DE ONDE VÊM A TEORIA DOS QUATRO TEMPERAMENTOS?
Enquanto alguns se
apegam aos quatro temperamentos, que derivam dos elementos da natureza, para
justificar as suas ações e atitudes, a Bíblia mostra o contrário, nos mostra,
que o crente deve esperar unicamente no Senhor, pois de tempos em tempos surgem
alguns "modismos", que visam a confundir e iludir os crentes,
desviando a sua atenção para coisas e fatos que aparentemente não têm nada a
ver com a sua condição de salvos, lavados e remidos no Sangue precioso
de Jesus Cristo.
Um destes
"modismos" trata dos temperamentos, nominando-os em quatro
tipos, sem nenhum respaldo ou base bíblica para tal, e por isso cria
teorias, filosofias, conceitos, teses e outras elucubrações que não levam
absolutamente a lugar algum.
Para a Psicologia o
importante não é o temperamento e sim a personalidade do indivíduo.
É notório que desde
os primórdios da ciência o homem busca classificar o ser humano sem, contudo
chegar a um resultado satisfatório. Para se entender e compreender corretamente
a teoria dos quatro temperamentos deve-se remeter ao passado, a um passado
longínquo, distante, até a Idade Neolítica, onde vamos encontrar os povos
pagãos daquela época preocupados em se desfazerem dos seus mortos. E eles
descobriram que havia quatro maneiras:
1. Cremando - No Fogo
2. Enterrando - Na Terra
3. Afundando - Na Água
4. Expondo - Ao Ar
2. Enterrando - Na Terra
3. Afundando - Na Água
4. Expondo - Ao Ar
A se falar que estava
descartado nestas maneiras o canibalismo, prática corrente e usual na época, e
que era usada exclusivamente como meio para se obter comunhão com os deuses.
Posteriormente vamos encontrar, já no século V a.C., Empédocles, filósofo
siciliano, curandeiro, auto denominado sábio, e portador de inúmeros outros
títulos, sempre auto designados, que formulou a doutrina de que as forças da
natureza são quatro:
Empédocles dizia que
tal certeza vinha de suas observações e estudos, o que não torna a teoria fácil
de se compreender uma vez que Empédocles parecia sofrer de confusão mental. Mas
a doutrina permaneceu através dos séculos e foi mais tarde assumida por Hipócrates,
também filósofo e médico em que ele tipificou os quatro temperamentos, da
seguinte forma:
1. Colérico
2. Melancólico
3. Fleumático
4. Sangüíneo
2. Melancólico
3. Fleumático
4. Sangüíneo
Platão ofereceu a sua contribuição classificando psicologicamente
em instintivos os quatro tipos:
1.O Intuitivo
2.O Sensorial
3.O Sentimental
4.O Pensativo
2.O Sensorial
3.O Sentimental
4.O Pensativo
Posteriormente Cláudio
Galeno, médico romano, relacionou os quatro tipos psicológicos como causas
de males e doenças, ligando os mesmos aos quatro fluídos humanos:
1.Bílis amarela
2.Bílis negra
3.Fleuma
4.Sangue
2.Bílis negra
3.Fleuma
4.Sangue
A Astrologia dividiu
os doze signos, entre os quatro tipos psicológicos, enfatizando os quatro
elementos fogo, terra, água e ar. Os doze signos do zodíaco são
divididos entre os quatro elementos:
Signo
|
Elemento
|
Temperamento
|
1.Áries, Leão e
Sagitário
|
Fogo
|
Colérico
|
2.Capricórnio,
Touro e Virgem
|
Terra
|
Melancólico
|
3.Escorpião, Câncer
e Peixes
|
Água
|
Fleumático
|
4.Aquário, Gêmeos e
Libra
|
Ar
|
Sangüíneo
|
OS
"EVANGÉLICOS" E OS QUATRO TEMPERAMENTOS
"Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo
o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam
fraudulosamente." Efésios 4:14
O
Senhor Jesus em Mateus 11:30 diz: "...o meu jugo é suave e o meu fardo é
leve". Por que então muitos buscam inventar fórmulas "mágicas e
milagrosas" para confundir e iludir aos crentes?
Devemos
deixar que doutrinas inconsistentes afetem a nossa vida espiritual?
Devemos
aceitar que algo que tem importância secundária para a ciência seja prioridade
nas nossas vidas?
Como
aceitar a teoria de Empédocles, se ela é usada para a leitura de horóscopos e
do zodíaco? Podemos comparar esta doutrina com II Pedro 3:12?
Como
podemos aceitar a teoria de Hipócrates diante de Gênesis 3:19, Jó 10:9, 34:15,
Eclesiastes 3:20, 12:7 e Daniel 12:2?
Como
aceitar que a teoria dos temperamentos está certa para a vida do crente se ela
diz que o temperamento é hereditário? E se concordamos com esta afirmação, como
fica II Coríntios 5:17?
São
conhecidos os livros Descubra Seu Temperamento, de autoria de Ole
Hallesby, e Temperamento Controlado Pelo Espírito e Temperamentos
Transformados, de autoria de Tim LaHaye, editados no Brasil, o primeiro
pela Editora Luz e Vida, o segundo pela Edições Loyola (católica) e o terceiro
pela Editora Mundo Cristão. Tim LaHaye inspirou-se em Ole Hallesby para
escrever os seus livros, e tanto Hallesby quanto LaHaye não esclarecem a origem
da teoria dos quatro temperamentos e dizem assim em seus livros:
(...)
"Isso se relaciona com a idéia da medicina antiga de que o corpo continha
quatro líquidos ou seivas, a saber: sangue (sanguis), cholos ou bílis amarela,
melancholos ou bílis negra e fleuma ou mucosidade. A opinião era que as
diferenças no temperamento das pessoas dependiam da mistura diferente
destes líquidos. Os temperamentos eram divididos em quatro categorias ou
tipos, segundo o líquido predominante na mistura. Assim foram obtidos os temperamentos
sanguínico, cheio de sangue, ardente, vital, melancólico, escuro,
sombrio, colérico, quente, impetuoso e o fleumático, frio,
vagaroso e preguiçoso."
Esta
é a pista que Hallesby dá sobre a origem da teoria dos quatro temperamentos.
LaHaye vai um pouco mais longe: (...) "Mais de quatrocentos anos antes de
Cristo, Hipócrates, o brilhante médico e filósofo grego, expôs a teoria
de que há, basicamente, quatro tipos de temperamento. "
Hipócrates é frequentemente chamado de"Pai da Medicina".
(...) Ele nos interessa por duas razões:
1)
geralmente atribui-se a ele o fato de a medicina passar a preocupar-se com os
problemas psiquiátricos;
2) ele
reconheceu as diferenças de temperamento das pessoas e apresentou uma
teoria que explica tais diferenças".
Ao
se ler os livros de LaHaye e Hallesby não se encontra nenhuma palavra ou mesmo
uma pequena pista que informe aos leitores da origem da teoria dos quatro
temperamentos. Nota-se também na citação anterior que LaHaye não esclarece
o fato de que Hipócrates havia sido um filósofo; a informação estava
contida no seu livro anterior, por que será? Teria deixado Hipócrates de
ser filósofo de um livro para outro? Por qual motivo ambos - Hallesby e LaHaye
- omitem a informação dos seus leitores?
Todos
os livros pesquisados sejam eles esotéricos, científicos ou seculares, trazem
a origem, o início, a fonte, os autores e mentores da teoria dos quatro
elementos e respectivos temperamentos, sem nenhum pudor ou vergonha da
citação. Eis a pergunta: por que somente os livros ditos
"evangélicos" de Hallesby e LaHaye não citam a verdadeira fonte, a
origem correta? Por que motivo? Por qual razão?
Ao
abraçar a teoria dos quatro temperamentos, comete-se um erro; ao omitir
a sua origem e a sua finalidade, comete-se o segundo erro. Devemos como
crentes aceitar a contradição como fato consumado?
Creio
com convicção que, se os temperamentos fossem importantes eles, certamente
fariam parte do contexto bíblico, pois Deus não é Deus de confusão. Veremos
adiante como são claros e objetivos os seguintes assuntos que fazem parte do
cotidiano de milhões de pessoas salvas (ou não).
A
Bíblia nos dá liberdade para analisarmos situações e julgar aquilo que
nos serve ou não, I Coríntios 6:12 e 10:23, porém não devemos estar
apegados a filosofias, conceitos e teorias que são visivelmente contrários à
Palavra de Deus.
Comparando
II Coríntios 5:17 - vê-se que o temperamento não é desculpa para o pecado.
Imagine o seu pastor anunciando a você que o seu problema está baseado no fato
de ser sangüíneo, ou colérico, ou...
Hoje
em dia uma pessoa ficaria horrorizada se o seu psicoterapeuta lhe anunciasse
num tom solene: "Estou virtualmente seguro de que seu problema reside no
fato de você ter um temperamento colérico (que poderia ser melancólico
ou fleumático ou sangüíneo)". Sem dúvida, haveria a imediata exigência
da devolução do pagamento.
A
despeito da atual voga de "cada um ficar na sua", a idéia dos tipos
ainda persiste. Muita coisa ainda há para ser escrita a respeito dos
temperamentos e dos quatro elementos. Reitere-se que tanto a astrologia
como o esoterismo e a psicologia dão uma importância secundária para a
questão. O melhor é confiar no poder do Senhor, trazendo-lhe "os nossos
corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional" - Romanos 12:1 e 2.
Deixemos
de lado as fábulas, as teorias "fantásticas", que procuram explorar
as carências próprias do ser humano. Se alguém disser que o ser humano é o mais
frágil de todos os seres viventes, e se alguém parar em qualquer esquina e
anunciar o fim do mundo, muitos ficarão alucinados e irão acreditar. A teoria
dos temperamentos, com suas "qualidades e defeitos", serve a
este propósito, que é o de explorar esse lado de carência que todo ser humano
possui, e se ele puder auto enquadrar-se dentro de um perfil que ele julga ser
o seu, então ....
As
qualidades e defeitos apontados tanto por Hallesby como por LaHaye não
encontram paralelo nem na astrologia, nem na psicologia e muito
menos na Nova Era. Tim LaHaye não poderia ter escrito livros falando do
temperamento usando como base a teoria de Hipócrates, mas, se o autor aceita e
cita Empédocles, o seu livro não serviria para o povo evangélico, e seria
talvez um livro esotérico, como tantos outros que por aí estão, visto que a
teoria de Empédocles baseia-se em uma crença e na filosofia, tão comum e tão
familiar aos gregos, e portanto contrária à Palavra de Deus.
Usar
a parte da teoria dos quatro temperamentos, tendo como base somente Hipócrates
e desprezando Empédocles, é como tentar dirigir um automóvel sem o motor ou
ainda sem as rodas.
Tim
LaHaye cita na página 8 do livro já mencionado que a teoria dos quatro
temperamentos foi atribuída a Galeno por H. J. Eysenck, admirador das teorias
de Charles Darwin (página 52 do livro Fato e Ficção na Psicologia - cujo
capítulo tem por título Personalidade e o Demônio de Eysenck, onde o
autor defende a ilustração de que o demônio pode atuar como controlador do tipo
humano, citação à página 66 do livro Fato e Ficção na Psicologia).
Tim
LaHaye defende que uma pessoa pode ter mais de um tipo de temperamento, fato
este contestado por Eysenck, que diz ser impossível que um ser humano tenha
mais que um tipo de temperamento (página 55 do livro Fato e...). Quem está
errado, LaHaye ou Eysenck? Tim LaHaye apresenta um gráfico com qualidades e
defeitos, Eysenck apresenta um gráfico com defeitos, pois ele não acredita que
o homem possa ter qualidades...
Tim
LaHaye diz textualmente (após ler o Livro O Temperamento e a Fé Cristã
do Dr. O. Hallesby onde o tipo "melancólico" foi sombriamente
descrito): "Se eu fosse do tipo melancólico, depois desta leitura me
suicidaria". É possível uma afirmação desta gravidade? Pode este
conselho ser tomado à risca, ou foi "apenas" um desabafo do autor?
Continuando ainda na mesma página do mesmo livro, LaHaye diz o seguinte: "Comecei
a desenvolver o conceito de que há uma força divina para cada fraqueza humana
através da plenitude do Espírito". A Bíblia nos mostra que o Espírito
Santo atua na vida do crente de maneira uniforme, independentemente de
personalidade, caráter, pecado e fraquezas.
A
questão está diante de nós: acreditar ou não em conceitos ultrapassados ou ir
pelo que a Bíblia nos diz? Ao ler livro "O que São Temperamentos?" no
capítulo 17, segundo a Bíblia, o leitor vai encontrar como deve ser o
comportamento do crente, tudo dentro do conceito divino e que, se observado
devidamente, certamente fará crescer a tantos quantos o praticarem. Sem contar
que servimos a um Deus vivo, eficaz, poderoso, onipotente e onisciente, um Deus
que nos proporciona vitórias e progressos - Filipenses 3:14, I Coríntios 15:57,
e sobretudo a vitória das vitórias: a salvação através de seu filho Jesus
Cristo.
O
desafio está diante de nós, ficar com que nos diz a palavra de Deus em
Colossenses 2:8 e em Efésios 4:14, ou continuar acreditando em baboseiras e
enganos, que ligados a rituais, cerimônias fúnebres e etc., misturas que nem os
próprios autores e mentores poderiam explicar. Em empirismo pessoal, sem a
devida cautela, empurrando-nos tudo aquilo que crêem ser o ideal para as nossas
vidas. "Bom é poder esperar no Senhor", Lamentações 3:25. Deus nos
ajude a entender e a compreender os seus propósitos para as nossas vidas.
Somente
se apega à teoria dos quatro temperamentos quem deles é dependente.
Somente
se apega à teoria dos quatro temperamentos quem é ignorante da Palavra,
ignorante dos dons pessoais do Espírito; quem acha as Escrituras
Sagradas insuficientes para explicar os problemas do pecado; e quem deles
precisa de desculpas para os problemas pessoais ou de outros.
A
melhor solução para superar todas as dificuldades de se compreender e se
relacionar bem com todos os circundantes é o amor. "No amor não há medo,
antes o perfeito amor lança fora o medo, porque o medo produz tormento. Aquele
que teme não é aperfeiçoado em amor." - I João 4:18
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