SUBSÍDIO I
O nome Eliseu significa
"Deus é salvação". Auxiliar do profeta Elias, Eliseu era filho
de Safate, de Abel-Meolá, no Vale do Jordão. Tinha como trabalho arar a
terra com junta de bois. O jovem Eliseu foi convidado pelo profeta
Elias a segui-lo. O texto bíblico mostra que ele “se levantou, e seguiu a
Elias, e o servia” (1 Rs 19.21). O primeiro ponto digno de nota na vida do
profeta Eliseu foi a sua humildade e a disponibilidade em aprender
com o profeta Elias. Na caminhada com Deus, saber ouvir e ter o compromisso
de aprender com o outro é muito importante. Na época de Eliseu não
havia uma espécie de seminário teológico ou faculdade que tinha o objetivo
de formar, embora houvesse escola de profetas, mas que nem de
longe era parecida com as instituições modernas. Os profetas eram
formados aos pés dos outros profetas. No dia a dia da caminhada, os
profetas iam sendo formados, trabalhados e forjados diante de Deus e dos
homens.
Outro ponto digno de nota é que o ministério
do profeta Eliseu é permeado por milagres. Segundo especialistas em
Antigo Testamento, excetuando a pessoa de Jesus Cristo, ninguém na
história sagrada registrou a quantidade de sinais e maravilhas
como consta o registro na vida do profeta mediante o seu ministério.
Ele sarou águas infectadas (2 Rs 2.19-22), fez brotar água no deserto (2
Rs 3.9,16-20), proveu a necessidade da viúva (2 Rs 5) e ressuscitou mortos
(2 rs. 4.18-37), além de curar leprosos (2 rs. 5). Estes três últimos
milagres antecipam o que o nosso Senhor faria em abundância em seu
ministério terreno. A vida e a obra de Eliseu nos ensinam que
Deus traz provisão no momento oportuno. O ministério do profeta
mostra uma profusa quantidade de ações divinas em favor das pessoas que
por intermédio dele eram abençoadas.
Não podemos perder a dimensão da verdade bíblica de um
Deus que provê. O que não significa abrir barganha com Ele. Nada disso.
Resgatar a visão bíblica de que Deus intervém na circunstância de uma
pessoa é urgente a fim de não cairmos no erro de uma religiosidade
sem paixão, de uma ortodoxia morta e do gélido ceticismo. À luz da
vida de Eliseu, somos convidados a andar com Deus em fidelidade e verdade.
Amá-Lo de todo o nosso coração, alma e pensamento. À medida que nos
aproximamos mais de Deus por intermédio da oração e da leitura da Palavra,
o Senhor se aproxima mais de nossas vidas. Por isso, busquemos ao
Senhor, o reverenciemos enquanto há tempo.
Fonte: Revista Ensinador
Cristão, Ano 17 - nº 68 – out./nov./dez. de 2016.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Qualquer família pode passar por período de privação, necessariamente
isso não decorre de infidelidade, existem causas outras que podem acometer um
lar. Na aula de hoje, estudaremos a respeito de uma mulher viúva, que aprendeu
a depender de Deus, e a desfrutar da sua benção em meio às crises. O milagre de
Deus, conforme estudaremos na aula de hoje, pode estar mais perto do que
pensamos.
1. DIFICULDADES
FAMILIARES
No capítulo 4 de II Reis nos deparamos com uma
realidade bastante difícil para uma mulher viúva, com dois filhos. Em uma
sociedade patriarcal, o provimento vinha do homem, que alimentava esposa e
filhos. Por causa da viuvez, aquela mulher, e a sua família, estava passando
por momentos de crise. A teologia da ganância tenta estabelecer uma relação de causa
e efeito. Para esses, o motivo da privação é sempre infidelidade, mas essa
posição não tem base bíblica. Essa posição, na verdade, serve para justificar a
falta de responsabilidade com aqueles que se encontram em condição de
vulnerabilidade. Mas Deus não esquece dos pobres, Ele “faz justiça ao órfão e à
viúva” (Dt. 10.18; Sl. 68.5; 146.9). O Senhor usou Elizeu como instrumento de
provimento para aquela viúva. De igual modo, devemos nos colocar na disposição
de Deus para contribuir com aqueles que nada têm. A situação da viúva era
deplorável, pois seus filhos ainda eram crianças, e esses, certamente, seriam
destinados aos credores, caso as dívidas não fossem pagas. Em épocas de crises,
há quem se aproveite das condições difíceis das pessoas para tirar proveito
financeiro. O individualismo contemporâneo, associado à ganância, faz com que
as pessoas não se sintam responsáveis pelos outros. O discurso da meritocracia
é usado, às vezes, para justificar a indisposição para ajudar o próximo.
Devemos estar cientes que existem casos diferentes, e cada um deles deve ser
avaliado distintamente, a fim de evitar julgamentos precipitados.
2. QUANDO
DEUS REALIZA UM MILAGRE
A viuvez no Antigo Testamento era uma calamidade,
por isso a preocupação de Deus com as mulheres que estavam em tais condições. A
esperança daquela pobre mulher estava em Eliseu, o homem de Deus. A primeira
pergunta que ele fez quando a encontrou foi: “que te hei de eu fazer?
Declara-me o que tens em casa”. Será que estamos interessados em nos envolver
com a situação do próximo? Há cristãos que apenas pensam em suas famílias, as
dos outros não lhes interessa. No contexto evangélico, às vezes, o familiarismo
pode causar mais males do que bem. As famílias devem se sentir responsáveis não
apenas pelos seus membros, mas também por outras famílias em suas necessidades.
Ao invés de julga aquela mulher, Eliseu decidiu prover-lhe o necessário, e mais
que isso, para que ela e sua família fosse sustentada. A pergunta dele foi
bastante: “o que você tem em casa?”. Ás vezes, o milagre está em nossa própria
casa. Ela dispunha de uma “botija de azeite”, e foi a partir daquele conteúdo
que Deus proveu o necessário para que ela se sustentasse. Essa é uma mensagem
que pode ser aplicada àqueles que estão buscando uma saída diante da crise.
Investir na formação profissional pode ser uma possibilidade para ultrapassar a
crise. O empreendedorismo pode ser uma alternativa viável, contato que os
riscos sejam calculados, e o capital seja suficiente. A criatividade e a
pesquisa é melhor maneira de investir em negócios, não se pode agir apenas por
meio da vontade, sem avaliar a plausibilidade do empreendimento.
3. A
PROVISÃO DE DEUS
Deus pode prover uma solução para a crise pelas
vias naturais, e isso é geralmente o que acontece. Não podemos estar dependendo
de milagres o tempo inteiro, dedicar-se ao trabalho e investir na formação, é o
normal. Milagres, como se costuma dizer, não acontecem todos os dias. Mas
assumimos que Deus é capaz de fazer muito mais do que pensamos, e pode agir a
partir do pouco que temos. Não sei qual é sua “botija de azeite”, mas se você
investir nela, poderá ver o que Deus pode fazer. Precisamos usar o bom senso, e
buscar a sabedoria do alto, para tomar as decisões acertadas. Ela foi orientada
a buscar muitas vasilhas, pois a provisão de Deus seria sem medida. A
preparação espiritual também é necessária para adentrar novos investimentos. Há
crentes que não sabem ter muito, diferentemente de Paulo (Fp. 4.13). José é um
exemplo de alguém que confia em Deus em todas as circunstâncias. E mais que
isso, sabe desfrutar da provisão do Senhor na abundância, e também passar por
momentos de adversidades. Mas é preciso atentar para a doutrina bíblica a
respeito do sustento financeiro. Deus não nos promete prosperidade, pelo menos
do modo que as pessoas desejam, muito menos instrui para que as pessoas vivam
em pobreza. A orientação bíblica é a moderação, é a doutrina da provisão, o
Senhor quer nos dar “o pão nosso de cada dia” (Mt. 6.11). O contentamento é um
ensinamento bíblico que precisa ser resgatado nessa geração, que não consegue
se satisfazer com o que é necessário (Fp. 4.11-12; I Tm. 6.6-10).
CONCLUSÃO
Contentamento nada tem a ver com comodismo, as
Escrituras ensinam a diligência, a fim de obter a provisão necessária. Mesmo
assim, podemos ser atingidos por situações adversas, que estão fora do nosso
controle, como o desemprego. Em todos os casos, devemos buscar saídas naquilo
que Deus nos tem dado, e buscar dEle o milagre para viver em tempos de crise. O
Deus de toda provisão não nos abandona, e através da Sua igreja, continua
ajudando os mais necessitados.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd