SUBSÍDIO I
No século 21, há um desafio
imenso para a Igreja de Cristo: evangelizar a sociedade urbana. Por isso, é
importante, a partir da lição estudada, nós refletirmos sobre as razões de uma
evangelização de grande porte numa sociedade urbana e o meio de evangelização.
A mensagem de Jesus deve ser
apresentada a todos
Um dos requisitos necessários à evangelização é a capacidade de quem evangeliza compartilhar, publicar, espalhar e anunciar uma notícia boa e nova para todo o ser humano, declarando que ela é relevante e verdadeira. A boa nova é a mensagem de nosso Senhor. Ela foi anunciada ontem pelos santos apóstolos, é anunciada hoje pela igreja visível do Senhor e, até a vinda de Jesus Cristo, será anunciada sempre.
O conteúdo da mensagem
O que pregar na evangelização? Ora, o conteúdo da mensagem de quem evangeliza passa inevitavelmente pelo tema da salvação, que é o anúncio de que Deus está consertando alguma situação destruída ou completamente equivocada. Imediatamente esse processo pode ser descrito pela Perdição, ou seja, o ser humano não sabia que algo de errado havia acontecido com ele, mas que por intermédio da encarnação de Jesus Cristo, da crucificação de nosso Senhor e a da ressurreição do nosso Rei, o ser humano teve o caminho livre para adentrar, pelo nome de Jesus, ao “Trono da Graça de Deus”. Portanto, salvação e perdição, vida e morte, resgate e pecado são temas recorrentes da verdadeira mensagem do Evangelho passando inevitavelmente pelo acontecimento temporal e atemporal da encarnação, crucificação e ressurreição de nosso Senhor.
Os meios de Evangelização
Esta é uma questão importantíssima, pois a despeito da urgência e da necessidade de comunicarmos o Evangelho para uma sociedade urbana, os fins não podem justificar os meios da evangelização. Há algumas práticas inaceitáveis: usar assistência social como “isca”; pressões psicológicas numa “evangelização” centrada nos benefícios da fé; promessas falsas e utópicas para o fim do sofrimento. Estes são exemplos do que não se pode ser feito em nome da “urgência evangelística”. Por isso, os meios de evangelização devem ser usados da maneira mais natural possível. Os instrumentos mais atuais e disponíveis são a mídia eletrônica, impressa, artísticas e o mais poderoso de todos: o relacionamento pessoal.
Que Deus use sua Igreja para
discernir o melhor meio de comunicar o Evangelho!
Fonte:
Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 67 – julho/agosto/setembro de
2016.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
A evangelização das cidades é uma tarefa
desafiadora para as igrejas, ao mesmo tempo em que não pode deixar de ser
feita. Isso porque, de acordo com a ONU, 54% da população das cidades vive nas
cidades. Por isso, na aula de hoje, nos voltaremos para a evangelização em
contextos urbanos. Inicialmente mostraremos como surgiu a cidade no contexto
bíblico, em seguida, apontaremos os desafios e estratégias para a evangelização
urbana.
1. A ORIGEM
DAS CIDADES
As cidades são importantes, ainda que, no
princípio, Adão e Eva foram postos no Jardim (Gn. 2.8). Eles viviam na presença
do Senhor, o Éden foi o ambiente criado por Deus para o primeiro casal. Mas não
podemos idealizar a vida no campo, sobretudo por causa do pecado, que alcança a
humanidade em qualquer contexto, seja na cidade ou no campo. E além disso, as
cidades também faz parte do projeto de Deus. É importante ressaltar que, para
aqueles que creem nas promessas de Deus, Ele preparou uma cidade eterna (Hb.
11.16). A descrição desse lugar celestial se encontra em Ap. 21.1-5,
apresentada como uma nova Jerusalém, que desce do céu. Essa deve ser a grande
expectativa da igreja, e permanecer consciente que a cidade terrena passará (I
Jo. 2.17). A primeira cidade, de acordo com a narrativa bíblica, está associada
à construção da Torre de Babel (Gn. 11). Os habitantes daquela região decidiram
viver na cidade a fim de viverem em segurança, e o principal, sem depender de
Deus (Gn. 11.4; 12.2). Portanto, o surgimento da cidade está relacionado a
arrogância e prepotência humana. Por isso o Senhor venho sobre aqueles
habitantes e confundiu a língua deles, a fim de que aquele intento não fosse
levado adiante (Gn. 11.5,6). Essa intervenção se fez necessária para que os
homens não fossem destruídos por decidirem se opor à vontade de Deus. É
importante ressaltar que a cidade, a partir de uma perspectiva
bíblico-sociológica, é uma tentativa humana de realização de projetos,
desvinculados da orientação divina. Mas é preciso lembrar sempre que se Deus
não proteger a cidade, em vão vigia a sentinela (Sl. 127.1). As cidades
precisam de Deus, as igrejas devem criar estratégias para a evangelização
urbana.
2. DESAFIOS
PARA A EVANGELIZAÇÃO URBANA
Não há como a igreja fazer evangelização urbana se
não há que pregue a Palavra de Deus (Rm. 10.14-18). O próprio Jesus afirmou que
grande é a seara, mas que poucos são os ceifeiros (Mt. 9.37). O principal
desafio para a evangelização urbana é a disponibilidade de pessoas
comprometidas com essa tarefa. As igrejas locais devem investir na formação de
grupos especializados. Pessoas que possam fazer visitas aos enfermos nos
hospitais e presídios, através da formação em capelania. Existem também os
grupos de pessoas excluídas, que se encontram a margem da sociedade. Nem todo
mundo pode evangelizar determinados tipos de pessoas, faz-se necessário que
pessoas sejam desafiadas e treinadas para alcançar os grupos especiais. A
tarefa da evangelização urbana na contemporaneidade tem sido cada vez mais
desafiadora. Não podemos deixar de considerar que as pessoas estão se tornando
secularizadas, e estão dando menos atenção ao evangelho. Os escândalos nos
quais algumas celebridades evangélicas estão cometendo contribui negativamente
para essa rejeição. Além disso, na medida em que as pessoas vão tendo acesso a
um maior nível de escolaridade, mais exigências fazem em relação ao conteúdo do
evangelho. Por esse motivo, a Igreja precisa considerar os destinatários da sua
mensagem. Essa geração consumista e hedonista também dificulta a evangelização,
pois confundem o evangelho com um produto, e somente aderem a mensagem se essa
trouxer satisfação pessoal. Por causa desses desafios, a Igreja precisa
analisar o contexto no qual se encontrar, e ser capaz de responder as demandas
sociais, sem fazer concessão quanto ao conteúdo do evangelho.
3. ESTRATÉGIAS
PARA A EVANGELIZAÇÃO URBANA
As igrejas locais precisam depender do Espírito
Santo, a fim de levar o evangelho às cidades (At. 1.8). Para tanto, necessita
estar fundamentada na Palavra de Deus, não pode fazer concessões em relação à
mensagem (Mt. 28.19,20). É preciso também usar da criatividade, a fim de ganhar
tantos quantos possíveis para o Reino de Deus (I Co. 9.19-22). Contanto que não
comprometa a mensagem, e mantenha o testemunho cristão, a igreja pode usar
diferentes estratégias para pregar o evangelho aos pecadores. A mais comum é a
realização de cultos públicos, em locais que as pessoas passem com frequência.
Jonas apelou para essa estratégia, a fim de propagar aos ninivitas que em breve
Deus destruiria a cidade (Jn. 3.6). É possível também usar estratégias mais
específicas, como a distribuição de água em sinais de trânsito, juntamente com
a entrega de folhetos. Existem jovens que aproveitam essas paradas no trânsito
para evangelizar os condutores, através de pequenas encenações. O convite para
frequentar as igrejas continua sendo uma estratégia eficiente. Podemos criar
proposta evangelísticas, como o cartão de Operação André, a fim de que crentes
levem pessoas descrentes à igreja, e contribuíam no processo de discipulado,
como fez André, o irmão de Pedro (Jo. 1.40-42). As grandes campanhas
evangelísticas ainda funcionam como trabalho de alto impacto, sobretudo se
essas forem realizadas juntamente com ações sociais. As concentrações populares
podem ser oportunas para a evangelização das cidades. Devemos destacar que no
dia de Pentecostes muitos receberam a Cristo, através da pregação dos apóstolos
(At. 2.1-12). As festas anuais, realizadas pelas cidades, seja de cunho
religioso, cultural ou esportivo, podem oportunizar a distribuição de folhetos,
e se for o caso, uma orientação espiritual, mostrando o plano da salvação (Jo.
3.16).
CONCLUSÃO
Evangelizar as cidades também é uma tarefa de
igreja, e para isso precisa estar preparada, a fim de conduzir as pessoas a
Cristo. A cidade, desde sua origem bíblica, está fundamentada ilusão da
segurança humana. A Igreja do Senhor pode, através das Escrituras, e da
realidade social, mostrar que os projetos humanos fracassaram. E em resposta,
apresentar o plano de Deus para as cidades, que se concretizará plenamente na
eternidade, quando descer a Cidade Celestial.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos algumas estratégias a serem
usadas na evangelização de uma cidade. Trataremos também dos desafios
enfrentados pelo evangelista nessas áreas e, finalmente, mostraremos como
efetivar a conquista de uma área urbana. Esta, se bem conduzida, resultará na
difusão integral da Palavra de Deus. Por esta razão, é urgente coordenar todas
as nossas ações na abordagem de uma cidade, para que sejam implementados os
pontos básicos do evangelismo autenticamente bíblicos: discipulado,
estabelecimento de igrejas e missões. [Comentário: Nesta lição vamos refletir a respeito de
missões urbanas, que é uma missão da Igreja de Cristo, missão esta que se torna
cada vez mais complexa devido às transformações que a sociedade sofreu nestes
últimos tempos, se tornando urbanizada. Há muitos desafios à tarefa da
evangelização urbana; devemos pensar maduramente acerca do preconceito que
costumamos ter contra certas pessoas, que forma uma espécie de barreira. Nas
zonas urbanas, tais barreiras nos saltam mais aos olhos, pois há pessoas que
são consideradas indesejáveis ou pelo menos ignoradas no cotidiano urbano. Como
devemos agir para com esses seres humanos, segundo a Palavra de Deus? Esta
lição é apropriada para o momento, para a nossa reflexão sobre a evangelização
urbana e o que precisamos mudar em nós e em nossos sistemas de evangelização.] Dito
isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?
I. ESTRATÉGIAS URBANAS DE EVANGELISMO
Na evangelização urbana, levemos em conta a
estratégia de Jonas, do Pentecostes e dos pioneiros pentecostais.
1. A estratégia de Jonas. O profeta não dispunha de tempo para percorrer toda Nínive com o
juízo de Deus. Por isso, traçou uma estratégia simples, porém eficaz: “E
começou Jonas a entrar pela cidade caminho de um dia, e pregava, e dizia: Ainda
quarenta dias, e Nínive será subvertida” (Jn 3.4). Ele usou as vias principais
da capital assíria para apregoar a mensagem divina que, dessa forma, não
demorou a chegar ao rei (Jn 3.6). Na evangelização de uma área urbana, escolha
pontos estratégicos: avenidas, praças, terminais de ônibus, trens e metrôs para
o evangelismo pessoal. Se possível, também faça uso de outdoors, programas de
rádio e serviço de som para anunciar a Cristo. [Comentário: A Bíblia diz que Nínive era tão grande que
uma pessoa demoraria três dias para atravessá-la (Jn 3.3). A exploração
arqueológica tem mostrado que a cidade tinha entre cerca de 12 Km de
circunferência com uma população estimada em 120 mil pessoas e que requeria
três dias para ser atravessada, cerca de 32 quilômetros de caminhada por dia.
Antes do início da ação missionária, antes da proclamação, precisamos primeiro
ter sido tocado pelo evangelho. A mensagem central evangélica é do amor e da
compaixão (Jo 3.16). Jonas foi enviado para uma cidade perversa, sanguinária,
cheia de toda a sorte de maldade. Mas havia uma advertência: falar somente o
que fosse ordenado pelo Senhor. Ele estava indo em nome de Deus e por isso só
poderia falar o que Senhor mandasse. Por isso, em assuntos espirituais, nunca
fale o que você acha ou pensa, mas fale o que for mandado por Deus, e
lembre-se: Deus nunca vai mandar você falar o que for contrário ao que já está
escrito na Palavra dEle.]
2. A estratégia do Pentecostes. Não foi sem motivo que Deus escolheu o Pentecostes para fundar a
sua Igreja. Nesse evento judaico tão importante, achavam-se em Jerusalém
israelitas de todas as partes do mundo (At 2.1-12). E, quando da descida do
Espírito Santo, eles ouviram as maravilhas de Deus em sua própria língua. Ao
retornarem aos seus lugares de origem, levaram a semente do Evangelho que, mais
tarde, germinaria congregações e igrejas. A Igreja pode aproveitar a realização
de eventos esportivos, artísticos e culturais para divulgar o Evangelho. Se
possível, deve montar uma equipe com falantes de outros idiomas para apresentar
o Evangelho aos representantes de outras nações. [Comentário: Em Pentecostes, esses judeus estrangeiros
haviam feito a peregrinação a Jerusalém para celebras a festa prescrita pela
lei mosaica, também conhecida como ‘festa das semanas’ ou ‘Dias dos primeiros
frutos’, uma celebração dos primeiros rebentos da colheita. A Lei exigia que os
homens judeus fossem a Jerusalém três vezes no ano para celebras a principais
festas (Dt 16.16): Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos. Enquanto todos os
apóstolos pregaram naquele dia (veja 2:4,7,15,37), temos o relato somente da
mensagem de Pedro - Ele explicou o sinal das línguas como cumprimento da
profecia de Joel (2.14-21). Baseando sua mensagem nas profecias do Velho
Testamento sobre o Cristo, Pedro pregou sobre a morte, ressurreição e ascensão
de Jesus (2.22-36). Ah se esse modelo fosse seguido! Como nossos púlpitos se
distanciaram desse modelo de sermão!]
3. A estratégia dos pioneiros. Orientados pelo Espírito Santo, Daniel Berg e Gunnar Vingren
escolheram a cidade de Belém, no Pará, como ponto de partida para a sua missão
no Brasil. Logo em sua chegada, em 19 de novembro de 1910, constataram que a
capital paraense era geograficamente estratégica para se alcançar o país em
todas as direções. Por isso, ore e estude detalhadamente a região que você quer alcançar. [Comentário: É
notório na história missiológica protestante no Brasil que enquanto as
denominações protestantes históricas começaram seu trabalho na região Sudeste
(congregacionais, presbiterianos, metodistas e salvacionistas), no Rio Grande
do Sul (luteranos e episcopais) e na Bahia (batistas), a Assembleia de Deus
começou no extremo Norte do país. Daniel Berg difundiu a mensagem pentecostal
conciliando o trabalho de colportagem (venda de Bíblias) e o evangelismo
pessoal de casa em casa, isso em obediência a uma expressa chamada de Deus.
Eles não sabiam falar a língua portuguesa, não tinham dinheiro, não podiam
contar com amigos nem instituições de apoio; em suma, não tinham nenhuma
garantia. Mas, com a ajuda de Deus, lançaram as bases do maior Movimento
Pentecostal do mundo e fundaram, em Belém, a Igreja-mãe das Assembleias de Deus
no Brasil. Não está relatado em nenhuma pesquisa acerca das origens das ADs no
Brasil que os pioneiros tenham ‘enxergado’ estrategicamente a cidade de Belém,
pelo contrário, é evidente que eles deram ouvidos ao Espírito Santo! Gunnar
Vingren, no livro Diário do Pioneiro, assim descreve a chegada: “Quatorze dias
após havermos saído de Nova Iorque, chegamos ao Pará. Era o dia 19 de novembro
de 1910. O navio ficou fora do porto, e uma pequena embarcação nos transportou
até o cais. (...) Quando desembarcamos, não havia ninguém para nos receber, mas
acompanhamos as pessoas que iam para a cidade e confiamos que o Senhor iria nos
guiar. (...) Chegamos a um parque e nos sentamos em um banco. Oramos a Deus, pedindo
a sua ajuda e direção.” Daniel Berg, no seu livro de memórias Enviado por Deus,
assim relata: “No dia 19 de novembro de 1910, avistamos a cidade de Belém, no
Estado do Pará. Estávamos ansiosos por conhecer a terra para a qual o Senhor
nos enviara. Todos os passageiros tinham pressa em desembarcar. Parentes e
amigos os esperavam no cais. Porém nós não tínhamos ninguém. (...) E começamos
a andar até alcançarmos o jardim de uma praça. Sentamo-nos em um banco e oramos
ao Senhor para que nos mostrasse o caminho que devíamos seguir. Começava a
escurecer.” Evidentemente, em um trabalho evangelístico, precisamos estabelecer
metas, estratégias e alvos, mas acima de qualquer coisa, devemos ouvir o
Espírito Santo.]
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Jonas tinha sido
enviado para pregar em Nínive, cidade assíria no início do século VIII a.C.,
descreveu-a como ‘uma grande cidade, de três dias de caminho’ (Jn 3.3). Através
desta declaração, é provável que o profeta desejasse dizer que seriam
necessários três dias para alcançar todas as partes da cidade, em sua missão e
pregação. Podemos julgar o tamanho de sua população através da declaração
expressa em Jonas 4.11. Alguns entendem que o Senhor Deus, ao se referir à
população inocente de Nínive, estaria mencionando todas as crianças
demasiadamente pequenas para saberem a diferença que existe entre a mão direita
e a esquerda, e que totalizavam 120.000 crianças; isto sugeriria uma população
total de aproximadamente 600.000 pessoas. Talvez Jonas estivesse pensando na
‘grande Nínive’, uma vez que todas as principais cidades frequentemente
consistiam de uma fortaleza murada com muitas outras vilas vizinhas
estendendo-se por muitos quilômetros, e que, na linguagem hebraica, era chamada
de cidade e suas aldeias (Js 15.45,47). Outros, entretanto, consideram essa
expressão de Jonas 4.11 como metafórica, e designando toda a população a quem
Deus entendia como tendo um conhecimento imperfeito do bem e do mal. Uma
população total de 120.000 pessoas está bem de acordo com o número registrado de
69.574 pessoas acomodadas em Calá, uma cidade com uma dimensão que correspondia
a menos da metade de Nínive em 879 a.C.” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009,
pp.1362,1363).
II. OS DESAFIOS DA EVANGELIZAÇÃO URBANA
Na evangelização urbana, há desafios e
imprevistos que podem ser convertidos em oportunidade.
1. Incredulidade e perseguição. Vivemos tempos trabalhosos, em que falsos obreiros
anunciam um falso evangelho. É preciso anunciar a Cristo com sabedoria, poder e
eficácia (2Tm 4.17). Nossa mensagem não pode ser confundida com a dos
mercenários e falsos profetas. A mensagem da cruz precisa ser pregada na
virtude do Espírito Santo (1Co 1.18). Diante das perseguições, não podemos
desistir ou nos calar. Jesus também foi perseguido em sua própria cidade, mas
levou a sua missão até o fim (Lc 4.28-30). [Comentário: Amados, não creiais em todo espírito,
mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm
levantado no mundo (1Jo 4.1). O motivo para provar todo espírito, é que
"muitos falsos profetas" se abrigarão na igreja. Isso acontecerá,
principalmente, pelo aumento da tolerância da igreja quanto a doutrinas
antibíblicas, perto do fim dos tempos (Mt 24.11; 1Tm 4.1; 2Tm 4.3,4; 2Pe
2.1,2). O cristão deve testar todos que, sendo cristãos professos, são mestres,
escritores, pregadores e profetas, e mesmo todo indivíduo que afirma que sua
obra ou mensagem provém do Espírito Santo. O crente nunca deve crer que certo
ministério ou experiência espiritual é de Deus, somente porque alguém afirma
isto. Além disso, nenhum ensinamento, nem doutrina, devem ser aceitos como
verdadeiros somente por causa de sucesso, milagres, ou unção aparente da pessoa
(Mt 7.22; 1Co 14.29; 2Ts 2.8-10; 2Jo 7; Ap 13.4; 16.14; 19.20). As Escrituras
destacam o fato de o Espírito Santo habitar no crente (1Co 6.19). É por meio do
Espírito Santo que podemos vencer o mal que há no mundo, inclusive o pecado,
Satanás, provações, tentações, tristezas, perseguições e falsos ensinos, e
podemos então vitoriosamente cumprir a vontade de Deus para a nossa vida e para
o progresso do Evangelho.]
2. Enfermos. As áreas urbanas acham-se tomadas de enfermos e
doentes terminais. No tempo de Jesus, não era diferente. Ao entrar em Jericó,
Ele deparou-se com um cego que lhe rogava por misericórdia (Lc 18.35). E, às
portas de Naim, encontrou o funeral do filho único de uma viúva (Lc 7.11-17).
Ungido pelo Espírito Santo, curou o primeiro e ressuscitou o segundo. A Igreja
deve desenvolver capelanias hospitalares, e visitar os enfermos e moribundos. [Comentário: “Capelania Hospitalar é uma prestação
de serviço religioso ministrado aos enfermos em hospitais da rede pública ou
privada, garantido por lei federal e leis estaduais, como previsto na
Constituição Brasileira de 1988, nos seguintes termos: "é assegurada, nos
termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva" (Constituição Federal art. 5º, VII)” http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452011000100023. A Capelania ganhou muita força
nestes últimos anos, principalmente no Brasil pelas Lideranças Evangélicas, já
que os hospitais, presídios, escolas, universidades e outras instituições vem
se preocupando com a qualidade no atendimento das pessoas com carências
espirituais, afetivas e emocionais, necessitando de uma pessoa de estimulo e
entusiasmo. Note que, Jesus em seu ministério terreno, desenvolveu eficazmente
o que chamamos hoje de Capelania. Nos Estados Unidos e outros países da Europa
onde se pratica a Capenlania o Evangelho cresce com muita eficácia.]
3. Endemoninhados. Quem se dedica à evangelização urbana deve estar
preparado, também, para casos difíceis de possessão demoníaca. Muitos são os
gadarenos espalhados pela cidade (Mt 8.28-34). Por isso, o evangelista precisa
orar, jejuar e ter uma vida santa (Mc 9.29). A igreja não pode fazer da
libertação dos oprimidos um espetáculo. Mas deve, no poder do Espírito Santo,
orar pelos enfermos e pelos cativos de Satanás (Mt 10.8). [Comentário: “E, chamando os seus doze
discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e
para curarem toda a enfermidade e todo o mal.” (Mt 10.1). Jesus deu aos
discípulos o poder sobre os demônios junto com o poder para curar toda
enfermidade e todo o mal. "E estes sinais seguirão aos que crerem: Em
meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas;" (Mc 16.17). É
mais que claro que aquele que acredita em Jesus verdadeiramente, esses sinais
ali descritos devem o acompanhar, não é opcional. Alguns acham complicado ver
uma pessoa possessa de demônios e colocar a mão sobre a cabeça dela e expulsar
o mal "no nome de Jesus", mas quem sai a campo anunciando as
boas-novas deve estar pronto para deparar-se com situações que exijam
libertação dos oprimidos, e aqui não há espaço para espetáculo. O endemoniado
Gadareno vivia entre os sepulcros, sem roupa e que estava possesso de demônios.
Homem este que nenhuma cadeia, corrente nem algemas o prendia. Mas ao encontrar
Jesus foi liberto e saiu dali para testemunhar para a sua família (Lc 8.26-36).
O liberto virou missionário!]
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, reproduza o quadro abaixo
para os alunos. Utilize-o para mostrar os números da urbanização. Aproveite a
oportunidade para conscientizar os alunos de que o número de pessoas que vivem
nas áreas urbanas vem crescendo consideravelmente. O grande desafio da Igreja é
alcançar as pessoas das áreas urbanas com o Evangelho. Enfatize também os
problemas decorrentes do grande número de pessoas vivendo nas cidades.
NÚMEROS DA URBANIZAÇÃO
|
Percentual de concentração urbana no mundo: cerca
de 45% da população vive em cidades.
|
Urbanização versus
cristãos: 62% de todos os cristãos – cerca de um bilhão de pessoas – vivem em
lugares urbanos.
|
Urbanização versus menos
evangelizados: 21% de todos os habitantes das regiões urbanas vivem nas
partes menos evangelizadas do mundo.
|
Consequência da urbanização:
|
1. Favelas: por volta do ano 2015, mais de um quarto da população
mundial será pobre e viverá em favelas nos países de terceiro mundo.
Cerca de 520 milhões são habitantes de favelas, um número que cresce
em torno de 70 milhões por ano.
2. Pobreza: Há cerca de 1,3 bilhão de pobres vivendo em áreas urbanas.
3. Crianças de rua: Há mais de 100 milhões, 25% das quais trabalham e
dormem nas ruas.
|
Extraído do
Guia Prático de Missões. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 51.
III. COMO FAZER EVANGELISMO URBANO
A evangelização urbana só será
bem-sucedida se tomarmos as seguintes providências: treinamento da equipe,
estabelecimento de postos-chave e acompanhamento do trabalho.
1. Treinamento da equipe. Antes de chegar à Macedônia, o apóstolo Paulo já
podia contar com uma equipe altamente qualificada, para implantar o Evangelho
na Europa. Primeiro, tomou consigo a Silas e, depois, o jovem Timóteo (At
15.40; 16.1,2). Acompanhava-os, também, Lucas, o médico amado (At 16.11). Com
este pequeno, mas operoso grupo, o apóstolo levou o Evangelho a Filipos, a
Tessalônica e a Bereia, até que a Palavra de Deus, por intermédio de outros
obreiros, chegasse à capital do Império Romano (At 16.12; 17.1,10). [Comentário: Antes de qualquer treinamento é
preciso a igreja conhecer o contexto urbano onde se localiza ou pretende
avançar. Saber quais os tipos de pessoas existentes na cidade. Quais as suas preferências
e necessidades básicas. Identificar os focos de convergência da juventude, pois
“Deus chama a igreja para o seu contexto particular, como um instrumento da sua
graça e salvação, desenvolvendo e realizando a missão como um processo criativo
e transformador”. Não há como evangelizar sem sentir que é necessário passar
pelas samarias atuais (Jo 4.1-30). Sabe-se que Evangelismo é a tarefa de
apresentar Cristo aos pecadores não remidos, individualmente, para que possam
serem salvos por Ele, e isto exige que tenhamos domínio da história da
Salvação; “Paulo foi um pregador fiel e relevante. Ele lia o texto e o povo.
Conhecia as Escrituras e a cultura. Jamais mudou a mensagem, mas sempre buscou
os melhores métodos para alcançar os melhores resultados. Por isso, fixou-se
nas cidades mais importantes do império, porque estava convencido de que a
partir dali, o evangelho poderia se espalhar para outros horizontes. Nas quatro
províncias que Paulo plantou igrejas, as províncias da Galácia, Macedônia,
Acaia e Ásia Menor, procurou sempre se estabelecer em lugares geográfica,
econômica e religiosamente importantes, pois sabia que as igrejas nessas
cidades tornar-se-iam multiplicadoras na evangelização mundial.http://hernandesdiaslopes.com.br/2011/08/as-estrategias-evangelisticas-de-paulo/#.V5gIphIszIU]”. Ainda é necessário dizer que, é dever do evangelista
Executar sua tarefa de pregar a todos quer ouçam, quer deixem de ouvir (Ez
2.7). ]
2. Estabelecimento de postos-chave. Sempre que chegava a uma cidade gentia, Paulo
buscava uma sinagoga, de onde iniciava a proclamação do Evangelho (At 17.1-3).
Embora o apóstolo, na maioria das vezes, fosse rejeitado pela comunidade
judaica, a partir daí expandia sua ação evangelística urbana até alcançar os
gentios. É necessário que sejam encontrados postos principais para a
evangelização urbana. Pode ser a casa de um crente, ou a de alguém que está se
abrindo à Palavra de Deus (At 16.15). Na evangelização, as bases são muito
importantes. [Comentário: Neste caso, Jesus conhecia o contexto
da cidade de Sicar. Ele conhecia o modo de vida desse povo. Foi em razão disso
que em sua conversa com a Samaritana, ele quer usar o método indutivo, ou seja,
ele começou a conversação partindo do particular para o geral - do problema
pessoal para a solução. Os argumentos usados por ele foram tão convincentes que
a mulher abriu-lhe o coração: “vai, chama o teu marido e vem cá. A mulher respondeu:
não tenho marido. Disse-lhe Jesus: disseste bem: Não tenho marido, porque
tiveste cinco e o que tens agora não é o teu marido”, (vv. 18 e 19). Paulo
estabelecia suas bases evangelística para a partir delas, avançar com o
Evangelho, e isso fez dele o maior missionário da história da Igreja. Sempre
que Paulo chegava em uma cidade, procurava ali uma sinagoga. Sabia que nesse
ambiente religioso, judeus e pessoas tementes a Deus se reuniam para estudar a
lei e orar. Seu propósito era argumentar com essas pessoas, a partir do Antigo
Testamento, que Jesus é o Messias, o Salvador do mundo. Paulo sempre aproveitou
os lugares seculares para alcançar as pessoas não religiosas. Tanto em Corinto
como em Éfeso, Paulo lançou mão desse recurso. Não podemos limitar o ensino da
Palavra de Deus apenas aos locais religiosos. Em Corinto Paulo ensinou na casa
de Tício Justo e em Éfeso, na escola de Tirano. Paulo ia ao encontro das
pessoas, onde elas estavam. Era um evangelista que tinha cheiro de gente.
Estava nas ruas, nas praças, nas escolas. Era um pregador fora dos portões.
Ainda hoje podemos e devemos usar esses recursos. Podemos e devemos plantar
igrejas, usando espaços neutros, como fábricas, escolas e hotéis. Muitas
pessoas que, ainda hoje, encontram resistência para entrar num lugar religioso
não oferecem qualquer resistência para ir a um lugar neutro. http://hernandesdiaslopes.com.br/2011/08/as-estrategias-evangelisticas-de-paulo/#.V5gIphIszIU]
3. Acompanhamento do trabalho. Procure estar atento à nova frente evangelística.
Ao partir para uma nova área urbana, alguém deve ser deixado como responsável
para cuidar dos novos convertidos que foram alcançados, como fazia o apóstolo
Paulo (At 17.14). E, periodicamente, devem haver visitas até que amadureçam o
suficiente para caminhar por si próprias (At 18.23). Não descuide do trabalho
de discipulado. Fortaleça-os na fé, na graça e no conhecimento da Palavra de
Deus. Quem se põe a evangelizar as áreas urbanas deve estar sempre atento. Por
isso mesmo, tenha uma equipe amorosa, competente e disponível. [Comentário: Paulo ensinava publicamente e também
de casa em casa, testemunhando tanto a judeus como a gregos o arrependimento e
a fé em Cristo Jesus. Paulo era um evangelista e um mestre. O lar sempre foi um
lugar estratégico para o crescimento da igreja. O apóstolo Paulo, mais do que
qualquer outro, observou a necessidade de não apenas evangelizar, mas plantar
igrejas locais que vivam Cristo e falem do Seu Nome. Paulo usa as expressões
plantar (1Co 3.6-9; 9.7,10,11), lançar alicerces (Rm 1.20, 1 Co 3.10) e dar a
luz (1 Co 4.15) ao se referir ao plantio de igrejas. No modelo paulino de
plantio de igrejas, podemos observar que as principais estratégias utilizadas
foram:
- Introduzir-se na
sociedade local, a partir de uma pessoa receptiva, de ou um grupo aberto a
recebê-lo e ouvi-lo;
- Identificar ali o
melhor ambiente para a pregação do Evangelho, seja público, como uma praça, ou
privado como um lar;
- Evangelizar de forma
abundante e intencional, a partir da Criação ou da Promessa, e sempre
desembocando em Cristo, sua cruz e ressurreição;
- Expor a Palavra,
sobretudo ela. Expor de tal forma que seja ela inteligível e aplicável para
quem ouve;
- Testemunhar do que
Cristo fez em sua vida;
- Incorporar
rapidamente os novos convertidos à igreja, à comunhão dos santos, seja em uma
casa, ou um agrupamento maior;
- Identificar líderes
em potencial e investir neles, seja face a face, ou por cartas;
- Não se distanciar
demais das igrejas plantadas, visitando-as e se comunicando com as mesmas,
investindo no ensino das Escrituras;
- Orar pelos irmãos,
pelas igrejas plantadas e pelos gentios ainda sem Cristo, levando as igrejas
também a orar;
- Administrar as
críticas e competitividade, sem permitir que tais atos lhe retirem do foco evangelístico;
- Utilizar a força
leiga e local para o enraizamento e serviço da igreja;
- Investir no ardor
missionário e responsabilidade evangelística das igrejas plantadas.]
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor utilize o quadro para
mostrar alguns passos que precisamos dar para evangelizar as cidades. Peça que
os alunos também sugiram ações, completando assim o quadro. Enfatize também os
vários tipos de evangelismo que podem ser realizados.
1. Oração e jejum em favor da cidade que se quer
alcançar.
2. Estabelecer metas em relação à cidade que se quer
alcançar.
3. Curso básico de evangelismo pessoal, preparando
as pessoas para apresentar o plano da salvação.
4. Mapear as áreas da cidade, ruas, becos, vielas
que se quer alcançar.
5. Providenciar material evangelístico (folhetos,
Bíblias, revistas, etc.).
6. Distribuir as equipes por faixa etária que se
pretende alcançar (crianças, jovens, adultos, idosos).
7. Atrações especiais (louvor, encenação, etc.).
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CONCLUSÃO
A evangelização urbana é o grande
desafio do século 21. As cidades tornam-se cada vez maiores e mais complexas,
exigindo da Igreja de Cristo ações específicas, personalizadas e efetivas. Se,
por um lado, lidamos com as massas, por outro lado, temos de tratar
particularmente com cada pessoa, para que todos venham a ter um encontro
pessoal com Deus.
Seguindo o exemplo de Jesus e de Paulo,
façamos da evangelização urbana a base para alcançarmos os confins da Terra. As
cidades são estratégicas na proclamação mundial do Evangelho. [Comentário: A igreja está inserida na sociedade,
com ela se relaciona direta e diariamente e nesse contexto, a missiologia está
sempre presente, levando os crentes a atuarem de modo a obedecer à Grande
Comissão. A força atual da igreja só será medida quando se puser em prática a
missiologia urbana, com todos os elementos que ela supõe. Devemos realizar as
missões urbanas buscando a restauração da imagem de Deus na vida dos
descrentes. Devemos ir em busca de todos, sem nos esquecer dos marginalizados e
inconvenientes, como o homem gadareno (Mt 22). Estes serão alcançados pela
igreja fiel nessa tarefa missionária. Empenhemo-nos por ver toda a igreja, a
noiva de Cristo, completamente reunida para as bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9).] “NaquEle que me garante: "Pela
graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus"
(Ef 2.8)”.
Francisco
Barbosa
Disponível
no blog: auxilioebd.blogspot.com.br