sexta-feira, 24 de novembro de 2017

LIÇÃO 9: ARREPENDIMENTO E FÉ PARA A SALVAÇÃO

 

SUBSÍDIO I

Arrependimento e Fé para a Salvação

Os pentecostais concordam que o Arrependimento e a Fé são as respostas do ser humano ao chamado de Deus para a salvação. Segundo o teólogo pentecostal Daniel Pecota, o Arrependimento e a Fé são dois aspectos fundamentais da conversão.
Não há verdadeira conversão sem arrependimento, sem reconhecimento do erro praticado. Fazer essa autoanálise, por natureza, é constrangedor, doloroso e vergonhoso, mas é a partir desse gesto que o arrependimento começa refletir o processo de metanoia, ou seja, uma mudança de mentalidade, uma nova natureza tomando o lugar da antiga, o “novo homem” assumindo o lugar do “velho homem”.
Da mesma forma, podemos dizer que não há verdadeira conversão se não houver a fé autêntica na pessoa bendita do Filho como o único Senhor, Salvador e Rei de nossa vida, pois ao reconhecermos a tragédia do nosso pecado, também reconheceremos que a única maneira de sermos salvos dessa tragédia é entregando-se a Cristo e aceitando a obra salvífica no Calvário que Ele fez por amor a nós. Essa fé não é natural, mas a que faz o ser humano se entregar por completo a Deus em pura confiança nEle. Assim como fez Abraão, que creu no Senhor e foi abençoado por Deus (Gn 15.6). Como Moisés que confiava inteiramente em Deus e corrigiu o povo que não confiava no Altíssimo com a mesma intensidade do legislador israelita (Dt 9.23,24).
Dito isso, prezado (a) professor (a), leia com atenção o quadro abaixo, pois auxiliará muito o seu plano de aula no estudo das palavras “Arrependimento” e “Fé”:

ARREPENDIMENTO

• No AT as palavras primárias para “arrependimento” são shuv (“virar para trás”, “voltar”), e nicham (“arrepender-se”, “consolar”).
• No NT são empregadas as palavras epistrephõ (“voltar-se para Deus”) e metanoeõ (“Voltar atrás”, “virada de pensamento além do intelectual”).


• No AT os termos hebraicos são: aman (“crer no Senhor”), batach (“depender do Senhor”) e chasah (“refugiar-se no Senhor”).
• No NT a palavra para fé é pisteuõ (“creio, confio”). A idéia é de uma confiança ilimitada em Deus, em Cristo no Evangelho ou no nome de Cristo.

Com base nessas palavras podemos concluir que Arrependimento é uma mudança de mentalidade, de natureza; enquanto que a Fé é a entrega ilimitada ao domínio de Deus por meio do seu Filho amado Jesus na força do Espírito Santo.

Texto adaptado da obra “Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal”, editada pela CPAD, pp.368-371.

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

O arrependimento e a fé operam conjuntamente para a salvação. É o pecador arrependido que crê no sacrifício vicário de Cristo na cruz do Calvário. Essa fé leva o pecador arrependido a abandonar de vez a situação de pecado, para então ser perdoado e, experimentar assim, a paz de Deus em seu coração. [Comentário: Na Bíblia, arrependimento é um termo teológico que indica um abandono daquelas atitudes que afrontam Deus envolvendo-se no que ele odeia e proíbe. O termo no hebraico para arrependimento significa desviar-se. ou retornar. O termo correspondente no grego tem o sentido de mudança de mente de modo a mudar os caminhos também. Arrependimento significa mudar hábitos de pensamento, atitudes, ponto de vista, política, direção e comportamento na medida certa para deixar de lado o caminho errado e seguir o caminho certo. Arrependimento é, na verdade, uma revolução espiritual. Esta, agora, nada mais é do que a realidade humana que iremos explorar1., vamos pensar maduramente a fé cristã?]
1. BESSA, Josemar; ‘O que é arrependimento?’. Disponível em: http://www.josemarbessa.com/2010/04/o-que-e-arrependimento.html. Acesso em: 18 nov, 2017.

I. ARREPENDIMENTO, UMA TRANSFORMAÇÃO DO ESPÍRITO
                                
1. Definição de arrependimento. No Antigo Testamento, arrependimento significa mudança de ideia ou de propósito, no sentido de abandonar o pecado, voltando-se para Deus de todo o coração, alma e força (Ne 1.9; Is 19.22). Em o Novo Testamento, o verbo arrepender é mais fortemente expressado, pois significa "converter-se" ou "retornar", termos que expressam a mudança de mente, transformação do pensamento, da consciência, das atitudes, isto é, uma verdadeira metanoia - do grego, "mudança da mente, mudança do homem interior: a mudança profunda e radical da mente". Quando se passa pelo verdadeiro arrependimento há uma tristeza sincera pelo pecado praticado (2 Co 7.10) e posterior compromisso de abandoná-lo para abraçar a vontade de Deus. [Comentário: O verbo que dá origem a palavra, em grego, é METANOEO, e é definido assim: "Se arrepender?, incluindo as ideias de reflexão, contemplação, e mudança de mente, pensamento, por exemplo, do julgamento e do sentimento, sobre aspectos morais, com referência particular ao caráter e conduta do próprio penitente." 1
"O verbo !METANOEO? não deve restringir-se apenas à mera tristeza pelo pecado ! o arrependimento no sentido de contrição; mas implica uma mudança de pontos de vista, de pensamento e de propósito, e uma consequente mudança da predisposição - arrependimento no sentido de conversão." 2
" mudar de ideia? por exemplo, !arrepender-se?..., de ter ofendido alguém..." 3
"O arrependimento causa uma mudança na mente ... O arrependimento causa uma mudança nas afeições ... O arrependimento opera uma mudança na vida." 4John Wesley pregando sobre ‘O Arrependimento dos Crentes’, afirma: “Geralmente se crê que a fé e o arrependimento não são nada mais do que a porta da salvação; que são necessários somente no início da carreira cristã. Ou acaso não nos exorta o Apóstolo a que ‘'deixemo-nos levar para o que é perfeito, não lançando mão de novo a base do arrependimento de obras mortas, e da fé em Deus''? ( Hb 6.1). Não há dúvida de que isto é certo, que há um arrependimento e uma fé imprescindíveis no princípio, a saber, um arrependimento que é a completa convicção de nossa pecaminosidade, culpabilidade e incapacidade, e que este arrependimento é necessário para que possamos receber o Reino de Deus, esse Reino espiritual, que, segundo o Senhor Jesus, está dentro de nós (Lc 19.21), e uma fé pela qual recebemos este Reino descrito em Romanos (14.17). Mas apesar disso, há uma fé e um arrependimento indispensáveis em cada etapa de nossa carreira cristã e sem eles não é possível que corramos a carreira que nos é proposta. E este arrependimento e esta fé são tão necessários para que continuemos e cresçamos na graça, como aquele arrependimento e aquela fé (iniciais) o foram para que entrássemos no Reino de Deus. Mas, em que sentido devemos nós, arrependermo-nos e crermos, depois de havermos sido justificados? Esta questão é muito importante e digna da maior atenção.5.]
1. ALEXANDER, J. A. THE GOSPEL OF MARK, p.15
2. GLOAG, P. J. A CRITICAL AND EXEGETICAL COMENTARY ON THE ACTS OF THE APOSTLES, vol. 1, p. 109.
3. THAYER. GREEK-ENGLISH LEXICON, p. 405
4. WATSON, Thomas. THE TEM COMMANDMENTS, p. 207.

2. O arrependimento na vida cotidiana. O arrependimento nos solta das amarras do pecado, da culpa que escraviza e nos tira a alegria de viver. Ele nos leva a experimentar a cura da consciência cauterizada pelo pecado (1Tm 4.2). Assim, o arrependimento nos devolve a satisfação, a autoestima sadia (sem orgulho ou narcisismo) que resulta em alegria e paz no coração. Há na existência do cristão diversas áreas da vida que talvez ainda não tenham sido submetidas ao completo senhorio de Cristo, isto é, áreas que ainda não passaram pelo processo de arrependimento (Hb 12.17). Por isso a Palavra de Deus aconselha-nos a fazer um autoexame sincero (1Co 11.28a) para percebermos o que sorrateiramente nos contamina, pois "enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?" (Jr 17.9). [Comentário: John Wesley pregando sobre ‘O Arrependimento dos Crentes’, afirma: “Geralmente se crê que a fé e o arrependimento não são nada mais do que a porta da salvação; que são necessários somente no início da carreira cristã. Ou acaso não nos exorta o Apóstolo a que ‘'deixemo-nos levar para o que é perfeito, não lançando mão de novo a base do arrependimento de obras mortas, e da fé em Deus''? ( Hb 6.1). Não há dúvida de que isto é certo, que há um arrependimento e uma fé imprescindíveis no princípio, a saber, um arrependimento que é a completa convicção de nossa pecaminosidade, culpabilidade e incapacidade, e que este arrependimento é necessário para que possamos receber o Reino de Deus, esse Reino espiritual, que, segundo o Senhor Jesus, está dentro de nós (Lc 19.21), e uma fé pela qual recebemos este Reino descrito em Romanos (14.17). Mas apesar disso, há uma fé e um arrependimento indispensáveis em cada etapa de nossa carreira cristã e sem eles não é possível que corramos a carreira que nos é proposta. E este arrependimento e esta fé são tão necessários para que continuemos e cresçamos na graça, como aquele arrependimento e aquela fé (iniciais) o foram para que entrássemos no Reino de Deus. Mas, em que sentido devemos nós, arrependermo-nos e crermos, depois de havermos sido justificados? Esta questão é muito importante e digna da maior atenção.”5.]
5. WESLEY, Jonh, ‘O Arrependimento dos Crentes’. Disponível em:http://www.monergismo.com/textos/arrependimento/arrependimento_wesley.htm. Acesso em: 18 nov, 207.

3. A ação do Espírito Santo no arrependimento. O Espírito Santo opera o arrependimento na conversão do ser humano (Jo 16.8). Somente Ele pode conhecer e esquadrinhar profundamente o coração do homem, e os que estão abertos ao seu mover podem perceber as situações que precisam de confissão sincera diante de Deus. Outrossim, a purificação do pecado por meio do arrependimento é uma condição que precede o batismo no Espírito Santo (At 2.37-39). [Comentário: Se não fosse pela ação do Espírito Santo não haveria Evangelho, nem fé, nem Igreja e nem cristianismo no mundo. No evangelho de João 16.8-11, encontramos uma afirmação sobre a obra verdadeira e primária, para a qual o Espírito Santo foi enviado ao mundo: “E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.”(Jo 16.8) Esta afirmação de Jesus é a base do entendimento de que a obra do Espírito Santo é servir de “holofote para a cruz de Cristo”. A missão do Espírito Santo é aplicar a obra redentiva de Cristo na vida do pecador. Isto vai de encontro ao princípio segundo o qual, muitos buscam o Espírito Santo enquanto deveriam estar buscando a Cristo, “a quem o Espírito Santo veio revelar6. Segundo o Dicio – Dicionário Online de Português, ‘Convencerá’ vem do verbo convencer. O mesmo que: aliciará, atrairá, cativará, incutirá, induzirá, instigará, persuadirá, seduzirá. Quem, por mais puro que possa ser, pode convencer o homem do pecado? O pecado está ligado à natureza humana, desde a queda. O pecado ronda, ataca e destrói todo aquele que é seu servo. O homem, além de não admitir seu pecado, faz a vontade da carne. E a concupiscência da carne leva a morte (Tg 1.14-15). Então há necessidade que uma pessoa com poder sobrenatural intervenha a favor daqueles que querem, e não conseguem por si só, abandonar o pecado. Ele, Espírito Santo, tem a capacidade de apontar os pecados e libertar o homem para Deus. O Espírito Santo regenera: quem traz o pecador de volta a vida é o Espírito Santo (Jo 3.3). Ele sopra a vida nos corações mortos, capacitando-os a ouvir e responder positivamente ao Evangelho; O Espírito Santo vivifica: Ele nos traz de volta a vida e a mantêm plenamente (Jo 4.14). É o Espírito que comove o coração humano e o convence do seu pecado contra Deus e sua Lei. O que nos torna alvo da ira de Deus, mas o Espírito nos mostra a justiça de Deus em Jesus. Fazendo-nos atentos ao juízo vindouro, que recairá sobre aqueles que não estão unidos com Cristo (Jo.16.8-11). “O pleno ministério do Espírito começa na manhã do Pentecostes, logo depois da ascensão de Jesus [...] de acordo com a promessa do Antigo Testamento de um derramamento do Espírito de Deus nos últimos dias [...]” (PACKER, 2004, 130). O livro de Atos é tão marcado pela ação do Espírito Santo, que deveria se chamar “Atos do Espírito Santo através dos Apóstolos.”7
6. Rev. IZAÍAS MONTEIRO DA SILVA. ‘O ESPÍRITO SANTO E O SEU PAPEL NA OBRA SALVÍFICA’. Disponível em:http://www.monergismo.com/textos/pneumatologia/espirito_santo_salvacao_alan.pdf. Acesso em: 13 nov,2917.
7. Vanderson Scherre, ‘O Espírito Santo - João 16.1-15’. Disponível em: http://pitadinhadedoutrina.blogspot.com.br/2013/07/o-espirito-santo-joao-161-15.html. Acesso em: 13 nov, 2017.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
                               
“O arrependimento e a fé são os dois elementos essenciais da conversão. Envolvem uma ‘virada contra’ (o arrependimento) e uma ‘virada para’ (a fé). As palavras primárias, no Antigo Testamento, para expressar a ideia de arrependimento são shuv (‘virar para trás’, ‘voltar’) e nicham (‘arrepender-se’, ‘consolar’). Shuv ocorre mais de cem vezes no sentido teológico, seja quanto ao desviar-se de Deus (1Sm 15.11; Jr 3.19), seja no sentido de voltar para Deus. A pessoa também pode desviar-se do bem ou desviar-se do mal, isto é, arrepender-se. O verbo nicham tem um aspecto emocional que não fica evidente em shuv; mas ambas as palavras transmitem a ideia de arrependimento.
O Novo Testamento emprega epistrephõ no sentido de ‘voltar-se’ para Deus e metanoeõ/metanoia para a ideia de ‘arrependimento’ (At 2.38; 17.30; 20.21; Rm 2.4). Utiliza-se de metanoeõ para expressar o significado de shuv, que indica uma ênfase à mente e à vontade. Mas também é certo que metanoia, no Novo Testamento, é mais que uma mudança intelectual. Ressalta o fato de uma reviravolta da pessoa inteira, que passa a operar uma mudança fundamental de atitudes básicas.
Embora o arrependimento por si só não possa salvar, é impossível ler o Novo Testamento sem tomar consciência da ênfase deste sobre aquele. Deus ‘anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam’ (At 17.30). A mensagem inicial de João Batista (Mt 3.2), de Jesus (Mt 4.17) e dos apóstolos (At 2.38) era ‘Arrependei-vos’. Todos devem arrepender-se, porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm 3.23)” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. R: CPAD, 1996, p.368).

II. A FÉ COMO UM DOM DE DEUS E COMO RESPOSTA DO SER HUMANO

1. A fé natural. É a aceitação intelectual de certas verdades acerca de Deus, mas não acompanhada por um compromisso com o Evangelho (Tg 2.17). Essa fé é vivenciada pelas pessoas que até acreditam em Deus, aceitam que Ele fez todas as coisas, concordam que o sol se levanta pela manhã por provisão dEle, todavia, não dão o passo decisivo para a salvação. A Bíblia afirma que até os demônios creem e estremecem diante de Deus (Tg 2.19), o que significa que ter uma fé apenas teórica não representa muita coisa. As pessoas podem estar até cientes da vida eterna, mas ainda assim, não aceitar o sacrifício vicário de Cristo Jesus para lhes proporcionar a salvação. [Comentário: A palavra “fé” (grego pistis), como encontrada no Novo Testamento, tem um uso tanto subjetivo quanto objetivo. O uso subjetivo diz respeito ao ato de crer, como encontrado em passagens tais como Romanos 1.16-17 e 10.17. Quanto à Fé Natural ou Fé Intelectual - Crer que algo é verdadeiro, sem prova ou compromisso, todo o ser humano carrega esse tipo de fé desde o seu nascimento, até morte. Esta seria a fé de quem joga na loteria, por exemplo, ou investe em um novo amor. Até a fé na existência de Deus se enquadraria nessa categoria, e também da fé do próprio ateu (ou seja, a convicção), de que Deus não existe8. Não acredito que a fé exposta em Tiago 2.19 se enquadre aqui, isso pelo fato de que os demônios conviveram nas regiões celestiais com o Pai, antes da queda. De fato, eles conhecem à Deus e por isso estremecem – pois sabem da sentença que pesa sobre eles. A fé deles é sem compromisso, não há comprometimento nem submissão.]
8. Extraído de: https://www.significadosbr.com.br/fe. Acesso em: 13 nov, 2017.

2. A fé salvífica. É uma atitude do intelecto e do coração para com Deus em que o homem abandona a vida de pecado para confiar exclusivamente na obra salvadora de Cristo na cruz (At 16.30,31; Gl 2.16). Logo, a fé salvífica não consiste somente em crer em algumas coisas, mas confiar na pessoa de Cristo (Jo 3.18). Ela é um dom de Deus (Ef 2.8), cujo autor é Cristo (Hb 12.2) e que se origina do ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17), algo imprescindível para se obter a salvação (Jo 5.24). Embora um dom de Deus, a fé precisa ser exercida pelo crente para confirmar a sua salvação. [Comentário: O apóstolo Paulo é enfático ao dizer que “a fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus” (Rm.10:17). A Fé Salvadora é Crer em Jesus Cristo, o Filho de Deus, uma pessoa viva, para o perdão dos pecados e confiar n’Ele porque Ele oferece a vida eterna com Deus. Não basta simplesmente crer nas ações de Jesus Cristo, ou na capacidade de Deus. A verdadeira fé salvadora é mais do que isso, é um relacionamento pessoal com o Salvador9. A fé em Jesus Cristo é a única condição prévia que Deus requer do homem para a salvação. A fé não é somente uma confissão a respeito de Cristo, mas também uma ação dinâmica, que brota do coração do crente que quer seguir a Cristo como Senhor e Salvador. A fé tem uma ação dinâmica na vida do crente. Não adianta a pessoa dizer apenas que crê em Cristo; ela precisa viver isso diariamente. A. W. Pink escreve: “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Marcos 16.16). Essas são palavras de Cristo, o Cristo ressurreto, e são as últimas que Ele proferiu antes de deixar esta terra. Outra mais importante jamais foi dirigida aos filhos dos homens. Elas reclamam a nossa mais diligente atenção. Elas são da maior conseqüência possível, pois nelas estão expostas os termos da felicidade ou da miséria eterna; vida e morte, e as condições para ambas. Fé é a principal graça salvífica, e incredulidade o principal pecado que leva à condenação. A lei, a qual traz ameaça de morte para qualquer pecado, já deu a sentença de condenação para todos, pois que todos pecaram. Essa sentença é tão peremptória que admite apenas uma exceção — todos serão executados se não crerem.”10. Ressalto aqui, que não existe outra possibilidade de salvação fora da revelação especial de Deus – o Evangelho! Há um ensino pernicioso afirmando que tais indivíduos não serão julgados nos mesmos padrões dos que tiveram a oportunidade de ouvir o Evangelho, antes, mediante a luz da revelação que lhes foi manifesta: a revelação geral de Deus manifesta através da natureza e da consciência (Rm 2.12-16). Aqueles que respondem positivamente a essa revelação recebem os benefícios do sangue de Cristo mesmo sem um conhecimento consciente dEle. Este ensino é falacioso e herético. Anula o que as Escrituras afirmam sobra a condição ‘sine qua non’ para a salvação: “A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Rm 10.9). Anula a necessidade da Grande Comissão (Mt 28.19-20), não deveríamos investir em missões, já que correríamos o risco de enviar estas pessoas para o inferno, caso não cressem! Não há outro meio, outro caminho, todos aqueles que perecerem sem ouvir o Evangelho serão julgados e condenados, pelo que se infere de Romanos 3.9-20. Paulo alega que o mundo inteiro é culpado diante de Deus. Ninguém pode alegar inocência perante Ele, todos são indesculpáveis diante de Deus porque nunca ficaram sem testemunho suficiente do Senhor, tanto por meio da criação (Sl 19.1-3; At 14.17; Rm 1.19-20) como por meio da lei moral gravada nos corações (Rm 2.14,15). Portanto, a idolatria ou paganismo que praticam aqueles que não conhecem o evangelho, não é fruto da ignorância somente, mas de rebeldia mesmo. Daí a razão deles também estarem debaixo da ira de Deus e subjugados pelo pecado. Isso por si só já seria motivo mais do que suficiente para nos ocuparmos com o trabalho evangelístico e missionário. Se pesar sobre nós a consciência de que todos aqueles que não conhecem o evangelho de Jesus Cristo estão debaixo da ira de Deus, sentiremos a urgência e a necessidade de anunciarmos do poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.11. Sobre o destino eterno dos que morrem na infância e dos incapazes mentais, leia aqui.]
9. Extraído de: https://estudos.gospelmais.com.br/fe-salvadora.html. Acesso em: 13 nov, 2017.
10. Extraído de: http://monergismo.com/wp-content/uploads/estudo_fe_salvifica_pink.pdf. Acesso em 13 nov, 2017.

3. Os benefícios da fé. A salvação é pela graça, mas a fé é o elemento indispensável (Ef 2.8-9) para obtê-la. É a porta de entrada das bênçãos oriundas da salvação, tais como: a justificação, a regeneração, a adoção, a reconciliação, o perdão, a santificação, a glorificação e a vida eterna. Além dos benefícios inerentes à salvação, a fé ainda abre as portas para a cura de enfermidades (Mc 16.18; Tg 5.15), o batismo no Espírito Santo (Mc 16.17; At 2.1-4), a vitória contra o mundo (1Jo 5.4), contra a carne (Gl 2.20), contra o Diabo (1Pe 5.8-9), a paciência (Tg 1.3) e a proteção contra os dardos inflamados do Maligno (Ef 6.16). [Comentário: Tudo o que Jesus conquistou na cruz é comunicado a nós por meio da fé. Somos declarados justificados somente pela fé, com base na obra de Cristo somente e como fruto somente da graça de Deus. Através dos dons do Espírito Santo, nossa fé é acrescentada e pela qual milagres acontecem. A Bíblia ensina que a fé salvadora apresenta evidências internas e externas.
1. Internamente
Ministério do Espírito Santo, habitando cada salvo (Rm 8.9; 1Jo 4.13) e testificando o seu relacionamento com Deus (Rm 8.16; Gl 4.6).
2. Externamente
Sinais da nova vida refletindo a transformação em Cristo, a qual, entre outras evidências, manifesta:
a) Fome e obediência à palavra de Deus (Jo 5.4; 14.21; 1Pe 2.2-3)
b) Desejo de orar (Rm 12.12; Cl 4.2; 1Ts 5.17-18)
c) Amor pelo povo de Deus (Jo 13.34-35; Hb 10.24-25)
d) Abandono do pecado (Tt 2.11-12; 1Co 6.9-11; 1Pe 1.14-16)
e) Repúdio ao ocultismo e à idolatria (At 19.18-20; 1Ts 1.9)
f) Testemunho espontâneo do amor de Deus (At 1.8; 4.20; 1Pe 3.15)12]
12. Fé, que significa crer?; Disponível em: http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/fe-que-significa-crer/. Acesso em 13 nov, 2017
 
SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Entre as declarações bíblicas sobre o assunto, esta é a fundamental: ‘Abraão creu [heb. ‘man], no Senhor, e foi lhe imputado isto por justiça’ (Gn 15.6). Moisés ligou a rebelião e desobediência dos israelitas à sua falta de confiança no Senhor (Dt 9.23,24). A infidelidade de Israel (Jr 3.6-14) forma um nítido contraste com a fidelidade de Deus. A fé abrange a confiança. Podemos ‘depender’ do Senhor ou nEle ‘fiar-nos’ (heb. batach) com confiança. Quem assim fizer será bem-aventurado (Jr 17.7). Alegramo-nos porque podemos confiar no seu nome (Sl 33.21) e no seu amor inabalável (Sl 13.5). Podemos também ‘refugiar-nos’ (heb. casah) nEle, conceito este que afirma a fé (Sl 18.30).
No Novo Testamento, o verbo pisteuõ (‘creio, confio’) e o substantivo pistis (‘fé’) ocorrem cerca de 480 vezes. Poucas vezes o substantivo reflete a ideia da fidelidade como no Antigo Testamento (por exemplo, Mt 23.23; Rm 3.3; Gl 5.22). Pelo contrário, normalmente funciona como um termo técnico, usado exclusivamente para se referir à confiança ilimitada (com obediência e total dependência) em Deus (Rm 4.24), em Cristo (At 16.31), no Evangelho (Mc 1.15) ou no nome de Cristo (Jo 1.12). Tudo isso deixa claro que, na Bíblia, a fé não é ‘um salto no escuro’.
Somos salvos pela graça mediante a fé (Ef 2.8). Crer no Filho de Deus leva à vida eterna (Jo 3.16). Sem fé, não poderemos agradar a Deus (Hb 11.6). A fé, portanto, é a atitude da nossa dependência confiante e obediente em Deus e na sua fidelidade. Essa fé caracteriza todo filho de Deus fiel. É o nosso sangue espiritual (Gl 2.20)” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, pp.369,370).

III. O ARREBATAMENTO E A FÉ SÃO AS RESPOSTAS DO HOMEM À SALVAÇÃO

1. Arrependimento - condição para a salvação. Jesus afirmou que para fazer parte do Reino de Deus é necessário o arrependimento (Mt 4.17). Zaqueu, o publicano, teve um arrependimento tão genuíno que prometeu dar aos pobres metade de seus bens e devolver quatro vezes mais caso houvesse roubado alguém (Lc 19.8). De modo que ele pôde ouvir do Senhor: "Hoje, veio salvação a esta casa" (19.9). Assim, o arrependimento é diferente do remorso; este é momentâneo e passageiro, aquele atinge o lugar mais recôndito do coração humano. [Comentário: Na Bíblia, a palavra “arrepender” significa “mudar de idéia/convicção”. A Bíblia também nos diz que arrependimento verdadeiro vai resultar em uma mudança de comportamento (Lucas 3.8-14; Atos 3.19). Atos 26.20 declara: “mas anunciei primeiramente aos de Damasco e em Jerusalém, por toda a região da Judéia, e aos gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras dignas de arrependimento.” Uma definição bíblica e completa de arrependimento é mudar de convicção sobre algo que resulta em mudança de comportamento. Arrependimento e fé podem ser entendidos como “dois lados da mesma moeda”. É impossível colocar nossa fé em Jesus Cristo como Salvador sem primeiro mudarmos nossa convicção sobre quem Ele é e o que Ele tem feito. Quer seja arrependimento de rejeição intencional, ou arrependimento de ignorância e desinteresse – é uma mudança de convicção. Arrependimento bíblico, em relação à salvação, é mudar de convicção de rejeição de Cristo para fé em Cristo. 13
13. O que é arrependimento? É arrependimento necessário para salvação?; Disponível em:https://www.gotquestions.org/Portugues/arrependimento-salvacao.html. Acesso em 13 nov, 2017

2. Salvação por meio da fé. A salvação é pela graça mediante a fé (Ef 2.8), uma condição necessária para se obtê-la, pois sem a fé não se pode crer no sacrifício vicário de Cristo. Assim, o arrependimento produzido pelo convencimento do Espírito Santo e a fé, como dom divino, exercida pela pessoa, operam conjuntamente para a glória de Deus. [Comentário: É muito importante que entendamos que arrependimento não é uma obra que podemos fazer para ganhar salvação. Ninguém pode se arrepender e vir a Deus a menos que Deus o traga a Si mesmo (João 6:44). Atos 5:31 e 11:18 indicam que arrependimento é algo que Deus dá – só é possível por causa de Sua graça. Ninguém pode se arrepender a menos que Deus dê arrependimento. Toda parte da salvação, incluindo arrependimento e fé, é um resultado de Deus nos trazendo para mais próximo dEle, abrindo nossos olhos e mudando nossos corações. A temperança de Deus nos leva ao arrependimento (2 Pedro 3:9), assim como a Sua bondade (Romanos 2:4)14. É somente por meio da fé que somos justificados. Paulo a menciona oito vezes em Romanos 3.21-31. Mas a fé não é uma obra em particular no lugar das boas-obras. Também não é um sentimento meritório que nos justifica diante de Deus. A fé é um instrumento por meio do qual desfrutamos de todos os benefícios da obra consumada de Cristo. A própria fé é uma dádiva de Deus (Ef 2.8,9). Ela é nosso estender de mãos vazias para receber o presente da salvação que há somente em Cristo. Mas o que é essa fé? Há um consenso entre os estudiosos da Bíblia que a genuína fé tem três elementos básicos: conhecimento, aceitação ou convicção e compromisso15. Na doutrina Cristã da salvação, Deus nos resgatou através de Cristo (Jo 3.17). Especificamente, foi a morte de Jesus na cruz e subsequente ressurreição que alcançou nossa salvação (Rm 5.10; Ef 1.7). A Bíblia é clara que salvação é um gracioso dom de Deus que não merecemos (Ef 2.5,8), e é disponível apenas através de fé em Jesus Cristo (At 4.12). Como recebemos salvação? Somos salvos por fé. Primeiro, precisamos escutar o evangelho – a boa nova da morte e ressurreição de Cristo (Ef 1.13). Então, precisamos acreditar – confiar completamente no Senhor Jesus (Rm 1.16). Isso envolve arrependimento, uma mudança de mentalidade sobre pecado e Cristo (At 3.19) e invocar o nome do Senhor (Rm 10.9-10, 13). Uma definição da doutrina Cristã da salvação seria: “A libertação espiritual e eterna que Deus concede imediatamente a aqueles que aceitam Suas condições de arrependimento e fé no Senhor Jesus”. Salvação só é possível através de Jesus Cristo (Jo 14.6; At 4.12), e depende de Deus para a sua provisão, garantia e segurança16.]
14.  IBDEM 13;
16. O que é salvação? Qual é a doutrina Cristã da salvação?. Disponível em: https://www.gotquestions.org/Portugues/doutrina-salvacao.html. Acesso em: 13 nov, 2017.

3. Arrependimento e conversão. O arrependimento faz parte do processo de conversão e abrange o ser humano por inteiro: o intelecto (Mt 21.29), as emoções (Lc 18.13) e a vontade (Lc 15.18,19). Portanto, a conversão é uma ruptura com antigas tradições e modos de vida abomináveis e pecaminosos. Agora, tudo se torna novo, surge outra pessoa nascida de novo (Jo 3.3). Isso significa que todas as esferas da vida humana assumem a virtude e a ética do Reino de Deus ensinadas por Cristo Jesus (Mt 5-7). [Comentário: A conversão é um giro de 180 graus na vida de uma pessoa. É virar completamente a vida de alguém do pecado para Cristo e para a salvação. Da adoração de ídolos para a adoração de Deus. Da auto-justificação para a justificação de Cristo. Do governo do ego para o governo de Deus. A conversão é o que acontece quando Deus desperta aqueles que estão espiritualmente mortos e os capacita a se arrependerem de seus pecados e a terem fé em Cristo. Quando Jesus nos chama para nos arrependermos e crermos, ele está nos chamando à conversão. É uma mudança radical naquilo que cremos e fazemos (Mc 1.15). Quando Jesus nos chama para tomarmos a nossa cruz e o seguirmos, ele está nos chamando à conversão (Lc 9.23). Para que nos arrependamos, é necessário que Deus nos dê nova vida, novo coração e fé (Ef 2.1; Rm 6.17; Cl 2.13; Ez 36.26; Ef 2.8; 2Tm 2.25)17]
17. O que é Conversão? Disponível em: http://voltemosaoevangelho.com/blog/2013/07/o-que-e-conversao/. Acesso em: 13 nov, 2017.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Não podemos, obviamente, exercer a fé salvífica à parte da capacitação divina. Mas ensina a Bíblia que, quando cremos, estamos simplesmente devolvendo o dom de Deus? Seria necessário, para protegermos o ensino bíblico da salvação pela graça mediante a fé somente, insistir que a fé não é realmente nossa, mas de Deus? Alguns citam determinados versículos como evidências em favor de semelhante opinião. J. I. Packer diz: ‘Deus, portanto, é o autor de toda a fé salvífica (Ef 2.8; Fp 1.29)’. H. C. Thiessen afirma que há ‘um lado divino da fé, e um lado humano’, e então declara: ‘A fé é um dom de Deus (Rm 12.3; 2Pe 1.1) outorgado sobrenaturalmente pelo Espírito de Deus (1Co 12.9). Paulo diz que todos os aspectos da salvação são um dom de Deus (Ef 2.8), e por certo a fé está incluída aí’” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.370).

CONCLUSÃO

Como nova criatura, "as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" (2 Co 5.17). Ao crente que experimentou essa conversão cabe esforçar-se para manter-se afastado do que outrora causou-lhe tanta dor, sendo o motivo de sua perdição. Agora, tudo é novo! Tudo faz sentido! [Comentário: O salvo foi transformado, as coisas velhas não atiçam mais o interesse, não desperta desejo! A santidade é consequência da salvação, é a evidência de que estamos salvos! Não deve ser por esforço, mas deve fluir naturalmente porque eis que tudo se fez novo! A Escritura exorta o crente a viver a vida cristã com esforço. Veja o que nos diz Hebreus 6.11-12 e 2º Pedro 1.5-7. Mas gostaria de enfatizar o que nos diz o apóstolo Paulo em Filipenses 2: "Desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor. Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.": "Desenvolvei a vossa salvação". No grego é o presente do imperativo "esforçai-vos incessantemente para desenvolver a vossa salvação". Não é uma ordem dada a incrédulos mas a crentes. Não é, portanto, um esforço para se ganhar a salvação, pois esta é um dom de Deus. Mas é um chamado aos crentes para que se esforcem e sejam diligentes no viver santo (2Co 7.1; Ef 4.1). O sentido mais correto não é "trabalhem pela salvação", mas "trabalhem na salvação" em direção à consumação da fé, em busca da santidade18. Com propriedade assim define arrependimento o teólogo e pastor norte-americano Charles Finney (1792-1895): “…"dar uma segunda olhada", ou falando mais estritamente, mudar a mente da pessoa como consequência de se conformar a uma segunda visão mais racional do assunto. Esta palavra expressa evidentemente uma mudança de escolha, propósito, intenção em conformidade com as injunções da inteligência. Sem dúvida esta é a ideia do arrependimento evangélico. É um fenômeno da vontade e consiste na mudança da intenção última do egoísmo para a benevolência. O termo expressa o ato da mudança do coração ou da preferência governante da alma. Pode com propriedade ser traduzido pelos termos "mudando o coração"19.] “... corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2),
18. Extraído com algumas modificações de: ‘Qual o Papel do Crente e de Deus na Santificação?’, por John F. MacArthur Jr. Disponível em: http://www.monergismo.com/textos/santificacao/santificacao_mac.htm. Acesso em 13 nov, 2017.
19. Teologia sistemática. Trad. de Lucy Iamakami, Luís Aron de Macedo e Degmar Ribas Júnior. 3. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.378-9.



Francisco Barbosa

Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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