SUBSIDIO I
Vivendo de Forma Moderada
Vivemos numa sociedade onde os
excessos da vida são estimulados diariamente, como o acesso ao consumo diante
das propagandas midiáticas prometendo “céus e terras”. Os shoppings Centers
talvez seja o maior exemplo do reflexo desse espírito consumista. A
imagem dos rodízios, onde as pessoas comem muito mais do que seria o adequado
para o seu bem estar. Os valores exorbitantes de aparelhos de telefone
celular, bolsas importadas e tantos outros itens que não fazem parte da
realidade econômica da maioria das pessoas, mas que impõem a ela a
necessidade de adquirir sem poder. Esse é o “espírito” do nosso tempo!
O ser humano anda na corda bamba
entre o equilíbrio e a falta de moderação. Em Gálatas, a palavra grega que
aparece para prostituição é porneia. O termo se refere a todo tipo de
imoralidade sexual. Note que as três palavras que aparecem no texto
bíblico de Gálatas 5 – prostituição, impureza e lascívia –, embora
tenham significados distintos, têm a mesma conotação: imoralidade sexual.
Ou seja, a conduta que vai à contramão da vontade de Deus em relação à
vida sexual. Aqui, há um grande apelo do apóstolo aos crentes de gálatas
para cultivarem uma vida íntima de acordo com a vontade de Deus. Isso
demandaria equilíbrio espiritual!
Junto com a glutonaria, podemos
destacar também as bebedices. Com glutonaria, o texto bíblico se refere ao
ato de comer demasiadamente ao ponto de se tornar em vício. Ao lado das
bebedices, a glutonaria está numa posição onde o apóstolo Paulo rechaça o
vício na vida dos que seguem a Jesus. Os vícios descritos em Gálatas
revelam um estilo de vida hedonista, fruto da cultura pagã dos tempos de
Paulo. Cada um vivia conforme seu gosto e sua maneira de ver a vida. O que
não é diferente da realidade atual. Por isso, somos instados pelo apóstolo
a ter uma vida equilibrada, manifestando a virtude da temperança em toda a
nossa maneira de viver.
A palavra “temperança” também é
apontada como “domínio próprio” ou “autodomínio”. Conforme 1 Coríntios
9.27, a palavra mostra que a temperança ou o autodomínio é uma virtude do
Espírito Santo que nos ajuda a dominar nossos impulsos carnais. É a
virtude de conter a si mesmo, conter todos os vícios enumerados pelo apóstolo
Paulo: a prostituição, a impureza, a indecência, a glutonaria e as
bebedices. Deus nos dar poder para resistir e nunca nos deixarmos dominar
por esses vícios.
Revista Ensinador Cristão, Ano
18 - Nº 69 – Jan./ Fev./Mar. 2017
SUBSIDIO II
INTRODUÇÃO
Dando prosseguimento ao estudo das obras da carne e do fruto do
Espírito, estudaremos na aula de hoje a prostituição e a glutonaria, opondo a
essas a moderação ou o domínio próprio, que é a própria temperança, pois se
trata de uma demonstração de equilíbrio espiritual, produzido pelo Espírito
Santo. Inicialmente abordaremos essas duas obras da carne, em seguida,
mostraremos a necessidade de cultivar o domínio próprio, ou melhor, o domínio
que vem de Deus, para não vir a perder o controle espiritual. Ao final,
defenderemos que fomos chamados para a santidade, e que essa deve ser buscada
integralmente: corpo, alma e espírito (I Ts. 5.23).
1. A PROSTITUIÇÃO E A GLUTONARIA
O vocábulo prostituição, no grego do novo testamento, é porneia e seria
melhor traduzido como “imoralidade sexual”. A sexualidade humana é uma dádiva
de Deus, e deve ser desfrutada dentro do casamento (Gn. 2.24; Hb. 13.4). O
homem caído, por causa da sua natureza pecaminosa, deturpa a sexualidade.
Vivemos em uma cultura sexualizada, de modo que tudo gira em torno do sexo. A
mídia favoreceu essa explosão, principalmente no que tange à pornografia. A
facilidade de acesso a vídeos dessa natureza, e aos sites de relacionamentos,
tem contribuído consideravelmente para os casos de fornicação e adultério. Mas
essas práticas pecaminosas não são recentes, Paulo teve sérios problemas a esse
respeito na igreja de Corinto (I Co. 5.1). O Apóstolo orientou para que os
pecados sexuais fossem disciplinados, a fim de que o transgressor se
arrependesse, e se voltasse para Deus (I Co. 5.6-8). Ele foi bastante enfático,
advertindo aos crentes de Corinto para que fugissem da prostituição (I Co.
6.13). Além da prostituição, os crentes são orientados por Paulo para que não
se entreguem à glutonaria. A palavra grega para esse pecado é truphe ou gaster
e está relacionada a uma série de práticas. Algumas pessoas estão literalmente
“morrendo pela boca”, pois se entregam dissolutamente ao pecado da gula. Não é
pecado se alimentar bem, mas é preciso ter cuidado, pois o corpo é templo e
morado do Espírito Santo (I Co. 6.19). É preciso ser moderado na escolha dos
alimentos, o excesso de sal e açúcar, por exemplo, pode causar danos à saúde, a
curto, médio ou longo prazo. A alimentação saudável deve ser equilibrada,
priorizando frutas e verduras, e evitando gorduras.
2. CULTIVANDO O DOMÍNIO PRÓPRIO
Os crentes foram salvos para viver de forma moderada, desenvolvendo a
virtude da temperança (Gl. 5.21). O termo grego para esse aspecto do fruto do
Espírito é engkrateia, que aparece na forma substantivada somente em três
passagens: Gl. 5.22, At. 24.25 e II Pe. 1.6. Em todos esses textos fica
evidente o sentido de domínio sobre o eu. Como um atleta que disciplina seu
corpo, a fim de chegar ao propósito desejado, também os crentes devem fazê-lo,
para alcançarem o prêmio espiritual (I Co. 9.24,25). Esse tipo de autocontrole
tem relação direta com os pecados sexuais, bem como a moderação no comer e no
beber. A vontade de Deus é que o crente tenha uma vida equilibrada, que não se
deixar dominar pelos excessos. Isso começa pelo controle da língua, para que
não venhamos a tropeçar em palavras (Tg. 3.2). Os impulsos sexuais também devem
ser freados, aqueles que são casados devem fugir do adultério, e os solteiros
da fornicação. Paulo esclarece aos crentes coríntios que é melhor casar que
abrasar-se (I Co. 7.9), os jovens devem fugir das tentações sexuais, e não se
entregarem aos desejos da mocidade (II Tm. 2.22). Jesus nos deixou o exemplo de
vida moderada, controlada e equilibrada no Espírito, pois sendo tentado em
tudo, não pecou (Hb. 4.15). A liderança espiritual deve seguir esse modelo,
considerando que o pastor deve ser temperado (I Tm. 3.1,2), santo e equilibrado
(Tt. 1.7.8). O domínio próprio é um processo, e se inicia com pequenas
atitudes, que serão aprimoradas ao longo da vida cristã. Conforme defende um
determinado grupo, é preciso evitar o contato inicial com o pecado, e lutar
diariamente contra a tentação, sem nunca desistir.
3.
ANDANDO EM SANTIDADE
Para andar em santidade, não há outra saída, senão andar com Cristo, e
ser cheio do Espírito (Ef. 5.18). A vontade de Deus é nossa santificação (I Ts.
4.3-8), Ele espera que tenhamos uma vida totalmente consagrada. Essa é uma
disciplina cristã, que começa pelo controle da mente (Fp. 4.8). Muitos cristãos
permitem que suas mentes vagueiem por lugares perigosos, que acaba por
distanciá-los da vida piedosa. O autor da Epístola aos Hebreus destaca que
devemos buscar a santificação, sem a qual ninguém poderá ver a Deus (Hb.
12.14). O cristianismo, ao contrário do que defendem alguns críticos, não nega
a dimensão física, muito pelo contrário, concebe o valor do corpo. Mas é
preciso que esse seja utilizado com responsabilidade, para glória de Deus, e
preservação da própria vida. De modo que, conforme adverte Paulo, “cada um de
vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra” (I Ts. 4.4). Uma vertente
da filosofia helenista negava o corpo, e defendia que esse poderia ser
desgastado, pois Deus valorizava apenas a parte espiritual. Essa perspectiva
nada tem de bíblica, é contrária ao plano de Deus para o corpo, que tem seu
devido valor, inclusive no ato da ressurreição (I Co. 15.22,23). Por
desconsiderarem o valor do corpo muitas pessoas estão sofrendo com enfermidades,
e tantas outras atraindo problemas sobre elas mesmas, por causa da falta de
moderação. A esse respeito adverte Paulo: "os que são segundo a carne
inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as
coisas do Espírito". E mais, “a inclinação da carne é inimizade contra
Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser” (Rm.
8.5.-8).
CONCLUSÃO
A vontade de Deus é que vivamos em santidade, sem nos deixar controlar
pelos desequilíbrios carnais. Aqueles que alimentam a natureza pecaminosa, e se
entregam dissolutamente aos prazeres pecaminosos, trarão sobre eles mesmo
consequências drásticas. A santificação é o plano de Deus para nosso próprio
bem, a fim de que venhamos a desfrutar da boa, agradável e perfeita vontade de
Deus. As advertências de Deus, para que fujamos do pecado, é com vistas à
maturidade espiritual, para que desfrutemos de uma vida saudável, na presença
do Senhor.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd
COMENTÁRIO E SUBSIDIO III
INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos que o
crente deve ser livre de qualquer intemperança. Ele precisa ter o fruto do
Espírito Santo, vivendo com equilíbrio, em tudo sendo moderado a fim de que o
nome do Senhor seja exaltado mediante suas ações. Estudaremos a temperança como
um dos aspectos do fruto do Espírito em oposição à glutonaria e à prostituição. [Comentário: Temos estudado até aqui o
contraste entre as obras da carne e o fruto do Espírito defendido que somente
aquele que evidencia os aspectos do fruto do Espírito tem a possibilidade de
uma vida digna e honrosa diante de Deus e da sociedade. As obras da carne vêm
contrapondo a obra do Espírito, que para Paulo é uma só - o amor. Paulo usa
muito este expediente, na apresentação de suas ideias. Ele contrapõe conceitos,
ideias, jogando uma contra outras, segundo características próprias da
literatura de sua época, e no final conclui com seu pensamento. Estas virtudes
do fruto do Espírito torna o crente participante do caráter e da natureza de
Cristo - importante: se é crente, tem que refletir o caráter de Cristo (o fruto
do Espírito). Estas virtudes são demonstradas no relacionamento com Deus (amor,
alegria e paz), no relacionamento com as pessoas (longanimidade, benignidade e
bondade) e na nossa conduta (fé, mansidão e temperança). Este último aspecto é
aquela capacidade dada pelo Espírito Santo para dominarmos nossas ações em
qualquer situação, seja no vestir ou no falar, ou no agir. Faremos o contraste
entre temperança e a glutonaria/prostituição, aspectos das obras da carne que
se são contrarias à temperança. Lemos em 2ª Pedro 1.6 colocando a temperança
como uma das virtudes a ser buscada pelo cristão, ao lado do conhecimento, da
perseverança e da piedade. (2Pd 1.6). Como os demais aspectos do fruto do
Espírito, este também é bastante problemático para nossa geração, focada no
hedonismo, acostumada à ideia de que a felicidade decorre do desprezo à ideia
de disciplina e autocontrole. O cristão, na contramão, não permite que o pecado
tenha a primazia em sua vida (Rm 6.14), já que não estamos mais debaixo da lei,
mas sob a graça, que nos deve levar a frutificar, além do domínio próprio, em
alegria, amor, benignidade, bondade, fidelidade, longanimidade, mansidão e paz.] Dito
isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?
I.
TEMPERANÇA, O DOMÍNIO DAS INCLINAÇÕES CARNAIS
1. Vivendo de modo sóbrio. Podemos comparar o crente que vive segundo a carne, dominado pela velha natureza,
a um vulcão ativo que está sempre prestes a entrar em erupção. O que o vulcão
lança de seu interior? Gases venenosos, lava incandescente e fogo. A erupção
pode devastar cidades inteiras e fazer milhares de vítimas. Assim é o
crente que não tem o fruto do Espírito. Do seu interior, procede somente
aquilo que é mau (Lc 6.45). Precisamos ser comedidos em nossas palavras e
atitudes, procurando ser cheios do Espírito Santo diariamente (Ef 5.18). Fomos
salvos pela graça divina e essa graça nos ensina a rejeitar as obras da carne e
a vivermos de modo sóbrio, justo e piedoso (Tt 2.11). No grego, a palavra
temperança é enkráteia, que significa autocontrole, disciplina (2 Pe 1.6; Tt
1.8). Este vocábulo é também utilizado por Paulo para tratar a respeito da pureza
sexual (1Co 7.9). Já em 1Coríntios 9-25, ele é empregado para destacar a
disciplina de um atleta. Paulo desejava que os crentes entendessem que é o
Espírito Santo que nos ajuda a ser disciplinados e comedidos. Com a ajuda de
Deus, Paulo tinha suas vontades e desejos em sujeição (1Co 9.27). Talvez você
pense que as palavras mansidão e temperança sejam sinónimas, porém existe
diferença entre elas. Mansidão é saber se controlar em um momento de ira, ou
irar-se no momento certo. Já a temperança está relacionada à questão do impulso
sexual, glutonaria e às questões da carne. [Comentário: Não podemos esquecer, como tenho repetido em nossos comentários,
que a vida cristã é aquela vivida no Espírito Santo. Na verdade, a vida cristã
só é possível no Espírito. Fora dEle, nossa vida é como a de qualquer pessoa.
Não existe tal coisa como ‘crente carnal’, que não tem o fruto do Espírito,
entendemos que uma vez selados pelo Espírito Santo, estamos habilitados a
produzir fruto. A afirmativa do subtópico “Assim é o crente que não tem o
fruto do Espírito. Do seu interior, procede somente aquilo que é mau (Lc 6.45)”
não pode ser verdadeira porque o que é nascido do Espírito é espírito, logo
vive de modo equilibrado e não tem prazer nas concupiscências desse mundo (Jo
3.6), logo, não se aplica à um cristão, a menos que aceitemos há crentes
nominais. Quando relaciona as qualidades de um cristão, Paulo inclui o domínio
próprio (Tito 1.8), junto com hospitalidade, benignidade, sobriedade, justiça e
piedade. O apóstolo dava muita importância ao termo egkrateia, uma
vez que o usa várias vezes. Em 1 Coríntios 9.25, trata-se da virtude de um
atleta em disciplinar seu corpo em busca da vitória; em 1 Coríntios 7.9,
trata-se da capacidade do cristão em controlar sua sexualidade. É curioso que,
quando comparece perante o procurador romano Antonio Felix, que governou a
Judéia de 52 a 60, o acusado apóstolo se defende falando de justiça, de juízo
final e de domínio próprio, para irritação do representante de Nero (At 24.25).
A expressão "domínio próprio" aparece sob diferentes palavras nas
versões bíblicas, tendo então como sinônimos principais autocontrole e
temperança. Podemos entender melhor o que é domínio próprio pensando no seu
oposto. Quem tem domínio próprio se autodomina. Quem não tem é dominado por
algo ou por alguém. Quem tem domínio não permite que sentimentos e desejos o
controlem; antes, controla-os, não se permitindo dominar por atitudes, costumes
e paixões. Domínio próprio, portanto, é a capacidade que o cristão deve ter de
controlar seu corpo e sua mente.]
2. Temperança e qualidade de
vida. Temperança significa ter controle sobre seus
desejos e atitudes. Quem tem temperança tem qualidade de vida. Deus não proíbe
você de comer, beber e ter uma vida de conforto e felicidade. Contudo, Ele
deseja que vivamos de modo sóbrio e equilibrado. Uma pessoa que tem domínio
próprio sabe se controlar em toda e qualquer situação. Por não terem a
temperança como fruto do Espírito, muitos estão vivendo sem pudor, cometendo
toda a sorte de excessos, envergonhando o nome de Cristo e a Igreja do
Senhor. Sabemos que o que é nascido da carne é carne, mas o que é
nascido do Espírito é espírito, logo vive de modo equilibrado e não tem prazer
nas concupiscências desse mundo (Jo 3.6). Precisamos diariamente nos encher rio
Espírito Santo para não cumprirmos os desejos da carne (Gl 5.16). As obras da
carne são conhecidas, e sua mortificação só é possível quando somos
completamente dominados pelo poder do Espírito Santo. [Comentário: Quando fez o homem, Deus
deu-lhe o privilégio de dominar sobre todas as coisas: também disse Deus: “Façamos
o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os
peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda
a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra” (Gn 1.26). O
salmista relembra esta competência humana, ao dizer que Deus deu ao homem
domínio sobre todas as obras das suas mãos e dos seus pés (Sl 8.6). Esta
competência, no entanto, nem sempre se realiza quando se trata de o homem
dominar a si mesmo. Embora possa estar em nós desejar fazer o bem, nem sempre o
fazemos. Afinal, como aprendemos também com Paulo, na nossa carne, não habita
bem nenhum, pois o querer o bem está em cada um de nós; não, porém, o
efetuá-lo, porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse
faço (Rm 7.18-19). Por isso, parecemos, por vezes, em cidades derrubadas, pois
que cidade que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio (Pv
25:28). Esta percepção não pode é um convite à passividade, mas um desafio a
nos conhecermos mais e a nos esforçarmos mais para viver segundo o padrão de
Deus, por difícil que seja.http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao6discipulado2.htm]
3. A temperança na vida de Cristo. Jesus se fez homem e habitou entre nós (Jo 1.14), mas Ele não pecou e
jamais experimentou as obras da carne. Jesus era cheio do Espírito Santo (Lc
4.18), razão pela qual pôde vencer as tentações da carne, do mundo e do
Diabo (Hb 4.15). A velha natureza deseja o que é desse mundo: comida,
bebida e prazeres pecaminosos. Porém, quando vivemos orientados e guiados pelo
Espírito, somos equilibrados e não deixamos que as paixões carnais nos vençam. [Comentário: Há aqui outra afirmativa que
não é verdadeira: “[...] razão pela qual pôde vencer as tentações da carne,
do mundo e do Diabo (Hb 4.15).”. Alguns usam de linguagem dúbia e deixam
uma brecha para a possibilidade de Jesus pecar – quando ele afirma: “razão pela
qual pôde vencer as tentações da carne, do mundo e do Diabo”. Isso é um erro
crasso. Sem deixar claro o que quer dizer, acaba incorrendo naquilo que o
Senhor nos exorta a não fazermos: "Seja, porém, o vosso falar: Sim,
sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna" (Mt
5.37). O ensinamento claro das Escrituras é que Jesus era impecável –
Ele não poderia ter pecado. A confusão toda está em não entender que Jesus
nunca deixou de ser Deus, mesmo ao assumir a humanidade. E se perguntarmos se
"Seria possível Deus pecar?", a resposta será um sonoro
"NÃO!". Seria possível Deus mentir? Não! Seria possível Deus roubar,
matar, adulterar, cobiçar... NÃO! Se Ele pudesse ter pecado, Ele poderia pecar
ainda hoje, pois ainda retém a mesma essência de quando estava aqui na terra.
Ele é o Deus-homem – e vai permanecer para sempre assim, possuindo divindade
completa e humanidade completa; ambas fazem parte de Seu ser de tal forma que
não poderiam ser divididas. Acreditar que Jesus poderia pecar é acreditar que
Deus poderia pecar. Paulo escreve em Colossenses 1.19: "porque aprouve
a Deus que, nele, residisse toda a plenitude", e em Colossenses 2.9:
"porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade".
Jesus não nasceu com a mesma natureza pecaminosa com a qual nascemos. Mesmo
diante das tentações que foram a Ele apresentadas por Satanás, permaneceu sem
pecado porque Deus é incapaz de pecar. É contra a Sua natureza (Mt 4.1; Hb
2.18, 4.15; Tg 1.13). Pecado é por definição uma transgressão da Lei. Deus
criou a Lei, e a Lei é por natureza o que Deus faria ou não; portanto, pecado é
qualquer coisa que Deus não faria por Sua própria natureza. Para concluir esta
explicação contrária à afirmativa do comentador da revista, transcrevo o que
diz sobre isto Ronald HANKO no artigo “A Natureza Humana Sem Pecado de Cristo”:
“Devemos lembrar que não é uma natureza que peca, mas uma pessoa, e Cristo é
uma pessoa somente, o Filho de Deus. Como uma pessoa divina, ele não poderia
pecar. Dizer que era possível que ele pecasse em sua natureza humana é dizer
que Deus poderia pecar, pois pessoalmente, mesmo em nossa natureza humana, ele
é o Filho eterno de Deus. Essa, cremos, é uma das verdades ensinadas em 2
Coríntios 5:21, que diz que ele não conheceu pecado, e em Hebreus 7:26, que diz
que ele era “santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores”. HANKO,
Ronald. A Natureza Humana Sem Pecado de CristoDisponível em http://www.monergismo.com/textos/cristologia/natureza-humana-sem-pecado-cristo_hanko.pdf.. A temperança a que estamos nos referindo
aqui não se trata de um auto-controle que nos faz doentes, aquele falso, aquele
apenas de aparência, mas aquela resultante de um desejo profundo, gerada em nós
pelo Espírito Santo. É Ele quem gera em nós o fruto e é Ele que nos fortalece
para exercitarmos todos os aspectos do fruto. Assim, desejamos coisas legítimas
e coisas ilegítimas e nem todos os nossos desejos são pecaminosos. Sejam quais
forem, no entanto, se eles nos controlarem, passam a ser pecaminosos. A maior
desgraça do desejo é quando ele se converte em vício. Nada mais blasfemo do que
um cristão viciado. Há cristãos viciados em falar da vida alheia; até reunião
de oração se transforma em espaço privilegiado para a fofoca. São cristãos que
não refreiam as suas línguas. Há cristãos viciados em guardar dinheiro; eles
guardam sempre e de modo tão doentio que nunca usufruem dele. São cristãos que
não refreiam sua cobiça. Há cristãos viciados em mentir; dizem a Deus que O
estão adorando, mas estão apenas buscando uma bençãozinha; dizem que têm apreço
por seu irmão, sendo até capazes de abençoá-los da boca para fora, mas não têm
a menor disposição de ajudá-lo a carregar as suas cargas. São cristãos escravos
da aparência. Ter domínio próprio é controlar os próprios vícios, não os vícios
dos outros, que este já é um outro vício. Extraído dehttp://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao6discipulado2.htm..]
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“A palavra grega egkrateia significa 'temperança' ou 'domínio próprio'
até sobre paixões sensuais. Inclui, portanto, a castidade. Essa ênfase não
aparece nos textos de Romanos 12 e 1Coríntios 12—14. Por outro lado, o contexto
anterior oferece um tratamento completo do assunto. Em Efésios 4-17-22, a vida
nova é contrastada nitidamente com a antiga. A imoralidade não tem lugar na
vida de uma pessoa que procura ser vaso de bênçãos nas mãos de Deus. Se o viver
santo não acompanhar os dons, o nome de Cristo é envergonhado. O ministério verdadeiramente
eficaz perde seu impacto. Os milagres talvez continuem durante algum tempo, mas
Deus não recebe nenhuma glória. Os milagres não garantem a santidade, porém a
santidade é vital para o verdadeiro ministério espiritual” (HORTON, Stanley H.
Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
1996, p. 492).
II. PROSTITUIÇÃO
E GLUTONARIA, O DESCONTROLE DA NATUREZA HUMANA
1. Fugi da prostituição. O vocábulo prostituição no grego é porneia e significa imoralidade,
relações sexuais ilícitas. Como novas criaturas, precisamos abster-nos da
prostituição e de todo o tipo de infidelidade conjugal. Vivemos em uma
sociedade que aceita e propaga o sexo antibíblico e profano. Não podemos nos
conformar com esse mundo e não podemos jamais esquecer de que devemos ser
"sal" e "luz" neste mundo (Mt 5.13-16; Rm 12.2). [Comentário: A Bíblia nos diz que a
prostituição é imoral. Provérbios 23.27-28 diz: "Pois cova profunda é a
prostituta, poço estreito, a alheia. Ela, como salteador, se põe a espreitar e
multiplica entre os homens os infiéis." A prostituição não só destrói
casamentos, famílias e vidas, mas destrói o espírito e a alma de uma forma que
leva à morte física e espiritual. O desejo de Deus é que permaneçamos puros e
usemos os nossos corpos como instrumentos para o Seu uso e glória (Rm 6.13). 1º
Coríntios 6.13 diz: "O corpo não é para a impureza, mas, para o Senhor,
e o Senhor, para o corpo." Porneia é um termo
abrangente, e tem a ver com "relação sexual ilícita",
"adultério", "fornicação", "homossexualidade",
"lesbianismo", "relação sexual com animais", "relação
sexual com parentes próximos", etc. Tudo isso sem levar em conta que podemos
também praticar a prostituição mental, conforme nos assevera Jesus: "Porque
de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a
prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios" (Mc 7.21). Pela
abrangência do termo, podemos falar do cuidado que devemos tomar, para não
sermos envolvidos nela. Ela é característica dos homens ímpios: "Estando
cheios de toda a iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de
inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade" (Rm 1.29); Sua
abstenção é a vontade de Deus para nós: "Porque esta é a vontade de
Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição" (1 Ts
4.3); Não devemos nem fazer menção dela em nosso meio: "Mas a
prostituição, e toda a impureza ou avareza, nem ainda se nomeie entre vós, como
convém a santos" (Ef 5.3); Deve ser mortificada pelos filhos de Deus:
"Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a
prostituição, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, e a
avareza, que é idolatria" (Cl 3.5). Deus julgará aqueles que dela não
se abstêm: "Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem
mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará"
(Hb 13.4).]
2. A disciplina em casos de
prostituição. Paulo teve sérios problemas com
a imoralidade na igreja em Corinto (1Co 5.1). Um dos crentes estava mantendo
relacionamento sexual com sua madrasta. O apóstolo tratou esse caso de
imoralidade com seriedade e temor. O pecado precisa de disciplina, pois, caso
contrário, haverá a corrupção generalizada (vv. 6-8). O propósito da disciplina
não é humilhar ou ferir aquele que pecou, mas preservar a pureza moral na
igreja. A Palavra de Deus nos adverte a fugir da prostituição: "Fugi da
prostituição [...]" (1Co 6.18). Nosso corpo pertence ao Senhor, pois Ele
nos criou (1Co 6.13). Que jamais venhamos a usar nossos membros para a
prostituição, mas para manifestar a glória de Deus. [Comentário: O texto que trata da disciplina
na igreja é 1 Co 5. O seu contexto: Tendo tratado de problemas mais
“filosóficos” de divisão na igreja, nos capítulos 5 e 6 Paulo fala sobre
problemas bem mais específicos, dificuldades e desgraças na família de Deus. No
final do capítulo 4 Paulo adotou a atitude de um pai espiritual carinhoso, um
pai que ama tanto seus filhos que não admite que fiquem sem disciplina e
correção (4.14,21). Como Provérbios diz, “O que retém a vara aborrece a seu
filho, mas o que o ama, cedo o disciplina” (Pv 13.24). A igreja é uma
família. Por isso, 1 Coríntios 5 trata do difícil problema do que fazer com
membros da igreja, a família de Deus, que vivem em pecado. Assim como muitas
igrejas hoje, a igreja em Corinto havia optado pelo caminho mais fácil. Em nome
da graça e da tolerância haviam decidido não fazer absolutamente nada para
limpar a igreja do pecado. Talvez pensavam que, pelo fato de que o espírito já
era salvo, não importava o que faziam com seus corpos. Talvez achavam que, uma
vez que chegaram num patamar de compreensão espiritual da graça, tinham total
liberdade para fazer com o corpo o que bem entendiam. Talvez haviam caído no
erro do “pré-modernismo”- uma vida sem absolutos, sem padrão, mas de tolerância
total do pecado. Mas Paulo, quando ouviu o relatório de pessoas da casa de Cloe
(1.13) não se continha. Ele escreveu esses capítulos do livro justamente para
corrigir ideias errôneas sobre a igreja, seu testemunho na comunidade, e o
lugar de disciplina na família de Deus. Em Corinto, Paulo define o caso
específico como sendo de incesto. “possuir a mulher de seu próprio pai”-
Parece que alguém da igreja, um suposto irmão, estava dormindo com sua
madrasta. Sabemos que foi com a madrasta porque não diz, “com sua própria mãe.”
Também parece que ela ainda era casada com o pai dele, pois é chamada “a mulher
de seu próprio pai”. Alguns acham que houve divórcio ou morte do pai, mas não
sabemos. Mas, conforme lemos no VT, foi um ato de incesto, confusão e desonra
ao pai (Dt. 27.20, 22.30, Lv 18.6,8). O que deixa o apóstolo ainda mais indignado
é o fato de que, nem entre os gentios pagãos, alguém ousaria fazer tal
coisa. Códigos civis da época proibiam tal besteira. Mas
a igreja em Corinto ficou orgulhosa por esse exemplo de tolerância! (Ler vs.
2). A denúncia de Paulo nos vss. que seguem deixa claro que pecado público, que
envolve e denigre o nome de Cristo na igreja local, tem que ser tratado pública
e abertamente. O “cristão” é um “pequeno cristo” na comunidade,
intimamente associado com Cristo e com a igreja local. Somos vigiados pela
comunidade ao nosso redor, gostando ou não! Não adianta varrer os
problemas debaixo do tapete, como tantas igrejas tentam fazer hoje—ignorar o
problema, na esperança de que vá embora. Quando um pecado afeta o
bom nome de Cristo na igreja local, precisa ser tratado aberta e
definitivamente. Leia mais sobre isto em:http://www.palavraefamilia.org.br/site1/index.php?option=com_content&view=article&id=153:14-principios-de-disciplina-biblica-na-igreja-1-co-51-13&catid=49:1-corintios&Itemid=111]
3. A glutonaria e seus males. Glutão é aquele que come em excesso e com voracidade. Tal atitude revela
falta de equilíbrio espiritual e emocional. Até mesmo na hora de nos
alimentarmos precisamos ter parcimônia. Enquanto a prostituição é um
pecado com o corpo, a glutonaria é um pecado contra o corpo. Salomão
adverte aos que comem em excesso (Pv 23.2). Nosso corpo é templo do Espírito
Santo, por isso, precisamos cuidar bem dele, tendo uma alimentação saudável e
equilibrada (1Co 6.19). Muitos estão enfrentando sérios problemas de saúde
porque não foram equilibrados em sua alimentação. Sabemos que a gordura, o sal
e o açúcar em excesso trazem sérios prejuízos para a nossa saúde. Porém, muitos
continuam a ingerir tais alimentos, mesmo sabendo que trarão sérios prejuízos à
saúde. Muitos maltratam o corpo e depois ficam a clamar a Deus por um milagre.
Façamos a nossa parte. [Comentário: Confesso não entendi a
afirmativa: “Enquanto a prostituição é um pecado com o corpo, a glutonaria é
um pecado contra o corpo”. Ambas são obras da carne e praticadas com o
corpo e contra o corpo! Romanos 14.17, exorta dizendo: “O Reino de Deus não
é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”. E
nos versículos 20 e 21 adverte: “Não destruas por causa da comida a obra de
Deus. É verdade que tudo é limpo, mas mal vai para o homem que come com
escândalo. Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em
que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça.” Observe a
recomendação do Senhor, comer carne ou qualquer outro alimento não é pecado,
mas o hábito de comer em demasia é algo que desagrada a Deus, abomina ao
Senhor. O ajuntamento em festas onde predominam a comilança e a bebedeira é
algo aborrecedor aos olhos de Deus. Devemos evitar a glutonaria não por causa
da saúde, mas por ser ela um pecado! É verdadeiro que muitos enfrentam
problemas de saúde em virtude da falta de controle, mas essa não deve ser a
motivação para evitarmos a glutonaria.]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Prostituição
“A Bíblia defende consistente mente a pureza moral e mantém urna posição
firme contra a prostituição de qualquer tipo. Várias proibições podem ser
encontradas na lei mosaica (Lv 19.29; 21.7,14; Dt 22.21). O livro de Provérbios
está repleto de advertências àqueles que desejam procurar prostituías. Os
mesmos riscos eram enfrentados pelos crentes do Novo Testamento, pois vários
cultos da fertilidade ainda prevaleciam no Império Romano e o aspecto geral da
moralidade no primeiro século era bastante baixo. A proibição contra a
prostituição era incluída nas proibições gerais sobre os relacionamentos
sexuais ilícitos, claramente expressas no Novo Testamento” (Dicionário Bíblico
Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro; CPAD, 2009, p. 1254).
Glutonaria
"Truphe, 'luxo, suntuosidade, afetação, diversão, festança, folia',
é encontrado em 2 Pe 2.13 ('deleites', literalmente, 'contando se divertir no o
prazer'). Em Lucas 7.25, é usada com preposição em, 'em', e
traduzido por delícias'.
Komos, 'divertimento, folia, pândega, orgia', a concomitância e
consequências da bebedeira, é traduzido no plural em Romanos 13.13; Gl 5.21 e
1Pe 4.3 (glutonarias).
Gaster (glutão) denota "barriga. É usado em Tito 1.12, com o
adjetivo argos ‘ocioso’, preguiçoso', metaforicamente, para significar glutão;
em outro lugar ocorre em Lucas 1.31.
III. VIVENDO
EM SANTIFICAÇÃO E DEIXANDO OS EXCESSOS
1. Agradando a Deus em tudo. Pela graça de Jesus, somos salvos e já experimentamos a regeneração.
Como novas criaturas, precisamos viver de modo a agradar ao Senhor. Seja santo
na sua maneira de vestir, falar, comer, em seus relacionamentos, etc. Quem ama
a Deus, deseja agradá-lo em tudo e tem prazer em cumprir a sua lei. A Bíblia
diz que nos últimos dias, por aumentar a iniquidade, o amor de muitos esfriaria
(Mt 24.12). É o que temos visto. Falta amor genuíno para com o Pai e, logo,
também falta santidade, moderação e bom senso. [Comentário: A través da Bíblia, a única abordagem que agrada a Deus é lhe
obedecer no que ele manda. Porém esta questão envolve muito mais do que isso.
Deve-se lembrar que ao lidar com a palavra de Deus, estamos lidando com Deus. A
coisa que Deus exige é uma reverência para com ele que comove até a obediência,
seja esta obediência em relação a uma proibição, ou uma questão de honrar o
silêncio de Deus, ou de examinar as Escrituras para ter certeza daquilo que ele
quer. Quando Deus repetiu a Isaque as promessas dadas a Abraão, ele disse que
cumpriria estas promessas, “Porque Abraão obedeceu à minha palavra e guardou os
meus mandados, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis” (Gênesis
26:4-5). Quando Saul falhou em cumprir o que Deus lhe havia dito, Samuel disse
a ele: “Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios
quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o
sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros” (1 Samuel
15:22). O coração de um filho amável procura obedecer ao pai. Se amarmos a
Deus, vamos querer fazer a sua vontade, independente de como ele expressá-la.
Jesus falou daqueles que estavam dispostos a fazer a vontade do Pai (João 7:17).
A prova mais verdadeira da devoção a Deus não é simplesmente fazer a sua
vontade, mas fazer a sua vontade porque assim desejamos. http://www.estudosdabiblia.net/d156.htm]
2. Santificação. Que venhamos abandonar o pecado e buscar a santificação, pois sem ela
não poderemos ver ao Senhor (Hb 12.14). Quando falamos em pecado, em geral, as
pessoas pensam logo em adultério, homossexualismo e roubo. Mas pecado significa
tudo o que não agrada a Deus. O Senhor deseja que tenhamos uma vida santa,
produzindo o fruto do Espírito. Vida santa significa honrar o próprio corpo,
evitando os pecados sexuais: "Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso
em santificação e honra" (1Ts 4.4). É importante ressaltar que
"vaso" neste contexto significa o corpo do crente. O sexo entre os
cônjuges não é pecado, mas precisamos compreender que nossos corpos são santos.
Marido e a esposa precisam respeitar um ao outro e cuidar um do outro. [Comentário: Somos movidos pelos nossos
sentimentos. Se, por exemplo, amamos, a Deus, ao próximo ou a nós mesmos, somos
levados a querer bem, adorando a Deus, respeitando o outro e gostando de nós
mesmos. Se, doutro lado, em nós o ódio é forte, seja a Deus pela figura do pai
que representa, seja ao próximo, por ser a fonte de nosso sofrimento (o inferno
são os outros, já dizia Sartre), seja a nós mesmos, pela incapacidade ser o que
gostaríamos de ser, somos levados ao vale do vazio.
Ter domínio próprio é fazer com que os sentimentos bons sejam
fortalecidos e canalizados para que possam ser aperfeiçoados. Assim, o amor
deve alcançar o seu objeto. Desde Platão, existe uma modalidade de amor
silencioso. Há homens que amam mulheres que jamais retribuirão o seu amor pelo
simples fato de não saberem que sem amadas. Há, pois, um amor erótico
platônico. Há também um amor fraternal platônico, que é aquele que nunca passa
ao campo da ação. Há ainda um amor espiritual platônico. Há gente que só Deus,
que sonda os corações, sabe que é amado por ela, porque dos lábios desse tipo
de adorador não sai um cântico, não sai uma palavra de gratidão ou de exaltação
a Deus. Quando temos domínio sobre o sentimento do amor, fazemos com que ele se
torne operativo. Quando ao ódio, bem, simplesmente não devemos odiar e poderíamos
encerrar a discussão aqui. No entanto, somos também capazes de odiar; este é um
gigante da alma, como o descreveu um antigo psicólogo (Emílio Mira y Lopez). Se
o Espírito Santo habita em nosso coração, ele não pode conviver com o ódio.
Contudo, sabemos que, embora não o desejando, nós odiamos. Por isto, a
recomendação bíblica é que, mesmo nos irando, não devemos pecar e nem permitir
que o sol se ponha sobre a nossa raiva. Antes, consultemos nosso travesseiro e
sosseguemos (Salmo 4.4). Em outras palavras, o ódio não pode ser um sentimento
permanente em nós, para que não nos destrua. O ódio é, portanto, um sentimento
a ser controlado ou ele nos dominará e nos levará a fazer o que não queremos. A
ambição é um sentimento que também deve ser controlado. Não devemos ser
acomodados; antes, devemos querer o máximo para nós. A ambição destrói quando
não vê métodos e se baseia na comparação com o que os outros são ou alcançaram.
Controle a sua ambição e ela não controlará você. A vaidade é um sentimento que
também deve ser controlado. Não devemos nos achar que nada valemos e que os
outros são melhores ou fazem as coisas melhores que nós. Nem sempre... A
vaidade mata quando nos leva a nos achar onipotentes e oniscientes, acima da
média humana. Controle a sua vaidade e ela não controlará. http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao6discipulado2.htm.]
3. Deixando os excessos. Viver de maneira que agrade a Deus é difícil, mas é possível. É possível
porque não estamos sozinhos. O Espírito Santo, que habita em nós, deseja nos
ajudar a abandonar todo excesso e todo o pecado. Ele nos ajuda a ter uma vida
equilibrada, sadia e santa. [Comentário: Há certas ocasiões que, antes de perceber o que está fazendo, você
perde o controle, e passa ser vítima do seu descontrole, velada ou
violentamente. Os resultados são prostituição, impureza, lascívia, que nos
sobrevêm quando perdemos o controle sobre a paixão e nos deixamos levar por
ela; idolatria e feitiçarias, quando desesperamos diante das circunstâncias e
buscamos bênçãos de todo tipo; inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias,
dissensões, facções e invejas, que nos dominam quando damos lugar aos desejos
de superação do outro; bebedices e glutonarias, quando nos deixamos escravizar
pelo desejo do nosso ventre. (Gálatas 5.19-20)
O fruto do Espírito, no entanto, é o autocontrole.
1. Conheça-se e use o conhecimento a seu respeito a seu próprio favor.
Tendemos a não perceber como somos, mas devemos nos esforçar para tal. Se você,
no trânsito, é um pé de chumbo, vigie seu comportamento, para que controle o
seu ímpeto de sair em disparada. A velocidade não é mais importante que você.
Se você se ira com facilidade, evite as situações que a provocam a sua raiva.
Desenvolva métodos para que a irritação fique em níveis aceitáveis. Use o que
você sabe a seu próprio respeito para se dominar melhor.
2. Aprenda a tomar atitudes diferentes das que toma hoje. Faça com que
seus sentimentos e desejos não redundem sempre nos mesmos atos. Você nasceu
assim, mas não precisa morrer assim. Abra-se para o diferente. Faça o que nunca
fez antes.
3. Valorize a disciplina. Quando Jesus disse que, se o nosso olho nos
levar ao escândalo, devemos arrancá-lo, ele estava lembrando que precisamos
subjugar o nosso corpo, quando este nos subjuga. Ponha objetivos na vida e se
empenhe para alcançá-los. O autocontrole é o resultado da disciplina e do
esforço próprio.
4. Deixe-se conduzir pelo Espírito de Deus. O domínio próprio é um
esforço de quem vive pelo Espírito. Os homens em geral não pensam em
disciplina, mas os cristãos nos esforçamos para viver de modo organizado,
coordenado e harmônico. Neste ministério, o Espírito Santo quer nos apoiar,
para nos conduzir. Deixe-se dirigir pelo Espírito. O domínio próprio só é
possível por meio de Sua ação em nós. http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao6discipulado2.htm]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Embora vivessem numa sociedade onde o pecado sexual era comum e
aceitável, os apóstolos não transigiam com a verdade e a santidade de Deus. Não
rebaixaram os padrões morais para acomodá-los às ideias e tendências daquela
sociedade. Sempre que se deparavam com baixo padrões morais em alguma igreja (Ap
2.14,15,20), repreendiam-na e procuravam corrigi-la. Considerando padrões a
baixa moralidade que prevalece em nossos dias, precisamos de dirigentes do tipo
dos apóstolos, para conclamar a igreja a obedecer aos padrões divinos de
retidão (Bíblia de Estudo Pentecostal, Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 1847).
CONCLUSÃO
A temperança, como fruto do
Espírito Santo, nos ajuda a ter uma vida disciplinada e feliz. Que venhamos ser
cheios do Espírito, aprendendo com Ele a disciplina espiritual em todas as
áreas de nossa vida. [Comentário: Como foi definido acima, a
temperança em nós produzida não é apenas de aparência, mas resulta de um desejo
profundo gerado em nós pelo Espírito Santo. Por isto, evite começar a fazer
aquilo que o controla. Se você perde o controle da sua língua, quando o assunto
é a vida alheia ou quando a conversa descamba para assuntos pouco edificantes,
não entre na conversa. Recuse participar desde o princípio. Se já começou,
deixando-se dominar por sentimentos, desejos e atitudes, procure parar. O
Espírito Santo o ajudará, se houver arrependimento no seu coração. Afinal, a
vida cristã é aquela vivida no Espírito Santo. Na verdade, a vida cristã só é
possível no Espírito. Fora dEle, nossa vida é como a de qualquer pessoa.] “NaquEle
que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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