SUBSÍDIO I
Na lição de número 9, estudaremos a fidelidade,
contrapondo com a idolatria, uma das obras da velha natureza. Fidelidade é uma
característica daquele que é fiel, leal e que demonstra zelo pelo Senhor. Lealdade
também está relacionada à fé, pois são duas palavras cognatas, ou seja, vem da
mesma raiz. Podemos definir fé como o “firme fundamento das coisas que se
esperam e a prova das coisas que se não veem” (Hb 11.1). É a confiança que
temos em Deus. Porém, o significado da palavra fé é amplo. Por isso, é
importante destacar alguns aspectos da fé:
a) Fé natural – “Confiança desenvolvida em virtude
da íntima comunhão que o crente mantém com o Espírito Santo (Gl 5.22). É uma fé
constante e regular que independe das circunstâncias (Hb 3.17,18). Não é uma fé
miraculosa; ela nasce como resultado de um relacionamento com o Senhor Jesus.”1
b) Fé salvadora – “Proveniente da proclamação do Evangelho, esta fé leva-nos a Cristo como o nosso único e suficiente Salvador (Jo 3.16). Ao contrário da fé natural, que brota através do labor filosófico, a fé salvadora só há de nascer no coração humano através da pregação do Evangelho (Rm 10.13). Sem a mensagem da cruz, não pode haver fé salvadora.
b) Fé salvadora – “Proveniente da proclamação do Evangelho, esta fé leva-nos a Cristo como o nosso único e suficiente Salvador (Jo 3.16). Ao contrário da fé natural, que brota através do labor filosófico, a fé salvadora só há de nascer no coração humano através da pregação do Evangelho (Rm 10.13). Sem a mensagem da cruz, não pode haver fé salvadora.
c) Dom da fé – “Capacidade sobrenatural concedida
pelo Espírito Santo, através da qual o crente é levado a exercer a fé de
maneira extraordinária (1 Co 12.9; 13.2), visando a expansão do Reino de Deus.
O dom da fé induz o crente a fazer grandes petições, e a receber, de igual modo,
grandes respostas. Esse carisma porém, não é para ser utilizado em favor de
quem o possui; deve visar, antes de mais nada, à expansão do Reino de Deus”.
d) Fruto da fé – Confiança desenvolvida em virtude
da íntima comunhão que o crente mantém com o Espírito Santo (Gl 5.22). É uma fé
constante e regular que independe das circunstâncias. Não é uma fé miraculosa;
ela nasce como resultado de um singular relacionamento com o Senhor Jesus.”
Essas definições nos ajudam a compreender que a
fidelidade, fruto do Espírito, abrange a ideia de lealdade, sinceridade e
integridade. A fé é o antídoto que nos preserva da idolatria. Idolatria não se
fere somente a imagens de escultura, mas é tudo aquilo que ocupa o lugar de
Deus em nossos corações. A palavra idolatria é oriunda de eidolon,
e latreia, “serviço sagrado, culto, adoração. Tal prática é
pecaminosa e quem a comete está roubando e negando a soberania de Deus. Por
isso, o primeiro dos Dez Mandamentos é “não terás outros deuses diante de mim”
(Êx 20.3). Os quatro primeiros mandamentos são uma referência ao nosso
relacionamento com Deus e segundo o Comentário Bíblico Moody “o
primeiro mandamento resguarda a unidade de Deus, o segundo a sua
espiritualidade, e o terceiro sua divindade ou essência”.
Para mostrar o quanto a idolatria é prejudicial à
fé cristã, copia no quadro o esquema abaixo e leia com os alunos as
referências.
Deus proíbe a fabricação de ídolos e deuses de fundição
|
Lv
19.4
|
A adoração a Deus deve ser sem imagens e sem figuras
|
Dt
4.12
|
Somente Deus deve ser adorado e a Ele devemos servir
|
Mt
4.10
|
Deus é espírito e deve ser adorado em espírito e em verdade
|
Jo 4.24
|
Deus não habita em templos feitos por mãos humanas
|
At
17.24,25
|
O combate à idolatria é mantido pelo apóstolo João
|
1
Jo 5.21
|
(Extraído de SOARES, Esequias. Os Dez Mandamentos: Valores
divinos para uma sociedade
em constante mudança. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p.
27).
Sugestão didática:
Explique aos alunos que o primeiro mandamento
divino ensinava aos israelitas quanto à idolatria. Eles eram o povo escolhido
por Deus para revelá-Lo às demais nações pagãs que estavam ao redor. Por isso,
deveria adorar somente a Ele de todo o coração a fim de que todas as nações
soubessem que o Todo-Poderoso é único. O povo de Deus jamais poderia esquecer
que quem os resgatou da escravidão do Egito foi o Senhor. Agora suas vidas
pertenciam não mais a Faraó, mas ao Criador e Libertador. Explique aos alunos
que assim como Deus libertou Israel e tornou-se o seu Senhor, Jesus Cristo nos
redimiu e nos libertou mediante o seu sacrifício na cruz. Agora pertencemos a
Ele e devemos adorá-Lo em espírito e em verdade (Jo 4. 23).
Material: Figura de revistas usadas:
casa, carro, filhos, líderes evangélicos, crianças.
Procedimento: Mostre as figuras, uma a uma, para a sua turma. Pergunte se estas figuras têm relação com idolatria. Incentive a participação e ouça os alunos. Em seguida pergunte: “O que é idolatria?” Ouça os alunos com atenção. Diga que idolatria é o amor excessivo por alguma pessoa ou objeto. Mostre a figura da casa e explique que sua casa pode se tornar um ídolo. Seu carro também pode se tornar um ídolo. (Mostre todas as figuras dizendo que podem se tornar ídolos.) Qualquer coisa que tome o lugar de Deus em nossos corações é idolatria. Muitos, erroneamente, pensam que idolatria é adorar somente imagens. Mostre que Deus tem aversão à idolatria, por isso encontramos várias referências tanto no Antigo como em o Novo Testamento que nos mostram que precisamos evitá-la. Conclua lendo com seus alunos os seguintes textos bíblicos: Dt 4.23,24; 6.14; Js 23.7; Jz 6.10; 2 Rs 17.35,37,38; 1 Co 10.7,14; Cl3.5; Ap 22.15.
Procedimento: Mostre as figuras, uma a uma, para a sua turma. Pergunte se estas figuras têm relação com idolatria. Incentive a participação e ouça os alunos. Em seguida pergunte: “O que é idolatria?” Ouça os alunos com atenção. Diga que idolatria é o amor excessivo por alguma pessoa ou objeto. Mostre a figura da casa e explique que sua casa pode se tornar um ídolo. Seu carro também pode se tornar um ídolo. (Mostre todas as figuras dizendo que podem se tornar ídolos.) Qualquer coisa que tome o lugar de Deus em nossos corações é idolatria. Muitos, erroneamente, pensam que idolatria é adorar somente imagens. Mostre que Deus tem aversão à idolatria, por isso encontramos várias referências tanto no Antigo como em o Novo Testamento que nos mostram que precisamos evitá-la. Conclua lendo com seus alunos os seguintes textos bíblicos: Dt 4.23,24; 6.14; Js 23.7; Jz 6.10; 2 Rs 17.35,37,38; 1 Co 10.7,14; Cl3.5; Ap 22.15.
Telma Bueno
Editora responsável pela Revista Lições Bíblica Adultos
Editora responsável pela Revista Lições Bíblica Adultos
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FIDELIDADE, FIRMES NA FÉ
A lição nove aborda sobre a oposição entre
fidelidade x idolatria e heresia. O tema é bem contemporâneo, pois nunca
estivemos diante de tantas invencionices em nome da pessoa do Senhor Jesus. São
doutrinas, estratégias evangelísticas e músicas que nada têm a ver com o
Evangelho do nosso Salvador. Por isso, é importante compreendermos bem o
primeiro termo de nossa lição: fidelidade.
O significado da palavra fidelidade, conforme se
encontra na epístola de Paulo aos Gálatas, se refere a lealdade. Mas é
importante ressaltar que, na epístola aos Gálatas, mais precisamente no
capítulo quatro e no versículo seis, aparece uma queixa de Paulo pela falta de
fidelidade dos gálatas em relação ao Evangelho. Lembre que o apóstolo iniciou a
carta lamentando a atitude dos crentes da cidade de Gálatas: “Maravilho-me de
que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro
evangelho, o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem
transtornar o evangelho de Cristo” (Gl 1.6,7). Logo, podemos afirmar que o
apóstolo Paulo está recomendando fidelidade e lealdade dos gálatas a Deus e sua
vontade. Ora, a vontade de Deus é revelada em sua Palavra. Esta nos dá o norte,
a direção e a orientação para vivermos abundantemente na presença dEle.
A idolatria conforme está posta na carta aos
Gálatas não se refere somente à adoração de imagens, mas a qualquer prática
condenatória em relação aos ídolos. Um exemplo é o que está relacionado em 1
Coríntios 10.14-16 e Colossenses 3.5, onde o apóstolo recomenda a não
participarmos de um banquete oferecido aos ídolos. Entretanto, a recomendação
aos colossenses aprofunda mais ainda a questão, trazendo à tona a avareza, isto
é, o apego ao dinheiro e às coisas materiais como idolatria. Isto vai à
contramão da lealdade ao Senhor. Acompanhada da idolatria, vem a heresia.
Heresia representa assumir um postulado de ensino totalmente oposto ao que você
recebeu outrora, ou seja, o Evangelho de Jesus Cristo recebido pelo Espírito
Santo, por intermédio da tradição dos santos apóstolos. Aqui, a nossa
fidelidade e lealdade para com Deus, o nosso Pai, também são testadas.
Portanto, após expor o conceito desses três termos
— Fidelidade, Idolatria e Heresia — faça uma reflexão com os alunos a respeito
da fidelidade ao Evangelho do Senhor Jesus Cristo. Encoraje-os a perseverarem
no ensino do Evangelho! Boa aula!
Fonte: Revista Ensinador
Cristão, Ano 18 - nº 69 – jan./fev./mar. de 2017.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje daremos continuidade aos estudos
sobre o Fruto do Espírito e as obras da carne. Desta feita, nos voltaremos para
a fidelidade, uma virtude necessária a todo cristão, sobretudo nos momentos de adversidade.
Estudaremos também a idolatria e as heresias, enquanto obras da carne, que
distanciam as pessoas de Deus. Inicialmente destacaremos a condição idólatra do
ser humano caído, em seguida, enfocaremos a fidelidade, como uma convicção
alicerçada na Palavra de Deus, e gerada em nós pelo Espírito Santo.
1. O PERIGO
DA IDOLATRIA E HERESIAS
A palavra idolatria, no grego do Novo Testamento, é
eidololatria e tem a ver ao culto direcionado aos ídolos. O ser humano caído é
propenso a se prostrar perante deuses falsos, quando não transforma a si mesmo
em um deus, como quiseram fazer Adão e Eva no Éden. Está na natureza pecaminosa
querer se colocar acima de Deus, bem como materializar sua adoração através de
objetos. Até mesmo os israelitas, que receberam a revelação do Senhor, e
deveriam se conduzir pela Torah, foram tentados a se prostrar perante deuses
fabricados (I Sm. 12.21; Sl. 115.4). Ainda nos tempos de Moisés, quando este
subiu ao Sinal, para receber o decálogo, o povo construiu um bezerro de ouro
para adorar (Ex. 31.1-18). A política dos homens também se aproveita da
idolatria do povo, nos tempos Jeroboão foi construído um sistema religioso, a
fim de institucionalizar a idolatria em Israel (I Rs. 12.26-33). No Novo
Testamento Paulo se deparou com essa prática religiosa, ele mesmo foi
confundido com um dos deuses do panteão, sendo chamado de Mercúrio (At.
14.11-13). Ao passar por Atenas, o Apóstolo ficou impressionado com a
quantidade de deuses, principalmente com a religiosidade idólatra das pessoas
daquele lugar (At. 17.23). A idolatria é um tipo de heresia, se essa for
considerada uma rejeição voluntária da fé, e pode também ser encontrada nos
arraiais evangélicos. É bastante comum encontrar adeptos do movimento gospel
adorando celebridades, e se prostrando perante supostos pregadores e cantores.
As heresias estão se espalhando em algumas agremiações religiosas, algumas
delas se dizem evangélicas, mas não passam de sincretismo religioso. Nos
movimentos pseudopentecostais, o deus da ganância está sendo adorado, a
espiritualidade é mensurada pelos recursos financeiros que alguém dispõe. Isso
também é uma heresia, e se manifesta na forma de idolatria, por isso deve ser
rechaçada.
2. DEMONSTRANDO
FIDELIDADE A DEUS
Devemos ser fieis a Deus, mesmo que as situações
não sejam favoráveis, ainda que Ele nos mate, como declarou Jó (Jó. 13.15). Nas
palavras poético-proféticas de Habacuque, “ainda que a figueira não floresça”
(Hc. 3.17). Essa é uma virtude do Fruto do Espírito, e diz respeito a
demonstração de firmeza diante de Deus, mesmo em momentos de adversidades,
sobretudo em tempos de perseguição e provação. A palavra grega é pistis, que
dependendo do contexto, pode se referir à fé salvífica (Ef. 2.8,9), como crença
(At. 6.7), bem como ao dom da fé (I Co. 12.9). Ainda que algumas versões
traduzam essa virtude do fruto do Espírito como “fé” o mais apropriado é verter
como “fidelidade”, para diferenciar de outros usos desse termo, considerando os
diversos contextos em que ocorrem. A fidelidade é uma manifestação de convicção
fundamentada na Palavra de Deus (Rm. 10.7). A atuação da fé na vida dos crentes
é um dos temas centrais do autor da Epístola aos Hebreus, a fim de consolidar a
firmeza dos crentes em meio à perseguição. Para esse autor, a fé é firme
fundamento das coisas que se esperam, mas que não podem ser vistas (Hb. 11.1).
E mais, sem esse tipo de fidelidade, é impossível agradar a Deus (Hb. 11.6).
Deus é o maior exemplo de fidelidade, de modo que podemos reter “firmes a
confissão da nossa esperança, porque fiel é o que prometeu” (Hb. 10.23). Esse é
o fundamento da nossa bendita esperança, temos a convicção que Deus fará tudo o
que prometeu. Por esse motivo, podemos seguir adiante, sem temer os percalços
existenciais, sem perder o foco. Quando o Espírito produz essa virtude em nós,
somos impulsionados a prosseguir, esquecendo as coisas que para tras ficam,
seguirmos rumo ao prêmio da soberana vocação, que se encontra em Cristo Jesus
(Fp. 3.13-14). Ainda que os dias sejam difíceis, sabemos que as aflições do
tempo presente não se comparam com a glória que em nós haverá de ser revelada
(Rm. 8.18).
3. INSPIRANDO-SE
NOS EXEMPLOS BÍBLICOS
O autor da Epístola aos Hebreus diz que pela
fidelidade “os antigos alcançaram testemunho” (Hb. 11.2). No capítulo 11 dessa
Epístola o autor discorre sobre uma nuvem grande testemunhas, que nos motivam a
permanecer fiéis, para que não venhamos desperdiçar tão grande salvação (Hb. 2.1-3).
Devemos nos inspirar nos exemplos de José, destacado homem de Deus, que se
mostrou fiel, mesmo em tempos difíceis (Gn. 37-38), bem como no de Daniel, o
servo do Senhor que, mesmo em terras estranhas, não fez concessões em relação a
sua fé (Dn. 6). Os apóstolos do Novo Testamento também deixaram um legado de
fidelidade para os crentes contemporâneos, que foram ousados diante das ameaças
das autoridades religiosas e políticas do seu tempo (At. 4.18-20). A galeria
dos heróis da fé de Hb. 11 deve servir de inspiração, de modo que “nós também,
pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos
todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência,
a carreira que nos está proposta” (Hb. 12.1). A fidelidade a Deus não deve
depender das circunstâncias, é possível que como Jó venhamos a murmurar diante
da dor, mas sabemos que o Senhor está no comando das situações. Como diz o hino
sacro, “serei fiel, precioso Jesus, serei fiel”, mas para que isso venha a acontecer,
devemos nos deixar guiar pelo Espírito Santo. É com Ele que seremos capazes de
enfrentar as intempéries da vida, de modo que não venhamos a desfalecer, ainda
que nossas forças sejam poucas. Somente nEle podemos todas as coisas, seja nos
momentos de abundância ou escassez, seja nas horas de alegria ou de tristeza
(Fp. 4.13).
CONCLUSÃO
A fidelidade a Deus é condição necessária para que
possamos agradá-LO, mas essa somente é produzida ao longo da experiência,
resultante das adversidades enfrentadas na vivência cristã. É assim que o
Espírito trabalha em nós produzindo essa virtude, que se manifesta não apenas
em relação a Deus, mas também ao próximo. É isso que Deus requer de nós, que sejamos
despenseiros fieis (I Co. 4.2), e assim nos manteremos distantes dos ídolos, e
das heresias, que tendem a nos afastar do verdadeiro Deus.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
Nesta lição,
estudaremos outro aspecto do fruto do Espírito, a fidelidade. Veremos também a
idolatria e as heresias como obras da carne e como oposições, ou seja,
contrárias à fidelidade. Como novas criaturas, precisamos crer e confiar em
Deus de todo o coração, pois a nossa fé vai nos ajudar a permanecer fiéis até o
dia em que nos encontraremos com o Senhor. Aquele que realmente crê no Pai e no
Filho não se deixa levar por qualquer sorte de doutrina, pois está sempre vigilante
e atento à voz do Senhor. [Comentário: Fidelidade
é uma das palavras mais empregadas na Bíblia. Está relacionada à probidade,
integridade, fidedignidade, lealdade, honestidade e sinceridade. Frequentemente
ela é associada a Deus, cujo atributo mais caro ao ser humano é precisamente a
Sua fidelidade, pelo que muitas vezes é chamado de Rocha, numa indicação de Sua
imutabilidade (Dt 32.4). Como aprendemos no Novo Testamento, “fiel é Deus,
pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor”
(1Co 1.9). Nele, fidelidade é a Sua persistência no propósito de ser
misericordioso e bondoso para conosco. Como o salmista, sabemos que a Sua “misericórdia
se eleva até aos céus e a Sua fidelidade, até às nuvens” (Sl 57.10). Por
isto, cada um de nós pode elevar a Ele a sua voz em termos semelhantes ao dos
Salmos 69.13 e 89.1. Tal é essa verdade que, em Deus, misericórdia e fidelidade
são sinônimas. Como fruto de Espírito, fidelidade (Gr. Pistis; fé, lealdade constante e inabalável a
alguém com quem estamos unidos por promessa. A fé é o princípio vivo, a
essência das coisas que se esperam e a certeza das coisas que se não veem (Hb
11.1). É a dependência absoluta e a confiança na Palavra de Deus e de Cristo
(Mt 15.28). É entregar-se a um novo modo de vida, é uma das coisas mais
importantes na vida de todo cristão: "ai de vós escribas e fariseus
hipócritas! Pois que dais o dizimo da hortelã e endro e do cominho e desprezais
o mais importante da lei, juízo, a misericórdia e a fé.”(Mt 23.23).]
I. O SIGNIFICADO DE FIDELIDADE
1. Definição. Fidelidade, segundo o Dicionário Houaiss é a “característica do que é
fiel, do que demonstra zelo, respeito por alguém ou algo, lealdade”. Logo,
podemos afirmar que a fidelidade é a característica de quem é leal. [Comentário: Em termos bíblicos, fidelidade é uma convicção e não um sentimento; é
uma decisão de permanecer firme no propósito que Deus tem para cada um de nós,
sem jamais fraquejar ou desistir, porque no final de tudo há um galardão: a
vida eterna. Assim, fidelidade é um exercício da fé, é serviço
prestado a Deus a despeito de qualquer situação, como Tiago escreve: “Bem -
aventurado é o homem que suporta a provação com perseverança, porque após ter
sido aprovado receberá a coroa da vida a qual o Senhor prometeu para aqueles a
quem Ele ama” (Tg 1.12). Quando temos fé em Deus, agimos com fidelidade; os
atos de fidelidade são a demonstração de nossa fé e as linhas que dão coesão ao
nosso sistema de crenças e comportamento.]
2. A fidelidade como fruto do
Espírito. Já vimos que a
fidelidade é a característica de quem é leal, mas, como fruto do Espírito, tal
virtude é desenvolvida em nós pela ação do Espírito Santo (Gl 5.22). À medida
que confiamos em Deus e passamos a ter uma maior comunhão com Ele, mediante a
leitura da Palavra, oração e jejum, desenvolvemos o fruto do Espírito. [Comentário: Como dito acima, fidelidade é a característica de quem possui fé.
A fé que não conduz o crente à fidelidade, não tem valor nenhuma para a prática
na vida cristã, portanto é uma fé morta (Tg 2.14-26). Nas Escrituras Sagradas
vemos Deus a procura de pessoas fiéis para habitar com Ele(Sl 101.6). Temos que
ser fiéis em tudo, pois Deus habita em nós e Ele é fidelidade: “Eis a Rocha!
Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é
fidelidade, e não há nele injustiça; é justo e reto.”(Dt 32.4). A fidelidade como parte do fruto do Espírito, faz
do cristão uma pessoa confiável e sua palavra digna de crédito. Essa virtude
torna o cristão capaz de manter-se fiel ao Senhor em quaisquer circunstâncias.
Implica em ser fiel a Deus ainda que nos custe a vida. É sempre ter em mente a
fidelidade a Deus acima de qualquer outra autoridade ou poder – “Todavia,
não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão-somente
puder terminar a corrida e completar o ministério que o Senhor Jesus me
confiou, de testemunhar do evangelho da graça de Deus” (At 20.24). A
fidelidade como parte do fruto do Espírito é imprescindível ao cristão em seu
relacionamento com Deus, com os outros e consigo mesmo. Através da fidelidade,
tornamo-nos diferentes dos outros que não temem a Deus. O Senhor está
procurando os fiéis para andarem com ele e servi-lo (Sl 101.6).]
3. A fidelidade de Deus. Fidelidade é um dos atributos morais de Deus. Ele é fiel em
sua natureza (2Ts 3.3). O Deus que é fiel, pela sua graça, nos salvou e nos deu
uma nova vida a fim de que tenhamos comunhão com Ele e com o seu Filho (1Co
1.9). Como filhos de Deus e novas criaturas, precisamos ter para com Deus a
mesma atitude de lealdade que Ele tem para conosco. A nossa fidelidade ao
Senhor nos ajuda a resistir à idolatria e às heresias que tão de perto nos
rodeiam. É importante ressaltar que idolatria não é somente adorar imagens de
escultura, mas é tudo que toma o lugar de Deus em nossos corações, sejam
pessoas, sejam objetos. Que Deus ocupe sempre o primeiro lugar em nossas vidas.
Muitos infelizmente têm deixando que os bens materiais, os talentos e os cargos
eclesiásticos ocupem o lugar em seus corações, lugar que deve ser somente do
Pai (Dt 6.5). Que o Senhor nos livre de cometer tal loucura. [Comentário: “Saberás, pois, que o Senhor teu Deus, ele é Deus, o Deus
fiel”. (Dt 7.9). A fidelidade é um atributo da Trindade; consiste no exato
cumprimento de Suas promessas e/ou ameaças. A fidelidade fundamenta-se na Sua
onipotência e imutabilidade (Dt 7.9; Sl 36.5; 1Co 1.9; Hb 10.23; Dt 4.24; 2Tm
2.13 1Ts 5.24; 1Pe 4.19; Hb 10.23). Deus Pai é fiel (Dt 7.9; 1 Co 10.13); o
Senhor Jesus é chamado “Fiel e Verdadeiro” (Ap 19.11); e o Espírito
Santo tem o mesmo atributo (Gl 5.22). Deus se veste de fidelidade. A fidelidade
faz parte de Sua natureza pessoal (Is 11.5). É uma bênção perene para o crente
fiel, mas ela é ineficaz para com aqueles que resistem à sua graça (ver 2.13, 2
Tm 2.13). A fidelidade de Deus, juntamente com Seu imenso poder é nossa
esperança eterna. Podemos enfrentar a infidelidade e decepções em nossos
relacionamentos, mas podemos confiar além destas e avistarmos Um que é grande
em fidelidade, “Porque fiel é o que prometeu”. (Hb 10.23) - O que Ele
propôs, isto fará, e o que prometeu, isto executará. A respeito de Deus lemos
que “Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo”
(2Tm 2.13). Isto significa que Ele efetuará tudo o que propôs. Romanos 8.28 diz
que tudo opera para o bem dos que amam a Deus e são chamados segundo seu
propósito.]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Fidelidade
Esta palavra é corretamente traduzida em Romanos 3.3
(fidelidade). Em Gálatas 5.22, a ARA corrige fé (ARC) por fidelidade.
Fé, pistis, primeiramente, ‘persuasão firme’,
convicção fundamentada no ouvir (cognato de peitho, ‘persuadir’, sempre é usado
no Novo Testamento acerca da ‘fé em Deus ou em Jesus, ou às coisas
espirituais’. A palavra é usada com referência: (a) à confiança (por exemplo,
Rm 3.25); (b) à fidedignidade, fidelidade, lealdade (por exemplo, Mt 23.23);
(c) por metonímia, ao que é criado, o conteúdo da crença, a fé (At 6.7); (d) à
base para a ‘fé’, a garantia, a certeza (At 17.31); (e) a um penhor de
fidelidade, fé empenhada (1Tm 5.12).
Os principais elementos da fé em sua relação com o
Deus invisível, em distinção da fé no homem, são ressaltados sobretudo no uso
deste substantivo e do verbo correspondente, pisteuo. Tais elementos são: (1)
uma firme convicção, produzindo um pleno reconhecimento da revelação ou verdade
de Deus (por exemplo, 2Ts 2.11,12); (2) uma entrega pessoal a Ele (Jo 1.12);
(3) uma conduta inspirada por tal entrega (2Co 5.7)” (Dicionário Vine: O
significado exegético e expositivo das palavras do Antigo e do Novo Testamento.
1ª Edição. RJ: CPAD, 2002, p.648).
II. IDOLATRIA E HERESIA: um perigo à fidelidade
1. O que é idolatria? O vocábulo idolatria, no grego, é eidololatria e significa
culto destinado a adoração de ídolos. A idolatria aparece na relação de obras
da carne apresentada por Paulo aos Gálatas (Gl 5.20). Ela é proveniente da
falta de conhecimento das Escrituras e de Deus, pois quem conhece a Bíblia sabe
que tal prática é condenada pelo Senhor (Lv 26.1; 1Sm 12.21; Sl 115.4; At
15.20; 1Jo 5.21). Os israelitas, embora tivessem visto de perto a glória e o
livramento de Deus, por diversas vezes se deixaram levar pela idolatria. Ainda
na travessia do deserto, quando Moisés estava no monte Sinai para encontrar-se
com o Senhor, o povo fez um bezerro de ouro e o adorou (Êx 32.1-18). Já no
período monárquico, depois da morte de Salomão e a divisão do reino, todos os
reis do Reino do Norte fizeram o que era mal aos olhos do Senhor, levando o
povo à adoração de ídolos (1Rs 16.25,30; 22.52-54; 2Rs 3.3). Jeroboão fundou um
sistema religioso idólatra, mandando fazer dois bezerros de ouro,
institucionalizando a idolatria em Israel (1Rs 12.26-33). [Comentário: O termo “idolatria” vem de eidolon, “ídolo”, e latreia,
“serviço sagrado, culto, adoração”. Idolatria é a forma pagã de adoração a
ídolos, de adorar e servir a outros deuses ou a qualquer coisa que não seja o
Deus verdadeiro. É prática incompatível com a fé judaico-cristã, pois nega o
senhorio e a soberania de Deus. Moisés e os profetas viam na idolatria a
destruição de toda a base religiosa e ética dos israelitas, além de negar a
revelação (Dt 4.23-25). Podemos definir idolatria em um sentido mais
abrangente, como qualquer dedicação ou amor excessivo prestado a alguém ou algo
sem ser Deus; em outras palavras: colocar Deus em segundo plano. Idolatrar se
refere ao reconhecimento público dado aos “deuses”, ou ainda ao reconhecimento
público de que algo é mais valioso do que Deus para uma pessoa, ainda que
muitas vezes não declare isso, mais os seus gestos demonstrem. Esse pecado era
considerado pelos judeus como o motivo básico da corrupção do homem aquele que
aliena o homem de Deus, servindo de alicerce para todos os demais pecados. (Rm
1.18-32). A idolatria é uma obra da carne (1Co 8.4-6 e 1Co 10.19-21, 1Co 5.10).
Mediante a idolatria a natureza humana não regenerada cria suas divindades
segundo a imagem humana e conforme os desejos mundanos, edificando uma teologia
capaz de racionalizar a maneira como os pagãos viviam e como tencionavam
continuar vivendo. Por todo o discurso da história da humanidade a sua forma
mais sutil e perigosa tem sido sempre o estado da adoração ao próprio eu (1Co
5.10). OBS.: Os idólatras são os violadores do direito mais alto, isto é, de
Deus. Essa é a instância mais antiga que se conhece do uso dessa palavra.
Idolatria é tudo aquilo que usurpa o lugar que por direito cabe a Deus. A
palavra diz-nos que a cobiça ou avareza é idolatria, e que aquele cobiçoso é um
idólatra. Algumas pessoas adoram o dinheiro, outras adoram a posição social,
outras ainda, o prestígio, e ainda outras, os prazeres carnais. Existem
inúmeras formas de idolatria, e quase todas as pessoas, se não sempre, pelo
menos ocasionalmente, se tornam culpadas desse pecado Leia mais acessando o link: http://solascriptura-tt.org/VidaDosCrentes/ComDeus/ObrasCarneFrutoEspirito-IBR-StaCatarina.htm.]
2. A idolatria no Novo
Testamento. Na Roma antiga adorar aos imperadores era uma forma de
lealdade e devoção. Por isso, os primeiros cristãos foram severamente
perseguidos e mortos, pois eles não aceitavam que o homem ocupasse o lugar de
Deus. Além dos imperadores, os romanos (e também os gregos) tinham uma
variedade muito grande de ídolos. Na cidade de Listra, Paulo foi confundido com
o deus Mercúrio, e Barnabé com o deus Júpiter (At 14.11-13). Passando por
Atenas, Paulo encontra um altar onde estava escrito: “Ao Deus Desconhecido” (At
17.23). Contudo, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo, a idolatria é
condenada (Êx 20.3; Lv 26.1; Cl 3.5; Ap 22.15). Não podemos jamais esquecer que
tudo aquilo que usurpa o lugar de Deus, em nosso coração, é idolatria. Qualquer
pessoa ou objeto a que nos dedicamos com extremada atenção, e que não podemos
viver sem os quais, podem se tornar um ídolo. A idolatria é a quebra da nossa
fidelidade ao verdadeiro Deus. [Comentário: O primeiro mandamento estabelece a adoração somente a Deus e
a mais ninguém. A ordem do segundo mandamento é para adorar a Deus diretamente,
sem mediação de qualquer objeto. A idolatria é o primeiro dos três pecados
capitais na tradição judaica, “a idolatria, a impureza e o derramamento de
sangue”. Os cristãos devem se abster da contaminação dos ídolos (At 15.20).
Certa ocasião Lutero disse: “As pessoas que confiam e se apoiam na sua
grande habilidade, na sua inteligência, no seu poder, no seu trabalho, na sua
misericórdia, nas suas amizades, na sua honra também tem deuses, mas tal deus não
é o único Deus verdadeiro.” MARTINHO,
Lutero. In: PEIXOTO, Leandro B. Deus somente Deus. Disponível em: http://ibcentral.org.br/mensagem/i-deus-somente-deus/. A tradição: “E, acercando-se
dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por parábolas? Ele,
respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos
céus, mas a eles não lhes é dado; Porque àquele que tem, se dará, e terá em
abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado. Por
isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não veem; e, ouvindo, não
ouvem nem compreendem. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz:
Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, e, vendo, vereis, mas não
percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, E ouviram de mau
grado com seus ouvidos, E fecharam seus olhos; Para que não vejam com os olhos,
E ouçam com os ouvidos, e compreendam com o coração, e se convertam, e eu os
cure.” (Mt 13.10-15). Perceba que o juízo que Jesus pronuncia sobre o povo
de sua época é o mesmo do profeta Isaías. Sendo assim, sobre que idolatria
Jesus condenara? O Evangelista Marcos responde: “E ele, respondendo,
disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito:
Este povo honra-me com os lábios, Mas o seu coração está longe de mim; Em vão,
porém, me honram, Ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. Porque,
deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens; como o lavar dos
jarros e dos copos; e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas. E
dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa
tradição.” (7.6-9). Quando Jesus cita Isaías 29, sabia que o mandato profético
de Isaías 6 se cumprira em Isaías 29.9-14 e 63.17,[8] assim podemos entender o
que o profeta Isaías tinha predito sobre sua nação que prefiguravam aquilo que
ocorreria no Novo Testamento. Sendo assim, podemos ver que o pecado de
idolatria cometido pelos judeus da época de Jesus era invalidar a Palavra de
Deus em nome de suas tradições, ou daquilo que chamamos de “boa intenção”. No
entanto, a “boa intenção” da tradição, quando nos leva a desobedecer a Deus é
pecado. Veja, por exemplo, o caso do Rei Saul que recebera a ordem de Deus para
destruir todos os amalequitas e seus animais (1Sm 15.3,8). Não obstante, Saul
poupou “tudo o que era bom” (1Sm 15.9) para “oferecer ao Senhor” (v.19). A “boa
intenção” de Saul não agradou a Deus, pois Deus o respondera: “Não cumpriu as
minhas palavras” (v.11), que é a mesma coisa de invalidar “o mandamento de
Deus” (Mc 7.9). Mas alguém poderia dizer: “sacrificar animais não era
mandamento de Deus?”. Sim. No entanto, a ordem de Deus era eliminar tudo e Saul
não obedecera e, ainda mais, criou para si um estilo próprio e regra de
adoração não obedecendo a Deus. Portanto,
invalidar ou desobedecer a Palavra de Deus é pecado de idolatria, assim como
Saul o fez (cf. 1Sm 15.23) os judeus da época de Jesus também o fizeram. A glória dos homens: Outra passagem a qual também cita
Isaías 6 é João 12.37-43: “E, ainda que tinha feito tantos sinais diante
deles, não criam nele; Para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías, que
diz: Senhor, quem creu na nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do
Senhor? Por isso não podiam crer, então Isaías disse outra vez: Cegou-lhes os
olhos, e endureceu-lhes o coração, A fim de que não vejam com os olhos, e
compreendam no coração, E se convertam, E eu os cure. Isaías disse isto quando
viu a sua glória e falou dele. Apesar de tudo, até muitos dos principais creram
nele; mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da
sinagoga. Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus.”
A passagem acima faz duas referências a Isaías. Uma (Is 53.1) para indicar o
cumprimento de que Israel não creria no servo, e a menção de Isaías 6 indica o
cumprimento de juízo sobre aqueles que não creram. E, sendo assim, a
preferência pela glória dos homens do que à glória de Deus é uma prova de
idolatria. Pois, eles rejeitaram o Filho de Deus e Seus sinais, se assemelhando
mais aos homens do que a Deus, preferindo a glória dos homens à glória de Deus.
J.C. Ryle comenta: “O temor dos homens os impede de abandonar seu caminho. Têm
receio de serem zombados, escarnecidos e desprezados pelo mundo. Odeiam perder
a boa reputação da sociedade e o julgamento favorável de homens e mulheres
semelhantes a eles.” Este
texto foi extraído de: http://bereianos.blogspot.com.br/2015/11/a-idolatria-nossa-de-cada-dia.html]
3. O que significa heresia? No grego, esta palavra é hairesis e significa preferência,
escolha. Segundo o Dicionário Teológico (CPAD) podemos definir heresia “como
uma rejeição voluntária de um ou mais artigos da fé”. Precisamos ter cuidado,
pois atualmente, muitos estão se utilizando de argumentos falsos para enganar e
macular a Igreja do Senhor. Precisamos de homens como Paulo, que não usavam de
engano nem fraudulência (2Ts 2.3). Contudo, também precisamos investir mais no
ensino sistemático da Escrituras Sagradas, pois as heresias só podem ser
rechaçadas pelo conhecimento bíblico (Mc 12.24). Estamos vivendo tempos
difíceis, nos quais muitas igrejas já não conservam mais a sã doutrina, sendo
os crentes enganados por filosofias humanas e ensinos de demônios contrários à
Palavra de Deus. [Comentário: As palavras “herege”, “heresia” e “seita” vêm de palavras
gregas usadas no Novo Testamento, derivadas da mesma raiz. A idéia fundamental
atrás destas palavras é “escolher” ou “escolha”. Assim a forma de verbo é usada
quando Deus diz que escolheu seu servo (Mt 12.18). Também, estas palavras se
aplicam quando homens decidem seguir suas próprias opiniões, criando novas
doutrinas e facções religiosas. É neste sentido que lemos no Novo Testamento
sobre seitas como a dos saduceus em Atos 5.17 e fariseus em Atos 15.5, grupos
que escolheram defender falsas doutrinas e tradições humanas. A melhor
definição do que significa heresia / herético / herege não são aqueles
encontrados nos dicionários de grego e português, nos léxicos do grego, talvez
na etimologia da palavra e nos livros de teologia, mas a definição desses
termos está na própria Bíblia, somente nela, comparando as coisas espirituais
com as espirituais. Heresia é o ensino de algo que está frontalmente contrário
a pelo menos um claro e explícito verso da Bíblia, cujo significado literal, é
indiscutível entre os verdadeiramente salvos que sejam verdadeiramente
sinceros, que sejam realmente seguidores do lema da Reforma "Sola
Scripturæ". Nesse sentido, em Gálatas 5.20, os apóstolos condenaram o espírito
faccioso, em 2Pe 2.1 alertaram sobre heresias destruidoras e Tito 3.10 ensina
os cristãos a admoestarem e depois rejeitarem os hereges, ou homens facciosos.
Escolher seguir qualquer doutrina que não vem de Deus é uma infração gravíssima
da vontade do Senhor.]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Idolatria
“Esta é uma transliteração da palavra gr.
eidolatria, cujo significado entendemos ser ‘a adoração a ídolos; a adoração a
imagens como divinas e sagradas’.
Como uma criatura ligada ao tempo e ao espaço, o
homem tem estado especialmente inclinado a prestar adoração a algum tipo de
símbolo visível de divindade. Ele aparece anelar por manifestações tangíveis da
presença divina. Durante a história humana, esta atitude tomou várias formas e
manifestações. Mesmo que o homem tenha abandonado a adoração ao verdadeiro
Deus, ele não renunciou à religião, mas procurou substituir o verdadeiro Deus
por um deus falso que tivesse de acordo com seu próprio gosto.
A proibição da idolatria é um dos poucos conceitos
absolutos e imutáveis no sistema judaico de ética (juntamente com o incesto e o
assassinato). A adoração sem a imagem de Jeová anunciava não meramente que Ele
era maior do que a natureza, mas que também não era limitado por ela. No Antigo
Testamento, há muitos termos hebraicos usados como escárnio à idolatria,
indicando sua infância e obscenidade, bem como seu absoluto vazio.
Todas as camadas da lei judaica dão testemunho da
oposição a se fazer um retrato de Deus. Os dois primeiros mandamentos proíbem a
adoração de imagens, bem como a adoração a qualquer outro deus (cf. Êx 20). A
idolatria era classificada como uma ofensa de estado e cheirava a traição,
devendo ser punida com a morte (Dt 17.2-7)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª
Edição. RJ: CPAD, 2009, p.946).
III. SEJAMOS FIÉIS ATÉ O FIM
1. Olhando para o passado. Para se conquistar um bom futuro é imprescindível ter
estabelecido alicerces sólidos no passado. Por isso, o escritor aos Hebreus
pede que os crentes deem uma olhadinha no passado. O propósito era que eles não
se esquecessem das bênçãos que já haviam recebido da parte de Deus e dos muitos
combates e aflições quais enfrentaram e saíram vitoriosos (Hb 10.32). O Senhor
também cuidaria dos seus servos, dando-lhes novamente força e vigor para
permanecerem fiéis até o fim. A fé que recebemos como fruto do Espírito nos
ajuda a continuar firmes e fiéis a Cristo diante das circunstâncias contrárias. [Comentário: É interessante olharmos para aqueles memoriais do Antigo
Testamento e sua finalidade. Estes memoriais destinavam-se a lembrar Israel da
vontade de Deus, Sua bondade, graça e bênçãos da aliança. Eles apontavam para
Deus, para o alto, em direção ao Senhor. Nesse sentido temos o arco-íris depois
do Dilúvio (Gn 9.13), a circuncisão (Gn 17.10-17), a festa da Páscoa (Nm
9.1-14), as borlas azuis nas roupas (Nm 15.38-41) e as pedras comemorativas que
Josué erguera na travessia do Jordão (Js 4.3-9). Precisamos erguer nossos
memoriais para não esquecermos a doutrina que temos aprendido dos pioneiros.
João exorta "a senhora eleita e seus filhos" (2 Jo 1) a não
confraternizarem com hereges e a não darem nenhum crédito à falsa doutrina
deles. Ele busca ajudá-los a manter sua fé em face da oposição, como o escritor
de Hebreus exorta em Hebreus 10.35: "Não abandoneis, portanto, a vossa
confiança; ela tem grande galardão."]
2. A fé que nos ajuda a
permanecermos fiéis. Já fomos
justificados perante Deus pela nossa fé em Jesus (Rm 3.21,22). Esta é a chamada
fé salvífica que vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17). Mas, à medida que
buscamos ter maior comunhão com Deus, desenvolvemos a fé como fruto do
Espírito. Essa fé cresce em nós com o tempo e nos livra da idolatria, das
heresias e da apostasia (2Co 10.15; 2Ts 1.3). A nossa confiança em Deus nos
ajuda a permanecer fiéis em tudo até o dia em que iremos nos encontrar com o Senhor
(Ap 2.10). [Comentário: A nossa fé constante e inabalável em Deus confere-nos a
certeza de que Ele cumpre sua Palavra no tempo próprio. Para se ter Fidelidade
é preciso ter fé e vice-versa; na bíblia a fé é o tema central, tendo como fim
a salvação de todos os seres humanos. A fé é a expressão da fidelidade. Desde
Gênesis 4, Abel apresentou sua oferta a Deus e o Senhor a aceitou por sua fé ou
fidelidade. (Hb 11.4). A partir daí Deus vem procurando e encontrando, apesar
de poucos, homens que se aproximam D'Ele por fé, dispostos a permanecerem fiéis
em todas as situações advindas. Já foi esclarecido que a fidelidade é uma
característica de quem tem fé, ou seja, de quem recebeu o fruto do Espírito
Santo pela fé em Deus, através do sacrifício de Jesus Cristo. A fé é um dom de
Deus (Rm 12.3; Ef 2.8; 6.23; Fp 1.29), exclui
a vanglória pessoal (Rm 3.27) e a
sua operação é pelo amor (Gl 5.6; 1Tm 1.5; Fl 5). Na prática da vida como
proteção a fé é compara a um escudo: "tomando, sobretudo, o escudo da
fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno"
(Ef 6.16). Ou a uma couraça: "mas nós, porque somos do dia, sejamos
sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, e tendo por capacete a
esperança da salvação; (1Ts 5.8). A fé produz: salvação (Mc 16.16; At
16.31; Rm 1.17); esperança (Rm 5.2); alegria (At 16.34; 1Pe 1.8); paz (Rm
15.3); confiança (Is 28.16 com 1Pe 2.6); ousadia na pregação (Sl 116.10 com 2Co
4.13).]
3. Seja fiel. O Deus fiel e imutável a quem adoramos deseja nos ajudar a
permanecer fiéis em toda a nossa maneira de viver, neste mundo tenebroso, mau e
que jaz no maligno (1Jo 5.19). Se quisermos permanecer fiéis não podemos
descuidar da nossa comunhão com o Senhor. Precisamos buscá-lo enquanto é tempo,
enquanto podemos achá-lo (Is 55.6). Noé, durante um bom tempo, anunciou que o
dilúvio viria. Mas aquela geração não deu crédito à pregação do servo do
Senhor. O dia do juízo chegou e somente ele e sua família foram salvos da fúria
das águas. Mesmo vivendo em uma sociedade corrompida pelo pecado, Noé
permaneceu fiel ao Senhor e cumpriu a sua missão com zelo e temor até o fim dos
seus dias. [Comentário: “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11.6,8).
Como já foi bem definido, a palavra fé, no original do Novo Testamento,
significa plena persuasão ou certeza fundamentada no ouvir (Rm 10.17). Já em
Mateus 23.23, está relacionada à confiança ou fidelidade. É interessante
observar que Jesus enfatizou ser a verdade e digno de toda confiança, ao
introduzir suas declarações no Evangelho de João com a frase “na verdade, na
verdade”, “em verdade, em verdade”, “digo-lhes a verdade” (Jo
1.51). Assim, o fruto da fidelidade abrange as ideias básicas de integridade,
fidelidade, lealdade, honestidade e sinceridade. No novo concerto, a bênção de
Deus e o relacionamento certo com Ele também são concedidos mediante a fé. Aqui
está uma verdade fundamental no Novo Testamento (Rm 4.3; Gl 3.6; Tg 2.23;). É
pela fé que somos tornados descendência de Abrão, o pai de todos os que creem
(Rm 4.11). A fidelidade como parte do fruto do Espírito é imprescindível ao
cristão em seu relacionamento com Deus, com os outros e consigo mesmo. Através
da fidelidade, tornamo-nos diferentes dos outros que não temem a Deus. O Senhor
está procurando os fiéis para andarem com ele e servi-lo (Sl 101.6). A
fidelidade de Deus é uma bênção perene para o crente fiel, mas ela é ineficaz
para com aqueles que resistem à sua graça (ver 2.13, 2 Tm 2.13).]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A fidelidade como fruto do Espírito tem muito a ver
com a moral e ética cristã. Esse fruto abençoado coloca o padrão cristão no
nível de responsabilidade em palavras e ação. Houve um tempo em que a palavra
de um homem tinha grande valor, e um aperto de mão era tão bom quanto um
contrato assinado. Isto não parece ser verdade em nossos dias. Mas o homem que
anda com Deus é diferente, porque nele está o fruto que é lealdade, honestidade
e sinceridade. O Espírito Santo sempre concede poder para o cristão ser um
homem de palavra. A fidelidade como fruto do Espírito nos torna leais a Deus,
leais a nossos companheiros, amigos, colegas de trabalho, empregados e
empregadores. O homem leal apoiará o que é certo mesmo quando for mais fácil
permanecer calado. Ele é leal quer esteja calado. Ele é leal quer esteja sendo
observado, quer não. Este princípio é ilustrado em Mateus 25.14-30. Os servos
que eram fiéis e fizeram como foram instruídos mesmo na ausência do senhor
foram elogiados e recompensados. O servo infiel foi castigado” (GILBERTO,
Antonio. O Fruto do Espírito: A plenitude de Cristo na vida do crente. 2ª
Edição. RJ: CPAD, 2004, p. 112).
CONCLUSÃO
Que Deus nos ajude a permanecer fiéis até o fim
(Ap 2.10). A infidelidade ao Senhor tem feito com que alguns ensinem heresias,
levando muitos a apostatarem da fé. A fidelidade, como fruto do Espírito, nos
ajuda a não abrir mão de nossas convicções cristãs. Que em nossa caminhada de
fé possamos dizer como o apóstolo Paulo: “Combati o bom combate, acabei a
carreira, guardei a fé” (2Tm 4.7). [Comentário: Apesar de o Antigo Testamento ser de uma gigantesca
extensão, a palavra “fé” somente aparece por duas vezes. A primeira delas, em I
Samuel 21.5, quando, questionado pelo sacerdote Aimeleque no tocante à pureza
moral dos mancebos, Davi responde: “Sim em boa fé, as mulheres se nos vedaram
desde ontem; e, anteontem...” Porém como substantivo, ela somente é vista em
Habacuque 2.4, quando o profeta diz: “... mas
o justo, pela sua fé, viverá”; citação esta que é reiterada por três vezes
no Novo Testamento (Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38). Neste ponto, a idéia é que
aquele que é verdadeiramente justo confia inteiramente em Cristo, seja na
abundância, seja na necessidade. Em todos os aspectos de sua vida Cristo ocupa
o primeiro lugar (cf. Fp 4.11-13). A fé deve estar presente em nosso viver,
devendo também nos acompanhar quando chegar a hora da partida desta vida para a
outra. O sucesso daquelas testemunhas que são mencionadas no capítulo 11 de
Hebreus, é que todas elas viveram e morreram na “fé” (11.13) - lealdade
constante e inabalável a alguém com quem estamos unidos por promessa,
compromisso, fidedignidade e honestidade (Mt 23.23; Rm 3.3; 1Tm 6.12; 2Tm 2.2;
4.7, Tt 2.10). É importante entender que esta fidelidade está relacionada ao
conhecimento da Palavra, a vontade revelada de Deus. É preciso batalharmos por
esta fé que nos foi entregue de uma vez por todas (Jd 3) – fé aqui é o conjunto das verdades em que
cremos acerca da salvação. É claro que os salvos têm uma confiança viva em
Jesus como seu Salvador e Senhor, e por isso adotam um conjunto de verdades
sobre Deus Pai, Filho e Espírito Santo, sobre o homem, sobre o pecado, sobre a
igreja e o mundo, enfim, um conjunto de verdades que é inerente ao
cristianismo; é o corpo doutrinário do cristianismo, “a fé que uma vez por
todas foi entregue aos santos”.] “NaquEle
que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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