SUBSÍDIO I
Rute era uma moabita que casou
com dois homens judeus. O primeiro, que posteriormente faleceu,
Malom, filho de Noemi (Rt 1,2). O segundo, Boaz, um parentedo marido de
Noemi (4.3) Na lei, mais especificamente em Deuteronômio 23.3,4, havia uma
proibição expressa de os judeus aceitarem moabitas em sua
comunidade: “Nenhum amonita ou moabita entrará na congregação do
SENHOR; nem ainda a sua décima geração entrará na congregação do SENHOR,
eternamente. Porquanto não saíram com pão e água a receber-vos no
caminho, quando saíeis do Egito; e porquanto alugaram contra ti a
Balaão, filho de Beor, de Petor, da Mesopotâmia, para te amaldiçoar".
É possível que a geração de Noemi desconhecesse essa lei, pois se tratando
do período dos juízes, uma característica dessa geração era
desconhecer a Lei de Deus.
Entretanto, a opção de Rute
chama atenção de qualquer estudioso ou leitor do livro. Num
contexto em que se achava sua sogra, um momento difícil sob o ponto
de vista político e econômico, seria natural que Rute tomasse a mesma
decisão que a da sua irmã, Orfa. Sem marido, sem herança e na pobreza, por
que não voltar para sua terra natal e estabelecer uma nova família de
dentro do seu povo original?! Mas Rute renunciou o seu próprio povo para
ficar com outro estranho para ela. Isso significou trocar a cultura
do seu povo pela do outro povo, deixar o deus da sua casa e
reconhecer o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. O resultado da devoção
de Rute a Deus e a sua consideração por Noemi, sua sogra, foi a
providência de um remidor, Boaz, que a remiu e assumiu toda a
responsabilidade marital com Rute. O que significava naquele tempo
sobrevivência pessoal e da descendência da família.
No Evangelho de Mateus, Rute, a
moabita, é mencionada na genealogia de Jesus (1.5). É
muito interessante, que além de Raabe, uma ex-prostituta de Jericó,
apareça a moabita Rute oriunda de uma cultura pagã e idólatra. É a prova
de que Cristo Jesus veio como o salvador de qualquer ser humano e
que a sua graça é capaz de alcançar o mais vil pecador. A história de
Rute nos mostra o quanto Deus guia os passos dos que desejam servi-Lo com
verdade. Embora vivendo um contexto de escassez e fome,
Deus trouxe provisão à necessidade de Rute. A história dessa grande mulher nos estimula a vivermos uma vida de devoção sincera a Deus, sabendo que o Pai é grande o bastante para abençoar o esforço das nossas mãos e a sinceridade da nossa fé.
Deus trouxe provisão à necessidade de Rute. A história dessa grande mulher nos estimula a vivermos uma vida de devoção sincera a Deus, sabendo que o Pai é grande o bastante para abençoar o esforço das nossas mãos e a sinceridade da nossa fé.
Fonte: Revista Ensinador
Cristão, Ano 17 - nº 68 – out./nov./dez. de 2016.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje nos voltaremos para a história de
uma mulher, Rute. Essa, juntamente com sua sogra Noemi, aprenderam a desfrutar
da graça de Deus, mesmo diante das crises. Inicialmente, mostraremos como o
Senhor protege a família, mesmo quando essa enfrenta adversidades. E ao final,
apontaremos a direção bíblica para se enfrentar as situações difíceis, e o mais
importante, a aprender a depender de Deus, mesmo que as circunstâncias não
sejam favoráveis.
1. TENTANDO
FUGIR DAS CRISES
As crises nos desafiam, e não poucas vezes, nos
conduzem ao desânimo. Durante os tempos dos juízes, ficamos atordoados, e
corremos o risco de agir como nos tempos dos juízes de Israel: “cada qual fazia
o que achava mais correto” (Jz. 17.6). Rute viveu nesse período, marcado por
escassez e injustiças. A família de Elimeleque deixou Belém, que seria a “casa
de pão”, para habitar em Moabe, na tentativa de fugir da crise. Seus filhos se
casaram com mulheres moabitas, Malon se casou com Rute, e Quiliom, com Orfa. É
importante ressaltar que era proibido um israelita se casar com mulheres
estrangeiras (Dt. 7.1.-11; Ne. 13.1-3; Ed. 9.1-4). A tentativa de encontrar
dias melhores se mostrou frustrada, considerando que Elimeleque e seus filhos
morreram naquela terra. Noemi, ao saber que a escassez de comida havia findado
em Belém, decidiu retornar para casa. Diante daquela situação, decidiu
racionalizar sua opção, solicitando as suas noras que não a seguisse (Rt. 1.8,
11,12). Orfa, convencida pelos argumentos de Noemi, resolveu retornar para sua
terra, enquanto que Rute, em um ato de confiança em Deus, seguiu sua sogra (Rt.
2.12). A declaração de fé de Rute, que se encontra em Rt. 1.16,17, é uma das
mais tocantes das Escrituras. Noemi se deixou abater pelas crises, quis até
mesmo trocar o seu nome para amargura (Rt. 1.21). Quando racionalizamos nossas
circunstâncias diante das crises, tendemos a agir do mesmo modo. Com Rute somos
desafiados a crer no improvável, e às vezes, no impossível, e saber que Deus
está no comando das situações.
2. APRENDENDO
A DEPENDER DE DEUS
Deus está interessado no desenvolvimento do nosso
caráter, muito mais do que na nossa prosperidade material. Não é fácil viver
pela fé em um modo que se torna cada vez mais dependente do visível. Por outro
lado, isso não quer dizer que devemos nos deixar vencer pelo marasmo. Rute
confiava em Deus, mas foi diligente ao decidir ir a colheita. A iniciativa de
Rute oportunizou seu encontro com Boaz, o parente remidor (Rt. 2.1,3). É
importante saber que enquanto estamos trabalhando Deus está conosco (Mc. 16.20),
em nós (Fp. 2.12) e por nós (Rm. 8.28). Rute aprendeu a desfrutar da graça de
Deus, a começar pelo fato de ela ser estrangeira (Rt. 2.2). A graça de Deus foi
manifestada em Boaz, como demonstração de que o Senhor usa pessoas para
agraciar. Deus trabalhou naquelas circunstâncias para que tudo ocorresse
conforme sua soberana vontade. Ele conduziu Rute aos campos de Boaz, e
oportunizou aquele encontro. O cristão, diferentemente das pessoas do mundo, é
chamado a ter esperança em Deus. A própria Noemi, que inicialmente se mostrou
desanimada diante da situação, foi abençoada por meio da fé de Rute (Rt.
2.19,20). Boaz tornou-se uma benção para a vida daquela família, por ser um
parente remidor, alguém que poderia salvá-la da pobreza (Lv. 25.25-34). Não
podemos perder a esperança, ainda que tudo o mais se mostre fora de propósito,
e que nada faça qualquer sentido (Rm. 15.13).
3. DEUS
SEMPRE SÁ UMA SOLUÇÃO
A Bíblia revela um Deus de providência, que não nos
abandona diante das crises. Na verdade, podemos descansar na certeza de que
Jesus é nosso Parente Remidor (Jo. 8.36). Ele derramou seu precioso sangue para
remissão dos nossos pecados, ainda que não sejamos merecedores de tamanha graça
(Rm. 5.8). A vida de Rute foi transformada depois que ela teve um encontro com
Boaz. De igual modo, nossas vidas são modificadas quando nos deixamos guiar
pelo Espírito Santo, e ouvimos as palavras de Cristo. A descendência de Boaz e
Rute teve implicações para a história da salvação. Eles se tornaram bisavôs de
Davi, e por sua vez, compuseram a arvore genealógica do Messias. Deus trabalha
nas situações, os seus propósitos podem não ser compreendidos, pois Ele sabe o
que está fazendo. Os caminhos de Deus são misteriosos, nem sempre podem ser
explicados pela razão. Mesmo o dogmatismo religioso é desconstruído pela graça
maravilhosa de Deus. Rute, sendo uma estrangeira, entrou na genealogia de
Cristo, que era judeu. Em relação à família, devemos aprender, com a narrativa
do Livro de Rute, que essa deve permanecer alicerçada na graça. Nenhuma família
na terra pode pensar que é perfeita, estamos todos caminhando rumo à
glorificação. Até que esse dia chegue, nossas famílias devem estar
fundamentadas no favor imerecido de Cristo. Esse deve ser a base dos
relacionamentos familiares. Uma família onde a graça não é uma realidade, é uma
família desgraçada.
CONCLUSÃO
Deus está trabalhando pelas famílias, também
devemos fazer o mesmo. Cientes, no entanto, que nossas famílias não são
perfeitas. Elas precisam ser conduzidas com graça e amor, dependendo sempre de
Deus, e não das circunstâncias. Com Rute, devemos aprender que Deus está no
comando das situações, e que tudo Ele fará para que estejamos no centro da Sua
vontade. As crises não devem pautar nossas vidas, mas a provisão de Deus, que é
sempre para o nosso bem, ainda que não O compreendamos.
Prof. Ev. José
Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog
subsidioebd
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