SUBSÍDIO I
O livre-arbítrio é um presente
de Deus ao ser humano, pois este foi criado de maneira autônoma, de
modo que Deus jamais permitiria um ser humano autômato. Entretanto,
aqui está a maior tensão da principal criação de Deus. Embora dotado de
livre-arbítrio, um dom de Deus, o ser humano fez e continua a fazer o mau
uso daquilo que deveria ser para a glória de Deus. As Escrituras Sagradas
dão testemunhos de várias personagens bíblicas que fizeram más escolhas e
boas escolhas. As más escolhas geralmente foram tomadas num contexto
de precipitação ou extraordinária pressão.
Lembra-se da decisão equivocada de Abraão, que
por influência da sua mulher, Sara, resolveu deitar-se com Agar e fez
com que ela concebesse um filho chamado Ismael? Se o nosso pai da fé
soubesse o problema que a decisão acarretaria à sua família,
certamente não decidiria assim. Entretanto, qual era o contexto de
Abraão? Um homem avançado em idade, onde sua mulher também era avançada em
idade e não tinha nenhum filho herdeiro para assumir sua
herança. Quando temos a consciência de que a vida está passando e
findando, naturalmente lembramo-nos dos herdeiros que deixaremos, ou de
quem administrará a nossa herança. Mas Deus havia feito uma promessa de que
Ele daria um filho fruto do casamento entre Abraão e Sara. Crer no
improvável é uma prova, uma resistência de fé. Num primeiro momento, ambos
falharam na perseverança da fé e optaram por tomar a pior decisão.
Devemos aprender com as Escrituras que
qualquer decisão importante que tomarmos, não devemos fazê-la debaixo
de pressão ou precipitadamente. A precipitação é um grande mal que deve
ser evitado sempre. Quando nos precipitamos não raciocinamos, não
prestamos atenção ao bom senso, não andamos por fé, mas apenas por vista.
Quem tem a mente de Cristo deve sempre manter os pés no chão, pedir
orientação a Deus e aguardar o calor dos acontecimentos passarem. Fácil?!
Não, não é uma tarefa fácil, mas sem dúvida trata-se de uma
atitude responsável e madura que leva em conta o fator global da
circunstância e não somente parte dela, nem prioriza o fator emocional do
acontecimento.
Mostrar aos nossos alunos o perigo de tomar
uma decisão precipitada é o objetivo central desta lição. Para isso,
use exemplo da própria vida ou outros vários que a bíblia dispõe e
enriqueça a sua aula para conscientizar o seu aluno sobre ter esse
cuidado importantíssimo com a vida. Boa aula!
Fonte: Revista Ensinador
Cristão, Ano 17 - nº 68 – out./nov./dez. de 2016.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
No mundo todas as pessoas passam por circunstâncias
adversas, e a todo momento são pressionadas a fazerem escolhas. Mas é preciso
ter cautela, sobretudo confiança em Deus, para não tomar decisões precipitadas.
Na lição de hoje estudaremos a respeito desse assunto, tomaremos por base o
relacionamento entre Abraão e seu sobrinho Ló, a fim de extrairmos lições para
nossas vidas. Ao final da aula aprenderemos que as escolhas precipitadas podem
trazer consequências drásticas, e em alguns casos, irreparáveis.
1. CIRCUNSTÂNCIAS
ADVERSAS
Abraão respondeu ao chamado do Senhor, e partiu de uma
terra estranha, do meio da sua parentela. Talvez para se sentir mais seguro,
levou consigo seu sobrinho Ló, que viria a lhe trazer problemas. Somos
tentados, a todo instante, a confiar em nós mesmos, ou a depender das pessoas
mais próximas. Mas a caminhada do cristão, na maioria das vezes, é existencial,
ele não pode transferi-la a quem quer que seja. As decepções da vida, seja com
pessoas ou instituições, servem para nos mostrar que somente em Deus temos
plena segurança. Abraão tomou a decisão de descer para o Egito em um momento de
privação de alimento (Gn. 12.10). A expressão “descer para o Egito” tem a ver
com dúvida diante das promessas de Deus (Nm. 11; 14; Is. 30.1,2; 31.1; Jr.
42.13). Não podemos colocar nossos olhos nas circunstâncias, se assim fizermos
seremos reprovados pelo Senhor (Mt. 14.30). Somos lembrados pelo profeta Isaias
que “aquele que crer não foge” (Is. 28.16). Durante o período em que esteve no
Egito, Abraão aprendeu uma lição importante, nunca é tarde para voltar ao
caminho correto (Gn. 13.1). Ainda bem que a fé do cristão é constituída de
recomeços, ninguém deve permanecer prostrado depois do fracasso. Sabemos que
temos um Advogado perante o Pai, Jesus Cristo que é a propiciação pelos nossos
pecados (I Jo. 1.9). É sempre bom voltar a casa do Pai, pois a desobediência
traz resultados desastrosos, a vontade de Deus não é para mal, muito pelo
contrário, é para o bem daqueles que a seguem (Rm. 12.1,2). Arrependimento é
uma palavra que não pode sair do dicionário do cristão, devemos estar sempre
dispostos a reconhecer nossos erros, e buscar do Senhor o perdão para as
decisões equivocadas, como fez o filho da parábola (Lc. 15.21).
2. OLHANDO
PARA PESSOAS E COISAS
O ambiente familiar, ao contrário do que se costuma
idealizar, está susceptível a conflitos. É preciso reconhecê-los, e o mais
importante, aprender a lidar com eles, com amor e graça. As posses materiais
parece ser uma das principais causas dos desentendimentos familiares. É digno
de destaque que quanto mais prospero Abraão se tornou, mais problemas
familiares ele passou a ter. A riqueza necessariamente não traz felicidade para
a família, pode resultar em conforto, mas não é bem-estar. O dinheiro não pode
comprar a paz tão almejada pela família, é possível viver bem com muito menos
do que imaginamos. Os pastores de Ló, o sobrinho de Abraão, começaram a
disputar território. A narrativa bíblica revela que Ló estava tomado pelas
posses das coisas. Nesse particular Abraão demonstrou ter maior confiança em
Deus, e não se deixou controlar pela pressão das circunstâncias. Deu liberdade
a Ló para que esse escolhesse a porção que mais agradasse aos seus olhos. O
sobrinho do patriarca, por falta de visão espiritual, fez opção pelas campinas
para as bandas do Jordão. Abraão demonstrou ser um pacificador, ou melhor, um
apaziguador, alguém que buscava conciliação. Ló, ao contrário, buscava a
riqueza desse mundo, que continua sendo a raiz de todos os males, e tem
conduzido muitos à ruina (I Tm. 6.10).
3. QUANDO
CONFIAMOS EM DEUS
As escolhas equivocadas, e precipitadas, de Ló
trouxeram consequências sobre a vida dele e da sua família. Por causa da sua
opção, ao deixar se conduzir pelas aparências, situações adversas sobrevieram
sobre o sobrinho do patriarca. Quatro reis decidiram atacar a região na qual Ló
se encontrava, sendo esse levado como cativo e todos os seus bens (Gn. 14.8). A
própria cidade de Sodoma por fim foi destruída por causa dos pecados que seus
habitantes cometiam contra Deus (Gn. 19.24). A cobiça tem feito muitos estragos
na vida de cristãos, inclusive de obreiros que trabalham na seara do Senhor.
Por causa do dinheiro as pessoas mentem (Pv. 21.6), maltratam os outros (Pv.
22.16), se utilizam de meios desonestos (Pv. 28.8) e afligem a família (Pv.
15.27). Com Abraão precisamos aprender a colocar nossa confiança exclusivamente
em Deus. Ao invés de tomar uma decisão pensando apenas em si mesmo, o patriarca
se voltou para Deus, e deixou que Ló fizesse sua escolha. O mundo seria bem
diferente se as pessoas percebessem mais pessoas e menos coisas, e olhassem
mais para os outros, e menos para elas mesmas (Fp. 2.4). Aprendamos também a
não colocar nossos olhos apenas no aparente, deixemos que Deus ocupe o primeiro
lugar em nossas vidas (Mt. 6.33). Abraão tinha convicção de que não passava de
um peregrino na terra, e que seu maior tesouro era o Senhor, que o havia
chamado. Mas Ló resolveu se estabelecer na terra, primeiramente olhou para
Sodoma (Gn. 13.10) depois partiu para aquela região (Gn. 13.11,12), e por fim,
para ali se mudou (Gn. 14.12).
CONCLUSÃO
O imediatismo contemporâneo, e sobretudo as
pressões pelas quais passamos, demandam uma decisão urgente. Quando não
confiarmos em Deus, e colocamos o foco em nós mesmo, podemos ser tentados pela
cobiça, e tomarmos decisões precipitadas. Aprendamos com Abraão a buscar o
Senhor em todas as circunstâncias, o colocar os olhos exclusivamente nEle (Gn.
13.14), somente assim poderemos percorrer a terra na qual Ele temporariamente
nos colocou (Gn. 13.17).
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
Deus chamou Abraão
enquanto ele vivia em Ur dos Caldeus. O Senhor prometeu ao patriarca que sua
descendência seria grande. Abraão pela fé partiu rumo à terra Prometida. Talvez
ele devesse partir sozinho, mas levou seu pai e o seu sobrinho, Ló. Estes o
acompanharam levando mulheres, filhos, servos, servas, gado e tudo quanto
podiam carregar. Durante um bom tempo, Abraão e Ló caminharam juntos e unidos.
Porém, as confusões e as brigas começaram a surgir entre os servos de Abraão e
Ló. Na lição de hoje, veremos a discussão que levou Abraão a se separar do seu
sobrinho Ló. Veremos também que o sobrinho de Abraão, Ló, em um gesto
precipitado, tomou uma decisão que acabou por gerar uma crise terrível. [Comentário: Em Gênesis 12.1, aprendemos que Deus disse a Abrão para
deixar sua terra natal, Ur dos caldeus, assim como sua família e seus parentes.
A viagem de Abrão de Ur para Harã certamente não foi obediência a essa ordem,
porque ele foi em companhia de seu pai, Terá, e seu sobrinho, Ló. Além disso,
quando deixou Harã e foi, ao longo do território de Canaã, para o Egito, ainda
estava em desobediência parcial. Nós o encontramos no Egito arriscando a perda
de sua esposa, através de quem o descendente prometido, Isaque, viria. Notamos
também que é através da providência de Deus que Sarai é preservada para Abraão
e eles são guiados para fora do Egito (Gn 12.10-20). Quando Abraão retornou
para Canaã em Gênesis 13, ainda não estava vivendo como Deus lhe disse, pois,
ainda que tivesse deixado a terra de seus parentes, havia levado alguns deles
consigo. Desse modo, Deus providencialmente separou-os, fazendo o fardo deles
excessivo para a região os sustentar. Assim, Abrão habitou na terra de Canaã e
Ló localizou seu lugar de morada nas planícies do Jordão e, finalmente, na
cidade de Sodoma. Conforme lemos em Gênesis 13.14-18, parece que, quando Ló
separou-se de Abrão, passou para um novo nível de relacionamento com Deus. Há
algo aqui, entretanto, que deve ser observado por causa da exatidão e da
continuidade escriturais. Ainda que Ló não devesse morar com Abrão, ele era
diferente do restante dos parentes de Abrão. Encontramos Abrão lutando por Ló
quando esse é tomado como escravo por um rei bárbaro (Gn 14.11-16). Devemos
entender, também, que foi Deus quem libertou Ló, não o poder ou a experiência
em luta de Abrão (Gn 14.14, 20). Não devemos pensar no ato de Abrão aqui apenas
como mera ligação de parentesco ou no benefício de Deus como interesse de Abrão
meramente. Digo isso porque, em Gênesis 18:23, quando Deus estava prestes a
destruir Sodoma, Abrão intercedeu por Ló como por um homem justo, e Deus honrou
aquela intercessão preservando Ló e suas duas filhas. Esse ponto de vista sobre
a opinião de Deus de Ló é confirmado em 2Pe 2.6-8. Devemos também estar atentos
de que, da relação pecaminosa de Ló com suas filhas, nasceram duas nações. São
eles os Moabitas e os Amonitas (Gn 19.36-38). Ambos se tornaram um tropeço para
Israel, como podemos ver em algumas passagens como Números 25.1-5. Todavia,
vemos que Deus não permitiu sua destruição, ainda que fossem pessoas idólatras.
Observe Deuteronômio 2.9,19. A nação de Moabe também foi o lar de Rute, a
grande avó de Davi, e ela se tornou um elo vital na linhagem da aliança, da
descendência até Cristo (Mt 1.5, Rt 4.10;18-22).Pr. Forrest Keener;http://www.palavraprudente.com.br/estudos/forrest_k/eventosvt/cap21.html] Dito isto,
vamos pensar maduramente a fé cristã?
I. O CUIDADO COM AS ESCOLHAS
1. A prosperidade de Abraão. Deus fez de Abraão um homem próspero. Sua riqueza era resultado da sua
obediência e confiança em Deus. Se Abraão não tivesse deixado Ur, obedecendo à
voz divina, certamente não teria experimentado a provisão e a prosperidade do
Senhor. A obediência a Deus nos faz prosperar. É importante ressaltar que o
servo do Senhor não era um viajante solitário. Ele era o líder de um grande
clã. Possuía muitos recursos e servos e servas. [Comentário: O historiador judeu Flavio Josefo em sua obra intitulada
‘História dos Hebreus - De Abraão à queda de Jerusalém’ (8ª edição: 2004;
CPAD), escreve: “Lemos no quarto livro da história de Nicoiau de Damasco
estas apropriadas palavras: "Abraão saiu com grande acompanhamento da
terra dos caldeus, que está acima da Babilônia, reinou em Damasco e partiu
algum tempo depois com todo o seu povo, estabeleceu-se na terra de Canaã, que
agora se chama Judéia, onde a sua posteridade se multiplicou de maneira
incrível, como direi mais particularmente em outro lugar. O nome de Abraão é
ainda hoje muito célebre e tido em grande veneração na terra de Damasco. Vê-se
aí uma aldeia que tem o seu nome e onde se diz que ele morou".
Tomou-se um impedimento à convivência de ambos a falta de espaço. Tanto Abraão
como Ló tinham rebanhos, vacas e tendas (Gn 13.5). E não tinha capacidade a
terra para poderem habitar juntos, porque a sua fazenda era muita, de maneira
que não podiam habitar juntos (Gn 13.6). E houve contenda entre os pastores do
gado de Abraão c os pastores do gado de Ló (Gn 13.7). Abraão não queria de modo
algum que a contenda entre os pastores viesse a gerar problema entre ele e seu
sobrinho. Abraão zelava pelo bom testemunho deles diante dos povos em cujo meio
peregrinavam.]
2. Abraão fez a escolha certa. Abraão deixou sua terra e sua parentela porque decidiu
obedecer ao chamado de Deus. Embora não tivesse noção de para onde iria,
decidiu confiar em Deus. Muitos estão enfrentando crises porque tomaram
decisões sem consultar ao Senhor. Outros estão enfrentando dificuldades
financeiras e familiares por desobediência a Deus. Contudo, é importante
ressaltar que nem sempre as crises que enfrentamos são resultados da
desobediência ou de escolhas precipitadas. Jó era um homem íntegro, obediente,
porém experimentou terríveis crises em sua vida (Jó 1.1). Ele perdeu seus bens,
seus filhos, sua saúde. Suas crises não foram resultado de decisões
precipitadas. [Comentário: A vida humana é uma série de escolhas. Essas escolhas
determinam nosso futuro. Ao longo de nossas vidas, vivenciamos uma série de
escolhas ininterruptas, pois sempre, diariamente, nos colocamos diante de uma
nova escolha a ser feita. Em nossas escolhas nos deparamos diante de dois
pontos importantíssimos: agradar a Deus, escolhendo aquilo que Ele tem de
melhor para nossas vidas ou, simplesmente, agradar a nós mesmos, nossa carne,
nosso desejo e escolher aquilo que achamos ser bom para nossa vida. Por isso,
as escolhas são, sempre, mais importantes. São as escolhas – e nunca a sorte –
que determinam nosso destino. Sempre ouvimos dizer que as nossas escolhas
atestam o nosso caráter e também que a direção para onde a nossa mente
involuntariamente se move demonstra o tipo de pessoas que somos. O cristão que
tem sua mente transformada, sendo “revestida do novo homem”, fará as melhores
escolhas. Se formos cristãos carnais, onde o mais importante é agradar ao “eu”,
nossas decisões e escolhas sempre irão contra ao que Deus quer para nós. No
entanto, quantos cristãos hoje em dia, em sua ânsia de escolher aquilo que é
certo, cometem erros. Quantos cristãos, por não conhecer o que diz a própria
Palavra de Deus, fazem escolhas que lhes definham a alma (Salmo 106.15). Qual é
o perigo que encontramos? É simplesmente o de escolher aquilo que aparentemente
é bom, aquilo que não se vê nada contra, nada de errado, que por coincidência
até se inúmera inúmeros pontos a favor e, portanto, parece ser o certo, no
entanto, porém, não é a perfeita, a explícita vontade de Deus para nossas
vidas. Por muitas vezes, no decorrer de nossas vidas, escolhemos o aquilo que é
bom e não aquilo que é melhor. Parece uma contradição de termos não é mesmo?
Quem em sã consciência escolheria aquilo que é bom no lugar do que é melhor?
Quem faria tal loucura? Mas, a realidade é diferente e diariamente, inúmeros
cristãos se deparam com esse tipo de escolha: o bom ao invés do melhor. Pr. Cleverson de Abreu Faria,
Igreja Batista Salém, disponível em: http://solascriptura-tt.org/VidaDosCrentes/ComDeus/EviteEscolherOBomInvesDoMelhor-CleversonFaria.htm]
3. Abraão passa pelo Egito. Abraão também enfrentou algumas crises em sua vida. Porém,
manteve sua fé em Deus. Ele não permitiu que as adversidades da vida matassem a
semente da promessa que havia sido plantada em seu coração. Na vida,
enfrentamos adversidades, contudo a nossa fé nos faz ter esperança e vencer os
obstáculos. Abraão teve que descer ao Egito devido à fome, mas depois retornou
com muitos bens (Gn 13.2). O Senhor fez Abraão prosperar mesmo estando no
Egito. Ele ainda não estava na terra da promessa. Isso nos mostra que não
importa o lugar em que estamos, o Senhor nos faz prosperar. A nossa
prosperidade vem do Senhor. [Comentário: Abraão, na direção de Deus. havia já percorrido uma grande
parte da terra para a qual Deus o chamara. Até então não havia surgido qualquer
problema, contudo as provações estavam para vir. Uma das maiores provas a que
alguém pode ser submetido é a da falta de alimentos, a falta da subsistência.
Todavia, para aquele que confia no Senhor, ela toma-se uma oportunidade do
crente glorificar a Deus. Veja He 3.17-19. Diz a Bíblia: * *E havia fome
naquela terra*' (Gn 12.10). Abraão, iniciante no caminho da fé. não tinha ainda
enfrentado obstáculos e dificuldades na sua caminhada. Não tinha ainda
experiência quanto à maneira de proceder quando as coisas começassem a aparecer
contrárias. E a provação veio para o servo de Deus. Abraão possuía um grande
rebanho que dependia de bons pastos, e a situação era realmente preocupante.
Mas que contradição! Veio a seca e a consequente fome na terra da promessa! A
situação de fome que passou a castigar a terra de Canaã colocou Abraão numa
verdadeira encruzilhada: continuar a peregrinar na terra para a qual Deus o
havia trazido, mas onde havia fome, ou fugir para o Egito à busca de uma
solução. (SH) Não há na Bíblia evidência de que Deus tivesse orientado Abraão a
peregrinar no Egito. Contudo está escrito: * *E desceu Abraão ao Egito para
peregrinar ali" (Gn 12.10). Pelo menos duas vezes lemos na Bíblia acerca
de pessoas que foram orientadas por Deus para irem ao Egito. Jacó, já velho,
foi convidado por seu filho José para ir ao Egito. (SC) Deus apareceu a Jacó em
visões de noite e disse: "Não temas descer ao Egito, porque eu te farei
ali uma grande nação. E descerei contigo ao Egito..." (Gn 46.1- 5). No
Novo Testamento encontramos a orientação dada por Deus a José de fugir para o
Egito com Maria e o menino Jesus, a fim de escaparem da perseguição
deHerodes(Mt2.13). No caso de Abraão, a decisão de descer ao Egito foi
resultado de considerações humanas. Quem sabe a ideia partiu de Ló que era
extremamente materialista. Lição
3: ABRAÃO DESCE AO EGITO, 20 de janeiro de 1991; EURICO BERGSTEN. Lições
Bíblicas do 1º Trimestre de 1991. CPAD. Abrão fez a coisa mais natural em
sua época: “… desceu, pois, Abrão ao Egito, para aí ficar” (v. 10). É aqui que
reside o problema. Não há nenhuma menção de que ele tenha procurado a vontade
de Deus sobre a questão. Ele não negou a Deus; ele simplesmente se esqueceu do
Altíssimo. Ele se esqueceu de como Deus é grande. Hughes, R. K. (2004). Genesis:
beginning and blessing (p. 190–191). Wheaton, IL: Crossway Books.. O que
Abraão precisava entender é que Deus está no controle das circunstâncias. Você
está mais seguro em um período de crise no centro da vontade de Deus do que em
um palácio longe de Sua vontade. Abraão falhou e afastou-se da vontade de Deus. Wiersbe, W. W. (1991). Be
Obedient (p. 22). Wheaton, IL: Victor Books..]
SUBSÍDIO BÍBLICO TEOLÓGICO
Professor, procure enfatizar neste tópico que
"Deus disse a Abraão que deixasse a sua parentela e fosse para Canaã (Gn
12.1), mas o patriarca levou consigo seu sobrinho Ló. Entretanto, a separação
de Ló foi necessária para assegurar as bênçãos materiais e espirituais
prometidas por Deus a Abraão. Seus rebanhos cresceram bastante. Com isso,
compartilhar pasto e água passou a gerar conflitos familiares. Logo fez-se
necessária a separação entre tio e sobrinho.
Deus convida Abraão a peregrinar por toda a terra e declara: 'toda esta terra
que vês te hei de dar a ti
e à tua semente, para sempre' (Gn 13.14-18)" (RICHARDS, Lawrence O. Guia
do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo.
10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 34).
II. LÓ É ATRAÍDO POR AQUILO QUE VÊ
1. Briga entre os pastores de Abraão e Ló. Ao deixar o Egito, Abraão seguiu com sua família para o norte. Ele
acampou próximo a Betel e ali encontrou o altar que havia construído para o
Senhor (Gn 13.3,4). Naquele lugar, Abraão invocou o nome do Altíssimo, pois era
um homem grato a Deus. A ingratidão nos impede de ver as maravilhas de Deus.
Tanto Abraão como Ló haviam prosperado, possuindo servos, ovelhas e gado. Mas
aquela prosperidade gerou uma crise entre o tio e o sobrinho, pois não havia
mais espaço suficiente na terra para ambos. Faltava água e pastagem para tantos
animais, e em pouco tempo, os pastores de Abraão e Ló começaram a brigar. A
contenda estava instalada na família, e era preciso tomar uma decisão. [Comentário: Abraão foi chamado para ir
sozinho a Canaã, (SH) pois a sua chamada não se referia apenas à salvação de
sua alma. Havia ainda uma chamada específica: Abraão seria feito uma grande
nação. Deus queria levantar uma grande nação e estava levantando o patriarca
para ela. Neste empreendimento Ló não tinha nenhuma participação. A chamada era
para Abraão, e a presença de Ló viria a ser bastante prejudicial ao futuro
patriarca de Israel. Após a partida de Ló para a região que escolhera, Abraão
finalmente entrou no trilho da obediência integral à ordem que Deus lhe dera de
deix ar não só a sua terra, mas também a sua parentela. Fica bem claro nesta
experiência que não existem detalhes insignificantes numa ordem dada por Deus.
Tudo é importante, e tudo deve ser obedecido. Abraão precisou consertar uma
falha na sua obediência. Será que nós também temos uma necessidade semelhante?
Será que temos plena certeza de estarmos obedecendo a Deus à risca? O salvo
deve ter * *purificada a sua alma na obediência à verdade** (l Pé l .22), pois
é eleito * 'para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo*' (l Pé
l.2). Nunca devemos nos sentir tranquilos se estivermos vivendo alguma
desobediência, ou abrigando algum vício. Aprendamos com Abraão. Ele se
consertou com Deus. Não sejamos rebeldes: ** Porque a rebelião é como pecado de
feitiçaria". Fujamos, pois, de todo pecado. Sigamos nas pisadas de nosso
pai Abraão! Lição 4: ABRAÃO E LÓ SEPARAM-SE, 27 de janeiro de 1991;
EURICO BERGSTEN. Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 1991. CPAD]
2. A decisão de Abraão. O patriarca logo tentou resolver a situação conflituosa. Ele não adiou o
problema, mas chamou seu sobrinho para uma conversa. Abraão mostrou querer uma
solução pacífica para a situação ao sugerir que cada um deveria escolher o
próprio caminho. [Comentário: Abraão havia recentemente renovado o altar do Senhor (Gn 13.4).
Certamente ele se sentiu impulsionado a completar a obediência total diante de
Deus, para assim desfrutar de modo pleno das bênçãos prometidas na sua chamada
inicial. Sem constrangimento disse Abraão a Ló: "Não haja contenda entre
mim e ti, e entre os meus pastores e os teus pastores, porque irmãos somos. Não
está toda a terra diante de ti? Eia, pois. aparta-te de mim; se escolheres a
esquerda, irei para a direita; e se a direita escolheres, eu irei para a
esquerda" (Gn 13.8-9). Abraão, sendo o mais velho e o líder desta
peregrinação em Canaã, por direito poderia ter escolhido primeiro, mas deixou
que Ló o fizesse. Abraão era homem de fé, e a * * fé opera por amor" (Gl
5. 6). O amor não busca o seu interesse (l Co 13.5). Na sua fé em Deus, Abraão
confiava que Deus ia tomar a frente dele e de sua esposa não só quanto àqueles
problemas então presentes, mas também nos tempos que estavam por vir. E os que
confiam no Senhor não serão confundidos (Is 49.23). Lição 4: ABRAÃO E
LÓ SEPARAM-SE, 27 de janeiro de 1991; EURICO BERGSTEN. Lições Bíblicas do 1º
Trimestre de 1991. CPAD ]
3. A escolha precipitada de Ló. Abraão, em um gesto de bondade e mansidão, fez a seguinte proposta ao
sobrinho: "Não está toda a terra diante de ti? Eia, pois, aparta-te de
mim; se escolheres a esquerda, irei para a direita; e, se a direita escolheres,
eu irei para a esquerda" (Gn 13.9). Parece que Ló não pensou muito. De
forma precipitada, fez a sua escolha optando por aquilo que parecia ser melhor
aos seus olhos (Gn 13.10). Ele não buscou a Deus para tomar a decisão. Também
não honrou seu tio deixando que ele escolhesse primeiro. Ló foi seduzido pela
aparência do lugar. Essa história nos deve servir de exemplo: Não tome decisões
ou faça escolhas sem consultar ao Senhor. Não julgue as pessoas pela aparência.
Parecia que Ló havia ficado com a melhor parte, mas ele não podia ver o coração
perverso dos habitantes daquele lugar. O homem vê somente o exterior, mas Deus
conhece o interior das pessoas. [Comentário: Ante a proposta generosa de Abraão, diz a Bíblia: "Então Ló
escolheu para si toda a campina do Jordão, e partiu Ló para o oriente, e apartaram-se
um do outro" (Gn 13. 11). Não houve um rompimento entre eles. Não houve
uma separação brusca, tão-somente Ló deixou a companhia de Abraão para viver a
sua vida particular em região de sua própria escolha.
l. A escolha materialista de Ló. A escolha de Ló só levou em conta vantagens materiais. A vida que
havia levado até então na terra de Canaã tinha sido aquela de peregrinos e
forasteiros. Moravam em tendas. Talvez Ló almejasse estabelecer-se de modo mais
permanente. E as campinas bem regadas que havia escolhido, eram muito
promissoras. Certamente uma bela escolha, dentro de uma visão puramente
material. (SD)
Ló esqueceu-se de avaliar as consequências
espirituais de sua escolha. * *0ra, eram maus os varões de Sodoma. e grandes
pecadores contra o Senhor** (Gn 13.13). Certamente Ló conhecia estas
características dos habitantes de Sodoma, mas as vantagens materiais eram
irresistíveis. Assim, **LÓ habitou nas cidades da campina, e armou as suas
tendas até Sodoma** (SÁ) (Gn 13.12).
2. Consequências da escolha de Ló. Ló e toda a sua família foram bastante prejudicados pela escolha
feita. Vejamos:
a) Armou as suas tendas até Sodoma. Ló, depois de
armar as suas tendas até Sodoma, passou a habitar naquela cidade (Gn 14.12).
Mais tarde, passou a assentar- se à porta da mesma, lugar das autoridades
municipais (Gn 19.1).
b) Perdeu a autoridade sobre a esposa. A mulher de
Ló envolveu-se de tal forma com a sociedade de Sodoma, que quando os anjos,
quase arrastado-a para fora da cidade, para livrá-la da destruição iminente,
lhe ordenaram que não olhasse para trás ela desobedeceu e ficou convertida em
uma estátua de sal (Gn 19.16.26; Lei 7.32).
c) Suas filhas se corromperam. A? filhas de Ló, por
ocasião da destruição de Sodoma, tinham contratado casamento com pessoas que
consideraram Ló um zombador quando este os avisou da destruição da cidade e
queria salvá-los dela (Gn 19.14). Já salvas da destruição, as filhas de Ló
mostraram que tinham assimilado a devassa moral de Sodoma (Gn 19.31-38).
3. Uma advertência sempre atual. O exemplo de Ló é, para nós, uma séria advertência. Jesus disse:
"Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló... assim será no
dia em que o Filho do homem se há de manifestar*' (Lc 17. 28-30). Vivemos às
vésperas do Arrebatamento, e precisamos atentar para o exemplo de Ló. o qual
fez as suas escolhas pensando em vantagens materiais. Jesus deu-nos um aviso
muito sério: * * Olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se
carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre
vós de improviso aquele dia" (Lc 21.34). Lição 4: ABRAÃO E LÓ
SEPARAM-SE, 27 de janeiro de 1991; EURICO BERGSTEN. Lições Bíblicas do 1º
Trimestre de 1991. CPAD]
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
De acordo com os costumes da época, a solução do
problema teria sido bastante simples. O líder do clã implementaria a solução
que protegesse os próprios interesses com pouca consideração aos interesses do
concorrente. Mas Abraão preferiu dar a vez ao sobrinho. Insistiu que Ló se
apartasse do círculo da família de Abraão, mas deu ao homem mais jovem a opção
de escolher a região da Palestina para apascentar seus rebanhos.
Do lugar onde estavam acampados perto de Betel, o
vale do Jordão lhes seria visível a leste. Ló escolheu ir nessa direção. Em
torno de Jericó, como hoje, os campos eram pontilhados de muitas fontes, e no
lado sudeste do mar Morto ribeiros de águas descendo dos altiplanos irrigavam
os campos férteis. A região era tão verdejante que dois símbolos de
fertilidade, o jardim do Senhor e a terra do Egito, foram as únicas expressões
adequadas para descrevê-la. Isto estava em nítido contraste com a terra seca da
região montanhosa da Palestina.
Neste ponto, Ló não sabia do destino que se
abateria sobre a terra que ele acabara de adotar. Mas a história recebe um
clima de suspense com a observação de que Sodoma e Gomorra seriam destruídas.
Sodoma é mencionada como cidade prejudicial à moral, pois eram maus os varões
de Sodoma e grandes pecadores contra o Senhor" (Comentário Bíblico Beacon.
1.ed. Vol 1.Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp. 59,70).
III. LÓ, UM CASO DE PROSPERIDADE E PERDAS
1. Ló e suas riquezas. Ló também foi abençoado e se tornou um homem próspero. Certamente
possuía muitos servos, servas e um grande rebanho. A separação entre Ló e
Abraão era algo inevitável, porém a forma como se deu não foi das melhores.
Tudo indica que Ló ficou deslumbrado com a fertilidade da terra, tomando uma
decisão precipitada e não honrando seu tio. Não se deixe enganar pela beleza
das coisas desse mundo passageiro. Não abra mão daquilo que é eterno. [Comentário: Abraão e seu sobrinho Ló
adquiriram muito gado, servos e riquezas, os dois, Abrão (13.2) e Ló (13.5),
tinham prosperado. Suas manadas e rebanhos se tornaram tão grandes que eles não
podiam mais viver juntos (13.6). Esta era uma realidade entre as tribos nômades
que precisavam estar sempre se deslocando à procura de pasto para as ovelhas e
para o gado. Assim, seus empregados estavam se desentendendo, causando atritos
entre os próprios Abraão e Ló, talvez isto esteja implícito nas palavras de
Abrão no versículo 8. O que também seria verdade. Sempre que há desentendimento
entre os seguidores, com muito mais freqüência há também entre os líderes.
Abraão propõe a separação, com uma atitude nobre: mesmo sendo o tio e mais
velho, deixou que Ló escolhesse para onde queria ir. Abraão iria para o lado
oposto. Ló foi egoísta e deselegante ao aceitar a proposta. Era para ter
deixado o tio escolher. Para piorar, Ló tomou uma decisão egoísta e material:
escolheu uma terra linda, bem regada, altamente propícia para criar o seu gado
e ganhar mais dinheiro. Mas se ficasse só nisso, ainda não seria tão grave. Mas
foi sendo atraído para uma verdadeira desgraça: a cidade de Sodoma. O v. 13 é
sombrio, causa um arrepio. É como se preparasse o leitor para ler uma história
muito triste de Ló, dali para frente.]
2. A guerra dos reis. A terra que Ló havia escolhido era boa, mas seus vizinhos não eram. Não
demorou muito e Ló teve que enfrentar uma grande crise, uma guerra. Decisões
precipitadas podem nos fazer viver tempos conturbados. Quatro reis decidiram
atacar Sodoma e Gomorra (Gn 14.8). Ló foi levado cativo e todos os seus bens e
alimentos foram tomados como espólio de guerra. Ele agora era um prisioneiro e
todos os seus bens foram perdidos. [Comentário: Durante 12 anos cinco reis da planície de Sodoma haviam sido
tributário do rei Quedorlaomer. Sabendo que este rei, juntamente com outros
três aliados. estava em campanha militar contra nações que habitavam nas
redondezas, os cinco reis da planície resolveram aproveitar a ocasião para
libertarem-se da opressão, e saíram para guerrear contra ele (Quedorlaomer) e
seus aliados. No confronto militar, os reis da planície de Sodoma ficaram em
desvantagem. Os reis de Sodoma e de Gomorra fugiram. Suas cidades foram
despojadas e seus habitantes levados cativos, inclusive Ló e sua família.]
3. Abraão socorre Ló. Quando a notícia de que Ló estava cativo chegou até Abraão, ele
imediatamente partiu para ajudar o sobrinho. Abraão poderia ter se negado a
ajudar Ló, pois ele mesmo tinha escolhido aquelas terras. Mas o amigo de Deus
não tinha um coração rancoroso, vingativo. Ele reuniu seus criados, formando um
pequeno exército, perseguiu o inimigo, o alcançou e o derrotou, libertando seu
sobrinho e recuperando os seus bens. Tudo que pertencia a Ló foi recuperado (Gn
14.16). Embora Ló tivesse tomado uma decisão errada, o Senhor não permitiu que
seus bens e sua família ficassem na mão do inimigo. Mais tarde, a cidade de
Sodoma foi destruída pelo fogo do julgamento divino, e Ló perdeu o que tinha. [Comentário: Um homem que escapara da batalha veio a Abraão e contou-lhe o que
acontecera. E Abraão sentiu necessidade de levar a sua ajuda a seu parente em
perigo. Como prisioneiro de guerra Ló poderia até ser vendido como escravo. Ló
sofria as consequências da escolha que fizera... Neste acontecimento, também,
Abraão deu o exemplo de crente fiel. Diz a Escritura: "Mas se alguém
não tem cuidado dos seus. e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é
pior do que o infiel” (1Tm 5.8). Abraão se prontificou a ajudar, mas
esta tarefa era muito difícil. Seus recursos eram pequenos, seus homens poucos
em relação ao exército inimigo. Mas certamente ponderou como Jônatas se
expressou séculos mais tarde: "Porventura obrará o Senhor por nós.
porque para com o Senhor nenhum impedimento há para livrar com muitos ou com
poucos” (1Sm 14.6). Ao tomar conhecimento do que havia acontecido com Ló,
Abraão não ficou indeciso quanto ao que deveria fazer. Diz a Escritura: "Armou
os seus criados, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito, e os perseguiu até
Dã” (Gn 14.14). Acompanharam-no três confederados: Escol, Manre e Aner.
Usou a estratégia de dividir seus poucos homens em vários grupos e fazê-los
todos, simultaneamente, atacar o acampamento inimigo à noite (Gn 14.15). Tirou
portanto proveito da surpresa e da escuridão. O exército dos quatro reis foi
derrotado e fugiu. Dos quatro reis alguns morreram (Hb 7.1). “Assim, Abraão
lutou contra os opressores e obteve vitória e tomou a trazer toda a fazenda, e
tomou a trazer também a Ló, seu irmão, e a sua fazenda, e também as mulheres, e
o povo"(Gn 14.16).]
SUBSÍDIO BÍBLICO TEOLÓGICO
Levantou Ló os seus olhos (Gn 13.10)
As Escrituras declaram que 'o SENHOR não vê como vê o homem' (1 Sm
16.7). Ló viu somente a campina bem regada de Sodoma. Deus viu os habitantes
daquela cidade como 'grandes pecadores' que eram. Ló, ao deixar de discernir e
aborrecer o mal, trouxe morte e tragédia a sua própria família.
A grande falha de Ló foi amar as vantagens pessoais, mais do que
abominar a iniquidade de Sodoma.
(1) Se ele tivesse amado profundamente a retidão, isso o manteria
separado dos maus caminhos e daquela geração ímpia. Ele, porém, tolerou o mal e
optou por morar na cidade decaída de Sodoma. Talvez tenha raciocinado que as
vantagens materiais, a cultura e os prazeres de Sodoma compensariam os
perigos, e que ele tinha forças espirituais suficientes para permanecer fiel a
Deus. Com isso em mente, ele juntamente com sua família, ficaram expostos à
imoralidade e à impiedade de Sodoma. Só, então, ele aprendeu a amarga lição de
que sua família não era forte o suficiente para resistir às influências
malignas de Sodoma.
(2) Os pais de família devem tomar cuidado para não se envolverem de
igual modo, nem a seus filhos, com nenhuma 'Sodoma', para não se
arruinarem espiritualmente, como aconteceu à família de Ló" (Bíblia de
Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.52).
CONCLUSÃO
Escolhas precipitadas, feitas somente pela
aparência, podem causar muitos males. Antes de tomar qualquer decisão, ore ao
Senhor. Peça o seu conselho, pois Ele conhece o coração do homem e sabe aquilo
que é realmente melhor para nós. [Comentário: Quando Abrão fez a oferta a Ló, parece que os dois estavam em um
lugar alto, de onde podiam avistar toda a terra ao seu redor. A decisão de Ló
foi friamente calculada. Com olhos de um avaliador, ele examinou a terra,
pesando as vantagens e desvantagens das opções. Quando aprendemos a andar com
Deus somos os mais felizes dos homens. Quando o contrário acontece, somos os
piores dos homens da terra. Aprender a andar com Deus e ouvir a voz de Deus é
uma lição que deve ser aprendida diariamente, sempre. Nunca será uma tarefa
fácil, no entanto, a recompensa não tem preço para os que se empenham em ser
aquilo que Deus quer que sejam. Como podemos ser sensíveis ao sussurrar de Deus
em nossas vidas? Como podemos tomar decisões acertadas, guiadas por Deus? Qual
direção tem seguido sua vida? Tem seguido pelos caminhos de Deus ou por seus
próprios caminhos? Tem feito escolhas que lhe agradam ou agradam a Deus?
Observamos a vida de Ló, filho de Harã, sobrinho de Abraão. Nos dias de hoje,
sempre há pessoas que seguem pelo mesmo caminho que Ló seguiu. Não querem sair
do mundo, não querem separação e, com isso, cada vez mais “armam suas tendas
para Sodoma”. Querem caminhar com Deus e com o mundo. Nos fins de semana
querem louvar a Deus, mas durante a semana vivem para si. “Adúlteros e
adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus?
Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.”
(Tg 4.4).] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos,
por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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