LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 9.38-42,46-50
38 - E eis que um homem da multidão clamou, dizendo, Mestre, peço-te que
olhes para meu filho, porque é o único que eu tenho.
39 - Eis que um espírito o toma, e de repente clama, e o despedaça até
espumar; e só o larga depois de o ter quebrantado.
40 - E roguei aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam.
41 - E Jesus, respondendo, disse: Ó geração incrédula e perversa! Até
quando estarei ainda convosco e vos sofrerei? Traze-me cá o teu filho.
42 - E, quando vinha chegando, o demônio o derribou e convulsionou;
porém Jesus repreendeu o espírito imundo, e curou o menino, e o entregou a seu
pai.
46 - E suscitou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o
maior.
47 - Mas Jesus, vendo o pensamento do coração deles, tomou uma criança,
pô-la junto a si
48 - e disse-lhes: Qualquer que receber esta criança em meu nome
recebe-me a mim; e qualquer que me recebe a mim recebe o que me enviou; porque
aquele que entre vós todos for o menor, esse mesmo é grande.
49 - E, respondendo João, disse: Mestre, vimos um que em teu nome
expulsava os demônios, e lho proibimos, porque não te segue conosco.
50 - E Jesus lhes disse: Não o proibais, porque quem não é contra nós é
por nós.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
Professor, muitos
crentes têm uma ideia equivocada sobre as pessoas de Deus que foram inspiradas
pelo Espírito Santo, a fim de escreverem textos sagrados que hoje norteiam a nossa
vida e são tidos por nós como a única regra de fé e de prática. Referimo-nos
aos apóstolos do Senhor. A lição desta semana mostrará que, como nós, os
apóstolos do Senhor eram pessoas falíveis e que na caminhada cristã não há
lugar para fingirmos superioridades espirituais ou coisas semelhantes. Então,
procure explicar aos alunos que a vida cristã é feita de atitudes espirituais,
entretanto, humanas também. As falhas e os tropeços não podem ser encarados por
nós como um erro sem perdão. Nós corremos o risco de falharmos em nossa missão
por fraqueza ou fragilidade. Todavia, a nossa fé tem de estar fincada no
Evangelho para desbaratarmos todas as artimanhas da vida e do Inimigo das
nossas almas. Por isso, a partir desta lição, os seus alunos devem sentir-se
encorajados por você a ter uma vida de fé, de oração e de leitura da
Palavra.
SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
A cristã está sujeita a altos e baixos, isso porque
a condição humana é inconstante. Mas nem todos os cristãos estão conscientes
dessa realidade, principalmente os adeptos do triunfalismo. Não existem
supercrentes, é o que veremos na aula de hoje, ao analisar as limitações dos
discípulos de Jesus. Dentre essas limitações destacamos: a dúvida e a
primazia, os valores invertidos e a necessidade do perdão.
1. A DÚVIDA E A PRIMAZIA
O liberalismo teológico tem incentivado à dúvida,
para alguns estudiosos a dúvida é necessária à fé. No entanto, esse não é o
posicionamento escriturístico, existem várias passagens bíblicas que censuram a
dúvida (Mt. 14.31; 21.21; Lc. 9.41; Tg. 1.4-8). A dúvida faz parte da condição
humana, os discípulos duvidaram, não apenas Tomé (Mt. 28.17). A dúvida pode ser
explicada como uma condição existencial, e uma demonstração de falta de
confiança em Deus, sobretudo na Sua Palavra (Rm. 10.17). Por isso motivo, ao
contrário do que postula o neoliberalismo teológico, os cristãos devem assumir
que duvidam, mas devem se envergonhar disso, e o orar ao Senhor, pedindo que os
ajude nos momentos de incredulidade (Mc. 9.27). Outra limitação
demonstrada pelos discípulos, foi a intenção de ter primazia sobre os demais,
debatendo entre eles a respeito de quem seria o maioral (Lc. 9.46,47). A mania
de grandeza persegue o ser humano desde a queda (Gn. 3.5). Os discípulos não
queriam ser apenas discípulos, eles estavam interessados na posição que teriam
no reino. Várias vezes discutiram entre si a respeito desse assunto. Por isso
Jesus os repreendeu, certa feita colocou uma criança no meio deles, e disse que
quem quisesse ser o maior que fosse como uma delas (Lc. 9.45-50). Em outra
oportunidade radicalizou, ao cingir os lombos com uma toalha, e lavar os pés
dos seus discípulos (Jo. 13). A mania de grandeza está atingindo muitos
ministérios, as divisões são perceptíveis em muitos arraiais evangélicos. O
sentido do ministério como serviço está se desvirtuando, a hierarquia
eclesiástica está destruindo muitos obreiros. Alguns deles iniciaram bem
intencionados, mas não se conformam mais com a posição, há até aqueles que
querem ser quase deus.
2. O PERIGO DA IVERSÃO DE VALORES
A inversão de valores entre os discípulos de Jesus
é algo preocupante, por descaracterizar o significado do verdadeiro discipulado
(Mt. 16.24). Há crentes, e até pastores, que defendem que a riqueza deve ser o
alvo primordial do ministério, por causa disso muitos estão indo à ruina (I Tm.
6.10). De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma, o
que poderá dar o homem em troca da sua alma? (Mt. 16.26). Muitos vivem
demasiadamente ansiosos na modernidade, não consegue mais se satisfazer com o que
têm. A doutrina bíblica do contentamento está sendo substituída pela ganância
(I Tm. 6.6-8; Fp. 4.10-13; Hb. 13.4,6). Essa busca desenfreada pelo ter está
levando até mesmo os cristãos a viveram debaixo da tutela da ansiedade (Lc.
12.22-34). Jesus foi contundente ao afirmar que ninguém pode servir a dois
senhores, ninguém pode ser servo do Senhor, e ao mesmo tempo de Mamom, o
deus-mercado (Mt. 6.24). Isso porque onde estiver o tesouro do ser humano, ali
também estará seu coração (Mt. 6.21). As doenças psicossomáticas, que tem
assolado muitas vidas, são decorrentes de um estilo de vida desequilibrado. A
modernidade nos tornou consumidores, eternamente insatisfeitos com o que temos,
buscando sempre mais, a fim de manter o círculo de um capitalismo selvagem. A
alternativa do cristão diante desse estilo de vida é confiar cada vez mais em
Deus, depositar sua esperança não nas coisas que são da terra, mas nas que
estão no alto (Cl. 3.1,2).
3. A NECESSIDADE DO PERDÃO
Outra limitação dos discípulos de Jesus é a
indisposição para perdoar, mas esse sentimento negativo pode conduzir o cristão
à destruição espiritual (Hb. 12.15). Inicialmente, é preciso destacar que somos
alvos da graça maravilhosa de Deus, Ele nos alcançou quando nós não merecíamos,
sendo ainda pecadores, provando Seu amor para conosco (Rm. 5.8). Porque Ele nos
amou, devemos também amar nossos irmãos, e expressar esse amor através de atos
perceptíveis (Jo. 3.16; I Jo. 3.16). Jesus contou uma parábola a respeito de um
homem que devia uma quantia vultoso, cuja dívida foi perdoada, mas esse mesmo
homem, não agiu de igual modo a ser procurado por um servo que devia uma
quantia menor. Quando soube do ocorrido, o homem que havia perdoado a quantia
maior puniu aquele que não fez o mesmo, por não ter agido também com graça (Mt.
18.21-35). O perdão de Deus não tem limites, o número sete não é restritivo na
passagem de Lc. 17.3,4, trata-se de uma elaboração metafórica, Jesus destaca a
misericórdia de Deus, que não põe limites para perdoar o pecador arrependido.
Perdoar os outros, de acordo com Mt. 6.15, é a única condição para ser perdoado
por Deus, se alguém pretende ser alcançado pelo perdão de Deus, deve está
disposto, mesmo contra vontade, a perdoar os outros. Isso porque não adianta
alimentar o sentimento de rancor, isso acarretará em maior mal. Existem pessoas
que estão sofrendo desnecessariamente porque ainda não foram capazes de liberar
perdão. O perdão dará oportunidade ao outro de seguir adiante, e o mais
importante, a nós mesmos dias melhores no Senhor (Is. 40.31).
CONCLUSÃO
Os discípulos de Jesus não são supercrentes, são
pessoas comuns que têm suas limitações. Mas esses devem se dedicar à vida
espiritual, a fim de não sofrerem as influências negativas dos valores deste
mundo (I Jo. 2.15). Como discípulos de Cristo, devemos viver em humildade,
considerando sempre os outros maiores que a si mesmo (Fp. 2.3), não se deixando
levar pela avareza (II Pe. 2.3), muito menos pela ganância (Tt. 1.11), antes
cultivando o perdão, que é uma característica dos seguidores de Jesus (Lc.
23.34; At. 7.60), não esquecendo que sem o Senhor, nada podermos fazer (Jo.
15.5).
Prof. Ev. José Roberto A.
Barbosa
COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Os discípulos de Cristo demonstraram, em certos
momentos da vida, exclusivismo, egoísmo, imaturidade, bairrismo, etc. Eles
erraram quando se esperava que acertassem (Lc 9.40,41). Jesus censurou tais
comportamentos e corrigiu o grupo, mas não abandonou os discípulos.
Nesta lição, veremos como, em diferentes
circunstâncias, os discípulos agiram de forma oposta àquilo que o Senhor lhes
havia ensinado e como Jesus os conduziu à maneira certa de agir. Esses fatos
demonstram que os seguidores de Cristo não eram super-homens, mas, sim, seres
humanos que viviam suas limitações e, como tal, dependiam de Deus para
superá-las. Esses exemplos servem para nos orientar em nossa jornada de fé a
fim de que possamos cultivar as verdadeiras virtudes cristãs. [Estamos
analisando o terceiro evangelho, no entanto, em Mateus 10.1, encontramos o
relato onde Jesus dá autoridade àqueles que ele havia chamado para ser seus
discípulos. Com base no título desta lição, que tipo de autoridade era esta e
para que servia? Neste mesmo capítulo, nos versículos 24-25, Jesus afirma que
“o discípulo não está acima do seu mestre” e que “basta ao discípulo ser como o
seu mestre”. Aos discípulos bastava serem iguais a Jesus! (1Co 11.1; Gl 4.19).
Segundo João 8.31, um discípulo é alguém que permanece na palavra do seu Mestre
Jesus, tem amor aos outros discípulos (Jo 13.35) e dá muito fruto (Jo 15.8),
até chegar à maturidade, à plenitude de Cristo (Ef 4.13). Como e em que grau a
jornada daqueles discípulos foi marcada por estas características? E a nossa?
Por que os discípulos não puderam expulsar o espírito mudo? Qual era a sua
limitação? Qual tem sido a nossa limitação?]. Vamos pensar maduramente sobre a
fé cristã? Vamos pensar maduramente sobre a fé cristã?
1. LIDANDO COM A DÚVIDA
1. A oração e a fé. Logo após
acalmar a tempestade no mar da Galileia, Jesus perguntou aos seus discípulos:
"Onde está a vossa fé?" (Lc 8.25). Essa não foi a única vez que o
Senhor censurou os discípulos por não demonstrarem a fé necessária em Deus.
Quando viu a inoperância dos discípulos frente a um menino endemoninhado, Ele
disse: "Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei ainda convosco
e vos sofrerei?" (Lc 9.41). Há algo em comum nestas passagens bíblicas -
elas se relacionam com a vida devocional dos discípulos. A timidez mostrada
durante a travessia do mar (Lc 8.25) e a falta de autoridade para expelir o
demônio do garoto eram frutos de uma vida devocional pobre. Pouca oração, pouco
poder! Nenhuma oração, nenhum poder! As passagens paralelas de Mateus e Marcos
demonstram tal princípio (Mt 8.23-27; 17.14-20; Mc 4.35-41; 9.14-29). [Este mesmo
acontecimento tem paralelo em Marco 9.14-29. Nesta perícope, Jesus afirma ao
pai daquele jovem: “Se tu podes crer...” A questão pode ser compreendida como
“Foi por isso que você disse?” A exclamação de Jesus capta as palavras duvidosas
desse pai. A questão que decide o assunto não é poder de Jesus, mas a fé do
homem! A declaração de Jesus em relação à fé não nos concede a liberdade de
presumir a respeito da bondade de Deus ao pedir irresponsavelmente coisas
egoístas. Nosso desejo deve estar de acordo com a vontade de Deus (1Jo
5.14,15). A fé daquele pai havia estremecido e ele estava consciente dessa
imperfeição. Portanto, ele pede a Jesus para afastar toda a dúvida e
conceder-lhe a fé inquestionável! Oramos pedindo que a nossa fé seja aumentada?
Seja inquestionável?].
2. A Palavra de Deus e a fé. Se a falta de
oração traz incredulidade, por outro lado, a falta de conhecimento da Palavra
de Deus produz efeito semelhante. É isso o que mostra a história dos dois
discípulos no caminho de Emaús (Lc 24.13-35). No mesmo dia em que ressuscitou,
o Senhor apareceu a dois deles quando se dirigiam para a aldeia de Emaús, cerca
de 12 quilômetros de Jerusalém. Depois de dialogar com eles, Jesus percebeu o
quanto eram incrédulos. O Mestre reprovou a incredulidade dos discípulos e
os chamou de néscios, isto é, desprovidos de conhecimento ou discernimento (Lc
24.25). Atualmente, também, muitos que se dizem discípulos, estão
sem conhecimento, discernimento e fé no mover de Deus. Que o Senhor Jesus encha
os nossos corações de fé para que possamos viver e pregar a sua Palavra. [Os fatos narrados
em Lucas 9, a partir do versículo 37, vêm logo depois de “Reunindo os doze,
deu-lhes poder (dunamis) e autoridade (exousia) sobre todos os demônios e para
curarem enfermidades” de Lc 9.1! Repare que os discípulos não foram bem
sucedidos, nessa delegação de poder e autoridade: "E roguei aos teus
discípulos que o expulsassem, e não puderam". "E Jesus, respondendo
disse: Ó geração INCRÉDULA E PERVERSA"! (...) Jesus nos mostra no verso
41, que a nossa autoridade deve ser baseada em duas coisas de suma importância:
com relação à incredulidade temos a FÉ, com relação a perversidade,
devemos andar em SANTIDADE. A mensagem central desse episódio que é
contado pelos 3 evangelhos sinóticos: Mateus 17,14-20; Marcos 9,14-29 e Lucas
9,37-43, é a questão da fé. Isso é evidente em Mateus, quando os discípulos
perguntam por que não puderam expulsar aquele demônio. Jesus, nesse momento,
responde: Por causa da fraqueza da vossa fé, pois em verdade vos digo: se
tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta montanha: transporta-te
daqui para lá, e ela se transportará, e nada vos será impossível"
(Mateus 17,20).].
SÍNTESE DO TÓPICO I
A intensidade da vida de oração mostra a
qualidade de uma vida devocional. Enquanto que a Palavra de Deus produz fé
viva.
2. LIDANDO COM A PRIMAZIA E O EXCLUSIVISMO
1. Evitando a primazia. Lucas registra
que "suscitou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior.
Mas Jesus, vendo o pensamento do coração deles, tomou uma criança, pô-la junto
a si" (Lc 9.46,47). Os discípulos precisavam de uma lição a respeito de
humildade. O exemplo de Jesus ao tomar uma criança, foi excelente e, com
certeza, eles puderam ver o quanto eram egoístas e ambiciosos.
O adjetivo comparativo meizon, traduzido como
"maior", nesse texto, mantém o sentido de "mais forte que".
A ideia aqui é de primazia! Quem é o primeiro? Quem é o mais forte? Quem é o
mais apto? Pensamentos assim não refletem a mente de Cristo, mas uma
mente mundana e secularizada. Infelizmente, muitos problemas nas igrejas são
causados por leigos e clérigos que querem exercer a primazia. Em Cristo Jesus,
todos são iguais. Não somos superiores ou inferiores a ninguém. [Os discípulos de
Jesus tinham dificuldades em conviver com o sucesso, imaginário no caso, do
outro. A disputa deles tem a ver com a incapacidade de se respeitar o outro e
em se admirar o outro e de se entender que cada um tem um lugar no Reino de
Deus, em função de suas habilidades e em função da necessidade do Reino. Os samaritanos
odiavam os judeus porque estes cultuavam em Jerusalém; eles detestavam o
sectarismo judeu. Por esta razão, não cooperaram, como mandava a hospitalidade,
com os discípulos de Jesus que recolhiam donativos para a viagem. A sua
intolerância os cegou para ver o Messias. Os judeus odiavam os samaritanos
porque eles, no passado, tinham se envolvido em casamentos mistos (com não
judeus) e agora não podiam ser aceitos na comunidade dos filhos de Abraão. Os
discípulos se tornaram escravos deste mesmo sentimento. A sua intolerância os
levou a agir contra suas próprias convicções espirituais. Eles eram crentes, o
que prova que mesmo os mais crentes, como Pedro, Tiago e João, os mais íntimos
de Jesus, podem se tornar intolerantes, violentamente intolerantes. O caminho
para o reino dos céus se dá mediante a simples confiança e dependência de uma
criança, e o caminho para a grandeza acontece através da humildade de uma
criança expressa pelo serviço modesto].
2. Evitando o exclusivismo. Jesus
também combateu o exclusivismo que se revela através da mentalidade de um grupo
fechado (Lc 9.49,50).
A razão dada pelos apóstolos para barrarem a ação
daquele homem foi que ele não fazia parte do grupo. Jesus mostra que o fato de
expulsar os demônios pela autoridade do seu nome e partilhar das mesmas
convicções dos apóstolos credenciava aquele homem a exercer o seu ministério.
Embora não fizesse parte do grupo dos Doze, partilhava da mesma fé. Não se
trata, portanto, de validar crenças e práticas sectárias ou heréticas, mas sim
de não permitir que o exclusivismo religioso nos cegue de tal forma que só
venhamos a enxergar o nosso grupo. [João, discípulo de Cristo, em uma de suas
andanças encontrou um homem que expelia demônios usando o nome de Jesus. Este
homem não era um dos seguidores de Jesus no mesmo sentido que eram os apóstolos
e outros comissionados para aquele trabalho (Lucas 9.1-2; 10.1-12). João,
talvez inspirado por um espírito de partidarismo como o de Josué (Números
11.16-30), proibiu o homem de continuar sua obra. Talvez, por causa do ensino
sobre receber alguém em nome de Jesus, ele lembrasse do homem que, aos seus
olhos, estava usando este nome sem merecê-lo e portanto não devia ser acolhido.
Ele pede o parecer de Jesus sobre sua ação (Marcos 9.33-38; Lucas 9.46-49).
Ironicamente João estava agindo como os escribas que anteriormente se opuseram
a Jesus apesar da evidência da ação do Espírito Santo na realização de
exorcismos (Marcos 3.22). Agora ele se opunha a um homem que tinha evidência de
ter fé em Jesus e que estava fazendo o que alguns apóstolos não tinham
conseguido um pouco antes (Marcos 9.18,28). O Mestre ensinou que o
comportamento de João, que representava o dos doze, era errado (Marcos
9.39-40). "Quem não é contra nós, é por nós" diz Jesus. Se
aquele exorcista usava o nome de Jesus, deveria ter sido considerado como amigo
por João e não como inimigo ou concorrente. Os discípulos de Cristo não
precisam tomar "posições" com respeito aos homens; os homens é que
precisam tomar uma posição com respeito a Jesus. O sentimento de rivalidade e
de competição não é compatível com o caráter de servo que Jesus ensinou aos
seus seguidores. Ser seguidor de Jesus é aprender a reconhecer que nem tudo tem
de ser feito a nosso modo. Se o exorcista estava a favor de Jesus, deveria ser
incentivado e não criticado; deveria, se necessário, ser instruído com maior
exatidão sobre o caminho do Senhor (Atos 18.24-19-7). Ele não era como os sete
filhos de Ceva (Atos 19.13-16), mas parecia ser alguém com uma boa atitude
espiritual. Este texto tem sido usado para ensinar que não importa a doutrina
que alguém prega, desde que fale de Jesus: uma espécie de relativismo
espiritual, onde um espírito meio ecumênico e meio eclético é transportado ao
texto bíblico. Dizem: "Não importa se ele está pregando certo ou errado,
mas se está falando de Jesus, devemos considerá-lo como irmão". Este modo
de pensar é incentivado pelas Bíblias onde este texto recebe o título:
"Jesus ensina tolerância e caridade". O texto não ensina nada disto!
Ensina que devemos saber reconhecer apoio a Cristo e fé nele, mesmo quando a
pessoa não é claramente identificada com Jesus. É um texto que manda abrir os
olhos para ver o apoio à causa de Cristo e não um texto que manda fechá-los ao
desvio da verdade. Nada podia ser declarado sobre a salvação deste exorcista
(Mateus 7.21-23), nem ainda sobre todos os seus motivos interiores (Filipenses
1.15-18). De qualquer forma, ele não era neutro em relação a Jesus, mas estava
do lado dele, pois "quem não está contra, está a favor" e vai
evidenciar este fato com atos de verdadeira fé (Marcos 9.41).].
SÍNTESE DO TÓPICO II
Jesus
rechaçou a ideia de primazia e de exclusivismo para aqueles que professam a fé
cristã.
3. LIDANDO COM A AVAREZA
1. Valores invertidos. No relato de
Lucas, Jesus acabara de incentivar seus discípulos a dependerem do Espírito
Santo (Lc 12.12) quando um homem que estava no meio da multidão falou:
"Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança" (Lc 12.13).
Essa solicitação estava na contramão dos ensinos de Cristo e por isso recebeu a
censura dEle: "Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre
vós?" (Lc 12.14). Enquanto Jesus ensinava a se evitar uma atitude
legalista e materialista, esse homem age de forma diametralmente oposta àquilo
que fora ensinado. Ele estava preocupado com a herança! Como muitos fazem hoje,
não estava preocupado em seguir os ensinos de Cristo, mas usá-lo como trampolim
para alcançar seus objetivos - a satisfação material. [Quando o
homem pediu a Jesus que arbitrasse a disputa da herança, ele se recusou,
fazendo a pergunta: “Homem, quem me constituiu juiz ou partidor entre vós?”
(Lucas 12:14). Ele estava simplesmente dizendo que não era seu propósito
acertar querelas de propriedade. É certo que o homem tinha entendido mal a meta
da missão de Jesus. O Senhor poderia ter deixado isso assim, mas não o fez.
Jesus acrescentou uma advertência: “Tende cuidado e guardai-vos de toda e
qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens
que ele possui” (Lucas 12:15). Que declaração forte! “Tende cuidado” ‒ mas o
Senhor não ficou numa única declaração de perigo; ele acrescentou outra ‒
“guardai-vos”. E qual era o perigo contra o qual ele estava advertindo tão
duramente? Avareza. Ela é o assunto de muitas advertências bíblicas (Marcos
7:22; Romanos 1:29; I Coríntios 5:10-11; 6:9-11; Efésios 5:3, 5; Colossenses
3:5; I Timóteo 6:10; II Pedro 2:14). Um pecado sobre o qual as Escrituras
advertem tão frequentemente tem que ser muito espalhado. Será que somos cegos a
este erro em nossas próprias vidas? A avareza é um desejo desordenado por
coisas. Vemos e queremos. Coisas materiais tornam-se mais importantes para nós
do que o Senhor, motivo pelo qual a avareza é chamada idolatria (Efésios 5:5;
Colossenses 3:5). Daí a cobiça leva a outros pecados. A vida consiste de bem
mais do que obter e possuir simplesmente coisas. Ao invés disso, Deus quer que
nós desfrutemos uma vida plena, completa e equilibrada, e Ele fez provisões
através de sua Palavra para que nós nos realizássemos dessa forma. Ele prometeu
suprir todas as nossas necessidades (Fp 4.19) e prometeu satisfazer os desejos
de nosso coração (Sl 37.4). Mas Ele também quer que tenhamos nossas prioridades
claras: “Buscai primeiro o Reino de Deus”. Desse modo – com todas suas
promessas e prioridades aplicadas equilibradamente em sua vida – “e todas essas
coisas vos serão acrescentadas” (mt 6.33)].
2. Evitando a ansiedade. Logo a seguir,
Jesus profere um dos mais belos ensinamentos sobre como deve ser a vida de um
verdadeiro discípulo (Lc 12.22-34). Jesus ensina a respeito das preocupações da
vida. Como discípulos de Cristo não podemos viver ansiosos pelas coisas desta
vida. Precisamos aprender a confiar em Deus, nosso provedor.
As palavras de Jesus também revelam duas maneiras
de se enxergar o mundo - mostra como "os gentios do mundo" (Lc 12.30)
entendem a realidade à sua volta e como os seus discípulos deveriam agir diante
das mesmas circunstâncias. São duas cosmovisões totalmente diferentes e opostas
entre si. Enquanto uma interpreta a realidade da vida tomando por base os
valores meramente materiais, a outra a vê a partir de valores absolutos e
espirituais. [Compramos coisas que não podemos pagar. Logo, devemos tanto
dinheiro que não podemos pagar nossas dívidas. Provérbios 22:7 adverte que quem
pede emprestado se torna um escravo do emprestador. O crédito fácil é um
tirano. Como o peixe que abocanha a isca do anzol, somos atraídos por coisas
materiais e pela nossa obsessão de tê-las agora mesmo. Não podemos pagá-las,
mas não importa. Apenas cinco pagamentos facilitados, ou um cartão de plástico.
Mas a satisfação instantânea tem seu preço, e é alto. A raiz do problema: a
avareza ‒ queremos o que queremos, e faremos coisas erradas para conseguir.
Permitimos que nosso emprego interfira com o serviço a Deus. Tornamo-nos tão
devotados à nossa carreira e a GANHAR MAIS e mais dinheiro que não temos tempo
para ensinar, estudar, orar ou adorar. Deus nos manda trabalhar (2
Tessalonicenses 3:10), mas ele não quer que façamos de nosso trabalho um ídolo.
Ele não quer que esposas negligenciem sua responsabilidade principal de dirigir
o lar (Tito 2:5; I Timóteo 5:14) para se devotarem a uma carreira. A raiz do
problema: avareza ‒ queremos o que queremos ‒ e faremos um deus de nosso
trabalho para conseguir. Murmuramos e nos queixamos a respeito do que não
temos. “Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as cousas que tendes”
(Hebreus 13:5). É fácil olhar em volta e ver nossos vizinhos e colegas com mais
do que temos e então sentir-se privado. Sentimos que ficaríamos contentes se
tivéssemos apenas mais uma quinquilharia, mas quando a conseguirmos, logo
desejaremos mais alguma coisa. O problema é nossa atitude, não nossa posição
financeira. “Quem ama o dinheiro jamais dele se farta; e quem ama a abundância
nunca se farta da renda” (Eclesiastes 5:10). Se não estamos contentes com o que
temos agora, não ficaremos contentes com coisa nenhuma. A raiz do problema:
avareza ‒ queremos o que queremos ‒ e nos sentimos despojados se não
conseguimos. Jesus simplesmente disse: “... a vida de um homem não consiste na
abundância dos bens que ele possui” (Lucas 12:15). Coisas materiais não são
tudo o que a vida é. Nada realmente valioso, desejável ou duradouro pode ser
comprado. O Senhor poderia ter parado aqui, porém não o fez. Jesus e uma
Disputa de Herança: Jesus e uma Disputa de Herança: O Perigo da Avareza
(Lucas 12:13-34) http://www.estudosdabiblia.net/d52.htm].
SÍNTESE DO TÓPICO III
Não
podemos inverter os valores da vida, pois viver ansiosamente, de modo
materialista, vai na contramão de uma vida forjada no Evangelho.
4. LIDANDO COM RESSENTIMENTO
1. A necessidade do perdão. Jesus sabia
quão maléficos são a falta de perdão e o ressentimento. De fato, a Bíblia
mostra que a raiz de amargura é um mal que deve ser evitado a qualquer custo
(Ef 4.31). A falta de perdão é vista como uma raiz que produz brotos
extremamente maléficos (Hb 12.15). No terceiro Evangelho, Jesus nos ensina que
a forma correta de se manter livre desse veneno é possuir uma atitude pronta a
perdoar. "Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti,
repreende-o; e, se ele se arrepender, perdoa-lhe; e, se pecar contra ti sete
vezes no dia e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me,
perdoa-lhe" (Lc 17.3,4). [No sermão do (Mt 6.14, 15), Jesus durante sua ministração, deu uma
grande ênfase sobre a importância da necessidade de perdoar. Entre todos os
pontos destacados por Jesus na oração dominical, sem dúvida alguma, a
necessidade de perdoar é o que teve mais relevância, pois este tipo de
preocupação se encontrava indispensável em seu discurso. A Bíblia diz: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te
lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a
tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze
a tua oferta” (Mt 5. 23-24). “Se teu irmão pecar contra ti, vai argui-lo entre
ti e ele só” (Mt 18. 15). “Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade
com o seu próximo... não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao
diabo” (Ef 4.25-27). “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso
alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou,
assim também perdoai a vós” (Cl 3. 13). Em outras palavras... Deus está
dizendo: Não aceito o culto de um coração magoado; Trate logo a ferida; Não
espalhe o veneno da amargura; Vá à pessoa que te magoou, Perdoe... Perdoe...
Perdoe...O Rev Hernandes Dias Lopes, escreve: “O perdão é o melhor remédio para
a saúde emocional. O perdão é a assepsia da alma, a faxina da mente, a alforria
do coração, a cura das emoções. Perdoar é lembrar sem sentir dor. Perdoar é
zerar a conta e não cobrar mais a dívida. O perdão é ato de misericórdia e
manifestação da graça. O perdão é absolutamente necessário. E isso, por várias
razões: 1. O perdão é necessário porque temos queixa uns dos outros. Nós não
somos perfeitos, não viemos de uma família perfeita, não temos um casamento
perfeito, não temos filhos perfeitos nem frequentamos uma igreja perfeita.
Consequentemente, nós temos queixas uns dos outros. Na verdade, nós
decepcionamos as pessoas e as pessoas nos decepcionam. Nossas fraquezas
transpiram em nossas palavras e atitudes. Sem o exercício do perdão ficamos
entupidos de mágoas e a mágoa gera raiz de amargura no coração. Não somente
isso, a amargura perturba a pessoa que a alimenta e contamina as pessoas ao
redor. 2. O perdão é necessário porque fomos perdoados por Deus. Quem é
receptáculo do perdão precisa transformar-se em canal do perdão. Aqueles que
retêm o perdão ao próximo fecham-se para receber o perdão de Deus. Não existe
uma pessoa salva que não tenha sido perdoada. Na verdade, no céu só entrarão os
perdoados. Logo, é impossível ser um cristão sem exercitar o perdão. Devemos
perdoar assim como fomos perdoados. Como Deus nos perdoou devemos nós também
perdoar uns aos outros. Quando compreendemos a enormidade do perdão recebido
por Deus, não temos mais motivos para sonegar perdão ao próximo. Nossa dívida
com Deus era impagável e Deus no-la perdoou completamente. Não fomos perdoados
por mérito, mas por graça. Perdão não é reinvindicação de direito, mas o clamor
solícito da misericórdia. 3. O perdão é necessário porque por meio dele
restauramos relacionamentos feridos. A Bíblia não oculta o perigo devastador da
mágoa dentro da família e da igreja. Exemplos como Caim e Abel, José e seus
irmãos, Absalão e Amnon retratam essa amarga realidade. Há pessoas feridas
dentro do lar e também na assembleia dos santos. Há pessoas doentes e
perturbadas emocionalmente porque um dia foram injustiçadas por palavras
impiedosas e atitudes truculentas. Há pessoas prisioneiras de traumas e abusos
sofridos na infância. Há indivíduos que não conseguem avançar vitoriosamente
rumo ao futuro porque nunca se desvencilharam das amarras do passado. O perdão
destampa esse poço infecto. Espreme o pus da ferida. Cirurgia os abcessos da
alma. Promove uma assepsia da mente e proclama a libertação das grossas
correntes do ressentimento. O perdão constrói pontes no lugar que a mágoa cavou
abismos. O perdão passa o óleo terapêutico da cura, onde o ódio abriu feridas.
O perdão promove reconciliação onde a indiferença quebrou relacionamentos. O
perdão expressa o triunfo da graça, onde o ódio mostrou a carranca do desprezo.
4. O perdão é necessário para experimentarmos plena felicidade. Uma pessoa que
nutre mágoa no coração não é feliz. O ressentimento é autofagia, é
autodestruição. Guardar mágoa é a mesma coisa que o indivíduo beber um copo de
veneno pensando que o outro é quem vai morrer. Nenhum calmante químico pode
aquietar uma alma desassossegada pela mágoa. Nenhum prazer deste mundo pode
aliviar a dor de um coração ferido pelo ódio. A mágoa produz muitas doenças.
Quem não perdoa adoece física, emocional e espiritualmente. Mas, o perdão traz
cura completa para o corpo e felicidade plena para a alma”. http://hernandesdiaslopes.com.br/2012/07/perdao-a-cura-para-os-relacionamentos-feridos/#.VWOOIdK4TIU].
2. Perdão, uma via de mão dupla. Jesus também
mostrou que o perdão é uma via de mão dupla (Lc 6.37). Quando ensinou sobre o
perdão na oração do Pai Nosso, Jesus foi categórico em dizer que quem não
perdoa também não será perdoado: "Se, porém, não perdoardes aos homens as
suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas" (Mt
6.15). Não há dúvidas de que há muitos cristãos com doenças psicossomáticas
simplesmente porque não conseguem perdoar. Guardam ressentimentos na alma como
quem guarda dinheiro em banco! James Dobson, famoso psicólogo cristão, disse
que daria alta a oitenta por cento de seus pacientes se eles conseguissem
perdoar ou se sentissem perdoados! [Ainda o Rev
Hernandes Dias Lopes: “A Bíblia diz que Deus perdoa os nossos pecados e deles
não mais se lembra. Diz ainda, que devemos perdoar assim como Deus em Cristo
nos perdoou. O que significa perdoar e não mais se lembrar? Significa,
porventura, amnésia? Absolutamente não! Deus não tem amnésia. Deus sabe tudo e
jamais fato algum é apagado da sua memória. Mas, então, o que a Bíblia quer
dizer que Deus perdoa e esquece? Significa que Deus nunca mais cobra outra vez
aquilo que ele perdoou. Deus nunca mais lança em nosso rosto aquilo que
confessamos e abandonamos. Assim, também, quando a Bíblia diz que devemos
perdoar como Deus e esquecer, não significa que os fatos que nos machucaram
serão apagados da nossa memória. Isso é impossível e nem mesmo depende de nós.
As coisas vêm à nossa memória querendo nós ou não. Perdoar e esquecer significa
lembrar sem sentir dor; significa nunca mais cobrar da pessoa perdoada a mesma
dívida. O perdão é uma necessidade fundamental da vida. É impossível ter uma
vida saudável emocional, física e espiritualmente sem o exercício do perdão.
Quem não perdoa não pode orar. Quem não perdoa não pode trazer sua oferta
ao altar. Quem não perdoa não pode ser perdoado. Quem não perdoa adoece
fisicamente. Quem não perdoa é entregue aos verdugos e flageladores da
consciência. O perdão é até mesmo uma questão de bom senso. Quando
guardamos mágoa de alguém, acabamos nos tornando prisioneiros dessa
pessoa. Ela nos escraviza e nos mantém em cativeiro. Quando nutrimos mágoa de
alguém, esse alguém nos perturba continuamente. Se vamos nos assentar para
tomar uma refeição, essa pessoa tira o nosso apetite. Se vamos sair de férias,
essa pessoa pega carona conosco. Perdoar é a única maneira de quebrar essas
correntes e ficarmos livres. O perdão deve ser ilimitado. Jesus nos ensina a
perdoar até setenta vezes sete. Essa cifra não é literal. Ela aponta setenta
vezes o número sete, o número da perfeição. O perdão é ilimitado, pois é dessa
forma que Deus nos perdoa. Jesus deixou esse fato claro na sua parábola do credor
incompassivo. Aquele servo que recebeu um perdão de dez mil talentos não
perdoou seu conservo de uma pequena dívida de cem denários. Dez mil talentos é
seiscentas mil vezes mais que cem denários. Aquele que havia recebido um perdão
seiscentas mil vezes maior negou-se a perdoar alguém que lhe devia uma dívida
seiscentas mil vezes menor. O rei, então, lhe entregou aos verdugos até que ele
“pagasse” a dívida impagável. Um homem precisaria trabalhar cento e cinqüenta
mil anos para adquirir dez mil talentos recebendo o salário de um denário por
dia. A nossa dívida com Deus é impagável. Por isso, o perdão de Deus é
ilimitado. E Jesus foi enfático em afirmar que se não perdoarmos, não seremos
perdoados: “Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes
cada um a seu irmão” (Mt 18.35). O perdão é o caminho da cura das
feridas. É a ponte de reconciliação das relações quebradas. O perdão é o
remédio divino para os relacionamentos enfermos. O perdão é o bálsamo do céu
para aqueles que andam machucados e feridos pela mágoa. Hoje é tempo de
perdoar. Hoje é tempo de pedir perdão. Hoje é tempo de restaurar
relacionamentos dentro da nossa casa e da igreja, a fim de vivermos uma vida
plena, maiúscula e abundante”. http://hernandesdiaslopes.com.br/2007/09/perdoar-e-lembrar-sem-sentir-dor/#.VWON4dK4TIU].
SÍNTESE DO TÓPICO IV
O perdão é uma necessidade humana, pois como uma via de mão dupla, à
medida que perdoamos ao próximo, o nosso Deus igualmente nos perdoa.
CONCLUSÃO
Ao estudarmos as limitações dos
discípulos, alguns fatos ficam em evidência. Observamos que a incapacidade para
enfrentar Satanás em Lucas 9.40 é justificada em Mateus 17.20 pela falta de fé;
a incredulidade dos discípulos no caminho de Emaús (Lc 24.13-35) é justificada
pela falta de conhecimento das Escrituras (Lc 24.25-27); o desejo por grandeza
e primazia (Lc 9.46-48) é uma consequência de terem se amoldado à cultura do
mundo, e a falta de perdão existe por não se reconhecer a natureza perdoadora
do Pai celestial. [Nos episódios estudados, vimos uma sequência de falhas no
comportamento dos discípulos. Primeiro, no monte da transfiguração, Pedro
sugeriu igualar Jesus com Moisés e Elias, fazendo uma tenda para cada um.
Enquanto isso, os discípulos que ficaram ao pé do monte não conseguiam libertar
um menino possesso, por lhes faltar a oração e o jejum. Em seguida eles
passaram a discutir qual seria o maior no reino e queriam proibir um homem de
expulsar demônios em nome de Jesus, por não andar com eles. Agora Tiago e João
querem matar os samaritanos que se recusam a receber Jesus. A competição para
ser o maior no reino não terminou nos dias dos discípulos, continua hoje,
mascarada em campanhas religiosas alardeando homens como “O maior pregador do
mundo”, “O mais versado nas Escrituras” ou “O mais poderoso servo de Deus”.
Lideranças que se intitulam “Apóstolos”, “Bispos”, que na verdade não passam de
homens arrogantes, numa guerra de vaidades sem paralelo até mesmo entre os
incrédulos. A resposta de Cristo a tudo isso é: “Vocês não sabem de que
espécie de espírito são”.] NaquEle que me garante: "Pela graça sois
salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br.
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