SUBSÍDIO I
O
Trabalho e Atributos do Ganhador de Almas
Amar sem reservas a pessoa toda
e não economizar esforços para alcançá-la em todas as esferas da sua existência
é a razão da vida de todo evangelista. Este é o portador das Boas Novas, o
arauto do Reino de Deus numa sociedade dominada pelas ideias e cosmovisões que
afrontam o propósito do Altíssimo para a humanidade. Amar, amar, amar... É a
palavra-chave do evangelista!
Antigo e Novo Testamento: a fundamentação bíblica do ministério do Evangelista
No Antigo Testamento, o
ministério que lembra o do Evangelista neotestamentário é o de Profeta. A
palavra hebraica que aparece em Isaías 40.9 e 52.7 traz a ideia de “mensageiro”
e “pregador”. Note que o ministério do profeta veterotestamentário visava
convencer o rei ou o povo dos seus pecados e os estimulava a fazer o caminho do
arrependimento em amor e sinceridade.
Em o Novo Testamento, o
ministério de Evangelista é apresentado claramente pelo diácono Filipe. O livro
de Atos nos conta que este evangelista evangelizou uma cidade inteira: Samaria
(At 8.4-7), além de levar o maior tempo individualmente com o eunuco (At
8.26-40). “Entendes o que lês?”, foi a pergunta do evangelista ao eunuco.
Percebendo a inabilidade do eunuco com as Escrituras, o evangelista passou-lhe
a explicar a Escritura.
Sagradas Escrituras: o fundamento de quem evangeliza
Tanto o Antigo quanto o Novo
Testamento nos mostram que as Escrituras Sagradas são o fundamento do
evangelista. O seu trabalho vai desde o anúncio do Evangelho à integração do
novo convertido, passando obrigatoriamente pela apologia da fé evangélica.
Essas frentes de trabalho passam pelas Escrituras como o esteio do ministério
do evangelista. A Igreja de Cristo precisa de evangelista carismático que
honrem a Deus e ame o próximo.
O Evangelista consciente do seu
ministério
Não nos referimos aqui necessariamente
a um ministério baseado na itinerância, até porque a itinerância contemporânea
se dá muito mais para ministrar a crentes do que para ministrar entre não
crentes. Portanto, a itinerância do evangelista é fundamentalmente uma
itinerância secular, no sentido de encontro com os seculares, com os não
crentes, os que não conhecem o Evangelho. O evangelista consciente do seu
ministério não é necessariamente midiático, mas comunitário. Ele vai de
comunidade em comunidade, rua a rua, casa a casa, pessoa a pessoa. Ele vai a
lugares que ninguém vai. Ele prega onde Cristo nunca foi anunciado.
Fonte:
Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 67 – julho/agosto/setembro de
2016.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
O desafio de ganhar almas pressupões, conforme
destacamos em aulas anteriores, o conhecimento da doutrina da salvação, e o
poder do Espírito Santo. Mas é preciso também que haja o evangelista, ou seja,
a pessoa capacidade por Deus para levar o evangelho de Jesus Cristo. Na aula de
hoje destacaremos o trabalho e atributos do evangelista. Ao final, abordaremos
a atuação do ministério de evangelista nos dias atuais, destacando sua
relevância para a igreja.
1. O
TRABALHO DO EVANGELISTA
A palavra evangelista (gr. euaggelistas) ocorre
apenas três vezes no Novo Testamento em At. 21.8, em referência a Filipe, o
diácono-evangelista; em Ef. 4.11, ao dom ministerial de evangelista; e II Tm.
4.5, orientando Timóteo a fazer o trabalho de evangelista. O significado
literal de “anunciador de boas novas”, e nesse sentido, Jesus é o maior dos
evangelistas, pois Ele deu testemunho de que havia sido enviado para pregar as
boas novas aos quebrantados (Lc. 4.18,19; Is. 61.1-3). Ao que tudo indica essa
era uma função ministerial na igreja primitiva, semelhante à de apóstolos,
profetas, pastores e mestres. O evangelista, grosso modo, é alguém que tem amor
pelas almas perdidas, um desejo de conduzir os perdidos a Cristo. Filipe é o
único homem no Novo Testamento a ser denominado de evangelista. Ele era um dos
sete diáconos que foram dispersos em virtude da perseguição que resultou na
morte de Estevão (At. 6.5; 8.1-5). Filipe se destaca como um verdadeiro
evangelista porque mesmo diante da perseguição não foge da responsabilidade de
levar o evangelho adiante. Ele desfruta de íntima relação com Deus, ouvindo a
Sua voz, com disposição para obedecê-LO. Como evangelista Filipe deixou o
exemplo para aqueles que querem ganhar almas para Cristo. Isso somente poderá ser
feito se não medirmos esforços para alcançar essa meta. É necessário também
seguir as orientações do Espírito Santo. Identificamos o dom de evangelista na
igreja sempre que vemos obreiros dedicados à tarefa de ganhar almas. Há pessoas
que se gastam a fim de tirar os perdidos do caminho da perdição. Como Filipe,
seu mote é a doutrina da salvação, a cruz de Cristo é seu tema central.
Fundamentados na Bíblia, como fez Felipe diante do Eunuco, pregam a Cristo, e
esse crucificado (At. 8.32-35), loucura e escândalo para alguns, mas o poder de
Deus para a salvação de todo aquele que crê, como bem expressou Paulo (Rm.
1.16). Felipe foi separado como diácono pela igreja, mas se revelou evangelista
em atuação. Isso demonstra a possibilidade das pessoas serem escolhidas para
assumirem uma posição eclesiástica, e se destacarem em outra, de acordo com o
chamado de Deus.
2. OS
ATRIBUTOS DO EVANGELISTA
O verdadeiro evangelista tem amor pelas almas
perdidas, Paulo assumiu que pesava sobre ele a obrigação de pregar o evangelho
(I Co. 9.16). Geralmente a atuação do evangelista é acompanhada por milagres.
Filipe pregou o evangelho, mas certamente os milagres que Deus realizou através
dele foram relevantes para a conversão de muitas vidas a Cristo (At. 8.6). É
importante ressaltar, no entanto, que o ministério de Filipe não se reduziu a
operação de milagres. Existem muitos pregadores atuais, principalmente os
televisivos, que não pregam a mensagem. Eles apenas utilizam os milagres como
um show, uma espécie de atrativo pessoal, como se fosse um fim em si mesmo.
Alguns desses supostos evangelistas estão interessados apenas no dinheiro das
pessoas. Elas não querem arrebatar almas da perdição, querem auferir lucros, e
enriquecerem ilicitamente. Filipe não apenas fez milagres, o texto bíblico de
At. 8.12 diz que as pessoas creram na sua mensagem. Isso quer dizer que elas
ouviram a pregação, e foram convencidas e convertidas da necessidade do
arrependimento (At. 3.19). Os evangelistas pregam o novo nascimento, a
importância de deixar o pecado e se voltar para Deus, em novidade de vida (II
Co. 5.17). Um verdadeiro evangelista não se aparta da Bíblia, na verdade ele
prega a Palavra de Deus (II Tm. 4.2). Paulo quando esteve entre os coríntios
não levou palavras persuasivas de sabedoria humana. Como evangelista, pregou a
mensagem da cruz, pelo poder do Espírito Santo (At. 8.13; I Co. 1.4). O
evangelista valoriza as vidas individualmente, por isso Deus conduziu Filipe
para pregar ao eunuco de Candace. As maiores mensagens de Jesus foram pregadas
para uma pessoa. Em João 3 O encontramos pregando para Nicodemos, expondo a
doutrina do novo nascimento. Em João 4 nos deparamos com o mesmo Senhor
ministrando para uma mulher samaritana, destacando o valor da água da vida.
Aqueles que apenas querem pregar para as multidões não são evangelistas, alguns
deles querem apenas visibilidade pessoal. O verdadeiro evangelista valoriza
cada alma, sabendo o valor que elas têm, individualmente (Lc. 15.3-7).
3. O TRABALHO
DO EVANGELISTA
Ninguém pode ser obreiro de Deus sozinho,
dispensando a contribuição de outros para o seu ministério. Felipe foi usado
por Deus como evangelista, pregando a mensagem da cruz, com autoridade
espiritual. Mas dependeu do trabalho dos apóstolos, por isso Pedro e João foram
enviados para Samaria, a fim de confirmaram o trabalho ali iniciado. Ao que
tudo indica Filipe teria batizado Simão (At. 8.13), aquele que posteriormente
quis comprar o dom de Deus (At. 8.18-23), sendo repreendido por Pedro. O
evangelista, na ânsia de ganhar almas, pode se adiantar, e aceitar a todos,
indistintamente, o que é compreensível. Às vezes o evangelista diz “vinde como
estás”, mas o pastor-mestre complementa: “como estás não podes permanecer”. A
doutrina apostólica é fundamental para orientar aqueles que se decidem por
Cristo, por isso o discipulado é tão importante nas igrejas. Outra
característica do evangelista é itinerância, é o que atestamos no ministério de
Filipe. Após cumprir sua missão em Samaria, é conduzido imediatamente para
outro lugar (At. 8.26). Talvez Timóteo achasse cômodo permanecer em Éfeso, como
pastor residente, mas Paulo o admoesta para que cumpra o ministério de
evangelista (II Tm. 4.5). Para tanto deveria exercitar-se a si mesmo, não tem
como ser evangelista apenas na teoria, sem pôr em prática, e fazer o que é
preciso (II Tm. 4.7). A negligência é o principal empecilho para que o
evangelista se distancie da sua responsabilidade (I Tm. 4.14). O comodismo pode
afastá-lo do seu trabalho, a busca por posição eclesiástica também. Por isso a
igreja deve apoiar aqueles que exercem esse ministério, reconhecendo seu valor
para a expansão do Reino. Os evangelistas devem avivar o dom de Deus em suas
vidas, buscando experiências com o Senhor, fundamentadas na palavra (II Tm.
1.6).
CONCLUSÃO
Vivemos dias tenebrosos, as perseguições estão
sobrevindo sobre a igreja, mas o evangelho não pode ser calado. Para tanto
precisamos de mais evangelistas para levar adiante as boas novas de Jesus.
Esses devem ser corajosos, tendo em vista que Deus não lhes deu espírito de
covardia, mas de poder, amor e moderação (II Tm. 1.7), para ganharem muitas
almas para Cristo. Cumpramos, na direção da Palavra e no poder do Espírito
Santo, o desafio de evangelizar, pois para isso fomos chamados.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
Ganhar almas é tarefa de todo discípulo
de Cristo. Nesse sentido, você eu somos evangelistas. Isso significa que, tanto
o pastor quanto as ovelhas, têm o dever de anunciar a todos, em todo tempo e
lugar, o evangelho que salva, liberta e redime plenamente o pecador. Todavia,
não podemos esquecer o obreiro chamado por Deus, e ordenado pela igreja, para
exercer o ministério evangelístico. Nesse caso específico, o evangelista não
pode ser um ganhador de almas eventual, mas alguém que proclama o Evangelho de
forma concentrada, metódica e com objetivos bem definidos. Vejamos, pois, quem
é o evangelista, esse obreiro tão essencial à expansão do Reino de Deus. [Comentário: O trabalho de pregar o evangelho é
dos crentes individualmente. Cada cristão é responsável por testemunhar de
Cristo e esta responsabilidade é dada numa medida especial àqueles que
receberam o dom de evangelista. Neste sentido, temos a ordem dos dons
claramente indicada em Atos 11 onde os evangelistas pregam o evangelho (vs. 19 e 20), pessoas crêem
(v. 21), recebem um irmão com o dom de pastor (vs. 22‑24) que os reúne
como faz o pastor às ovelhas, cuidando delas e exortando‑as a permanecerem
unidas ao Pastor que é Cristo. Vêm então a necessidade de alimento mais sólido
para aquelas almas e Paulo (além do próprio Barnabé) vêm exercer o dom de
mestres ou doutores (vs. 25‑26) ensinando‑os. O Dom de
Evangelista é a capacidade especial dada pelo Deus Triuno para a sua Igreja,
assim como todos os outros Dons, o Dom de Evangelista também opera para
crescimento e edificação do Corpo de Cristo, também opera na capacitação
individual do cristão para o viver a nova Vida em Cristo Jesus, todavia, talvez
seja o Dom mais objetivo na questão do “Testemunhar” que é a característica de
espelhar as atitudes de Jesus em nossas vidas, em toda e qualquer situação.
Como muitos são os Dons Espirituais em operação na igreja local, o Dom de
Evangelista incide em um percentual pequeno nos membros da igreja local, porém,
grande tem sido os personagens que o recebem e exercem este Dom: Felipe (30
d.C): Primeiro chamado para o Serviço Diaconal, depois, enviado como
evangelista (At 8.39-40); John Wesley (séc. XVIII): Evangelista inglês,
revolucionou sua época com pregações e apelos públicos à santidade; C. H.
Spurgeon (séc. XIX): Pastor Batista inicia jornada de pregação aos 17 anos,
pregando nos EUA e Inglaterra, não somente em igrejas, mas, teatros, escolas, e
praças livres; Billy Graham (séc. XX): Pastor Batista, conhecido por suas
cruzadas internacionais, falando a mais de 2 bilhões de pessoas em muitos países
no mundo. Conforme Atos 1.8 – todos que recebem o Poder do Espírito Santo são
enviados à Testemunhar de Cristo, o Evangelista tem a habilidade irresistível
não apenas de Testemunhar (o que Cristo fez na sua vida pessoal) mas de
Apresentar o plano de Salvação Completo (o que Cristo fez na vida da
humanidade).] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?
I. EVANGELISTA, GANHADOR DE ALMAS
Se a nossa principal missão é ganhar almas, é
inadmissível uma igreja desprovida de evangelistas. Sem esse ministério, a
igreja definha e perde a sua mais preciosa razão de ser. [Comentário: Já vimos que quem tem esse dom tem a
habilidade sobrenatural dada por Deus para conduzir pessoas não crentes a
Cristo, pois esse dom é primário na igreja, ele visa o crescimento da igreja]
1. Definição. A
palavra evangelista, originária do termo grego euaggelistes, define
o obreiro vocacionado por Deus através do Espírito Santo, e confiado à Igreja
por Cristo, visando à proclamação extraordinária das Boas-Novas de Salvação (Ef
4.11; At 8.6). [Comentário: O termo “evangelista” (gr. ευαγγελιστης << euaggelistēs >>),
literalmente “mensageiro do bem”, deriva do verbo grego euangelizo
(evangelizar) e significa transmitir as boas-novas; é o terceiro a ser indicado
pelo apóstolo Paulo na relação de Efésios 4.11. Como dom, refere-se àquele que
é chamado para anunciar o Evangelho. É concedido por Deus mediante uma
capacitação ministerial objetivando propagar o Evangelho de Cristo para toda a
humanidade (Ef 4.11). O evangelista é aquele que demonstra paixão pela salvação
dos perdidos. Ele esmera-se por buscar da parte de Deus mensagens inspiradas
para tocar os corações e quebrantar a alma dos pecadores. Evangelista,
portanto, é a pessoa que proclama o Evangelho aos que não o aceitaram ainda,
com o fim de levar as boas novas a eles. O evangelista é um porta-voz de Deus. Ele
fala aos outros sobre Jesus Cristo, o Filho de Deus, o Salvador. O evangelista,
em outras palavras, anuncia a Cristo. Não há nenhuma mensagem mais importante
para se pregar, pois o Evangelho é “o poder de Deus para a salvação” (Rm 1.16).]
2. O evangelista no Antigo Testamento. A palavra hebraica que designa o portador de Boas-Novas é basar,
que, entre outras coisas, significa mensageiro e pregador (Is 40.9; 52.7). Em
hebraico, a palavra evangelho é besorah, que também significa boas
notícias, a exemplo de sua congênere em língua grega.
3. O evangelista em o Novo Testamento. Na Igreja Primitiva, o primeiro discípulo de Cristo a receber o
título de evangelista foi o diácono Filipe (At 21.8). Todavia, conforme podemos
observar por todo o livro de Atos, a igreja, como um todo, agia e reagia
evangelisticamente, haja vista a dispersão dos crentes de Jerusalém. Por onde
passavam, anunciavam as Boas-Novas do Reino (At 8.4). [Comentário: A Bíblia fala muito pouco sobre esse dom
ministerial. A palavra “evangelista”, que é muito rara na literatura não
cristã, embora fosse bastante comum nos escritos cristãos primitivos, é
encontrada tão somente três vezes no Novo Testamento, e nenhuma delas realmente
define com detalhes o que um evangelista é (At 21.8; Ef 4.11; 2Tm 4.5). Nem por
isso o ministério de evangelista pode ser considerado de somenos importância,
no contexto dos dons ministeriais, que devem contribuir para o crescimento e
para a edificação da Igreja do Senhor Jesus Cristo. E isto porque os
evangelistas estão relacionados junto com os apóstolos, profetas, pastores e
doutores, como aqueles que são chamados para compartilhar a construção da
Igreja (Ef 4.11-16).]
4. O evangelista na era da Igreja Cristã. A História da Igreja Cristã mostra que, em todos os reavivamentos,
o Espírito Santo destaca a evangelização como o principal evento da igreja.
Haja vista o ministério de Wesley, Daniel Berg, Gunnar Vingren e Bernhard
Johnson. Ore para que o Senhor da Seara continue a despertar a Igreja a um novo
avanço evangelístico. [Comentário: Com alguma frequência, alguns afirmam que o
ministério de evangelista é um cargo com função hierárquica inferior à de
pastor e superior à de presbítero. Porém, à luz da boa hermenêutica dos textos
bíblicos, podemos constatar que isso não é verdade. O evangelista consta da
lista dos dons ministeriais, que são dons de Deus, concedidos por Cristo aos
salvos, após sua retumbante vitória sobre a morte (Ef 4.8-11). Nenhum dom
ministerial é superior ou inferior a outro no Reino de Deus (Rm 12.5). Os cinco
dons ministeriais mencionados por Paulo envolvem as ações e funções dos que são
chamados, e não os seus títulos. Eles são chamados para liderarem e treinarem
outros seguidores de Cristo.]
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Evangelistas
No Novo Testamento, evangelistas
eram homens de Deus, capacitados e comissionados por Deus para anunciar o
evangelho, as boas-novas de salvação aos perdidos e ajudar a estabelecer uma
nova obra numa localidade. A proclamação do evangelho reúne em si a oferta e o
poder da salvação (Rm 1.16).
Filipe, o ‘evangelista’ (At
21.8), claramente retrata a obra deste ministério, segundo o padrão do Novo
Testamento. Filipe pregou o evangelho de Cristo (At 8.4,5,35). Muitos foram
salvos e batizados em água. Sinais, milagres, curas e libertação de espíritos
malignos acompanhavam as suas pregações. Os novos convertidos recebiam a
plenitude do Espírito Santo.
O evangelista é essencial no
propósito de Deus para a igreja. A igreja que deixar de apoiar e promover o
ministério de evangelista cessará de ganhar convertidos segundo o desejo de
Deus. Tornar-se-á uma igreja estática e indiferente à obra missionária. A
igreja que reconhece o dom espiritual de evangelista e tem amor intenso pelos
perdidos, proclamará a mensagem da salvação com poder convincente e redentor” (Bíblia
de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, p.1815).
II. ATRIBUTOS DE UM EVANGELISTA
Do obreiro chamado ao ministério evangelístico,
requerem-se os seguintes atributos: amor às almas, conhecimento da Palavra de
Deus, espiritualidade plena e disponibilidade.
1. Amor às almas. Paulo
tinha um amor tão grande pelas almas que, por estas, chegava a sentir dores
intensas, como se estivesse a dar filhos à luz (Gl 4.19). Por essa razão,
afirmou que não poderia deixar de anunciar o Evangelho (1Co 9.16). Foi esse
amor que constrangeu Filipe a evangelizar Samaria e a dirigir-se “ao caminho
que desce de Jerusalém para Gaza” para falar com um etíope (At 8.26). O
evangelista nada é, e nada fará sem o amor às almas perdidas. Pense nisto. E,
de imediato, entregue-se em favor dos que caminham para o inferno. Esta é a sua
missão. [Comentário: Paulo compara sua ansiedade em relação aos
gálatas ao trabalho de uma mãe no parto. Paulo dá um testemunho emocionante do
profundo sentimento que nutria para com os que havia conduzido à fé em Cristo.
É lógico que o amor deve ser norteador na vida de qualquer crente, contudo,
aquele que foi escolhido por Deus para o ofício de Evangelista, além do amor, é
preciso saber que aqueles a quem for enviado, se levantarão contra ele. No
tempo de Jesus, os evangelistas, enfrentariam situações comparáveis a cordeiros
no meio de lobos (Lc 10.3). Certamente, os setenta puderam sentir de perto o
cumprimento da advertência do Senhor. Devem ter sido rejeitados, aborrecidos e
perseguidos, até com ameaça de morte. Nos dias atuais, os que são enviados por
Cristo, para levarem a mensagem do evangelho a certas regiões do mundo, vivem
em constante risco de morrer. Desde o século passado, e no presente, de cada
três pessoas que morrem por causa de sua fé, uma é cristã. Mais cristãos foram
mortos nas últimas décadas, do que em toda a história de Igreja de Cristo. Daí,
porque a maior parte dos missionários está radicada onde já existem muitos
obreiros. Poucos são os que se destinam a lugares inóspitos e ameaçadores. E
compreensível, até certo ponto, mas Jesus mandou pregar o evangelho a toda
criatura. E a tendência da perseguição aos servos de Jesus é de acentuar-se
cada vez mais. Na maioria dos países do Ocidente, o Diabo tem levantado a
perseguição institucional, através de governos, dos legislativos e do
Judiciário, mediante a elaboração e aprovação de leis que dificultam e ameaçam
a liberdade para a pregação do evangelho. São “as portas do inferno”, através
das “leis injustas” (Is 10.1). Elas não prevalecerão, como profetizou Jesus,
mas perturbarão e causarão grandes problemas à missão da Igreja. Mas será por
um tempo. Quando Jesus intervier, na sua Vinda, os “lobos” serão aniquilados. Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 96-97.]
2. Conhecimento da Palavra de Deus. Conhecendo profundamente a Palavra de Deus, Filipe soube como
conduzir a Cristo o mordomo-mor de Candace que, de volta à Etiópia, vinha lendo
o profeta Isaías. Eis como ele foi eficiente: “Então, Filipe, abrindo a boca e
começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus” (At 8.35). Lembre-se: o
anúncio do Evangelho de Cristo exige do evangelista um perfeito manejo da
Palavra da Verdade (2Tm 2.15). Além disso, esteja preparado, com mansidão e
temor, para apresentar a razão da esperança que há em nós (1Pe 3.15). [Comentário: “Manejar bem a Palavra”, na linguagem de
Paulo, significa “fazer um corte reto”. O pedreiro constrói a parede em linha
reta. O carpinteiro risca a obra em linha reta. O agricultor ara a terra em
linhas retas. Semelhantemente, o obreiro do Senhor que interpreta a Bíblia,
terá que interpretá-la corretamente, em linha reta! A palavra “procura
(“spoudason”) significa “apressar-se, ser diligente”. Manejar bem significa
usar as faculdades racionais, a inteligência, como em Isaías 1.18, onde Deus
convoca Seu povo, “Vinde, pois e arrazoemos. diz o Senhor”. Comentando Atos
8.35, o Pr. Elinaldo Renovato escreve: “A
mensagem do evangelista foi tão impactante, que o homem converteu-se e desejou
ser um seguidor de Cristo. Após a bem-sucedida evangelização, ao lado do alto
dignitário etíope, Filipe deve ter-lhe falado sobre a necessidade do batismo em
águas. Sem perda de tempo, o novo convertido a Jesus quis logo ser batizado em
águas. Diz o texto (At 8.36, 37). Ali, na estrada deserta, entre Jerusalém e
Gaza, três coisas importantes ocorreram, na vida do evangelista Filipe. Ele
pregou o evangelho, na unção do Espírito Santo; o atento ouvinte aceitou a Cristo
como Salvador; o discipulado foi tão eficaz, que o novo decidido quis logo
batizar-se em águas; e Filipe mostrou qual é a condição para um novo crente ser
batizado: “E lícito, se crês de todo o coração ’. “E mandou parar o carro, e
desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou” (At 8.38). O
novo convertido foi batizado no mesmo dia em que ouviu a mensagem evangelística. Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 102-103.”]
3. Espiritualidade plena. O batismo com o Espírito Santo é imprescindível ao exercício
eficaz do ministério evangelístico (At 1.8). Filipe era um homem cheio do
Espírito (At 6.2-4). E, por essa razão, teve um ministério pontilhado de
milagres e atos extraordinários (At 8.6,7). Quem evangeliza não se contenta com
uma vida espiritual medíocre, mas busca o poder do alto para proclamar, a todos
e em todo tempo e lugar, que Jesus é a única solução. [Comentário: O Pr. Elinaldo Renovato, escreve: “Os discípulos estavam preparados para a
Missão, pois aprenderam aos pés de Jesus, ao longo de uma convivência de cerca
de três anos. A virtude do Espírito Santo era o que estava faltando aos
apóstolos ou evangelistas. Eles já eram salvos, mas teriam que aguardar “a
virtude do Espírito Santo”, para serem testemunhas corajosas, enviadas ao meio
de “lobos devoradores” (Mt 7.15). E o revestimento veio sobre os discípulos, no
Dia de Pentecostes, quando receberam o batismo com o Espírito Santo (At 2.1-13). Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 98-100. É notável a diferença em
Pedro antes e depois de Pentecostes. O revestimento de poder do Espírito Santo
trouxe encorajamento, alegria e fé para pregar destemidamente o evangelho do
Jesus vivo e ressurreto; o resultado, foi um imensa colheita de almas! O
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal (CPAD), traz o seguinte: “Deus deu a Jesus todo o poder sobre o céu e
a terra. Com base neste poder, Jesus disse aos seus discípulos ide e fazei
discípulos (versão RA, pregando, batizando e ensinando. “Fazer discípulos”
significa educar novos crentes sobre como seguir a Jesus, submeter-se à
soberania de Jesus e assumir a sua missão de serviço misericordioso. Batizar é
importante porque une o crente a Jesus Cristo em sua morte para o pecado, e em
sua ressurreição para uma nova vida. O batismo simboliza a submissão a Cristo,
a disposição para viver segundo a vontade de Deus, e a identificação com o povo
da aliança de Deus. Batizar em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo é
um gesto que afirma a realidade da Trindade, o conceito que veio diretamente do
próprio Senhor Jesus. Ele não disse para batizar “nos nomes”, mas “em nome” do
Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Embora em missões anteriores Jesus
tivesse enviado os discípulos somente aos judeus (10.5,6), a sua missão a
partir de então seria a todas as nações. Isto é chamado de Grande Comissão. Os
discípulos tinham sido bem treinados, e tinham visto o Senhor ressuscitado.
Eles estavam preparados para ensinar as pessoas de todo o mundo a guardar todas
as coisas que Jesus tinha mandado. Isto também mostrava aos discípulos que
haveria um período entre a ressurreição de Jesus e a sua segunda vinda. Durante
este período, os seguidores de Jesus tinham uma missão a cumprir - evangelizar,
batizar e ensinar as pessoas a respeito de Jesus para que elas, por sua vez,
pudessem fazer a mesma coisa. As boas novas do Evangelho deveriam ser
transmitidas a todas as nações. Com este mesmo poder e autoridade, Jesus ainda
nos ordena que contemos a outros sobre as boas-novas, e os façamos discípulos
do reino. Nós devemos ir – seja à porta ao lado ou a outro país - e fazer
discípulos. Esta não é uma opção, mas um mandamento a todos os que chamam Jesus
de “Senhor”. Quando obedecermos, sentiremos conforto sabendo que Jesus está
conosco todos os dias. Isto irá acontecer por meio da presença do Espírito
Santo na vida dos crentes. O Espírito Santo será a presença de Jesus que nunca
os deixará (Jo 14.26; At 1.4,5). Jesus continua a estar conosco hoje, por meio
do seu Espírito. Da mesma maneira como este Evangelho se iniciou, ele termina -
Emanuel, “Deus conosco” (1.23). As profecias do Antigo Testamento e as
genealogias do livro de Mateus apresentam as credenciais de Jesus que o
qualificam para ser o Rei do mundo - não um líder militar ou político, como os
discípulos originalmente tinham esperado, mas o Rei espiritual que pode
derrotar todo o mal e governar no coração de cada pessoa. Se nos recusarmos a
servir fielmente ao Rei, seremos súditos desleais. Precisamos fazer de Jesus o
Rei da nossa vida, e adorá-lo como nosso Salvador, Rei e Senhor”. Comentário
do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 171.]
4. Disponibilidade. Embora fosse casado, o evangelista Filipe estava sempre disponível
a cumprir com excelência o seu ministério. Em Atos 8, encontramo-lo em quatro
lugares diferentes: Samaria, Gaza, Azoto e Cesareia. E, nem por isso, descuidou
de sua família; suas quatro filhas eram profetisas (At 21.8,9). Filipe
evangelizava tanto pessoal quanto coletivamente; era um obreiro completo. [Comentário: Além da disponibilidade, há de ter-se prazer
neste serviço. Ninguém merece crédito por fazer a sua obrigação. Paulo diz:
"Pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o
evangelho!" (1 Co 9.16). Sem dúvida, ele está se referindo à missão
especial que havia recebido no caminho de Damasco (At 9.6). Ele havia sido um
“vaso escolhido” para levar o nome de Cristo diante dos gentios, e dos reis, e
dos filhos de Israel (At 9.15) e havia sido separado pelo Espírito Santo para
esse trabalho especial (13.2). Portanto, seria impossível fazer outra coisa, a
não ser pregar o evangelho, sem se rebelar diretamente contra Deus (Rm 1.14; Gl
1.15). Pregar era a própria vida de Paulo, e ele “não podia parar de fazê-lo,
da mesma forma como não podia parar de respirar”. A palavra imposta significa
“fortemente impulsionado”. Assim, pregar era uma “função que ele foi forçado a
executar”. Ser Evangelista é nada menos que isso!]
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Para auxiliar na
compreensão do tópico, reproduza o quadro abaixo. Inicie fazendo a seguinte
indagação: “Quais são os atributos de um evangelista?”. Ouça os alunos com
atenção. À medida que forem falando as qualidades, vá relacionando no quadro.
ATRIBUTOS DE UM EVANGELISTA
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1. Amor às almas.
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2. Conhecimento da Palavra de Deus.
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3. Espiritualidade plena.
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4. Disponibilidade
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5. Fé.
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6. Perseverança.
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7. Ser chamado por Deus
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III. O TRABALHO DE UM EVANGELISTA
O trabalho básico de um evangelista consiste na
proclamação do Evangelho, na apologia da fé cristã e na integração plena do
novo convertido.
1. Proclamação do Evangelho. O trabalho prioritário e intransferível do Evangelista, enfatizamos,
é pregar Cristo a todos, em todo tempo e lugar. Por esse motivo, não deve ele
perder-se em burocracias inúteis e paralisantes. Noutras palavras, que o
evangelista faça, de fato, o trabalho de um evangelista (2 Tm 4.5). Quem foi
chamado ao ministério evangelístico deve permanecer fiel à sua vocação (1 Co
7.20). [Comentário: O Comentário Bíblico de Matthew Henry (CPAD),
comenta o seguinte: “Porque, se
anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa
obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho! E meu encargo, meu negócio;
é o trabalho para o qual eu fui constituído apóstolo (cap. 1.17). Este é um
dever expressamente colocado sobre mim. Não é em grau algum um assunto de
liberdade. É me imposta essa obrigação. Eu seria falso e infiel à minha crença,
eu violaria uma ordem clara e expressa, e ai de mim se não anunciar o
evangelho!” Aqueles que são separados para o ofício do ministério têm o encargo
de pregar o evangelho. Ai deles se não o fizerem. Disso nada é esperado. Quando
ele renuncia ao seu direito por causa do evangelho e das almas dos homens,
embora ele não faça mais que a obrigação, ainda assim nega-se a si mesmo,
renuncia a seu privilégio e direito; ele faz mais do que seu encargo e ofício
em geral (e todas as vezes) o obriga a fazer. Ai dele se não pregar o
evangelho. Note que é uma alta realização na religião renunciar a nossos
próprios direitos para o bem de outros; isto dará direito a uma recompensa
peculiar da parte de Deus”.HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry
Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 465.]
2. Apologia da fé cristã. A proclamação do Evangelho compreende igualmente a apologia da Fé
Cristã (Fp 1.15,16). O verdadeiro evangelista deve estar sempre preparado,
objetivando defender a fé cristã ante as nações e os poderosos. Os últimos
capítulos de Atos mostram como Paulo, além de anunciar Cristo, soube como
defender a esperança evangélica diante das autoridades judaicas e romanas.
Destacamos, outrossim, o seu discurso no Areópago de Atenas (At 17). Não se
furte ao seu dever de apresentar a apologia da fé cristã. Estude, prepare-se e
confie na presença do Espírito Santo. [Comentário: Paulo avisa contra o perigo de fraude na interpretação das
Escrituras em 2 Co 4.2, dizendo: “… rejeitamos as coisas que, por
vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a Palavra de
Deus…” “Adulterar”, no original, é “dolos”, que
significa “pegar com isca”. Portanto, tem o sentido de falsificar
e corromper. Na antiguidade falsificavam ouro e vinho. Em todos os tempos
levantaram-se falsos “mestres”, e falsos “profetas” que por ensinos engenhosos
têm conseguido enganar os incautos, causando-lhes a eterna destruição da alma.
Pedro referiu-se às epístolas de Paulo dizendo que nelas haviam “certas coisas
difíceis de entender , que os ignorantes e instáveis deturpam, como também
deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles.” (2 Pe 3.15,16).
Como, então, é importante que saibamos, não “deturpar”, mas sim interpretar
corretamente a Palavra de Deus. Isso significa que todas as ideias, noções e
opiniões preconcebidas sejam postas de lado e que a própria Bíblia seja o
intérprete de si mesma. Além disso, é necessário estar pronto para defender a
fé que duma vez por todas foi entregue aos santos (Jd 3). O termo "apologia"
que significa "dar uma defesa", define a ciência de
defender da fé Cristã. Há muitos céticos que duvidam da existência de Deus e/ou
atacam a crença no Deus da Bíblia. Há muitos críticos que atacam a inspiração e
inerrância das Escrituras. Há muitos falsos professores que promovem doutrinas
falsas e negam as verdades básicas da fé Cristã. A missão da apologética Cristã
é combater esses movimentos e promover o Deus Cristão e a verdade Cristã.]
3. Integração do novo convertido. Embora o evangelista não tenha responsabilidades pastorais
efetivas, ele não pode descuidar-se da integração plena do novo convertido. Que
cada alma ganha seja discipulada e incorporada também à igreja visível. O lado
social do converso não pode ser ignorado. [Comentário: Há quem diga que a porta de saída da igreja é
mais larga do que a de entrada, e de fato, isso é verdade. De cada cem pessoas
que aceitam a Cristo, apenas dez descem às águas batismais, e dessas, apenas
três permanecem após o primeiro ano do batismo. Uma das razões principais para
isso é a falta de integração do novo convertido ao seio da igreja. A igreja não
cresce com o simples ato de convidar as pessoas ou quando elas se decidem a
Cristo. Este é apenas o ponto de partida para a vida cristã. O que leva as
pessoas a permanecerem na igreja é quando elas se sentem amadas e quando se
relacionam e são envolvidas com outros (1Jo 1.3; 3.18). Se alguém aceita a
Cristo, o que a igreja fará por ela durante a próxima semana? Infelizmente
pouco fará, ou quase nada fará, pois são deixadas em segundo plano sem se quer
dar-se conta de que estão presentes no culto. A palavra "discípulo",mathetés,
é usada 269 vezes nos Evangelhos e em Atos. Significa pessoa
"ensinada" ou "treinada", aluno, aprendiz. O Evangelista
tem seu quinhão neste trabalho.]
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Evangelista
Aquele que é chamado para pregar
o Evangelho em muitos lugares. Palavra derivada do verboeuangelizo.
Evangelizar significa trazer boas-novas a alguém, especificamente anunciar
informações a respeito da salvação cristã (1Co 15.1-4). A palavra é encontrada
três vezes no Novo Testamento. Os evangelistas estão relacionados junto com os
apóstolos, profetas, pastores e doutores, como aqueles que são chamados para
compartilhar a construção da igreja. Filipe foi chamado de ‘o evangelista’ (At
21.8). Embora fosse um dos sete escolhidos para aliviar os apóstolos da tarefa
de distribuir alimentos (At 6.5), ele foi especialmente notado por sua
atividade evangelizadora. De Jerusalém, ele foi até Samaria e pregou com grande
sucesso. Dali, foi enviado para evangelizar um oficial da corte etíope, que
estava viajando para casa depois de visitar Jerusalém. Então pregou o Evangelho
desde Azoto até Cesareia, onde tinha sua casa (At 8.40).
Timóteo, o jovem ministro, foi
exortado a realizar o trabalho de um evangelista como um acompanhamento de sua
supervisão pastoral. Está claro que, embora os apóstolos e outros
compartilhassem o trabalho de evangelização, havia homens que Deus chamava
especialmente para essa tarefa.
Nos anos posteriores, os
escritores dos quatro Evangelhos foram chamados de evangelistas porque registraram,
de forma persuasiva, os fundamentos do Evangelho de Cristo” (Dicionário
Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, pp.725,726).
CONCLUSÃO
Filipe destacou-se como o maior
evangelista da Igreja Primitiva. Evangelizando a Judeia, chegou a Samaria.
Portanto, que todos nós façamos com excelência o trabalho de um evangelista. A
responsabilidade é de todos. Então, proclamemos Cristo a tempo e fora de tempo. [Comentário: O terceiro ofício listado por Paulo
em Efésios é o de evangelista. Este ofício é frequentemente mal-interpretado
hoje, isso é notório na hierarquia de nossas igrejas quando o chamado
Evangelista é o ocupante de um cargo equivalente ao de Pastor. O moderno
“evangelista” é alguém que prega o evangelho onde ele ainda não é conhecido.
Assim, os plantadores de igreja, missionários e pregadores de rua são frequentemente
chamados de evangelistas. De fato, o evangelista moderno gasta a maior parte do
tempo fazendo a obra de evangelismo. Contudo, mesmo o título de “evangelista”
estando ainda em uso hoje, se deve fazer distinção entre o ofício de
evangelista do Novo Testamento e seu conceito moderno. Biblicamente, é um dom
de Deus, concedido através da capacitação espiritual e ministerial para a
propagação do evangelho de Cristo a todas as pessoas que estiverem ao alcance
da mensagem do obreiro que tem a chamada para cuidar da evangelização, como
prioridade em sua missão. O evangelista esmera-se em buscar de Deus mensagens
inspiradas e cheias de unção para tocarem os corações dos pecadores. O
evangelista é por excelência o pregador das Boas-Novas de salvação. O salmista
viu o trabalho dos evangelistas, em mensagem profética: “O Senhor deu a palavra;
grande era o exército dos que anunciavam as boas-novas” (Sl 68.11). Nos dias
presentes, há muitos evangelistas, espalhados pelo Brasil e pelo mundo afora,
difundindo a pregação do evangelho de salvação em Cristo Jesus. Seus corações
ardem de amor pelas almas perdidas, e elaboram mensagens, com oração, jejum e
estudo da Palavra, para que, na hora do sermão, sejam instrumentos nas mãos de
Deus para alcançar a mente e o coração dos que precisam de Cristo. Elinaldo Renovato.
Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 101.] “NaquEle que me
garante: “Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom
de Deus” (Ef 2.8)”
Francisco
Barbosa
Disponível
no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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