sábado, 26 de novembro de 2016

LIÇÃO 9: O MILAGRE ESTÁ EM SUA CASA

 


SUBSÍDIO I

O nome Eliseu significa "Deus é salvação". Auxiliar do profeta Elias, Eliseu era filho de Safate, de Abel-Meolá, no Vale do Jordão. Tinha como trabalho arar a terra com junta de bois. O jovem Eliseu foi convidado pelo profeta Elias a segui-lo. O texto bíblico mostra que ele “se levantou, e seguiu a Elias, e o servia” (1 Rs 19.21). O primeiro ponto digno de nota na vida do profeta Eliseu foi a sua humildade e a disponibilidade em aprender com o profeta Elias. Na caminhada com Deus, saber ouvir e ter o compromisso de aprender com o outro é muito importante. Na época de Eliseu não havia uma espécie de seminário teológico ou faculdade que tinha o objetivo de formar, embora houvesse escola de profetas, mas que nem de longe era parecida com as instituições modernas. Os profetas eram formados aos pés dos outros profetas. No dia a dia da caminhada, os profetas iam sendo formados, trabalhados e forjados diante de Deus e dos homens.
Outro ponto digno de nota é que o ministério do profeta Eliseu é permeado por milagres. Segundo especialistas em Antigo Testamento, excetuando a pessoa de Jesus Cristo, ninguém na história sagrada registrou a quantidade de sinais e maravilhas como consta o registro na vida do profeta mediante o seu ministério. Ele sarou águas infectadas (2 Rs 2.19-22), fez brotar água no deserto (2 Rs 3.9,16-20), proveu a necessidade da viúva (2 Rs 5) e ressuscitou mortos (2 rs. 4.18-37), além de curar leprosos (2 rs. 5). Estes três últimos milagres antecipam o que o nosso Senhor faria em abundância em seu ministério terreno. A vida e a obra de Eliseu nos ensinam que Deus traz provisão no momento oportuno. O ministério do profeta mostra uma profusa quantidade de ações divinas em favor das pessoas que por intermédio dele eram abençoadas.
Não podemos perder a dimensão da verdade bíblica de um Deus que provê. O que não significa abrir barganha com Ele. Nada disso. Resgatar a visão bíblica de que Deus intervém na circunstância de uma pessoa é urgente a fim de não cairmos no erro de uma religiosidade sem paixão, de uma ortodoxia morta e do gélido ceticismo. À luz da vida de Eliseu, somos convidados a andar com Deus em fidelidade e verdade. Amá-Lo de todo o nosso coração, alma e pensamento. À medida que nos aproximamos mais de Deus por intermédio da oração e da leitura da Palavra, o Senhor se aproxima mais de nossas vidas. Por isso, busquemos ao Senhor, o reverenciemos enquanto há tempo.

 Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 68 – out./nov./dez. de 2016. 

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Qualquer família pode passar por período de privação, necessariamente isso não decorre de infidelidade, existem causas outras que podem acometer um lar. Na aula de hoje, estudaremos a respeito de uma mulher viúva, que aprendeu a depender de Deus, e a desfrutar da sua benção em meio às crises. O milagre de Deus, conforme estudaremos na aula de hoje, pode estar mais perto do que pensamos. 

1. DIFICULDADES FAMILIARES

No capítulo 4 de II Reis nos deparamos com uma realidade bastante difícil para uma mulher viúva, com dois filhos. Em uma sociedade patriarcal, o provimento vinha do homem, que alimentava esposa e filhos. Por causa da viuvez, aquela mulher, e a sua família, estava passando por momentos de crise. A teologia da ganância tenta estabelecer uma relação de causa e efeito. Para esses, o motivo da privação é sempre infidelidade, mas essa posição não tem base bíblica. Essa posição, na verdade, serve para justificar a falta de responsabilidade com aqueles que se encontram em condição de vulnerabilidade. Mas Deus não esquece dos pobres, Ele “faz justiça ao órfão e à viúva” (Dt. 10.18; Sl. 68.5; 146.9). O Senhor usou Elizeu como instrumento de provimento para aquela viúva. De igual modo, devemos nos colocar na disposição de Deus para contribuir com aqueles que nada têm. A situação da viúva era deplorável, pois seus filhos ainda eram crianças, e esses, certamente, seriam destinados aos credores, caso as dívidas não fossem pagas. Em épocas de crises, há quem se aproveite das condições difíceis das pessoas para tirar proveito financeiro. O individualismo contemporâneo, associado à ganância, faz com que as pessoas não se sintam responsáveis pelos outros. O discurso da meritocracia é usado, às vezes, para justificar a indisposição para ajudar o próximo. Devemos estar cientes que existem casos diferentes, e cada um deles deve ser avaliado distintamente, a fim de evitar julgamentos precipitados.  

2. QUANDO DEUS REALIZA UM MILAGRE

A viuvez no Antigo Testamento era uma calamidade, por isso a preocupação de Deus com as mulheres que estavam em tais condições. A esperança daquela pobre mulher estava em Eliseu, o homem de Deus. A primeira pergunta que ele fez quando a encontrou foi: “que te hei de eu fazer? Declara-me o que tens em casa”. Será que estamos interessados em nos envolver com a situação do próximo? Há cristãos que apenas pensam em suas famílias, as dos outros não lhes interessa. No contexto evangélico, às vezes, o familiarismo pode causar mais males do que bem. As famílias devem se sentir responsáveis não apenas pelos seus membros, mas também por outras famílias em suas necessidades. Ao invés de julga aquela mulher, Eliseu decidiu prover-lhe o necessário, e mais que isso, para que ela e sua família fosse sustentada. A pergunta dele foi bastante: “o que você tem em casa?”. Ás vezes, o milagre está em nossa própria casa. Ela dispunha de uma “botija de azeite”, e foi a partir daquele conteúdo que Deus proveu o necessário para que ela se sustentasse. Essa é uma mensagem que pode ser aplicada àqueles que estão buscando uma saída diante da crise. Investir na formação profissional pode ser uma possibilidade para ultrapassar a crise. O empreendedorismo pode ser uma alternativa viável, contato que os riscos sejam calculados, e o capital seja suficiente. A criatividade e a pesquisa é melhor maneira de investir em negócios, não se pode agir apenas por meio da vontade, sem avaliar a plausibilidade do empreendimento. 

3. A PROVISÃO DE DEUS

Deus pode prover uma solução para a crise pelas vias naturais, e isso é geralmente o que acontece. Não podemos estar dependendo de milagres o tempo inteiro, dedicar-se ao trabalho e investir na formação, é o normal. Milagres, como se costuma dizer, não acontecem todos os dias. Mas assumimos que Deus é capaz de fazer muito mais do que pensamos, e pode agir a partir do pouco que temos. Não sei qual é sua “botija de azeite”, mas se você investir nela, poderá ver o que Deus pode fazer. Precisamos usar o bom senso, e buscar a sabedoria do alto, para tomar as decisões acertadas. Ela foi orientada a buscar muitas vasilhas, pois a provisão de Deus seria sem medida. A preparação espiritual também é necessária para adentrar novos investimentos. Há crentes que não sabem ter muito, diferentemente de Paulo (Fp. 4.13). José é um exemplo de alguém que confia em Deus em todas as circunstâncias. E mais que isso, sabe desfrutar da provisão do Senhor na abundância, e também passar por momentos de adversidades. Mas é preciso atentar para a doutrina bíblica a respeito do sustento financeiro. Deus não nos promete prosperidade, pelo menos do modo que as pessoas desejam, muito menos instrui para que as pessoas vivam em pobreza. A orientação bíblica é a moderação, é a doutrina da provisão, o Senhor quer nos dar “o pão nosso de cada dia” (Mt. 6.11). O contentamento é um ensinamento bíblico que precisa ser resgatado nessa geração, que não consegue se satisfazer com o que é necessário (Fp. 4.11-12; I Tm. 6.6-10). 

CONCLUSÃO

Contentamento nada tem a ver com comodismo, as Escrituras ensinam a diligência, a fim de obter a provisão necessária. Mesmo assim, podemos ser atingidos por situações adversas, que estão fora do nosso controle, como o desemprego. Em todos os casos, devemos buscar saídas naquilo que Deus nos tem dado, e buscar dEle o milagre para viver em tempos de crise. O Deus de toda provisão não nos abandona, e através da Sua igreja, continua ajudando os mais necessitados. 

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa

Extraído do Blog subsidioebd

sábado, 19 de novembro de 2016

LIÇÃO 8: RUTE, DEUS TRABALHA PELA FAMÍLIA

SUBSÍDIO I

Rute era uma moabita que casou com dois homens judeus. O primeiro, que posteriormente faleceu, Malom, filho de Noemi (Rt 1,2). O segundo, Boaz, um parentedo marido de Noemi (4.3) Na lei, mais especificamente em Deuteronômio 23.3,4, havia uma proibição expressa de os judeus aceitarem moabitas em sua comunidade: “Nenhum amonita ou moabita entrará na congregação do SENHOR; nem ainda a sua décima geração entrará na congregação do SENHOR, eternamente. Porquanto não saíram com pão e água a receber-vos no caminho, quando saíeis do Egito; e porquanto alugaram contra ti a Balaão, filho de Beor, de Petor, da Mesopotâmia, para te amaldiçoar". É possível que a geração de Noemi desconhecesse essa lei, pois se tratando do período dos juízes, uma característica dessa geração era desconhecer a Lei de Deus.
Entretanto, a opção de Rute chama atenção de qualquer estudioso ou leitor do livro. Num contexto em que se achava sua sogra, um momento difícil sob o ponto de vista político e econômico, seria natural  que Rute tomasse a mesma decisão que a da sua irmã, Orfa. Sem marido, sem herança e na pobreza, por que não voltar para sua terra natal e estabelecer uma nova família de dentro do seu povo original?!  Mas Rute renunciou o seu próprio povo para ficar com outro estranho para ela. Isso significou trocar a cultura do seu povo pela do outro povo, deixar o deus da sua casa e reconhecer o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. O resultado da devoção de Rute a Deus e a sua consideração por Noemi, sua sogra, foi a providência de um remidor, Boaz, que a remiu e assumiu toda a responsabilidade marital com Rute.  O que significava naquele tempo sobrevivência pessoal e da descendência da família.
No Evangelho de Mateus, Rute, a moabita, é mencionada na genealogia de Jesus (1.5). É muito interessante, que além de Raabe, uma ex-prostituta de Jericó, apareça a moabita Rute oriunda de uma cultura pagã e idólatra. É a prova de que Cristo Jesus veio como o salvador de qualquer ser humano e que a sua graça é capaz de alcançar o mais vil pecador. A história de Rute nos mostra o quanto Deus guia os passos dos que desejam servi-Lo com verdade. Embora vivendo um contexto de escassez e fome,
Deus trouxe provisão à necessidade de Rute. A história dessa grande mulher nos estimula a vivermos uma vida de devoção sincera a Deus, sabendo que o
Pai é grande o bastante para abençoar o esforço das nossas mãos e a sinceridade da nossa fé.

 Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 68 – out./nov./dez. de 2016. 

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Na aula de hoje nos voltaremos para a história de uma mulher, Rute. Essa, juntamente com sua sogra Noemi, aprenderam a desfrutar da graça de Deus, mesmo diante das crises. Inicialmente, mostraremos como o Senhor protege a família, mesmo quando essa enfrenta adversidades. E ao final, apontaremos a direção bíblica para se enfrentar as situações difíceis, e o mais importante, a aprender a depender de Deus, mesmo que as circunstâncias não sejam favoráveis. 

1. TENTANDO FUGIR DAS CRISES

As crises nos desafiam, e não poucas vezes, nos conduzem ao desânimo. Durante os tempos dos juízes, ficamos atordoados, e corremos o risco de agir como nos tempos dos juízes de Israel: “cada qual fazia o que achava mais correto” (Jz. 17.6). Rute viveu nesse período, marcado por escassez e injustiças. A família de Elimeleque deixou Belém, que seria a “casa de pão”, para habitar em Moabe, na tentativa de fugir da crise. Seus filhos se casaram com mulheres moabitas, Malon se casou com Rute, e Quiliom, com Orfa. É importante ressaltar que era proibido um israelita se casar com mulheres estrangeiras (Dt. 7.1.-11; Ne. 13.1-3; Ed. 9.1-4). A tentativa de encontrar dias melhores se mostrou frustrada, considerando que Elimeleque e seus filhos morreram naquela terra. Noemi, ao saber que a escassez de comida havia findado em Belém, decidiu retornar para casa. Diante daquela situação, decidiu racionalizar sua opção, solicitando as suas noras que não a seguisse (Rt. 1.8, 11,12). Orfa, convencida pelos argumentos de Noemi, resolveu retornar para sua terra, enquanto que Rute, em um ato de confiança em Deus, seguiu sua sogra (Rt. 2.12). A declaração de fé de Rute, que se encontra em Rt. 1.16,17, é uma das mais tocantes das Escrituras. Noemi se deixou abater pelas crises, quis até mesmo trocar o seu nome para amargura (Rt. 1.21). Quando racionalizamos nossas circunstâncias diante das crises, tendemos a agir do mesmo modo. Com Rute somos desafiados a crer no improvável, e às vezes, no impossível, e saber que Deus está no comando das situações. 

2. APRENDENDO A DEPENDER DE DEUS

Deus está interessado no desenvolvimento do nosso caráter, muito mais do que na nossa prosperidade material. Não é fácil viver pela fé em um modo que se torna cada vez mais dependente do visível. Por outro lado, isso não quer dizer que devemos nos deixar vencer pelo marasmo. Rute confiava em Deus, mas foi diligente ao decidir ir a colheita. A iniciativa de Rute oportunizou seu encontro com Boaz, o parente remidor (Rt. 2.1,3). É importante saber que enquanto estamos trabalhando Deus está conosco (Mc. 16.20), em nós (Fp. 2.12) e por nós (Rm. 8.28). Rute aprendeu a desfrutar da graça de Deus, a começar pelo fato de ela ser estrangeira (Rt. 2.2). A graça de Deus foi manifestada em Boaz, como demonstração de que o Senhor usa pessoas para agraciar. Deus trabalhou naquelas circunstâncias para que tudo ocorresse conforme sua soberana vontade. Ele conduziu Rute aos campos de Boaz, e oportunizou aquele encontro. O cristão, diferentemente das pessoas do mundo, é chamado a ter esperança em Deus. A própria Noemi, que inicialmente se mostrou desanimada diante da situação, foi abençoada por meio da fé de Rute (Rt. 2.19,20). Boaz tornou-se uma benção para a vida daquela família, por ser um parente remidor, alguém que poderia salvá-la da pobreza (Lv. 25.25-34). Não podemos perder a esperança, ainda que tudo o mais se mostre fora de propósito, e que nada faça qualquer sentido (Rm. 15.13).

3. DEUS SEMPRE SÁ UMA SOLUÇÃO

A Bíblia revela um Deus de providência, que não nos abandona diante das crises. Na verdade, podemos descansar na certeza de que Jesus é nosso Parente Remidor (Jo. 8.36). Ele derramou seu precioso sangue para remissão dos nossos pecados, ainda que não sejamos merecedores de tamanha graça (Rm. 5.8). A vida de Rute foi transformada depois que ela teve um encontro com Boaz. De igual modo, nossas vidas são modificadas quando nos deixamos guiar pelo Espírito Santo, e ouvimos as palavras de Cristo. A descendência de Boaz e Rute teve implicações para a história da salvação. Eles se tornaram bisavôs de Davi, e por sua vez, compuseram a arvore genealógica do Messias. Deus trabalha nas situações, os seus propósitos podem não ser compreendidos, pois Ele sabe o que está fazendo. Os caminhos de Deus são misteriosos, nem sempre podem ser explicados pela razão. Mesmo o dogmatismo religioso é desconstruído pela graça maravilhosa de Deus. Rute, sendo uma estrangeira, entrou na genealogia de Cristo, que era judeu. Em relação à família, devemos aprender, com a narrativa do Livro de Rute, que essa deve permanecer alicerçada na graça. Nenhuma família na terra pode pensar que é perfeita, estamos todos caminhando rumo à glorificação. Até que esse dia chegue, nossas famílias devem estar fundamentadas no favor imerecido de Cristo. Esse deve ser a base dos relacionamentos familiares. Uma família onde a graça não é uma realidade, é uma família desgraçada. 

CONCLUSÃO

Deus está trabalhando pelas famílias, também devemos fazer o mesmo. Cientes, no entanto, que nossas famílias não são perfeitas. Elas precisam ser conduzidas com graça e amor, dependendo sempre de Deus, e não das circunstâncias. Com Rute, devemos aprender que Deus está no comando das situações, e que tudo Ele fará para que estejamos no centro da Sua vontade. As crises não devem pautar nossas vidas, mas a provisão de Deus, que é sempre para o nosso bem, ainda que não O compreendamos. 


Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa

Extraído do Blog subsidioebd

sábado, 12 de novembro de 2016

LIÇÃO 7: JOSÉ: FÉ EM MEIO ÀS INJUSTIÇAS





SUBSÍDIO I

José era o décimo primeiro filho de Jacó, e primeiro filho da mulher a qual seu pai mais amava: Raquel. Conhecendo o contexto da família em que José nasceu não é difícil compreender o porquê de o futuro maioral do Egito enfrentar tantas crises familiares. Além das crises internacionais, quando José era o maioral do Egito, ou antes, de chegar a ser uma autoridade respeitada na terra do rio Nilo, a crise doméstica do filho amado por Jacó revelava muito do seu caráter. Com José aprendemos que antes de Deus nos levar a enfrentar crises complexas, Ele nos instrui com as pequenas lutas familiares. No seio da família somos forjados para a luta e o encontro com a vida.
A irmã de Raquel, Leia, já havia dado seis filhos e uma filha para Jacó. A relação entre Raquel e Leia era muito difícil, pois enquanto a irmã mais velha havia dado sete filhos a Jacó, Raquel era estéril e, consequentemente, não havia dado nenhum filho para seu amado marido. Não dar à luz na época dos patriarcas era motivo de vergonha e de humilhação. Certamente, a partir de cada encontro entre Raquel e Leia a dor de não ser mãe desaguava na mente e coração da amada de Jacó. Embora o tempo seja outro, qualquer mulher sente a dor incomensurável de quando deseja ser mãe e não consegue. A dor de Raquel é a dor de muitas mulheres do século XXI!
O contexto de desentendimento e de dor entre Leia e Raquel alimentou o ódio dos filhos de Leia para com José, o filho de Raquel. O ódio regado dentro da própria casa quase foi finalizado com uma tragédia. Esta, porém, foi impedida pelo primogênito de Jacó, Rúben. Entretanto, a sua atitude de poupar José não foi suficiente para impedir seus irmãos de vendê-lo para uma caravana de compradores de escravos. A marca da trajetória do filho amado de Jacó é que mesmo em meio a tanto desprezo e desconsideração, José não permitiu que o seu coração fosse devorado pelo ódio. Humanamente, seria justo José devolver na mesma moeda quando teve a primeira oportunidade de fazê-lo. Mas não o fez. Preferiu compreender que tudo o que ocorreu era o Deus de seus pais preparando o caminho para conservar a sua família num contexto de fome e miséria mundial.
A vida de José nos ensina que devemos guardar o nosso coração do ódio, da vingança e da ação maligna. Saber gerenciar as crises com o olhar e a sabedoria de Deus é o nosso grande desafio hoje. Sob os cuidados e a orientação do mestre divino isso é possível!

 Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 68 – out./nov./dez. de 2016. 

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Prosseguindo os estudos sobre a provisão divina, na aula de hoje nos voltaremos para a história de José. A vida desse temente servo de Deus tem muito a nos ensinar a respeito da provisão divina diante das injustiças. Inicialmente destacaremos a vida de José, nos momentos que ainda habitava em Hebrom, com seus irmãos invejosos. Em seguida, veremos que Deus é Aquele que dá provisão, justamente porque esse é o significado do nome “José” em hebraico. Ao final, aprenderemos a não perder a confiança em Deus, em um mundo dominado pela injustiça.

1. JOSÉ, O FILHO PREDILETO

Não existem famílias perfeitas na Bíblia, sobretudo quando consideramos o Antigo Testamento. A família de Jacó, muito embora fosse abençoada por Deus, enfrentou vários problemas. Alguns desses também são comuns nas famílias cristãs, dentre eles destacamos a inveja, o ódio e a predileção. Ao que tudo indica, José era um filho exemplar, e dedicado aos interesses do seu pai (Gn. 37.1-4). Por causa disso seu pai demonstrava certa predileção, em relação aos demais filhos, principalmente porque José era filho da velhice, com sua amada esposa Raquel. O favoritismo sempre traz problemas para as famílias, o próprio Jacó conviveu com essa experiência (Gn. 25.28; 29.30). Uma demonstração dessa preferência de Jacó por seu filho José é concretizada no presente de uma “túnica talar”, de várias cores (Gn. 37.3). Alguns estudiosos interpretam que talvez essa tivesse um significado em termos de herança. Esse teria sido o principal motivo da inveja dos irmãos de José. Acrescido a isso, Deus deu ao jovem vários sonhos, que revelavam sua atuação futura, diante da família. Os irmãos de José ficaram tomados pelo ódio, que é um sentimento destruidor, pois excita contendas (Pv. 10.12), e conduz as pessoas para as trevas (I Jo. 2.9). Talvez tenha faltado sabedoria a José, ao revelar os sonhos aos seus irmãos. Nem sempre devemos dizer aos outros tudo o que sonhamos, e nem todos os sonhos podem ser tomados por revelação. Há sonhos que são induzidos pela própria pessoa, produto de perturbações inconscientes, ou mesmo influenciados por Satanás (Jr 23.25-28). Aqueles sonhos incitaram o ódio dos irmãos de José, que associado a inveja, foi uma combinação mortal, que resultou, inicialmente, na tentativa de matá-lo, e posteriormente, acabaram por venderem-no como escravo. 

2. JOSÉ E O DEUS QUE FAZ PROSPERAR

José foi comprado pelos mercadores, e levado para o Egito, sendo vendido a Potifar, um dos oficiais de Faraó. Aquele jovem era a manifestação da prosperidade divina, inclusive para aquele oficial. Está escrito que “o Senhor abençoou a casa do egípcio por amor de José (Gn. 39.5). Mas nem tudo seria fácil, a esposa de Potifar se interessou por José, pois esse, além de temente a Deus, também era formoso. Ela passou a tratar o jovem como um objeto do seu desejo, querendo abusar dele. Mas José fugiu da tentação, por algumas razões: a mulher era esposa do seu senhor, que confiava bastante nele, e o mais importante, aquela traição seria contra o próprio Deus (Gn. 39.9). José deixou o exemplo a respeito do qual Paulo instruiu a Timóteo, o jovem pastor de Éfeso: Foge das paixões da mocidade” (II Tm. 2.22). A temperança é uma das virtudes do fruto do Espírito (Gl. 5.22), e uma demonstração de caráter, pois “como cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio”. José foi vítima de injustiça, ao ser caluniado pela esposa de Potifar, e por causa disso foi preso injustamente. Ele teria motivos para se desesperar, principalmente durante o período em foi esquecido na prisão. Não podemos esquecer que é por meio da fé e da paciência que herdamos as promessas de Deus (Hb. 6.12; 10.36). Durante o período em que esteve cativo, José estava sendo preparado por Deus para ter grandes revelações, que demonstrariam a provisão do Senhor, não apenas para ele e sua família, mas também para todo o Egito. Depois de interpretar os sonhos do padeiro e do copeiro, iria mostrar o significado do sonho de Faraó, sendo, por causa disso, chamado a ocupar o posto de governador do Egito. 

3. JOSÉ, VENCENDO AS INJUSTIÇAS

Como José, também podemos ser injustiçados, mas precisamos aprender a confiar, e esperar em Deus. Até mesmo depois de se revelar a seus irmãos, e depois ao seu pai Jacó, José não demonstrou ressentimento, pois sabia que tudo havia acontecido para bem (Gn. 50.20). Um dos filhos de José se chamou Manassés que quer dizer “esquecimento”, isso mostra como esse homem de Deus decidiu reagir em relação as injustiças dos seus irmãos. Seu outro filho se chamou Efraim, que significa aquele que é duplamente próspero. É importante que aprendamos a passar pelas injustiças deixando as mágoas para trás. De vez em quando é preciso fazer uma avaliação de consciência, e nos despir da nossa arrogância, inclusive das prerrogativas humanas. Para tanto, devemos nos revestir de uma nova atitude de fé e de amor, mesmo diante das contrariedades (Ef. 4.20-32; Cl. 3.1-17). Somente assim as feridas dos relacionamentos podem ser saradas, as famílias que foram quebradas pelo ódio e inveja precisam fazer concessões e depender da orientação divina. José sabia o propósito do seu chamado, a função da preservação da sua vida. Ele não se envaideceu em nenhum momento, não utilizou sua função pública para se vingar, sabia que a prosperidade vinha de Deus, e com o propósito bem definido. Precisamos aprender a viver nesse mundo tão injusto, e marcado por relacionamentos interesseiros. A graça de Deus, demonstrada através do perdão, deve prevalecer na vida das pessoas. Se continuarmos plantando injustiças, e revidando na mesma moeda, terminaremos ainda mais feridos. 

CONCLUSÃO

A vida de José é uma demonstração do que Deus pode fazer para as pessoas que confiam nele. Esse homem de Deus se tornou próspero, a fim de mostrar que tudo coopera para o bem daqueles que são chamados segundo os desígnios de Deus (Rm. 8.28). Até mesmo as injustiças humanas podem fazer parte de um plano maior, que haverá de ser revelado quando Deus descortinar suas verdades espirituais (Jó. 42.3). 


Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa

Extraído do Blog subsidioebd

sábado, 5 de novembro de 2016

LIÇÃO 6: DEUS, O NOSSO PROVEDOR


SUBSÍDIO I

Embora o homem tenha o livre-arbítrio, Deus é soberano. Soberania e livre-arbítrio sempre viveram inúmeras tensões no campo da teologia. Entretanto, quando levamos em conta a teologia bíblica defrontamo-nos com textos que nos mostram Deus respeitando o livre-arbítrio do ser humano, noutro momento lançando às favas o livre-arbítrio. Ora, Ele é um Deus soberano, eterno, majestoso e Senhor de todas as coisas. Compreendendo a natureza soberana do Deus eterno, é que devemos olhar para os problemas deste mundo. No Brasil, a crise financeira está assolando todas as classes sociais. Mas uma crise como essa não acontece da noite para o dia.
Há uma série de decisões macro e microeconômicas que se tomadas equivocadamente trarão prejuízos irreparáveis a uma nação. Na esfera da economia doméstica, igualmente. Se não houver uma consciência de se a nossa despesa for maior que a nossa receita, brevemente entraremos num colapso econômico. Foi isso o que ocorreu com o nosso país e todos os dias ocorre com inúmeras famílias. Há gestão e decisões equivocadas são as razões das principais crises financeiras. Percebe como o livre-arbítrio interfere nas coisas mais comezinhas da vida? Ora, não há solução mágica. 
Entretanto, é bem verdade que problemas financeiros assaltam muitas vidas de surpresa. O desemprego, ou problema de saúde. Enfim, muitos servos de Deus entram numa provação causticante onde só perceberam que entraram em crise tempos depois, pois não imaginariam de modo algum o que viria pela frente. Aqui entra a soberania de Deus. Quando não há mais solução visível, nem perspectiva de auxílios externos, Deus age em nosso favor e derrama da sua misericórdia para conosco. Quantos testemunhos bíblicos e da história da Igreja nos mostram a ação de um Deus que prover as necessidades dos seus filhos, o cumprimento de uma bela promessa do nosso Senhor quando ensinava o Sermão do Monte: “Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.31,31). 
São muitas pessoas que têm provado da provisão de Deus nos momentos de angústias e tribulações. Nossa parte é priorizar o Reino de Deus e a sua justiça, e o nosso Pai Celestial agirá em nosso favor.

 Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 68 – out./nov./dez. de 2016. 

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Na aula de hoje estudaremos a respeito da provisão de Deus nas situações difíceis pelas quais Isaque passou. Inicialmente destacaremos que Isaque seguiu o exemplo de Abraão ao se refugiar diante da fome. Em seguida, ressaltaremos o desafio do filho do velho patriarca, diante dos vizinhos descrentes, que demonstraram inveja da sua prosperidade. Ao final, mostraremos que as crises também criam oportunidades, e como fez Isaque, precisamos aprender a “cavar poços”, mesmo que os tempos não sejam favoráveis. 

1. ISAQUE, FUGINDO DA FOME

A história de vez em quando se repete, não necessariamente do mesmo modo. Em se tratando de provações, nenhuma pessoa está livre de passar por elas (Tg. 1.1-18). O próprio Jesus declarou que no mundo teríamos aflições (Jo. 16.33), mas que deveríamos ter ânimo, e depositar nossa confiança em Deus. Isaque, o filho do patriarca Abraão, seguiu os passos do seu progenitor. A palavra “pai” é repetida seis vezes ao longo desse texto. Isso nos ensina que, de certo modo, somos tentados a repetir os equívocos dos nossos ancestrais. Isaque, assim como aconteceu com Abraão (Gn. 12.10-13.4), também enfrentou o problema da fome. Aquele desceu para o Egito, Isaque, de igual modo, fugiu para Gerar, a capital dos filisteus, a fim de buscar o auxílio de Abimeleque. Ao que tudo indica, Isaque e Rebeca estavam habitando em Beer-Laai-Roi (Gn. 25.11), sendo assim, viajaram cerca de cento e dez quilômetros noroeste, a fim de encontrarem melhores condições de vida. A fuga das adversidades é uma tendência normal para os seres humanos, mas não há outra maneira de crescer na fé, a não ser por meio das adversidades. Conforme destacou Paulo, “a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência (Rm. 5.3,4). É bem verdade que durante o sofrimento desejamos, como o salmista Davi, “asas como da pomba”, para poder voar “e achar pouso” (Sl. 55.6). Mas se quisermos deixar de ser simples pombas, e nos tornar águias que voam mais alto, precisamos subir cada vez mais (Is. 40.31).

2. CONVIVENDO COM OS VIZINHOS

As pessoas são tentadas a se moldarem às circunstâncias, sobretudo nos momentos de aflições. A fim de nos ajustar às situações, somos tentados a nos acomodar ao ambiente no qual nos encontramos. Isaque, para sobreviver as pressões e riscos diante dos vizinhos, fez concessões em relação a verdade, optando pela mentira. Faltar com a verdade, na maioria das vezes, é um escape para fugir da realidade. Quando perguntaram a Isaque se Rebeca era sua esposa, imitando a seu pai Abraão, respondeu que era sua irmã. A situação se tornou embaraçosa para Isaque quando a verdade veio à tona. É constrangedor quando a mentira de um servo de Deus é desmascarada por um incrédulo. Devemos lembrar, como ensinou Jesus, que somos sal da terra e luz do mundo (Mt. 5.13-16). Isaque precisou aprender a conviver com a inveja dos seus vizinhos (Gn. 26.12), isso porque o Senhor o fez prosperar, mesmo em tempos difíceis. Aqueles que estão debaixo da providência divina têm a promessa de que serão preservados pelo Senhor, e que não lhes faltará o essencial para a sobrevivência (Hb. 13.5). Certamente isso causará inveja em muitas pessoas, e fará com que esses tenham um sentimento maldoso. Mas não devemos nos deixar abater com aqueles que não temem ao Senhor, e que estão dominados pelo sentimento tóxico da inveja, que é podridão para os ossos (Pv. 14.30).

3. CAVANDO POÇOS

Por causa da inveja, os vizinhos de Isaque queriam se apropriar dos poços do patriarca. Os filisteus, tomados pela maldade, taparam os poços que Isaque herdou de Abraão (Gn. 26.19). Os homens de Gerar, dominados pela inveja, não davam trégua a Isaque, e o perseguia constantemente. A inveja é um sentimento doentio, as pessoas que são dominadas por ele, às vezes, nem se apercebem. Isaque, diferentemente dos seus vizinhos invejosos, decidiu confiar em Deus, e continuar cavando outros poços. Aprendemos lições importantes com esse episódio: 1) Deus cumpre as suas promessas, e abençoa aqueles que trabalham (Gn. 26.3,5); 2) A benção de Deus não nos livra dos invejosos (Gn. 26.14-17); 3) a prosperidade tem seus benefícios, mas pode também trazer problemas, contenda e ódio (Gn. 26.18-22); 4) Berseba, lugar do “poço do juramento”, é onde encontramos segurança, descansemos na certeza de que Deus é conosco (Rm. 8.31-39); 5) precisamos aprender a lidar com os conflitos, e se demonstramos a sabedoria do alto, poderemos obter reconhecimento dos opositores (Gn. 26.26-33); e 6) o acordo com os vizinhos de Isaque foi uma conquista, que possibilitou a convivência pacífica entre eles. Isaque, cujo nome significa “riso”, passou por muitas aflições, mas sabia que a provisão de Deus estava sobre ele. Devemos seguir seu exemplo, firmes na convicção que o Senhor está no comando de todas as situações.

CONCLUSÃO

As aflições são comuns, até mesmo entre aqueles que servem a Deus, mas essas podem ser oportunidades. Nas dificuldades encontramos “largueza”, desfrutamos da misericórdia do Senhor (Sl. 4.1). É na escola da adversidade que crescemos em confiança, aprendendo a depender cada vez mais de Deus (Sl. 25.17). A busca por espaço físico, e as adversidades dela decorrente, pode resultar em sofrimento, que nos levam para mais perto de Deus (Sl. 18.19).

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa

Extraído do Blog subsidioebd