TEXTO ÁUREO
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“E o reino, e o
domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo
dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os
domínios o servirão, e lhe obedecerão” (Dn 7.27).
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VERDADE
PRÁTICA
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Enquanto os impérios humanos caem, o Reino de Deus se expande através de
Jesus Cristo.
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HINOS
SUGERIDOS
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90,
94, 599
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE DN 7.3-8,13,14
3 - E
quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar.
4 - O
primeiro era como leão e tinha asas de águia; eu olhei até que lhe foram
arrancadas as asas, e foi levantado da terra e posto em pé como um homem; e
foi-lhe dado um coração de homem.
5 -
Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se
levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus dentes; e
foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne.
6 -
Depois disto, eu continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo,
e tinha quatro asas de ave nas suas costas: tinha também este animal quatro
cabeças, e foi-lhe dado domínio.
7 -
Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto
animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha dentes grandes de
ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era
diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez pontas.
8 -
Estando eu considerando as pontas, eis que entre elas subiu outra ponta
pequena, diante da qual três das pontas primeiras foram arrancadas; e eis que
nesta ponta havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava
grandiosamente.
13 - Eu
estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um
como o filho do homem: e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até
ele.
14 - E
foi-lhe dado o domínio e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e
línguas o servissem: o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o
seu reino o único que não será destruído.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Descrever e explicar a visão dos quatro animais.
Identificar o clímax da visão do profeta.
Compreender a volta de Jesus à luz do capítulo sete de Daniel.
SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
O capítulo 7 de Daniel inicia a segunda parte do livro, com ênfase nos
detalhes proféticos. Essa característica faz com que alguns estudiosos
identifiquem esse como o Apocalipse do Antigo Testamento. Esse capítulo pode
ser dividido em duas partes: os versículos de 1 a 14 que tratam a respeito do
sonho de Daniel, e do 15 ao 28, a interpretação do sonho. No início da aula nos
voltaremos para a análise dos impérios mundiais, com destaque para a figura do
anticristo, e ao final, estudaremos sobre o reino do Messias.
1. OS IMPÉRIOS MUNDIAIS
Os reinos do mundo não são independentes, os impérios mundiais estão
debaixo da soberania de Deus (Dn. 7.2,3). Os quatro ventos, ao longo da Bíblia,
retratam a totalidade da terra, o alcance mundial. Principalmente nos dias
atuais, marcados pela globalização, os quatro cantos da terra se tornaram um.
Os reinos se levantam e demonstram sua potência aos todos os lugares. A mídia
se encarrega de fazer a divulgação dos feitos dos impérios, a propaganda é
utilizada como arma para a dominação. O mar é símbolo dos povos, que se
encontra em convulsão, diante dos impasses dos governos humanos. Deus permite
que os governos humanos prevaleçam, mas não apoia suas decisões, principalmente
àquelas que prejudicam seus servos. Impérios se levantam e caem, nenhum deles
permanece para sempre, essa inconstância é uma demonstração de fragilidade. Os
impérios mundiais são demonstrados através de quatro animais, que se encontram
em paralelo com o capítulo 2 do livro de Daniel. Neste capítulo nos deparamos
com os impérios e seu esplendor, enquanto que no capítulo 7 o enfoque está em
aspecto interno, como feras. Esses governos não são ovelhas, mas animais
selvagens, que não agem em prol do bem das pessoas, funcionam como governos que
devoram as pessoas. Os animais apresentados nessa visão de Daniel sobem do mar,
de maneira sucessiva e simultânea. Eles têm características recorrentes: surgem
de baixo, são animais ferozes, serão destruídos no futuro, seu tempo é
determinado por Deus (Dn. 7.12). Os quatro animais são: o leão (império
babilônico), o urso (império medo-persa), o leopardo (império grego-macedônio)
e o animal de dez chifres (império romano).
2. OS IMPÉRIOS MUNDIAIS E A REVELAÇÃO DO ANTICRISTO
O leão é o rei dos animais, sua força é notória, é
um símbolo da grandeza do império babilônico (Dn. 4.32). O leopardo alado
revela a velocidade e agilidade do império de Alexandre Magno, que em 334, após
um período de 10 anos, tornou-se soberano entre as nações. Ele foi educado por
Aristóteles, por isso difundiu a cultura grega, principalmente o idioma entre
os povos conquistados. Mas morreu subitamente em 324 a. C., na Babilônia, seu
reino foi dividido em quatro cabeças. A glória do império grego-macedônio
passou, outra prova dos limites dos reinos humanos. Deus está no comando, os
reinos do mundo tem liberdade, mas seus dias estão contados. Em Dn. 7.7, nos
deparamos com um animal terrível, extremamente forte, símbolo do império
romano. A principal característica desse animal é a sua força, e o seu poder,
com capacidade destruidora. Esse animal possuía grandes dentes de ferro, e com
eles devorava e estraçalhava a todos. Ele revela ser insensível com suas
vítimas, as consome sem qualquer pena (Dn. 7.23). Tal animal estranho tem dez
chifres, sendo identificados como dez reis (Dn. 7.24). É uma descrição nítida
do império romano, que em 241 derrotaram os cartagineses e ocuparam a ilha da
Sicília. Em 218 a. C., as legiões romanas entraram na Espanha, em 202 a. C.,
conquistaram Cartago. Em 146 a. C., tomaram Corinto, e em 63 a. C., Pompeu
ocupou a Palestina. Ao longo de dois séculos, o império romano experimentou
glória, fama e poder. Mas em 476, os bárbaros venceram o império romano, até
que em 1453 d. C., os turcos ocuparam a cidade de Constantinopla, findando o
império romano no Ocidente. Em seguida Daniel revela a figura do anticristo
(Dn. 7.8), tratando-o como uma pessoa, o “pequeno chifre”, seu número é o 666
(Ap. 13.18). João o denomina de O mentiroso (I Jo. 2.22), o anticristo (I Jo.
2.18), a besta (Ap. 13.1). Para Paulo, ele é o homem da iniquidade (II Ts.
2.3), o iníquo (II Ts. 2.8), o filho da perdição (II Ts. 2.3). Para Jesus, o
anticristo é o abominável da desolação (Mt. 24.15-28).
3. O REINO
DO MESSIAS
A origem do anticristo é satânica, pois ele receberá autoridade do
próprio Satanás. Esse pequeno chifre tem uma relação com o animal terrível, na
verdade surge dele. Ele será pequeno apenas no início (Dn. 7.8), depois irá
crescendo paulatinamente (Dn. 7.20). Isso porque o anticristo terá a pretensão
de ser Deus (II Ts. 2.3,4). Ele agirá com ódio a Deus, sua boca falará grandes
coisas (Dn. 7.8,20), proferirá palavras contra o Altíssimo (Dn. 7.25), tratará
de mudar os tempos e a leis (Dn. 7.25). O anticristo será um perseguidor, pois
fará guerra contra os santos de Deus, e prevalecerá contra eles (Dn. 7.21),
magoará os santos do Altíssimo (Dn. 7.25), e esses serão entregues nas mãos
dele (Dn. 7.25). Mas o governo do anticristo também terá seu fim, seu domínio é
limitado (Dn. 7.25). O domínio será tirado dos quatro reis e também do
anticristo (Dn. 726). Ele será destruído pelo fogo (Dn. 7.11), na verdade, será
lançado no lago do fogo (Ap. 19.20). Isso acontecerá por ocasião da vinda de
Cristo, como Rei dos reis e Senhor dos senhores, ao final dos sete anos de
tribulação (II Ts. 2.8). Finalmente o Reino de Cristo será consumado em
plenitude (Dn. 7.13,14). Cristo já reina, mas esse reino é limitado, acontece
apenas entre aqueles que creem. Mas no futuro, quando Ele retornar com poder e
grande glória, Seu reino será universal (Dn. 7.14). Todas as nações, povos e
línguas O reconhecerão e O servirão (Dn. 7.14). Diante dEle todo joelho se
dobrará, toda língua confessará que Jesus é o Senhor (Fp. 2.9-11) para sempre
(Dn. 7.14). O governo de Cristo será partilhado com os santos (Dn. 7.18,22,27).
CONCLUSÃO
Daniel ficou impactado com os acontecimentos que viriam a acontecer (Dn.
7.14,15). Nós, os cristãos, temos motivos celebrar, ao reconhecer que os
ditames do mundo estão nas mãos de Deus. O rosto de Daniel empalideceu (Dn.
7.28), nós também podemos nos espantar, mas com confiança, disposto a enfrentar
os poderes do mal, cientes que, ao Seu tempo, o Senhor julgará todos os reinos
da terra. Os inimigos que oprimem o povo de Deus serão julgados, e o reino do
Messias durará para sempre.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Na lição desta semana, veremos uma mudança narrativa no capítulo sete de
Daniel. Agora estamos diante de uma série de quatro visões do profeta. É o
“apocalipse do Antigo Testamento” apresentando quatro impérios simbolizados por
quatro animais. A visão do capítulo dois foi dada a um rei pagão,
Nabucodonosor, enquanto que a do capítulo sete, a um servo de Deus, o profeta
Daniel. Veremos que em Nabucodonosor, a visão revela o lado político dos
impérios apresentados como uma grande estátua. Em Daniel, através dos quatro
animais, ela revela o lado moral e espiritual desses impérios. Os fatos são os
mesmos, mas os objetivos das duas visões têm finalidades distintas. No capítulo
sete, Deus revela a Daniel o fim dos quatro impérios e o surgimento do reino
eterno do Messias prometido.. [Comentário:
Estamos iniciando o exame de um dos mais excitantes e emocionantes
capítulos da Bíblia. A mensagem básica de Daniel 7 é que Deus passa a confirmar
ao profeta Daniel tudo o que havia mostrado a Nabucodonosor (capítulo 2), ou
seja, os acontecimentos vindouros, compreendidos desde o reino babilônico até a
segunda vinda gloriosa de nosso Senhor Jesus Cristo e o estabelecimento do
Reino Milenar Messiânico. No capítulo 7, no entanto, além de dar mais detalhes
sobre aqueles impérios mundanos do ponto de vista político e militar que se
sucederiam, Deus acrescenta um fato novo: o surgimento de um poder religioso
que haveria de perseguir e tentar extinguir os santos do Altíssimo. A grande
certeza expressa na Palavra de Deus é que em breve este poder, em toda a sua
abrangência, perderá o seu domínio e será destruído. Na vitória final, o filho
do homem (Jesus Cristo) é o instrumento indispensável e é por meio dEle que Seu
povo herdará o reino eterno. Este é o clímax do estudo do capítulo 7 de Daniel.
A visão de todos esses acontecimentos foi dada a Daniel, segundo dados
históricos, em 553 a.C., considerado como sendo o “primeiro ano de Belsazar,
rei de Babilônia.” (Daniel 7:1). O rei Nabucodonosor havia falecido há nove
anos. O próprio Daniel tinha aproximadamente a idade de 70 anos. Devemos
lembrar que a queda de Babilônia (capítulo 5) e sua experiência na cova dos
leões (capítulo 6) ainda se encontravam no futuro, pois os capítulos de Daniel
não estão em ordem cronológica. Entretanto, cinquenta e um anos haviam
decorrido desde o sonho tido por Nabucodonosor, relatado no capítulo 2. O
relevante é que Daniel 7 é uma profecia poderosa, cheia de verdades importantes
para o nosso tempo. Os grandes eventos da história mundial têm seguido
fielmente a profecia com uma precisão extraordinária.] Convido você para mergulharmos mais fundo nas
Escrituras!
I. A VISÃO DOS QUATRO
ANIMAIS (Dn 7.1-8)
1. A visão.
Daniel recebeu a visão sobre os quatro animais no primeiro ano do rei Belsazar
da Babilônia. É importante lembrarmos, aqui, que Belsazar não governou sozinho.
Ele foi corregente com o seu pai, Nabonido. Veremos agora a primeira parte da
visão de Daniel (vv.1-3): [Comentário:
O profeta Daniel relata a sua visão: “Eu estava olhando, numa visão noturna, e
eis que os quatro ventos do céu agitavam o Mar Grande. E quatro grandes
animais, diferentes uns dos outros, subiam do mar. O primeiro era como leão, e
tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e foi
levantado da terra, e posto em dois pés como um homem; e foi-lhe dado um
coração de homem. Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a
um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os
seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne. Depois
disto, continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha
nas costas quatro asas de ave; tinha também este animal quatro cabeças; e foi-lhe
dado domínio. Depois disto, eu continuava olhando, em visões noturnas, e eis
aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha grandes
dentes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que
sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha
dez chifres.” Daniel 7:1-7. De acordo com o relato bíblico, o profeta Daniel
viu subindo do Mar Grande, quatro grandes animais. É importante observar que o
mar estava sendo agitado pelos quatro ventos do céu quando estes quatro animais
apareceram. Os quatro ventos que agitaram o Mar Grande (Daniel 7:2) significam
lutas, guerras e comoções (Jeremias 49:36 e 37). Os reinos surgiram e ruíram
como resultado das guerras. Mar e águas, nas profecias, representam povos,
multidões, nações e línguas (Isaías 17:12 e 13; Jeremias 47:1 e 2; Apocalipse
17:15). Nesta profecia, ao ser mencionado o “Mar Grande” (atualmente conhecido
por Mar Mediterrâneo), Deus queria também chamar a atenção quanto à localização
geográfica onde ocorreriam esses conflitos. Os quatro ventos soprando sobre o
mar simbolizam destruição, conflitos e guerras entre a humanidade. Eles
sopraram sobre povos, nações e dessas guerras entre os homens surgiram quatro
grandes bestas ou monarquias, que tiveram seu período de domínio uma após
outra.]
a) O “leão com asas de águia” (v.4). O
versículo quatro descreve um animal semelhante ao leão com asas de águia.
Enquanto Daniel o contemplava, as asas do leão eram arrancadas. Posteriormente,
o animal foi erguido da terra, posto de pé como um ser humano e, logo depois,
ele recebeu um coração humano. O leão representava o império da Babilônia. [Comentário: O Império Babilônico,
representado na grande estátua pela cabeça de ouro (Daniel 2:32), é
apropriadamente representado aqui por um leão, o primeiro desses quatro grandes
animais (Daniel 7:4). O profeta Jeremias se refere à Babilônia como um leão
(Jeremias 4:6 e 7). Os símbolos de Babilônia são todos superlativos: O ouro
(uma representação de Babilônia, conforme Daniel 2:38) é o mais precioso dentre
todos os metais; o leão é o rei dos animais; a águia é o rei do ar. A Babilônia
foi um reino rico e poderoso. Exerceu o seu domínio de 606 a 538 a.C. Quanto às
asas de águia sem dúvida denotam a rapidez com que Babilônia estendeu suas
conquistas sob o reinado de Nabucodonosor. Ao lhe serem arrancadas as asas,
lembre-se do que aconteceu com Nabucodonosor (Daniel 4:33 e 34).]
b) O urso (v.5). Daniel viu uma figura
semelhante a um urso. Este fora erguido de um lado e tinha em sua boca três
costelas. A este animal as pessoas diziam: “Levanta-te, devora muita carne”. O
urso simbolizava o império Medo-Persa. [Comentário: O
Império Medo-Persa, simbolizado na grande estátua pelo peito e braços de prata
(Daniel 2:32 e 39), é aqui representado pelo segundo animal, semelhante a um
urso. Dominou de 538 a 331 a.C. O animal tinha três costelas na boca,
simbolizando a conquista de três reinos: Babilônia, Egito e Lídia, que deram
grande poder aos persas. A profecia indica que o urso se “levantou de um lado”.
A história confirma que, apesar de os Medos e Persas terem se unido nas
batalhas, os Persas eram mais fortes. Uma outra referência quanto a esta
desigualdade de forças, nós encontramos registrado em Daniel 8:3, onde diz que
o carneiro tinha dois chifres. Eles eram altos, mas um era mais alto do que o
outro. O carneiro representava a Medo-Persa (Daniel 8:20)..]
c) O leopardo com quatro asas (v.6). Outro
animal era uma figura semelhante ao leopardo. Este possuía quatro cabeças e
tinha quatro asas de aves em suas costas. Foi-lhe dado domínio. O leopardo
simbolizava o império da Grécia. [Comentário: A Grécia é simbolizada na grande estátua pelo
ventre e coxas de bronze Daniel 2:32 e 39). Este poderoso Império é aqui
representado pelo terceiro animal, semelhante a um leopardo. A própria Bíblia
confirma a sequencia destes reinos. Grécia é também representada pelo bode
(Daniel 8:21), o qual derrotou o carneiro, uma representação da Medo-Persa
(Daniel 8:20). Grécia governou o mundo de 331 a 168 a.C. O animal tinha nas
costas quatro asas de ave. As quatro asas representam a grande velocidade nas
conquistas. A Grécia, sob o comando de Alexandre, o Grande, literalmente voou
em sua conquista de dominação do mundo. A profecia relata que este animal tinha
quatro cabeças, significando que, com a morte prematura de seu maior
comandante, Alexandre, o Grande, quatro generais o substituíram. Eram eles:
Cassandro (Macedônia), Lisímaco (Trácia), Ptolomeu (Egito) e Seleuco (Síria).]
d) Uma aparência indescritível (vv.7,8).
“Terrível, espantosa e extremamente forte” era a figura do quarto animal. Ela
tinha enormes dentes de ferro, comia e triturava o que encontrasse pelo
caminho. Em sua cabeça havia ainda dez chifres. Enquanto Daniel prestava
atenção nos dez chifres, um chifre pequeno surgiu entre os dez; mas três dos
primeiros dez chifres foram arrancados pela raiz. No chifre pequeno havia
também olhos como “olhos humanos” e uma boca que proferia “palavras
arrogantes”. O animal, aqui descrito, simbolizava o império romano. [Comentário:
No sonho de Nabucodonosor, as pernas de ferro (Daniel 2:33 e 40) representavam
o Império Romano. Agora, o profeta Daniel, ao descrever o quarto animal (Daniel
7:7), nos chamou a atenção que ele era diferente de todos os animais que
apareceram antes dele. Era terrível e espantoso, muito forte e violento. Tinha
dentes de ferro, representando a dureza de Roma e unhas de bronze (Daniel
7:19), representando a cultura e a língua grega que foram adotadas por Roma.
Sem nenhuma dúvida, este animal representava perfeitamente o Império Romano,
pois, de acordo com a história, dominou o mundo de 168 a.C a 476 d.C., quando
as tribos bárbaras invadiram a Europa. Além das características acima
mencionadas que o diferenciaram dos demais animais, o quarto animal tinha dez
chifres ou pontas na sua cabeça, os quais simbolizavam os fragmentos deste
potente reino, depois de sua derrota em 476 d.C., pelas tribos bárbaras, a
saber: Hunos, Francos, Burgúndios, Anglo-Saxões, Visigodos, Suevos, Lombardos,
Vândalos, Hérulos e Ostrogodos. Interessante esclarecer que os dez chifres na
cabeça do quarto animal e os dez dedos da estátua (Daniel 2:41-43)
representavam o mesmo acontecimento, ou seja, a divisão ou fragmentação do
Império Romano. Isto quer dizer que, até a segunda vinda do Messias, nenhum
outro império mundial será instalado. É muito importante enfatizar que o
próximo império mundial retratado na profecia de Daniel, será o reino milenar
messiânico (Daniel 2:44; 7:13, 14 e 27). Ele será estabelecido na Terra quando
ocorrer a segunda vinda de Crist.]
2. A interpretação. O bloco dos versículos 9 a 14 revelam mais duas
figuras: a do Ancião e a do Filho do Homem. Após este bloco de versículos,
Daniel passa a narrar a interpretação dos animais dada a ele ainda na mesma
visão (vv.15-27):
a) As figuras dos animais (15-18). As figuras
representadas pelo leão, urso, leopardo e o quarto animal, significam quatro
reis que se levantaram sobre a terra, isto é, o rei da Babilônia, o rei
Medo-Persa, o rei da Grécia e o rei de Roma (v.17).
b) A ênfase no quarto animal (vv.23-27). O
quarto animal foi o que mais chamou a atenção do profeta Daniel: “Então, tive
desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de
todos os outros” (v.19). Daniel precedeu o tempo em que o império romano se
tornara uma superpotência. Roma foi o império mais devastador da história do
mundo. Era forte (ferro), pela sua força e eficácia administrativa, mas frágil
(barro), dada a grande corrupção que ajudou a sepultar “um sonho chamado Roma”.
c) Os dez chifres e o pequeno chifre. Os dez
chifres que saíam da cabeça do quarto animal prefiguravam dez reis advindos do
antigo império romano. Mas outro rei, representado pelo pequeno chifre, se
levantará após os dez reis e abaterá os três primeiros, arrancando-os tal como
descreve a visão. Este pequeno chifre é o Anticristo escatológico tipificado na
pessoa de Antíoco Epifânio, o qual estudaremos rapidamente na próxima lição e,
com maiores detalhes, na lição 12. [Comentário: A semelhança do capítulo 2, o Império Romano
aparece no sonho de Nabucodonosor representado pelas “pernas de feno e os pés,
em parte de ferro e em parte de barro” (2.33). No capítulo 7, o Império Romano
aparece na visão de Daniel como um “animal terrível e espantoso” (Dn 7.7). Esse
quarto animal não se parece com qualquer outro tipo do mundo animal. Não havia
nada comparável do mundo animal. O profeta percebe que era um animal, um
monstro mítico o qual define como um animal “terrível e espantoso”. A
característica que se destacava nesse animal era a sua força e poder de
destruição. Esse animal tinha “dentes de ferro” que triturava tudo o que
estivesse à sua frente, indicando força e insensibilidade no trato com coisas
vivas (v. 23). A força desse império foi demonstrada pela força militar que se
tornou o maior referencial da sua conquista. Esse é o império sequente que veio
depois do medo-persa. “terrível e espantoso” (7.7). Esse animal deixou seus
rastros de morte e destruição por onde passava. O Império Romano é
caracterizado pela dureza do ferro que é um símbolo do poder militar. Pelo
poder militar, o Império Romano impôs sua força brutal, com violência e dureza,
inclusive nos tempos da vida terrestre de Jesus Cristo. Os sofrimentos
impingidos na prisão, martírio e crucificação de Jesus revelam a força bruta
das milícias romanas contra as pessoas. Em relação ao quarto animal, Daniel o
vê como “terrível e espantoso”. Isto lembra, não só as proezas romanas, mas a
violência como cultura e entretenimento, quando levavam seus prisioneiros às
arenas romanas para serem devorados por animais carnívoros e famintos, enquanto
a elite e o povo assistiam com aplausos e gritos (At 19.12-18; At 16.36-39). Nos
tempos cristãos, ainda sob a égide romana, milhares de cristãos foram
martirizados nessas arenas e circos, especialmente, em Roma. O império se
impunha pela força bruta, por isso, “tinha dentes grandes de ferro” que a tudo
destruía e triturava. Diz o texto que a tudo que tomava nos dentes “fazia em
pedaços”. No versículo 23, Daniel explica e interpreta a figura desse quarto
animal representando um reino em que a crueldade seria a marca do império desde
241 a. C. até 476 d. C. Esse império é visto numa perspectiva escatológica,
pois cremos que, mesmo que aparente e fisicamente tenha deixado de existir,
historicamente, num tempo especial ele ressurgirá com força reunindo as forças
gentílicas das nações do mundo, especialmente, as nações adjacentes ao “Mar
Grande”, o Mediterrâneo, e mostrará sua força sob a liderança do Anticristo.
“Estando eu considerando as pontas (chifres), eis que entre elas subiu outra
ponta pequena (chifre)” (7.8). Em outras versões, a tradução apresenta de forma
direta como “chifre pequeno” que surge entre os demais chifres no espantoso
animal. Esse “chifre pequeno” representa, escatologicamente, “o homem do
pecado” ou “o filho da perdição” (2 Ts 2.3) que surgirá num determinado tempo
designado por Deus identificado como o “anticristo”. Esse personagem aparecerá,
literalmente, no “último tempo”, ou seja, na Grande Tribulação, blasfemando
contra o Altíssimo até que venha o juízo de Deus sobre ele. Os dez chifres do
quarto animal representam a força desse terrível animal. Conforme a visão,
Daniel vê sair do meio da cabeça desse espantoso animal, entre os dez chifres
um “chifre pequeno” que tem olhos e uma boca que “fala insolências”. Falar
insolências significa falar com desrespeito às instituições e pessoas.
Significa ser desaforado e é exatamente o que o personagem do “chifre pequeno”
fazia e fará na pele do Anticristo. Esse “chifre pequeno” surgirá entre os
outros chifres do “animal terrível espantoso”, ou seja, entre os dez reinos no
último tempo como está profetizado e interpretado por Daniel nos versículos 24
e 25, quando diz: ”E, quanto às dez pontas, daquele mesmo reino se levantarão
dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos
primeiros e abaterá a três reis. E proferirá palavras contra o Altíssimo, e
destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles
serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo”.
Esse chifre pequeno será um homem que aparecerá no “último tempo” e blasfemará
contra Deus, até que lhe venha o juízo divino. “o chifre pequeno” (7.8). Tanto
em Daniel 7.8 como em Apocalipse 13.1,5,6, as profecias apontam para um
personagem dos últimos tempos, o Anticristo. A relação das profecias dadas a
Daniel no Antigo Testamento e a João, o apóstolo, no Novo Testamento, nos
mostra que os dois apontam para o governante simbolizado por esse “chifre
pequeno” e que o mesmo adquire personalidade porque tem “uma boca que fala
grandiosamente”. Falar coisas grandes sugere que este Líder fará promessas
políticas persuasivas, especialmente, para enganar o povo de Israel e todo o
mundo, que ficarão pasmados com a eloquência desse personagem. Assim como os
discursos de líderes políticos do mundo influenciam nações e políticos com
decisões que podem ser para a guerra ou para a paz, o Anticristo terá um poder
enorme de persuasão entre as nações. É desse modo que o Anticristo fará um
pacto com Israel no período da Grande Tribulação. Segundo a visão escatológica
de Daniel, esse Líder (o “chifre pequeno”) representado pelo Anticristo será
investido de autoridade e fará fortes ameaças para manipular os governos de
todo o mundo naquela época. Ele dirá grandes blasfêmias contra Deus e,
arrogantemente terá uma postura zombeteira contra Deus e contra o povo de
Israel. O apóstolo João, em sua visão apocalíptica no capítulo 13.6 diz: “Abriu
a boca contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que
habitam no céu”. [...] O juízo divino contra o império sob o domínio do “chifre
pequeno” está declarado assim: “estive olhando até que o animal foi morto, e o
seu corpo desfeito, e entregue para ser queimado pelo fogo” (7.11). O juízo de
Deus, sentado em seu Trono de Justiça e Juízo, rodeado de seus anjos, é lançado
para por fim a soberba do Anticristo e seus aliados naqueles dias. Ele acabará
como os demais. A semelhança dos reis profanos, soberbos e arrogantes como
Nabucodonosor, Antíoco Epifânio, Herodes, Nero, Hitler e outros que tiveram uma
liderança de destruição e morte, desafiando a Deus e não reconhecendo a sua
Soberania, foram destruídos porque só Deus é Deus Todo-Poderoso e tem o cetro
de autoridade e governo do mundo.Elienai Cabral. Integridade Moral e
Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag.
104-106;108-109;111.]
SINOPSE
DO TÓPICO (1)
Em Daniel 7.1-8 o profeta recebe visões sobre os quatro animais que
simbolizavam os quatros grandes impérios do mundo.
II. O CLÍMAX
DA VISÃO PROFÉTICA
1. Tronos, “ancião de dias” e juízo divino (vv.9-14). Entramos na segunda
parte da visão de Daniel, que trata do julgamento celeste. O versículo nove nos
diz: “foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou” (v.9). A figura
de vários tronos tipifica um contexto de julgamento e justiça. A profecia nos
fala que o juiz do julgamento é o “ancião de dias”, isto é, Deus é retratado no
livro tendo cabelos brancos e vestido de branco. É aquele que Abraão reconheceu
como o “Juiz de toda a terra” (Gn 18.25). O tribunal demonstrado no sétimo
capítulo de Daniel revela que Deus julgará “o pequeno chifre” e decretará a
sentença final contra o quarto animal (Roma) (vv.11,12). Aqui está o ápice da
visão de Daniel, ou seja, o Altíssimo julgando as maldades, crueldades e
perversidades das nações deste mundo! [Comentário: O
texto diz: “foram postos uns tronos”(7.9). A partir do versículo 9, Daniel vê
uma cena de juízo da parte de Deus contra o quarto animal, ou seja, a quarta
Besta que aparece na visão com um vislumbre escatológico para o Anticristo.
Esses tronos, no plural, indicam vários juízos aplicados nos dias da Grande
Tribulação. E interessante notarmos que os tronos de juízo aparecem
simultaneamente com a aparição do “chifre pequeno” indicando todos aqueles
juízos revelados na visão do Apocalipse a João na Ilha de Patmos. Esses tronos
vistos na visão de Daniel indicam tribunais em que alguns personagens especiais
se assentam para julgar. O texto lembra um tribunal como a Suprema Corte que
reúne juízes para julgar. O próprio Deus, Juiz Supremo, se assenta no seu
Trono, acompanhado de seu Conselho Celestial para julgar (1 Rs 12.19; Jó 1.6).
“o ancião de dias” (7.9-12). Esse personagem, o “ancião de dias”, ganha
destaque na visão de Daniel. E uma figura humana que ilustra o respeito pelo
que Deus é, naturalmente, muito mais que “um ancião de dias”; muito mais que
alguém respeitado pela idade, porque Deus é o Supremo Juiz, que aparece como um
“ancião de dias” numa referência a cultura humana de respeito às pessoas
idosas, por causa da experiência e a sabedoria. As palavras hebraicas atiz e
yomin que se traduz por “ancião de dias” é uma designação do Deus Todo poderoso
como Juiz supremo, quem derramará seus juízos contra os reinos do mundo que
tenham se associado com o Anticristo. Por isso, essa figura do “ancião de dias”
é utilizada para identificar a Deus como aquEle que tem autoridade e poder para
julgar, especialmente, contra o personagem daquele “pequeno chifre”. A sua
“veste branca como a neve” (7.9) fala de pureza e santidade. Deus é Santo (Is
6.1-4) e está rodeado de anjos santos. “ Um rio de fogo manava e saía de diante
dele” (7.10). Como vislumbrar a glória que envolve a majestade divina? A figura
do fogo ilustra o que Deus é: santo, puro, iluminador, purificador. A visão do
profeta Isaías no capítulo 6 do livro seu livro ilustra a glória do fogo diante
do Trono de Deus. O versículo 10 fala da santidade do “ancião de dias” que é o
Pai Celestial e a relação do seu trono com o fogo que manava do Trono para
falar de pureza e justiça. As “rodas do trono” indicam que Deus não é uma
figura estática como os promulgará a sentença final contra o quarto animal
(Roma) e o Chifre Pequeno, representado como o grande opositor dos interesses
de Deus para com Israel (7.11,12). “milhares de milhares o serviam diante dele”
(7.10). Daniel percebe que o fogo que manava e saía de diante dEle é
identificado com os anjos celestiais que o servem. Os anjos são seres
espirituais que podem tomar muitas formas, porque não possuem forma que se
possa identificá-los. Na visão de Daniel eles são chamas de fogo que se
diversificam em milhares de seres que servem ao Trono do Supremo Deus. Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 107-108.]
2. O “Filho do Homem” (vv.13,14). A expressão “filho do homem” ou, de acordo
com os melhores manuscritos antigos, “filho de homem”, aparece mais de 80 vezes
no livro de Ezequiel. A fórmula é regularmente traduzida como “homem” ou “ser
humano”, pois na Bíblia trata-se de expressões sinônimas. Tanto em Daniel
quanto em Ezequiel, “filho do homem” refere-se a um ser humano distinto que
recebe de Deus a soberania celestial. Posteriormente, os santos apóstolos de
Cristo identificaram “filho do homem” com a pessoa de Jesus de Nazaré (Mt
24.27,30). Em o Novo Testamento, Jesus introduziu o Reino de Deus no mundo como
o próprio verbo divino feito carne, a plena revelação de Deus (Jo 1.1,14).
Foi-lhe dado um nome que é sobre todo o nome e todo o poder sobre a Terra (Fp
2.9-11). Jesus Cristo virá pela segunda vez e instaurará o governo literal de
Deus no mundo o reino milenar (Ap 20.2,6). [Comentário: Uma
tradução do aramaico bar'enas e do grego huios tou anthropou. A expressão tem
vários significados nas Escrituras, dependendo do contexto. Em Salmos 8.4,
significa "homem" em geral; em Ezequiel 2.1, enfatiza a diferença
entre o profeta humano e o Senhor que fala com ele e por meio dele; em Daniel
7.13, a expressão refere-se a uma figura semelhante a um ser humano, mas também
sobrenatural, líder dos santos do Altíssimo (Dn 7.18); enquanto no Novo
Testamento a expressão é normalmente usada como um título para o Senhor Jesus
(exceto em Apocalipse 1.13; 14.14). O título aparece mais de 80 vezes no Novo
Testamento, todas nos Evangelhos, exceto uma (veja Atos 7.56, a única passagem
em que não é usada por nosso Senhor; João 12.34 não é uma exceção verdadeira,
porque aqui é usada como uma citação das palavras do Senhor Jesus). Alguns
autores descobrem outros três significados para a expressão: 1) como uma descrição
daquele que virá (escatológica, Mt 24.27); 2) como referência ao sofrimento e à
morte do Senhor Jesus (Mc 8.31); e 3) como uma descrição do seu ministério de
ensino e cura na terra (Mc 2.10,28). Outros diferenciam duas categorias: 1) as
palavras escatológicas; e 2) as palavras que se referem à missão do Senhor
Jesus na terra. Um recente estudo de J. M. Ford (JBL, LXXXVII [1968], 257-266)
argumenta que o Senhor Jesus usava o título como um eufemismo para "o
Filho de Deus", pois na Palestina a última expressão poderia soar como uma
blasfêmia perante um público semita. Quando o cristianismo espalhou-se pelo
mundo gentílico, a última expressão foi utilizada, e é notável que a expressão
"o Filho do homem" nunca apareça nas cartas do Novo Testamento. O que
foi original no uso do título pelo Senhor Jesus? W. Barclay (The Mind of Jesus,
p. 155) argumenta que foi o fato de que Ele conectava o título com os seus
sofrimentos e a sua morte. Porém outros consideram que essa ideia já esteja
presente em Daniel 7, ou seja, que é por meio do sofrimento que "aqueles
que são como o Filho do homem" (aqui identificados com os "santos do
Altíssimo") são absolvidos e glorificados. Por que o Senhor usa um título
tão enigmático como este? Talvez ao menos por duas razões: 1) o título era
suficientemente genérico para incluir todos os aspectos da sua pessoa e da sua
obra, quer presentes ou escatológicos; e 2) tomava de surpresa os seus
ouvintes, chamava a atenção deles e os obrigava a perguntar: "Quem é esse
Filho do Homem?" (Jo 12.34). Embora alguns negassem que o Senhor Jesus
tivesse usado esse título para si mesmo, a igreja palestina o atribuiu a Ele
(por exemplo, Bornkamm, Jesus of Nazareth, p. 230), e a maioria dos autores da
atualidade o aceitam como uma autodesignação genuína, na verdade a mais notável
das autodesignações do nosso Senhor (como Hunter, Barclay, Klausner, Cullmann).
E. Stauffer (New Testament Theology, p. 108) chega a escrever: "Mas a
contribuição da história das religiões nos ensinou mais do que isso. 'Filho do
Homem' é simplesmente a mais audaciosa autodescrição que qualquer homem no
antigo Oriente poderia ter usado". PFEIFFER .Charles F. Dicionário
Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 800.]
3. A Grande Tribulação (vv.24,25). Segundo a visão conservadora-tradicional e
evangélica, estamos diante de um texto que aponta para um tempo de grande
sofrimento no mundo, especialmente em relação à nação de Israel. “O chifre
pequeno”, advindo da região do quarto império, Roma, promoverá engano e assombro
no planeta. Na linguagem neotestamentária, ele é o “Anticristo”, o blasfemador
de Deus e dos seus preceitos. Por “um tempo, e tempos, e metade de um tempo”, o
“Anticristo” terá autoridade no mundo. Esse período equivale a “três anos e
meio”, ou “quarenta e dois meses” ou “mil e duzentos e sessenta dias” (Dn 12.7;
9.27; Ap 12.14; 7.14). Ele compreende a metade dos sete anos finais prescritos
como a Grande Tribulação e o fim do “tempo dos gentios”. Nos primeiros “três
anos e meio” o Anticristo fará acordos com Israel, mas não os cumprirá. Este é
o período de grande poder e influência política desse líder mundial sobre o
mundo e os judeus. Mas o Messias o dominará e quebrará o seu reino de mentira.
O Anticristo será condenado e a plenitude do Reino de Deus será estabelecida
para sempre! [Comentário: Ele permitirá que os inimigos o pisoteiem e o vençam? O que é essa
ponta que por enquanto levará a melhor sobre os santos?” A isso, o seu
intérprete responde (w. 23-25) que esse quarto animal é um quarto reino que devorará
toda a terra, ou (como deve ser entendido) a terra inteira. As dez pontas são
dez reis, e a pequena ponta é outro rei que subjugará três reis, e será muito
agressivo contra Deus e o seu povo. Ele agirá: (1) Muito impiedosamente em
relação a Deus. Ele falará grandiosamente contra o Altíssimo, desafiando tanto
a Ele quanto a sua autoridade e a sua justiça. (2) Muito arrogantemente para
com o povo de Deus. Ele enfraquecerá os santos do Altíssimo. Ele não os
liquidará imediatamente, mas os debilitará através de longas opressões e uma
série interminável de sofrimentos impostos a eles, arruinando suas propriedades
e enfraquecendo as suas famílias. O plano de Satanás era destruir os santos do
Altíssimo, para que o precioso e bendito Senhor não se lembrasse mais deles.
Mas a tentativa foi em vão, pois, enquanto o mundo existir, Deus terá nele uma
igreja. Ele pensará em mudar os tempos e as leis, para abolir as práticas e as
instituições da igreja, visando levar todos a falar e agir exatamente como ele
desejava que fizessem. Ele pisoteará as leis e as práticas humanas e divinas.
Diruit, aedificut, mutat quadrata rotundis - Ele destrói, ele constrói ele
transforma quadrado em circulo, como se pretendesse alterar até mesmo os
próprios regulamentos do céu. E nessas ousadas tentativas ele progredirá e terá
sucesso por algum tempo. Eles lhe serão entregues nas mãos por um tempo, tempos
e metade de um tempo (isto é, por três anos e meio), aquela famosa medida de
tempo profética com a qual nos deparamos no Apocalipse, que algumas vezes é
chamada de quarenta e dois meses, e às vezes 1260 dias, que é o mesmo período.
Mas ao término desse tempo, o julgamento será instaurado, e o seu domínio será
tirado (v. 26). HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento
Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 872..]
SINOPSE
DO TÓPICO (2)
O clímax da visão profética de Daniel marca o advento da grande
tribulação, do filho do homem e do juízo divino.
III. A VINDA
DO FILHO DO HOMEM
1. A visão (vv.13,14). Explicamos anteriormente a expressão “filho
do homem” e vimos que ela fora atribuída pelos apóstolos a Jesus Cristo. O
versículo 13 de Daniel afirma que o “filho do homem” voltará nas nuvens do céu.
Este é o entendimento remontado em Atos 1.9-11 quando da afirmação dos santos
anjos sobre a volta do Cristo de Deus: “E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi
elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. [...] [Os
anjos] lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse
Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o
céu o vistes ir”. Da mesma forma o apóstolo João escreveu no Apocalipse uma
mensagem recebida do próprio Jesus: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o
verá, até os mesmos que o traspassaram” (Ap 1.7). O reino de Cristo será
eterno, único e jamais perecerá (v.14). [Comentário: Deus revelou a Daniel por meio da conversa de
seres santos que o tempo do mal não seria prolongado. A pergunta era: Até
quando durará a visão do contínuo sacrifício e da transgressão assoladora, para
que seja entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados? (13). E a
resposta veio: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será
purificado (14). De que maneira devemos entender essa simbologia de números?
Jerônimo apresenta uma interpretação muito simples e sensata: Se lermos os livros
dos Macabeus e a história de Josefo, vamos encontrar registrados lá que [...]
Antíoco entrou em Jerusalém e, depois de provocar uma devastação geral, voltou
novamente no terceiro ano e ergueu a estátua de Júpiter no Templo. Até o tempo
de Judas Macabeu [...] Jerusalém ficou devastada por um período de seis anos, e
por três anos o Templo ficou maculado — totalizando dois mil e trezentos dias
mais três meses. Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora
CPAD. Vol. 4. pag. 530.]
2. “Os santos do Altíssimo” (v.18). Para os primeiros leitores do livro de
Daniel, a expressão “os santos do Altíssimo” era identificada por eles como o
povo judeu que estava em cativeiro. Entretanto, de modo mais abrangente, e de
acordo com Apocalipse 7.9-17, e a partir da revelação progressiva da Palavra de
Deus ao longo da história bíblica, esses grupos de mártires e santos são os
crentes advindos da Grande Tribulação, de todos os lugares, tribos e nações,
que tiveram as suas roupas lavadas no sangue do Cordeiro. [Comentário:
Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e possuirão o reino para
todo o sempre e de eternidade em eternidade (18). O fim da história não deverá
ocorrer em decorrência de uma explosão atômica ou da destruição do que é bom. O
alvo do projeto de Deus é o reino de Deus e a consumação e preservação de tudo
o que é bom e belo e verdadeiro e santo. Roy E. Swim. Comentário Bíblico
Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 527.]
3. A destruição do Anticristo (vv. 26,27). Deus intervirá na
história dos judeus e trará juízo contra o Anticristo. Este será julgado e
condenado para sempre. A sua destruição dar-se-á quando do final do segundo
período de “três anos e meio” da Grande Tribulação. Mas a Igreja de Cristo,
lavada e remida no sangue do Cordeiro, não passará pela Grande Tribulação.
Antes de iniciar esse tempo de grande sofrimento, o Corpo de Cristo será tirado
do mundo para estar para sempre com o Senhor. [Comentário: Deus mostrará que julga na terra, e advogará a
justa causa do seu povo tanto com sabedoria quanto com imparcialidade. No
grande dia, o precioso Senhor julgará o mundo com justiça por meio do varão que
designou. [3] O domínio do inimigo será tirado (v. 26). Todos os inimigos de
Cristo serão postos por escabelo de seus pés, e serão completamente consumidos
e destruídos: esse era o procedimento dos apóstolos em relação ao homem iníquo
(2 Ts 2.8). Ele será consumido com o sopro da boca de Cristo, e destruído com o
esplendor da sua vinda. [4] O julgamento é entregue aos santos do Altíssimo. E
confiada aos apóstolos a incumbência da pregação do Evangelho através do qual o
mundo será julgado. Todos os santos por meio de sua fé e de sua obediência
condenam um mundo descrente e desobediente. Em Cristo, que é o seu comandante,
eles julgarão o mundo, julgarão as doze tribos de Israel (Mt 19.28). Veja o
motivo que temos para honrar aqueles que temem ao Senhor. Quão vis e
abomináveis os santos parecem agora aos olhos do mundo, e quanto desprezo é
despejado sobre eles. Eles são os santos do Altíssimo. Eles são preciosos para
Deus. Ele os considera como seus, e o juízo é entregue a eles. [5] Aquilo que é
mais enfatizado é que os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão
para todo o sempre (v. 18). E novamente (v. 22): Chegou o tempo em que os santos
possuíram o reino. E outra vez (v. 27): O reino, e o domínio, e a majestade dos
reinos debaixo de todo o céu serão entregues ao povo dos santos do Altíssimo.
Longe de nós pressupormos por isso que o domínio é encontrado na graça, ou que
ele autorizará alguém, sob o pretexto de santidade, a usurpar a realeza. Não. O
reino de Cristo não é deste mundo. Mas isso sugere o domínio espiritual dos
santos sobre os seus próprios desejos e perversões, suas vitórias sobre Satanás
e suas tentações, e o triunfo dos mártires sobre a morte e os seus pavores.
Aqui também é prometido que o reino do Evangelho será estabelecido como um
reino de graça, cujos privilégios e consolos, agora sob o comando dos céus,
serão o penhor e os primeiros frutos do reino da glória nos céus. Quando o
império se tornou cristão, e os príncipes fizeram uso de seu poder para a
defesa e o progresso do cristianismo, então os santos tomaram posse do reino.
Os santos governam através do Espírito que os governa (esta é a vitória que
vence o mundo, a nossa fé), fazendo com que os reinos deste mundo se tornem o
reino de Cristo. Mas o pleno cumprimento destas coisas tão boas estará na
felicidade eterna dos santos, no reino que não pode ser abalado, o qual nós, de
acordo com a sua promessa, aguardamos (essa é a grandeza do reino). A coroa de
glória que aguardamos jamais perecerá, pois o reino que nos foi prometido é
eterno. Os santos possuirão o reino para sempre, eternamente. E a razão é que
os santos pertencem ao Altíssimo, e o seu reino é um reino perpétuo (v. 27).
Como Ele é assim, os seus deverão ser também. “Porque eu vivo, vós também
vivereis” (Jo 14.19). O reino do Senhor é deles. Eles se consideram enaltecidos
na exaltação dele, e não desejam honra e satisfação maior para si mesmos do que
a de que todos os domínios o servirão e o obedecerão, como eles o farão (v.
27). Os povos se sujeitarão ao seu cetro de ouro, ou serão levados à destruição
por sua vara de ferro. Daniel, no final, quando encerra esse assunto, nos conta
que impressões essa visão lhe causou. Ela dominou os seus pensamentos a tal
ponto que o seu semblante foi modificado, e o fez parecer pálido. Mas ele
guardou o assunto em seu coração. Note, o coração deve ser o cofre e o depósito
das coisas divinas. Lá devemos guardar a palavra de Deus, assim como Maria
guardou as palavras de Cristo (Lc 2.51). Daniel guardou o assunto em seu
coração, com um propósito: não escondê-lo da igreja, mas guardá-lo para ela,
para que aquilo que havia recebido do Senhor pudesse ser transmitido ao povo de
uma forma plena e fiel. Observe que compete aos profetas e ministros de Deus
guardar na memória as coisas de Deus, e ali assimilá-las muito bem. Se
quisermos ter a palavra de Deus em nossos lábios quando for oportuno, devemos
guardá-la em nossos corações em todo o tempo. HENRY. Matthew. Comentário
Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 873.]
SINOPSE
DO TÓPICO (3)
O profeta Daniel viu o dia em que virá o Messias e
Ele julgará tanto os grandes quanto os pequenos.
CONCLUSÃO
Lamentavelmente, devido à multiplicação da “doutrina” da prosperidade, e
de muitas igrejas e pregadores propalarem o “aqui e agora”, a profecia bíblica
quanto ao futuro ficou de lado. Outros caem no erro de ensinar que as profecias
de Daniel e do Apocalipse são alegorias e produtos de um tempo e de uma cultura
sem conexão com a era atual. Estudemos a Palavra de Deus para não nos acharmos
soberbos, deleitosos e não sejamos, pois, a Laodiceia contemporânea (Ap
3.14-22)! [Comentário: A escatologia está sendo abandonada
por muitas igrejas e pregadores, porque entendem que a igreja não deve se
preocupar com Israel, nem com o seu futuro. Algumas igrejas e pregadores
preferem uma teologia horizontalizada que se preocupa, essencialmente, com “o
aqui e agora”, com o “hoje”. Ensinam alguns que as profecias de Daniel e
Apocalipse têm um caráter apenas alegórico e que pode ser descartado por temas
atuais. Entretanto, não podemos descartar a importância dessas profecias que
apontam para o futuro. livro de Daniel é chamado de “O Apocalipse do Antigo
Testamento”. Ele trata da saga dos reinos do mundo e da vitória triunfal do
Reino de Cristo. É um livro escatológico e apocalíptico.]
“NaquEle que me garante: "Pela graça sois
salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em
Cristo!
Francisco Barbosa
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