sábado, 12 de novembro de 2016

LIÇÃO 7: JOSÉ: FÉ EM MEIO ÀS INJUSTIÇAS





SUBSÍDIO I

José era o décimo primeiro filho de Jacó, e primeiro filho da mulher a qual seu pai mais amava: Raquel. Conhecendo o contexto da família em que José nasceu não é difícil compreender o porquê de o futuro maioral do Egito enfrentar tantas crises familiares. Além das crises internacionais, quando José era o maioral do Egito, ou antes, de chegar a ser uma autoridade respeitada na terra do rio Nilo, a crise doméstica do filho amado por Jacó revelava muito do seu caráter. Com José aprendemos que antes de Deus nos levar a enfrentar crises complexas, Ele nos instrui com as pequenas lutas familiares. No seio da família somos forjados para a luta e o encontro com a vida.
A irmã de Raquel, Leia, já havia dado seis filhos e uma filha para Jacó. A relação entre Raquel e Leia era muito difícil, pois enquanto a irmã mais velha havia dado sete filhos a Jacó, Raquel era estéril e, consequentemente, não havia dado nenhum filho para seu amado marido. Não dar à luz na época dos patriarcas era motivo de vergonha e de humilhação. Certamente, a partir de cada encontro entre Raquel e Leia a dor de não ser mãe desaguava na mente e coração da amada de Jacó. Embora o tempo seja outro, qualquer mulher sente a dor incomensurável de quando deseja ser mãe e não consegue. A dor de Raquel é a dor de muitas mulheres do século XXI!
O contexto de desentendimento e de dor entre Leia e Raquel alimentou o ódio dos filhos de Leia para com José, o filho de Raquel. O ódio regado dentro da própria casa quase foi finalizado com uma tragédia. Esta, porém, foi impedida pelo primogênito de Jacó, Rúben. Entretanto, a sua atitude de poupar José não foi suficiente para impedir seus irmãos de vendê-lo para uma caravana de compradores de escravos. A marca da trajetória do filho amado de Jacó é que mesmo em meio a tanto desprezo e desconsideração, José não permitiu que o seu coração fosse devorado pelo ódio. Humanamente, seria justo José devolver na mesma moeda quando teve a primeira oportunidade de fazê-lo. Mas não o fez. Preferiu compreender que tudo o que ocorreu era o Deus de seus pais preparando o caminho para conservar a sua família num contexto de fome e miséria mundial.
A vida de José nos ensina que devemos guardar o nosso coração do ódio, da vingança e da ação maligna. Saber gerenciar as crises com o olhar e a sabedoria de Deus é o nosso grande desafio hoje. Sob os cuidados e a orientação do mestre divino isso é possível!

 Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 68 – out./nov./dez. de 2016. 

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Prosseguindo os estudos sobre a provisão divina, na aula de hoje nos voltaremos para a história de José. A vida desse temente servo de Deus tem muito a nos ensinar a respeito da provisão divina diante das injustiças. Inicialmente destacaremos a vida de José, nos momentos que ainda habitava em Hebrom, com seus irmãos invejosos. Em seguida, veremos que Deus é Aquele que dá provisão, justamente porque esse é o significado do nome “José” em hebraico. Ao final, aprenderemos a não perder a confiança em Deus, em um mundo dominado pela injustiça.

1. JOSÉ, O FILHO PREDILETO

Não existem famílias perfeitas na Bíblia, sobretudo quando consideramos o Antigo Testamento. A família de Jacó, muito embora fosse abençoada por Deus, enfrentou vários problemas. Alguns desses também são comuns nas famílias cristãs, dentre eles destacamos a inveja, o ódio e a predileção. Ao que tudo indica, José era um filho exemplar, e dedicado aos interesses do seu pai (Gn. 37.1-4). Por causa disso seu pai demonstrava certa predileção, em relação aos demais filhos, principalmente porque José era filho da velhice, com sua amada esposa Raquel. O favoritismo sempre traz problemas para as famílias, o próprio Jacó conviveu com essa experiência (Gn. 25.28; 29.30). Uma demonstração dessa preferência de Jacó por seu filho José é concretizada no presente de uma “túnica talar”, de várias cores (Gn. 37.3). Alguns estudiosos interpretam que talvez essa tivesse um significado em termos de herança. Esse teria sido o principal motivo da inveja dos irmãos de José. Acrescido a isso, Deus deu ao jovem vários sonhos, que revelavam sua atuação futura, diante da família. Os irmãos de José ficaram tomados pelo ódio, que é um sentimento destruidor, pois excita contendas (Pv. 10.12), e conduz as pessoas para as trevas (I Jo. 2.9). Talvez tenha faltado sabedoria a José, ao revelar os sonhos aos seus irmãos. Nem sempre devemos dizer aos outros tudo o que sonhamos, e nem todos os sonhos podem ser tomados por revelação. Há sonhos que são induzidos pela própria pessoa, produto de perturbações inconscientes, ou mesmo influenciados por Satanás (Jr 23.25-28). Aqueles sonhos incitaram o ódio dos irmãos de José, que associado a inveja, foi uma combinação mortal, que resultou, inicialmente, na tentativa de matá-lo, e posteriormente, acabaram por venderem-no como escravo. 

2. JOSÉ E O DEUS QUE FAZ PROSPERAR

José foi comprado pelos mercadores, e levado para o Egito, sendo vendido a Potifar, um dos oficiais de Faraó. Aquele jovem era a manifestação da prosperidade divina, inclusive para aquele oficial. Está escrito que “o Senhor abençoou a casa do egípcio por amor de José (Gn. 39.5). Mas nem tudo seria fácil, a esposa de Potifar se interessou por José, pois esse, além de temente a Deus, também era formoso. Ela passou a tratar o jovem como um objeto do seu desejo, querendo abusar dele. Mas José fugiu da tentação, por algumas razões: a mulher era esposa do seu senhor, que confiava bastante nele, e o mais importante, aquela traição seria contra o próprio Deus (Gn. 39.9). José deixou o exemplo a respeito do qual Paulo instruiu a Timóteo, o jovem pastor de Éfeso: Foge das paixões da mocidade” (II Tm. 2.22). A temperança é uma das virtudes do fruto do Espírito (Gl. 5.22), e uma demonstração de caráter, pois “como cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio”. José foi vítima de injustiça, ao ser caluniado pela esposa de Potifar, e por causa disso foi preso injustamente. Ele teria motivos para se desesperar, principalmente durante o período em foi esquecido na prisão. Não podemos esquecer que é por meio da fé e da paciência que herdamos as promessas de Deus (Hb. 6.12; 10.36). Durante o período em que esteve cativo, José estava sendo preparado por Deus para ter grandes revelações, que demonstrariam a provisão do Senhor, não apenas para ele e sua família, mas também para todo o Egito. Depois de interpretar os sonhos do padeiro e do copeiro, iria mostrar o significado do sonho de Faraó, sendo, por causa disso, chamado a ocupar o posto de governador do Egito. 

3. JOSÉ, VENCENDO AS INJUSTIÇAS

Como José, também podemos ser injustiçados, mas precisamos aprender a confiar, e esperar em Deus. Até mesmo depois de se revelar a seus irmãos, e depois ao seu pai Jacó, José não demonstrou ressentimento, pois sabia que tudo havia acontecido para bem (Gn. 50.20). Um dos filhos de José se chamou Manassés que quer dizer “esquecimento”, isso mostra como esse homem de Deus decidiu reagir em relação as injustiças dos seus irmãos. Seu outro filho se chamou Efraim, que significa aquele que é duplamente próspero. É importante que aprendamos a passar pelas injustiças deixando as mágoas para trás. De vez em quando é preciso fazer uma avaliação de consciência, e nos despir da nossa arrogância, inclusive das prerrogativas humanas. Para tanto, devemos nos revestir de uma nova atitude de fé e de amor, mesmo diante das contrariedades (Ef. 4.20-32; Cl. 3.1-17). Somente assim as feridas dos relacionamentos podem ser saradas, as famílias que foram quebradas pelo ódio e inveja precisam fazer concessões e depender da orientação divina. José sabia o propósito do seu chamado, a função da preservação da sua vida. Ele não se envaideceu em nenhum momento, não utilizou sua função pública para se vingar, sabia que a prosperidade vinha de Deus, e com o propósito bem definido. Precisamos aprender a viver nesse mundo tão injusto, e marcado por relacionamentos interesseiros. A graça de Deus, demonstrada através do perdão, deve prevalecer na vida das pessoas. Se continuarmos plantando injustiças, e revidando na mesma moeda, terminaremos ainda mais feridos. 

CONCLUSÃO

A vida de José é uma demonstração do que Deus pode fazer para as pessoas que confiam nele. Esse homem de Deus se tornou próspero, a fim de mostrar que tudo coopera para o bem daqueles que são chamados segundo os desígnios de Deus (Rm. 8.28). Até mesmo as injustiças humanas podem fazer parte de um plano maior, que haverá de ser revelado quando Deus descortinar suas verdades espirituais (Jó. 42.3). 


Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa

Extraído do Blog subsidioebd

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