SUBSÍDIO I
Embora o homem tenha o
livre-arbítrio, Deus é soberano. Soberania e livre-arbítrio sempre
viveram inúmeras tensões no campo da teologia. Entretanto, quando
levamos em conta a teologia bíblica defrontamo-nos com textos que nos mostram
Deus respeitando o livre-arbítrio do ser humano, noutro momento
lançando às favas o livre-arbítrio. Ora, Ele é um Deus
soberano, eterno, majestoso e Senhor de todas as
coisas. Compreendendo a natureza soberana do Deus eterno, é que
devemos olhar para os problemas deste mundo. No Brasil, a crise financeira
está assolando todas as classes sociais. Mas uma crise como essa não
acontece da noite para o dia.
Há uma série de decisões macro e
microeconômicas que se tomadas equivocadamente trarão
prejuízos irreparáveis a uma nação. Na esfera da economia
doméstica, igualmente. Se não houver uma consciência de se a nossa
despesa for maior que a nossa receita, brevemente entraremos num colapso
econômico. Foi isso o que ocorreu com o nosso país e todos os
dias ocorre com inúmeras famílias. Há gestão e decisões equivocadas
são as razões das principais crises financeiras. Percebe como o
livre-arbítrio interfere nas coisas mais comezinhas da vida? Ora, não há
solução mágica.
Entretanto, é bem verdade que
problemas financeiros assaltam muitas vidas de surpresa. O desemprego,
ou problema de saúde. Enfim, muitos servos de Deus entram numa
provação causticante onde só perceberam que entraram em crise tempos
depois, pois não imaginariam de modo algum o que viria pela frente. Aqui
entra a soberania de Deus. Quando não há mais solução visível, nem
perspectiva de auxílios externos, Deus age em nosso favor e derrama da sua
misericórdia para conosco. Quantos testemunhos bíblicos e da história
da Igreja nos mostram a ação de um Deus que prover as necessidades
dos seus filhos, o cumprimento de uma bela promessa do nosso Senhor quando
ensinava o Sermão do Monte: “Portanto, não vos inquieteis, dizendo:
Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os
gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai
celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro
lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas” (Mt 6.31,31).
São muitas pessoas que têm
provado da provisão de Deus nos momentos de angústias e
tribulações. Nossa parte é priorizar o Reino de Deus e a sua justiça,
e o nosso Pai Celestial agirá em nosso favor.
Fonte: Revista Ensinador
Cristão, Ano 17 - nº 68 – out./nov./dez. de 2016.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje estudaremos a respeito da provisão
de Deus nas situações difíceis pelas quais Isaque passou. Inicialmente
destacaremos que Isaque seguiu o exemplo de Abraão ao se refugiar diante da
fome. Em seguida, ressaltaremos o desafio do filho do velho patriarca, diante
dos vizinhos descrentes, que demonstraram inveja da sua prosperidade. Ao final,
mostraremos que as crises também criam oportunidades, e como fez Isaque,
precisamos aprender a “cavar poços”, mesmo que os tempos não sejam
favoráveis.
1. ISAQUE,
FUGINDO DA FOME
A história de vez em quando se repete, não
necessariamente do mesmo modo. Em se tratando de provações, nenhuma pessoa está
livre de passar por elas (Tg. 1.1-18). O próprio Jesus declarou que no mundo teríamos
aflições (Jo. 16.33), mas que deveríamos ter ânimo, e depositar nossa confiança
em Deus. Isaque, o filho do patriarca Abraão, seguiu os passos do seu
progenitor. A palavra “pai” é repetida seis vezes ao longo desse texto. Isso
nos ensina que, de certo modo, somos tentados a repetir os equívocos dos nossos
ancestrais. Isaque, assim como aconteceu com Abraão (Gn. 12.10-13.4), também
enfrentou o problema da fome. Aquele desceu para o Egito, Isaque, de igual
modo, fugiu para Gerar, a capital dos filisteus, a fim de buscar o auxílio de
Abimeleque. Ao que tudo indica, Isaque e Rebeca estavam habitando em
Beer-Laai-Roi (Gn. 25.11), sendo assim, viajaram cerca de cento e dez
quilômetros noroeste, a fim de encontrarem melhores condições de vida. A fuga
das adversidades é uma tendência normal para os seres humanos, mas não há outra
maneira de crescer na fé, a não ser por meio das adversidades. Conforme
destacou Paulo, “a tribulação produz perseverança; e a perseverança,
experiência (Rm. 5.3,4). É bem verdade que durante o sofrimento desejamos, como
o salmista Davi, “asas como da pomba”, para poder voar “e achar pouso” (Sl.
55.6). Mas se quisermos deixar de ser simples pombas, e nos tornar águias que
voam mais alto, precisamos subir cada vez mais (Is. 40.31).
2. CONVIVENDO
COM OS VIZINHOS
As pessoas são tentadas a se moldarem às
circunstâncias, sobretudo nos momentos de aflições. A fim de nos ajustar às
situações, somos tentados a nos acomodar ao ambiente no qual nos encontramos.
Isaque, para sobreviver as pressões e riscos diante dos vizinhos, fez
concessões em relação a verdade, optando pela mentira. Faltar com a verdade, na
maioria das vezes, é um escape para fugir da realidade. Quando perguntaram a
Isaque se Rebeca era sua esposa, imitando a seu pai Abraão, respondeu que era
sua irmã. A situação se tornou embaraçosa para Isaque quando a verdade veio à
tona. É constrangedor quando a mentira de um servo de Deus é desmascarada por
um incrédulo. Devemos lembrar, como ensinou Jesus, que somos sal da terra e luz
do mundo (Mt. 5.13-16). Isaque precisou aprender a conviver com a inveja dos
seus vizinhos (Gn. 26.12), isso porque o Senhor o fez prosperar, mesmo em
tempos difíceis. Aqueles que estão debaixo da providência divina têm a promessa
de que serão preservados pelo Senhor, e que não lhes faltará o essencial para a
sobrevivência (Hb. 13.5). Certamente isso causará inveja em muitas pessoas, e
fará com que esses tenham um sentimento maldoso. Mas não devemos nos deixar
abater com aqueles que não temem ao Senhor, e que estão dominados pelo
sentimento tóxico da inveja, que é podridão para os ossos (Pv. 14.30).
3. CAVANDO
POÇOS
Por causa da inveja, os vizinhos de Isaque queriam
se apropriar dos poços do patriarca. Os filisteus, tomados pela maldade,
taparam os poços que Isaque herdou de Abraão (Gn. 26.19). Os homens de Gerar,
dominados pela inveja, não davam trégua a Isaque, e o perseguia constantemente.
A inveja é um sentimento doentio, as pessoas que são dominadas por ele, às
vezes, nem se apercebem. Isaque, diferentemente dos seus vizinhos invejosos,
decidiu confiar em Deus, e continuar cavando outros poços. Aprendemos lições
importantes com esse episódio: 1) Deus cumpre as suas promessas, e abençoa
aqueles que trabalham (Gn. 26.3,5); 2) A benção de Deus não nos livra dos
invejosos (Gn. 26.14-17); 3) a prosperidade tem seus benefícios, mas pode
também trazer problemas, contenda e ódio (Gn. 26.18-22); 4) Berseba, lugar do
“poço do juramento”, é onde encontramos segurança, descansemos na certeza de
que Deus é conosco (Rm. 8.31-39); 5) precisamos aprender a lidar com os
conflitos, e se demonstramos a sabedoria do alto, poderemos obter
reconhecimento dos opositores (Gn. 26.26-33); e 6) o acordo com os vizinhos de
Isaque foi uma conquista, que possibilitou a convivência pacífica entre eles.
Isaque, cujo nome significa “riso”, passou por muitas aflições, mas sabia que a
provisão de Deus estava sobre ele. Devemos seguir seu exemplo, firmes na
convicção que o Senhor está no comando de todas as situações.
CONCLUSÃO
As aflições são comuns, até mesmo entre aqueles que
servem a Deus, mas essas podem ser oportunidades. Nas dificuldades encontramos
“largueza”, desfrutamos da misericórdia do Senhor (Sl. 4.1). É na escola da
adversidade que crescemos em confiança, aprendendo a depender cada vez mais de
Deus (Sl. 25.17). A busca por espaço físico, e as adversidades dela decorrente,
pode resultar em sofrimento, que nos levam para mais perto de Deus (Sl. 18.19).
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd
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