SUBSÍDIO I
Professor, preparado para dar
início a mais um trimestre? Estudaremos a respeito do caráter de alguns
personagens bíblicos. É importante que você pesquise e faça uma relação de
obras que possam lhe auxiliar no estudo e preparo das lições.
Na primeira lição é importante
que você faça algumas definições, pois seus alunos precisam compreender, de
imediato, o que é caráter. É importante também que entendam
que caráter é distinto de temperamento e
personalidade. Você sabe o que os difere? Então, observe algumas definições
segundo o Dicionário Houaiss:
Caráter – “Conjunto de traços
psicológicos e/ou morais que caracterizam um indivíduo ou um grupo. Qualidade
inerente a um indivíduo, desde o nascimento.”
Personalidade –
“Qualidade ou condição de ser uma pessoa. Conjunto de qualidades que define a
individualidade de uma pessoa moral.”
Temperamento –
“Conjunto dos traços psicológicos e morais que determinam o modo de ser ou agir
do indivíduo.”
I - O caráter humano
Caráter é o conjunto das qualidades boas ou más de
um indivíduo que determina sua conduta em relação a Deus, a si mesmo e ao
próximo. Essas especificidades são responsáveis pela maneira como uma pessoa
age, regulando suas escolhas e decisões. O caráter de uma pessoa, portanto, não
apenas define quem ela é, mas também descreve seu estado moral e a distingue das
demais de seu grupo.
A Bíblia é farta de ensinamentos referentes à
virtude, à moral e ao caráter cristão. Os preceitos da Lei, especialmente os do
Decálogo, as mensagens éticas dos profetas, os ensinos de Jesus, e as doutrinas
exaradas nas epístolas, revelam a vontade de Deus para a vida moral do homem.
Ao aceitar a Cristo como Salvador, o homem recebe
da parte de Deus, um novo caráter (2 Co 5.17). O Espírito Santo, por meio de
suas ministrações, aperfeiçoa-o gradualmente. Na continuação, o Espírito da
Verdade passa a controlá-lo por completo, de modo que suas ações passam a ser
moldadas por Ele. Uma vez que a imagem perdida no Éden fora restaurada, o homem
passa a experimentar e demonstrar uma vida de integridade.
II - Como preservar o verdadeiro caráter cristão
1. Manter-se em comunhão com o Espírito. O ser humano traz em sua natureza uma forte inclinação para o
pecado. Trata-se de uma tremenda força maligna impossível de ser superada sem a
ajuda divina. É justamente por isso que Deus nos enviou o seu Espírito para
habitar em nós, dando-no a condição de andarmos em novidade de vida. Somente
pelo Espírito Eterno, o crente pode caminhar seguro, resistindo aos desejos da
carne. Em Gálatas 5, o apóstolo Paulo enumera várias obras da carne que
contaminam o caráter do homem sem Cristo (Gl 5.19-21). Todavia, nesse mesmo
capítulo, encontramos um conjunto de valores espirituais que garantem a saúde
moral do crente (v. 22).
2. Conhecer a Palavra de Deus. A Bíblia Sagrada é a única regra de fé e prática do cristão. Ela
nos apresenta o padrão de comportamento necessário ao homem que deseja viver
uma vida justa, sóbria e piedosa neste mundo. Ao longo da narrativa bíblica
deparamo-nos com uma série de valores e virtudes morais e espirituais
estabelecidas por Deus para o homem. Todavia, estas qualidades indispensáveis
ao ser humano, só foram plenamente identificadas e vividas em Jesus. Hoje
sabemos que essas santas virtudes estão ao alcance de todos, por meio da
extraordinária obra do Espírito. É imprescindível ao homem conhecer muito bem
as Escrituras e o poder de Deus para que não erre na busca de uma vida virtuosa
diante de Deus e do próximo (Mt 22.29).
3. Disciplina. A
oração e o jejum, apesar de serem armas espirituais poderosas, são também
instrumentos que auxiliam na disciplina do caráter cristão. O jejum, por
exemplo, é um sacrifício que agrada a Deus e promove disciplina ao crente.
Portanto, o homem pode e deve pedir a Deus que o auxilie durante o tempo em que
busca as virtudes espirituais, éticas e morais expostas na Palavra de Deus”
(SILVA, Eliezer de Lira e. A busca do caráter cristão:Aprendendo
com homens e mulheres da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp. 5,8).
Sugestão didática:
Reproduza no quadro a tabela abaixo. Utilize-a para
mostrar aos alunos os aspectos positivos e negativos do caráter.
Aspectos do caráter
POSITIVO
|
NEGATIVO
|
Santo
|
Iníquo
|
Justo
|
Injusto
|
Honesto
|
Desonesto
|
Submisso
|
Rebelde
|
Humilde
|
Soberbo
|
Verdadeiro
|
Mentiroso
|
(Extraído de Lições Bíblicas CPAD.)
Errata na Revista
Na referência do Texto Áureo da primeira lição do trimestre, “A Formação do Caráter Cristão”, você vai encontrar a referência de Gálatas 5.20.
O correto é Gálatas 2.20.
Na referência do Texto Áureo da primeira lição do trimestre, “A Formação do Caráter Cristão”, você vai encontrar a referência de Gálatas 5.20.
O correto é Gálatas 2.20.
Telma Bueno
Editora responsável pela Revista Lições Bíblica Adultos
Editora responsável pela Revista Lições Bíblica Adultos
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
No trimestre passado, estudamos a respeito das
obras da carne e do Fruto do Espírito, ressaltando a necessidade do cristão
andar no Espírito. Os desafios que nos são postos - e algumas vezes, impostos –
requerem que os cristãos sejam, verdadeiramente, íntegros, com todo o cuidado
para não serem levados pela onda do secularismo. Ao longo desse próximo
trimestre, nos voltaremos para o caráter cristão, com vistas ao reconhecimento
de nossa identidade como cristão. Para tanto, levaremos em conta o testemunho de
alguns célebres servos e servas de Deus.
1. DEFINIÇÃO DE CARÁTER CRISTÃO
A palavra “caráter” vem do grego e significa,
literalmente, marca, sinal gravado, traço distintivo. Em relação ao cristão,
diz respeito ao progresso espiritual do crente, na busca constante de
transformação, tendo Cristo como maior exemplo a ser imitado (I Co. 4.16; 11.1;
Ef. 5.1; Fp. 3.17; I Ts. 2.14; Hb. 6.12). Devemos lembrar que, nos tempos
antigos, quando Deus se revelou a Abraão, exigiu, não menos que Ele andasse em
Sua presença e que fosse perfeito (Gn. 17.1). Portanto, o alvo do crente não é
outro, senão a perfeição absoluta, a qual somente se encontra em Deus. É claro
que Deus responderá com graça ao longo da caminhada (II Co. 12.9), mas não
admitirá que desistamos de buscar o padrão perfeito que exige de cada um de
nós, para que venhamos, ao final, nos identificar com sua natureza em santidade
(II Pe. 1.4). A meta do cristão, em todo o momento, é obter a “aprovação
divina”, que é, em sua totalidade, a definição do caráter cristão. É possível
que, para tanto, tenhamos que passar por muitas tribulações (Rm. 5.3), até que,
ao final, recebamos, da boca do Senhor, a mesma aprovação, por Ele, atribuída a
Jesus: “Este é o meu Filho, em quem me comprazo (Mt. 3.17). O maior modelo para
o caráter cristão, é, sem sombra de dúvida, Cristo, cujos passos devem ser
seguidos (I Pe. 2.21). A queda do homem o colocou numa condição de desaprovação
diante de Deus. A esta condição humana, a Bíblia denomina de pecado (Rm 3.23).
Em virtude disto, o homem, distanciado de Deus, encontra-se espiritualmente
morto (Rm. 6.23), carecendo da vivificação do Espírito Santo (Rm. 8.12,13),
pelo nascimento que vem de cima (Jo. 3.3).
2. O DESENVOLVIMENTO
DO CARÁTER CRISTÃO
O caráter cristão, portanto, tem sua origem no ato
da conversão, no momento em que o pecador se volta para Deus, despojando-se do
velho homem e se revestindo de Cristo (Ef. 4.17-24). A fonte do caráter
cristão, é, nesse sentido, Espírito Santo, o qual, produz, em nós e conosco, o
Seu fruto (Gl. 5.22), fora dEle, ficaremos restritos às obras da carne (Gl.
5.19-21). Sendo assim, para que tenhamos um caráter genuinamente cristão,
precisamos, a princípio, passar pela experiência do nascimento que vem de Deus,
conforme explicitado por Jesus a Nicodemos (Jo. 3), e, depois disto, continuar
“andando no Espírito”, não se deixando levar pelas concupiscências da carne
(Gl. 5.16). O aprimoramento do caráter cristão é uma verdade fundamental do
cristianismo (II Co. 3.18). Conforme ressaltamos no tópico anterior, isso não
acontece por meio da força humana (Zc. 4.6), mas pelo Espírito de Deus (Gl.
5.16). Por isso, a Escritura nos instrui para que sigamos “a paz com todos, e a
santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb. 12.14) como também: “Mas
todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor,
somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do
Senhor” (II Co. 3.18). Como depreendemos dos textos em evidência, o
desenvolvimento do caráter cristão não se dá de modo repentino, demanda tempo
e, principalmente, contato permanente com Cristo (Jo. 15), a videira
verdadeira, pois é enxertados nEle que podemos dar muitos frutos (v. 5). É
assim que seremos perfeitos como o é Nosso Pai Celestial (Mt. 5.48), e Nosso
Mestre (Lc. 6.40). Essa é a meta de todo cristão genuíno (Ef. 4.13; Fp. 3.12)
que somente poderá ser alcançada, enquanto aqui estivermos, em amor (I Jo.
4.12). Em sua plenitude, a perfeição moral, ainda que deva ser nossa meta
enquanto aqui estivermos, somente será alcançada no arrebatamento (ou
ressurreição do corpo) quando o que é corruptível se revestirá da
incorruptibilidade, então, seremos como Ele é (I Jo. 3.2). O mundo jaz no
maligno (I Jo. 5.19) e, enquanto estivermos na terra - no mundo físico -,
precisamos crescer espiritualmente a fim de que não venhamos a entrar em sua
fôrma – mundo espiritual regido por Satanás (Rm. 12.1,2), experimentando a
sempre boa, agradável e perfeita vontade de Deus. As aflições do tempo presente
(Jo. 16.33; Rm. 8.18) podem afetar o desenvolvimento, e, em alguns casos,
desconstruir o caráter do cristão. Aqueles que têm uma caráter frágil, em meio
às tribulações, são levados por todo vento de doutrina (Ef. 4.14), pelas forças
das trevas (II Pe. 2.17), diferentemente daquele que ouve a voz do Espírito por
meio da Palavra do Bom Pastor (Jo. 3.8; 10.16). Aquele que tem o seu caráter
cristão desconstruído, que não ouve e não pratica a Palavra é comparado, por
Tiago, “ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; porque se
contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era” (Tg.
1.23,24).
3. O CULTO DO CARÁTER CRISTÃO
Todo cristão deva cuidar para não se voltar à
apostasia (I Tm. 4.1; I Co. 10.12), pois, todo aquele que se distancia do
Senhor, relutantemente, expõe Cristo novamente ao vitupério (Hb. 6.6). Fica
aqui o alerta do profeta Jeremias para que não cavemos cisternas rotas que não
retêm água (Jr. 2.13), pois todo aquele que se esquece do Senhor terá seu nome
escrito no chão (Jr. 17.3), pois abandonou a fonte das águas vivas.O caráter
cristão é produzido em contato com o Espírito Santo, para tanto, precisa ser
cultivado ao longo do “andar com Ele” (Gl. 5.16). Eis aqui alguns dos
princípios fundamentais para o cultivo do caráter cristão (do fruto do
Espírito): 1) Leitura constante das Escrituras e de boa literatura cristã que
nos confira o desejo de nos achegar, a cada dia mais, a Cristo, o padrão maior
de perfeição; 2) Prática contínua da oração, não apenas com vista ao suprimento
das necessidades materiais, mas, principalmente, para ter comunhão com o
Senhor, relacionando-se com Ele; 3) Meditação, sintonizando o nosso espírito
com o Espírito de Deus, acostumando à presença de Deus, para que, por meio da
iluminação espiritual, cresçamos na fé; 4) Disciplina a fim de não perder de
foco o alvo supremo da santificação no Espírito; 5) Vivência em amor, sabendo
que nisto redunda a essência da espiritualidade (I Jo. 4.7,8). A título de
ilustração, podemos apelar para a prática dos músicos que, mesmo dominado os
instrumentos musicais com os quais trabalham, não se apartam deles, ensaiando,
continuamente, a fim de que a execução se realize à contento. Caso um músico
venha a negligenciar seu instrumento, cedo ou tarde, as pessoas perceberão que
ele já não é mais o mesmo. Charles Spurgeon, o príncipe dos pregadores, dizia
que não passava mais do que quinze minutos diários sem pensar em Deus.
Portanto, para o pleno desenvolvimento do caráter cristão, devemos, como um
músico, ou um atleta, exercitar, com disciplina (e amor), a experiência com
Deus. Paulo chama a atenção de todos os cristãos para o exercício da piedade (I
Tm. 4.8; 6.5,6,11), pois, através deste, a caminhada espiritual se tornará cada
vez mais produtiva, sem que se constitua num fardo (Mt. 11.30).
CONCLUSÃO
Conta-se que um certo homem tinha um cão o qual,
constantemente, costumava morder os vizinhos. Certo dia, o proprietário do cão
fez uma mordaça e colocou naquele animal para que isso não mais viesse a
acontecer. Felizmente, a fera deixou de morder a vizinhança, mas, para tristeza
do dono, não deixou de correr atrás. A mordaça posta no focinho do cão não
mudou sua natureza. Portanto, não podemos esquecer que o desenvolvimento do
caráter cristão diz respeito, sobretudo, a uma transformação não apenas no
exterior do indivíduo, mas, primordialmente, uma mudança interior, por meio da
qual a natureza pecaminosa é subjugada pelo Espírito do Senhor (Rm. 6.6; Cl.
3.9).
Prof. Ev. José
Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog
subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
Neste trimestre,
teremos a oportunidade ímpar de estudar a respeito do caráter. Todo ser humano
tem caráter, seja ele bom, seja ele mau, exemplar, ímpio ou santo. Deus criou o
homem bom e perfeito, mas o pecado maculou o seu caráter. Por isso, todos necessitam
de uma transformação espiritual e moral. Veremos que somente o Deus de toda a
perfeição, mediante o Filho, pode transformar o caráter de uma pessoa. [Comentário: Em seu livro A
Busca do Caráter (Ed Vida,
1999), Charles Swindoll escreve: “Deus está permanentemente em busca de algo.
Você já pensou nisso um dia? A busca de Deus é o propósito tramado no estofo do
Novo Testamento. O padrão que ele persegue está definido em Romanos 8.29, onde
ele promete que nos conformará à imagem de seu Filho. Outra promessa está
registrada em Filipenses 1.6, onde lemos que ele iniciou boa obra em nós e não
vai interrompê-la. Noutro passo bíblico, ele chega a chamar-nos de
"feitura" sua (Efésios 2.10). Ele está nos martelando, limando, esculpindo,
dando-nos forma! A segunda carta de Pedro chega ao ponto de relacionar alguns
dos objetivos dessa busca encetada por Deus: diligência, fé, virtude,
conhecimento, domínio próprio, perseverança, piedade, fraternidade e amor
(2Pedro 1.5-7). Numa palavra: caráter”.
Tiago escreve: "Meus irmãos, tende por motivo de grande gozo o
passardes por provações, sabendo que a prova da vossa fé desenvolve a
perseverança. Ora, a perseverança deve terminar a sua obra para que sejais
maduros e completos, não tendo falta de coisa alguma." (Tg 1.2-4). Em
Gênesis encontramos o registro de Moisés explicando que o homem, enganado por
Satanás, rebelou-se contra o seu Criador, perdendo sua condição perfeita, a
ponto de a imagem de Deus, no qual ele tinha sido formado, ter sido destruída.
Não somente o homem, mas toda a criação, que foi trazida a existência para o
bem do homem, caiu junto com ele perdendo também sua excelência. A Bíblia é
farta de ensinamentos referentes à virtude, à moral e ao caráter cristão. Os
preceitos da Lei, especialmente os do Decálogo (Êx 20), as mensagens éticas dos
profetas (Is 10.1,2; Hc 2), os ensinos de Jesus (Mt 5-7), e as doutrinas
exaradas nas epístolas (Rm 12.9-21; 1 Pe 3.8-16), revelam a vontade Deus para a
vida moral do homem (2 Tm 3.16).]
I. O CARÁTER NA REALIDADE DO HOMEM
1. O que é caráter? Segundo o Dicionário Aurélio, caráter é "o conjunto
das qualidades (boas ou más) de um indivíduo, e que lhe determinam a conduta e
a concepção moral". O caráter é a característica responsável pela ação,
reação e expressão máxima da personalidade. É a maneira de cada pessoa agir e
expressar-se. Tem a ver com os princípios, valores e ética de cada um. [Comentário: [Comentário: Caráter é um conjunto de
características e traços relativos à maneira de agir e de reagir de um
indivíduo ou de um grupo. É um feitio moral. É a firmeza e coerência de
atitudes. O conjunto das qualidades e defeitos de uma pessoa é que vão
determinar a sua conduta e a sua moralidade, o seu caráter. Os seus valores e
firmeza moral definem a coerência das suas ações, do seu procedimento e comportamentohttps://www.significados.com.br/carater/. Caráter, então, é o conjunto das qualidades boas ou más de
um individuo; a ética do juiz é a lei e a de Deus é a bíblica, a Biblia nos
ensina a não ser conivente com o erro, mesmo que ele esteja protegido por leis.
O caráter determina a conduta do ser humano com relação a Deus e a ele mesmo e
também com o próximo. A pessoa não é apenas definida por aquilo que ela é, mas
também pelo seu estado moral que a distingue em seu grupo (Pv
11.17;12.2;14.14;20.27)]
2. Personalidade e caráter. A personalidade pode ser definida como sendo a qualidade do que é pessoal.
Ela é a nossa maneira de ser, ou seja, aquilo que nos distingue de outra pessoa.
O caráter não é herdado. Ele é construído mediante a formação que recebemos.
Por isso, a Palavra de Deus adverte: "Instrui o menino no caminho em que
deve andar, e, até quando envelhecer, não se esquecerá dele" (Pv 22.6). [Comentário: Personalidade é o conjunto das características marcantes de
uma pessoa, é a força ativa que ajuda a determinar o relacionamento das pessoas
baseado em seu padrão de individualidade pessoal e social, referente ao pensar,
sentir e agir. Uma pessoa conhecida como "sem caráter" ou "mau
caráter", geralmente é qualificada como desonesta, pois não apresenta
firmeza de princípios ou de moral. Por outro lado, uma pessoa "de
caráter" é alguém com formação moral sólida e incontestável. O caráter
quando é forte, não se deixa levar por alguma proposta de uma via mais fácil
para a realização de algo. Mesmo se naquele momento parece ser o melhor caminho
a seguir, é o caráter que vai determinar a escolha do indivíduo https://www.significados.com.br/carater/. Atingido pelo pecado, o homem teve sua natureza moral
corrompida (Rm 1.18-32), necessitando assim da nova vida em Cristo (2 Co 5.17).
Ao ser regenerado, o homem recebe da parte de Deus um novo caráter (2 Co 5.17).
O Espírito Santo, por meio de suas ministrações (Rm 8.1-17; Gl 5.22-26),
aperfeiçoa-o gradualmente (2 Co 3.18; 1 Pe 1.2).
Na continuação, o Espírito da Verdade passa a controlá-lo por completo, de modo
que suas ações passam a ser moldadas por Ele (Rm 8.5-11). Uma vez que a imagem
perdida no Éden fora restaurada, o homem passa a experimentar e demonstrar uma
vida de integridade (Gn 3.11-13; Rm 5.12; 1 Co 15.22,45; Ef 4.23,24).]
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Inicie o tópico fazendo a seguinte pergunta: "O
que é caráter?" "Existe pessoa sem caráter?" Ouça os alunos com
atenção. Incentive a participação de todos. Diga que caráter significa marca,
sinal de distinção. Em seguida leia e comente com eles a definição de caráter
apresentada na seção Conheça Mais.
II. A
DEFORMAÇÃO DO CARÁTER HUMANO
1. A Queda e o caráter humano. Deus fez o homem perfeito, em termos espirituais, morais e físicos. No
ato divino da Criação, Ele disse: "Façamos o homem à nossa imagem"
(Gn 1.26). Fomos criados à "imagem" e "semelhança" do
Criador, logo não podemos nos esquecer que refletimos a glória divina. Se
tivermos um caráter santo. Deus será louvado por intermédio de nossas ações. [Comentário: O Conselho Divino e Triúno
determinou que o ser humano deveria ter a imagem e semelhança de Deus. O homem
é um ser moral cuja inteligência, percepção e autodeterminação excedem em muito
os de qualquer outro ser terreno. O pecado tem subtraído do ser humano toda a
sua sensibilidade concernente aos princípios e valores morais. Sem que se
perceba, sua natureza moral é corrompida (Rm 1.18-32), seu coração é endurecido
(Hb 3.7-19) e sua consciência é cauterizada (1 Tm 4.2; Ef 4.18). É nesse ponto
que o homem se torna insensível à voz do Espírito, passando a praticar todo
tipo de pecado, entristecendo ao Todo-Poderoso (Ef 4.31). Portanto, é dever de
todos os crentes observarem os limites estabelecidos pela Palavra de Deus, para
que vivam “como astros no mundo” (Fp 2.15). O caráter doentio é caracterizado
pela insensibilidade moral, permissividade, mentira, malícia, concupiscência,
cobiça e ambição.]
2. Imagem e semelhança de Deus. O homem era, no seu estado original, uma imagem, ou representação
perfeita de Deus. Adão e Eva possuíam atributos morais tais como amor, justiça,
santidade, retidão. Tudo à semelhança de Deus. Não resta dúvida de que, ao
criar o homem à sua "imagem", e conforme a sua
"semelhança", Deus imprimiu nele as marcas de sua personalidade
santa, amorosa e justa. [Comentário: Em termos bem simples, ter a “imagem” e “semelhança” de Deus
significa que fomos feitos para nos parecermos com Deus – esta aparência não é
física - Adão não se pareceu com Deus no sentido de que Deus tivesse carne e
sangue. As Escrituras dizem que “Deus é espírito” (Jo 4.24) e portanto existe
sem um corpo. Entretanto, o corpo de Adão espelhou a vida de Deus, ao ponto de
ter sido criado em perfeita saúde e não ser sujeito à morte. A imagem de Deus
se refere à parte imaterial do homem. Ela separa o homem do mundo animal, e o
encaixa na “dominação” que Deus pretendeu (Gn 1.28), e o capacita a ter
comunhão com seu Criador. É uma semelhança mental, moral e social (Gn 1.26-28;
5.1-3; 9.6).]
3. A deformação do caráter humano. O homem foi criado perfeito em toda a sua constituição: espírito, alma e
corpo (1 Ts 5.23). Porém, quando o homem deu lugar ao Diabo, e desobedeceu a
Deus, caiu da graça divina. A Queda levou-nos a perder a semelhança moral com o
Criador. [Comentário: Quando o homem caiu, perdeu
ele totalmente a semelhança moral com o Criador? Em seu aspecto estrutural ou
ontológico (aquilo que o homem é), não foi eliminado com a queda, o homem
continuou homem, mas após a queda, o aspecto funcional (aquilo que o homem faz)
da imagem de Deus, seus dons, talentos e habilidades passaram a ser usados para
afrontar a Deus. Nossos primeiros pais, seduzidos pela astúcia e tentação de
Satanás, pecaram, desobedecendo à ordenança divina (Gn 3.13; 2Co 11.3; Rm 11.32
e 5.20-21). Por este pecado, decaíram da sua retidão original e da sua comunhão
com Deus, tornando-se mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as
suas faculdades e partes do corpo e da alma (Gn 3.6-8; Rm 3.23; Ef 2.1-3).
Desta corrupção original pela qual ficamos totalmente indispostos, adversos a todo
o bem e inteiramente inclinados a todo o mal, é que procedem todas as
transgressões atuais (Rm 5.6; 7.18; Cl 1.21; Tg 1.14-15). Mas esta imagem não
foi totalmente aniquilada com a Queda, embora tenha se tornado terrivelmente
deformada, doentia e desfigurada. O homem antes criado para refletir Deus,
agora após a queda, precisa ter esta condição restaurada. Esta renovação da
imagem original de Deus no homem significa que o homem é capacitado a voltar-se
para Deus, a voltar-se para o próximo e também voltar-se para a criação para
governá-la.]
Observe as consequências do pecado: [As consequências principais do pecado são a morte e
a separação da presença de Deus (Rm 6.23). Essas duas consequências causam
muito sofrimento na vida do pecador. O pecado também traz muitas outras
consequências secundárias.]
a) No relacionamento com Deus. O pecado desfigurou
o homem, cortando a ligação direta com seu Deus: "Porque todos pecaram e destituídos
estão da glória de Deus" (Rm 3.23). O pecado passou a todos os homens (Rm
5.12; SI 51.5). As repercussões e o alcance desse fato terrível, de natureza
espiritual, têm sido sentidos ao longo da história. O pecado distanciou o homem
de Deus e o levou a criar seus próprios deuses segundo suas malignas
concupiscências, para agradarão príncipe deste mundo. Toda religião que não tem
Deus como o Criador, e Jesus Cristo, seu Filho, como Salvador, é instrumento do
Diabo para afastar o homem de Deus.
b) No relacionamento humano. Quando Deus perguntou
a Adão se ele havia comido do fruto da árvore proibida, este não assumiu a
culpa, mas procurou justificar seu erro, acusando a esposa. Quando Deus
questionou Eva a respeito dos seus atos, ela transferiu a culpa para a serpente
(Gn 3.9-13). O relacionamento de Adão e Eva foi afetado pelo pecado, culpa e
medo.
Não demorou muito, e ali, no Éden, houve um
confronto entre o caráter mau, de Caim, e o caráter justo, de Abel. Caim matou
seu irmão, Abel (Gn 4.8). Lameque matou um homem adulto e um jovem (Gn 4-23). A
morte e a corrupção se espalharam com o passar dos séculos. O juízo de Deus foi
enviado no seu tempo, através do Dilúvio (Gn 6-8).
c) No relacionamento com a
natureza. "E tomou o SENHOR Deus o homem e o pôs no jardim do
Éden para o lavrar e o guardar" (Gn 2.15). Além de cuidar do jardim, o
homem teria o domínio da Terra, com autoridade delegada pelo Criador sobre
todos os animais (Gn 1.28). Mas, usando mal o seu livre--arbítrio, o ser humano
fracassou em cuidar de si mesmo e do planeta. E tem poluído o ar, o solo, as
águas e todo o ambiente natural. Mas Deus destruirá os que destroem a Terra (Ap
11.18).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A Queda
O primeiro pecado da humanidade abrangeu todos os
demais pecados: a afronta e desobediência a Deus, o orgulho, a incredulidade,
desejos errados, o desviar outras pessoas, assassinato em massa da posteridade
e a submissão voluntária ao Diabo. As consequências imediatas foram numerosas,
extensivas e irônicas. O relacionamento entre Deus e os homens, de franca
comunhão, amor, confiança e segurança, foi trocado por isolamento, autodefesa,
culpa e banimento. Adão e Eva bem como o relacionamento entre eles, entram em
degeneração. A intimidade e a inocência cederam lugar à acusação. Seu desejo
rebelde pela independência resultou em dores de parto, labuta e morte. Seus
olhos realmente foram abertos, e eles conheceram o bem e o mal, mas era pesado
esse conhecimento sem o equilíbrio de outros atributos divinos, como o amor, a
sabedoria e o conhecimento. A criação, confiada aos cuidados de Adão, foi
amaldiçoada, gemendo pela libertação dos resultados da infidelidade dele.
Por estar a natureza humana tão deteriorada pela
Queda, pessoa alguma tem a capacidade de fazer o que é espiritualmente bom sem
a ajuda graciosa de Deus. A esta condição chamamos corrupção total – ou
depravação – da natureza" (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma
perspectiva Pentecostal. l.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 268).
III. A
REDENÇÃO DO CARÁTER HUMANO
1. Novo nascimento,
transformação do caráter. Jesus veio ao mundo para salvar o homem da tragédia do
pecado e aproximá-lo novamente de Deus (Jo 3.16). A salvação é um dom divino.
Ela é fruto da graça divina. Pela fé em Jesus o homem recebe a salvação e se
torna uma nova criatura, completamente transformada: "Assim que, se alguém
está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se
fez novo" (2 Co 5.17). O caráter daqueles que, pela fé, nasceram de novo,
é poderosamente transformado pelo poder do Espírito Santo. [Comentário: Num sentido, como já dissemos, o homem ainda é portador da
imagem de Deus, mas também num sentido, ele precisa ser renovado nesta imagem.
Esta restauração da imagem só é possível através de Cristo, porque Cristo é a
imagem perfeita de Deus, e o pecador precisa agora tornar-se mais semelhante a
Cristo. Lemos em Cl 1.15 "Ele é a imagem do Deus invisível" e
em Rm 8.29 que Deus nos predestinou para sermos "Conforme a imagem de
Seu Filho ..." (1Jo 3.2; 2Co 3.18). O ser humano traz em sua natureza
uma forte inclinação para o pecado (Rm 7.18-23; Pv 4.14-17). Trata-se de uma
tremenda força maligna impossível de ser superada sem a ajuda divina. É
justamente por isso que Deus nos enviou seu Espírito para habitar em nós,
dando-nos a condição de andarmos em novidade de vida (Rm 6.4; 2 Co 5.17).
Somente pelo Espírito Eterno, o crente pode caminhar seguro, resistindo aos
desejos da carne (Rm 8.1,9,13; Cl 5.16). Em Gálatas 5, o apóstolo Paulo enumera
várias obras da carne que contaminam o caráter do homem sem Cristo (Gl
5.19-21). Todavia, nesse mesmo capítulo, encontramos um conjunto de valores
espirituais que garante a saúde moral do crente (v.22).]
2. A Palavra de Deus muda o
caráter. A salvação não é
apenas uma mudança de religião, mas envolve regeneração (Jo 3.3,7),
justificação (Rm 3.24; 5.1, 9; l Co 6.11) e santificação (Hb 12.14; l Ts 5.23).
No processo de santificação, vamos sendo transformados pela Palavra de Deus. As
Escrituras têm o poder de transformar o homem, pois somente elas podem penetrar
em seu interior: "Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais
penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da
alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os
pensamentos e intenções do coração" (Hb 4.12). [Comentário: Quando o ser humano recebe Jesus Cristo como Senhor e
Salvador de sua vida, e mantém uma comunhão intensa com Ele, o Espírito Santo
gera nessa pessoa virtudes que refletem o caráter de Deus, que o apóstolo Paulo
chama de Fruto do Espírito. O Fruto é gerado na medida em que o Espírito Santo
vai transmitindo, ou gravando, no caráter do homem virtudes existentes em Deus,
das quais Paulo relacionou nove em Gálatas 5.22. Elas são a maravilhosa
descrição do Caráter de Cristo que devemos adquirir dia a dia pelo estudo da
Palavra de Deus e comunhão devocional com o Senhor. Somente quando tais
virtudes tornam-se perceptíveis em nossas vidas podemos entender o que é ser um
cristão cheio do Espírito Santo. Se dermos lugar ao Espírito Santo e
santificarmos nossas vidas, as pessoas verão que Deus está em nossas vidas,
pois pelos frutos somos conhecidos. Aliás, um dos propósitos do Fruto do
Espirito é nos identificar. Assim como uma árvore é conhecida pelos seus
frutos, o crente verdadeiro é reconhecido por suas ações. O Fruto também revela
a nossa comunhão e o quanto temos aprendido do Senhor. http://ebdweb.com.br/o-proposito-do-fruto-do-espirito-luciano-de-paula-lourenco/. Este amor é a base e o fundamento onde todos os outros
atributos são edificados. O apóstolo Paulo diz que em primeiro lugar quando
estamos unidos a Cristo, o amor atua ou age através da nossa fé(Gl 5.6). Em
segundo lugar, pelo amor que está em nós, podemos servir uns aos outros sem
impor nada a ninguém (Gl 5.13). E em terceiro lugar, toda lei se resume em amar
o próximo como a nós mesmos (Gl 5.14). Note que ninguém pode dizer que tem um
aspecto do fruto e outro não; isso porque é o amor o lastro onde as demais
virtudes se desenvolvem. A Bíblia Sagrada é a única regra de fé e prática do cristão.
Ela nos apresenta o padrão de comportamento necessário ao homem que deseja
viver uma vida justa, sóbria e piedosa neste mundo (Tt 2.12). Ao longo da
narrativa bíblica deparamo-nos com uma série de valores e virtudes morais e
espirituais estabelecidas por Deus para o homem. Todavia, estas qualidades
indispensáveis ao ser humano, só foram plenamente identificadas e vividas em
Jesus. Hoje sabemos que essas santas virtudes estão ao alcance de todos, por
meio da extraordinária obra do Espírito. É imprescindível ao homem conhecer
muito bem as Escrituras e o poder de Deus para que não erre na busca de uma
vida virtuosa diante de Deus e do próximo (Mt 22.29).]
3. O caráter amoroso e santo do
crente. O cristão tem como uma de suas características principais o
amor a Deus e ao próximo (Mt 22.34-40). Quem não ama não conhece a Deus, ainda
não teve seu caráter transformado e está em trevas (1Jo 2.9,11). Unida ao amor
está à santificação, sem a qual ninguém poderá ver ao Senhor (Hb 12.14). Os que
já experimentaram o novo nascimento devem viver de modo irrepreensível (1Ts
5.23). [Comentário: Deus está associado com o amor, o amor é a essência de Deus.
O amor sincero e veradeiro é algo que representa o nosso Deus. Ele é a nossa
fonte de amor. É Deus quem nos ensina a dar e receber amor. O amor é a maior
das virtudes do fruto do Espírito. Vem do grego ÁGAPE e significa muito mais do
que sentimentos e emoções; é o amor altruísta baseado na ação em favor de
outrem. Em João 3:16 temos o versículo crucial que denota a grandeza deste
amor. Essa virtude maior do Espírito, deve estar acima de quaisquer
circunstância na vida do crente. “...para que venham a tornar-se puros e
irrepreensíveis” (Fp 2.15a) "Vida irrepreensível" significa viver
de modo a não dar motivo de repreensão, ou seja: uma vida totalmente isenta de
culpa. Paulo escreveu em uma época onde havia a escravidão humana. Em Creta,
assim como em todo o império romano, havia muitos escravos. Na igreja existia
senhores e escravos que se converteram a Cristo, por isso, Paulo mostra como
devia ser o relacionamento, a conduta dos servos e dos senhores. O apóstolo
mostra que os servos deveriam agradar seus senhores “em tudo”, pois um senhor crente
não daria ordens que fossem incompatíveis com a fé cristã e com a Palavra de
Deus. Os escravos que tinham senhores crentes deveriam manter uma atitude de
submissão. O Rev Hernandes Dias Lopes em Coleção Comentários Expositivos
Hagnos, falando sobre o novo estilo de vida do crente, diz: “Em Efésios
4.1-16, Paulo tratou da unidade da igreja. Nesse parágrafo, ele trata da pureza
da igreja. Paulo faz o mesmo tipo de introdução nos versículos 1 e 17. A pureza
é uma característica do povo de DEUS tão indispensável quanto a unidade”.]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A Redenção
A Bíblia também emprega a metáfora do resgate ou da
redenção para descrever a obra salvífica de Cristo. O tema aparece muito mais
frequentemente no Antigo Testamento que no Novo. O tema aparece muitas vezes no
Antigo Testamento, referindo-se aos ritos da 'redenção' no tocante às pessoas
ou aos bens. O próprio Javé é o Redentor do seu povo, e eles são os redimidos.
O Senhor tomou medidas para redimir os primogênitos. Ele redimiu Israel do
Egito e também os remirá do exílio. Às vezes Deus redime um indivíduo; ou um
indivíduo ora, pedindo a redenção divina. Mas a obra divina na redenção é
primeiramente moral no seu escopo. Em alguns textos bíblicos, a redenção
claramente diz respeito aos assuntos morais. Salmos 130.8 diz: 'Ele remirá a
Israel de todas as suas iniquidades'. Isaías diz que somente os 'remidos', os
'resgatados', andarão pelo chamado 'O Caminho Santo' (Is 35.8-10). Diz ainda
que a 'filha de Sião' será chamada 'povo santo, os redimidos do senhor'.
No Novo Testamento, Jesus é tanto o
"Resgatador" quanto o 'resgate'; os pecadores são os 'resgatados'.
Ele declara que veio 'para dar a sua vida em resgate [gr. lutron] de muitos (Mt
20.28; Mc 10.45). Era um 'livramento [gr. apolutõsis] efetivado mediante a
morte de Cristo, que libertou da ira retributiva de Deus e da penalidade
merecida pelo pecado. Paulo liga nossa justificação e o perdão dos pecados à
redenção que há em Cristo. Diz que Cristo 'para nós foi feito por Deus
sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção' (1Co 1.30). Diz também que
Cristo 'se deu a si mesmo em preço de redenção por todos (1Tm 2.6)"
(HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. 1.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp. 356,357).
CONCLUSÃO
Nosso caráter reflete nossos princípios. Como novas
criaturas, precisamos evidenciar os valores do Reino de Deus. O homem salvo e
remido por Cristo Jesus tem as marcas do Salvador no seu ser e no seu
comportamento. [Comentário: Quando uma pessoa aceita a Cristo como Salvador de sua alma,
experimenta, imediatamente, uma profunda modificação em seu interior. Essa
mudança é demonstrada não apenas nos relacionamentos, mas também nas escolhas,
atitudes e responsabilidades assumidas durante a sua nova vida (Cl 3.1-17). O
caráter cristão é preservado mediante a comunhão do crente com o Espírito
Santo, pelo conhecimento da Palavra e através de uma vida cristã disciplinada.] “NaquEle
que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br