SUBSÍDIO I
O obstáculo à mensagem da Graça
de Deus
Um dos
maiores obstáculos sobre o ensino do apóstolo Paulo quanto à maravilhosa
graça de Deus é a confusão feita com o Antinomismo. O prezado
professor já deve ter se inteirado das implicações imorais que
o Antinomismo traz às vidas das pessoas. A ideia do Antinomismo é
promover a extinção de quaisquer espécies de preceitos morais em forma de
lei a ser seguida. De modo que se qualquer cristão exigir o mínimo de
um comportamento moral do outro, logo ele será denominado moralista,
no sentido mais pejorativo do termo.
É claro que
o apóstolo Paulo não estava ensinando no capítulo 6 a extinção de
quaisquer aspectos de ordem moral. Quem criou essa confusão foram os
intérpretes de Paulo, mais vinculados as doutrinas do Gnosticismo, ao
ponto de defenderem a estapafúrdia ideia de que quanto mais o crente pecar
mais a graça o alcançará, uma interpretação transloucada de Romanos
5.20b: Mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça.
A analogia entre Adão e Cristo
Ora, qualquer estudante sério das Escrituras sabe que o versículo acima é a culminação da analogia de que o apóstolo faz entre Cristo e Adão (de acordo com o que estudamos na lição 4. Bem como explicou o erudito John Murray, a entrada e a universalidade totalitária do pecado neste mundo, bem como o juízo e a morte, estão ambos vinculados à pessoa de Adão (onde o pecado superabundou). Entretanto, a entrada da justiça divina, o predomínio da graça, da justificação, retidão e da verdadeira vida estão ligadas a Jesus Cristo (onde superabundou a graça). Neste aspecto, o apóstolo quer mostrar que a história da humanidade gira em torno desses dois eixos, Adão e Jesus.
A doutrina
da maravilhosa graça de Deus nos mostrará que o homem dominado pelo pecado
só pode ser livre desse domínio pela graça divina. Neste sentido, ela
é libertadora, pois livra o ser humano do senhorio do mal; ela é vida,
pois destrói o reinado da morte ela é eterna, pois faz o ser humano
levantar-se da morte para a vida plena. O ser humano nascido de novo
tem gerado dentro dele uma nova consciência que, mesmo quem não
conheceu a Lei de Moisés, manifesta a ética e o comportamento baseado no
Amor de Deus de maneira consciente e sincera (Gl 5.22-24). Ou seja,
o Espírito Santo é quem convenceu este ser humano do pecado, da
justiça e do juízo (Jo 16.8-11). Por isso, a graça é maravilhosa.
Fonte: Revista Ensinador
Cristão, Ano 17 - nº 66 – abr/mai/jun de 2016.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Em Tt. 2.11 Paulo
escreve que “a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os
homens”. Diante de tudo que estudamos até agora, vemos que não há escapatória
para a humanidade a não ser através do caminho que Deus mesmo preparou (Jo.
14.6; At. 4.12). Esse é um caminho de graça, isto é, não decorre do merecimento
humano. A maravilhosa graça de Deus é um dos temas centrais do evangelho,
cantada em hinos antológicos e rimada em poesias sublimes.
1. COMPREENDENDO
A GRAÇA
A definição de graça, de acordo com o próprio apóstolo Paulo se encontra
em Rm. 11.6: “Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a
graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra
maneira a obra já não é obra”. A palavra graça, no sentido paulino, se refere a
uma atitude da parte do próprio Deus que provem inteiramente dEle e que não
está condicionada a qualquer objeto de Seu favor. É o que constatamos ao
ler Rm. 4.4 “Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo
a graça, mas segundo a dívida”. Se a salvação é dada com base no que o homem
fez, então, a salvação dada por Deus seria o pagamento de uma dívida, mas
quando a fé é computada para justiça não há qualquer mérito da parte do homem,
pois ele obtém algo que não merece. É válido destacar aqui que a fé não pode
ser categorizada como obra, pois o valor da fé não reside nela mesma, mas
exclusivamente em seu objeto: Jesus Cristo. A fé, como bem explicita John
Stott, é “o olho que o contempla, a mão que recebe a sua dádiva divina, a boca
que bebe da água da vida” (p.134). Como bem conclui Hooker, “Deus justifica o
que crê – não por causa do valor de sua crença, mas por causa do valor daquele
em que ele creu”. Seguindo o argumento de Paulo, entendemos que ‘graça’, charis
no grego, é antônima de ‘obras’ ou de ‘lei’ e tem relação especial com a culpa
do pecado (Rm. 5.20; 6.1) e, de alguma forma, esta correlacionada com
‘misericórdia’. Em sua misericórdia Deus deixa de nos dar aquilo que merecemos,
mas em sua graça Ele nos dá aquilo que não merecemos. Nos escritos não
paulinos, essa definição é também adotada em textos como Jo. 1.17; At. 15.11 e
Hb. 13.9. Contudo, existe uma possibilidade de perversão dessa definição em
direção ao antinomianismo e que é objeto de discussão de Judas (v. 4).
2. A
CONTESTAÇÃO DA GRAÇA DIVINA
A doutrina da graça foi fundamental para o
desenvolvimento da teologia protestante, contudo, faz-se necessário ter uma
noção equilibrada para evitar os extremos tanto do legalismo quanto do
antinomianismo.
2.1 Legalismo - Um legalista, de acordo com a definição dicionarizada, é uma pessoa que
pensa que pode obter a aprovação de Deus pela conformidade exterior a uma lista
de regras e que minimiza a importância dos motivos, da obra de Cristo, da fé e
do papel do Espírito Santo na vida cotidiana. Na epístola que Paulo escreveu
aos Gálatas ele mostra que o legalismo é uma deturpação do evangelho de Cristo
(Gl. 1.7; 3.1-3). A causa dessa deturpação é que, para o legalista, a salvação
pode ser obtida através de méritos humanos e não através da graça, por meio da
fé, conforme está escrito em Ef. 2.8,9. As práticas legalistas, na verdade,
“alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em
disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da
carne” (Cl. 2.23).
2.2 Antinomianismo
- Por
outro lado, o antinomianista, isto é, aquele que se opõe a qualquer tipo de
regra, defende que, uma vez salvo, nada mais o homem tem a fazer. Essa também
é outra deturpação do evangelho, pois, no próprio versículo 10, de Ef. 2
diz o mesmo Paulo “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as
boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”. Somos salvos
pela graça, por meio da fé, mas para andarmos no Espírito, produzindo, por
conseguinte, o Seu fruto, que é: “amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei” (Gl.
5.22,23).
3. OS
RELACIONAMENTOS DA GRAÇA
Em Tt.
2.11-14 Paulo nos ensina que a graça de Deus, há muito oculta nos conselhos
amorosos de Deus (Cl. 1.26; II Tm. 1.9,10), se há manifestada em Cristo, o
Verbo que se fez carne (Jo. 1.1,14), por isso, a todos os homens deve ser
pregado esse evangelho (Mc. 16.15), pois Deus não deseja que nenhum deles se
perca, mas que todos venham ao conhecimento da verdade (I Tm. 2.4). A
manifestação da graça de Deus, porém, não deve dar ocasião à carne (Gl. 5.13),
por isso, somos instruídos a renunciar, pois o discipulado cristão pressupõe a
renúncia (Lc. 9.23): 1) à impiedade, que, no grego, é asebeia e significa “falta de reverência a
Deus”, cujo antídoto é o exercício da piedade (I Tm. 4.7,8) e 2) às
concupiscências mundanas ou, mais explicitamente, aos desejos desenfreados
pelas coisas do mundo (I Jo. 2.15-17; 5.19), alto que somente pode se realizar
se andarmos em Espírito (Gl. 5.16). Assim, poderemos viver, neste presente
século, sóbria, justa e piamente. Esse modo de viver cristão tem, portanto, uma
perspectiva escatológica, “aguardando a bem-aventurada esperança e o
aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo” (v. 13).
Essa é a graça maravilhosa de Deus, que liberta o pecador (Rm. 6.14),
desfazendo os domínios do pecado, dando ao ser humano a verdadeira liberdade em
Cristo. Uma liberdade que vai além das dimensões morais, mas que é concretizada
pela ética genuinamente cristã, respaldada pelo amor-agape. É nesse contexto
que a graça não é barata, como dizia Bonhoeffer, antes preciosa, pois coloca o
ser humano em outra posição espiritual, que o transforma de dentro para fora. Somente
assim é possível alcançar a santificação, o moralismo farisaico é incapaz de
modificar a pessoa humana. É Cristo, pelo poder do Espírito Santo, que torna os
santos santos. Isto é, tira-os da condição de meros santos posicionais, para
serem transformados em santos aperfeiçoados, progressivamente.
CONCLUSÃO
A graça de Deus, em Jesus
Cristo, nos alcançou dando-nos o que não merecíamos: a justificação através do
derramamento do Seu sangue na cruz do calvário. Como resultado desse exclusivo
de Deus, o qual respondemos por meio da fé, somos chamados não à prática
legalista ou antinomianista, mas a vivemos a liberdade em amor que Cristo nos
Deus. Essa liberdade não deve dar ocasião à carne, mas a uma vida sóbria, justa
e piedosa, aguardando a volta gloriosa do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Prof. Ev. José
Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog
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COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
O capítulo cinco da Epístola aos
Romanos mostra o triunfo da graça sobre o pecado. Paulo já havia falado a
respeito da justificação, mas o que significava isso na prática? Que
implicações teria na vida dos crentes? O apóstolo não procurou filosofar a
respeito da origem do pecado e suas consequências. Ele buscou mostrar, de forma
clara, como Deus resolveu essa questão. A graça de Deus nos justificou,
abolindo o domínio do pecado e fazendo-nos viver livres em Cristo. [Comentário: Temos visto até agora que há homens que, por
causa da queda em Adão permanecem sob condenação e em inimizade com Deus, e
homens que, pela redenção em Cristo, o ‘último Adão’, estão justificados e em
paz com Deus. Para demonstrar a consistência de sua tese, Paulo retroage no
tempo e demonstra onde e como se deu a condenação de todos os homens,
contrastando com a redenção em Cristo (Rm 5.12 -21). Paulo demonstrou que Adão
e Cristo constituem-se 'os cabeças' de duas famílias distintas. Este trouxe à
vida (existência) os filhos de Deus, e àquele traz à existência na condição de
mortos e em inimizade com Deus os filhos da ira, filhos da desobediência,
filhos do diabo, ou filhos de Adão (Rm 5.15-19). O Capítulo 6 é iniciado com um
esclarecimento acerca do capítulo 5.20-21, de que o aumento do pecado aumentava
a graça; Alguns poderiam alegar que, se, através do pecado, estavam
proporcionando uma oportunidade a Deus para apresentar a grandiosidade de sua
graça, com isso, eles poderiam pecar mais e mais. Paulo, então, diz que a ideia
de um cristão continuar no pecado é totalmente contrária ao evangelho. O pecado
é abominável e destrutivo, e aqueles que estão mortos para o pecado e o poder
governante do pecado nunca mais deveriam querer viver nele.] Dito isto,
vamos pensar maduramente a fé cristã?
I. OS INIMIGOS DA GRAÇA
1. Antinomismo. Paulo percebeu que a sua argumentação a respeito
da graça poderia gerar um mal-entendido. Por isso, tratou logo de esclarecer o
seu pensamento a respeito do assunto. Usando o método de diatribe, ele dialoga
com um interlocutor imaginário, procurando explicar de forma clara o seu
argumento. Paulo já havia dito que onde o pecado abundou, superabundou a graça
(Rm 5.20). Tal argumento seria uma afirmação ao estilo dos antinomistas, pois
estes acreditavam que podemos viver sem regras ou princípios morais. [Comentário: Após demonstrar que 'onde o pecado abundou,
superabundou a graça', Paulo antecipa-se àqueles que poderiam argumentar que
permaneceriam no pecado visando aumentar a graça. 'Que diremos...', ou seja,
qual deve ser o entendimento do cristão? Permanecer no pecado (em Adão), para
que a graça aumente? Não! Este não deve ser o entendimento do cristão. O
argumento dos críticos seria esse: se Deus justifica o pecador pela graça,
quanto mais pecado se tiver, maior a graça da justificação. Como o pecador é
visto por Deus como justo após a justificação, o pecado deixa de ser um
problema, não podendo haver mais castigo. Ou seja, segundo os críticos de
Paulo, a justificação incentivaria o pecado antes e depois da salvação. Paulo
diz que não é porque a graça superabundou onde o pecado abundou que o
comportamento do cristão deva ser de devassidão. O pecado reinou pela morte
(pena decorrente da transgressão de Adão), e a lei somente fomentou a ofensa (
Rm 5:20 ). Mas, a graça de Deus se há manifestado para que, da mesma forma que
o pecado reinou por meio da natureza decaída do homem (carne) e em obediência
as suas concupiscências (conduta aquém da lei de Deus), a graça também reine
pela justiça através da nova natureza (espiritual) e em obediência à justiça
(conduta segundo a lei da liberdade).]
2. Paulo não aceita e não
confirma o antinomismo. No
antinomismo não há normas. Os que erroneamente aceitavam tal pensamento
acreditavam que quanto mais pecarmos mais graça receberemos. Em outras
palavras, a graça não impõe limite algum. Antevendo esse entendimento
equivocado, o apóstolo pergunta: "Que diremos, pois? Permaneceremos no
pecado, para que a graça seja mais abundante?" (Rm 6.1). A resposta é não!
A graça não deve servir de desculpa para o pecado. Infelizmente, o antinomismo
tem ganhado força em nossa sociedade, passando a ser socialmente aceito até
mesmo dentro das igrejas evangélicas. Esta é uma doutrina venenosa, que
erroneamente faz com que a graça de Deus pareça validar todo tipo de
comportamento contrário à Palavra de Deus. Em geral, tal pensamento vem
"vestido" de uma roupagem espiritual, porém o antinomista costuma ser
relativista quando se utiliza da expressão "não tem nada a ver". [Comentário: Colocando em outras palavras, se Deus nos
aceita como somos, não seria lógico pensar que isso nos daria liberdade para
viver como quisermos? Essa dúvida pode estar correndo na mente de algumas
pessoas também em nossos dias. Para os leitores da carta que argumentassem que
permaneceriam no pecado para que a graça aumentasse, Paulo demonstra que quem
assim pensa desconhece o real significado do batismo. Tanto Paulo quanto os
leitores da sua carta havia sido batizados na morte de Cristo por meio da fé
"...fomos batizados em Jesus...", ou seja, todos os que creem são
batizado na morte de Cristo Jesus "...um morreu por todos, logo todos
morreram" ( 2Co 5.14 ). Se todos morreram porque Cristo morreu, isto
demonstra que 'de uma vez morreram para o pecado' conforme Paulo demonstra no
verso 10. De uma ou de outra forma, o que está sendo esquecido é que a
justificação é imediatamente seguida pela santificação. Esta é uma operação de
Deus que começa no momento da nossa salvação e continua por toda nossa vida na
terra, até o momento em que formos morar com Deus. É um crescimento contínuo em
direção do alvo que é a estatura do varão perfeito — Cristo.]
3. Legalismo. Em Romanos 6.15, o apóstolo tem em mente o judeu
legalista, quando pergunta: "Pois quê? Pecaremos porque não estamos
debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum!" A doutrina da
justificação pela fé, independentemente das obras da lei, levaria o legalista a
argumentar que Paulo estaria ensinando que, em virtude de não estarmos mais
debaixo da lei, então não há mais obrigação alguma com o viver santo. Nesse
caso, não haveria mais nenhuma barreira de contenção contra o pecado. Na mente
do legalista, somente a lei de Moisés era o instrumento adequado para agradar a
Deus. Isso justifica as dezenas, e às vezes, centenas de preceitos que o
judaísmo associou com o Decálogo. Os legalistas criaram como desdobramento da
lei 613 preceitos. A teologia de Paulo irá ensinar que mesmo não estando mais
debaixo da lei, o cristão não ficou sem parâmetros espirituais. Pelo contrário,
agora que ele tem a vida de Jesus Cristo dentro de si, está capacitado a
agradar a Deus, mesmo sem se submeter à letra da Lei de Moisés. [Comentário: Após apresentar Adão e Cristo, o pecado e a
graça no capítulo anterior (Rm 5.12-21), neste capítulo, a primeira referência
à lei encontra-se no verso 15. Através deste versículo Paulo demonstra que a
ausência da lei não determina a condição de submissão ao pecado, e sim o fato
de o homem ter herdado de Adão tal condição. Antes mesmo de ser instituída a
lei, já estava o pecado no mundo (Rm 5.13), o que demonstra que a abundante
graça de Deus promove a justificação de vida (Rm 5.18), em contraste à
condenação herdada de Adão. Muitos entendem que neste versículo (v. 15) Paulo
está perguntado aos seus leitores se é pertinente aos cristãos permanecerem em
uma vida de devassidão simplesmente por não terem o freio da lei, uma vez que
agora estão na graça. Mas, não é esta a colocação do apóstolo. É preciso
considerar a primeira pergunta: "Pois que?", que introduz os
elementos necessário à compreensão do leitor, quando ler a conclusão: "De
modo nenhum". A argumentação apresentada no verso 2 é complementada
através deste verso e apresenta a mesma colocação de João e uma de suas cartas:
"Qualquer que permanece nele não peca (...) Qualquer que é nascido de
Deus não comente pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar,
porque é nascido de Deus" (1Jo 3.6-9). Sem esquecer que os argumentos
deste capítulo fundamenta-se no capítulo 5, do verso 12 ao 21, João apresenta
uma figura que ilustra a condição daquele que á nascido de Deus, ou seja, é uma
planta plantada por Deus "Ele, porém, respondendo, disse: Toda a
planta, que meu Pai celestial não plantou, será arrancada" ( Mt 15:13
). João apresenta o motivo pelo qual o homem nascido de Deus não peca: porque a
semente de Deus permanece nele, ou seja, o que determina o tipo de uma planta é
a semente. A bíblia apresenta dois tipos de sementes: a corruptível e a
incorruptível. Está é a palavra de Deus e aquela refere-se a semente
corruptível de Adão, por quem todos os homens pecaram e foram destituídos da
glória de Deus por causa da semente de Adão. Sabemos que uma planta não pode
produzir dois tipos de frutos, e nesta ilustração, verifica-se que a planta
plantada pelo Pai só pode produzir segundo a semente planta. É um contra senso
considerar que a planta que o Pai plantou possa produzir dois tipos de frutos:
o bem e o mau. Uma vez que os cristãos já morreram com Cristo e a ressurreição
é na semelhança da ressurreição de Cristo, segue-se que aqueles que morrem
juntamente com Cristo, de uma vez por todas morrem para o pecado, já que tanto
Cristo como os cristãos passaram a viver para Deus por intermédio da
ressurreição. Desta forma os cristãos estão assentados nas regiões celestiais
em Cristo, por causa da nova condição do homem espiritual gerado em Cristo (v.
10).]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"[...] É preciso compreender
e comparar dois aspectos da salvação, que são: o aspecto legal e o aspecto
ético e moral No aspecto legal está a justificação, que trata da quitação da
pena do pecado, Significa que a exigência da Lei foi cumprida» Porém, no
aspecto moral, está a santificação que trata da vivência cotidiana após a
justificação, Como compreender então a relação entre a justificação e a
santificação?
Em primeiro lugar, a santificação
trata do nosso estado, assim como a justificação trata da nossa posição em
Cristo. Observe isto: Na justificação somos declarados justos. Na santificação
nos tornamos justos. A justificação é a obra que Deus faz por nós como
pecadores. A santificação diz respeito ao que Deus faz em nós. Pela
justificação somos colocados numa correta e legal relação com Deus. Na
santificação aparecem os frutos dessa relação com Deus. Pela justificação nos é
outorgada a segurança. ela santificação nos é outorgada
a confiança na segurança. Em segundo lugar, a santificação envolve, também, o
aspecto posicional. Na justificação o crente é visto em posição legal por causa
do cumprimento da Lei, na santificação o crente é visto em posição moral e
espiritual. Posicionalmente, o crente é visto nesses dois aspectos abordados
que são: o legal e o moral Legalmente, ele se torna justo pela obra
justificadora de Jesus Cristo. Moralmente, ele se torna santo por obra do
Espírito Santo [CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.73,74].
II. A VITÓRIA DA GRAÇA
1. A graça destrói o domínio do
pecado. Para Paulo, o pecado era como
um tirano impiedoso que não poupava seus súditos. Ele reinou desde que entrou
no mundo e seu domínio parecia não ser ameaçado. O pecado dominou os que não
estavam debaixo da Lei e dominou também os que estavam sob sua égide. Não havia
escapatória. Por causa do "velho homem", uma expressão que para Paulo
é sinônimo de natureza caída e pecaminosa, que esse iníquo tirano conseguia
reinar. Como se libertar, então, desse tirano? Paulo mostra que a solução de
Deus foi aquilo que lhe servia de base de sustentação, o corpo do pecado:
"Sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o
corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado"
(Rm 6.6). O "corpo do pecado" significa mais do que simplesmente o
corpo físico, mas o corpo como algo que instrumentaliza o pecado e que
precisava ser destruído. A palavra grega katargeo, traduzida em Romanos 6.6
como destruído, possui o sentido de destronado ou tornado inoperante. Foi,
portanto, através da cruz de Cristo que esse tirano foi destronado e teve seu
domínio desfeito. A graça de Deus triunfou sobre o pecado. Glória a Deus pelo
seu dom inefável (l Co 9.15). [Comentário: “Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado,
para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado”
(v. 6). Se o “velho homem” abrange a vida antes da conversão, inclui também
muito mais, e deveria ser interpretado à luz de 5.12-21, dando a entender tudo
quanto éramos em nossa união com Adão. Devemos pensar que tudo isso foi
encravado na cruz para morrer. Não há como um cristão dizer que permanecerá no
pecado com a ideia de que aumentará a graça de Deus, visto que:
ü O velho homem (nosso) foi crucificado com Cristo;
ü O corpo do pecado (carne) é desfeito, e;
ü Não serve mais ao pecado.
Como seria possível a alguém que
crê em Cristo permanecer no pecado, visto que os que creem são crucificados com
Cristo e tiveram o corpo do pecado desfeito? Se o corpo do pecado foi desfeito,
como viver ou andar no pecado? O crente é crucificado e sepultado com Cristo
para que não mais sirva ao pecado, e segundo este saber, as possíveis
argumentações do verso 1 são inconsistentes.]
2. A graça destrói o reinado da
morte. O apóstolo mostra que o
reinado do pecado e seu domínio caracterizaram-se pela morte. "Porque o
salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por
Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 6.23). Não há lugar nesse mundo onde não
se sinta as consequências do pecado. [Comentário: A união com Cristo em sua morte não destrói o nosso corpo como
tal, mas põe fim ao papel do corpo como o instrumento inescapável do pecado,
destruindo o reino do pecado no corpo. Os corpos dos crentes são agora
dedicados a Cristo e produzem fruto santo em seu serviço (6.13,22; 7.4; 12.1).
Não somos mais “escravos do pecado” visto que a vida no corpo, dominada pelo
desejo ardente de pecar, cedeu lugar à vida no corpo, dominada pela paixão pela
justiça e pela santidade (v.18). O tríplice contraste do salário do pecado e da
morte com o dom, Deus e a vida eterna leva o argumento de Paulo a um enfoque
memorável. No entender de Paulo, os cristãos não podem mais viver no pecado porque
morreram para o pecado. Foram identificados por Deus na morte de Cristo.
Morreram “com” Cristo e ressuscitaram “para” Deus.]
3. A graça e os efeitos do
pecado. Os efeitos do pecado podem ser
vistos por toda parte. Podemos vê-los nas catástrofes naturais, nas guerras,
homicídios, estupros e abortos. O pecado traz a marca da morte. Tanto a morte
física, como a morte espiritual, o afastamento de Deus, são consequências do
pecado. Nada podia destruir esse domínio tenebroso do pecado e fazer parar seus
efeitos. Todavia, Paulo mostra que a Graça de Deus invadiu o domínio do pecado
e destruiu seu principal trunfo — o poder sobre a morte. A graça de Deus,
presente na ressurreição do Senhor Jesus, destruiu o poder sobre a morte física
e essa mesma graça, quando nos reconcilia com Deus, destrói o poder da morte
espiritual. [Comentário: Após saber ou conhecer que Cristo ressurgiu
dentre os mortos e que a morte não tem domínio sobre Ele, resta que o pecado
não tem domínio sobre os cristãos, uma vez que ressurgiram com Cristo (v. 9)
"Portanto, se fostes ressuscitados com Cristo..." (Cl 3.1). O fato de
os cristãos terem sido batizados com Cristo na sua morte, e ressurgido dentre os mortos para a glória do Pai (v. 4), tirou-os da condição de sujeição a lei,
para estabelecê-los debaixo da graça de Deus. A premissa é: o pecado não tem
domínio sobre o cristão. Mas, tal premissa é introduzida por um operador e
conectivo argumentativo: porque - conjunção coordenativa explicativa. Ou seja,
a premissa (o pecado não terá domínio sobre vós) do verso 14 é introduzida como
uma explicação sobre porque o cristão deve considerar-se morto para o pecado e
vivo para Deus.]
SUBSÍDIO DIDÁTICO
No segundo tópico estudamos a
respeito de dois inimigos da graça; o antinomismo e o legalismo. Se desejar,
leia para os alunos a seção "Conheça Mais" que apresenta uma
definição para o termo. Quando ao legalismo, se desejar leia o subsídio abaixo
a fim de que os alunos compreendam o termo.
[Do lat legale + ísmo] Tendência
a se reduzir a fé cristã aos aspectos puramente materiais e formais das
observâncias, práticas e obrigações eclesiásticas.
No Novo Testamento, o legalismo
foi introduzido na Igreja Cristã pelos crentes oriundos do judaísmo que,
interpretando erroneamente o Evangelho de Cristo, forçavam os gentios a
guardarem a Lei de Moisés.
Contra o legalismo, insurgiu-se
Paulo. Em suas epístolas aos gálatas e aos romanos, o apóstolo deixou bem claro
que o homem é salvo unicamente peia fé em Cristo Jesus, e não pelas obras da
Lei (ANDRADE, Claudionor Corrêa de Andrade. Dicionário Teológico* 17.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2008, p.251).
III. OS FRUTOS DA GRAÇA
1. A graça liberta. A graça é libertadora (Rm 6.14) e produz frutos
para a nossa santificação: "Mas, agora, libertados do pecado e feitos
servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida
eterna" (Rm 6.22). Somente a graça seria capaz de desfazer o domínio do
pecado. A Bíblia afirma que quem comete pecado é escravo do pecado (Jo 8.34). E
mais, o escravo não possuía domínio sobre o seu arbítrio. Essa situação mudou
quando a graça, revelada na pessoa de Jesus Cristo, entrou na história e desfez
o domínio do pecado. Paulo afirmou que o "pecado não terá domínio sobre
nós". Somos livres em Cristo. Essa liberdade é uma realidade na vida do
crente: "Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou e
não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão" (Gl 5.1). [Comentário: “o pecado
não terá domínio sobre vos” (v. 14), temos aqui uma declaração indicativa,
uma promessa, e não um imperativo ou uma exortação. Paulo usa a analogia humana
de escravidão ao apelar para a santidade, lembrando o contraste entre a antiga
vida pecaminosa e a nova vida regenerada. A frase 'De nenhum modo' pede uma
explicação da parte do apóstolo sobre a impossibilidade de o homem pecar quando
alcançado pela graça. Tal explicação advém de elementos pertinente à figura do
escavo, que é introduzida através da argumentação seguinte "Não sabeis
vós...?". Não sabeis vós que é impossível servir a dois senhores? Não
sabeis vós que a árvore só produz fruto segundo a sua espécie? Ou não sabeis
que um fonte não pode jorrar água doce e salgada? (Tg 3.12). Todas estas
figuras complementam-se e apontam para os elementos apresentados por Cristo
acerca das duas portas e dos dois caminhos. Como o homem apresenta-se como
servo para obedecer ao seu senhor (...a quem vos apresentardes por servos...)?
Ou seja, como o homem passa a condição de servo daquele a quem ele obedece
(pecado ou obediência)? A bíblia é clara sobre este aspecto. Todos os homens
quando vem ao mundo através do nascimento natural, segundo Adão, apresentam-se
ao pecado para o servir e obedecer. Ou seja, o nascimento natural é a porta larga
que dá acesso a um caminho espaçoso que conduz a perdição "Entrai pela
porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à
perdição, e muitos são os que entram por ela" (Mt 7.13). O nascimento
segundo a semente corruptível de Adão (natural) é a maneira como o homem se
apresenta como servo ao pecado. É o nascimento segundo a vontade da carne,
segundo a vontade do varão e do sangue que coloca o homem em sujeição e em
obediência ao pecado (Jo 1.13). Como o homem se apresenta a Deus como servo?
Através da obediência a palavra da verdade (evangelho) "...obedecestes de
coração a forma de doutrina a que fostes entregues" (v. 17).]
2. Exigências da graça. A graça liberta, mas ao mesmo tempo tem suas
exigências. Isso fica claro pelo uso dos termos considerar (6.11), que no
original (logizomai) significa reconhecer, tomar consciência: "Assim
também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em
Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 6.11). Em Romanos 6.13 a palavra "apresentar"
(gr. paristemi), significa colocar-se à disposição de alguém: "Nem
tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de
iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos
membros a Deus, como instrumentos de justiça" (Rm 6.13). [Comentário: Paulo procura conscientizar os seus leitores
a considerarem (Retórica perfeita) que estavam mortos para o pecado e vivos
para Deus. "Assim também..." remete as considerações apresentadas
anteriormente. Ou seja, da mesma maneira que 'conheciam' que Cristo morreu uma
única vez por causa do pecado e foi sepultado, os cristãos deveriam considerar
estarem mortos para o pecado e vivos para Deus em Cristo Jesus. Esta relação
entre a morte de Cristo e a morte dos cristãos, e a vida de Cristo e a nova
vida dos cristãos Paulo Já havia estabelecido no verso 8, porém, discorre de
forma a não deixar dúvidas quando a morte dos cristãos para o pecado, e
ressurreição deles para vida, por meio de Cristo Jesus. Considerar é ter em
conta, ou seja, é andar conforme a nova vida alcançada "...assim andemos
nós também em novidade de vida" (v. 4). Paulo não recomenda um faz de
conta ao pedir que os cristãos considerassem estarem mortos para o pecado e
vivos para Deus. Eles deviam contar com a nova vida e descansar por estarem de
posse dela (regeneração), porém, andarem de modo digno da nova condição
alcançada graciosamente (comportamento).]
3. A graça santifica. Paulo revela que um dos efeitos imediatos da
graça é a justificação e o outro é a santificação: "Mas, agora, libertados
do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e
por fim a vida eterna" (Rm 6.22). A palavra "santificação", que
traduz o grego hagiasmos mantém o sentido de "separação". A graça nos
libertou e nos separou para Deus. A santificação aparece aqui nesse texto como
um fruto da graça. No ensino de Paulo a santificação ocorre em dois estágios.
Primeiramente somos santificados em Cristo quando o confessamos como Salvador
de nossas vidas. Na teologia bíblica isso é conhecido como santificação
posicional. Por outro lado, não podemos nos acomodar, mas procurar a cada dia
nos santificar, isto é, nos separar para Deus. Essa é a graça progressiva,
aquilo que existe como um processo na vida do crente. [Comentário: Santificação é o processo no qual os crentes
crescem e chegam à maturidade em Cristo (Ser Semelhantes a Cristo) e deve ser
entendida como: 1. Separação do mal (2Co 6.14-18; 1Pe 3.11); 2. Separação para
Deus (2Co 5.15); É necessário saber que diferente da Salvação, a Santificação é
um “processo” que tem início no novo nascimento e só termina com a volta
gloriosa de Cristo. A Bíblia chama Noé, Jó, Ló, Davi e outras pessoas de
"justo", "'integro", "temente a Deus",
"perfeito", ou "sem culpa", mas isto não significa que
chegaram a ser "absolutamente sem pecado e incapazes de pecar", pois
Noé se embriagou vergonhosamente (Gn 9.20-27); Jó confessou pecado (Jó 42.6);
Ló andou pela vista, quis viver em terra idólatra, embriagou-se e caiu em
incesto com as filhas; Davi adulterou, depois providenciou a morte do marido;
etc. Então, note que santificação não é erradicação da natureza pecaminosa;
perfeição impecável; impecabilidade. Santificação (gr. hagiasmos) significa
“tornar santo”, “consagrar”, “separar do mundo” e “apartar-se do pecado”, a fim
de termos ampla comunhão com Deus e servi-Lo com alegria. Esses termos não
subentendem uma perfeição absoluta, mas a retidão moral de um caráter
imaculado, demonstrada na pureza do crente diante de Deus, na obediência à sua
lei e na inculpabilidade desse crente diante do mundo (Fp 2.14,15; Cl 1.22; 1Ts
2.10; cf. Lc 1.6). O cristão, pela graça que Deus lhe deu, morreu com Cristo e
foi liberto do poder e domínio do pecado (Rm 6.18); por isso, não precisa nem
deve pecar, e sim obter a necessária vitória no seu Salvador, Jesus Cristo.
Mediante o Espírito Santo, temos a capacidade para não pecar (1Jo 3.6), embora
nunca cheguemos à condição de estarmos livres da tentação e da possibilidade do
pecado.]
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Consagração do corpo mortal
'Não reine, portanto, o pecado em
vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões (Rm 6.1)
Entendemos que o pecado opera por meio do corpo. Da mesma forma que o corpo
pode ser consagrado a Deus (Rm 12,1), pode também ser dedicado ao pecado. É
claro que o corpo, por si mesmo não pode fazer nada, pois é controlado pela
mente, Entretanto, quando o pecado domina a mente do homem, ele controla as
ações do corpo.
A mente pertence ao domínio da
alma humana, e quando a primeira alma inteligente (Adão - Rm 5.12) pecou, todo
o seu corpo foi dominado pelo pecado. Quando Paulo exorta os que já haviam
experimentado a regeneração dizendo: 'Não reine o pecado em vosso corpo
mortal', ele estava mostrando aos crentes, romanos que, uma vez que foram
justificados, resta-lhes agora viver como tais, na santificação do
Espírito" (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus, 5. ed,
Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.77).
CONCLUSÃO
Vimos nesta lição quem são os
inimigos da graça, conhecemos a vitória da graça e os seus frutos. Tudo que
temos e tudo que somos só foram possíveis pela graça de Deus. Essa graça é que
trouxe salvação. "Porque a graça salvadora de Deus se há manifestado a todos
os homens". Que venhamos viver segundo a recomendação de Tito renunciando
à impiedade e vivendo neste presente século de forma sóbria, justa e piamente
(Tt 2.11,12). [Comentário: Graça significa “favor divino não merecido.”
O termo grego no original é charis, que deriva do verbo charizomai. Esta
palavra significa “mostrar favor para” e assume a bondade do doador e a
indignidade do receptor. Quando charis é usada para indicar a atividade de
Deus, significa “favor não merecido.” “Para louvor da glória de sua graça,
que ele nos concedeu gratuitamente no Amado” (Ef 1.6). Por conseguinte,
qualquer ensino que ofereça fórmulas ou técnicas para obter a aceitação de
Deus, que não seja pela graça somente, é falso. O perdão de pecados, a redenção
por meio do sangue de Cristo, a sabedoria e o entendimento e todas as bênçãos
espirituais são concedidos somente pela graça (Veja Ef 1.1-5). Pregar o
evangelho significa pregar a graça - “...e o ministério que recebi do Senhor
Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus.” (At 20.24). O
ministério do evangelho não tem outra mensagem senão a graça de Deus em Cristo.
Se isto não é o que se prega, então não estamos pregando o evangelho.] “NaquEle
que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog:
auxilioebd.blogspot.com.br.
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