarando que Deus é o Criador de todas as coisas
no céu e na terra. Trata-se de um resumo do que ensina a Bíblia desde Gênesis
até Apocalipse. Era uma resposta aos diversos conceitos errôneos dos gnósticos
sobre Deus. O contexto hoje exige uma resposta similar, pois são muitos os
nossos desafios. Devemos estar preparados para combater a indiferença religiosa
e o ceticismo à nossa volta que tanto têm contaminado vizinhos, colegas de
escola e também do trabalho. [Comentário: Nos encontramos com Deus na Sua Palavra, um encontro
que nos dá conhecimento, que nos habilita a descrevê-Lo como Deus, e que nos
capacita a viver para Ele. Para servi-Lo adequadamente precisamos conhecer Sua
essência. Quando falamos em essência de Deus, queremos significar tudo o que é
essencial ao Seu Ser como Deus, isto é, substância e atributos. Há duas
substâncias: matéria e espírito. Sua substância é Espírito e Seus atributos são
as qualidades ou propriedades dessa substância. Atributos é a manifestação do
Ser de Deus. Ao longo da história da Igreja, a fé cristã confrontou adversários
dentro e fora dela. Já no ano 50 d.C., a Igreja se reúne no Concílio de
Jerusalém para decidir questões das leis judaicas e os cristãos gentios. Em 325
d.C. em Nicéia, combateu-se o arianismo; desse Concílio temos o credo. Enfim, a
Igreja precisa estar atenta aos ataques aos pilares da fé, os crentes devem
estar atentos aos acontecimentos e prontos a “batalhar diligentemente, pela
fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Judas 3).] “Ora, àquele que é poderoso
para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria,
perante a sua glória. Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e
majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém”. (Judas
24-25).
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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