SUBSÍDIO I
De acordo com a Palavra de Deus,
ser manso é uma das virtudes do Reino de Deus. No Evangelho e Mateus 5.5 há uma
promessa de que os mansos são bem-aventurados porque eles herdarão a terra. Já
na época de Jesus, a mansidão era uma virtude não muito aceita no mundo antigo.
Ora, num tempo onde a força, a guerra e o heroísmo eram as virtudes cultivadas
pela sociedade, o que uma pessoa mansa poderia contribuir de benéfico para a
sociedade?! Ser manso não seria sinônimo de fraqueza, de fragilidade?!
O que é mansidão?
Mas o que representa a mansidão
na Bíblia? Em primeiro lugar, é o oposto da arrogância, do espírito
precipitado, das dissensões, contendas e pelejas. É o oposto das atitudes que
constituem a guerra em vez de paz, o descontrole emocional em vez do controle
emocional, tudo o que contribui para o apaziguamento da alma. Logo, ser manso,
segundo os ensinos de Jesus e dos apóstolos, é cultivar a capacidade de gerar
gentileza uns para com os outros, sem fazer acepção de pessoas, alcançando
todos os homens e enxergando neles a imagem de Deus.
Uma vida de equilíbrio
Como pentecostais enfatizamos os
dons espirituais, e devemos buscá-los de todo coração, a fim de sermos usados
pelo Senhor para a edificação do próximo. Entretanto, a manifestação do fruto
do Espírito é de igual importância. Ora, manifestar os dons do Espírito Santo
e, ao mesmo tempo, apresentarmos uma vida cheia de ambições, de discórdias
carnais, de valores que se opõem ao espírito humilde de Jesus Cristo não se
encontra de acordo com o Evangelho. Diferentemente do que se pode imaginar, a
Palavra de Deus diz que seremos conhecidos pela sociedade se agirmos desta
maneira: “nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns
aos outros” (Jo 13.35).
Um convite a ser manso
Portanto, esta lição nos convida
a rejeitar o espírito aguerrido, de pelejas, de discórdias, de ações carnais,
de busca por vingança. O presente estudo nos ensina a termos uma atitude
diferente a todas as características que andam na contra mão das virtudes do
Reino de Deus. Conscientize seus alunos para não se deixar levar pelas
discórdias ou falhas de comunicação. Mostrando que devemos ser tolerantes uns
para com outros no sentido de vivermos unidos na presença de Deus. Por isso,
siga em frente! Não desista!
Fonte: Revista Ensinador
Cristão, Ano 18 - nº 69 – jan./fev./mar. de 2017.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Dando prosseguimento ao estudo do Fruto do
Espírito, e em comparação com as obras da carne, nos voltaremos na aula de hoje
para a mansidão, a fim de evitar as pelejas. Nestas redunda a causa das
discórdias, dentro e fora da igreja local. Inicialmente, destacaremos as
consequências das pelejas. Em seguida, refletiremos a respeito do cultivo da
mansidão enquanto aspecto do fruto do Espírito. Ao final, daremos orientações e
exemplos para o desenvolvimento da mansidão na vida cristão.
1. PELEJAS,
SUAS CONSEQUÊNCIAS
As discórdias e pelejas são características de
pessoas que vivem debaixo da égide das obras da carne. A palavra grega para as
discórdias é eritheiai, termo que também é utilizado para descrever desavenças.
Caracteriza-se também por um desejo de colocar-se sobe os demais, através de um
sentimento partidário e faccioso, demonstrando rancor. A esse respeito Tiago
destaca que a sabedoria terrena que se opõe à sabedoria do alto é da natureza
humana e diabólica, e essa se manifesta por meio da inveja (Tg. 3.14,15).
Existem muitas pelejas na sociedade contemporânea, as pessoas estão se tornando
cada vez mais competitivas, a meritocracia nem sempre funciona, e os mais
fracos não têm vez. Até mesmo dentro das igrejas as pelejas prevalecem, como já
acontecia nos tempos de Paulo. Há quem esteja disputando apenas cargos
eclesiásticos, muitas coisas estão mudando nas comunidades de fé, não apenas os
usos e costumes. A ganância foi institucionalizada, a politicagem foi assumida
naturalmente, os obreiros perderam a simplicidade. Paulo denunciou esse tipo de
comportamento entre os “obreiros” da sua época. Alguns deles pregavam a Cristo
por “eritheias”, apenas por interesse pessoal. A política eclesiástica está
maculando a imagem dos discípulos de Cristo, isso porque as discórdias e
pelejas, manifestação de carnalidade, é uma chaga que corrói a unidade da
igreja. Evidentemente existe espaço para a discórdia, e até mesmo para o
debate, mas não para o desrespeito e a corrupção. As pessoas nas igrejas estão
cada vez mais afeitas aos cargos, principalmente se deles puderem tirar
proveito financeiro. Poucas querem realmente ser servos e servas, e se gastarem
para a expansão do reino de Deus (II Co. 12.15).
2. CULTIVANDO
A MANSIDÃO DO ESPÍRITO
A palavra mansidão no grego no Novo Testamento é
praotes, e diz respeito à pessoa que se submete à vontade de Deus. A esse
respeito o próprio Jesus dá testemunho: “Tomais sobre vós o meu jugo, e
aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso
para a vossa alma” (Mt. 11.29). Essa virtude também tem a ver com
disponibilidade para aprender, de tal modo que aqueles que assim procedem,
recebem “com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar a vossa
alma” (Tg. 1.21). Os crentes devem cultivar essa virtude do fruto do Espírito,
considerando que “se alguém chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que
sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão, olhando por ti
mesmo, para que não sejas também tentado” (Gl. 6.1). A partir do exemplo de
Jesus, depreendemos que a mansidão não se trata de aceitação passiva do engano,
pois o próprio Senhor foi contundente ao contrariar o erro (Jo. 2.13-16). Paulo
também foi enfático ao declarar que podemos até nos irar contra as coisas
erradas, mas não podemos permitir que sejamos conduzidos pelo ódio (Ef. 4.26).
A mansidão é uma virtude que se manifesta na disposição para aceitar os
desígnios de Deus, foi o que Jesus fez quando aceitou a cruz do calvário, e
entregou a Sua vida como um cordeiro (Mt. 27.14). Aqueles que são mansos agem
com benignidade (II Co. 10.1), são humildes diante do semelhante (Ef. 4.2), e
demonstram sabedoria (Tg. 3.13), sobretudo diante das perseguições (I Pe.
3.1-6). Por isso, ao invés de revidar, ou tratar “na mesma moeda”, devemos
aceitar o dano, e perdoar até mesmo aqueles que nos perseguem (Mt. 5.43,44).
3. VIVENDO
EM MANSIDÃO
Há vários exemplos bíblicos de pessoas que foram
guiadas por Deus para viverem em mansidão. Abraão talvez seja o mais destacado,
pois decidiu não pelejar contra seu sobrinho Ló, antes decidiu perder, sabendo
que poderia ganhar mais com Deus (Gn. 13.8,9). Por ter aprendido com seu pai
Abraão, Isaque também não quis contender com seus inimigos. Ele preferiu não
disputar os poços, ainda que saísse no prejuízo (Gn. 26.20-26), justamente por
isso recebeu a benção do Senhor (Gn. 26.24). Moisés é outro exemplo de
mansidão, reconhecido no texto bíblico como um “varão mui manso, mais do que
todos os homens que havia sobre a terra” (Nm. 12.3). Paulo é um exemplo de
mansidão, tendo em vista que aprendeu, através de um espinho na carne, a
depender de Deus e da Sua graça, mesmo em tempos difíceis (II Co. 12.7).
Espera-se dos pastores que ajam de igual modo, que não sejam rancorosos, que
não incitem a contenda, que não se entreguem às pelejas. Antes que sejam
“mansos para com todos, apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os
que resistem, a ver se, porventura, Deus lhes dará arrependimento para
conhecerem a verdade” (II Tm. 2.23-25). A abordagem predominante na sociedade,
inclusive no ministério eclesiástico, é a de que as pessoas devem ser fortes. E
se possível, devem se sobrepor às demais, justificando pelos seus méritos. Mas
no reino de Deus deve ser diferente, os mais fortes são os mais fracos, são
aqueles que aprenderam a depender de Deus, que não se impõem sobre os outros.
Esse cristianismo moderno, fabricados pelas filosofias contemporâneas,
distanciado das Escrituras, nada tem de cristão. As pelejas não podem ser
naturalizadas, elas precisam ser combatidas, antes que envergonhem o evangelho.
CONCLUSÃO
O salmista declara que “os mansos herdarão a terra
e se deleitarão na abundância de paz” (Sl. 37.11), e Jesus reforça que “os
mansos herdarão a terra”, se referindo àqueles que são súditos do Reino de
Deus. Precisamos cultivar urgentemente essa virtude do Fruto do Espírito, antes
que venhamos a nos engolir uns aos outros (Gl. 5.15). A espiritualidade de uma
igreja local é medida pela disposição de conviver com os diferentes, e de se
aceitarem mutuamente no amor de Jesus Cristo.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje,
estudaremos mais um aspecto do fruto do Espírito, a mansidão. Veremos também as
peleja como obra da carne e como a o posição à brandura. Para ser manso, o
crente precisa ter outra virtude que é a humildade. A arrogância, assim como as
pelejas, são obras da carne e quem as pratica não pode agradar a Deus, pois Ele
abomina o altivo de coração (Pv 16.5). Na Palavra de Deus, os crentes são
comparados às ovelhas. Por que tal alegoria? Porque as ovelhas são animais
dóceis, mansos e submissos ao pastor (Jo 10.14,15). Se você é ovelha de Jesus,
então aprenda a ser manso e humildade. Ouça a voz do Bom Pastor. [Comentário: A mansidão é um aspecto
do fruto do Espírito que parece esquecido em nossa cultura agressiva e
egocêntrica. A mansidão é mal compreendida e subestimada na sociedade de
extremos de hoje - onde muitas vezes as pessoas tendem a reagir com raiva ou a
reagir passivamente. Talvez por ser associada equivocadamente à fraqueza, hoje
a maioria não admira os outros por serem "mansos". O Dicionário
Online de Português PRIBERAM define assim: 1. Qualidade de manso. 2. Brandura
de .gênio. 3. Quietação. 4. Lentidão, vagar (no .atuar)."mansidão",
in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013,
https://www.priberam.pt/dlpo/mansid%C3%A3o [consultado em 27-02-2017. Nem uma só destas
palavras se aplica a Jesus Cristo ou mesmo a Moisés, que a Bíblia afirma que
" E era o homem
Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra."
(Nm 12.3). Esses termos descrevem o rei guerreiro Davi, um homem muito amado
por Deus? Ou Paulo, o apóstolo incansável, que corajosamente enfrentou
perseguições perigosas e dolorosas? Não, porém, uma vez que compreendemos o que
é a mansidão bíblica, podemos facilmente ver que esses homens eram de fato
mansos. A mansidão, sendo um aspecto do fruto do Espírito, é um atributo do
próprio Deus Todo-Poderoso e importante para o nosso ser conformado à Sua
imagem e um verdadeiro testemunho de nossa regeneração. De fato, essa
característica determinará em grande parte quanta paz e satisfação estão em
nossas vidas e quão bem nós fazemos durante as provações.] Dito isto, vamos pensar maduramente a
fé cristã?
I. MANSIDÃO, O OPOSTO DA ARROGÂNCIA
1. Mansidão não é covardia. Ser manso é ser humilde, amável e cortez. A mansidão, como fruto do
Espírito, é uma atitude interior que nos leva a agir com graça e amor, mesmo
diante de situações difíceis. Paulo, ao escrever a Segunda Epístola aos
Coríntios, estava enfrentando uma situação muito difícil. Alguns falsos
apóstolos estavam difamando-o, distorcendo suas mensagens, enfraquecendo sua
autoridade e seu apostolado (2 Co 10—13). Contudo, o apóstolo agiu com mansidão
e bondade para com os irmãos. Ele inicia a epístola falando a respeito do
consolo que recebera de Deus e dos irmãos (2 Co 1.1-6). Muitos podem pensar que
Paulo era um tanto rígido com os irmãos, mas ele era muito equilibrado. Quando
era preciso usava de firmeza para com aqueles que, não querendo andar na
verdade, desafiavam sua autoridade apostólica (1Co 4.21), mas, no trato com os
crentes, era como uma paciente e amorosa ama (1Ts 2.7). [Comentário: Quando o apóstolo Paulo lista a "mansidão"
como o oitavo aspecto do fruto do Espírito em Gálatas 5.23, ele usa o
substantivo grego praotes - e "mansidão" é a
tradução mais próxima para a palavra grega usada aqui. A mansidão é uma parte importante do amor
verdadeiro. “O amor é sofredor, é benigno..., não se irrita, não suspeita mal”
(1Co 13.4,5). É preciso coragem para ser manso e gentil neste mundo maligno. Se
a mansidão não é covardia, então o que significa ser manso? Os dicionários
definem como "gentil, submisso, manso, ou rendido". Mansidãonão é covardia ou
fraqueza, mas sim poder sob
controle. John MacArthur identificou três atitudes primárias que são
ligadas à mansidão (prautēs) no Novo Testamento: (1) a Submissão à vontade de
Deus (Cl 3.12); (2) capacidade de ensino (Tg 1.21), e (3) a consideração dos
outros (Ef 4.2). A partir daí podemos entender que a mansidão é a atitude de
coração que aceita as situações difíceis como boas, perfeitas e aceitáveis e
não estão abertas para disputa ou resistência. Uma Ilustração que poderia
elucidar esta questão é aquela do treinamento ou doma de um cavalo selvagem que
Foi treinado para seguir as ordens do seu condutor. Diríamos que o cavalo foi
"amansado". O treinador foi capaz de deixar aquele animal forte e
poderoso sob controle – nesse sentido, diríamos que Paulo foi domado (At 22.1-16).
O cavalo selvagem, quando domado, continua tendo tanta força e energia como
antes, mas agora pode ser controlado. Ao defender seu apostolado, Paulo escreve
em 2Co 1.12 que a sua base para alegrar-se e gloriar-se era a sinceridade e a
integridade do seu comportamento. Ele tomara a resolução de que, por toda sua
vida cristã, permaneceria fiel ao seu Senhor; recusar-se-ia a conformar-se com
o mundo, que crucificou seu Salvador, e perseveraria na santidade, até Deus
levá-lo para o lar celestial (Rm 12.1,2). Na vida eterna futura, nossa maior
alegria será a consciência de termos vivido a nossa vida "com simplicidade
e sinceridade de Deus", por Cristo nosso Salvador.]
2. Ser manso é ser corajoso. A mansidão não faz do crente um covarde ou tímido, mas permite que se
oponha ao espírito da arrogância e viva de maneira que o nome do Senhor seja
exaltado. Moisés era manso, mas, ao mesmo tempo, demonstrou força e coragem (Nm
11.15; 12.3). Jeremias era um forte proclamador das verdades divinas, mas disse
que não passava de um manso cordeiro (Jr 11.19). [Comentário: Não devemos presumir que aquele que é identificado como
sendo manso, seja incapaz de exercer justa indignação. Jesus se descreveu como
sendo manso (Mt 11.29), no entanto, virou mesas no templo e distribuiu açoites
– que coragem para fazê-lo! (Mt 21.12) - por conta da perversidade do pessoas.
“Certamente ninguém afirmaria que Jesus estava sendo jactancioso ou
orgulhoso quando disse: “sou manso e humilde de coração” (Mt 11.29). Jesus
estava apenas declarando fatos. De igual modo, Moisés não estava se
vangloriando ou se enchendo de orgulho pela sua mansidão. Não, ele estava
simplesmente declarando um fato, porque isso era crucial para se Entender o
significado dos evento que ele estava narrando. O capítulo 11 de números relata
que depois que o Espírito do Senhor veio sobre Eldade e Medade, fazendo-os
profetizar, Josué aproximou-se de Moisés e disse: “Moisés, meu senhor,
proíbe-lho” (Nm 11:28). A resposta de Moisés é uma perfeita ilustração de sua
mansidão: “Tens tu ciúmes por mim? Quem dera todo o povo do Senhor fosse
profeta, que o Senhor lhes desse o seu Espírito!” (Nm 11:29). Moisés demonstrou
ter o caráter de um homem manso, que não se irou porque Deus estava usando
outros para profetizar; demonstrou ser humilde, não interessado em sua própria
glória, mas somente na glória do Senhor. Quando Moisés foi confrontado por
Miriã e Arão (12:1), ele não respondeu em defesa própria. Esta é uma
característica da mansidão. Por que Moisés não falou com eles? Por que não lhes
falou com franqueza? Por que Deus teve de falar com Miriã e Arão, em favor de
Moisés? A explicação encontra-se em Nm 12:3. Moisés não estava lá para
glorificar-se a si mesmo. Se ele tivesse respondido em sua própria defesa,
estaria justificando as queixas que eles tinham feito contra a sua pessoa. Mas
Moisés não era o líder do povo por ter tido qualquer espécie de ambição, nem
por ter confiado em si mesmo, nem por exercer uma obstinada busca de subir ao
poder. Ele foi escolhido por Deus. Assim, a passagem em questão é uma
declaração quanto ao caráter de Moisés, que está simplesmente atestando um
fato. Não é uma afirmação cheia de orgulho.Extraído do livro MANUAL
POPULAR de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia. Norman Geisler – Thomas Howe”. http://www.cacp.org.br/era-o-varao-moises-mui-manso/.]
3. A mansidão, fruto do
Espírito. Como fruto do Espírito, a mansidão faz parte das qualidades
que devem estar presentes na vida dos súditos do Reino de Deus (Mt 5.11). Jesus
ensinou a mansidão e ofereceu o seu fardo a todos aqueles que estavam sofrendo
com as cargas impostas pelo judaísmo, pelos romanos e por Satanás (Mt
11.29,30). Jesus era simples, humilde e dócil (Mt 11.29). As pessoas tinham
prazer em estar ao seu lado. É muito difícil estar ao lado de pessoas altivas.
Em geral, os altivos gostam de pelejas, pois acreditam que estão sempre com a
razão e que são os donos da verdade. Você conhece alguém assim? Então, ore por
ele (a) para que venha a se arrepender, ser cheio do Espírito Santo e
desenvolver o fruto do Espírito. [Comentário: É perfeitamente apropriado que na Bíblia o Espírito Santo
seja simbolizado pela pomba, Jesus pelo cordeiro e os Seus seguidores sejam
simbolizados pela ovelha. Todos esses são símbolos que falam de mansidão – o
fruto espiritual da mansidão. De todos os atributos que estamos analisando,
provavelmente esse é o mais difícil de definir, porque estamos falando de uma
atitude interior e não de algum ato externo. Mansidão ou o Amor Humilde é a
característica que se opõe ao orgulho e tem a ver com humildade, mas não com
passividade. Como já dito, consiste em moderação, paz e submissão, sem qualquer
ideia de fraqueza ou sentimento de inferioridade. Nada há de covardia na
mansidão. Na Bíblia vemos que ela está relacionada com coragem, fortaleza moral
e resolução. Moisés era homem muito manso; mas, ao mesmo tempo estava sempre
pronto a agir em momentos difíceis. É o Espírito Santo que age permitindo que
os crentes sejam muito mais mansos e gentis do que jamais poderiam ser, como
Paulo mostra em sua carta às igrejas da Galácia. Paulo sabia que os crentes
haviam retrocedido e demonstravam atitudes hostis e conflitos pessoais. Ele
escreveu: "Mas se vocês se mordem e se devoram uns aos outros, cuidado
para não se destruírem mutuamente" (Gl 5.15). Ele os exortou a "por
meio do amor, servirem uns aos outros" (Gl 5.13), lembrando-lhes:
"Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Gl 5.14). Somos
instruídos a vestir-nos com mansidão. Isto é algo que devemos buscar ativamente
(1Tm 6.11), e usar como uma vestimenta divina. Paulo disse à igreja Colossense
para “Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de
profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência”. (Cl 3.12); A
mansidão produzida pelo Espírito Santo não é uma característica natural da
personalidade, nem é ser omisso ou passivo diante dos problemas, tampouco ser
uma pessoa que não tem opinião própria ou vive em cima do muro. Esse amor
humilde, que só o Espírito pode gerar em nós por meio da Sua graça, é manifesto
na nossa vida quando somos completamente submissos à Palavra de Deus (Tg
1.21,22).]
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, para iniciar o primeiro tópico da lição,
providencie a figura de uma pomba, de um cordeiro e de algumas ovelhas. Você
pode conseguir as figuras na internet ou recortar de revistas usadas que não
sirvam mais. Mostre a figura da pomba e pergunte aos alunos: "O que vem a
sua mente quando vocês veem a figura de uma pomba?" Ouça os alunos.
Em seguida, diga que a pomba é símbolo do Espírito
Santo. Depois mostre a figura de um cordeiro e pergunte novamente o que vem a
mente deles quando olham a figura. Diga que Jesus é apresentado nas Escrituras
como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.35).
Em seguida, mostre a figura das ovelhas. Diga que
somos ovelhas do rebanho de Cristo, o Bom Pastor (Jo 10.14,15). Depois pergunte
aos alunos: "O que esses animais têm em comum?" Ouça-os e incentive a
participação de todos tornando a aula mais participativa. Explique que eles têm
em comum o fato de serem animais dóceis, mansos. Conclua explicando que a mansidão
é um aspecto do fruto do Espírito Santo que nos ajuda a evitarmos as pelejas e
contendas.
II. EVITANDO AS PELEJAS E CONTENDAS
1. Pelejas e discórdias. Na língua portuguesa, tais palavras possuem quase o mesmo significado,
porém no grego a palavra utilizada para discórdia é eritheiai que significa
desavença e desarmonia. Esta palavra também é utilizada para descrever um
mercenário, pessoa que luta por posição e glória. Paulo exortou os crentes da
Galácia mostrando que as Inimizades, porfias, emulações, pelejas e dissensões
são obra da carne (Gl 5.20). [Comentário: A peleja, da maneira como aparece na lista das obras da
carne, sugere discórdia ou uma disputa política, busca por primazia, formação
de grupos de interesses. Geralmente acontece quando alguém não concorda com um
pensamento, com uma tese, com um ponto de vista e quer que o seu ponto de vista
prevaleça. Então ele inicia uma campanha para conseguir adeptos de suas idéias.
Na igreja em Corinto haviam os adeptos de Paulo, os de Apolo, os de Pedro e os
de Cristo. Esse comportamento causa o enfraquecimento da unidade da igreja e
gera grandes divisões. Este pecado é mais comumente praticado por líderes, por
pastores. Quem não tem o poder ou não o aspira, dificilmente vai se envolver em
pelejas, facções. Ou seja, pastores e líderes, em geral, podem praticar as obras
da carne, geralmente, revestidos de um sentimento de estar lutando pelo
crescimento da obra de Deus. Onde há peleja, não há corações puros. Um coração
puro age como o de Abraão, que chamou seu sobrinho Ló e disse: "...Não
haja contendas entre nós, porque irmão somos... Se fores para a direita irei
para esquerda, se para a esquerda fores, eu irei para a direita... sem
mágoas!"http://www.sandovaljuliano.com.br/site/estudos-biblicos/58-as-obras-da-carne-e-o-fruto-do-espirito/632-inimizades-porfias-emulacoes-e-pelejas.
O Comentário do Novo Testamento: Aplicação pessoal. Vol.2 (CPAD) traz o
seguinte: “Quando nos tornamos crentes, a nossa natureza pecadora continua
existindo. Mas Deus nos pede que coloquemos a nossa natureza pecadora sob o
controle do Espírito Santo de modo que Ele possa transformá-la. Este é um
processo sobrenatural. Nunca devemos subestimar o poder da nossa natureza
pecadora, e nunca devemos tentar combatê-la com as nossas próprias forças.
Satanás é um tentador ardiloso, e nós temos uma capacidade ilimitada de
inventar desculpas. Em lugar de tentar superar o pecado com a nossa própria
força de vontade, devemos aproveitar o tremendo poder de Cristo. Deus permite a
vitória sobre a nossa natureza pecadora — Ele envia o Espírito Santo para
residir em nós e nos capacitar. Mas a nossa capacidade de resistir aos desejos
da natureza pecadora irá depender do quanto estamos dispostos a 'viver de
acordo' com o Espírito Santo. Para cada crente, este processo diário requer
decisões constantes.” Comentário
do Novo Testamento: Aplicação pessoal. Vol.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.
294.]
2. Ações do homem carnal. Atualmente, muitos não estão lutando mais pela causa de Cristo, porém
apenas por cargos e posições. Um dos sinais de que uma pessoa não está
preparada para exercer o ministério cristão é quando manifesta um desejo
incontrolável de, passando por cima de todos, alcançar postos e mandatos. O
crente que é sábio, e tem dons ministeriais, espera com paciência e mansidão o
momento de Deus. Ele não promove pelejas e nem faz politicagem para alcançar
aquilo que é divino, pois tem consciência de que tais atitudes pertencem à
velha natureza. [Comentário: O vocábulo grego “eritheiai” é o plural de “eritheia”, que
significa uma distinção requerida, um desejo de colocar-se acima, um espírito
partidário e faccioso, um sentimento de rancor, hostilidade e oposição baseado
em inveja e implicando em rivalidade. “eritheia” também indica a feitura de
algo com propósitos egoístas e com espírito faccioso. Antes do Novo Testamento,
essa palavra é encontrada somente em Aristóteles, significando uma perseguição
egoísta do ofício político por meios injustos... Tiago falou que a sabedoria
terrena que se opõe à sabedoria do alto é própria da natureza humana e é
diabólica (Tg 3.15), a qual se manifesta por meio dos sentimos de inveja amarga
e de ambição egoísta (gr. “eritheian”) (Tg 3.14), como também mediante o
espírito faccioso (gr. “eritheia”) (Tg 3.16). Em 2 Co 12.20, apóstolo Paulo
disse que ia visitar a igreja de Corinto, mas quando chegasse lá não queria
encontrar pecados de “eritheiai” (palavra grega traduzida por “ambição egoísta”
na AS21 e por “discórdias” na ARA). A exemplo do que ocorrera entre os
Filipenses, infelizmente muitos crentes estão caindo nesse tipo de pecado
dentro das igrejas atuais, ao brigarem por cargos eclesiásticos e por
reconhecimentos humanos, movidos pelos sentimentos de ambição egoísta e de rivalidade.
Apóstolo Paulo afirmou, em Fp 1.17, que alguns pregam a Cristo por “eritheias”,
ou seja, por “ambição egoísta” (NVI), “discórdia” (ARA) ou por “interesse
pessoal” (NTLH). Para nos prevenir desse tipo de pecado, a Bíblia recomenda que
a gente faça a obra de Deus sem interesse pessoal (gr. “eritheian”) e sem
vaidade (Fp 2.3) Este texto
foi extraído do artigo AMBIÇÕES EGOÍSTAS E CONTENDAS DE PALAVRAS, de autoria do
Ev. Fábio Henrique. disponível emhttp://www.admossoro.com.br/reflexoes/ambicoes-egoistas-e-contendas-de-palavras/.]
3. Um espírito aguerrido. Ao crente não convém qualquer tipo de peleja ou porfia (2 Tm 2.24). Deus
exige santidade do seu povo. Precisamos nos manter incorruptíveis, santos,
sinceros e justos em um mundo de trevas (Fp 2.15). Aqueles que estão no mundo
têm mentalidade e valores mundanos. Em geral, as pessoas incentivam os outros a
brigarem, a contenderem por seus direitos, mas o cristão que tem a vida pautada
nos ensinos de Jesus é diferente, pois o Mestre nos manda seguir a segunda
milha e amar aqueles que nos perseguem (Mt 5.39-44). A única forma para
combater a peleja é ser cheio do Espírito Santo (Ef 5.18). O Consolador nos
ajuda a seguir os passos de Jesus Cristo. Ele jamais procurou ser famoso, mas
era humilde e amoroso (Fp 2.5-8). A única forma para combater a peleja é ser
cheio do Espírito Santo. [Comentário: Ao descrever este conjunto de opostos, Paulo nos lembra de
verdades vitais e maravilhosas. O que não conseguimos fazer, Deus consegue e
fará, tanto em nós quanto para nós. Nunca nos tornaremos as pessoas
verdadeiramente boas que desejamos ser, tentando obedecer à Lei de Deus. Mas,
nos tornamos gradativamente mais justas à medida que confiarmos no Espírito de
Deus para nos orientar e capacitar" RICHARDS,
Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento, 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2012, p. 414. Uma peleja que vale a pena é aquela para se
manter incorruptível e justificado diante de Deus (Fp 2.15). Paulo não deixa
dúvida em seu comentário final em Gálatas 5.21: "...a respeito das
quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino
de Deus os que tais cousas praticam". Há uma ligação inegável entre
nossa conduta e nossa salvação eterna. A pessoa que não permite ao Espírito
mudar totalmente sua vida e remover tal carnalidade não receberá o prêmio de um
lar eterno com Deus. Devemos ser transformados de dentro para fora (Rm 12.1-2).]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
CONTENDA
Palavra muitas vezes utilizada na Bíblia Sagrada.
Foi utilizada em 1 Timóteo 1.6 na expressão 'vãs contendas' (Tt 1.10). Há
versões que trazem a expressão 'discursos vãos'. Uma boa tradução da palavra é
aquela que transmite a ideia de discussão. Evidentemente significa orgulho,
presunção, faiar contra aquilo que Deus revelou e faiar contra o próprio Deus.
Várias palavras gr. e heb. são usadas para sugerir
contenda, luta e briga, A contenda pode ser física, oral ou espiritual. Ela
pode descrever a natureza de um homem (Jr 15.10; He 1,3). O orgulho pode trazer
a contenda (Pv 13.10). Os cristãos são admoestados a evitar as brigas
contenciosas (1Co 1.11; Tt 3.9). A intensa disputa entre Barnabé e Paulo (At
15.39) pode referir-se a mais um caso de irritação e incitamento interior do
que a uma expressão exterior de contenda" (Dicionário Bíblico Wycliffe.
1.ed. Rio de Janeiro; CPAD, 2009, p. 448).
III. BEM-AVENTURADOS OS MANSOS
1. O Sermão da Montanha. Encontramos nos capítulos 5 a 7 do Evangelho de Mateus os princípios
estabelecidos por Jesus para todos os que querem fazer parte do Reino dos Céus.
Um dos princípios do Mestre é a mansidão (Mt 5.5). Os judeus estavam sob o jugo
dos romanos, por isso, ansiavam por um messias que viesse fazer uma revolução e
os libertasse da opressão política. Mas Jesus mostrou que seu reino não era
desse mundo, e felizes não eram os que se envolviam em pelejas e motins, mas os
mansos e os pacificadores. O que significa ser manso? Ser manso significa ser
humilde e submisso a Deus. Significa que entregamos tudo ao Pai. No Sermão do
Monte, há uma recompensa para os mansos: "[...] eles herdarão a
terra" (Mt 5.5). [Comentário:“O
erudito em grego W. E. Vine diz que, na Bíblia, a mansidão é uma atitude em relação
a Deus “na qual aceitamos seu trato conosco como algo bom e, portanto, não
discordamos ou resistimos”. Vemos isso em Jesus, que se deleitou em cumprir a
vontade de Seu Pai. Vine prossegue, dizendo: “a mansidão manifestada pelo
Senhor e ordenada àquele que crê é o fruto do poder… O Senhor era ‘manso’
porque tinha os recursos infinitos de Deus sob Seu controle”. Ele poderia ter
chamado anjos do céu para evitar Sua crucificação. Jesus disse aos Seus
seguidores cansados e sobrecarregados: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei
de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa
alma” (Mateus 11:29). Ele foi o modelo perfeito de mansidão. Quando estamos
cansados e atribulados, Jesus nos convida a descobrir a paz de confiar mansamente
nele.” Este trecho foi
extraído de: http://paodiario.org/2016/03/30/bem-aventurados-os-mansos-2/.
A mansidão como bem-aventurança em Mt 5.5 assemelha-se à do Salmo 37.11 que
diz: "Os humildes herdarão a terra e gozarão de paz e prosperidade"
e, talvez esteja baseada nela. A mansidão aqui referida é de natureza
espiritual! É uma atitude de humildade e submissão a Deus que somente os
regenerados podem apresentar como característica. Nosso modelo de mansidão é
Jesus, que se submete à vontade do Pai.]
2. Estevão um homem manso. Estevão era cheio de fé e do Espírito Santo. Diante dos seus algozes, ele
se colocou de joelhos e clamou ao Senhor por eles dizendo:"[...] não lhes
imputes este pecado [...]" (At 7.60). Se Estevão fosse um homem carnal,
com certeza desejaria vingança e agiria com ira diante daqueles que o
apedrejavam. Somente cheios do Espírito podemos permanecer mansos e tranquilos
diante daqueles que desejam e executam o mal contra nós. [Comentário: Quando o trabalho de Estevão ficou conhecido, algumas
pessoas se levantaram contra esse servo (At 6.8-14). Discutiam com ele, mas não
conseguiam resistir seu ensinamento. Estevão pregava a verdade, mas esses
homens não tinham a humildade bastante para admitir seus próprios erros. Ao
invés de aceitar e apoiar o trabalho desse servo, os homens usaram táticas
desonestas para opô-lo. Subornaram falsas testemunhas para provocar uma reação
popular contra Estevão. Ele foi um exemplo de mansidão. Ao invés de praguejar
ou vociferar contra seus agressores, orou por eles enquanto estava sendo
apedrejado até morrer (At 7.59,60).]
3. A mansidão de Cristo. O Senhor Jesus sofreu as piores dores que um homem pode experimentar. Suas
dores foram físicas e emocionais, mas em momento algum Ele abriu a boca para
reclamar ou murmurar contra o Pai e contra aqueles que o maltratavam. O texto
de Isaías afirma que "Ele foi oprimido, mas não abriu a boca; como um
cordeiro, foi levado ao matadouro e, como a ovelha muda perante os seus
tosquiadores, ele não abriu a boca" (Is 53.7). Como você age diante
daqueles que o maltratam e querem o seu mal? Que venhamos a pedir ao Senhor
mansidão. [Comentário: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa
compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi
tentado, mas sem pecado” (Hb 4.15-16). “Aquele que nos primeiros dias do
Seu ministério disse: "Bem-aventurados os mansos", mais tarde também
disse "Sou manso" (Mt.5v5; 11v29). Isso foi somente a prerrogativa
dEle em poder dizer: "Sou manso", e ainda permanecer assim. Entre os
homens, tal alegação à mansidão negaria aquela mansidão fingida. Os outros
podem dizer que um homem é manso, mas quando aquele mesmo homem assim fala,
deixa de ser a verdade. Com o amado Salvador era diferente. Ele podia dizer:
"Sou manso" e ainda permanecer manso. Mansidão é o fruto do Espírito
e desejamos ponderá-la na sua perfeição na vida do Senhor Jesus. Os grandes
homens do mundo sempre desprezaram mansidão. Eles a confundiram com moleza e
fraqueza. Os Faraós do Egito, os Reis da Babilônia, os Imperadores de Roma, os
Príncipes da Pérsia, não toleravam mansidão. Mas mansidão não é fraqueza. De
fato, mansidão é a verdadeira força e pode ser vista como tal no ministério do
Salvador. Alguém o descreveu como "excesso de falta de raiva". A
definição pode parecer incômoda, mas é certa. Houve tempos e ocasiões quando o
nosso Senhor poderia estar irado. Houve circunstâncias que O tornaram assim
(Mc3v5). Mas é dito de amor que não é facilmente provocado, e assim foi com o
grande Amante das almas. Existe uma raiva em nós que pode vir de malícia e
amargura. Isto é errado, embora que nós, às vezes, podemos também estar com a
justa ira, sem pecar (Ef.4v26). Aquele Homem amado, manso e humilde era
excessivamente sem ira e sempre desconhecedor da malícia. No Salmo 45, um salmo
Messiânico predizendo os triunfos do Cristo, é profetizado do Messias, que Ele
prosperaria na causa da verdade, mansidão, e retidão. Sem dúvida, há de ter um
cumprimento milenial disso no futuro, mas era verdade durante a Sua estada
entre nós. Ele pregava a verdade e vivia em retidão. Mansidão une os dois. Foi
o Espírito no qual Ele pregava e vivia enquanto esteve aqui na terra. Outra
vez, o profeta havia dito: "Eis que o teu Rei aí te vem, manso e assentado
sobre uma jumenta". (Mt.21v5). Isto se cumpriu no dia em que o Salvador
entrou em Jerusalém na jumenta, com roupas e ramos de árvores estendidos pelo
caminho. "Hosana!" eles clamaram, "Hosana!" Mas o nosso
Senhor sabia que a cruz estava perto, e Ele recebeu os seus louvores em
mansidão. Ele, que um dia reinará e cavalgará em um cavalo branco em triunfo,
assentou mansamente sobre uma jumenta, para ser crucificado dali a alguns dias
(Veja Ap.19). Quão mansamente o Salvador tolerou os escárnios injustos dos Seus
inimigos. "Odiaram-me sem causa", Ele podia dizer (Jo 15.25).
Injustamente o acusavam, eram os Seus inimigos (Sl.69v4). Note quão mansa e
gentilmente Ele respondia mesmo às injustiças. "Não dizemos nós bem que és
samaritano, e que tens demônio?", eles O acusaram (Jo.8v48-49). "Não
tenho demônio", Ele respondeu, mas sem referência aos samaritanos. Bem Ele
podia ter dito "Não sou samaritano", mas em mansidão característica
Ele não ofenderia. Afinal, uma vez ele viajou para Sicar para trazer salvação a
uma samaritana (Jo.4). Mas será que realmente vemos a Sua mansidão quando O
vemos no meio de inimigos cruéis acusando-O durante aquela última noite longa e
solitária? Ele estava como um cordeiro levado ao matadouro. Ele estava como uma
ovelha muda perante os seus tosquiadores. Como eles O despiram de tudo que era
dEle, até as Suas próprias vestes, Ele era como a gentil corça da alvorada de
Sl.22. Os touros de Basã e os cães de Roma O rodearam. Os líderes orgulhosos e
arrogantes da nação e os soldados insensíveis de César O cercaram. No meio de
tudo, o objeto da sua crueldade, Ele permaneceu em silêncio e sem queixa. Um
tempo antes no jardim, Ele tinha dito a Pedro "Ou pensas tu que eu não
poderia agora orar a meu Pai, e que Ele não Me daria mais de doze legiões de
anjos?" (Mt.26v53). Mas, sabendo que tudo estava ao Seu comando, Ele
suportou mansamente tudo que Lhe fizeram. E quando eventualmente eles O levaram
para fora para morrer, e estenderam as Suas Mãos para cravá-las na cruz, em
mansidão Ele disse: "Pai, perdoa-lhes" (Lc.23:34). Não foi isto
verdadeira força? Foi bem cedo mesmo no Seu ministério que Ele tinha ensinado
os Seus discípulos: "Amai os vossos inimigos, bendizei os que vos
maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos
perseguem" (Mt.5v44). Esta exortação foi parte daquele mesmo ministério no
qual Ele tinha dito "Bem-aventurados os mansos"(Mt.5v5). Quão
literalmente Ele cumpriu as instruções que Ele tinha dado aos Seus, enquanto
Ele orou pelos que estavam fisicamente O pregando naquela cruz. É gostoso notar
que no mesmo Salmo do Seu sofrimento lemos "Os mansos.....se
fartarão" (Sl.22v26). O Príncipe de Sofredores um dia será recompensado
pela Sua mansidão, porque "Os mansos herdarão a terra" (Sl.37v11). Ele
regerá e reinará quando os reis da terra já passaram e são esquecidos. Que nós,
que O amamos e que desejamos ser semelhantes a Ele, sejamos sempre achados em
"humildade e mansidão"; "modestos, mostrando toda a mansidão
para com todos os homens" (Ef.4v2; Tt.3v2). Bem-aventurados são os
mansos.”http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao9-ofrutodoespirito-mansidao-ofrutodaobediencia.htm] Sugiro a leitura da Lição 9 - O Fruto
Do ESPÍRITO - MANSIDÃO - o Fruto Da Obediência, no link:http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao9-ofrutodoespirito-mansidao-ofrutodaobediencia.htm
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
A mansidão é essencial para o ministério eficaz ao
Senhor. Deus nos escolheu para representá-lo perante um mundo perdido e
agonizante. O que o mundo vê em nós que atrai as pessoas a Jesus Cristo. Todos
os aspectos da mansidão — submissão, elementos necessários de nosso testemunho
e serviço cristão, quer testemunhando para os perdidos, fazendo discípulos para
Jesus ou restaurando um irmão fraco" (GILBERTO, António. O Fruto do
Espírito: A plenitude de Cristo na vida do crente. 2.ed. Rio de Janeiro:
CPAD,2004 p. 112).
CONCLUSÃO
Evitemos todo tipo de peleja, pois já somos
novas criaturas (Jo 3.3). Sejamos mansos e humildes de coração, sempre seguindo
o exemplo de nosso Salvador, procurando em tudo glorificar o seu nome. [Comentário: Como vimos ao longo
deste comentário, mansidão é uma disposição do caráter que
aceita, sem discutir, a verdade e a vontade de Deus. É uma postura dócil de
completa submissão e aprendizado em Cristo (Mt 11.28), logo, só pode ser fruto
da atuação do Espírito Santo no crente. Enfatizo que não se trata de simples
obediência, passividade ou indolência, mas de transformação moral segundo à
obediência de Cristo (1Pe 1.2). Segundo Paulo, aquele que não é capaz de ser
manso e se submeter aos seus pastores não é digno da comunhão cristã (2Ts
3.14). Uma virtude que faz parte do caráter de Jesus não pode ser transformada
em defeito pelo mundo e pelo diabo. É mentira que o manso é um covarde, que é
uma pessoa de caráter fraco, que se deixa levar pelos outros, pelo contrário, o
manso é uma pessoa dominada pelo Espírito Santo, que tem um caráter riquíssimo,
que sabe dosar as atitudes com a necessária resposta, que tem domínio próprio e
que está mais perto, muito mais perto, do perfeito caráter de Jesus.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por
meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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