sábado, 11 de março de 2017

LIÇÃO 11: VIVENDO DE FORMA MODERADA

SUBSIDIO I

Vivendo de Forma Moderada

Vivemos numa sociedade onde os excessos da vida são estimulados diariamente, como o acesso ao consumo diante das propagandas midiáticas prometendo “céus e terras”. Os shoppings Centers  talvez seja o maior exemplo do reflexo desse espírito consumista. A imagem dos rodízios, onde as pessoas comem muito mais do que seria o adequado para o seu bem estar. Os valores exorbitantes de aparelhos de telefone celular, bolsas importadas e tantos outros itens que não fazem parte da realidade econômica da maioria das pessoas, mas que impõem a ela a necessidade de adquirir sem poder. Esse é o “espírito” do nosso tempo!
O ser humano anda na corda bamba entre o equilíbrio e a falta de moderação. Em Gálatas, a palavra grega que aparece para prostituição é porneia. O termo se refere a todo tipo de imoralidade sexual. Note que as três palavras que aparecem no texto bíblico de Gálatas 5 – prostituição, impureza e lascívia –, embora tenham significados distintos, têm a mesma conotação: imoralidade sexual. Ou seja, a conduta que vai à contramão da vontade de Deus em relação à vida sexual. Aqui, há um grande apelo do apóstolo aos crentes de gálatas para cultivarem uma vida íntima de acordo com a vontade de Deus. Isso demandaria equilíbrio espiritual!
Junto com a glutonaria, podemos destacar também as bebedices. Com glutonaria, o texto bíblico se refere ao ato de comer demasiadamente ao ponto de se tornar em vício. Ao lado das bebedices, a glutonaria está numa posição onde o apóstolo Paulo rechaça o vício na vida dos que seguem a Jesus. Os vícios descritos em Gálatas revelam um estilo de vida hedonista, fruto da cultura pagã dos tempos de Paulo. Cada um vivia conforme seu gosto e sua maneira de ver a vida. O que não é diferente da realidade atual. Por isso, somos instados pelo apóstolo a ter uma vida equilibrada, manifestando a virtude da temperança em toda a nossa maneira de viver.
A palavra “temperança” também é apontada como “domínio próprio” ou “autodomínio”. Conforme 1 Coríntios 9.27, a palavra mostra que a temperança ou o autodomínio é uma virtude do Espírito Santo que nos ajuda a dominar nossos impulsos carnais. É a virtude de conter a si mesmo, conter todos os vícios enumerados pelo apóstolo Paulo: a prostituição, a impureza, a indecência, a glutonaria e as bebedices. Deus nos dar poder para resistir e nunca nos deixarmos dominar por esses vícios.

Revista Ensinador Cristão, Ano 18 - Nº 69 – Jan./ Fev./Mar. 2017

SUBSIDIO II

INTRODUÇÃO

Dando prosseguimento ao estudo das obras da carne e do fruto do Espírito, estudaremos na aula de hoje a prostituição e a glutonaria, opondo a essas a moderação ou o domínio próprio, que é a própria temperança, pois se trata de uma demonstração de equilíbrio espiritual, produzido pelo Espírito Santo. Inicialmente abordaremos essas duas obras da carne, em seguida, mostraremos a necessidade de cultivar o domínio próprio, ou melhor, o domínio que vem de Deus, para não vir a perder o controle espiritual. Ao final, defenderemos que fomos chamados para a santidade, e que essa deve ser buscada integralmente: corpo, alma e espírito (I Ts. 5.23).

1. A PROSTITUIÇÃO E A GLUTONARIA

O vocábulo prostituição, no grego do novo testamento, é porneia e seria melhor traduzido como “imoralidade sexual”. A sexualidade humana é uma dádiva de Deus, e deve ser desfrutada dentro do casamento (Gn. 2.24; Hb. 13.4). O homem caído, por causa da sua natureza pecaminosa, deturpa a sexualidade. Vivemos em uma cultura sexualizada, de modo que tudo gira em torno do sexo. A mídia favoreceu essa explosão, principalmente no que tange à pornografia. A facilidade de acesso a vídeos dessa natureza, e aos sites de relacionamentos, tem contribuído consideravelmente para os casos de fornicação e adultério. Mas essas práticas pecaminosas não são recentes, Paulo teve sérios problemas a esse respeito na igreja de Corinto (I Co. 5.1). O Apóstolo orientou para que os pecados sexuais fossem disciplinados, a fim de que o transgressor se arrependesse, e se voltasse para Deus (I Co. 5.6-8). Ele foi bastante enfático, advertindo aos crentes de Corinto para que fugissem da prostituição (I Co. 6.13). Além da prostituição, os crentes são orientados por Paulo para que não se entreguem à glutonaria. A palavra grega para esse pecado é truphe ou gaster e está relacionada a uma série de práticas. Algumas pessoas estão literalmente “morrendo pela boca”, pois se entregam dissolutamente ao pecado da gula. Não é pecado se alimentar bem, mas é preciso ter cuidado, pois o corpo é templo e morado do Espírito Santo (I Co. 6.19). É preciso ser moderado na escolha dos alimentos, o excesso de sal e açúcar, por exemplo, pode causar danos à saúde, a curto, médio ou longo prazo. A alimentação saudável deve ser equilibrada, priorizando frutas e verduras, e evitando gorduras.

2. CULTIVANDO O DOMÍNIO PRÓPRIO

Os crentes foram salvos para viver de forma moderada, desenvolvendo a virtude da temperança (Gl. 5.21). O termo grego para esse aspecto do fruto do Espírito é engkrateia, que aparece na forma substantivada somente em três passagens: Gl. 5.22, At. 24.25 e II Pe. 1.6. Em todos esses textos fica evidente o sentido de domínio sobre o eu. Como um atleta que disciplina seu corpo, a fim de chegar ao propósito desejado, também os crentes devem fazê-lo, para alcançarem o prêmio espiritual (I Co. 9.24,25). Esse tipo de autocontrole tem relação direta com os pecados sexuais, bem como a moderação no comer e no beber. A vontade de Deus é que o crente tenha uma vida equilibrada, que não se deixar dominar pelos excessos. Isso começa pelo controle da língua, para que não venhamos a tropeçar em palavras (Tg. 3.2). Os impulsos sexuais também devem ser freados, aqueles que são casados devem fugir do adultério, e os solteiros da fornicação. Paulo esclarece aos crentes coríntios que é melhor casar que abrasar-se (I Co. 7.9), os jovens devem fugir das tentações sexuais, e não se entregarem aos desejos da mocidade (II Tm. 2.22). Jesus nos deixou o exemplo de vida moderada, controlada e equilibrada no Espírito, pois sendo tentado em tudo, não pecou (Hb. 4.15). A liderança espiritual deve seguir esse modelo, considerando que o pastor deve ser temperado (I Tm. 3.1,2), santo e equilibrado (Tt. 1.7.8). O domínio próprio é um processo, e se inicia com pequenas atitudes, que serão aprimoradas ao longo da vida cristã. Conforme defende um determinado grupo, é preciso evitar o contato inicial com o pecado, e lutar diariamente contra a tentação, sem nunca desistir.

3. ANDANDO EM SANTIDADE

Para andar em santidade, não há outra saída, senão andar com Cristo, e ser cheio do Espírito (Ef. 5.18). A vontade de Deus é nossa santificação (I Ts. 4.3-8), Ele espera que tenhamos uma vida totalmente consagrada. Essa é uma disciplina cristã, que começa pelo controle da mente (Fp. 4.8). Muitos cristãos permitem que suas mentes vagueiem por lugares perigosos, que acaba por distanciá-los da vida piedosa. O autor da Epístola aos Hebreus destaca que devemos buscar a santificação, sem a qual ninguém poderá ver a Deus (Hb. 12.14). O cristianismo, ao contrário do que defendem alguns críticos, não nega a dimensão física, muito pelo contrário, concebe o valor do corpo. Mas é preciso que esse seja utilizado com responsabilidade, para glória de Deus, e preservação da própria vida. De modo que, conforme adverte Paulo, “cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra” (I Ts. 4.4). Uma vertente da filosofia helenista negava o corpo, e defendia que esse poderia ser desgastado, pois Deus valorizava apenas a parte espiritual. Essa perspectiva nada tem de bíblica, é contrária ao plano de Deus para o corpo, que tem seu devido valor, inclusive no ato da ressurreição (I Co. 15.22,23). Por desconsiderarem o valor do corpo muitas pessoas estão sofrendo com enfermidades, e tantas outras atraindo problemas sobre elas mesmas, por causa da falta de moderação. A esse respeito adverte Paulo: "os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito". E mais, “a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser” (Rm. 8.5.-8).

CONCLUSÃO

A vontade de Deus é que vivamos em santidade, sem nos deixar controlar pelos desequilíbrios carnais. Aqueles que alimentam a natureza pecaminosa, e se entregam dissolutamente aos prazeres pecaminosos, trarão sobre eles mesmo consequências drásticas. A santificação é o plano de Deus para nosso próprio bem, a fim de que venhamos a desfrutar da boa, agradável e perfeita vontade de Deus. As advertências de Deus, para que fujamos do pecado, é com vistas à maturidade espiritual, para que desfrutemos de uma vida saudável, na presença do Senhor.

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa

Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSIDIO III

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos que o crente deve ser livre de qualquer intemperança. Ele precisa ter o fruto do Espírito Santo, vivendo com equilíbrio, em tudo sendo moderado a fim de que o nome do Senhor seja exaltado mediante suas ações. Estudaremos a temperança como um dos aspectos do fruto do Espírito em oposição à glutonaria e à prostituição. [Comentário: Temos estudado até aqui o contraste entre as obras da carne e o fruto do Espírito defendido que somente aquele que evidencia os aspectos do fruto do Espírito tem a possibilidade de uma vida digna e honrosa diante de Deus e da sociedade. As obras da carne vêm contrapondo a obra do Espírito, que para Paulo é uma só - o amor. Paulo usa muito este expediente, na apresentação de suas ideias. Ele contrapõe conceitos, ideias, jogando uma contra outras, segundo características próprias da literatura de sua época, e no final conclui com seu pensamento. Estas virtudes do fruto do Espírito torna o crente participante do caráter e da natureza de Cristo - importante: se é crente, tem que refletir o caráter de Cristo (o fruto do Espírito). Estas virtudes são demonstradas no relacionamento com Deus (amor, alegria e paz), no relacionamento com as pessoas (longanimidade, benignidade e bondade) e na nossa conduta (fé, mansidão e temperança). Este último aspecto é aquela capacidade dada pelo Espírito Santo para dominarmos nossas ações em qualquer situação, seja no vestir ou no falar, ou no agir. Faremos o contraste entre temperança e a glutonaria/prostituição, aspectos das obras da carne que se são contrarias à temperança. Lemos em 2ª Pedro 1.6 colocando a temperança como uma das virtudes a ser buscada pelo cristão, ao lado do conhecimento, da perseverança e da piedade. (2Pd 1.6). Como os demais aspectos do fruto do Espírito, este também é bastante problemático para nossa geração, focada no hedonismo, acostumada à ideia de que a felicidade decorre do desprezo à ideia de disciplina e autocontrole. O cristão, na contramão, não permite que o pecado tenha a primazia em sua vida (Rm 6.14), já que não estamos mais debaixo da lei, mas sob a graça, que nos deve levar a frutificar, além do domínio próprio, em alegria, amor, benignidade, bondade, fidelidade, longanimidade, mansidão e paz.] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?

I. TEMPERANÇA, O DOMÍNIO DAS INCLINAÇÕES CARNAIS

1. Vivendo de modo sóbrio. Podemos comparar o crente que vive segundo a carne, dominado pela velha natureza, a um vulcão ativo que está sempre prestes a entrar em erupção. O que o vulcão lança de seu interior? Gases venenosos, lava incandescente e fogo. A erupção pode devastar cidades inteiras e fazer milhares de vítimas. Assim é o crente que não tem o fruto do Espírito. Do seu interior, procede somente aquilo que é mau (Lc 6.45). Precisamos ser comedidos em nossas palavras e atitudes, procurando ser cheios do Espírito Santo diariamente (Ef 5.18). Fomos salvos pela graça divina e essa graça nos ensina a rejeitar as obras da carne e a vivermos de modo sóbrio, justo e piedoso (Tt 2.11). No grego, a palavra temperança é enkráteia, que significa autocontrole, disciplina (2 Pe 1.6; Tt 1.8). Este vocábulo é também utilizado por Paulo para tratar a respeito da pureza sexual (1Co 7.9). Já em 1Coríntios 9-25, ele é empregado para destacar a disciplina de um atleta. Paulo desejava que os crentes entendessem que é o Espírito Santo que nos ajuda a ser disciplinados e comedidos. Com a ajuda de Deus, Paulo tinha suas vontades e desejos em sujeição (1Co 9.27). Talvez você pense que as palavras mansidão e temperança sejam sinónimas, porém existe diferença entre elas. Mansidão é saber se controlar em um momento de ira, ou irar-se no momento certo. Já a temperança está relacionada à questão do impulso sexual, glutonaria e às questões da carne. [Comentário: Não podemos esquecer, como tenho repetido em nossos comentários, que a vida cristã é aquela vivida no Espírito Santo. Na verdade, a vida cristã só é possível no Espírito. Fora dEle, nossa vida é como a de qualquer pessoa. Não existe tal coisa como ‘crente carnal’, que não tem o fruto do Espírito, entendemos que uma vez selados pelo Espírito Santo, estamos habilitados a produzir fruto. A afirmativa do subtópico “Assim é o crente que não tem o fruto do Espírito. Do seu interior, procede somente aquilo que é mau (Lc 6.45)” não pode ser verdadeira porque o que é nascido do Espírito é espírito, logo vive de modo equilibrado e não tem prazer nas concupiscências desse mundo (Jo 3.6), logo, não se aplica à um cristão, a menos que aceitemos há crentes nominais. Quando relaciona as qualidades de um cristão, Paulo inclui o domínio próprio (Tito 1.8), junto com hospitalidade, benignidade, sobriedade, justiça e piedade. O apóstolo dava muita importância ao termo egkrateia, uma vez que o usa várias vezes. Em 1 Coríntios 9.25, trata-se da virtude de um atleta em disciplinar seu corpo em busca da vitória; em 1 Coríntios 7.9, trata-se da capacidade do cristão em controlar sua sexualidade. É curioso que, quando comparece perante o procurador romano Antonio Felix, que governou a Judéia de 52 a 60, o acusado apóstolo se defende falando de justiça, de juízo final e de domínio próprio, para irritação do representante de Nero (At 24.25). A expressão "domínio próprio" aparece sob diferentes palavras nas versões bíblicas, tendo então como sinônimos principais autocontrole e temperança. Podemos entender melhor o que é domínio próprio pensando no seu oposto. Quem tem domínio próprio se autodomina. Quem não tem é dominado por algo ou por alguém. Quem tem domínio não permite que sentimentos e desejos o controlem; antes, controla-os, não se permitindo dominar por atitudes, costumes e paixões. Domínio próprio, portanto, é a capacidade que o cristão deve ter de controlar seu corpo e sua mente.]

2. Temperança e qualidade de vida. Temperança significa ter controle sobre seus desejos e atitudes. Quem tem temperança tem qualidade de vida. Deus não proíbe você de comer, beber e ter uma vida de conforto e felicidade. Contudo, Ele deseja que vivamos de modo sóbrio e equilibrado. Uma pessoa que tem domínio próprio sabe se controlar em toda e qualquer situação. Por não terem a temperança como fruto do Espírito, muitos estão vivendo sem pudor, cometendo toda a sorte de excessos, envergonhando o nome de Cristo e a Igreja do Senhor.  Sabemos que o que é nascido da carne é carne, mas o que é nascido do Espírito é espírito, logo vive de modo equilibrado e não tem prazer nas concupiscências desse mundo (Jo 3.6). Precisamos diariamente nos encher rio Espírito Santo para não cumprirmos os desejos da carne (Gl 5.16). As obras da carne são conhecidas, e sua mortificação só é possível quando somos completamente dominados pelo poder do Espírito Santo. [Comentário: Quando fez o homem, Deus deu-lhe o privilégio de dominar sobre todas as coisas: também disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra” (Gn 1.26). O salmista relembra esta competência humana, ao dizer que Deus deu ao homem domínio sobre todas as obras das suas mãos e dos seus pés (Sl 8.6). Esta competência, no entanto, nem sempre se realiza quando se trata de o homem dominar a si mesmo. Embora possa estar em nós desejar fazer o bem, nem sempre o fazemos. Afinal, como aprendemos também com Paulo, na nossa carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em cada um de nós; não, porém, o efetuá-lo, porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço (Rm 7.18-19). Por isso, parecemos, por vezes, em cidades derrubadas, pois que cidade que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio (Pv 25:28). Esta percepção não pode é um convite à passividade, mas um desafio a nos conhecermos mais e a nos esforçarmos mais para viver segundo o padrão de Deus, por difícil que seja.http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao6discipulado2.htm]

3. A temperança na vida de Cristo. Jesus se fez homem e habitou entre nós (Jo 1.14), mas Ele não pecou e jamais experimentou as obras da carne. Jesus era cheio do Espírito Santo (Lc 4.18), razão pela qual pôde vencer as tentações da carne, do mundo e do Diabo (Hb 4.15). A velha natureza deseja o que é desse mundo: comida, bebida e prazeres pecaminosos. Porém, quando vivemos orientados e guiados pelo Espírito, somos equilibrados e não deixamos que as paixões carnais nos vençam. [Comentário: Há aqui outra afirmativa que não é verdadeira: “[...] razão pela qual pôde vencer as tentações da carne, do mundo e do Diabo (Hb 4.15).”. Alguns usam de linguagem dúbia e deixam uma brecha para a possibilidade de Jesus pecar – quando ele afirma: “razão pela qual pôde vencer as tentações da carne, do mundo e do Diabo”. Isso é um erro crasso. Sem deixar claro o que quer dizer, acaba incorrendo naquilo que o Senhor nos exorta a não fazermos: "Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna" (Mt 5.37). O ensinamento claro das Escrituras é que Jesus era impecável – Ele não poderia ter pecado. A confusão toda está em não entender que Jesus nunca deixou de ser Deus, mesmo ao assumir a humanidade. E se perguntarmos se "Seria possível Deus pecar?", a resposta será um sonoro "NÃO!". Seria possível Deus mentir? Não! Seria possível Deus roubar, matar, adulterar, cobiçar... NÃO! Se Ele pudesse ter pecado, Ele poderia pecar ainda hoje, pois ainda retém a mesma essência de quando estava aqui na terra. Ele é o Deus-homem – e vai permanecer para sempre assim, possuindo divindade completa e humanidade completa; ambas fazem parte de Seu ser de tal forma que não poderiam ser divididas. Acreditar que Jesus poderia pecar é acreditar que Deus poderia pecar. Paulo escreve em Colossenses 1.19: "porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude", e em Colossenses 2.9: "porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade". Jesus não nasceu com a mesma natureza pecaminosa com a qual nascemos. Mesmo diante das tentações que foram a Ele apresentadas por Satanás, permaneceu sem pecado porque Deus é incapaz de pecar. É contra a Sua natureza (Mt 4.1; Hb 2.18, 4.15; Tg 1.13). Pecado é por definição uma transgressão da Lei. Deus criou a Lei, e a Lei é por natureza o que Deus faria ou não; portanto, pecado é qualquer coisa que Deus não faria por Sua própria natureza. Para concluir esta explicação contrária à afirmativa do comentador da revista, transcrevo o que diz sobre isto Ronald HANKO no artigo “A Natureza Humana Sem Pecado de Cristo”: “Devemos lembrar que não é uma natureza que peca, mas uma pessoa, e Cristo é uma pessoa somente, o Filho de Deus. Como uma pessoa divina, ele não poderia pecar. Dizer que era possível que ele pecasse em sua natureza humana é dizer que Deus poderia pecar, pois pessoalmente, mesmo em nossa natureza humana, ele é o Filho eterno de Deus. Essa, cremos, é uma das verdades ensinadas em 2 Coríntios 5:21, que diz que ele não conheceu pecado, e em Hebreus 7:26, que diz que ele era “santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores”. HANKO, Ronald. A Natureza Humana Sem Pecado de CristoDisponível em http://www.monergismo.com/textos/cristologia/natureza-humana-sem-pecado-cristo_hanko.pdf.. A temperança a que estamos nos referindo aqui não se trata de um auto-controle que nos faz doentes, aquele falso, aquele apenas de aparência, mas aquela resultante de um desejo profundo, gerada em nós pelo Espírito Santo. É Ele quem gera em nós o fruto e é Ele que nos fortalece para exercitarmos todos os aspectos do fruto. Assim, desejamos coisas legítimas e coisas ilegítimas e nem todos os nossos desejos são pecaminosos. Sejam quais forem, no entanto, se eles nos controlarem, passam a ser pecaminosos. A maior desgraça do desejo é quando ele se converte em vício. Nada mais blasfemo do que um cristão viciado. Há cristãos viciados em falar da vida alheia; até reunião de oração se transforma em espaço privilegiado para a fofoca. São cristãos que não refreiam as suas línguas. Há cristãos viciados em guardar dinheiro; eles guardam sempre e de modo tão doentio que nunca usufruem dele. São cristãos que não refreiam sua cobiça. Há cristãos viciados em mentir; dizem a Deus que O estão adorando, mas estão apenas buscando uma bençãozinha; dizem que têm apreço por seu irmão, sendo até capazes de abençoá-los da boca para fora, mas não têm a menor disposição de ajudá-lo a carregar as suas cargas. São cristãos escravos da aparência. Ter domínio próprio é controlar os próprios vícios, não os vícios dos outros, que este já é um outro vício. Extraído dehttp://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao6discipulado2.htm..]

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“A palavra grega egkrateia significa 'temperança' ou 'domínio próprio' até sobre paixões sensuais. Inclui, portanto, a castidade. Essa ênfase não aparece nos textos de Romanos 12 e 1Coríntios 12—14. Por outro lado, o contexto anterior oferece um tratamento completo do assunto. Em Efésios 4-17-22, a vida nova é contrastada nitidamente com a antiga. A imoralidade não tem lugar na vida de uma pessoa que procura ser vaso de bênçãos nas mãos de Deus. Se o viver santo não acompanhar os dons, o nome de Cristo é envergonhado. O ministério verdadeiramente eficaz perde seu impacto. Os milagres talvez continuem durante algum tempo, mas Deus não recebe nenhuma glória. Os milagres não garantem a santidade, porém a santidade é vital para o verdadeiro ministério espiritual” (HORTON, Stanley H. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 492).

II. PROSTITUIÇÃO E GLUTONARIA, O DESCONTROLE DA NATUREZA HUMANA

1. Fugi da prostituição. O vocábulo prostituição no grego é porneia e significa imoralidade, relações sexuais ilícitas. Como novas criaturas, precisamos abster-nos da prostituição e de todo o tipo de infidelidade conjugal. Vivemos em uma sociedade que aceita e propaga o sexo antibíblico e profano. Não podemos nos conformar com esse mundo e não podemos jamais esquecer de que devemos ser "sal" e "luz" neste mundo (Mt 5.13-16; Rm 12.2). [Comentário: A Bíblia nos diz que a prostituição é imoral. Provérbios 23.27-28 diz: "Pois cova profunda é a prostituta, poço estreito, a alheia. Ela, como salteador, se põe a espreitar e multiplica entre os homens os infiéis." A prostituição não só destrói casamentos, famílias e vidas, mas destrói o espírito e a alma de uma forma que leva à morte física e espiritual. O desejo de Deus é que permaneçamos puros e usemos os nossos corpos como instrumentos para o Seu uso e glória (Rm 6.13). 1º Coríntios 6.13 diz: "O corpo não é para a impureza, mas, para o Senhor, e o Senhor, para o corpo." Porneia é um termo abrangente, e tem a ver com "relação sexual ilícita", "adultério", "fornicação", "homossexualidade", "lesbianismo", "relação sexual com animais", "relação sexual com parentes próximos", etc. Tudo isso sem levar em conta que podemos também praticar a prostituição mental, conforme nos assevera Jesus: "Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios" (Mc 7.21). Pela abrangência do termo, podemos falar do cuidado que devemos tomar, para não sermos envolvidos nela. Ela é característica dos homens ímpios: "Estando cheios de toda a iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade" (Rm 1.29); Sua abstenção é a vontade de Deus para nós: "Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição" (1 Ts 4.3); Não devemos nem fazer menção dela em nosso meio: "Mas a prostituição, e toda a impureza ou avareza, nem ainda se nomeie entre vós, como convém a santos" (Ef 5.3); Deve ser mortificada pelos filhos de Deus: "Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria" (Cl 3.5). Deus julgará aqueles que dela não se abstêm: "Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará" (Hb 13.4).]

2. A disciplina em casos de prostituição. Paulo teve sérios problemas com a imoralidade na igreja em Corinto (1Co 5.1). Um dos crentes estava mantendo relacionamento sexual com sua madrasta. O apóstolo tratou esse caso de imoralidade com seriedade e temor. O pecado precisa de disciplina, pois, caso contrário, haverá a corrupção generalizada (vv. 6-8). O propósito da disciplina não é humilhar ou ferir aquele que pecou, mas preservar a pureza moral na igreja. A Palavra de Deus nos adverte a fugir da prostituição: "Fugi da prostituição [...]" (1Co 6.18). Nosso corpo pertence ao Senhor, pois Ele nos criou (1Co 6.13). Que jamais venhamos a usar nossos membros para a prostituição, mas para manifestar a glória de Deus. [Comentário: O texto que trata da disciplina na igreja é 1 Co 5. O seu contexto: Tendo tratado de problemas mais “filosóficos” de divisão na igreja, nos capítulos 5 e 6 Paulo fala sobre problemas bem mais específicos, dificuldades e desgraças na família de Deus. No final do capítulo 4 Paulo adotou a atitude de um pai espiritual carinhoso, um pai que ama tanto seus filhos que não admite que fiquem sem disciplina e correção (4.14,21). Como Provérbios diz, “O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo o disciplina” (Pv 13.24). A igreja é uma família. Por isso, 1 Coríntios 5 trata do difícil problema do que fazer com membros da igreja, a família de Deus, que vivem em pecado. Assim como muitas igrejas hoje, a igreja em Corinto havia optado pelo caminho mais fácil. Em nome da graça e da tolerância haviam decidido não fazer absolutamente nada para limpar a igreja do pecado. Talvez pensavam que, pelo fato de que o espírito já era salvo, não importava o que faziam com seus corpos. Talvez achavam que, uma vez que chegaram num patamar de compreensão espiritual da graça, tinham total liberdade para fazer com o corpo o que bem entendiam. Talvez haviam caído no erro do “pré-modernismo”- uma vida sem absolutos, sem padrão, mas de tolerância total do pecado. Mas Paulo, quando ouviu o relatório de pessoas da casa de Cloe (1.13) não se continha. Ele escreveu esses capítulos do livro justamente para corrigir ideias errôneas sobre a igreja, seu testemunho na comunidade, e o lugar de disciplina na família de Deus. Em Corinto, Paulo define o caso específico como sendo de incesto. “possuir a mulher de seu próprio pai”- Parece que alguém da igreja, um suposto irmão, estava dormindo com sua madrasta. Sabemos que foi com a madrasta porque não diz, “com sua própria mãe.” Também parece que ela ainda era casada com o pai dele, pois é chamada “a mulher de seu próprio pai”. Alguns acham que houve divórcio ou morte do pai, mas não sabemos. Mas, conforme lemos no VT, foi um ato de incesto, confusão e desonra ao pai (Dt. 27.20, 22.30, Lv 18.6,8). O que deixa o apóstolo ainda mais indignado é o fato de que, nem entre os gentios pagãos, alguém ousaria fazer tal coisa.  Códigos civis da época proibiam tal besteira.  Mas a igreja em Corinto ficou orgulhosa por esse exemplo de tolerância! (Ler vs. 2). A denúncia de Paulo nos vss. que seguem deixa claro que pecado público, que envolve e denigre o nome de Cristo na igreja local, tem que ser tratado pública e abertamente.  O “cristão” é um “pequeno cristo” na comunidade, intimamente associado com Cristo e com a igreja local. Somos vigiados pela comunidade ao nosso redor, gostando ou não!  Não adianta varrer os problemas debaixo do tapete, como tantas igrejas tentam fazer hoje—ignorar o problema, na esperança de que vá embora.  Quando um pecado afeta o bom nome de Cristo na igreja local, precisa ser tratado aberta e definitivamente. Leia mais sobre isto em:http://www.palavraefamilia.org.br/site1/index.php?option=com_content&view=article&id=153:14-principios-de-disciplina-biblica-na-igreja-1-co-51-13&catid=49:1-corintios&Itemid=111]

3. A glutonaria e seus males. Glutão é aquele que come em excesso e com voracidade. Tal atitude revela falta de equilíbrio espiritual e emocional. Até mesmo na hora de nos alimentarmos precisamos ter parcimônia. Enquanto a prostituição é um pecado com o corpo, a glutonaria é um pecado contra o corpo. Salomão adverte aos que comem em excesso (Pv 23.2). Nosso corpo é templo do Espírito Santo, por isso, precisamos cuidar bem dele, tendo uma alimentação saudável e equilibrada (1Co 6.19). Muitos estão enfrentando sérios problemas de saúde porque não foram equilibrados em sua alimentação. Sabemos que a gordura, o sal e o açúcar em excesso trazem sérios prejuízos para a nossa saúde. Porém, muitos continuam a ingerir tais alimentos, mesmo sabendo que trarão sérios prejuízos à saúde. Muitos maltratam o corpo e depois ficam a clamar a Deus por um milagre. Façamos a nossa parte. [Comentário: Confesso não entendi a afirmativa: “Enquanto a prostituição é um pecado com o corpo, a glutonaria é um pecado contra o corpo”. Ambas são obras da carne e praticadas com o corpo e contra o corpo! Romanos 14.17, exorta dizendo: “O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”. E nos versículos 20 e 21 adverte: “Não destruas por causa da comida a obra de Deus. É verdade que tudo é limpo, mas mal vai para o homem que come com escândalo. Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça.” Observe a recomendação do Senhor, comer carne ou qualquer outro alimento não é pecado, mas o hábito de comer em demasia é algo que desagrada a Deus, abomina ao Senhor. O ajuntamento em festas onde predominam a comilança e a bebedeira é algo aborrecedor aos olhos de Deus. Devemos evitar a glutonaria não por causa da saúde, mas por ser ela um pecado! É verdadeiro que muitos enfrentam problemas de saúde em virtude da falta de controle, mas essa não deve ser a motivação para evitarmos a glutonaria.]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO

Prostituição
“A Bíblia defende consistente mente a pureza moral e mantém urna posição firme contra a prostituição de qualquer tipo. Várias proibições podem ser encontradas na lei mosaica (Lv 19.29; 21.7,14; Dt 22.21). O livro de Provérbios está repleto de advertências àqueles que desejam procurar prostituías. Os mesmos riscos eram enfrentados pelos crentes do Novo Testamento, pois vários cultos da fertilidade ainda prevaleciam no Império Romano e o aspecto geral da moralidade no primeiro século era bastante baixo. A proibição contra a prostituição era incluída nas proibições gerais sobre os relacionamentos sexuais ilícitos, claramente expressas no Novo Testamento” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro; CPAD, 2009, p. 1254).
Glutonaria
"Truphe, 'luxo, suntuosidade, afetação, diversão, festança, folia', é encontrado em 2 Pe 2.13 ('deleites', literalmente, 'contando se divertir no o prazer'). Em Lucas 7.25, é usada com  preposição em, 'em', e traduzido por delícias'.
Komos, 'divertimento, folia, pândega, orgia', a concomitância e consequências da bebedeira, é traduzido no plural em Romanos 13.13; Gl 5.21 e 1Pe 4.3 (glutonarias).
Gaster (glutão) denota "barriga. É usado em Tito 1.12, com o adjetivo argos ‘ocioso’, preguiçoso', metaforicamente, para significar glutão; em outro lugar ocorre em Lucas 1.31.

III.  VIVENDO EM SANTIFICAÇÃO E DEIXANDO OS EXCESSOS

1. Agradando a Deus em tudo. Pela graça de Jesus, somos salvos e já experimentamos a regeneração. Como novas criaturas, precisamos viver de modo a agradar ao Senhor. Seja santo na sua maneira de vestir, falar, comer, em seus relacionamentos, etc. Quem ama a Deus, deseja agradá-lo em tudo e tem prazer em cumprir a sua lei. A Bíblia diz que nos últimos dias, por aumentar a iniquidade, o amor de muitos esfriaria (Mt 24.12). É o que temos visto. Falta amor genuíno para com o Pai e, logo, também falta santidade, moderação e bom senso. [Comentário: A través da Bíblia, a única abordagem que agrada a Deus é lhe obedecer no que ele manda. Porém esta questão envolve muito mais do que isso. Deve-se lembrar que ao lidar com a palavra de Deus, estamos lidando com Deus. A coisa que Deus exige é uma reverência para com ele que comove até a obediência, seja esta obediência em relação a uma proibição, ou uma questão de honrar o silêncio de Deus, ou de examinar as Escrituras para ter certeza daquilo que ele quer. Quando Deus repetiu a Isaque as promessas dadas a Abraão, ele disse que cumpriria estas promessas, “Porque Abraão obedeceu à minha palavra e guardou os meus mandados, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis” (Gênesis 26:4-5). Quando Saul falhou em cumprir o que Deus lhe havia dito, Samuel disse a ele: “Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros” (1 Samuel 15:22). O coração de um filho amável procura obedecer ao pai. Se amarmos a Deus, vamos querer fazer a sua vontade, independente de como ele expressá-la. Jesus falou daqueles que estavam dispostos a fazer a vontade do Pai (João 7:17). A prova mais verdadeira da devoção a Deus não é simplesmente fazer a sua vontade, mas fazer a sua vontade porque assim desejamos. http://www.estudosdabiblia.net/d156.htm]

2. Santificação. Que venhamos abandonar o pecado e buscar a santificação, pois sem ela não poderemos ver ao Senhor (Hb 12.14). Quando falamos em pecado, em geral, as pessoas pensam logo em adultério, homossexualismo e roubo. Mas pecado significa tudo o que não agrada a Deus. O Senhor deseja que tenhamos uma vida santa, produzindo o fruto do Espírito. Vida santa significa honrar o próprio corpo, evitando os pecados sexuais: "Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra" (1Ts 4.4). É importante ressaltar que "vaso" neste contexto significa o corpo do crente. O sexo entre os cônjuges não é pecado, mas precisamos compreender que nossos corpos são santos. Marido e a esposa precisam respeitar um ao outro e cuidar um do outro. [Comentário: Somos movidos pelos nossos sentimentos. Se, por exemplo, amamos, a Deus, ao próximo ou a nós mesmos, somos levados a querer bem, adorando a Deus, respeitando o outro e gostando de nós mesmos. Se, doutro lado, em nós o ódio é forte, seja a Deus pela figura do pai que representa, seja ao próximo, por ser a fonte de nosso sofrimento (o inferno são os outros, já dizia Sartre), seja a nós mesmos, pela incapacidade ser o que gostaríamos de ser, somos levados ao vale do vazio.
Ter domínio próprio é fazer com que os sentimentos bons sejam fortalecidos e canalizados para que possam ser aperfeiçoados. Assim, o amor deve alcançar o seu objeto. Desde Platão, existe uma modalidade de amor silencioso. Há homens que amam mulheres que jamais retribuirão o seu amor pelo simples fato de não saberem que sem amadas. Há, pois, um amor erótico platônico. Há também um amor fraternal platônico, que é aquele que nunca passa ao campo da ação. Há ainda um amor espiritual platônico. Há gente que só Deus, que sonda os corações, sabe que é amado por ela, porque dos lábios desse tipo de adorador não sai um cântico, não sai uma palavra de gratidão ou de exaltação a Deus. Quando temos domínio sobre o sentimento do amor, fazemos com que ele se torne operativo. Quando ao ódio, bem, simplesmente não devemos odiar e poderíamos encerrar a discussão aqui. No entanto, somos também capazes de odiar; este é um gigante da alma, como o descreveu um antigo psicólogo (Emílio Mira y Lopez). Se o Espírito Santo habita em nosso coração, ele não pode conviver com o ódio. Contudo, sabemos que, embora não o desejando, nós odiamos. Por isto, a recomendação bíblica é que, mesmo nos irando, não devemos pecar e nem permitir que o sol se ponha sobre a nossa raiva. Antes, consultemos nosso travesseiro e sosseguemos (Salmo 4.4). Em outras palavras, o ódio não pode ser um sentimento permanente em nós, para que não nos destrua. O ódio é, portanto, um sentimento a ser controlado ou ele nos dominará e nos levará a fazer o que não queremos. A ambição é um sentimento que também deve ser controlado. Não devemos ser acomodados; antes, devemos querer o máximo para nós. A ambição destrói quando não vê métodos e se baseia na comparação com o que os outros são ou alcançaram. Controle a sua ambição e ela não controlará você. A vaidade é um sentimento que também deve ser controlado. Não devemos nos achar que nada valemos e que os outros são melhores ou fazem as coisas melhores que nós. Nem sempre... A vaidade mata quando nos leva a nos achar onipotentes e oniscientes, acima da média humana. Controle a sua vaidade e ela não controlará. http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao6discipulado2.htm.]

3. Deixando os excessos. Viver de maneira que agrade a Deus é difícil, mas é possível. É possível porque não estamos sozinhos. O Espírito Santo, que habita em nós, deseja nos ajudar a abandonar todo excesso e todo o pecado. Ele nos ajuda a ter uma vida equilibrada, sadia e santa. [Comentário: Há certas ocasiões que, antes de perceber o que está fazendo, você perde o controle, e passa ser vítima do seu descontrole, velada ou violentamente. Os resultados são prostituição, impureza, lascívia, que nos sobrevêm quando perdemos o controle sobre a paixão e nos deixamos levar por ela; idolatria e feitiçarias, quando desesperamos diante das circunstâncias e buscamos bênçãos de todo tipo; inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções e invejas, que nos dominam quando damos lugar aos desejos de superação do outro; bebedices e glutonarias, quando nos deixamos escravizar pelo desejo do nosso ventre. (Gálatas 5.19-20)
O fruto do Espírito, no entanto, é o autocontrole.
1. Conheça-se e use o conhecimento a seu respeito a seu próprio favor. Tendemos a não perceber como somos, mas devemos nos esforçar para tal. Se você, no trânsito, é um pé de chumbo, vigie seu comportamento, para que controle o seu ímpeto de sair em disparada. A velocidade não é mais importante que você. Se você se ira com facilidade, evite as situações que a provocam a sua raiva. Desenvolva métodos para que a irritação fique em níveis aceitáveis. Use o que você sabe a seu próprio respeito para se dominar melhor.
2. Aprenda a tomar atitudes diferentes das que toma hoje. Faça com que seus sentimentos e desejos não redundem sempre nos mesmos atos. Você nasceu assim, mas não precisa morrer assim. Abra-se para o diferente. Faça o que nunca fez antes.
3. Valorize a disciplina. Quando Jesus disse que, se o nosso olho nos levar ao escândalo, devemos arrancá-lo, ele estava lembrando que precisamos subjugar o nosso corpo, quando este nos subjuga. Ponha objetivos na vida e se empenhe para alcançá-los. O autocontrole é o resultado da disciplina e do esforço próprio.
4. Deixe-se conduzir pelo Espírito de Deus. O domínio próprio é um esforço de quem vive pelo Espírito. Os homens em geral não pensam em disciplina, mas os cristãos nos esforçamos para viver de modo organizado, coordenado e harmônico. Neste ministério, o Espírito Santo quer nos apoiar, para nos conduzir. Deixe-se dirigir pelo Espírito. O domínio próprio só é possível por meio de Sua ação em nós. http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao6discipulado2.htm]

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

Embora vivessem numa sociedade onde o pecado sexual era comum e aceitável, os apóstolos não transigiam com a verdade e a santidade de Deus. Não rebaixaram os padrões morais para acomodá-los às ideias e tendências daquela sociedade. Sempre que se deparavam com baixo padrões morais em alguma igreja (Ap 2.14,15,20), repreendiam-na e procuravam corrigi-la. Considerando padrões a baixa moralidade que prevalece em nossos dias, precisamos de dirigentes do tipo dos apóstolos, para conclamar a igreja a obedecer aos padrões divinos de retidão (Bíblia de Estudo Pentecostal, Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 1847).

CONCLUSÃO

A temperança, como fruto do Espírito Santo, nos ajuda a ter uma vida disciplinada e feliz. Que venhamos ser cheios do Espírito, aprendendo com Ele a disciplina espiritual em todas as áreas de nossa vida. [Comentário: Como foi definido acima, a temperança em nós produzida não é apenas de aparência, mas resulta de um desejo profundo gerado em nós pelo Espírito Santo. Por isto, evite começar a fazer aquilo que o controla. Se você perde o controle da sua língua, quando o assunto é a vida alheia ou quando a conversa descamba para assuntos pouco edificantes, não entre na conversa. Recuse participar desde o princípio. Se já começou, deixando-se dominar por sentimentos, desejos e atitudes, procure parar. O Espírito Santo o ajudará, se houver arrependimento no seu coração. Afinal, a vida cristã é aquela vivida no Espírito Santo. Na verdade, a vida cristã só é possível no Espírito. Fora dEle, nossa vida é como a de qualquer pessoa.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.

Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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