LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 8.1-3
1- E aconteceu, depois disso, que andava de cidade em cidade e de aldeia
em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do Reino de Deus; e os doze iam
com ele,
2 - e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos
malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete
demônios;
3 - e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas
outras que o serviam com suas fazendas.
SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
O evangelho segundo
Lucas destaca a atuação de pessoas marginalizadas, dentre elas as crianças, as
mulheres e os pobres. Na aula de hoje estudaremos a respeito do papel das
mulheres no ministério de Jesus, notadamente na narrativa lucana. Ao final,
avaliaremos, a partir de uma perspectiva neotestamentária, a atuação do
ministério feminino na igreja de Jesus Cristo. Destacaremos que o evangelho é
inclusivo, não fazendo diferença entre judeu ou gentio, macho ou fêmea, pois
todos são um em Cristo (Gl. 3.28).
1. AS MULHERES NO MINISTÉRIO DE JESUS
No contexto da
sociedade judaico-romana, no qual as mulheres eram colocadas em segundo plano,
o cristianismo privilegiou a atuação feminina. Enquanto que os gregos
desprezavam as mulheres, inclusive alguns dos mais conceituados filósofos,
Jesus dignificou a posição social das mulheres, ressaltando o papel delas na
vida pública. Ao contrário dos que era defendido em Sua época, Jesus reafirmou
que homem e mulher foram feitos uma só carne (Gn. 2.24; Mt. 19.3-9). Jesus se
opôs à coisificação da mulher, transformando-a em mero objeto de desejo (Mt.
5.28), como ainda acontece na sociedade contemporânea. A preocupação de Jesus
com as mulheres é digna de destaque ao longo dos evangelhos. Ele curou a sogra
de Pedro, possibilitando o retorno dela ao serviço (Mc. 1.30-31; Mt. 8.14,15;
Lc. 4.38,39). Jesus mostrou interesse pela viúva de Naim, confortando-a em um
momento de aflição (Lc. 7.11-15). O Senhor também curou uma mulher curvada por
dezoito anos, defendendo-a das acusações dos religiosos (Lc. 13.10-17). Jesus
curou uma mulher acometida de um fluxo de sangue, que sofria há vários anos
(Mc. 5.22-29). Ele permitiu que uma mulher considerada pecadora ungisse seus
pés (Lc. .36-50). Mesmo as prostitutas não foram desprezadas por Jesus, essas
têm maior disposição para o arrependimento do que os religiosos (Mt. 21.31). O
interesse inclusivista de Jesus atraiu mulheres que eram conhecidas como
adúlteras na sociedade, orientando-as para que abandonassem os seus pecados
(Jo. 4.4-42; Jo. 8.1-11).
2. AS MULHERES
NO EVANGELHO DE LUCAS
Como apontamos
anteriormente, algumas mulheres tiveram proeminência no ministério de Jesus, e
essas são destacadas por Lucas no evangelho que traz o seu nome. Isabel, a mãe
de João Batista, é destacada como uma mulher piedosa (Lc. 1.5-7). Maria, a mãe
de Jesus, recebeu a visitação de um ajo, informando-lhe que ela seria a mãe do
Salvador (Lc. 1.26-38; Lc. 2.5-7), e essa acompanhou o ministério do Seu filho
até o fim (Lc. 8.19). Ana, a profetisa do templo, abençoou Jesus quando criança
(Lc. 2.36-38). Maria e Marta, irmãs de Lázaro, serviam ao Senhor em Betânia
(Jo. 11.5; Lc. 10.38). As mulheres acompanharam o ministério de Jesus, algumas
delas contribuíam financeiramente para esse, dentre elas Maria Madalena, Joana
e Susana (Lc. 8.1-3). Conforme destacamos anteriormente, Jesus curou várias
mulheres: a sogra de Pedro (Lc. 4.38-39), uma menina de doze anos (Lc.
8.41-56), uma mulher com uma enfermidade por doze anos (Lc. 8.43-48), e uma
mulher curvada por dezoito anos (Lc. 13.10-17). O exemplo de algumas mulheres é
destacado no evangelho lucano: uma mulher pecadora que unge o Mestre e é
perdoada (Lc. 7.37-50), a mulher da parábola da dracma perdida (Lc. 15.8-10),
uma viúva que busca um juiz para obter justiça (Lc. 18.1-5) e uma viúva pobre
que entrega duas moedas no templo (Lc. 21.1-4). As mulheres foram as primeiras
a testemunharem a ressurreição de Jesus. Na verdade, elas O acompanharam
durante a crucificação (Lc. 23.27,49), prepararam especiarias para ungir Seu
corpo (Lc. 23.55,56), encontraram Jesus no túmulo vazio (Lc. 24.1-3), e a elas
os anjos anunciaram que Jesus havia ressuscitado (Lc. 24.4-8).
3. A ATUAÇÃO DAS MULHERES NA IGREJA
Ao contrário do que
defendem alguns críticos do Novo Testamento, Paulo foi favorável ao ministério
feminino na igreja. Em I Co. 11 o apóstolo instruiu sobre como as mulheres
deveriam orar e profetizar na igreja, respaldando esse ministério. Várias
mulheres auxiliaram Paulo em seu ministério missionário (Rm.16.1). A utilização
isolada da passagem bíblica de I Tm. 2.12-14 não pode ser usada para limitar a
atuação da mulher na igreja, apenas para restringi-la. O texto diz que a mulher
não deve ter “domínio sobre o homem”. O argumento bíblico é o de que a
supremacia e a liderança do homem não é uma questão cultural, pois se baseia no
princípio da criação, pois Deus criou primeiro o homem, em seguida, a mulher (I
Co. 11.9; I Tm. 2.13). A Bíblia não orienta a escolha de mulheres para a
posição do pastorado na Igreja, esse ministério parece estar
restrito aos homens (I Tm.3.2). No entanto, as mulheres não devem se sentir
menosprezadas por isso. Deus, em Jesus Cristo, subverteu muitos padrões em Sua
época em relação à mulher. Elas eram desprezadas naquela cultura, mas não
por Ele, que as tornou, juntamente com os homens, “um em Cristo” (Gl.3.28). O
Espírito Santo concedeu a elas os dons espirituais (I Co.12), mediante o qual
elas podem tomar parte na edificação do corpo de Cristo. Elas podem profetizar
(At.2.17-18; 21.9), bem como ensinar na igreja, como fazia Priscila, cujo
ministério é destacado no Novo Testamento (At.18.26; Tt.2.4).
CONCLUSÃO
A sociedade dos
tempos de Jesus menosprezava as mulheres, mas o Senhor se opôs a esse
preconceito, e atraiu várias mulheres para apoiar Seu ministério. O Evangelho
segundo Lucas reforça a inclusão da mulher na dimensão evangélica, elas
acompanhavam e sustentavam o ministério do Mestre. A maneira digna com a qual
Jesus, inclusive o apóstolo Paulo, tratou as mulheres, deve servir de estímulo
para que nós, os cristãos do tempo presente, façamos o mesmo, pois todos somos
um em Cristo.
Prof. Ev. José Roberto A.
Barbosa
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Ao longo
dos séculos, em muitos lugares, as mulheres foram tratadas como objetos e
estiveram à margem da sociedade. As mulheres ainda são, em algumas culturas,
consideradas seres inferiores e por isso são discriminadas. Na cultura
oriental, a qual pertenceu Jesus de Nazaré, era assim também que se enxergava
as mulheres.
Um dos
fatos que fica logo patente no Evangelho de Lucas é o tratamento que Jesus
dispensou às mulheres. Essas mulheres esquecidas, discriminadas e maltratadas
encontraram no Mestre a manifestação do amor de Deus. A forma que elas
encontraram para retribuir foi segui-lo e servi-lo com seus bens. Um exemplo a
todos aqueles que querem também agradar a Deus. [Comentário: Na
época de Jesus a mulher não era mais do que uma propriedade do seu marido. Este
possuía servos, propriedades e a mulher. Ela era considerada pecadora e
mentirosa por natureza. Seu testemunho em um julgamento era considerado de
pouco valor. Ela devia ao esposo total lealdade, mas, por princípio, era
considerada como naturalmente infiel, desvirtuada e falsa. Por esta razão, sua
palavra diante de um juiz não tinha praticamente valor algum. Embora ela fosse
obrigada a ser fiel ao matrimônio, o marido não tinha os mesmos deveres
matrimoniais. Além de tudo, ele podia rejeitá-la por qualquer motivo, mesmo
que, legalmente, não pudesse negociá-la como qualquer outra propriedade.
Dificilmente a esposa poderia, por iniciativa própria, se desligar do
casamento. Uma mulher envolta em laços conjugais não podia jamais ser
contemplada por outro homem, ou por ele ser abordada, mesmo que fosse para uma
simples saudação. No interior da sociedade judaica, ela ocupava uma posição bem
inferior à do homem. Até na esfera espiritual a mulher era considerada
desigual, e para ela estava reservado um local à parte no templo, assim como
era obrigada a caminhar, na rua, distante dos homens. Legalmente ela era
proibida de tudo e estava constantemente submetida a todas as punições civis e
penais imagináveis, sujeita até mesmo à pena capital. Também nos momentos das
refeições a mulher era isolada, pois ela não podia se alimentar ao lado dos
homens. Assim, ela permanecia em pé, pronta para ajudar o marido a qualquer
instante. Normalmente as mulheres viviam reclusas em suas residências e as
janelas, quase sempre, eram construídas com grades para que elas não pudessem
ter seus rostos vislumbrados pelos passantes nas ruas. Se um homem tentasse se
dirigir a uma mulher, cometia um pecado muito sério. Por esta breve visão já é
possível perceber o quanto Jesus, em sua época, revolucionou o tratamento
oferecido pelos homens às mulheres. Um dos episódios mais chocantes do
Evangelho é justamente aquele no qual Ele se dirige à mulher samaritana. Este
povo era aguerrido adversário dos hebreus, desde a cisão entre as tribos de
Israel. Assim, ao se revelar claramente como o Messias para alguém desta
comunidade, especialmente a uma mulher, Ele deixou tanto samaritanos quanto
judeus perplexos. Além disso, Jesus mantinha, entre seus discípulos e
seguidores, diversas mulheres, entre elas, Maria Madalena, vista com
preconceito pelos judeus, que a consideravam uma traidora de seus princípios,
como uma prostituta. Não bastando isso, Ele curava indistintamente homens e
mulheres, e procurava integrar socialmente aquelas que tinham sido excluídas.
Ele até mesmo perdoou a mulher adúltera, a qual os judeus costumavam apedrejar
até a morte. E foi justamente uma mulher que testemunhou sua Ressurreição,
embora até os discípulos mais fiéis de Jesus encarassem suas palavras,
inicialmente, com desvelado ceticismo. Na época, mesmo a mulher não sendo
infiel ao esposo, se este fosse dominado pelo espírito do ciúme, como está
descrito na lei mosaica, sob o título de ‘A Oferta do Ciúme’, ele poderia
levá-la diante do sacerdote, mesmo sem nenhum testemunho ou flagrante, e
realizaria então esta oferta ritual. Desta forma, ela ficaria para sempre
marcada e amaldiçoada diante da sociedade judaica. http://www.infoescola.com/sociedade/a-mulher-em-israel-na-epoca-de-jesus/]. Vamos pensar maduramente sobre a fé cristã? Convido você para
mergulharmos mais fundo nas Escrituras!
1. JESUS, O JUDAÍSMO E AS MULHERES
1. A
presença feminina no ministério de Jesus. O Novo
Testamento dá amplo destaque à presença feminina no ministério de Jesus. O
terceiro Evangelho põe essa realidade em relevo. A lista é extensa: Maria, mãe
de Jesus; Isabel, mãe de João, o Batista; Ana, a profetisa; a viúva de Naim; a
pecadora na casa de Simão; Marta e Maria de Betânia; Maria Madalena; a sogra de
Pedro; a mulher do fluxo de sangue; a mulher encurvada; Joana, a mulher de
Cuza, e Suzana. Algumas dessas mulheres foram curadas, outras libertas de
demônios e ainda outras tornaram-se seguidoras de Jesus juntamente com os Doze. [Comentário: As
mulheres não só participaram, como protagonizaram boa parte dos momentos
cruciais da vida de Cristo. Da concepção à crucificação, enquanto homens traíam
ou fingiam não conhecer o Messias, elas não se acovardaram diante das
dificuldades. Encontramos Maria a mãe de Jesus e as outras mulheres, as
discípulas que permaneceram com Jesus ao pé da Cruz. Jesus interfere na ordem
da sociedade patriarcal, desperta a potencialidade da mulher, a chama para
serem também suas discípulas e isto aconteceu. Jesus tem outra visão sobre a
mulher do seu tempo. Ele altera o relacionamento homem - mulher. Numa sociedade
que dava privilégios ao homem Ele procura tirar estes privilégios. Um exemplo
podemos citar em Mt 19,7-12, que trata a questão do divórcio. Jesus apresenta
outra atitude em relação ao Homem e Mulher, para ele deve existir igualdade
entre ambos, nem mais e nem menos. Nos evangelhos encontramos muitas mulheres
que seguiam Jesus desde a Galiléia, e tornaram-se suas discípulas (Mc 15,41; Lc
8,1-13; Lc 8,43-49). Para Jesus não havia distinção no revelar os seus
segredos, ele falava tanto para os homens e mulheres que o seguiam e aceitavam
a sua proposta. 1.1. - Maria de Nazaré, Mãe de Jesus. Nenhum outro ser foi mais
íntimo de Jesus na terra do que sua mãe, Maria. Todos os Evangelhos e o Livro
de Atos falam sobre ela como uma mulher preparada de modo especial para
participar da vida de seu Filho na terra. Maria não foi apenas a mulher que
Deus escolheu, por sua soberana vontade, para dar à luz o Cristo Menino, mas
foi também uma humilde e devotada seguidora do Messias.
1.2. - Isabel, mãe
de João Batista é descrita por Lucas como uma mulher íntegra e obediente (Lc
1.6). Sendo filha e esposa de sacerdote (v.5) ela vivia uma vida justa, muito
embora carregasse uma tristeza secreta por não ter filhos. Isabel foi a
primeira pessoa a reconhecer que Maria de Nazaré era a mãe do Messias. Isabel
se destaca como mentora extraordinária por sua interação com a jovem Maria.
Isabel podia ter enfrentado a velhice com sentimento de fracasso e fé
esmorecida, mas seu espírito vibrante faz com que nos lembremos que Deus zela
por todas as mulheres com cuidado e amor. Isabel confiou em Deus, e ele a
recompensou, Isabel se mostrou disponível para aconselhar Maria liberalmente e,
com certeza, instruiu seu filho nos caminhos do Senhor por meio de seu exemplo
de fé.
1.3. - Ana, a
profetisa; tinha 84 anos e era viúva havia muitos anos. Ana fazia parte do
corpo de obreiros que residia no templo de Jerusalém e se dedicava
continuamente ao serviço. O texto não indica por que ela é chamada de
“profetisa”. Seu marido, cujo nome não é mencionado, pode ter sido profeta, ou
talvez ela mesma tenha se dedicado a louvar e a dar testemunho ou até mesmo a
prever acontecimentos futuros sob a inspiração divina. Ana era uma mulher por
meio de quem Deus falava. O modo como Lucas descreve Ana ajuda o leitor a
compreender o respeito e a veneração que ela inspirava. Uma vida inteira de
orações e jejuns tornou suas observações dignas de serem registradas. Ela,
reconhecida profetiza, confirmou o dom divino da redenção, e suas palavras
alcançavam a todos os que esperavam a salvação (Lc 2. 38). Ana é modelo para
nós, pois devemos viver como Ana viveu “no presente século” sensata, justa e
piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do
nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (Tt 2, 12, 13).
1.4.
- A Viúva de Naim: - Essa mulher, cujo nome não é mencionado,
aparece unicamente no Evangelho de Lucas, numa das muitas referências bíblicas
às viúvas. – Nenhuma família acompanhou a mulher solitária, que estava
enterrado seu único filho. Enquanto a multidão observava, Jesus aproximou-se do
esquife, ignorando as formalidades e a cerimônia e até se contaminando no
contato com um corpo morto.
1.5. - Joana: - Nome
que significa “Presente de Javé”, era mulher de Cuza, procurador de Herodes
Antipas. Sem dúvida, ele dava a Joana bela casa e todos os luxos daquela época.
A vida era difícil para as mulheres que serviam a Jesus e seus discípulos, mas
Joana juntou-se a elas, ofertando, altruisticamente, não apenas o seu tempo e
energia, mas também os recursos de que podia dispor para apoiar a obra do
Senhor. Joana foi para o túmulo de Jesus na manhã de domingo, após a
crucificação. Ela é citada como uma das mulheres que anunciaram a ressurreição
de Jesus aos doze discípulos.
1.6. - Suzana –
Suzana “lírio”, e ela foi uma das muitas mulheres que acompanharam Jesus em seu
ministério, de cidade em cidade, assim como Maria Madalena e Joana, Suzana foi
curada por Jesus de uma enfermidade debilitante ou de possessão demoníaca.
Depois disso, tornou-se líder entre as mulheres que serviam e davam apoio
financeiro a Jesus e seus discípulos. Jesus amava e respeitava esse grupo de
mulheres dedicadas. Ele as valorizava e, obviamente, apreciava sua dedicação
generosa e desinteressada. As atitudes de Jesus em relação às mulheres
expressavam, frequentemente, sua satisfação pelas habilidades que Deus lhes
deu. Além disso, ele ensinava às mulheres da mesma forma que aos homens. Lucas
registra as palavras de dois homens que falaram com as mulheres no túmulo
vazio, lembrando-lhes as palavras que Jesus tinha dito a respeito de sua
crucificação e ressurreição, quando ainda estavam na Galiléia. (Lc 24.
8). Jesus queria que as mulheres estivessem envolvidas na obra de Deus e,
durante o breve período de seu ministério, lançou o firme fundamento sobre o
qual as mulheres têm edificado fielmente nos últimos dois milênios.
1.7. – Marta – Jesus
visitava, com frequência, a casa de Marta. Aparentemente, ela era solteira, não
se sabe se por escolha própria ou não, e morava com os irmãos Maria e
Lázaro. O comentário de João mostra que Jesus tinha profundos laços de
amizade com essa família de Betânia (Jo 11. 5).
1.8. - Maria
de Betânia – Maria, de Betânia, é um modelo para todos os discípulos dedicados
a Cristo. Aparentemente, ela era solteira e vivia com sua irmã, Marta, e seu
irmão, Lázaro. A casa deles era um lugar onde Jesus descansava entre amigos, os
quais, talvez, fossem da mesma faixa etária que ele. Maria, mais do que
qualquer outra personagem do Novo Testamento, é associada com o sentar-se aos
pés de Jesus, um testemunho de sua fome de ouvir e compreender as verdades
espirituais (Lc 10. 39; Jo 11. 32; 12. 3). Ela, porém, não se limitou a apenas ouvir
os ensinamentos de Jesus, mas também o servir, ungindo-o com óleo precioso para
demonstrar que seu desejo não era apenas obter, mas também atender necessidades
práticas.
1.9. – Maria
Madalena. - Maria vivia em Magdala, importante centro agrícola, pesqueiro
e comercial, localizada ao sul da planície de Genesaré, nas praias do mar da
Galiléia. Sofrendo de possessão demoníaca, Maria encontrou Jesus face a face, e
isso mudou a vida dela. Jesus expeliu os sete espíritos demoníacos que
controlavam e perturbavam a vida de Maria Madalena. (Mc 16. 9). Após a cura,
Maria se tornou uma devotada seguidora de Cristo. De fidelidade inabalável, ela
foi contada entre o pequeno grupo de mulheres que servia a Jesus e a seus
discípulos com seus próprios recursos, enquanto eles pregavam e ministravam às
multidões. Maria tornou-se importante líder entre as mulheres que ministravam.
As Escrituras mencionam o seu nome 14 vezes. Ela se mostrou uma seguidora que
dedicou seu tempo, energia e recursos financeiros à obra do Senhor, seguindo-o,
fielmente, durante todo o seu ministério. Maria permaneceu ao lado de Jesus até
o momento da cruz e assistiu à sua morte dolorosa. Maria permaneceu fiel a
Jesus muito depois dos outros já terem perdido a esperança. De madrugada,
depois de terminado o sábado dos judeus, ela saiu furtivamente, encoberta pela
escuridão, antes do nascer do sol, e foi até o sepulcro. Em seus braços,
carregava as especiarias para preparar o corpo do Senhor para o sepultamento. A
fidelidade de Maria foi plenamente recompensada pelo Senhor, pois, ao chegar ao
sepulcro, a pesada pedra que selara a entrada quadrada de um metro de lado
havia sido removida. Maria descobriu, horrorizada, que o túmulo estava vazio,
mas sua dor transformou-se em alegria quando ela se viu novamente face a face
com Jesus: O Senhor ressurreto. Em sua inimaginável graça, Deus escolheu uma
mulher fiel, Maria de Magdala, para proclamar aos discípulos e ao mundo as
gloriosas notícias transformadoras de que Jesus Cristo havia
ressuscitado. Maria Madalena personifica as muitas mulheres por quem
Cristo demonstrou sua profunda misericórdia e seu perdão.
1.10. – A Sogra de
Pedro – Todos os Evangelhos Sinóticos incluem o registro da história da cura da
sogra de Pedro por Jesus. O significo dessa história é duplo: primeiro, a
restauração imediata da saúde; segundo, sua natureza simbólica. Mateus usa esse
acontecimento para enfatizar a soberania de Cristo; Marcos para ilustrar seu
espírito de servo; Lucas para demonstrar sua compaixão humana. A cura também chamou
a atenção para a piedade de Jesus por sua própria raça. Ele demonstrou seu
poder a uma mãe judia, símbolo de seu profundo desejo de que sua própria nação
reafirmasse sua aliança com Deus. É mais um toque do indescritível amor de
Deus. A mulher retribuiu com seu serviço a Jesus, um exemplo clássico para toda
mulher que se sente tocada por ele.
O Evangelista Lucas
diz: “e muitas outras, as quais lhe prestavam assistência com os seus bens”. Lc
8. 3b).].
2.
Jesus valorizou as mulheres. Causa admiração quando fazemos um contraste entre
o tratamento dado às mulheres no Novo Testamento e aquele que era praticado no
judaísmo do tempo de Jesus. No judaísmo do primeiro século, a mulher não
participava da vida pública. Nem mesmo lhe era permitido aparecer em público
descoberta, sendo dessa forma impossível ver a sua fisionomia. Não tinha voz
nem rosto. A mulher era, portanto, tida como objeto, uma coisa que poderia ser
usada e descartada. Ao contrário de tudo isso, Jesus não tratou as mulheres
como coisa ou objeto. Ele as tratou como gente! Jesus mostrou que a mulher era
um ser especial para Deus e fez com que elas se sentissem assim. Não são poucas
as passagens do Novo Testamento que dão destaque às mulheres, e o Evangelho de
Lucas não foge a essa regra (Lc 1.13,42; 7.48; 8.2,43; 13.12; 16.18; 23.27). [Comentário: É
importante observar que, enquanto Sócrates, Aristóteles, Demóstenes, os rabinos
e os homens da comunidade de Qumran tinham as mulheres em baixa estima, Jesus,
em harmonia com o ensino do Antigo Testamento, lhes designava um lugar de
elevada honra. Além disso, é especialmente no Evangelho de Lucas que se
enfatiza a ternura e a profunda consideração de Jesus pelas mulheres. A
primeira a ser mencionada aqui entre as mulheres é Maria chamada Madalena', ou
seja, Maria de Magdala (que significa A Torre), localizada na costa ocidental
do Mar da Galiléia e ao sul de Cafarnaum. Ela aparece de forma destacada nos
quatro relatos da Paixão. Ela foi uma das mulheres que mais tarde: (a)
presenciaram a crucificação (Mt 27.55, 56; Me 15.40; Jo 19.25); (b) viram onde
o corpo de Jesus foi colocado (Mt 27.61; Me 15.47; Lc 23.55); e (c) saíram no
raiar do domingo para ungir o corpo do Senhor (Mt 28.1; Me 16.1; Lc 24.10).
Além disso, ela iria ser a primeira pessoa a quem o Cristo Redivivo apareceria
(Jó 20.1-18; veja também o disputado final de Marcos, 16.9). Um comportamento
físico ou mental, estranho ou lamentável, com frequência se associa à possessão
demoníaca, podendo também ser caso de prostituição, lesbianismo, homossexualismo
ou adultério. (Lc 4.33, 34; 8.27-29; 9.37-43. Quanto a Joana, esposa de Cuza, o
mordomo da casa de Herodes, ela estava também entre as mulheres que iriam ouvir
as boas-novas: “Ele não está aqui, mas ressuscitou” (Lc 24.6, 10). A
importância da referência que Lucas faz a ela já realçada. Lucas foi o único a
fazer referência a ela (8.3; 24.10). Acerca de Susana, mencionada somente aqui
em Lucas 8.3, nada mais se sabe. Entretanto, seu nome jamais deveria ser
esquecido. Seus atos de bondade para com o Senhor e seus discípulos eram puros
e fragrantes, que por conseguinte nos lembra um belo “lírio” (que é o
significado de seu nome). Alegra-nos ler que além das três mulheres já
mencionadas havia “muitas outras”. O que temos aqui, pois, é uma verdadeira Sociedade
que as mulheres nunca adotaram uma atitude contrária a Jesus ou a sua causa
carece de cuidadosa delimitação. Não obstante, é um fato que, salvo algumas
poucas exceções, as moças e senhoras mencionadas no Novo Testamento estavam
lado a lado com o Senhor. Em linhas gerais, é verdade que, embora Pedro negasse
a Cristo, Judas o traísse, Herodes o desdenhasse e Pilatos o condenasse, as
mulheres o honraram e ministraram às necessidades dele e de seus discípulos. Na
extensão em que fizeram isso, as consoladoras palavras de Mateus 25.34-40 podem
ser-lhes aplicadas com toda propriedade. "Porque tive fome, e destes-me de
comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;
Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e foste
me ver. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com
fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos
estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo,
ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos
digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o
fizestes". Mateus 25:35-40 William Hendriksen - Comentário do
Novo Testamento - Volume 1 - Lucas - Editora Cultura Cristã.].
SÍNTESE DO TÓPICO I
No judaísmo as mulheres não eram valorizadas, mas Jesus
veio restaurar sua condição social.
2. AS MULHERES COM DISPOSIÇÃO PARA OBEDECER
1.
Maria, a mãe do Salvador. A doutrina católica acerca da
pessoa de Maria se fundamenta na tradição e não conta com apoio bíblico. Não é
fundamentada nos Evangelhos, mas na tradição apócrifa que começou a circular
por volta do segundo século de nossa era. Crenças como a perpétua virgindade de
Maria, imaculada conceição e sua ascensão não fazem parte do cânon
neotestamentário. Esse é um lado da história. O outro é a rejeição à pessoa de
Maria que prevalece entre muitos protestantes por conta do anticatolicismo. O
que a Escritura mostra de fato é que Maria foi uma pessoa agraciada por Deus
para fazer parte diretamente do Plano da Salvação. A sua disposição em aceitar
e crer no plano de Deus está demonstrada em suas palavras: "Eis aqui a
serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra [...]" (Lc 1.38). [Comentário: Maria,
a mãe de Jesus, era uma mulher que foi descrita por Deus como “agraciada”. A
palavra “agraciada” vem do grego, e significa, essencialmente, “muita graça”.
Maria recebeu a Graça de Deus. Graça é “favor imerecido”, que significa que é
algo que recebemos apesar do fato de que não o merecemos. Maria precisava de
graça de Deus, assim como o resto de nós precisa. Maria compreendeu este fato,
como declara em Lucas 1:47, “E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador.”
Maria reconheceu que precisava ser salva, que ela precisava de Deus como seu
Salvador. A Bíblia nunca diz que Maria foi qualquer coisa além de uma mulher
comum que Deus escolheu para usar de uma forma extraordinária. Sim, Maria era
uma mulher correta e favorecida (agraciada) por Deus (Lucas 1:27-28). Ao mesmo
tempo, Maria era também um ser humano pecador como todos os outros, que necessitava
de Jesus Cristo como seu Salvador, como todas as outras pessoas (Eclesiastes
7:20; Romanos 3:23; 6:23; I João 1:18). Maria não teve uma “concepção
imaculada” – não há qualquer razão bíblica para crer que o nascimento de Maria
tenha sido qualquer coisa que não seja um nascimento humano normal. Maria era
virgem quando deu à luz Jesus (Lucas 1:34-38), mas a idéia de uma virgindade
perpétua de Maria não é bíblica. Mateus 1:25, falando de José, declara: “E não
a conheceu ATÉ que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome
Jesus.” A palavra “até” claramente indica que José e Maria tiveram união sexual
após o nascimento de Jesus. José e Maria tiveram vários filhos juntos depois
que Jesus nasceu. Jesus tinha quatro meio irmãos: Tiago, José, Simão e Judas
(Mateus 13:55). Jesus também tinha meia irmãs, mas não são nomeadas e nem se
conhece seu número (Mateus 13:55-56). Deus abençoou e agraciou Maria dando a
ela vários filhos, o que naquela cultura era a mais clara indicação de que Deus
estava abençoando uma mulher. Uma vez, quando Jesus estava falando, uma mulher
na multidão proclamou: “Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em
que mamaste” (Lucas 11:27). Nunca houve melhor oportunidade para Jesus declarar
que Maria era verdadeiramente digna de louvor e adoração. Mas qual foi a
resposta de Jesus? “Antes bem aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a
guardam” (Lucas 11:28). Para Jesus, a obediência à Palavra de Deus era MAIS
IMPORTANTE do que ser a mulher que o pôs no mundo. Em nenhum lugar das
escrituras Jesus, ou qualquer outra pessoa, dirige qualquer louvor, glória ou
adoração a Maria. Isabel, parente de Maria, a louvou em Lucas 1:42-44, mas seu
louvor é baseado no fato de que Maria daria à luz Jesus. Não foi baseado em
qualquer glória inerente a Maria. Maria estava perto da cruz quando Jesus
morreu (João 19:25). Maria estava com os apóstolos no dia do Pentecostes (Atos
1:14). Entretanto, jamais se menciona Maria depois de Atos capítulo 1. Os
Apóstolos, em nenhum lugar, dão a Maria papel proeminente. A morte de Maria não
é registrada na Bíblia. Nada é dito sobre Maria subindo aos Céus, ou tendo
qualquer forma de papel exaltado no Céu. Maria deve ser respeitada como a mãe
terrena de Jesus, mas ela não é digna de nossa adoração ou exaltação. A Bíblia,
em nenhum lugar, indica que Maria pode ouvir orações, ou que ela possa ser
mediadora entre nós e Deus. Jesus é nosso único defensor e mediador no Céu (I
Timóteo 2:5). Se fosse oferecida adoração, exaltação ou orações, Maria diria o
mesmo que os anjos: “Adora a Deus!” (Apocalipse 19:10; 22:9). A própria Maria
dá para nós exemplo, direcionando sua adoração, exaltação e louvor somente a
Deus: “Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, E o meu espírito
se alegra em Deus meu Salvador; Porque atentou na baixeza de sua serva; Pois
eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada, Porque me fez
grandes coisas o Poderoso; E santo é seu nome” (Lucas 1:46-49). Leia
mais: http://www.gotquestions.org/Portugues/Virgem-Maria.html#ixzz3ZDeCe1kt].
2.
Isabel, a mãe do precursor. Isabel, esposa do sacerdote
Zacarias, aparece na história bíblica como uma pessoa também agraciada por
Deus. Ela foi escolhida para ser a mãe de João Batista, o último profeta da
Antiga Aliança (Lc 1.8-24; 16.16). A revelação do nascimento de João foi dada a
seu marido Zacarias, que inicialmente não creu. O relato de Lucas, de que
Isabel "ficou cheia do Espírito Santo" quando foi visitada por Maria,
deixa claro também a sua disposição em crer e aceitar o plano de Deus para ela
(Lc 1.41-43). Assim como Maria, Isabel foi uma mulher obediente e sua
obediência foi recompensada. [Comentário: A
vida de Isabel como esposa era um modelo para as mulheres mais jovens. Ela era
submissa ao esposo e realmente era uma “ajudadora”. Cumpria suas tarefas como
“dona-de-casa”: preparando a comida nos horários, mantendo a casa limpa e
arrumada, as roupas em ordem. E ainda sobrava tempo para ler e meditar na
Palavra, orar, adorar com cânticos e se ocupar de alguma atividade social. O
nome de Isabel significava “Deus é meu juramento”. E Isabel sempre pensava que
o Deus de Israel, o seu Deus, era um Deus de aliança, de compromisso. Para uma
mulher em Israel não havia pior maldição do que ser estéril. E, ainda que
Zacarias e Isabel não tivessem filhos, sua fé e confiança em Deus não
vacilavam. Seu filho deveria ser um nazireu (Lc 1.15). Ele jamais beberia vinho
nem bebida forte e seria cheio do Espírito Santo desde o seu nascimento (Lc
1.15 comparar com Nm 6.2). As bebidas alcoólicas não tem lugar na vida de um
crente cheio do Espírito Santo. Da mesma maneira que um anjo anunciou a
Zacarias o nascimento de João, também o anjo Gabriel visitou Maria para revelar
o plano de Deus. Mesmo olhando pela perspectiva humana, o plano parecia impossível,
tanto que o anjo lembrou a Maria que para Deus tudo é possível. E, com
confiança, Maria se dispôs a ser um instrumento da vontade de Deus. Isabel
abençoou a Maria pelo fato de ela ter sido eleita por Deus para ser a mãe do
Senhor e porque ela havia crido na revelação que lhe fora dada por Deus. A fé
demonstrada por Maria na capacidade de Deus de cumprir Sua promessa é um modelo
para os cristãos atuais. As bênçãos na vida de Maria não vieram sem
dificuldades, mas ela estava segura de que o Senhor estava com ela (Lc 1.28).
Enfrentou as acusações a respeito de sua gravidez, a jornada para Belém, a fuga
para o Egito e finalmente a dolorosa morte de seu Filho no Calvário. Passou por
todas estas dificuldades, mas não perdeu o senso da presença do Deus que a amava.
Ele a susteve, sempre. A visita de Maria a Zacarias e Isabel serviu para
confirmar tudo que o anjo lhe falara. Isabel, de fato, estava esperando um
filho e suas palavras de bênçãos aumentaram a confiança de Maria em Deus. Ela
estava tão cheia de amor e desejosa de adorar a Deus que passou a cantar em
louvor (Lc1.46-55). Leia sobre as qualidades de Maria que a prepararam para ser
a mãe de Jesus (Lc 1.26-38; 1.39-45; 2.16-19). Em sua vida, Maria demonstrou
uma coerente dependência de Deus e completa confiança em Sua direção. As
palavras de Simeão (Lc 2.33-35) serviram para lembra-la de que a missão de
Jesus em favor da humanidade resultaria em sofrimentos para ela também. Então,
seu Filho não lhe traria apenas alegrias, mas também pesares ao cumprir a tarefa
para a qual fora chamado. Um estudo da vida de Maria e de Isabel pode nos
ajudar a entender que Deus não necessita de homens e mulheres ricos, famosos ou
poderosos para cumprir seus planos. O que mais Deus necessita é que estejamos
dispostos a dedicar nossa vida a Jesus Cristo.].
SÍNTESE DO TÓPICO II
Isabel e Maria
eram mulheres de fé, tementes e obedientes ao Senhor.
3. MULHERES COM DISPOSIÇÃO PARA SERVIR
1. Mulheres
servas. Logo após ser curada por Jesus de uma febre muito
alta, a sogra de Pedro se levantou e passou a servi-lo (Lc 4.39). O verbo
"servir" é a tradução do vocábulo grego diakoneo. As mulheres
aparecem com frequência no Evangelho de Lucas a serviço do Mestre. Maria
Madalena se destacou das demais. Ela foi a primeira mulher mencionada em Lucas
8.1-3 e aparece de forma destacada nos Evangelhos de Mateus, Marcos e João. Ela
foi uma das mulheres que mais tarde presenciaram a crucificação (Mt 27.55, 56;
Mc 15.40; Jo 19.25); viram onde o corpo de Jesus foi colocado (Mt 27.61; Mc
15.47; Lc 23.55); e saíram no raiar do domingo para ungir o corpo do Senhor (Mt
28.1; Mc 16.1; Lc 24.10). Além disso, ela iria ser a primeira pessoa a quem o
Cristo ressurreto apareceria (Jo 20.1-18). [Comentário: Jesus
criou um movimento novo, rompeu uma série de preconceitos culturais e entre
suas inovações está o discipulado feminino. No seu discipulado, eram admitidas
mulheres, em igualdade de condições com os homens. Jesus convive com elas, conversa,
quer em particular, quer em público, procura escutá-las. elas participam
ativamente e são beneficiadas com milagres e curas. Quebra os preconceitos da
impureza, deixa-se tocar pela hemorroíssa. Ele mesmo toca o cadáver da filha de
Jairo conforme (Mc 5,25-43). Jesus não se esquiva de ser tachado de imoral e
escandaloso, pelos fariseus, enquanto desafia os preceitos legais e entra em
casa de mulheres sozinhas, como a de Marta e Maria (Lc 10,38-42). Jesus chama
as mulheres: no caso do seu discipulado, há um chamado por parte dele, isto é,
o mestre toma a iniciativa, costume diferente de outros filósofos e rabinos.
Jesus rompe as discriminações e chama os “impuros”, como o publicano Levi,
zelotes, como Simeão e mulheres como Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e
Salomé. As mulheres com gratuidade e prontidão dão resposta e tem presença
marcante no discipulado de Jesus. As mulheres seguiam e serviam Jesus, conforme
Mc 15,41. O mesmo Evangelista em 14,3-9 diz que uma mulher anônima unge a
cabeça de Jesus com perfume de nardo puro (óleo perfumado, muito caro por causa
de sua escassez). Essa era uma prática típica dos profetas, quando ungiam os
reis: sinal de que as discípulas perceberam, na convivência com Jesus, o seu
messianismo. Essa mulher é Maria Madalena que foi a primeira a ser enviada para
anunciar a Ressurreição, foi a primeira a ser “ordenada” para o serviço da
evangelização. Portanto houve mulheres discípulas e apóstolas que exerceram
seus ministérios. Maria Madalena se destacou entre os homens e mulheres que
seguiam Jesus rompendo preconceitos, superou barreiras para chegar até Jesus
ungindo-lhe os pés. Assim, Jesus aprova esse gesto de amor e confirma “em
verdade vos digo que, onde quer que venha a ser proclamado o evangelho, a todo
mundo, também o que ela fez será contado em sua memória” (Mc 14,9). Ela que
padeceu aos pés da Cruz, foi compensada com a Boa Nova da Ressurreição e a
anunciou aos onze e a todos os outros (Lc 24,9).http://www.abiblia.org/ver.php?id=1623&id_autor=66&id_utente=&caso=artigos#.VUf93Y5Viko].
2.
Mulheres abnegadas. O Evangelho de Lucas revela que Jesus teve em seu
ministério a ajuda de mulheres abnegadas (Lc 7.36-50). O evangelista mostra
Jesus sendo ungido por uma mulher tida como pecadora na casa de Simão, um dos
fariseus. Essa mulher, visivelmente emocionada, usou o unguento que levou em um
vaso de alabastro para ungir Jesus enquanto beijava-lhe os pés. O Evangelho de
João mostra um fato semelhante ocorrido com Maria de Betânia, que não deve ser
confundido com o relato de Lucas (Jo 12.1-8). No texto de João, é destacado que
Maria de Betânia também preferiu derramar sobre os pés de Jesus o perfume
do vaso do que usá-lo em benefício próprio. Esse seu gesto sofreu duras
críticas de Judas Iscariotes, que estava de olho nos trezentos denários que
esse unguento poderia render. Ela considerou muito mais valioso o perdão que o
Salvador lhe deu do que os ganhos que esse perfume poderia lhe trazer.
[Comentário: A mulher pecadora passou por cima de todo e
qualquer tipo de convenção quando entrou naquela casa cheia de fariseus e de
pessoas que queriam ouvir Jesus. Um fariseu jamais receberia uma pecadora em
sua casa, mas ela, corajosamente, entrou na casa de Simão trazendo com ela um
vaso de alabastro cheio de unguento. O vaso de alabastro era produzido com um
tipo de pedra frágil, transparente, que pode ser facilmente polida ou
esculpida. Era muito usada para substituir o vidro. Os frascos com perfume de
alabastro eram selados e descartáveis. Eram quebrados ao abrir e jogados fora
quando vazios. Chegando até onde Jesus estava, ela "... começou a
regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça; e
beijava-lhe os pés, e ungia-lhos com o unguento" (Lc 7.38). O que mais
perturbou o dono da casa não foi tanto a presença dela mas, principalmente,
aquilo que ela fez. Ele, realmente, deixou transparecer revolta, e uma grande
perturbação. Não sabemos se por ela está usando em Jesus o unguento que era tão
caro ou porque não achava Jesus digno de ser ungido assim como eram os reis.
Jesus, que é Deus, onisciente, com certeza conhecia o coração de Jairo e sabia
o porquê da sua revolta].
SÍNTESE DO TÓPICO III
Jesus contou com a ajuda de mulheres que tinham disposição para servi-lo
no Reino de Deus.
4. MULHERES COM DISPOSIÇÃO PARA OFERTAR
1. O
trabalho rabínico. Lucas registra que Jesus "andava de
cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do
Reino de Deus; e os doze iam com ele" (Lc 8.1). A dedicação de Jesus e
seus doze discípulos ao ministério da Palavra era exclusiva. Como se dava,
então, a manutenção desse ministério? Jesus orientou seus discípulos quando
estivessem em missão a que "ficassem na mesma casa, comendo e bebendo do
que eles tiverem, pois digno é o obreiro de seu salário. Não andeis de
casa em casa" (Lc 10.7).
O trabalhador era
digno de seu salário. Um rabino não podia receber pagamento pelo que ensinava,
mas a cultura hebraica considerava uma obrigação e um privilégio sustentar um
rabino. Há um princípio válido aqui - o obreiro não deve ter valores materiais
como a motivação do seu ministério. Por outro lado, aqueles que se beneficiam
desse ministério, devem ajudá-lo em sua manutenção. [Comentário: “Digno
é o trabalhador do seu salário" (Lucas 10.7) é um dito de Jesus dirigido
aos obreiros do evangelho. Os doze apóstolos foram encaminhados à missão em
Israel com este ditado (Mateus 10.10)42. Os setenta receberam a mesma
recomendação (Lucas 10.7). Paulo citou duas vezes este dito, uma vez fazendo
referência à sua pessoa e aos obreiros em geral (1 Coríntios 9.14) e outra vez
falando especificamente sobre os bispos da igreja (1 Timóteo 5.18)44. A forma
como o ditado aparece em Mateus 10.10 é um pouco diferente da que ocorre no
outros textos: "Digno é o trabalhador do seu alimento". O uso do
termo "salário" (em Mateus 10.10) ou "alimento" (em Lucas
10.7) não altera o sentido básico do provérbio. O sentido deste provérbio é
duplo: o obreiro vai receber o que merece e o obreiro vai merecer o que recebe.
Ele vai receber o que merece no sentido de sua segurança pessoal: ele não vai
morrer de fome. Ele vai merecer o que recebe no sentido de que não há vergonha
nenhuma em ser sustentado: ele é um homem honrado e digno. Ele merece. Assim o
Mestre fala aos obreiros de segurança e honra, ligadas ao sustento que recebem
por pregar o evangelho. O provérbio de Jesus, "Digno é o trabalhador do
seu salário", sugere muita aplicações práticas que já foram notadas acima.
Queremos reforçar os seguintes pontos:
1. Honremos aos
obreiros que vivem do evangelho. Gálatas 6.6 diz que o aluno deve fazer o seu
professor participar das coisas boas que ele tem. Isto quer dizer que o aluno
"divide" seus bens com o professor. Não é certo deixar em
dificuldades de sustento aqueles que nos instruem no evangelho. O salário (ou
melhor: honorário) do obreiro deve servir para honrar aquele que o recebe e não
ofendê-lo (1 Timóteo 5.17-18). Por isto Gálatas 6.7-10 adverte para não zombar
de Deus pela negligência ao sustento dos professores. Se investimos (semeamos)
apenas nas coisas pecaminosas, só havermos de colher corrupção. Deve-se semear para
o que é ligado ao Espírito Santo, e então teremos os resultados na vida eterna.
Assim, é para fazer o bem a todos, começando com a família da fé, e no
contexto, os primeiros a serem atendidos são os professores da Palavra de Deus.
2. Não aceite extremos.
Num extremo está o obreiro que não é atendido dignamente pela irmandade. No
outro está o mercenário que muda de igreja em igreja, conforme a melhor oferta
de emprego. Nenhuma destas situações pode ser permitida. Não há nada errado em
ser bem pago pela igreja. De fato, há casos em que isto precisa ocorrer por
mandamento (1 Timóteo 5.17-18). O erro é ter isto como método de vocacionar
obreiros ou como alvo de carreira ministerial. Por outro lado, sujeitar um
obreiro e sua família a uma situação degradante, recebendo o menor salário
possível, é zombar de Deus e incorrer em grave perigo espiritual.
3. Não se desculpe.
Os obreiros não devem ceder à pressão social que qualifica seu trabalho como
desnecessário ou indigno. Quem acha que o obreiro esforçado e trabalhador é um
homem que ganha sem fazer nada, provavelmente teria feito o mesmo juízo de
Jesus, se tivesse convivido com ele. "Digno é o trabalhador do seu
salário/alimento".
4. Um apelo à fé.
Pregar o evangelho é o trabalho mais importante do mundo. A igreja tem o
privilégio de mostrar sua fé no valor do evangelho sustentando financeiramente
aqueles que ela mesma reconhece como vocacionados por Deus para realizar esta
tarefa. O obreiro também deve mostrar sua fé, confiando que Deus vai
assegurar-lhe o necessário, de um modo ou de outro, para que ele continue a
pregar a Palavra de Deus.http://www.hermeneutica.com/estudos/digno.html].
2.
Apoio feminino. Na cultura judaica do tempo de Jesus, a
participação das mulheres na vida pública era bem limitada. As mulheres, por
exemplo, não podiam estudar e não podiam ensinar. Mas nem por isso deixaram de
participar do ministério do Mestre. Lucas diz que elas serviam o Senhor
com suas fazendas, isto é, com seus bens (Lc 8.3). Enquanto Jesus e seus doze
apóstolos se dedicavam ao ministério da Palavra, essas mulheres lhes davam
suporte financeiro e material. Por trás de grandes ministérios, sempre há
alguém dando suporte, seja financeiro, seja, espiritual. Não podemos negar que
atualmente as mulheres têm desempenhado um papel importante na obra do Senhor.
Muitas têm se dedicado à oração, ao serviço social, à contribuição, à obra
missionária, etc. Grande parte da obra missionária é feita por mulheres. São
milhares de servas que dedicam suas vidas à seara do Senhor. O serviço de Deus
é para todos que amam ao Senhor, independentemente de gênero [Comentário: A
mulher judaica trabalhava duramente em casa e no campo. Plantava, colhia, moía
o trigo, a cevada e outros cereais. Preparava o pão, cozinhava, buscava água
nas fontes e poços. Fiava e tecia o linho e a lã para fazer as roupas. Cuidava
da família e educava os filhos. Lucas fez algo que os outros não tiveram
cuidado em fazer: ouviu as mulheres. O que elas disseram e perceberam foi
igualmente importante para o registro fiel da história de Jesus. Ele registra o
nome das mantenedoras do ministério itinerante de Jesus (8.1-3). Lucas enfatiza
o lugar das mulheres piedosas no ministério de Jesus, chamado especial atenção
ao apoio financeiro. Maria Madalena se tornou uma mulher profundamente
agradecida ao Senhor! Sua vida foi restaurada e ela, agora, desejava servi-Lo
para sempre. Lucas registra que as mulheres que serviam a Jesus com seus bens
tinham uma característica em comum: elas haviam sido curadas de enfermidades de
libertas de espíritos malignos. Quando lemos esse registro, não há como não
perceber que contribuição dessas mulheres partia de um coração grato pela
libertação que haviam recebido. E Jesus de forma alguma limitaria essa
expressão de gratidão. Curiosamente, no capítulo anterior (Lucas 7:36-50), é
relatada a história de uma mulher que ungiu com perfume os pés de Jesus. Ao
olhos de alguns, essa oferta poderia parecer desnecessária, uma excentricidade.
Porém, o Mestre não apenas a recebe como também destacou que a motivação da
daquela mulher era o seu amor e sua gratidão por saber que havia sido muito
perdoada (Lc. 7:36-50). Jesus não poderia impedir aquela mulher de demonstrar
seu coração grato.].
SÍNTESE DO TÓPICO IV
Jesus contou com a ajuda de
mulheres que tinham disposição para ofertar.
CONCLUSÃO
No judaísmo
do tempo de Jesus, conversar com uma mulher era considerado um ato vergonhoso
(Jo 4.27). Mas Jesus conversou, ensinou, curou, libertou e valorizou as
mulheres como homem algum jamais o fez. Lucas nos mostra que as mulheres
tiveram uma participação expressiva na implantação do Reino de Deus. Graças a
Deus pelo trabalho das mulheres na Seara do Senhor [Comentário: As mulheres tinham uma
importância maior na vida e ministério de Jesus do que normalmente se
reconhece. A maioria das pessoas concentra as atenções em Maria, sua mãe,
entretanto os relatos bíblicos mostram algo bem mais amplo. Revelam um
relacionamento com um grupo específico de mulheres que estavam entre seus
seguidores mais íntimos. Mostram sua preocupação em comunicar-se com todas as
mulheres, usando linguagem que as incluía. Claramente rejeitava uma porção de
estereótipos da sua época, e se dirigia às mulheres fundamentalmente como
pessoas. Jesus inaugura uma experiência do Reino que recupera as pessoas,
restituindo-lhe sua integridade e sua dignidade.] NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e
isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br.
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