sexta-feira, 17 de abril de 2015

LIÇÃO 3: A INFÂNCIA DE JESUS



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 2.46-49; 3.21,22



Lucas 2
46 — E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os.
47 — E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas.
48 — E, quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu, ansiosos, te procurávamos.
49 — E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?

Lucas 3
21 — E aconteceu que, como todo o povo se batizava, sendo batizado também Jesus, orando ele, o céu se abriu,
22 — e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: Tu és meu Filho amado; em ti me tenho comprazido.





SUBSÍDIO I



INTRODUÇÃO


Na aula de hoje estudaremos a respeito da infância de Jesus, reconhecendo, a princípio, que os evangelhos tratam muito pouco a respeito do assunto. Inicialmente mostraremos que como criança, Jesus cresceu fisicamente, mentalmente e espiritualmente. Em seguida, nos voltaremos para a juventude de Jesus, ressaltando sua dedicação com o serviço do Senhor. Ao final, refletiremos sobre o papel das crianças na igreja, fundamentados nas abordagens de Jesus, em relação aos pequeninos.


1. O CRESCIMENTO DE JESUS


Existem vários livros apócrifos que tratam a respeito da infância de Jesus, bem como algumas “biografias”, mas nenhum deles tem fundamentação evangélica, ou mesmo histórica. O evangelista que aborda de maneira mais detalhada a infância de Jesus é Lucas. De acordo com esse escritor sacro, Maria e José voltaram a Nazaré, para a casa onde moravam. Como Jesus era um nome comum entre os judeus, ele era denominado de Jesus, o nazareno (At. 2.22). Lucas destaca que o menino Jesus cresceu fisicamente, mentalmente e espiritualmente (Lc. 2.40, 52). Conforme alude Paulo, o Filho de Deus colocou-se na condição de servo (Fp. 2.1-11), sujeitando-se inteiramente ao Pai. Com base na palavra grega helikia, em Lc. 2.52, podemos afirmar que Jesus cresceu em estatura. O corpo, diferentemente do que assumem alguns cristãos, não é mau, antes é o tabernáculo do Espírito Santo (I Co. 3.16,17). O crescimento físico de Jesus deve inspirar-nos a cuidar bem do nosso corpo (Ef. 5.28). O texto também declara que Jesus cresceu em sabedoria, isto é, em conhecimento. Como homem, ele buscou desenvolver a psique, enchendo-se de sabedoria (Lc. 2.40). Assim como fez Jesus, e também orientou Paulo a Timóteo (II Tm. 3.15), devemos INVESTIR no crescimento mental, sobretudo por meio da meditação na Palavra de Deus, mas também lendo bons livros (II Tm. 4.13). O crescimento de Jesus envolveu também a dimensão espiritual, na graça de Deus. A palavra grega é charis, ressaltando o favor divino, a vida piedosa. Cristo sempre buscou intimidade com o Pai, se Ele assim o fez, não podemos desprezar o exercício da piedade (I Tm. 4.7).

2. A JUVENTUDE DE JESUS

Lucas registra apenas um episódio na juventude de Jesus, ressaltando a devoção dos seus pais, Maria e José. Era comum os judeus irem a Jerusalém todos os anos, a fim de observarem a Páscoa. Em sua narrativa, o evangelista descreve que Jesus estava com 12 anos, e teria ido a Jerusalém, para celebrar a páscoa. Na volta, após um dia de viagem, José e Maria certamente pensaram que Jesus estava em outro grupo, nas caravanas que faziam aquele percurso. Até que descobriram que tinham perdido o jovem, o que os deixou aflitos (Lc. 2.48). Quando Maria O encontrou, Ele estava entre os mestres do templo, discutindo as Escrituras, deixando-os admirados. Sua mãe O repreendeu por ter causado aquele transtorno, compreensível do ponto de vista materno. A resposta do jovem, no entanto, demonstra seu compromisso com a missão espiritual: “Por que me procuráveis? Não sabeis que me cumpria estar na casa de meu Pai? (Lc. 2.49). Na juventude Jesus teve consciência da sua relação com o Pai, Ele sabia que estava na terra para cumprir uma missão. O comprometimento de Jesus com o serviço do Pai serve de inspiração para os jovens da atualidade. Ele cresceu de maneira equilibrada (Lc. 2.52), sem extremismos, valorizando as diferentes facetas da humanidade, sem negligenciar a vontade de Deus (Mt. 6.33).

3. JESUS E AS CRIANÇAS

Durante Seu ministério terreno, Jesus sempre se identificou com as crianças, esse inclusive é um dos destaques do Evangelho segundo Lucas. Certa feita, quando quiseram desprezar as crianças que tentavam se aproximar dEle, citou o Sl. 8.2. Cristo deu liberdade às crianças, possibilitando que essas se achegassem a Ele (Mt. 19.14). Os cinco pais e dois peixinhos, usados por Jesus para realizar o milagre da multiplicação, foram trazidos por uma criança (Jo. 6.9). Muitas coisas Deus pode fazer através das crianças, devemos seguir o exemplo do Mestre, e dar oportunidades para que os pequeninos desenvolvam seu potencial. Aqueles que tentaram privar as crianças de se aproximarem do Senhor foram por Ele repreendidos (Mc. 10.14). Devemos de igual modo mostrar indignação quando as crianças forem privadas dos seus direitos, seja no contexto eclesiástico ou na sociedade em geral. O evangelista mostra o caso de uma criança que estava possessa por um espírito mau, que tentava destruí-la, mas que fora liberta por Jesus (Mc. 9.22). Tenhamos cuidado das crianças, para que essas não fiquem à mercê das forças do mal, sob a influência dos programas televisivos e jogos de vídeo game. O Jesus dos evangelhos, chama as crianças para junto de Si, Ele as atrai graciosamente (Lc. 18.16). Jesus ressuscitou a filha de Jairo, demonstrando interesse por ela, ainda que fosse desprezada pela sociedade (Lc. 8.54).

CONCLUSÃO

Jesus foi criança, e também jovem, e compreende os desafios inerentes a esse período de amadurecimento. A identificação do Mestre com as crianças e jovens serve de inspiração para que os cristãos busquem atrair essas pessoas ao convívio da comunidade cristã. Não podemos esquecer que quando os discípulos disputavam entre si, a respeito de quem seria o maior, Jesus pôs uma criança no meio, destacando que quem quisesse ser o maior, que fosse como uma criança (Mt. 18.1-6).

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa




SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

As Escrituras revelam que Jesus era plenamente Deus e plenamente homem! Ao dizerem que Jesus é cem por cento Deus e cem por cento homem, teólogos cristãos estão afirmando essa mesma verdade de uma outra forma. Deus se humanizou em Cristo (2Co 5.19) e isso é conhecido na teologia cristã como o grande mistério da encarnação. Conhecer o Jesus divino é maravilhoso e bíblico, mas conhecer o Jesus humano o é da mesma forma. Aqui, vamos aprender que Jesus cresceu como qualquer ser humano. Ele cresceu física, social, psicológica e espiritualmente. Em cada uma dessas dimensões, Ele deixou ricos aprendizados para todos nós. [Comentário: São poucos os registros bíblicos a respeito da infância de Jesus, o Evangelho de Lucas, em especial, narra os acontecimentos dos dias da infância de Cristo, ainda que de forma sucinta. Além de Lucas 2.41-52, a Bíblia se cala num silêncio inquietante sobre a juventude de Jesus. O que podemos inferir da passagem acima elucida algumas coisas sobre a Sua infância: Primeiro, Ele era filho de pais muito devotos a seus rituais religiosos. Como exigido pela sua fé, José e Maria faziam a sua peregrinação anual a Jerusalém para a festa da Páscoa. Além disso, eles trouxeram seu filho de 12 anos para comemorar a Sua primeira festa em preparação ao Seu Bar Mitzvá aos 13 anos, quando os meninos judeus comemoravam a sua passagem à idade adulta. Aqui vemos um típico menino de uma família típica daquela época. Vemos também nessa história que a permanência de Jesus no templo não era nem maliciosa nem desobediente, mas um resultado natural de saber que tinha a tarefa de cuidar dos interesses do Pai. O fato de que Ele estava surpreendendo os professores do templo com a Sua sabedoria e conhecimento fala de Suas habilidades extraordinárias, enquanto que Sua escuta e perguntas aos anciãos mostram que era absolutamente respeitoso, assumindo o papel de um estudante, assim como era apropriado para uma criança da Sua idade. Desta ocasião ao Seu batismo aos 30 anos, tudo o que sabemos da juventude de Jesus foi que Ele deixou Jerusalém e voltou para Nazaré com Seus pais e "era-lhes obediente" (Lucas 2.51). Ele cumpriu o Seu dever para com os Seus pais terrenos em submissão ao quinto mandamento, uma parte essencial da perfeita obediência à lei de Moisés que Jesus executou em nosso favor. Além disso, sabemos apenas que "Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens" (Lucas 2.52). Toda literatura que ultrapassar os textos sagradas devem ser vistos com desconfiança, o que está revelado, evidentemente, foi Deus quem determinou que seria tudo o que precisamos saber. Há fontes extra-bíblicas que tentam contar fatos desse período da vida de Jesus, entretanto, não temos como saber se essas histórias são verdadeiras e confiáveis, no mais, Deus escolheu não nos dizer muito sobre a infância de Jesus, por isso temos de confiar na Sua decisão de nos informar de tudo o que precisamos saber].  Convido você para mergulharmos mais fundo nas Escrituras!

1. JESUS CRESCEU FISICAMENTE

1. A dimensão corpórea de Jesus. A Bíblia nos ensina que Jesus nasceu e cresceu como qualquer ser humano (Lc 2.40,52). Jesus em tudo era, semelhante a nós, mas sem, pecado (Fp 2.6,7; Hb 4.15). Como todo ser humano, Ele possuía um corpo físico que era limitado pelo tempo e pelo espaço. A palavra grega helikia, traduzida em português como estatura, no versículo 52, ocorre oito vezes no texto grego do Novo Testamento, com o sentido de tamanho ou idade. É a mesma palavra usada por Lucas quando se refere à pequena estatura de Zaqueu, o publicano (Lc 19.3) e, também, a mesma palavra usada pelo apóstolo João para se referir à idade do cego a quem Jesus curou (Jo 9.21,23). A Escritura, de forma alguma, nega a dimensão corpórea e física de Jesus como fazem as heresias. [Comentário: O Comentário do Novo Testamento (Editora Cultura Cristã), comentando o texto de Lc 2.52, afirma que “Entremetes, Jesus continuava fazendo progresso em sabedoria e em estatura e em favor diante de Deus e dos homens. Em sabedoria, como já foi explicado em conexão com o semelhante versículo 40; em estatura, ou seja, em crescimento físico, não em extensão da vida (como em Mt 6.27; Lc 12.25); e em favor diante de Deus e dos homens. A última frase significa que ele continuou experimentando de forma crescente a bondade de seu Pai e também a amizade das pessoas que o rodeavam. As palavras de Provérbios se cumpriram nele. Há uma estreita semelhança entre essa descrição e o que se disse de Samuel (em I Sm 2.21b, 26). Não obstante, note que no caso de Jesus acrescenta-se “em sabedoria”. Há também um grau de semelhança entre o que se disse acerca de Jesus e o que se disse acerca de João Batista (1.80). Ainda, porém, que João crescesse e se fortalecesse em espírito, é somente em relação com Samuel e Jesus que temos o acréscimo: "... continuava a progredir ... em favor diante de Deus e dos homens". Quanto ao progresso da fé de Maria, veja João 2.5; Atos 1.14. Quanto a José, salvo a menção de seu nome na genealogia (Lc 3.32), não há mais referência a ele no terceiro Evangelho. Possivelmente, tenha morrido antes que Jesus começasse seu ministério público”. HENDRIKSEN. William. Comentário do Novo Testamento. Lucas I. Editora Cultura Cristã. pag. 258-259.]


2. O cuidado com o corpo. Como todo ser humano que possui um corpo físico, Jesus também viveu os limites dessa dimensão corpórea. Ele também se cansava (Jo 4.6). Jesus sabia a importância que tem o corpo humano e, para isso, tratava de dar o devido cuidado ao seu corpo. Para recuperar suas energias físicas, por exemplo, Marcos relata que Ele procurou o descanso necessário (Mc 6.31,32). A palavra grega anapauo, traduzida como repousar, significa “parar com todo movimento a fim de que se recupere as energias”. Se o Mestre deu os devidos cuidados ao seu corpo, não deveríamos nós fazer o mesmo? [Comentário: Outra vez cito o Comentário do Novo Testamento (Editora Cultura Cristã), comentando que “Até mesmo Jesus, devido a sua natureza humana e a grande responsabilidade que pesava sobre os seus ombros, necessitava de períodos de tranquilidade (1.35). E, pelo fato de conhecer completamente todas as necessidades dos seus discípulos, ele os convidou a ir com ele para um lugar solitário, onde poderiam descansar. O que revelou a urgência da necessidade do descanso foi o fato de uma multidão tumultuada e exigente, com as pessoas constantemente indo e vindo, haver tomado até mesmo a tarefa básica de se alimentarem, uma coisa impossível. Resultado: “Foram sós”, ou seja, Jesus e os Doze, sem ninguém mais, retiraram-se para um lugar tranquilo, na vizinhança de Betsaida (Lc 9.10). Eles usaram um barco para deslocarem-se para o lado nordeste do mar. Era aquele barco o mesmo mencionado em 3.9; 4.1 e 5.2? Ou é esse um caso onde o artigo grego não deveria ser traduzido, de modo que a tradução mais exata seria “de barco”, em vez de “no barco”? A passagem paralela de Mateus 14.13 parece favorecer essa possibilidade. No entanto, qualquer uma das duas opções são boas alternativas, e traduções excelentes de ambas podem ser citadas”. HENDRIKSEN. William. Comentário do Novo Testamento. Marcos. Editora Cultura Cristã. pag. 317-318..

SÍNTESE DO TÓPICO I
 Jesus teve um crescimento físico normal, igual às crianças de sua idade.



2. JESUS CRESCEU SOCIALMENTE

1. Jesus e a família. No antigo Israel do tempo de Jesus, havia uma estrutura familiar consolidada. Os estudiosos observam que a família hebraica obedecia a seguinte estrutura social: endógama — casam-se com parentes; patrilinear — descendência pai-filho; patriarcal — poder do pai; patriolocal — a mulher vai para a casa do marido; ampliada — reúne os parentes próximos todos no grupo, e polígena — tem muitas pessoas. A Bíblia fala da família de Jesus dentro desse contexto. Como homem perfeito, Jesus aprendeu a viver em família (Lc 2.51). Como membro da família, Ele viveu em obediência a seus pais. Isso mostra que os papeis sociais dentro da família precisam ser respeitados. Somente dessa forma, a família continua sendo um instrumento importante na formação do caráter. [Comentário: O Comentário Bíblico de Matthew Henry (Editora CPAD), comentando acerca da submissão de Jesus a seus pais terrenos, esclarece: “Ele era sujeito aos seus pais. Embora uma vez, para mostrar que era mais do que um simples homem, Ele tivesse se afastado dos seus pais, para tratar dos negócios do seu Pai celestial, Ele não fez disto um hábito, por muitos anos depois disto, mas “era-lhes sujeito”. Jesus obedecia às suas ordens e ia e vinha conforme eles lhe diziam, e, aparentemente, trabalhava com o seu pai no ofício de carpinteiro. Ele deu às crianças um exemplo para que sejam obedientes e respeitosas aos seus pais, no Senhor. Tendo “nascido de mulher”, Ele estava sob a lei do quinto mandamento, para ensinar à descendência de crentes que assim deveriam ser para que Ele os aprovasse, como uma descendência fiel. Embora os seus pais fossem pobres e humildes, embora o seu pai fosse apenas o seu suposto pai, ainda assim Ele era sujeito a eles; embora Ele estivesse fortalecido no espírito, e cheio de sabedoria, ou melhor, embora Ele fosse o Filho de Deus, ainda assim era sujeito aos seus pais; como, então, responderão aqueles que, sendo tolos e fracos, ainda assim são desobedientes aos seus pais? 2. A sua mãe, embora não compreendesse perfeitamente as palavras do seu Filho, ainda assim as guardava no coração, esperando que no futuro elas lhe fossem explicadas, e então ela as compreenderia completamente, e saberia como fazer uso delas. Ainda que possamos negligenciar as palavras dos homens, por serem obscuras (Si non vis intelligi debes negligi - Se não for compreensível, não tem valor), não devemos pensar a mesma coisa a respeito das palavras de Deus. Aquilo que, a princípio, é obscuro, para que não saibamos o que fazer pode, no futuro, ficar claro e fácil; portanto, nós devemos guardá-lo para o futuro. Veja João 2.22. Nós podemos, em outra ocasião, encontrar uso para aquilo que não nos parece ter utilidade agora. Um aluno memoriza aquelas regras gramaticais cujo uso ele não compreende no presente, porque lhe foi dito que no futuro elas lhe terão utilidade; a mesma coisa nós devemos fazer com as palavras de Cristo”. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa.Editora CPAD. pag. 538..]

2. Jesus e a cultura local. A Bíblia afirma que o “Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14). O vocábulo habitar traduz o verbo grego skenoo e tem o sentido de “fazer a sua tenda”. Deus se humanizou e fez a sua tenda ou morada entre nós. Como homem perfeito, Jesus viveu no meio da cultura dos seus dias. Fazia parte dessa cultura, qual seja, o povo, o espaço geográfico, a língua e a família. Jesus foi criado em Nazaré da Galileia e, como nazareno, Ele possivelmente espelhava a cultura desse lugar. Jesus aprendeu a ler as Escrituras (Lc 4.16); aprendeu uma profissão (Mc 6.3) e até mesmo aprendeu a maneira de falar que era peculiar dos habitantes dessa região (Mt 26.73. Mc 14.70). Todavia, um fato fica em evidência — Jesus estava pronto a confrontar a cultura quando esta contrariava os princípios da Palavra de Deus (Lc 11.38,39). [Comentário: O Dicionário Bíblico Wycliffe (Editora CPAD) traz o seguinte acerca da educação judaica: “era primeiramente religiosa e, até a época do Novo Testamento, dava-se em casa. Era dever do pai instruir seu filho sobre as tradições religiosas (Ex 12.26,27; Dt 4.9; 6.7). Era essencial que a criança aprendesse a ler as Escrituras. Felizmente, o alfabeto hebraico com suas vinte e duas letras era muito mais fácil do que as centenas de caracteres cuneiformes e hieroglíficos dos vizinhos de Israel. Em Isaías 28.10, "mandamento e mais mandamento" é literalmente "s após s, e q após q", uma referência ao ensino do alfabeto. Em Isaías 10.19, lemos: "E o resto das árvores da sua floresta será tão pouco, que um menino as poderá contar". O homem jovem de Juízes 8.14 "escreveu" os nomes dos anciãos da cidade. O ensino formal longe de casa não foi atestado até a era intertestamentária. Ben Sirach (aprox. 180 a. C.) fala de uma "casa de aprendizagem" (gr. oikos paideias, em heb. bethmidrash). Sob Jason (175-171 a. C), o sumo sacerdote helenizante, um ginásio foi estabelecido em Jerusalém (1 Mac 1.14; 2 Mac 4.9; Josefo, Ant. xii.5.1). No helenismo, o ginásio era a principal instituição educacional. Simon ben Shetah (aprox. 75 a. C.) decretou uma lei que estabelecia que as crianças deveriam ir à escola. O desenvolvimento decisivo, entretanto, veio com a ordem de Josué ben Gamala, sumo sacerdote em 63-65 a. C, de que cada cidade deveria ter uma escola para crianças a partir de seis anos de idade. De acordo com a declaração de Judah ben Tema (século II a. C) em Pirke Aboth 5.21, o programa de estudos a ser desempenhado era: (a) as Escrituras - aos cinco anos; (b) o Mishnah - tradições orais - aos dez anos; (c) a chegada da idade - aos treze anos; e (d) o Talmude - comentários sobre o Mishnah - aos quinze anos. Esperava-se que os rapazes se casassem aos dezoito anos. As meninas recebiam educação em casa, e frequentemente eram feitos casamentos arranjados quando tinham doze ou treze anos. Elas iam à sinagoga, e algumas conheciam bem as Escrituras (cf. alusões do Antigo Testamento no "Magnificai" de Maria, Lc 1.46-55). A maioria dos pais não podia permitir que seus filhos tivessem mais do que o ensino primário. Alguns rabinos desprezavam aqueles que haviam estudado somente as Escrituras, tendo-os como ignorantes, 'am-ha'arets, "pessoas da terra" (cf. Jo 7.15; At 4.13). Aqueles que estudavam para se tornarem rabinos continuavam sua educação na academia de Jerusalém, e eram ordenados com aproximadamente vinte e dois anos de idade. As classes do primário reuniam-se nas sinagogas, tendo o hazzan, ou responsável pelos rolos, como professor. O professor tinha que ser um homem casado; nenhuma mulher tinha permissão para ensinar (cf. 1 Tm 2.12). As crianças de várias idades sentavam-se no chão diante do professor. A criança aprenderia a ler as Escrituras em voz alta, começando por Levítico. Em continuação, a criança prosseguia no conhecimento da maior parte das Escrituras, embora alguns livros do AT, como, por exemplo, Cantares de Salomão, não eram ensinados aos alunos imaturos. A ênfase era colocada na memorização, e o método era a repetição. Dizia-se que um professor do Mishnah chegava a repetir uma lição 400 vezes! Os açoites eram usados nos casos de alunos recalcitrantes. O Mishnah não considerava o professor culpado se o aluno morresse em consequência de tais repreensões. A palavra hebraica para educação, musar, origina-se da raiz ysr, "castigar, disciplinar". O ensino dos meninos começava ao amanhecer e frequentemente continuava até o pôr-do-sol. Algumas pessoas têm questionado se eles tinham horário de almoço! O período de aulas era reduzido para quatro horas durante os meses quentes de julho e agosto. No dia que antecedia o sábado havia apenas meio período de aulas, e as aulas eram suspensas por ocasião das festividades religiosas. A academia de Jerusalém para futuros rabinos era famosa por ter professores como Hilel e Samai (século I a. C). Aqui Paulo estudou aos pés do ilustre neto de Hilel, Gamaliel (At 22.3). Gamaliel era um dos poucos rabinos que permitia que os alunos aprendessem o grego. Os rabinos, como regra geral, não recebiam qualquer pagamento por ensinarem, mas se sustentavam trabalhando como moleiros, sapateiros, alfaiates, oleiros etc. (cf. At 18.3). De fato, cada pai tinha o dever de ensinar um ofício a seu filho”. PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 598-599.]

SÍNTESE DO TÓPICO II
Jesus, enquanto criança, teve um desenvolvimento social saudável.




3. JESUS CRESCEU PSICOLOGICAMENTE

1. A dimensão psicológica de Jesus. O texto de Lucas 2.52 informa que Jesus crescia em “sabedoria”. Crescer em sabedoria é crescer em conhecimento. É desenvolver-se intelectual e mentalmente. É o desenvolver da psique humana. Como homem perfeito, Jesus também possuía uma dimensão psicológica. Ele, por exemplo, angustiou-se em sua alma (Lc 12.50; Mt 26.37; Jo 12.27). Lucas ainda diz que Jesus “enchia-se de sabedoria” (Lc 2.40). Esse crescimento mental e intelectual vem pela assimilação dos conhecimentos da vivência humana do dia a dia. É o acúmulo cultural que se forma ao longo dos anos. Como todo menino judeu de sua época, Jesus tinha o seu intelecto treinado pelo estudo das Sagradas Letras (2Tm 3.15). [Comentário: O teólogo americano Russel Norman Champlin escreve em sua obra O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo (Editora Candeias): “«...infância...» O termo grego é «brephos», palavra usada para indicar «embrião humano» ou «feto». (Ver Plutarco Mor. 1052; Dióscuro 5,74; Josefo, Antiq. 20,18). Mas também era usado com o significado de «bebê», «infante». (Ver I Macabeus 1:61; II Macabeus 6:10 e Josefo, Guerras dos Judeus 6,205). Esse vocábulo indica que desde a idade mais infantil possível, quando uma criança começa a falar, Timóteo já vinha recebendo treinamento religioso específico. Esses mui dificilmente se afastam da fé, embora possa haver modificações posteriores, ao passo que a experiência humana mostra-nos que aqueles que se converteram mais tarde na vida se afastam mais facilmente da fé, em favor de alguma outra coisa. Os costumes judaicos comuns obrigavam os pais a darem início ao treinamento religioso sério de seus filhos ao chegarem ao seu quinto ano de vida. Filo, em «Led ad Caium», pág. 562, cap. 16; Josefo, em «Apion» I. 12; o terceiro capítulo de Susana e IV Macabeus 18:9 confirmam isso.
«...sagradas letras...» No original grego temos «...escritos santos...» ou «...Sagradas Escrituras...», uma alusão ao A .T ., pois, naquele tempo, não havia ainda o «cânon» do N. T., e nem mesmo todos os livros do N. T. tinham sido escritos. Sendo normalmente uma alusão às Escrituras do A. T., essa expressão algumas vezes se reduz a «as Escrituras», conforme se vê em Mat. 21:42; 22:29; Luc. 24:27; João 5:39 e I Cor. 15:3. Algumas vezes tal palavra é usada para indicar alguma passagem particular das Escrituras, um trecho selecionado. Algumas vezes essa palavra aparece no singular, e de outras vezes aparece no plural. (Ver a forma plural em I Ped. 2:6 e em II Ped. 1:20 e A s referências dadas acima são exemplos de seu uso no plural. O trecho de Rom. 1:2 diz «Santas Escrituras» («graphais agiais»), ao passo que aqui temos «Sagradas Escrituras», expressão que aparece exclusivamente aqui, em todo o N. T. Essa expressão se encontra em Josefo, Proem. to Ant. 3; Apion I e em Filo, Vit. Mos. 3:39, etc. Os livros do A. T. são focalizados nessa expressão (porquanto havia vários «cânones» do A. T. nos dias de Paulo), segundo se vê nas notas expositivas sobre o versículo seguinte, acerca das «Escrituras». Essas «Sagradas Escrituras», pois, são contrastadas com as fontes «estranhas» utilizadas pelos gnósticos, como seus mitos, suas imaginações, suas religiões misteriosas e seus livros de mágica e encantamento. (Ver Atos 19:19).
«...tornar-te sábio...» Temos aqui menção à sabedoria espiritual. As promessas messiânicas, bem como as interpretações que lhes dão a igreja cristã, mostram claramente como é que DEUS outorga aos homens a salvação, e como ela pode e deve ser recebida. Aqueles que são «sábios» perceberão o significado de tudo isso, tirando benefícios espirituais dessa sabedoria celestial. A aceitação da mensagem bíblica, em que o indivíduo se firma fortemente sobre ela, permitindo assim que a sua vida seja transformada, produzirá o conhecimento teórico, doutrinário, prático e místico, bem como a experiência espiritual, o que leva um ser humano à vida eterna. (Comparar com João 5:39, quanto ao fato que as autoridades judaicas criam que, nas «Escrituras», um homem recebe a vida eterna; e esses são aqueles que falam acerca de Cristo, de tal modo que ele é o meio dessa vida. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 394.]

2. Jesus e as emoções. A Escritura mostra que Jesus, como homem perfeito, possuía domínio completo sobre suas emoções. Ele não sofria de nenhum distúrbio mental, nem tampouco era desajustado emocionalmente. Quando pressionado, não cedia à pressão do grupo (Jo 8.1-11). Seus próprios algozes reconheceram que Ele agia movido por suas convicções internas e não pelo que os outros achavam (Lc 20.19-26). Sua presença revelava serenidade e paz (Jo 14.27; Lc 7.50). É evidente que essa paz era uma consequência natural da íntima comunhão com Deus que Ele cultivava. Jesus passava horas em oração, às vezes, até mesmo noites inteiras em oração (Lc 6.12), um claro exemplo para todos os seus seguidores. [Comentário: Deus nos criou com um coração que tem desejos (Sl 37.5). Nós temos sentimentos que são expressos pelas emoções. As emoções básicas são: ira, alegria, medo e afeto. A Bíblia afirma que perder o equilíbrio emocional não é saudável (Jó 5.2; 18.4). Jesus não reprimia suas emoções, isto fica claro nos evangelhos. A questão não é que não podemos expressá-las, mas como fazer de forma saudável! Havia equilíbrio em cada situação, como em Lc 19.43 onde Ele manifestou ira quando viu o templo dedicado a Deus tornando-se um mercado. No Getsêmani, Ele manifestou tristeza paralisante! (Mt 26.38). Jesus não agia dominado pela emoção. As palavras do Senhor evidenciam o equilíbrio correto entre o dever e a obrigação perante as autoridades e perante Deus...]


SÍNTESE DO TÓPICO III
 O menino Jesus teve um desenvolvimento cognitivo saudável, compatível com cada fase da vida.




4. JESUS CRESCEU ESPIRITUALMENTE

1. Crescendo na graça e fortalecendo o espírito. Nos dois textos bíblicos citados por Lucas para se referir ao crescimento de Jesus Cristo, o homem perfeito, a palavra “graça” se destaca (Lc 2.40,52). A palavra grega traduzida como graça é charis. Graça é um favor de Deus. Jesus cresceu na graça quando viveu a vida como ela é. Ele aprendeu a viver com as limitações que uma família pobre possuía na Palestina do primeiro século. Graça é ter consciência de que, em meio a tudo isso, a vocação e chamada tiveram origem em Deus. Graça é saber que Deus está em nosso crescimento enquanto vivemos em comunidade, enquanto o adoramos, meditamos, contemplamos e, também, quando vivemos a vida, mesmo quando ela se mostra dura em sua rotina. [Comentário: Ele cresceu em graça diante de Deus e das pessoas. Aqui temos de pensar em um crescimento da graça da aprovação divina e da benignidade paterna sobre esse menino Jesus. Desde o começo ele foi objeto da graça, porém quanto mais ele crescia e o poder de Deus se disseminava nele, quanto mais ele superava todas as tentações com fé e sabedoria, aprendendo a obediência, tanto mais também se avolumava a graça de Deus sobre ele. Novamente deparamo-nos aqui com uma parte de sua humilhação, que é inegavelmente a maior e mais misteriosa. Ele despojou-se até mesmo de seu relacionamento original com o Pai. O Criador se rebaixou até sua criatura, que cresce e amadurece interiormente por meio da obediência. No entanto, Jesus também cresceu em graça diante das pessoas. Afinal, de agora em diante o rapaz de doze anos mantinha cada vez mais contato com as pessoas. Em breve, pois, sua natureza amável, obediente, solícita, afetuosa e correta conquistou os corações das pessoas, de sorte que o tratavam com amizade e favor. Apesar de sua profunda condição pecaminosa, o mundo sempre respeita secretamente a grandeza de uma mentalidade inatacável, das obras e virtudes da bem-aventurança. Foi isso que também aconteceu com o Senhor. É uma maravilhosa dádiva de Deus quando alguém encontra graça também diante dos seres humanos. Essa amabilidade repleta e santificada da mente de Cristo, em atitude e caráter, que atrai e conquista involuntariamente as pessoas, é algo sumamente belo. Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança. Nós nascemos como filhos de Deus “pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade" (Tg 1:18). Devemos, pois, desejar “ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação” (1Pe 2:2). Mas o crescimento a partir daí é esperado. “Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo” (1Co 3:1). Na medida que avançamos no tempo, devemos avançar no desenvolvimento da nossa fé, para não ouvirmos o Espírito nos repreender dizendo “Quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido” (Hb 5:12). O nosso alvo é crescer “até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4:13).]

2. Jesus e sua maioridade. Lucas mostra o desenvolvimento espiritual em duas outras passagens do seu Evangelho (Lc 2.46-49). Na situação do Templo, Jesus se mostra como alguém que já tem consciência da sua missão. Ele veio para cuidar dos negócios de seu Pai, Deus. Por outro lado, Lucas mostra no relato do batismo de Jesus como Ele se identifica com o povo e recebe a capacitação divina para o exercício do seu ministério (Lc 3.21-23). Até os trinta anos, Jesus permaneceu na cidade de Nazaré e trabalhou como carpinteiro. O Salvador esperou pacientemente até o momento determinado pelo Pai para exercer seu ministério. Vivemos em uma sociedade imediatista; por isso, atualmente, as pessoas não querem esperar o tempo de Deus em suas vidas e ministério. O tempo do Senhor é perfeito. Temos que esperar o seu agir... [Comentário: «...não sabíeis...» Este versículo fornece-nos as primeiras palavras registradas que saíram dos lábios de Jesus. Ele deu início à sua manifestação extraordinária entre os homens que atuavam no templo de Deus, na companhia daqueles que eram reputados os homens mais eruditos e santos. Foi um começo digno para a tradição que envolve a Jesus; e, mesmo quando ainda menino, demonstrou possuir aquela—grande energia mental—que sempre caracterizou a sua vida. Podemos contrastar esta narrativa simples sobre o precoce menino Jesus com a história de Josefo, contada por ele mesmo, e que o mostra aos catorze anos de idade, ao tornar-se «filho da lei», admirando os mais velhos com a sua grande sabedoria e erudição, de tal modo que até mesmo alguns dentre os principais sacerdotes vinham consultá-lo acerca de pormenores difíceis da lei. Seja como for, isso é instrutivo, porquanto demonstra que aqueles doutores pelo menos se interessavam por jovens e promissores eruditos, dedicando tempo a conversar com eles, ensinando-os e encorajando-os. Em algumas traduções encontramos aqui as palavras ocupar-me dos negócios de meu Pai», que substitui a tradução mais literal «nas coisas que são de meu Pai». A palavra «casa», segundo encontramos na tradução portuguesa AA, não aparece no texto grego, pelo que as palavras dessa citada tradução— «estar na casa de meu Pai» também são uma interpretação, e não uma tradução. A versão siríaca, contudo, traduz tal e qual a tradução portuguesa AA (Almeida Atualizada); mas isso parece estreitar o sentido tencionado. Apesar do fato que alguns intérpretes defendem esse sentido mais estreito, a indicação textual é antes que Jesus percebeu que seu destino e propósito na vida deveriam centralizar-se em torno das coisas de Deus, as coisas espirituais, e que elas serviriam como verdadeira expressão de sua existência terrena. Alford traduz aqui por «entre as questões de meu Pai», isto é, dando atenção aos interesses de Deus Pai. Naturalmente que este texto tem por intenção ensinar algo sobre as relações especiais existentes entre Jesus e Deus Pai, além de destacar algo sobre a sua missão especial. Devemos compreender que Jesus mantinha uma relação sem-par com Deus Pai, embora essa relação não tenha sido definida neste texto. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 2. pag. 39.]


SÍNTESE DO TÓPICO IV
 Enquanto criança, Jesus também teve um desenvolvimento espiritual saudável.




CONCLUSÃO

Ao escrever a sua segunda carta, o apóstolo Pedro exortou os cristãos a desejarem o crescimento: “Antes, crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A Ele seja dada a glória, assim agora como no dia da eternidade. Amém!” (2Pe 3.18). O alvo do crente é o crescimento. Mas esse crescimento não acontece de qualquer forma; antes, ocorre nas esferas da graça e do conhecimento do Senhor. Crescimento sem conhecimento é uma deformação, assim como o é, também, o crescimento sem a graça. O cristão deve atentar para o fato de que onde se privilegia apenas o conhecimento intelectual, sem a adição da graça, o levará a uma vida árida. Da mesma forma, esse mesmo crescimento, onde se privilegia apenas a revelação e menospreza a razão, o conduzirá ao fanatismo. O crente deve, a exemplo do seu Senhor, crescer de forma integral.  [Comentário: A dádiva da graça é uma iniciativa do Senhor e o crescimento nela é uma responsabilidade do crente (2Pe 3.18 ). O cristão que reconhece seu pecado e crê em Jesus não pode permanecer somente neste primeiro passo da graça divina, a salvação dada por Jesus Cristo, mas deve crescer na graça. A expectativa da Bíblia é que cresçamos na graça divina. Em outras palavras, o Senhor quer que conheçamos a potência do Seu amor em tantas áreas de nossa vida, quanto possível. Isto significa vivenciar a graça tanto na saúde, quanto na doença, no emprego, como no desemprego, na gratidão, quanto na injustiça. A graça do Senhor tem a capacidade de se envolver em todas as dimensões de nossa vida. A graça divina somente não nos abençoa quando não deixamos. Ou por ignorância ou por medo. Crescer na graça é nosso desafio diário. Mas é, acima de tudo, nosso privilégio e nossa benção.]



Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br.


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