LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 8.22-25,35-39
22 -
E aconteceu que, num daqueles dias, entrou num barco com seus discípulos e
disse-lhes: Passemos para a outra banda do lago. E partiram.
23 -
E, navegando eles, adormeceu; e sobreveio uma tempestade de vento no lago, e o
barco enchia-se de água, estando eles em perigo.
24 -
E, chegando-se a ele, o despertaram, dizendo: Mestre, Mestre, estamos
perecendo. E ele, levantando-se, repreendeu o vento e a fúria da água; e
cessaram, e fez-se bonança.
25 -
E disse-lhes: Onde está a vossa fé? E eles, temendo, maravilharam-se, dizendo
uns aos outros: Quem é este, que até aos ventos e à água manda, e lhe obedecem?
35 -
E saíram a ver o que tinha acontecido e vieram ter com Jesus. Acharam, então, o
homem de quem haviam saído os demônios, vestido e em seu juízo, assentado aos
pés de Jesus; e temeram.
36 -
E os que tinham visto contaram-lhes também como fora salvo aquele
endemoninhado.
37 -
E toda a multidão da terra dos gadarenos ao redor lhe rogou que se retirasse
deles, porque estavam possuídos de grande temor. E, entrando ele no barco,
voltou.
38 -
E aquele homem de quem haviam saído os demônios rogou-lhe que o deixasse estar
com ele; mas Jesus o despediu, dizendo:
39 -
Torna para tua casa e conta quão grandes coisas te fez Deus. E ele foi
apregoando por toda a cidade quão grandes coisas Jesus lhe tinha feito.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
Caro professor, sobre a pessoa
de Jesus, a Bíblia diz: "De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que
houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por
usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de
servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem,
humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz" (Fp
2.5-8). Esse texto ressalta a dimensão humana de Jesus, o Deus que se tornou
homem. Entretanto, a sua natureza humana não se confunde com a divina:
"Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é
sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão
nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus
Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai" (Fp 2.9-11). Assim, a presente
lição objetiva demonstrar o poder de Jesus Cristo sobre a Criação e sobre os
demônios. Ele, o Filho, estava presente quando da criação de todas as coisas
(Jo 1.1-3).
SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Em sequência ao assunto estudado na aula passada,
destacaremos hoje a atuação de Jesus sobre a natureza e os demônios. A
princípio, mostraremos que as forças sobrenaturais existem, não são apenas
invenções humanas, conforme defende a filosofia moderna. Em seguida,
enfatizaremos que Jesus, o Senhor dos senhores, tem poder sobre os principados
e potestades, e que Ele é Aquele a quem a natureza obedece.
1. AS FORÇAS SOBRENATURAIS
O mundo moderno está marcado pelas teorias científicas,
algumas delas decorrentes do racionalismo, produto da mente iluminista. Por
causa disso, há aqueles que negam a existência da realidade sobrenatural, até
mesmo de Deus. O ateísmo está na moda, as academias tentam dar explicações
materialistas para todos os fenômenos. O mundo da Bíblia se tornou estranho
para o homem distanciando da revelação. Em seu coração, o néscio diz que Deus
não existe (Sl. 14.1), e por causa dessa incredulidade, muitos se entregam à
devassidão. Reconhecemos, com base em Os Irmãos Karamazov de Dostoievsky, que
nem todos os ateus são imorais, mas suas crenças podem conduzir outros à
brutalidade. Não podemos reduzir a realidade à matéria, a natureza não é a
única criação de Deus. Ele criou também os anjos, que são espíritos ministradores
(Hb. 1.14). Na verdade o mundo visível surgiu do que não é visível, isso é o
que nos revela a Palavra de Deus (Hb. 11.1). Em sua Epístola aos Efésios, Paulo
adverte os crentes para que estejam preparados para enfrentar uma batalha
espiritual, não contra a carne e o sangue, mas contra os principados e
potestades das regiões celestiais (Ef. 6.12). Essa luta tem implicações
cosmológicas, e teve seu princípio na rebelião de Satanás contra Deus (Is.
14.14), antes da criação da humanidade. Quando Jesus veio para terra, Ele
enfrentou os demônios, alguns deles associados a algumas enfermidades (Lc.
4.31-44). O Senhor expulsou muitos demônios que oprimia a vida das pessoas (Lc.
11.14).
2. OS DEMÔNIOS SÃO UMA REALIDADE
Os demônios continuam atuando neste planeta, as
pessoas parecem esquecer essa realidade. Como Jesus fez no deserto (Lc.
4.1-13), precisamos também estar preparados para enfrentar as hostes da
maldade. Não podemos esquecer que este mundo jaz no maligno (I Jo. 5.19), e que
o Deus deste século cegou o entendimento das pessoas (II Co. 4.4). Precisamos,
portanto, nos munir com todas as armas espirituais, para resistir no dia mau
(Ef. 6.10-12). No Evangelho segundo Lucas a autoridade de Jesus sobre os
demônios é atestada em várias passagens (Lc. 4.41; 6.18; 9.42; 10.17,18). Não
apenas esse Evangelho, mas toda a Bíblia, confirma a existência de forças
sobrenaturais que se opõem ao Reino de Deus (Lc. 11.18). Por outro lado, não
podemos fazer apologia ao Diabo, algumas igrejas ditas evangélicas exploram
demasiadamente a doutrina dos demônios. Os demônios devem ser expulsos, tal
como fez Jesus (Lc. 8.28), a Igreja continua tendo a missão de destruir as
obras do Diabo (I Jo. 3.8; Mt. 10.1; Lc. 9.1). Mas nenhuma igreja foi chamada
para fazer espetacularização das forças demoníacas. Ainda que essas atitudes
deem ibope, não têm respaldo das Escrituras, os excessos podem resultar em
escândalo para o Evangelho. Há igrejas que falam mais a respeito do Diabo do
que de Jesus. Alguns pregadores, para causar frenesi na audiência, se referem
ao demônio nove vezes, a cada dez palavras que pronunciam. A glória deve ser
dada a Cristo, Sua cruz deve ser o assunto na pregação (I Co. 2.1-5), diante
dEle as hostes satânicas se rendem (Lc. 8.28).
3. O PODER SOBRENATURAL DE JESUS
O poder sobrenatural de Jesus não foi demonstrado
apenas sobre os demônios, mas também sobre a natureza. Isso mostra que o Senhor
não está limitado às leis físicas, por isso pode ir além delas, não
necessariamente contra elas. Um dos seus primeiros milagres, conforme
registrado no Evangelho segundo João, foi o de transformar água em vinho (Jo.
2.1-11). Esse episódio não foi uma mágica, ou mesmo um truque como querem
suspeitar alguns céticos, mas a atuação do poder do Espírito Santo no
ministério de Jesus. Ele também acalmou uma tempestade, causando espanto aos Seus
discípulos para essa manifestação poderosa (Lc. 8.22-25). O poder de Jesus
sobre a natureza deve nos tranquilizar em relação ao futuro, sabemos que Ele está
no comando das situações, mesmo que não compreendamos. É importante esclarecer
que a natureza, no estado atual em que se encontra, depois do pecado de Adão e
Eva, carece de redenção (Rm. 8.22). Por esse motivo, testemunhamos de vez em
quando algumas catástrofes, que revelam essa condição da natureza. No futuro,
quando Cristo vier reinar, a natureza será restabelecida ao seu estado, não
havendo mais terremotos ou enchentes (Is. 11). Jesus demonstrou também aos Seus
discípulos o Seu poder sobre a natureza quando andou sobre as águas (Mc.
6.45-52). Na ocasião chamou a atenção dos discípulos para que tivessem fé a fim
de que os milagres acontecessem. Os dons espirituais, inclusive o da fé para
realizar maravilhas está à disposição dos crentes, faz-se necessário que eles
deem o devido valor.
CONCLUSÃO
Poderíamos elencar muitos outros milagres
realizados por Jesus, que comprovam sua messianidade, sobretudo o domínio sobre
a natureza. Ele multiplicou pães (Mt. 15.32-38), secou uma figueira (Mc.
11.11-14,20-25), possibilitou uma pesca maravilhosa (Lc. 5.1-11), entre outros.
A realização desses milagres, e o poder de Jesus sobre os demônios, inspiram
nossa confiança, e reconhecimento que Ele tem todo o poder no céu e na terra
(Mt. 28.18). Podemos então descansar diante das adversidades da vida, sabendo
que o Senhor está no comando do barco.
Prof. Ev. José Roberto A.
Barbosa
COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos os relatos que mostram o
poder de Jesus sobre as forças da natureza e, também, sobre os demônios. Até
aqui os discípulos já tinham visto Jesus curando doentes e libertando pessoas
oprimidas pelo Diabo. Todavia, eles ainda não haviam visto o Mestre dominando
as forças da natureza, nem tampouco alguém que andava nu e vivia nos sepulcros
ser devolvido ao seu convívio familiar. Estes fatos ocorreram quando Jesus
acalmou uma tempestade e libertou o endemoninhado gadareno. Em ambos os
relatos, vemos as manifestações do poder e da misericórdia de nosso Senhor, que
sempre procurou o bem do homem, nem que para isso fosse necessário repreender
as leis físicas do Universo ou quebrar o poder de Satanás. [Comentário: O
texto de Fp 2.5-8 trata da conhecida Kenosis de Jesus. Este termo vem da
palavra grega para a doutrina do auto-esvaziamento de Cristo em sua encarnação.
Entendemos a kenosis como uma auto-renúncia, não um esvaziamento de sua
divindade e nem uma troca de divindade pela humanidade. Jesus não cessou de ser
Deus enquanto exerceu o Seu ministério terreno. Entretanto, Ele deixou de lado
a Sua glória celestial de uma relação face a face com Deus. Ele também deixou
de lado a Sua autoridade independente. Durante o Seu ministério terreno, Cristo
se submeteu completamente à vontade do Pai. Ainda como parte da kenosis, Jesus
às vezes operava com as limitações de humanidade (João 4.6, 19.28). Deus não se
cansa ou fica com sede. A kenosis também lida com o que Cristo assumiu. Jesus
tomou sobre si mesmo uma natureza humana e se humilhou. Jesus deixou de ser a
glória das glórias do céu para ser um ser humano que foi condenado à morte na
cruz. Em Efésios 1.20-23, Paulo refere-se ao poder que Deus demonstrou através
de Jesus Cristo – ressuscitando-o dentre os mortos e exaltando Seu Nome muito
acima de qualquer governo, poder, autoridade ou domínio. Observamos no
verso 21 a explicação de por que o Nome de Jesus Cristo é tão poderoso.
Quando temos uma aliança com Deus através de Jesus Cristo, recebemos como
consequência a autorização para usarmos o Nome que é sobre todos (Fp 2:9-11
também expõe o poder que há neste Nome Bendito). Jesus mesmo cuidou de ensinar
Seus discípulos de que deveriam fazer tudo em Seu Nome. Em Marcos 16:17, Ele
avisa acerca dos sinais que seriam realizados em Seu Nome. Em João 14:13 e
15:16 Ele ensina sobre o poder dos pedidos feitos ao Pai em Nome dEle. Em
Atos 3:6, Pedro e João curam um paralítico usando o Nome de Jesus. Em Atos 4:10
os mesmos apóstolos confirmam que tal milagre ocorreu por conta do poder e da
autoridade do Nome de Jesus. Em diversos outros textos aprendemos que todas as
realizações dos apóstolos eram em nome de Jesus. Cristo é Senhor sobre
todo nome que se possa referir. Ele subjugou os poderes malignos, colocando-os
debaixo de seus pés. Esta posição, subjugando o inimigo a ponto de pisar sobre
Ele pressupõe total vitória. É assim que o apóstolo Paulo descreve Jesus, em
Efésios 1:22 – e o mesmo texto faz questão de realçar que a Igreja é o Corpo de
Cristo, sendo Ele a Cabeça do Corpo. Ou seja, a Igreja, como Corpo de Cristo,
tem o inimigo das nossas almas debaixo de seus pés. A figura do Messias pisando
seus inimigos é profetizada por Davi no Salmo 110:1. Observe que de
acordo com Lucas 10:19, nós temos autoridade através de Jesus para pisar nos
demônios (aqui chamados de serpentes e escorpiões). Vamos
pensar maduramente sobre a fé cristã?
1. JESUS E AS FORÇAS SOBRENATURAIS
1. Poder sobre a natureza. Até este
ponto, Lucas já havia mostrado Jesus exercendo poder sobre demônios e
enfermidades (Lc 4.31-44). Agora, ele o mostra exercendo o seu poder sobre as
forças da natureza (Lc 8.23-25). A tempestade surge, aqui, como uma força
impessoal revelando que a harmonia original da criação se perdeu. Nesse
momento, ela se levanta como uma força poderosa que precisa ser detida. Ao
receber a voz de comando do Filho de Deus, as forças descontroladas da natureza
param. Jesus põe ordem no caos. A cena foi tão dramática para os discípulos,
que arrancou deles a pergunta: "Quem é este que até aos ventos e a água
manda?" [Comentário: Este relato é encontrado nos três
Sinóticos. Para uma argumentação mais detalhada, veja Mateus 8.18, 23-27 (cf.
Mc 4.35-41). Sendo o próprio Criador, Ele demonstrou seu poder sobre a natureza
ao repreender a tempestade que aterrorizava os discípulos que, no barco,
atravessavam o mar da Galiléia (Mt 8:23-26). Depois do atraso causado pela conversa
com os dois homens (cf. v. 18), Jesus entrou em um barco com os seus discípulos
(23). Este era provavelmente o pequeno barco de pesca de Pedro. Quando eles
estavam cruzando o lago, se levantou (24) uma tempestade (seismos,
“terremoto”). Enquanto o barco era coberto pelas ondas, Jesus estava dormindo
(tempo imperfeito). Ele estava tão cansado que a tempestade não o despertou
(veja também Mc 4.35-41; Lc 8.22-25). Muito assustados, os discípulos o
despertaram com o grito: Senhor, salva-nos, que perecemos (25). Ele primeiro os
repreendeu por temerem (26; de forma literal, “covardemente”) e então
repreendeu os ventos e o mar. O resultado foi uma grande bonança. Não é de
surpreender que aqueles homens tenham se maravilhado (27). Em seus anos de
pescaria no lago eles já tinham passado por muitas tempestades graves, mas
nunca por uma que tivesse sido subitamente acalmada pela ordem de uma pessoa. A
reação deles ainda hoje é pertinente: Que homem é este! Como um mero homem Ele
seria completamente inexplicável. Comentário Bíblico Beacon – CPAD, pág
74.].
2. Poder sobre os demônios. Se a natureza é uma
força impessoal, o mesmo não pode se dizer do Diabo. A Bíblia mostra que ele é
um ser pessoal, isto é, dotado de personalidade. Jesus e seus discípulos
tiveram que enfrentá-lo muitas vezes. Ainda quando descrevia o relato da
tentação de Cristo, Lucas informa que Satanás ausentou-se de Jesus "por
algum tempo" (Lc 4.13). Jesus derrotou o Diabo na tentação do deserto, mas
depois disso teve outros embates com ele. De fato, a Escritura registra vários
casos de pessoas oprimidas e possessas de demônios que tiveram um encontro com
Jesus e seus discípulos (Lc 4.33-37,41; 6.18; 7.21; 8.27; 9.39; 10.17-19;
11.14; 13.11). Em todos os casos, tais pessoas foram libertas e Satanás derrotado. [Comentário: Os
demônios, como em outras ocasiões, reconheceram Cristo como sendo o Filho de
Deus e temeram o tormento que inevitavelmente sofreriam. Atendendo um pedido,
Jesus permitiu que os demônios entrassem em uma manada de porcos que estava nas
proximidades - Marcos afirma que eram quase dois mil. O resultado foi que toda
a manada morreu nas águas do lago (30-32). Aqueles que guardavam os porcos
fugiram até à cidade para contar tudo o que havia ocorrido (33). Toda aquela
cidade saiu ao encontro de Jesus. O povo, tomado pelo medo (Lc 8.38) rogou que
Ele se retirasse do seu território (das suas “fronteiras” ou do seu
“distrito”). Eles tiveram medo do poder de Jesus. Algumas vezes, duas questões
têm sido formuladas a respeito desse acontecimento. A primeira é: Por que Jesus
permitiu que esses porcos fossem destruídos? Houve quem sugerisse que Ele
queria confirmar a fé dos dois endemoninhados curados, por esta evidência
visível de que os demônios haviam realmente deixado os seus corpos. Alguns pensam
que Jesus fez isso para mostrar à multidão o poder tremendo e as tendências
destrutivas que os demônios possuem. Trench escreve sobre o relato onde somente
é mencionado um endemoninhado: “Se esta concessão ao pedido dos espíritos maus
ajudou de alguma maneira a cura deste sofredor, fazendo com que eles relaxassem
a sua posse do corpo dele com maior facilidade, aliviando o ataque através de
sua saída, este teria sido um motivo suficiente para permitir que aqueles
animais morressem. Para a cura definitiva do homem poderia ter sido necessário
que ele tivesse esta evidência exterior e o testemunho de que os poderes
infernais que o mantinham aprisionado agora o haviam deixado”. Uma segunda
pergunta que se faz é a seguinte: Que direito tinha Jesus de destruir a
propriedade de outras pessoas? A resposta para esta pergunta é mais difícil. Se
tivéssemos certeza de que os donos eram judeus, isto ofereceria uma solução
simples. Os judeus deveriam evitar as carnes impuras, o que incluía os porcos.
Mas Decápolis era uma região de população predominantemente gentílica. De
qualquer forma, o caráter de Cristo garante que Ele não faria nada injusto. Os
atos de Deus não podem ser sempre julgados segundo os padrões dos homens. Porém
devemos sempre nos lembrar de que Deus não fica devendo nada a ninguém. Se
tivéssemos mais informações, poderíamos entender melhor esta situação.
Comentário Bíblico Beacon – CPAD, pág 75,76.].
SÍNTESE DO TÓPICO I
Jesus tem poder sobre a natureza e os demônios.
2. JESUS E A REALIDADE DOS DEMÔNIOS
1. Uma realidade bíblica. A Bíblia
desconhece a ideia de um Diabo mitológico ou que é um produto da cultura
humana. Nas Escrituras, Satanás e seus demônios são mostrados como seres reais.
Uma das mais poderosas armas usadas pelo Diabo é tentar mostrar que ele não
existe. A Bíblia, no entanto, trata Satanás e seus demônios como seres dotados
de pessoalidade. O próprio Cristo enfrentou pessoalmente Satanás no deserto e o
derrotou (Lc 4.1-13). Jesus também revelou que o Diabo possui um reino e que
trabalha de forma organizada (Lc 11.18). Tal reino é tão "organizado"
que o apóstolo Paulo mostra que esse reino maligno está organizado de forma
hierárquica (Ef 6.10-12). [Comentário: Os demônios são anjos caídos, como
Apocalipse 12:9 indica: "E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente,
que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a
terra, e, com ele, os seus anjos." A queda de Satanás do céu é
simbolicamente descrita em Isaías 14:12-15 e Ezequiel 28:12-15. Quando caiu,
Satanás levou alguns dos anjos com ele - um terço deles, de acordo com
Apocalipse 12:4. Judas 6 também menciona anjos que pecaram. Então,
biblicamente, os demônios são anjos que, juntamente com Satanás, decidiram
rebelar-se contra Deus. Alguns dos demônios já estão guardados "sob
trevas, em algemas eternas" (Judas 1:6) pelo seu pecado. Outros estão
livres para vaguear e são referidos como "os dominadores deste mundo
tenebroso.... as forças espirituais do mal, nas regiões celestes" em
Efésios 6:12 (cf. Colossenses 2:15). Os demônios ainda seguem a Satanás como
seu líder e batalham contra os santos anjos em uma tentativa de frustrar o
plano de Deus e atrapalhar o Seu povo (Daniel 10:13). Os demônios, como seres
espirituais, têm a capacidade de tomar posse de um corpo físico. A possessão
demoníaca ocorre quando o corpo de uma pessoa é totalmente controlado por um
demônio. Isso não pode acontecer com um filho de Deus, uma vez que o Espírito
Santo habita no coração do crente em Cristo (1 João 4:4). Jesus, durante o Seu
ministério terreno, encontrou muitos demônios. Claro que nenhum deles era mais
poderoso que o próprio Cristo: "Chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos
endemoninhados; e ele meramente com a palavra expeliu os espíritos..."
(Mateus 8:16). A autoridade de Jesus sobre os demônios é uma das provas de que
Ele era realmente o Filho de Deus (Lucas 11:20). Os demônios que O encontraram
sabiam quem Ele era, e temiam: "E eis que gritaram: Que temos nós contigo,
ó Filho de Deus! Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?" (Mateus
8:29). Os demônios sabem que o seu fim será um de tormento. Satanás e seus
demônios agora têm o objetivo de destruir a obra de Deus e enganar qualquer
pessoa (1 Pedro 5:8, 2 Coríntios 11:14-15). Os demônios são descritos como
espíritos do mal (Mateus 10:1), espíritos imundos (Marcos 1:27), espíritos
mentirosos (1 Reis 22:23) e os anjos de Satanás (Apocalipse 12:9). Satanás e
seus demônios enganam o mundo (2 Coríntios 4:4), promulgam a falsa doutrina (1
Timóteo 4:1), atacam os cristãos (2 Coríntios 12:7, 1 Pedro 5:8) e combatem os
santos anjos (Apocalipse 12 :4-9). Os demônios/anjos caídos são inimigos de
Deus, mas são inimigos derrotados. Cristo tem despojado "os principados e
as potestades”, e “publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na
cruz" (Colossenses 2:15). À medida que nos submetemos a Deus e resistimos
ao diabo, não temos nada a temer. "Filhinhos, vós sois de Deus e tendes
vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele
que está no mundo" (1 João 4:4).Leia mais:
http://www.gotquestions.org/Portugues/demonios-Biblia.html#ixzz3aQTsVh00].
2. Uma realidade experimental. Na Palestina do
primeiro século, a presença de pessoas oprimidas ou possuídas por demônios era
uma realidade do dia a dia. No Evangelho de Lucas, encontramos dezenas de
textos mostrando essa verdade (Lc 4.41; 6.18). Lucas diz que Jesus curou muitos
de moléstias (Lc 7.21). Além disso, registra ainda que Jesus repreendeu
espíritos imundos (Lc 9.42); e que via a queda de Satanás em cada demônio que
era expulso (Lc 10. 17,18). À luz da Bíblia, não há, pois, como negar a
realidade dos demônios. [Comentário: Iguais aos anjos, os demônios também
são seres espirituais criados com juízo moral e com alta inteligência, mas sem
corpos físicos. Podemos definir os demônios da seguinte e maneira: Os demônios
são anjos que pecaram contra Deus e que agora operam continuamente o mal no
mundo. Quando Deus criou o mundo, ele “viu tudo o que havia feito, e tudo havia
ficado muito bom” (Gn 1.3 1). Isso significa que mesmo o mundo angelical que
Deus havia criado não possuía anjos maus nem demônios àquela altura. Mas, quando
chegamos a Gênesis 3 , percebemos que Satanás, na forma de uma serpente, tentou
Eva para que pecasse (Gn 3.1-5). Portanto, em um determinado tempo entre os
eventos de Gênesis 1.31 e Gênesis 3.1 , deve ter havido uma rebelião no mundo
angelical, com muitos anjos se voltando contra Deus e tornando-se maus. O Novo
Testamento fala disso em dois lugares. Pedro nos diz que “Deus não poupou a
anjos que pecaram, mas os lançou no inferno, prendendo-os em abismos tenebrosos
a fim de serem reservados para o juízo” (2Pe 2.4). Judas também diz que “quanto
aos anjos que não conservaram suas posições de autoridade mas abandonaram sua
própria morada, ele os tem guardado em trevas, presos com correntes eternas
para o juízo do grande Dia” (Jd 6). Uma vez mais a ênfase recai sobre o fato de
que eles são removidos da glória da presença de Deus e sua atividade é
restringida (metaforicamente, eles estão em “correntes eternas”), mas o texto
não sugere que a influência dos demônios tenha sido removida do mundo ou que
alguns demônios sejam guardados em um lugar de punição à parte do mundo,
enquanto outros são capazes de influenciá-lo. Ao contrário, tanto 2Pedro como
Judas nos dizem que alguns anjos se rebelaram contra Deus e se tornaram
oponentes hostis à sua palavra. O pecado deles parece ter sido o do orgulho, a
recusa em aceitar seu lugar designado, pois eles “não conservaram suas posições
de autoridade mas abandonaram sua própria morada” (Jd 6). É também possível que
haja uma referência à queda de Satanás, o príncipe dos demônios, em Isaías 14 .
Conforme Isaías descreve o juízo de Deus sobre o rei da Babilônia (um rei
humano, terreno), ele chega à seção onde começa a usar uma linguagem que parece
forte demais para referir-se meramente a um ser humano: Como você caiu dos céus,
ó estrela da manhã, filho da alvorada! Como foi atirado à terra, você, que
derrubava as nações! Você, que dizia no seu coração: ‘Subirei aos céus;
erguerei o meu trono acima das estrelas de Deus; eu me assentarei no monte da
assembléia, no ponto mais elevado do monte santo. Subirei mais alto que as mais
altas nuvens; serei como o Altíssimo'. Mas às profundezas do Sheol você será
levado, irá ao fundo do abismo! (Is 14.12-15; cf. Ez 28.11-19). Essa linguagem
de subir ao céu e assentar-se no trono acima das estrelas e dizer “serei
semelhante ao Altíssimo” sugere enfaticamente a rebelião de uma criatura
angélica de grande poder e (isso não significa que esses anjos pecaminosos não
exerçam atualmente influência no mundo, pois no versículo 9 Pedro diz que o Senhor
também “sabe livrar os piedosos da provação e manter em castigo os ímpios para
o dia de juízo”, referindo-se aos seres humanos pecaminosos que obviamente
ainda tinham influência no mundo e até causam problema para os leitores de
Pedro. O versículo 4 simplesmente significa que os anjos ímpios haviam sido
removidos da presença de Deus e permanecem guardados debaixo de alguma espécie
de influência restritiva e até o juízo final, o que, entretanto, não anula a
sua atividade contínua no mundo nesse meio-tempo.) dignidade. Não seria incomum
para a linguagem profética hebraica passar das descrições de eventos humanos
para descrições de eventos celestiais que lhes são paralelos e que os eventos
da terra ilustram de modo limitado. Se assim for, então o pecado de Satanás é
descrito como orgulho e tentativa de ser igual a Deus em posição e autoridade. http://www.monergismo.com/textos/comentarios/anjos_satanas_demonios_grudem.htm].
SÍNTESE DO TÓPICO II
A
bíblia descreve o Diabo como um ser real experimental.
3. JESUS E A OBRA DOS DEMÔNIOS
1. Jesus e a oposição dos demônios. O caso da libertação
do endemoninhado, que ocorre logo após Jesus acalmar a tempestade, é um dos
muitos relatos que mostra como os demônios entraram em rota de colisão com
Jesus: "Que tenho eu contigo Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Peço-te que
não me atormentes" (Lc 8.28), disse o espírito maligno. Isso era esperado
que acontecesse por causa da própria natureza da missão de Jesus, que é
destruir as obras do Diabo (1 Jo 3.8). Essa missão também foi confiada aos seus
discípulos (Mt 10.1; Lc 9.1) e posteriormente posta em prática por sua igreja
(At 5.16; 8.6,7). [Comentário: Assim como Satanás induziu Eva a
pecar contra Deus (Gn 3.1-6), ele também induziu Jesus a pecar para que
falhasse na sua missão como Messias (Mt 4.1-11). As táticas de Satanás e seus
demônios são as de usar as mentiras (Jo 8.44), o engano (Ap 12.9), o
assassinato (Sl 106.37; Jo 8.44) e qualquer outra espécie de atividade
destrutiva para provocar nas pessoas o abandono de Deus e a destruição delas
próprias. Os demônios tentarão toda tática para cegar as pessoas para o
evangelho (2Co 4.4) e mantê-las em escravidão às coisas que as impedem de vir a
Deus (Gl 4.8). Eles também usarão tentação, dúvida, culpa, temor, confusão,
doença, inveja, orgulho, calúnia ou quaisquer outros meios para impedir o
testemunho e a utilidade dos cristãos. Quando Jesus enviou os doze discípulos
adiante dele para pregar o Reino de Deus, ”deu-lhes poder e autoridade para
expulsar todos os demônios” (Lc 9.1). Após os setenta terem pregado sobre o
Reino de Deus nas cidades e aldeias, eles retornaram com alegria, dizendo: ”Senhor,
até os demônios se submetem a nós, em teu nome” (Lc 10.17) , e Jesus lhes
disse: ”Eu lhes dei autoridade [...] sobre todo o poder do inimigo”(Lc 10.19).
Quando Filipe, o evangelista, desceu para Samaria para pregar o evangelho de
Cristo , ”os espíritos imundos saíam de muitos, dando gritos” (At 8.7), e Paulo
usou a autoridade espiritual sobre os demônios para dizer ao espírito de
adivinhação que estava em uma jovem adivinhadora: “Em nome de Jesus Cristo eu
lhe ordeno que saia dela!” (At 16.18). Paulo estava cônscio da autoridade
espiritual que possuía, tanto nos encontros face a face como o de Atos 16 ,
como também em sua vida de oração. Ele disse: “Pois, embora vivamos como
homens, não lutamos segundo os padrões humanos. As armas com as quais lutamos
não são humanas; ao contrario, são poderosas em Deus para destruir fortalezas”
(2Co 10.3,4). Além disso, ele falou em alguma medida da luta que os cristãos
têm contra “as ciladas do Diabo” em sua descrição do conflito “contra as forças
espirituais do mal nas regiões celestiais” (v. Ef 6.10-18). Tiago fala a todos
os seus leitores (em muitas igrejas): “Resistam ao Diabo, e ele fugirá de
vocês” (Tg 4.7). Semelhantemente, Pedro diz a seus leitores em muitas igrejas
na Ásia Menor: “Estejam alertas e vigiem. O Diabo, o inimigo de vocês, anda ao
redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar. Resistam-lhe,
permanecendo firmes na fé” (lPe 5.8,9). É importante que reconheçamos que a
obra de Cristo na cruz é a base definitiva para a nossa autoridade sobre os
demônios. Embora Cristo tenha ganho a vitória sobre Satanás no deserto, as
cartas do NT apontam para a cruz como o momento em que Satanás foi
definitivamente derrotado. Jesus assumiu a natureza humana (carne e sangue)
“para que, por sua morte, derrotasse aquele que tem o poder da morte, isto é, o
Diabo” (Hb 2.14). Na cruz, Deus, “tendo despojado os poderes e as autoridades,
fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz” (Cl 2.15).
Portanto, Satanás odeia a cruz de Cristo, porque lá ele foi inquestionavelmente
derrotado para sempre. Por causa da morte de Cristo na cruz, nossos pecados são
perdoados por completo, e Satanás não possui autoridade nem direito sobre nós.
[É bom acrescentar que, se há algum pecado específico que tenha dado lugar à
influência do demônio, o pecado deve ser confessado e abandonado (v.
anteriormente). Mas nem todo ataque demoníaco pode ser ligado a pecado
específico, já que o próprio Jesus foi severamente tentado por Satanás, como
aconteceu com Eva antes da queda]. Ainda mais, nossa posição como filhos na
família de Deus é a posição espiritual firme pela qual lutamos em nossa batalha
espiritual. Paulo diz a todo cristão: “Todos vocês são filhos de Deus mediante
a fé em Cristo Jesus” (Gl 3.26). Quando Satanás vem para atacar-nos, ele está
atacando um dos filhos do próprio Deus, um membro da família divina. Essa
verdade dá-nos autoridade para derrotá-lo e enfrentar a guerra contra ele com
muito sucesso. Se como crentes achamos apropriado falar uma palavra de repreensão
ao demônio, é importante que nos lembremos de que não precisamos temer os
demônios. Embora Satanás e os demônios tenham muito menos poder que o Espírito
Santo que opera dentro de nós, uma das táticas de Satanás é tentar causar medo
em nós. Em vez de ceder a tal temor, os cristãos devem lembrar as verdades da
Escritura, que nos dizem: ”Filhinhos, vocês são de Deus e os venceram, porque
aquele que está em vocês é maior do que aquele que está no mundo” (lJo 4.4); e:
“Pois Deus não nos deu um espírito de covardia, mas de poder, de amor e de
equilíbrio” (2Tm 1.7). Paulo diz aos efésios que em sua batalha espiritual eles
devem usar o “escudo da fé”, para que possam “apagar todas as setas inflamadas
do Maligno” (Ef 6.16). Isso é muito importante, visto que o oposto do temor é a
fé em Deus. Ele também lhes diz para serem intrépidos em sua luta espiritual,
de forma que, tendo tomado toda a armadura de Deus, pudessem “resistir no dia
mau e permanecer inabaláveis, depois deterem feito tudo” (Ef 6.13). Paulo diz
que os cristãos, em seu conflito contra as forças espirituais hostis, não devem
bater em retirada ou se encolher de medo, mas permanecer intrepidamente no seu
lugar, sabendo que suas armas e sua armadura “não são humanas; ao contrário,
são poderosas em Deus para destruir fortalezas” (2Co 10.4; cf. lJo 5.18). Na
realidade, essa autoridade de repreender demônios pode resultar em uma breve
ordem ao espírito maligno para ir embora quando suspeitamos da presença de
influência demoníaca em nossa vida pessoal ou na vida dos que nos cercam.
Devemos resistir ao Diabo (Tg 4.7), e ele fugirá de nós. Há ocasiões em que uma
breve ordem no nome de Jesus será suficiente. Outras vezes será de grande
utilidade citar as Escrituras no processo de ordenar ao espírito para que abandone
aquela situação. Paulo fala da “ espada do Espírito, que é a palavra de Deus”
(Ef 6.17) . E Jesus, quando foi tentado por Satanás no deserto, repetidamente
citou as Escrituras em resposta às tentações do Diabo (Mt 4.1-11). Entre os
textos apropriados da Escritura podem ser incluídas afirmações gerais do
triunfo de Jesus sobre Satanás (Mt 12.28,29; Lc 10.17-19; 2Co 10.3,4; Cl 2.15;
Hb 2.14; Tg 4.7; lPe 5.8,9; lJo 3.8; 4.4; 5.18), mas também versículos
relacionados diretamente à tentação particular ou dificuldade iminente. É
importante lembrar que o poder de expulsar demônios não vem da nossa força ou
do poder de nossa própria voz, mas do Espírito Santo (Mt 12.28; Lc 11.20) .
Além disso, Jesus emite uma advertência clara de que não devemos nos regozijar
demais ou nos tornar orgulhosos de nosso poder sobre os demônios, mas que antes
devemos nos regozijar em nossa grande salvação. Devemos manter isso claro em
nossa mente para que não nos tornemos orgulhosos e o Santo Espírito não venha a
retirar de nós esse poder. Quando os setenta discípulos retornaram com alegria
dizendo: “Senhor, até os demônios se submetem a nós, em teu nome” (Lc 10.17),
Jesus lhes disse: “Contudo, alegrem-se, não porque os espíritos se submetem a
vocês, mas porque seus nomes estão escritos nos céus” (Lc 10.20). Devemos viver
na expectativa de o evangelho vir com poder para triunfar sobre as obras do
Diabo. Quando Jesus veio pregando o evangelho na Galiléia, “de muitas pessoas
saíam demônios” (Lc 4.41). Quando Filipe foi a Samaria para pregar o evangelho,
“os espíritos imundos saíam de muitos, dando gritos” (At 8.7). Jesus
comissionou Paulo para pregar entre os gentios “para abrir-lhes os olhos e
convertê-los das trevas para a luz, e do poder de Satanás para Deus, a fim de
que recebam o perdão dos pecados e herança entre os que são santificados pela
fé em mim” (At 26.18). Segundo Paulo, sua mensagem e pregação “não consistiram
de palavras persuasivas de sabedoria, mas consistiram de demonstração do poder
do Espírito, para que a fé que vocês têm não se baseasse na sabedoria humana,
mas no poder de Deus” (lCo 2.4,5; cf. 2Co 10.3,4). Se realmente cremos no
testemunho da Escritura a respeito da existência e da atividade dos demônios e
se realmente cremos que “para isso o Filho de Deus se manifestou: para destruir
as obras do Diabo” (lJo 3.8), então parece apropriado esperar que mesmo hoje,
quando o evangelho é proclamado a descrentes e quando a oração é feita por
crentes que talvez não estejam conscientes desta dimensão de conflito
espiritual, poderá haver triunfo genuíno e muitas vezes imediatamente
reconhecível sobre o poder do inimigo. Devemos esperar que essa vitória
aconteça, imaginá-la como parte normal da obra de Cristo no desenvolvimento do
seu Reino e nos regozijar nela. http://www.monergismo.com/textos/comentarios/anjos_satanas_demonios_grudem.htm].
2. Jesus e a libertação de endemoninhados. Quando
questionado sobre ter curado no sábado uma mulher com um espírito de
enfermidade, Jesus respondeu: " E não convinha soltar desta prisão, no dia
de sábado, esta filha de Abraão, a qual há dezoito anos Satanás mantinha
presa?" (Lc 13.16). O verbo grego traduzido como "libertar" é
luo, e significa, nesse contexto, "livrar de laços",
"desamarrar", "tornar livre". Jesus veio para libertar os
cativos do Diabo. Essa libertação é, também, tida como uma cura ou livramento
do poder do mal (Lc 6.18). A palavra "curados" traduz o grego
therapeuo, de onde vem o vocábulo português terapia, e significa
"sarar", "curar", "restaurar a saúde". Ao
libertar dos demônios, Jesus trata, também, de todos os efeitos colaterais (Lc
10.19). [Comentário: Não convinha soltar desta prisão, no dia
de sábado, esta filha de Abraão (16). Para qualquer um que não esteja cego pelo
preconceito, a resposta não só é óbvia como também é mais poderosa quando está
implícita e não abertamente verbalizada. A referência de Jesus à mulher como
sendo filha de Abraão sugere que ela tem um duplo apelo à misericórdia e ajuda
de todos os judeus - como um ser humano e como uma compatriota israelita. E, dizendo
ele isso, todos os seus adversários ficaram envergonhados (17). A palavra todos
indica que o chefe da sinagoga tinha alguns ajudantes ativos no seu ataque ao
Mestre. Mas a réplica de Jesus era tão relevante e tão adequada, que até mesmo
estes homens egoístas ficaram envergonhados. Eles não expressaram qualquer
refutação - não havia nenhuma a fazer. E todo o povo se alegrava por todas as
coisas gloriosas que eram feitas por ele. O povo reconheceu e apreciou aquilo
que os líderes religiosos negligenciavam por sua cegueira: que Deus havia
trabalhado entre eles, e que havia demonstrado a sua ilimitada compaixão, assim
como o seu soberano poder. Aquilo que viram fez com que associassem este Jesus
ao Deus do Céu. Sem dúvida, a resposta de Jesus censurando o príncipe da
sinagoga aumentou o entendimento e a admiração que sentiram pelo milagre ali
presenciado por eles. Charles Simeon faz três reflexões sobre este episódio: 1)
Quanta cegueira e hipocrisia existem no coração humano! 2) Como é desejável
abraçar cada oportunidade de esperar em Deus! - esta mulher recebeu a cura
porque participava fielmente das reuniões na sinagoga; 3) Com que conforto e
esperança podemos confiar os nossos problemas a Jesus! Comentário Bíblico
Beacon – CPAD, pág 440].
SÍNTESE DO TÓPICO III
A
natureza dos demônios declara que eles são seres criados, limitados,
espirituais, malignos e imundos.
CONCLUSÃO
Quer as forças descontroladas
sejam pessoais ou impessoais, Jesus possui poder sobre todas elas. Em um mundo
que nos parece inóspito, onde forças sobrenaturais se mostram maiores do que
nós, temos a confiança que Deus está no controle de tudo. [Comentário: Satanás
e os demônios são opositores de todos os crentes verdadeiros e continuamente
trabalham em oposição a eles. Os Crentes, entretanto, são protegidos pelo
soberania de Deus e pela armadura que Ele deu a cada crente (2Co 11:3; Ef
6:10-18; 2Ts 3:3; Tg 4:7; 1Pe 5:7-10). Satanás e seus demônios são limitados no
que eles podem fazer (Jó 1:12; Jó 2:6; Lc 8:32). Ao final, eles serão punidos e
destruídos (serão tornados em ruína inúteis) de acordo com o julgamento
assegurado a eles pela morte e ressurreição de Cristo. Eles serão confinados
eternamente no Lago do Fogo (Is 24:21; Mt 25:41; Jo 12:31; Cl 2:15; Ap 20:10)].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e
isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br.
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