TEXTO ÁUREO
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“Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, e exalto, e glorifico ao Rei dos
céus; porque todas as suas obras são verdades; e os seus caminhos, juízo, e
pode humilhar aos que andam na soberba” (Dn 4.37).
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VERDADE
PRÁTICA
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A soberba é o pecado que mais afronta a soberania divina.
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HINOS
SUGERIDOS
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46,
244, 306
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE DN 4.10-18
10 - Eram assim as visões da
minha cabeça, na minha cama: eu estava olhando e vi uma árvore no meio da terra,
cuja altura era grande;
11 - crescia essa árvore e se
fazia forte, de maneira que a sua altura chegava até ao céu; e foi vista até
aos confins da terra.
12 - A sua folhagem era formosa,
e o seu fruto, abundante, e havia nela sustento para todos; debaixo dela, os
animais do campo achavam sombra, e as aves do céu faziam morada nos seus ramos,
e toda carne se mantinha dela.
13 - Estava vendo isso nas
visões da minha cabeça, na minha cama; e eis que um vigia, um santo, descia do
céu.
14 - clamando fortemente e
dizendo assim: Derribai a árvore, e cortai-lhe os ramos, e sacudi as suas
folhas, e espalhai o seu fruto; afugentem-se os animais de debaixo dela e as
aves dos seus ramos.
15 - Mas o tronco, com as suas
raízes, deixai na terra e, com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo;
e seja molhado do orvalho do céu, e a sua porção seja com os animais na grama
da terra.
16 - Seja mudado o seu coração,
para que não seja mais coração de homem, e seja-lhe dado coração de animal; e
passem sobre ele sete tempos.
17 - Esta sentença é por decreto
dos vigiadores, e esta ordem, por mandado dos santos; a fim de que conheçam os
viventes que o Altíssimo tem domínio sobre os reinos dos homens; e os dá a quem
quer e até ao mais baixo dos homens constitui sobre eles.
18 - Isso em sonho eu, rei
Nabucodonosor, vi; tu, pois, Beltessazar, dize a interpretação; todos os sábios
do meu reino não puderam fazer-me saber a interpretação, mas tu podes; pois há
em ti o espírito dos deuses santos.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
· Analisar a
soberania divina na vida de Nabucodonosor.
· Saber que
Deus falou com Nabucodonosor por intermédio dos sonhos.
· Compreender a fidelidade da pregação de
Daniel para o rei.
SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje daremos continuidade ao tema da intervenção divina na
história. Os governantes são servos de Deus, a fim de cumprir
responsabilidades, principalmente para o bem da maioria. Mas como aconteceu com
Nabucodonosor, nem sempre eles atentam para essa missão, e se ensoberbecem.
Primeiramente destacaremos a soberba do monarca babilônico, em seguida,
mostraremos que essa é abominação aos olhos de Deus, e ao final, refletiremos
sobre a importância da humildade na vida cristã, especialmente para aqueles que
estão na liderança.
1 A SOBERBA HUMANA
A natureza caída do ser humano o faz propenso à soberba, principalmente
àqueles que ocupam posições sociais mais elevadas. Mas Deus, com sua graça
maravilhosa, busca alcançar o pecador, mesmo que este esteja caminhando na
direção oposta. No caso de Nabucodonosor, Deus colocou pessoas que acreditavam
nEle para influenciar suas decisões. Muito embora o rei tenha se distanciado
várias vezes para o orgulho, a presença de Daniel, Hananias, Mizael e Azarias
oportunizava que o monarca mudasse suas práticas. O papel dos cristãos nas
instituições sociais é bastante importante. Eles podem influenciar
positivamente as pessoas através do testemunho, não apenas pelas palavras. Isso
porque há aqueles que falam demais, mas não vivem o que dizem, sendo
instrumento de escândalo para o evangelho. Várias vezes, por causa da
influência de Daniel, Nabucodonosor reconheceu que o Deus daqueles jovens era
verdadeiro (Dn. 2.47). Mesmo assim, o rei, talvez por se deixar conduzir pela
vaidade humana, preferiu o caminho da exaltação pessoal. A construção de uma
estátua de ouro, para ser adorada como divindade, demonstrou sua soberba,
o rei queria que seu governo fosse eterno, mas Deus não dá Sua glória aos
homens (Is. 42.8). A fixação no poder pode levar qualquer governo à loucura,
como aconteceu com o rei da Babilônia. Existem alguns políticos que
enlouqueceram por causa do seu fascínio pelo poder (Dn. 4.17,25,32). O poder,
assim como o dinheiro e o sexo, podem se tornar ídolos, diante dos quais muitos
se dobram. A busca desenfreada pelo poder, como um fim em si mesmo, é tão
maléfica quanto o prática do adultério. Não apenas os pecados sexuais devem ser
dignos de disciplina na igreja, mas também aqueles de cunho financeiro e de
abuso de poder. Não podemos esquecer que somente Jesus tem toda autoridade no
céu e na terra (Mt. 28.18), a liderança da igreja deve conduzir o rebanho com
mansidão e sabedoria (I Pe. 5.1,2).
2 É ABOMINAÇÃO
Nabucodonosor teve um sonho que o perturbou bastante, ele viu uma árvore
que chegava ao céu, sendo vista em toda terra (Dn. 4.10-18). Aquela árvore, de
acordo com a interpretação corajosa de Daniel, era o próprio rei da Babilônia
(Dn. 4.19-27). O rei seria retirado do seu cargo e iria viver entre os animais,
até reconhecer que Deus é soberano (Dn. 4.25). A restauração do seu reino
dependeria da sua disposição para se humilhar diante do Senhor. A soberba tem
levado muitos à ruína, não podemos deixar de destacar que esse foi o pecado que
transformou Lúcifer em Satanás (Is. 14.14). A soberba de muitos governantes
está causando doenças purulentas, alguns deles estão sendo comidos por bichos
(At. 12.21-23). A política dos homens se caracteriza pela autopromoção, a
propagação dos feitos pessoais, diferentemente do que foi ensinado por Jesus
(Mt. 6.3). O princípio bíblico permanece, Deus resiste os soberbos e exalta os
humildes (I Pe. 5.5; Tg. 4.6-8). Nabucodonosor, ao invés de dar glória a Deus,
colocou-se em primeiro lugar. O uso do pronome exagerado do pronome “eu” pode
ser indício de soberba (Dn. 4.30). Toda opulência da Babilônia não foi capaz de
resistir ao juízo de Deus. No tempo oportuno o Senhor subjugará todos os reinos
da terra, nesse tempo os joelhos se dobrarão para reconhecer que Jesus é o Rei
dos reis e Senhor dos senhores (Ap. 19.16). Enquanto esse dia não chega, os
governos humanos seguem seu curso, de acordo com a vontade do povo. Do mesmo
modo que Deus permitiu que Israel tivesse um rei, escolhendo Saul, nos dias
atuais, o Senhor deixa que os homens governem. A democracia é um exemplo de
exercício dessa escolha, Deus não toma partido, nem pela esquerda, e muito
menos pela direita. Essas ideologias são humanas, o reino de Deus somente se
concretizará no futuro, quando Cristo reinar.
3 DIANTE DE DEUS
A queda repentina do governo de Nabucodonosor é uma representação do que
virá a acontecer no futuro (Dn. 4.31,32). O governo desse monarca foi marcado
pela opulência, e assim tem sido a maioria dos governos humanos. Deus abomina
aqueles que governam com injustiça, ai daqueles que criam leis para oprimir os
mais pobres (Is. 10.1). Os profetas de Deus denunciaram muitos reis, inclusive
os de Israel e Judá, que ao invés de favorecerem os pobres, governaram apenas
para eles mesmos. Em um processo democrático, Deus delega aos homens a
responsabilidade para escolherem seus representantes. Cabe aos cidadãos,
inclusive os evangélicos, saber optar por seus candidatos. Essa escolha passa
pelo processo de avaliação de desempenho, a partir de critérios não apenas
individuais, mas principalmente sociais. Quando Cristo voltar, todos os
governos da terra terão fim, então, o Senhor governará com reta justiça. Vários
profetas anteciparam as glórias desse reino eterno, que será marcado pela
equidade, sobretudo pela paz (Is. 11). Aqueles que têm posição social,
incluindo as lideranças eclesiásticas, devem se colocar na condição de servos
(Jo. 13). E saberem que um dia prestarão contas a Deus sobre como lideraram, se
com autoridade ou autoritarismo. Nenhuma liderança deve fazer promoção pessoal,
como João Batista, devem declarar humildemente a supremacia de Cristo (Mt.
3.11). O culto a celebridade, comum também no contexto evangélico, nos
envergonha perante a mídia. A construção de obras salomônicas é uma
demonstração da vangloria humana. Alguns apóstolos, bispos e pastores estão
indo longe demais em sua ostentação. Esses também serão julgados pelo Senhor,
quando o Seu trono for estabelecido para julgar as obras (At. 17.31; Ap.
20.11-15).
CONCLUSÃO
Somente o governo de Jesus é para sempre, todos os reinos da terra estão
com os dias contados. Mas nem todos os governantes compreendem sua missão na
terra, tendo em vista que, para alguns governar é ter posição elevada sobre os
demais. Esses que agem com o espírito de Nabucodonosor, que é o do próprio
anticristo, serão julgados pelo Senhor, quando vier em glória para estabelecer
o Seu reino sobre a terra. Finalmente todos desfrutarão de um governo eterno,
marcado pela paz e verdadeira prosperidade.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje estudaremos o capítulo quatro de Daniel, cujo conteúdo
consiste de um testemunho pessoal do rei Nabucodonosor. Ele foi submetido a um
estado de loucura, resultante de sua soberba, que o levou a viver como um animal
do campo por “sete tempos”, até que Deus o tirou daquela condição. Ao final
desse período, Nabucodonosor reconheceu a soberania do Deus dos cativos de
Judá. A história revela o que ocorre com os que se exaltam e se tornam soberbos
ante a majestade do Todo-Poderoso. A trajetória de Nabucodonosor demonstra a
soberania divina sobre toda a criação, pois nenhuma criatura pode usurpar a
glória de Deus. O episódio ilustra também que a misericórdia e a justiça
divinas são capazes de salvar o homem arrependido. [Comentário:
O ano era 606 antes de Cristo (a.C.), o mundo estava sob domínio do
Império Babilônico, cujo rei deste império era Nabucodonosor, filho e sucessor
de Nabopolassar, rei da Babilônia que libertou o reino da Assíria e destruiu
Nínive, seu pai lutou contra Neco, rei do Egito, em Carquêmis, derrotou os
egípcios, e conquistou a Síria e a Israel. Nabucodonosor também conquistou a
Palestina, tomou Jerusalém, e levou cativos para a Babilônia vários judeus,
inclusive o profeta Daniel. Em 598 a.C., após a revolta de Joaquim de Judá, que
tinha o apoio do faraó Neco, Nabucodonosor o derrota. Nabucodonosor derrota os
judeus uma terceira vez, e leva cativo o rei Jeconias de Judá em 597 a.C. Na
última revolta, de Zedequias, Nabucodonosor arrasa Jerusalém (586 a.C.), fura
os olhos de Zedequias e o deixa prisioneiro por toda a vida. Nabopolasar
(626-605 a.C.) foi o fundador do que se chama Império Neobabilônico, o qual
teve sua idade de ouro nos dias do rei Nabucodonosor e durou até que Babilônia
caiu nas mãos dos medos-persas no ano 539. Nabucodonosor se orgulhava de
"sua Babilônia", que ele dizia ter criado por suas próprias mãos, com
a força de seu poder, para glória de sua magnificência. Este soberbo rei foi
reduzido ao estado dos animais, completamente humilhado pelo decreto divino que
anulou tudo quanto ele era e podia fazer. A graça de Deus é soberana, Seu
chamado é irresistível. Os propósitos de Deus não podem ser frustrados. Ele
leva a cabo tudo o que determina fazer. Agindo
Deus, ninguém o impedirá?. O apóstolo Paulo declara: “Aos que predestinou,
a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que
justificou, a estes também glorificou” (Rm 8.30). Daniel, no capítulo 4, mostra
a luta de Deus na salvação de Nabucodonozor. Deus move os céus e a terra para
levar esse soberbo rei à conversão. Hoje, veremos nesta lição a soberania de
Deus na história e também na salvação de cada pessoa!] Convido você para mergulharmos mais fundo nas
Escrituras!
I. A PROVA DA SOBERANIA DIVINA (Dn 4.1-3
1. Nabucodonosor, chamado por Deus para um desígnio especial (Jr 25.9). Segundo a história,
Nabucodonosor reinou na Babilônia no período de 605 a 562 a.C. Foi um rei que
Deus, dominador de todas as nações do mundo, levantou para um desígnio
especial, permitindo que o seu reino prosperasse e crescesse em extensão. O
profeta Jeremias diz que Deus chamou a Nabucodonosor de “meu servo” (Jr 25.9).
Na verdade, Nabucodonosor foi o instrumento divino de punição do povo de Deus.
Israel foi castigado por ter abandonado o Senhor e tomado o caminho da
idolatria e dos costumes pagãos. [Comentário: Este versículo afirma com clareza que YAHWEH
era a causa real dos acontecimentos. Nabucodonosor chega a ser chamado de servo
de YAHWEH, e ele saberia realizar bem a sua tarefa. Haveria total destruição de
Judá e das nações circundantes. Essas nações tornar-se-iam uma piada
internacional, lugares de desolação perpétua. Animais selvagens se mudariam
para as desolações que antes tinham sido Jerusalém, a Dourada (Veja Jr 9.11 e
10.22). Quanto a Nabucodonosor como servo de YAHWEH, não significa que o
monarca babilônio adorava o Deus de Israel, mas apenas que era usado pelo
Senhor para cumprir seus propósitos (como no caso de Ciro, que é chamado de
ungido do Senhor, em Isaías 45.1). Jr 40.2 mostra-nos que Nebuzaradã, capitão
de Nabucodonosor, tinha alguma consciência da missão divina que o rei da
Babilônia cumpria. O Novo Comentário da Bíblia afirma que “Meu servo não está nos LXX, porém seu significado evidentemente é
"meu instrumento". O rei babilônio e seus aliados deixariam a terra
se perder e levariam para o exílio quem quisessem”. DAVIDSON. F. Novo
Comentário da Bíblia. pag. 55.].
2. A soberba de Nabucodonosor. Apesar de ser um “instrumento” usado pelo
Senhor, segundo o pastor Matthew Henry, “Nabudonosor foi o rival mais ousado da
soberania do Deus Supremo do que qualquer outro mortal jamais pudesse ter
sido”. Traspassado pela presunção, Nabucodonosor ficou longos “sete tempos”
numa situação irracional à semelhança dos animais do campo (Dn 4.28-33). Só
assim o soberano caldeu viu que o Altíssimo está acima dele. [Comentário: Matthew Henry comenta o
seguinte: “Os monarcas mais potentes e absolutos são servos de Deus.
Nabucodonosor, que é um instrumento da sua ira, é tão verdadeiramente seu servo
quanto Ciro, que é um instrumento da sua misericórdia. Com a terra de Judá
prestes a ser desolada, aqui Deus convoca o seu exército que deverá abatê-la.
Ele o reúne, toma todas as famílias do norte, pois talvez haja ocasião para
elas, e as lidera como seu comandante, trazendo-as contra essa terra, e dá-lhes
sucesso, não somente contra Judá e Jerusalém, mas contra todas as nações em
redor para que não confiem nelas como aliadas ou auxiliares contra essa força
ameaçadora”. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento
Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 473.].
3. Nabucodonosor proclama a soberania de Deus (Dn 4.1-3). Depois de ter
experimentado a punição de sua soberba, Nabucodonosor se arrependeu do seu
pecado e foi restaurado de sua demência. Isso o levou a fazer uma proclamação
acerca do eterno domínio de Deus (Dn 4.34-37). O rei babilônio aprendeu que o
Senhor, em sua soberania, é aquele “que muda os tempos e as horas; ele remove
os reis e estabelece os reis” (Dn 2.21). [Comentário: Experiências incomuns marcam a vida do monarca
babilônico. Escreveu um edito a todo o vasto império, e inicia de forma comum
nas cartas do antigo Oriente Próximo e Médio. O rei lhes desejou a “paz”. O
homem que fizera guerra universal, conquistando cidades e nações, descreve
agora seu avanço espiritual, por meio de experiências incomuns. Russell Norman
Champlin escreve que “Por assim dizer,
essa carta foi uma epistola pastoral, na qual o rei figura como o pastor de
seus súditos-ovelhas. Confira a saudação de paz em Ed 4.18 e 7.12. No Novo
Testamento, a saudação tornou-se uma saudação espiritual” CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 3387-3388. Para o rei pagão, o Deus Altíssimo comunicara
importantes mensagens. Esse título aparece treze vezes no livro. É feito um
contraste entre os “deuses” deste mundo, que não passam de ilusão (Dn 2.11). Em
contraste, o Deus dos judeus tinha exibido diante do rei grandes sinais e
maravilhas, em visões que Daniel autenticara e interpretara. Quão grandes são os seus sinais (Dn
4.3). Os sinais do Deus Altíssimo são grandes, e suas maravilhas são poderosas,
em contraste com os deuses-ídolos dos pagãos. O Deus Altíssimo também tem um
reino que é eterno e, finalmente, destruirá e substituirá todos os reinos da
terra (Dn 2.44,45). Champlin citando Adam Clarke, escreve: “Esses são excelentes sentimentos que mostram
quão profundamente sua mente ficara impressionada com a majestade de Deus” CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 3387-3388.].
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Nabucodonosor foi chamado por Deus para uma missão
especial, todavia ele deixou que a soberba dominasse seu coração.
II. DEUS
FALA NOVAMENTE A NABUCODONOSOR POR MEIO DE SONHOS (Dn 4.4-9)
1. Deus adverte Nabucodonosor através de um sonho. Tanto no Antigo como em
o Novo Testamento os sonhos eram um dos canais de comunicação entre Deus e o
homem. No caso do sonho que teve Nabucodonosor, seus sábios e adivinhos nada
puderam revelar. O rei, então, se lembrou de Daniel, o único capaz de trazer a
revelação do sonho que certa vez ele tivera (Dn 2.1-45; 4.8). Obviamente, não
se tratava de um sonho comum, pois era uma revelação divina acerca do futuro de
Nabucodonosor. Apesar da narrativa, é importante frisar que hoje temos a
Palavra de Deus como o canal revelador da vontade de Deus aos homens. [Comentário: Eu, Nabucodonosor,
estava tranquilo em minha casa. A
Septuaginta data os acontecimentos descritos no décimo oitavo ano do reinado de
Nabucodonosor. Trata-se, porém, como é claro, de uma glosa. O rei diz-nos quão
pacífica e livre de cuidados era sua vida pagã, a qual foi perturbada pela
intervenção do Deus de Israel, o Deus Altíssimo. Ele descansava em seu palácio.
Suas conquistas tinham sido essencialmente realizadas. Ele estava apreciando a
boa vida, em todos os seus prazeres e excitações. De repente, tornou-se
instrumento da revelação divina. O impacto foi tão grande que esta carta saiu
inspirada. Ele precisava contar a seus súditos as maravilhas que tinham
sacudido sua vida. Tal perturbação espiritual, porém, produziria mudanças para
melhor e, através dessa mudança, outras pessoas seriam instruídas. O homem
estava florescendo em sua vida material, mas estava em um deserto quanto à sua
vida espiritual (Dn 4.5). Tive um sonho, que me espantou. A agitação da
revelação, através de um sonho-visão, perturbou a vida descansada do rei. As
experiências místicas com frequência aterrorizam no começo, e foi isso o que
ocorreu. Após o primeiro susto, a mente do homem foi tomada de ansiedade. Ele
sabia que algo importante havia sido comunicado, mas não tinha capacidade de
interpretar o sonho. Os fantasmas da visão continuaram a circular por seu
cérebro e não lhe deram descanso. Ele estava alarmado e espantado. A mesma
palavra também é usada em Dn 5.6,9,10; 7.15,28, sempre para falar de uma mente
perturbada. Em contraste com Joel 2.28, este livro não parece fazer diferença
entre sonhos e visões espirituais (Dn 4.6,7) Por isso expedi um decreto. Para
tentar compreender a nova visão, o rei (ele não mencionou a primeira, sobre a
imagem, cap. 2) usou o mesmo procedimento que antes. Ele expediu um decreto,
convocando todos os psíquicos profissionais e outras classes de sábios a
interpretar o sonho-visão. O vs. 7 lista esses sábios, mas há uma lista mais
ampla em Dn 2.2. Aqui foram adicionados os “encantadores", mas devemos subentendê-los
no capítulo 2. Os caldeus são a casta coletiva dos sábios. Esta narrativa
ignora a questão das ameaças de morte para os sábios e seus familiares, caso
houvesse falha na interpretação (ver Dn 2.5). E o apelo passa diretamente a
Daniel, uma vez constatado que os sábios não podiam solucionar a enigmática
visão do rei (Conferir este versículo com Dn 2.27, onde a enumeração da casta
dos sábios se parece mais com a dos presentes versículos). CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 3388.]
2. Daniel é convocado (Dn 4.8). Interpretar sonhos era uma habilidade
espiritual de Daniel reconhecida desde quando ele entrou na Babilônia (Dn
1.17). Por isso, Nabucodonosor contou-lhe o sonho que tivera e solicitou-lhe a
interpretação. Daniel ouviu atentamente o relato do rei e pediu-lhe um tempo,
pois estava atônito e sem coragem para revelar a verdade do sonho (Dn 4.19). [Comentário:
O reconhecimento que fez a
Daniel a fim de incumbi-lo de interpretar esse sonho. Por fim, Daniel veio à
sua presença (v. 8). Pode ser que Daniel tenha se recusado a se associar ao
resto dos intérpretes por causa da incapacidade deles, ou talvez o próprio rei
tenha preferido que os seus próprios mágicos tivessem essa honra em lugar de
Daniel, ou mesmo porque Daniel fosse o governador de todos os homens sábios da
Babilônia (cap. 2.48). Mas o fato é que, como era habitual, ele foi o último a
ser consultado. Muitos fazem da palavra de Deus o seu último refúgio e somente
recorrem a ela quando se sentem privados de qualquer outro auxílio. O rei
cumprimenta Daniel com toda consideração, menciona o nome do profeta, cuja
escolha ele acredita ter sido muito feliz, pois significava um bom prenúncio:
Seu nome é Beltessazar, e vem de Bel, o nome do deus deles. Ele elogia as suas
raras qualidades: “Ele tem o espírito dos deuses santos e eu contei o sonho
diante dele” (v. 9). Por causa dessas palavras podemos supor que Daniel estava
longe de sentir qualquer sentimento de orgulho e, pelo contrário, ficou muito
mais preocupado em ouvir que aquilo que possuía como um dom recebido do Deus de
Israel, o verdadeiro Deus vivo, estava sendo atribuído a um deus de
Nabucodonosor, que era uma divindade falsa e imunda. Eis aqui a estranha
mistura de pensamentos e opiniões que encontramos nesse rei. Mas isso é
encontrado geralmente naqueles que se colocam ao lado das suas corrupções, e
contra as convicções corretas. Ele mantém a linguagem e o dialeto da sua
idolatria, portanto, fica claro que não havia no coração do rei uma conversão à
fé e à adoração ao Deus vivo. Esse rei é um idólatra, e isso se revela através
da sua linguagem. Pois fala sobre muitos deuses e aceita que apenas um seja bastante,
mas não para ele que se julga suficiente em tudo. E alguns acreditam que,
quando fala sobre o espírito dos deuses sagrados, esteja supondo a existência
de algumas divindades malignas que os homens se preocupam em adorar apenas para
evitar que elas lhes façam alguma maldade. E também a existência de algumas
divindades beneficentes, sendo que essas últimas impulsionavam o espírito de
Daniel. Ele reconhece que Bel ainda era o seu deus, embora uma ou mais vezes
tivesse reconhecido o Deus de Israel como sendo o Senhor de tudo e de todos
(cap. 2.47; 3.29). Ele também elogia Daniel, não por ser um servo de Deus, mas
como mestre dos mágicos (v. 9), e supõe que a sua sabedoria seja diferente da
deles, não em espécie, mas em grau. Além disso, Daniel não estava sendo
consultado como profeta, mas como um mágico notável, extremamente dedicado a
salvar o crédito da magia, quando os outros tropeçavam e se confundiam embora
fossem mestres nessa arte. Veja como a idolatria estava arraigada em
Nabucodonosor. O rei tinha noção da existência de muitos deuses, havia
escolhido Bel para ser o seu deus particular, e não conseguia se convencer de
que deveria abandonar essa noção ou a sua escolha. A insanidade desta escolha
já lhe havia sido demonstrada mais de uma vez, e estava acima de qualquer
contradição. Assim como acontece com outros pagãos, ele não iria trocar os seus
deuses, embora não fossem deuses (Jr 2.11). Muitos persistem em continuar nesse
caminho falso somente por pensarem que não poderiam abandoná-lo com dignidade.
Veja como as suas convicções eram frágeis, e com que facilidade foi capaz de
abandoná-las. Certa vez, ele havia chamado o Deus de Israel de Deus dos deuses
(cap. 2.47). E agora ele está colocando esse Deus precioso e bendito em um
nível igual ao daqueles a quem chama de deuses sagrados. Note que se as
convicções não forem colocadas em prática rapidamente, existe a chance de, em
pouco tempo, serem totalmente perdidas e esquecidas. Como Nabucodonosor não
prosseguiu em direção ao reconhecimento da soberania do verdadeiro Deus, ele
logo retrocedeu e voltou a cair na mesma veneração que sempre teve pelos seus
falsos deuses. No entanto: 2. Ele confessa ter uma grande admiração por Daniel,
pois sabe que é um grande servo de Deus, e somente dele. Ele acreditava que o
profeta era possuidor de uma grande visão interior como, por exemplo, uma
inspiração e capacidade de previsão, que nenhum dos seus mágicos possuía: “Sei
que há em ti o espírito dos deuses santos”. Observe que o espírito de profecia
é totalmente superior ao espírito de adivinhação, mesmo quando os próprios
inimigos são os juízes, como foi manifestado aqui depois de um justo julgamento
de habilidades. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento
Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 487-488.]
3. Daniel ouve o sonho e dá a sua interpretação (Dn 4.19-26). Dos versículos 9 a 18,
Nabucodonosor conta a Daniel todo o seu sonho. O rei viu uma grande árvore de
dimensões enormes que produzia belos frutos e que era visível em toda a terra.
Os animais do campo se abrigavam debaixo dela e os pássaros faziam ninhos em
seus ramos (vv.10-12). O monarca caldeu “viu” também descer do céu “um vigia,
um santo” (v.13). Esse vigia clamava forte: “Derribai a árvore e cortai-lhe os
ramos” (v.14).
a) Uma árvore majestosa (vv.11,12). A árvore
indicava a formosura, a grandeza, o poder e a riqueza do reino de
Nabucodonosor. Ninguém na terra havia alcançado todo esse poder antes dele.
Daniel declarou que aquela árvore que seria cortada era o rei babilônio (Dn
4.22). Assim é a glória dos homens, como uma árvore que cresce e se torna
frondosa e, de repente, é derribada. Da mesma forma, Deus destrói os soberbos.
b) Juízo e misericórdia são demonstrações da
soberania divina. O texto do versículo 15 diz que a ordem divina era que “o
tronco com suas raízes seriam deixadas na terra”, indicando que a intenção não
era destruir a Nabucodonosor, e sim dar-lhe a oportunidade de se converter e
reconhecer a glória de Deus. O rei foi tirado do meio dos homens e ficou
completamente louco, indo conviver com os animais do campo por “sete tempos”
(Dn 4.25). Depois, Nabucodonosor voltou ao normal, mas logo em seguida seu
reino foi sucedido por Belsazar que, por profanar as coisas de Deus, perdeu o
trono para Dario, o rei dos medos (Dn 5.1-31).
c) O papel dos anjos nos desígnios divinos. No
sonho do rei, ele viu “um vigia” que descia do céu com a missão de proclamar os
juízos de Deus (vv.14,15). No Antigo Testamento, os anjos tinham uma atividade
mais presente na vida do povo de Deus. Em o Novo Testamento, eles continuaram
suas atividades em obediência ao Criador, porém, para a orientação da igreja de
Cristo, Deus concedeu o Espírito Santo que a assiste em tudo. [Comentário: Não é
fácil prever uma grande provação sobre um ente amado, ou um amigo, e é ainda
menos fácil contá-la. Não obstante, a oração é mais forte que a profecia, de
modo que a profecia pode ser anulada. Que esse sempre seja o nosso caso!
Nabucodonosor tinha de passar por uma provação, da qual sairia melhor. Os
julgamentos de Deus são dedos de Sua mão amorosa. Dn 4.20,21 A árvore que
viste, que cresceu. Os vss. 20-21 retomam os detalhes da visão explicada nos
vss. 10-12. O profeta repetiu todos os detalhes, antes de dizer o temível “és
tu, ó rei” (vs. 22). “Daniel recapitulou a questão do sonhos. As pequenas
variações em relação ao que é dito nos vss. 10-17 não devem ser consideradas
significativas” (Arthur Jeffery, In loc.). A interpretação adiciona alguns detalhes
que não aparecem no relato original. Dn 4.22 És tu ó rei, que cresceste. A
árvore, antes tão exaltada, mas depois humilhada até o quase nada, falava do
próprio rei. Para apreciar a grandeza da Babilônia e de seu rei, ver no
Dicionário o artigo chamado Babilônia. O rei era alto e forte e espalhou-se
como os galhos de uma árvore por todas as partes do mundo então conhecido.
Neste ponto, a Septuaginta tem uma longa adição que quase certamente relaciona
o texto presente ao período dos macabeus. O império babilônico foi o maior e
mais poderoso que houve até aquele tempo, conforme demonstra o artigo citado.
Era pequeno segundo os padrões modernos, mas gigantesco para os padrões
antigos. Cf. este versículo com Jer. 27.6-8. “Ele ultrapassou a todos os reis
da terra, em poder e honra, e aspirou atingir a própria divindade, conforme
seus galhos se estendiam até os confins da terra (vs. 11)” (John Gill, in
loc.). Dn 4.23 Quanto ao que viu o rei, um vigilante. Este versículo repete os
elementos dos vss. 13-16. A repetição faz parte do estilo literário do autor.
Dn 4.24 Esta é a interpretação, ó rei. Os vss. 24-25 passam a interpretar os
vss. 13-16 (repetidos no vs. 23). O que aconteceria ao rei devia-se a um
decreto do Deus Altíssimo. (ver Dan. 3.26). Nabucodonosor tinha de pagar por
todos os tipos de pecados, especialmente o pecado do orgulho (vss. 27,30,31).
Assim sendo, o decreto divino era justo e precisava ser cumprido. Cf. o vs. 17.
O Rei verdadeiro e celestial tinha de ser exaltado e não toleraria competição.
Nabucodonosor precisava ser derrubado. Ver o vs. 25. Dn 4.25 Serás expulso de
entre os homens. A derrubada da árvore faria com que as aves que se tinham
alojado em seus ramos saíssem voando. E quando a árvore caísse, os animais que
tinham feito suas covas ao pé da árvore correriam para lugares seguros. Os
frutos que cresciam em seus ramos cairiam de súbito. Tal descrição pode parecer
significar a destruição do império babilônico pelos medos e persas. Mas sabemos
que a confusão dizia respeito ao próprio rei. Em sua insanidade temporária (que
o deixaria completamente arrasado pelo golpe divino), o rei correria para a
floresta e viveria como um animal. Comeria relva como um boi e viveria exposto
à chuva e aos elementos da natureza em geral. Nabucodonosor continuaria nesse
estado por sete anos. E assim viria a reconhecer quem é o Rei verdadeiro, a
saber, o Deus Altíssimo (Dn 3.26). Ver os vss. 14-16, que este versículo
interpreta. O governo e os governantes terrenos são levantados e derrubados,
conforme chega o tempo de seu governo (ver Atos 17.26), por meio de decretos
divinos, e não pelo poder e pelo engenho humano. Jz 3.8 dá a entender que
Nabucodonosor se estabelecera como se fosse um deus e requeria honrarias
correspondentes. Foi lembrado pelos judeus não como um grande construtor, mas
como quem tinha destruído a cidade sagrada e reduzido a nação a praticamente
nada, em seus ataques e subsequentes cativeiros. Portanto, se havia alguém que
precisava ser derrubado, esse homem era Nabucodonosor. Existe uma desordem mental
conhecida como zoantropia, segundo a qual a pessoa se imagina um animal e passa
a agir como um ser irracional. Talvez esse tenha sido o caso de Nabucodonosor.
Sem importar a natureza específica da sua enfermidade, o fato é que ela foi um
instrumento da mão de Deus, primeiramente para humilhar e então para restaurar
Nabucodonosor. Todos os juízos de Deus são restauradores. Dn 4.26 Quanto ao que
foi dito, que se deixasse a cepa. Nabucodonosor voltaria; ele se recuperaria;
ele aprenderia a lição e então receberia de volta seu poder e glória. É esse o
símbolo da cepa da árvore, que restaria e teria o poder de reproduzir-se,
formando um a nova árvore, desde as raízes, Este versículo interpreta o vs. 15.
O rei precisava aprender que o céu é que governa, conforme se lê a respeito do
Deus Altíssimo no vs. 25. Esse uso não se acha em nenhum outro trecho do Antigo
Testamento, embora seja bastante com um nos livros dos Macabeus. “Deus governa!
Essa é a palavra de esperança para a nossa loucura. Devemos aprender que o
Altíssimo governa sobre a terra, e que os reis não formam exceção... É uma
lição de mordomia... Quando rei Tiago VI, da Escócia, se jactava de seus
direitos, Andrew Melville segurou a fímbria de suas vestes e disse; ‘Você, tolo
vassalo de Deus! Existem dois reinos na Escócia e existem somente dois reis: o
rei Tiago e o Rei Cristo Jesus. Nesses reinos, você não é nem Senhor nem
Cabeça, mas súdito'” (Gerald Kennedy, in loc.). CHAMPLIN, Russell Norman,
Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag.
3388-3389.]
SINOPSE DO TÓPICO (2)
Deus, por intermédio de um sonho, falou com
Nabucodonosor e o advertiu de sua soberba.
III. A PREGAÇÃO DE DANIEL
1. A pregação de Daniel. Apesar de inicialmente ter sentido certo
temor após interpretar o sonho, Daniel deu um conselho a Nabucodonosor que
lembra a mensagem neotestamentária de Cristo à Igreja de Éfeso (Dn 4.27 cf. Ap
2.5). Será que temos coragem de fazer o mesmo diante dos poderosos dessa terra? [Comentário: A conclusão da
interpretação descreve o piedoso conselho que Daniel, como profeta, deu ao rei
(v. 27). Caso o rei se mostrasse preocupado com a interpretação desse sonho
seria muito adequado que nesse momento o profeta lhe oferecesse algum conselho
se estivesse despreocupado, as suas palavras teriam a finalidade de
despertá-lo. Caso contrário, usaria palavras para consolá-lo, e elas deveriam
ser consistentes com o sonho e a sua interpretação, pois Daniel sabia que a
interpretação não poderia ser condicional, como no caso da destruição de
Nínive. Observe: 1. A humildade com que Daniel oferece o seu conselho, e também
a sua grande ternura e respeito. E como se ele dissesse, em outras palavras:
“Portanto, ó rei, aceite o meu conselho com um coração aberto, pois ele é dado
com boa intenção e vem de um sentimento de amor, e não permita que seja
mal-interpretado”. Note que devemos procurar os pecadores visando o seu próprio
bem, e eles devem ser respeitosamente solicitados a agir corretamente. O
profeta está suplicando aos homens que suportem uma palavra de exortação (Hb
13.22). Creio que seremos bastante úteis se as pessoas forem persuadidas a
aceitar de boa vontade o nosso conselho e se o aceitarem com muita paciência.
2. Qual era o seu conselho. Daniel não está aconselhando o rei a tomar qualquer
remédio a fim de evitar o desequilíbrio da sua mente, mas a se desfazer dos
pecados que estava cometendo, e reformar a sua vida. HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD.
pag. 851.]
2. O pecado de Nabucodonosor em relação aos pobres. Daniel diz ao rei que
ele deveria desfazer os seus pecados praticando a justiça, “usando de
misericórdia para com os pobres” (Dn 4.27). Em outras palavras, antes do pecado
pessoal da soberba, o rei estava pecando social e estruturalmente em relação
aos menos favorecidos do reino. A atualidade desse ponto é tão verdadeira que a
mesma recomendação de cuidado aparece em o Novo Testamento, no contexto da
igreja (Gl 2.10). [Comentário: O rei costumava ofender os seus súditos
e se comportar injustamente com seus aliados, mas devia mudar tudo isso agindo
com justiça, concedendo-lhes tudo aquilo a que tinham direito, consertando o
que havia feito de errado sem triunfar sobre o direito através do abuso de seu
poder. Ele havia sido cruel para com os pobres, para com os pobres de Deus,
para com os pobres judeus. E agora devia acabar com essa iniquidade
mostrando-se misericordioso com esses pobres, compadecendo-se dos oprimidos,
libertando-os ou tornando o seu cativeiro um pouco mais fácil para eles.
Observe que, quando se trata do arrependimento, não é necessário apenas parar
de fazer o mal, mas aprender a fazer o bem. Não só deixar de fazer o mal, mas
passar a fazer o bem a todos. Qual foi o argumento que Daniel usou para
justificar o seu conselho: ele iria prolongar a tranquilidade do rei. Embora o
seu conselho não fosse evitar totalmente o castigo, ainda assim ele poderia ser
uma forma de obter a suspensão temporária da sentença, como aconteceu com Acabe
quando se humilhou (1 Rs 21.29). O transtorno poderia ser mais longo ou mais
curto, quando chegasse, e isso Daniel não detalharia. Observe que a simples
possibilidade de evitar um castigo temporal é uma razão suficientemente válida
para se praticar uma obra tão boa como abandonarmos os nossos pecados e
reformarmos a nossa vida. Quanto mais importante é agirmos deste modo com a
finalidade de evitarmos a nossa ruína eterna! “Essa será a cura dos teus erros”
(alguns entendem o texto sagrado deste modo), “dessa maneira o desentendimento
será interrompido, e tudo ficará bem novamente”. HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD.
pag. 851.]
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Deus usa seu servo Daniel para revelar o sonho de
Nabucodonosor e aconselhá-lo a respeito do seu pecado.
CONCLUSÃO
Que Deus nos livre da soberba, pois ela é como uma doença contagiosa que
se aloja no coração do homem e faz com que ele perca o senso de autocrítica,
passando a agir irracionalmente (Sl 101.5; 2Cr 26.16). Estejamos atentos, pois
a Palavra de Deus nos mostra que a soberba nos cega (1Tm 3.6; 6.4), nos afasta
de Deus e traz ruína. [Comentário: Soberba é um substantivo
feminino, do latim supervia, que significa elevação, presunção, orgulho. É uma
manifestação de orgulho, de pretensão, de superioridade sobre as outras
pessoas. É a arrogância, a altivez, a autoconfiança exagerada. A soberba do teu coração te enganou, ó tu
que habitas nas fendas das rochas, na tua alta morada, e dizes no teu coração:
Quem me deitará por terra? Se te remontares como águia e puseres o teu ninho
entre as estrelas, de lá te derribarei, diz o Senhor (Ob 1.3-4). Nesse
sentido, a oração de Davi se torna ainda mais relevante quando suplica: Também da soberba guarda o teu servo, que
ela não me domine; então, serei irrepreensível e ficarei livre de grande
transgressão e completa: As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração
sejam agradáveis na tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu! (Sl
19.13 e 14). A Bíblia diz que A soberba
do homem o abaterá, mas o humilde de espírito obterá honra (Pv 29.23). O
homem com coração endurecido rejeita os ensinamentos da Palavra de Deus colherá
os frutos da sua desobediência. Na visão do profeta Obadias a soberba precede
ao engano e a humilhação (vs. 2-4 e 8-9). A Bíblia afirma: Quem a si mesmo se exaltar será humilhado (Mt 23.12); A vaidade e a
opulência precedem a miséria (vs.5-7). Na plenitude da sua abastança, ver-se-á
angustiado; toda a força da miséria virá sobre ele (Jó 20.22); A desobediência
precede a ruína e o castigo de Deus (vs.10-14). Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne
o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor! (Jr 17.5). Livra-nos, Senhor
desta manifestação de orgulho, de pretensão, de superioridade sobre as outras
pessoas!]
“NaquEle que me garante: "Pela graça sois
salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Graça
e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco
Barbosa
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