SUBSÍDIO I
Estamos vivendo tempos de crise!
A Palavra de Deus relata várias vezes que esses tempos não seriam uma novidade
para a Igreja de Cristo: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão
tempos trabalhosos” (2 Tm 3.1). Seriam tempos marcados pela avareza dos homens,
presunção, soberba, blasfêmia, ingratidão, profanação, desobediência aos pais,
calúnia, traição, obstinação. Um tempo onde o ser humano olhará mais para si
mesmo do que para o outro. Entretanto, nas palavras de Jesus, que é espírito e
vida, há uma exortação para nós: “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais
paz, no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo
16.33).
Em Cristo, somos convidados a
ter paz em meio à “guerra” e às demais lutas enfrentadas em nosso dia a dia.
Por quê? Ora, as Escrituras Sagradas nos apresentam um Deus onisciente, isto é,
que sabe de todas as coisas, que não é pego de surpresa e que em tudo conhece a
nossa fragilidade e limitação. As Escrituras também nos mostram um Deus
pessoal, que apesar de ser onipotente, transcendente, soberano e todo-poderoso,
se aproxima do seu povo, pois “eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para
que não possa salvar; nem o seu ouvido, agravado, para não poder ouvir” (Is
59.1).
A lição do presente trimestre
traz uma proposta para o povo de Deus refletir a respeito de um Deus que provê.
Aqui, há uma excelente oportunidade de nos reencontrarmos com um tema sempre
presente ao longo da teologia prática da igreja pentecostal. Nossa mensagem
sempre proclamou a intervenção de Deus na história. A proclamação pentecostal
sempre afirmou que a obra redentora de Jesus Cristo na Cruz do Calvário, provê
cura para o corpo humano em resposta à oração da fé. Nesse aspecto, por
intermédio de Jesus Cristo, e mediante a oração da fé, Deus pode suprir as
nossas necessidades temporais. Aqui, não se trata de confissão positiva ou de
um processo apelativo da Teologia da Prosperidade, mas do exercício genuíno de
fé em que se formos a Deus com sinceridade, Ele é poderoso para intervir na
situação humana, a mais trágica de que se pode imaginar.
As grandes distorções e
devaneios de alguns movimentos supostamente pentecostais, não podem tirar de
nossa mente e coração a esperança de que o nosso Deus responde a oração
mediante a fé e por intermédio do nome de Jesus Cristo. Portanto,
desejamos um trimestre de bênçãos!
Fonte: Revista Ensinador
Cristão, Ano 17 - nº 68 – out./nov./dez. de 2016.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Neste trimestre estudaremos a respeito do Deus de
toda provisão, sobretudo nesses últimos dias, marcados por crises política,
econômica e espiritual. No início da aula nos voltaremos para as causas da
crise, em segue destacaremos as características dos tempos de crise, e ao
final, daremos orientações bíblicas para sobreviver as crises. Nossa
expectativa é que ao longo dessas aulas sejamos confortados pelo Deus da
Palavra, que nos dar força espiritual para enfrentar as adversidades.
1. AS CAUSAS
DAS CRISES
As crises existem, elas são reais, e a sua causa,
ao contrário do que postulam alguns sociólogos, está na natureza pecaminosa dos
seres humanos. Há estudiosos que apontam as consequências como se essas fossem
a causa das crises. Os problemas com os quais nos deparamos na sociedade
contemporânea são apenas a ponta do iceberg. A causa das crises se encontra no
pecado, na rebeldia do ser humano ao Seu Criador. No livro de Gênesis
compreendemos que Deus criou um mundo perfeito, mas o primeiro homem e mulher optaram
por viverem distantes do Senhor (Gn. 3.12-17). Ao invés de se submeterem à
vontade de Deus, preferiram dar ouvidos à voz de Satanás, e instigados pelo
desejo de serem quem não são, caíram em transgressão. O pecado é a principal
mazela da sociedade, é por causa dele que o homem anda a passos largos para a
destruição. Paulo é enfático ao declarar que o salário do pecado é a morte, não
apenas a física, mas também a espiritual e eterna. É o pecado que incita a
ganância, ao orgulho que conduziu Satanás à rebeldia. Umas das características
do pecado é que ele cega o entendimento das pessoas. Adão e Eva, por exemplo,
ao invés de reconhecerem o mal neles, preferiu transferi-los, ao ponto de um
culpar o outro, e por fim, culpar o próprio Deus (Gn. 3.12). Anos atrás uma
enquete foi feita, e perguntaram aos principais intelectuais da humanidade qual
o grande problema da sociedade. Vários teóricos deram respostas diversas, mas
Chesterton, o famoso escritor britânico, teve a coragem de reconhecer que o mal
da sociedade poderia ser reduzido a uma palavra: “eu”. A causa das crises são
os outros, por que todos pecaram (Rm. 3.23), mas esses outros também somos nós,
quando preferirmos trilhar nossos próprios caminhos, ao invés dos caminhos de
Deus.
2. OS TEMPOS
DE CRISES
O apóstolo Paulo adverte aos crentes que nos
últimos dias da igreja na terra sobreviriam tempos trabalhosos (I Tm. 4.1; II
Tm. 3.1). Esses tempos são marcados pela apostasia, uma decisão premeditada de
contrariar a vontade de Deus. A humanidade caída não reconhece que a vontade de
Deus é boa, agradável e perfeita (Rm. 12.1,2). Por causa disso, se ver diante
de crises que não consegue resolver. A base das crises sociais é espiritual,
não necessariamente religiosa, pois a religião pode servir apenas para expressar
a condição da queda humana. A religião humana também é uma demonstração da
queda, pois ao invés de se submeter a orientação divina, e se deixar guiar pelo
Espírito, as pessoas postulam dogmas que para nada servem. A alternativa
bíblica para a religião é o “andar no Espírito”, conduzindo-se pela orientação
divina (Gl. 5.22). Por causa da natureza, as pessoas tomam decisões
equivocadas, no campo da política, ao invés de votarem em candidatos que se
propõem a trabalhar pelo bem comum, votam em pessoas que querem apenas se
enriquecerem por meio dos recursos públicos. Na economia também identificamos
traços da queda, pois ao invés das pessoas investirem no reino de Deus, e
buscarem colocar o homem em primeiro plano, veem apenas o lucro, como se esse
fosse um fim em si mesmo. A falta de amor, o genuíno elemento do fruto do
Espírito, e o fundamento das relações humanas, tem sido a causa principal da
iniquidade (Mt. 24.12). Tiago aponta em sua Epístola que a ganância é o mal
gerador de todas as mazelas sociais (Tg. 4.4), e essa é incitada pelo amor ao
dinheiro, que é raiz de todos os males (I Tm. 6.10). A adoração a Mamom, o deus
das riquezas, e não ao Deus da provisão, é a razão das crises (Mt. 6.24).
3. SOBREVIVENDO
AS CRISES
Aqueles que creem em Deus podem sobreviver às
crises, assim como fez o profeta Habacuque, aprendem a superar as adversidades,
ainda que os tempos sejam difíceis (Hc. 3.17). Precisamos aprender a olhar para
a realidade a partir do prisma divino, e não se deixar guiar pelas cosmovisões
humanas. O dinheiro deve servir para satisfazer nossas necessidades
fundamentais, não deve se tornar um ídolo e não podemos viver exclusivamente
para ele. Paulo nos orientou a esse respeito, afirmando que havia aprendido a
se contatar com o que tinha (Fp. 4.10). É nesse contexto que podemos afirmar
com ele: “tudo posso nAquele que me fortalece” (Fp. 4.13). O contentamento é
uma virtude que precisa ser cultivada pelos cristãos, ainda que o mundo não
saiba do que se trata (I Tm. 6.6). Esse é o caminho para sobreviver as crises
da contemporaneidade, precisamos aprender a desfrutar da provisão divina. Deus
sabe do que precisamos, Ele alimenta as andorinhas dos céus, e cuida dos lírios
do campo (Mt. 6.25-34). Não temos motivos para viver ansiosos por coisa alguma,
temos um Deus que conheces nossas necessidades, e as supre em Sua soberania.
Como cidadãos da terra devemos votar, mas com realismo, identificando os
limites da política. Também é importante estar atento à direção que a economia
tem tomado, colocando o lucro como um fim em si mesmo, deixando de buscar as
necessidades humanas. No tocante a espiritualidade, o desafio é o de
desenvolver uma fé centrada na Palavra, que tenha Cristo como Exemplo Maior,
que nos instigue ao genuíno amor. Longe disso, restam apenas crises, que se
aprofundam nas próprias religiões, inclusive as cristãs. A alternativa para
esse modelo de vida centrado no eu, que impulsiona ao consumismo e ao
hedonismo, é viver para Deus, amando-O e também ao próximo como a nós mesmos
(Mt. 22.34-40).
CONCLUSÃO
Vivemos em um mundo em crise, e essa é decorrente
do pecado, da natureza caída dos seres humanos. Diante dessa realidade,
precisamos de uma revolução espiritual, fundamentada no genuíno amor cristão.
Somente o amor-agape é capaz de se sacrificar pelo próximo, tenho Cristo como
maior demonstração dessa verdade (Jo. 3.16). Com base na vida e ensinamentos
dEle, precisamos aprender a viver em contentamento, e a confiar nos cuidados do
Deus de Toda Provisão, que sabe do que necessitamos.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
Neste trimestre, estudaremos as crises que o
mundo decaído vem enfrentando ao longo do tempo. Jesus nos alertou que no mundo
teríamos aflições, mas prometeu estar conosco todos os dias, até a consumação
dos séculos (Mt 28.20). Não estamos sozinhos em meio às crises. Sabemos que o
Brasil enfrenta uma séria crise política, moral e econômica sem precedentes. Já
se fala em 11 milhões de desempregados. Muitas empresas estão fechando suas
portas; a indústria não consegue escoar a produção, pois o comércio não tem
para quem vender os produtos. E o resultado é a tão temida recessão econômica.
A crise também tem afetado a área da saúde. Os que buscam os hospitais públicos
sofrem nas filas de espera. Faltam médicos, remédios e leitos, e muitas pessoas
morrem sem conseguir atendimento. A Educação também tem enfrentado crises.
Vivemos em uma sociedade caótica, porém temos um Deus que cuida de nós. É o que
veremos nesta lição. [Comentário: Os tempos são de crise – econômica, política, moral e ética,
espiritual. O cotidiano está marcado por essa situação presente em todas as
áreas de nossa vida. Mas como proceder nesses, momentos aflitivos? Qual deve
ser a conduta de um cristão autêntico? A questão que Habacuque levanta e que a
maioria dos cristãos enfrenta é: Onde está Deus que vê tudo isso e não faz nada
para sanar o problema? Será que Deus não vê? Não vê toda esta brincadeira
humilhante com a vida humana, como o direito está sendo pervertido, como o
justo está sendo massacrado? Estar confiante e alegre, quando tudo vai bem é
fácil. Porém, e quando tudo parece dar errado, quando atravessamos uma profunda
crise? Aqui está o verdadeiro desafio! Sabendo que temos um Deus que zela por
nós. O profeta Habacuque canta, em tempos de crise. É um hino que parte de um
coração marcado pela dor, e sente que os tempos são difíceis. Nestas horas de
aflições é que o povo de Deus mais deve adorar. O ensino, aqui, é no sentido de
se regozijar no Senhor, venha o que vier. Paulo e Silas, na prisão, cantaram
louvores a Deus (At 16.25) e o próprio Cristo nos orienta da necessidade de nos
alegrarmos nos momentos difíceis (Mt 5.11,12). A propósito, no dizer do Rev Hernandes Dias Lopes,
a crise é um tempo de oportunidade: “Era um tempo de seca. Isaque estava na
terra dos filisteus. Isaque semeou naquela terra e colheu a cento por um. Ele
cavou poços e reabriu os poços antigos. Mesmo sendo perseguido pelos filisteus
não deixou seu coração azedar nem entrou em batalhas inúteis. Ele prosperou no
deserto. A crise é um tempo de oportunidade, uma encruzilhada onde aqueles que
confiam em Deus colocam o pé na estrada da vitória, mas os que duvidam da sua
providência, enveredam-se pelos atalhos da dúvida e incredulidade. Você foi
chamado a viver pela fé. Semeie no seu deserto e o deserto, pela graça de Deus,
florescerá. É possível, à semelhança de Isaque, prosperar no deserto!”
PROSPERANDO NO DESERTO, Hernandes Dias Lopes.] Dito isto, vamos pensar maduramente a
fé cristã?
I. A CRISE COMO UMA REALIDADE
1. Deus criou um mundo perfeito. Deus criou um mundo perfeito e nele colocou o homem, para cuidar da
criação e com ela habitar. Adão recebeu do Criador a missão de governar a Terra
e cultivar o solo. Por um período de tempo (não sabemos quanto tempo), Adão e
Eva viveram sem crise e em harmonia, governando o mundo. Todavia, Adão e Eva
caíram na tentação do Diabo, desobedecendo à ordem de Deus. Com o pecado veio o
juízo divino sobre Adão, Eva e a serpente. A terra também sofreu as consequências
do pecado (Gn 3.17). O pecado deformou a raça humana e fez com que o mundo
viesse experimentar as diferentes crises que temos visto. A primeira crise que
Adão enfrentou foi no seu relacionamento com sua esposa, Eva. Adão culpou a
Deus e a mulher pelo seu erro (Gn 3.12). Em meio às crises, sejam elas de
diferente ordem, temos a tendência de sempre culpar alguém. [Comentário: Gênesis 3 descreve a rebelião de Adão e Eva contra Deus e
contra Seus mandamentos. Desde então, o pecado tem sido passado de geração a
geração e nós, descendentes de Adão, temos herdado pecado dele. Romanos 5.12
nos diz que através de Adão o pecado entrou no mundo, e por causa disso a morte
foi passada a todos os homens porque “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).
Essa é a condição que chamamos de pecado herdado. Assim como herdamos
características físicas de nossos pais, assim também herdamos nossas naturezas
pecaminosas de Adão. A queda de nossos primeiros pais, trouxe consequências
desastrosas não apenas para eles, mas também para toda a humanidade. Entender o
que aconteceu com Adão e Eva após o primeiro pecado é chave para compreendermos
a situação em que o homem se encontra hoje. Isto porque, Adão não agiu como uma
pessoa particular, mas como representante de toda a humanidade. Após o pecado,
há uma fuga da responsabilidade. “E ele disse: Ouvi a Tua voz soar no jardim, e
temi, porque estava nu, e escondi-me” (Gn 3.10). Adão tenta encobrir sua culpa,
colocando a culpa em Eva (v 12), que por sua vez, culpou a serpente (v 13).
Eles não aceitaram a responsabilidade pelo erro. Ao contrário transferiram a
responsabilidade para o outro. Não é assim também em nossos dias? Extraído de:http://www.monergismo.com/textos/pecado_original/pecado_gildasio.htm]
2. Uma sociedade em crise. Com a Queda, vieram os males e as crises, que assolam a Terra até os dias
atuais. A apostasia tornou-se universal. Hoje parece não haver mais limites ao
adultério, a imoralidade e a corrupção. O homem está cada dia mais distante de
Deus e cometendo toda sorte de torpeza. Nossa geração assemelha-se a dos dias
de Noé. Contudo, Deus está no controle. O Dia do Senhor virá e a sua justiça
será feita. Vivemos em uma sociedade corrupta e perversa, mas não pertencemos a
este mundo, por isso, não podemos nos conformar com a sua maneira de pensar e
agir (Rm 12.2). [Comentário: Após o pecado, a Terra foi amaldiçoada. (Gn 3.17): A
natureza sofre junto com a humanidade, compartilhando assim as consequências da
queda. As Escrituras descrevem esta maldição em três maneiras:
a) O sustento será obtido com fadiga v 17.
Assim como a mulher terá seus filhos com dor, o
homem haverá de comer o fruto da Terra por meio de trabalho penoso. Antes da
queda, o trabalho de Adão no jardim era prazeroso e agradável, mas de agora em
diante, seu trabalho, bem como o dos seus descendentes será seguido de cansaço
e tribulação.
b) A Terra produzirá cardos e abrolhos v 18.
O cultivo da terra seria mais difícil do que antes.
Cardos e abrolhos aqui significam: plantas indesejáveis, desastres naturais,
enchentes, insetos, secas e doenças. A natureza foi subvertida com o pecado do
homem. (Rm 8:20-21).
c) No suor do rosto comerás v 19.
O trabalho árduo se tornaria a porção do homem. A
vida não seria fácil.Extraído de:http://www.monergismo.com/textos/pecado_original/pecado_gildasio.htm. A Bíblia é muito clara ao afirmar que a civilização da
época pré-diluviana conseguiu alcançar um nível de perversidade nunca visto até
então. O homem estava aproveitando toda sua capacidade para a prática do mal,
mostrando que o pecado havia corrompido de forma generalizada todos os aspectos
da raça humana. Não sabemos ao certo qual era a população do planeta naquele
momento da história, porém sabemos que apenas um homem achou graça perante os
olhos do Senhor e, apenas Noé e sua família, conseguiram sobreviver ao juízo de
Deus sobre aquela geração depravada. O que acontecia nos dias de Noé que se
assemelham aos nossos dias? Afirma Jesus: “Comiam, bebiam, casavam e davam-se
em casamento”, v27. A expressão “casavam e davam-se em casamento” quer dizer,
literalmente, casar e descasar-se seguidamente. Perceba que não há qualquer
menção a Deus nessa passagem. O homem preocupa-se apenas consigo mesmo. Ele é o
centro de tudo. Isso é homocentrismo, hedonismo, humanismo, existencialismo,
secularismo. Em 2 Timóteo 4.10, Paulo conta que Demas se perdeu, “amando o
presente século”. Demas foi um obreiro que amou o secularismo. Extraído de: http://www.cpadnews.com.br/blog/antoniogilberto/fe-e-razao/26/os-perigos-da-secularizacao-nas-igrejas-(1%C2%AA-parte).html]
SUBSÍDIO BIBLIOGRÁFICO
"Adão e Eva tentaram igualar-se a Deus e
determinar seus próprios padrões de conduta (Gn 3.22). O ser humano, através da
Queda, tornou-se até certo ponto independente de Deus, e começou a fazer o seu
próprio julgamento entre o bem e o mal. Neste mundo, o julgamento ou
discernimento humano, imperfeito e pervertido, constantemente decide sobre o
que é bom ou mau. Tal coisa nunca foi da vontade de Deus, pois Ele pretendia
que conhecêssemos somente o bem, e para isso, dependendo dEle e da sua palavra.
Todos quantos confessam Cristo como Senhor, retornaram ao propósito original de
Deus para a humanidade. Passam a depender da Palavra de Deus para determinarem
o que é bom" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 38).
II. A CRISE COMO UMA CONSEQUÊNCIA DO PECADO
1. A crise na sociedade
antediluviana. Depois da Queda, o pecado se alastrou pela raça humana como
um vírus letal (Gn 6.5). Porém, o mundo antediluviano ainda não vivia o caos.
Segundo as Escrituras Sagradas não havia fome e a saúde do homem era boa, pois
a expectativa de vida era bem elevada, chegando quase a mil anos (Gn 5.27).
Embora houvesse provisão, saúde e expectativa de vida, o homem continuava longe
de Deus e entregue a toda a sorte de torpeza. A terra encontrava-se corrompida
e cheia de violência (Gn 6.11). Muitos, erroneamente, acreditam que a violência
é consequência da modernidade e do capitalismo. A violência é consequência do
pecado e da dureza do coração do homem, que vive longe do Criador. Dizendo
isso, não estamos negando que a pobreza, o desemprego e a falta de acesso à
educação contribuem para o aumento da violência. Deus é santo e não pode
tolerar o pecado, por isso, decidiu frear a maldade do homem trazendo o dilúvio
(Gn 6.13). Mas Deus também é misericordioso. Em sua bondade e misericórdia, Ele
determinou que Noé construísse uma arca. A arca serviria para abrigar Noé e sua
família, os animais e todos aqueles que acreditassem na pregação do servo de
Deus. A arca era um refúgio contra a ira de Deus. Mas aquelas pessoas não
creram nas advertências de Noé e não quiseram buscar refúgio em Deus. Somente
Noé e sua família foram salvos das águas do dilúvio formando uma nova
civilização.
[Comentário: Muitos discutem as causas da violência, mas, à luz da
Palavra de Deus, temos que a causa da violência é o pecado, a morte espiritual,
que dá início ao processo que chega até a violência. Sem o pecado, não há que
se falar em violência e é por isso, aliás, que, no reino milenial de Cristo,
haverá paz e justiça (Sl 85.10). “O
antropólogo francês René Girard, no livro “A violência e o Sagrado”, publicado
em 1972, afirma que a violência está na base da sociedade e da cultura sob a
forma dissimulada do bode expiatório. O bode expiatório, sacrificado, serve
para apaziguar e controlar a violência. Sacrifica-se um e todos ficam
contentes. A culpa foi totalmente atribuída ao bode expiatório. Atualmente
procuramos, também, os bodes expiatórios. E enquanto estes não forem
sacrificados não haverá sossego”.http://www.horaluterana.org.br/multimidia/o-pecado-e-a-violencia/.
“Já no mundo antediluviano, vemos que Deus, ao ver que a terra estava cheia de
violência, ou seja, que se tinha atingido a “medida da tolerância de Deus”,
tomou a devida providência para pôr fim àquele estado de coisas, mandando o
dilúvio, o juízo sobre toda aquela geração perversa e corrompida. O mesmo,
aliás, fará ao término da Grande Tribulação, quando, na batalha do Armagedom,
porá fim à extrema violência com que o Anticristo terá atacado os santos
daquele tempo e, mais precisamente, o remanescente de Israel. Assim também Deus
agiu com relação a Sodoma e Gomorra, com relação aos moradores de Canaã, a
Nínive e ao próprio povo do reino do norte, o reino de Israel, que, como nos dá
conta o profeta Amós, também havia enveredado pelo caminho da violência (Am
6.3) . Deus, a cada momento, tem mostrado que não permitirá que a violência
atinja limites superiores ao de Sua tolerância, sendo, mesmo, a violência
existente uma demonstração do que é o pecado e de que como Deus está no
controle de todas as coisas”. http://aandremoreira.blogspot.com.br/2009/05/violencia-chaga-visivel-do-pecado.html]
2. Crise na sociedade
pós-dilúvio. Noé repovoou a terra, porém o homem continuou com a semente
do pecado em seu coração. Não demorou muito para a crueldade adentrar na casa
do próprio Noé. O servo do Senhor plantou uma vinha, fez vinho e se embriagou
(Gn 9.20,21). Seu filho Cam, vendo o pai bêbado, expôs a sua nudez. Cam foi
amaldiçoado por Noé (Gn 9.25), numa mostra clara de que o pecado traz maldição
para a família e para a nação. Muitas vezes a crise é consequência do pecado.
Os homens se estabeleceram na antiga planície da Suméria e não demorou muito
para iniciarem a construção de uma torre. Esse era um monumento para
engrandecimento do homem. Era a busca pelo poder. Muitos, na atualidade estão
construindo monumentos para si mesmo (casas, carros importados, joias, roupas
de grife), mas não ajudam aqueles que estão necessitados. Deus não se agradou
desse projeto arrogante e fez com que cada um falasse uma língua diferente,
dificultando o ajuntamento das pessoas em um só lugar. A sociedade
pós-diluviana não se tornou melhor do que a antediluviana, pois a iniquidade
humana continuou a crescer. [Comentário: O termo “corrupção” provém do latim, “corruptione”, e o
Aurélio o define como “ato ou efeito de corromper; decomposição, putrefação”.
Figuradamente a expressão significa: “devassidão, depravação, perversão” (FERREIRA,
2004, p. 560 – acréscimo nosso). 4.2 O juízo de Deus (Gn 6.13,17). Durante o
tempo que Deus deu aos homens para se arrepender mediante a pregação de Noé,
seus contemporâneos não lhe deram ouvidos (2Pe 2.5). Com a arca já construída e
os animais dentro, Deus ordena que Noé e sua família entrem para que ele cumpra
a Sua palavra enviando sobre a terra o seu juízo (Gn 7.1-24). “Embora o pecado
e a violência possam ficar sem punição por algum tempo dentro da longanimidade
divina, todavia não serão esquecidos. Apesar de ele ser “tardio em irar-se” e
estar sempre interessado em mostrar-se misericordioso, não é absolutamente
imune a ira quando sua lei é impugnada e sua graça desprezada” (ELISSEN, 1993,
p. 318). 4.3 O livramento de Deus (Gn 6.14-16). Noé achou graça aos olhos de
Deus (Gn 6.8). O Senhor o livrou junto com a sua família do grande dilúvio,
porque este tinha um caráter santo distinguindo-se dos seus contemporâneos (Gn
6.9). Somando-se a isto a atitude do patriarca depois que recebeu a orientação
divina quanto a construção da arca, não titubeou, mas agiu com fé (Hb 11.7-a),
obedecendo de forma imparcial a Palavra de Deus (Gn 6.22; 7.5). No artigo A
HUMANIDADE DEPOIS DO DILÚVIO, do Pr. Forrest Keener, ele escreve: “omo
mencionamos antes, um erro clássico de muitos é pensar em Noé e sua
descendência como uma linhagem boa de pessoas, marcada por um comportamento
íntegro constante. Deixe-se saber que Noé foi "um homem justo". Ele
"caminhou com Deus". Deus disse sobre ele: "Eu te vi íntegro
diante de mim". Tudo isso é verdade e é um resultado da graça, mas deve
ficar claro que Noé foi ainda descendência de Adão, e ele e os seus foram todos
pecadores, mas por natureza e imputação. Poderíamos saber disso observando sua
descendência hoje, mas isso não é necessário. A Bíblia o afirma em Gênesis
8:21: "Porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua
meninice". Essa verdade é demonstrada por toda geração e está registrada
desse modo nas Escrituras, como Gênesis 9:22-29. Aqui, encontramos Noé em um
estado de embriaguez e nudez. Desse modo, ele está sustentando a tentação para
seu filho mais novo, Cão, para pecar, e seu coração depravado responde
prontamente. Isso, alternadamente, traz o julgamento sobre sua descendência até
Canaã, o mais jovem. Isso deve parecer injusto, mas se entendermos a Bíblia
corretamente, veremos a espécie humana como uma raça, e não todos eles como um
conjunto de indivíduos separados. Noé compartilhou o pecado de Adão tanto na
culpa quanto no julgamento, e isso é transmitido através de Sem, Abraão,
Isaque, Jacó, Judá e todos aqueles que nasceram ou nascerão. Mas, em Cristo,
toda a semente santa é feita justa. Considere Romanos 5:19. Deve ser notado
também que, como um resultado do efeito do pecado sobre o corpo físico, e
alguns pensam que por causa das mudanças na terra depois do dilúvio, a
expectativa de vida humana começou a diminuir rapidamente. Noé viveu 950 anos,
mas seu filho Sem (o segundo de três) viveu apenas 600 anos. Seu filho,
Arfaxade, viveu apenas 438 anos; seu filho, Selá, apenas 433; seu filho, Éber,
468, e seu filho, Pelegue, apenas 239 anos. Quando observamos dez gerações
depois, a de Abraão, a expectativa de vida diminuiu para 175 anos. Isaque,
depois dele, viveu 180 anos e Jacó, 147. Outro fato que nos ajudará a entender
essa história é que a maior parte disso teve lugar durante a vida de Noé.
Abraão nasceu cerca de 58 anos depois de Noé morrer e afastou-se de Harã apenas
cerca de dezessete anos após a morte de Noé. Há dez gerações de Adão até Noé e
dez gerações de Noé até Abraão. Como o efeito do pecado se expande rapidamente!
Mas, em tudo isso, vemos a mão de Deus muito determinada e fielmente
estabelecendo Sua aliança eterna pela qual produzirá a semente prometida, Jesus
Cristo, por Quem Ele redimirá os homens de seus pecados.” Texto extraído de:http://www.palavraprudente.com.br/estudos/forrest_k/eventosvt/cap17.html]
3. Crise nos tempos de Jesus e
na Igreja Primitiva. Jesus nasceu na terra de Israel, em uma região conhecida
como Palestina. O Filho de Deus veio ao mundo em um tempo em que o Império
Romano dominava Israel. A tensão política e a instabilidade social eram
grandes. Era um tempo de crise política, social, moral e espiritual. Mas, em
meio às crises a luz raiou dissipando as trevas e trazendo esperança para a
humanidade. Nos dias de Jesus, havia muitos pobres e necessitados. Por isso, o
Mestre ensinava que era preciso cumprir o que fora dito pelo profeta Isaías (Is
58.6,7). Não adiantava dizer que eram filhos de Abraão, caso não desfizessem o
jugo do oprimido e repartissem o pão com o faminto. Isso nos faz lembrar que a
fé sem as obras é morta (Tg 2.15-17). A Igreja Primitiva enfrentou uma terrível
perseguição. Havia muitos necessitados, todavia os irmãos acudiam os pobres e
necessitados. Em tempos de crise, os bens eram partilhados (At 4.34,35). É em
meio à crise que podemos ver o quanto as pessoas são generosas. A generosidade
aliada à comunhão fazia com que muitos fossem atraídos a Jesus Cristo,
contribuindo para o crescimento da igreja. [Comentário: “O Filho de Deus não se fez homem, em geral: fez-se tal
homem particular, judeu, galileu, num determinado momento da história do mundo.
Como homem, ele foi, portanto, marcado pela geografia e pela história do seu
país, por sua cultura; esteve sujeito às leis econômicas; entrou nos conflitos
políticos; partilhou das esperanças do seu povo. Neste Caderno, fala-se pouco
de Jesus, quase não se estudam textos bíblicos. No entanto este é um estudo
importante — e que muitas vezes se exigia de nós: uma apresentação das
condições sociais, econômicas, políticas que fizeram de Jesus o homem que ele
foi. Sem dúvida, um homem não se explica unicamente por essas diferentes
condições e Jesus menos que qualquer outro. Mas é conhecendo-as melhor que se
vê surgir com mais clareza a originalidade da sua mensagem e da sua pessoa” Christiane Saulnier e Bernard
Rolland. La Palestino au temps de Jésus © Editions du Cerf, Paris, 1979.
O cristianismo surgiu no contexto de uma relação tensa entre os judeus e o
Império Romano. Jesus ensinou claramente o princípio da separação entre os dois
reinos com a célebre declaração de Mt 22:21: “Daí a César o que é de César, e a
Deus o que é de Deus”. No seu nascimento e na sua morte, Jesus experimentou a
ira dos poderes constituídos (Mt 2:3,13; 27:2,11,37; Lc 23:2,8-12), porém o seu
maior conflito foi com o sistema religioso, não com o sistema político. Outras
referências aos governantes nos evangelhos são encontradas em: Mt 20:25-26; Lc
2:1-2; 3:1-2,19; 13:32; Jo 18:36; 19:11. http://www.mackenzie.br/7113.html.]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Maldade e violência
Essas palavras são usadas para caracterizar os
pecados que causaram o dilúvio de Gênesis. Maldade é rasab, atos criminosos que
violam os direitos dos outros e tiram proveito do sofrimento deles. Violência é
hamas, atos deliberadamente destrutivos que visam prejudicar outras pessoas.
Quando qualquer sociedade é marcada por situações frequentes de maldade e
violência corre o risco de receber o juízo de Deus.
Noé deve ser honrado por sua constante fidelidade.
Ele trabalhou durante anos na construção da arca numa planície sem água (Gn
6.3). Ele deve ter sofrido zombaria sem piedade dos seus vizinhos, nenhum dos
quais respondeu às suas advertências acerca do juízo divino. Contudo, Noé não
deixou de confiar em Deus. Manteve uma postura obediente. Percebemos a qualidade
de nossa fé quando passamos por provações" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do
Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo.
10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 29).
III. A CRISE
1. A crise política. Israel enfrentou uma terrível crise política depois da morte de Salomão.
Roboão, o filho sucessor, pede conselhos aos anciãos, mas ignora as orientações
deles. Ele prefere seguir os conselhos de seus amigos (1 Rs 12.10). Roboão
buscou fazer aquilo que era melhor para si e não para o seu povo. Os resultados
foram os piores possíveis. A nação foi dividida, afastando o povo de Deus. Essa
divisão perdurou por muito tempo trazendo dor e sofrimento para todos. Quando
homens insensatos assumem o poder, toda a nação sofre as consequências.
Atualmente, o Brasil está enfrentando uma crise política sem precedentes. Ela
tem sido destaque nos principais jornais do mundo. A cada dia surge um novo
escândalo. Estamos vivendo um momento muito delicado. A corrupção tem se alastrado
como um câncer, atingindo todos os poderes. Como Igreja do Senhor, temos que
orar em favor da nossa nação e lutar contra toda a forma de corrupção, pois
temos um Deus que é santo e que abomina tal condição. Quando escolhemos, de
forma errada, uma pessoa para nos representar tanto no Executivo quanto no
Legislativo, a injustiça se alastra e muitos problemas surgem, como os que
ocorreram em Israel (Dt 16.18-20; Is 1.23). [Comentário: O livro de 2 Reis registra três séculos tristes na história
dos reinos de Israel e Judá. Continuando a história contada em 1 Reis, este
livro relata os reinados paralelos dos reis de Israel e Judá do nono século
a.C. até a queda destes reinos. Israel caiu à Assíria em 721 a.C., e Judá caiu
À Babilônia em 586 a.C. O final do livro acrescenta mais informações sobre o
cativeiro, com a última anotação sobre a libertação de Joaquim em 561 a.C.
Estes três séculos foram especialmente tristes, não somente pela queda destes
dois reinos, mas pelos motivos que levaram o Senhor a determinar tal sofrimento
para seu povo. Depois da divisão do reino, todos os reis do norte (Israel)
foram rebeldes contra Deus. Alguns eram piores que outros, mas nenhum dos reis
de Israel se mostrou fiel ao Senhor. Pouco mais de 200 anos depois da divisão
dos reinos, Israel caiu. Vale a pena ler a explicação dos motivos deste castigo
severo, registrada em 2 Reis 17. http://www.estudosdabiblia.net/jbd069.htm. Pouco antes da morte de Salomão, em 931 a.C., Deus enviou
Aías para profetizar contra a casa de Davi por causa da idolatria de Salomão (I
Reis 11:29-31). A profecia era de que o reino de Israel seria dividido, e que
10 tribos seriam governadas por alguém de fora da casa de Davi. Apenas uma
tribo deveria ser deixada para a casa de Davi. Isso, naturalmente, totaliza 11
tribos, enquanto houve 12. A razão para isso é que a tribo de Benjamin uniu-se
com a casa de Judá e eles, aparentemente, tornaram-se uma tribo. Roboão, filho
de Salomão, foi para Siquém para ser feito rei, mas quando Jeroboão, o filho de
Nebate, servo de Salomão, ouviu isso, organizou uma conspiração que levou
Roboão a agir imprudentemente. O povo foi até Roboão e perguntou se seus
impostos sobre eles seriam aliviados em comparação àqueles de Salomão.
Rejeitando o conselho dos anciãos e aceitando aquele dos homens jovens, ele
disse que o encargo de seu governo seria tão pesado que o seu dedo pequeno
ficaria mais grosso do que a cintura de seu pai. Deste modo, Israel rebelou-se
contra ele, apedrejou seus coletores de impostos e Jeroboão se tornou rei sobre
eles. Deste ponto em diante, Israel e Judá se tornaram dois reinos separados.
Eles são geralmente aludidos como o Reino do Norte (Israel) e o Reino do Sul
(Judá). Israel rapidamente voltaria para a escravidão e o Reino do Norte
terminaria. A casa de Judá iria segui-los na escravidão não muitos anos mais
tarde, mas a nação deles, pela providência de Deus, retornaria para a região e
continuaria até o tempo de Jesus Cristo, o Messias. Observe que, na história de
Israel, Deus elevou um homem depois de outro, e prometeu benção por obediência.
Tal obediência nunca foi uma realidade. A benção prometida, ou seja, pela
obediência, só pode vir por Cristo, não de homem.http://www.palavraprudente.com.br/estudos/forrest_k/eventosvt/cap46.html.]
2. A crise econômica. Muitos países já enfrentaram terríveis crises econômicas ao longo dos
anos. Nas Escrituras Sagradas, encontramos, no livro de Gênesis, a
extraordinária crise de alimentos pela qual passou toda a terra (Gn 41.55,56).
Porém, a crise foi revelada a Faraó por intermédio de um sonho (Gn 41.1-8).
Deus deu a José a interpretação do sonho e ele foi levantado como governador do
Egito. José recebeu de Deus sabedoria para administrar em tempos de crise. A
crise foi tão intensa que pessoas de todas as terras se dirigiam ao Egito para
comprar alimento (Gn 41.57). No Brasil, a crise econômica que estamos
enfrentando está diretamente ligada à crise política. Segundo alguns
economistas, o "Brasil não sairá da crise econômica se não resolver a
crise política e ética". Em meio à crise não podemos nos desesperar nem
nos entristecer. Precisamos orar e confiar no Deus de toda provisão. [Comentário: "Registros egípcios contam que a fome, causada pelas
estiagens nas cabeceiras do Nilo, durou muitos anos. A agricultura egípcia
dependia das enchentes anuais ao longo do rio, que depositavam terra nova
fértil tornando a irrigação possível. Também nesse aspecto a autenticidade do
relato bíblico tem total sustentação histórica" Para conhecer mais leia, Guia do
Leitor da Bíblia, CPAD, p.46. [...] Quando se tornou o segundo governante
mais poderoso em posição no Egito. Ele sabia exatamente o que fazer. Durante
anos de colheitas abundantes, juntou todas as colheitas que iam além das
necessidades imediatas do povo e as armazenou em numerosas cidades do Egito.
Durante esse tempo, nasceram-lhe dois filhos. O primeiro foi chamado Manassés,
'que esquece', como testemunho de que Deus havia apagado dos pensamentos
tristes e íntimos de José os anos de trabalho e de toda a casa de seu pai. O
segundo filho foi chamado Efraim, 'dupla fertilidade', como testemunho das
providências misericordiosas de Deus na terra da sua aflição. Quando chegaram
os sete anos de fome, o Egito estava preparado com uma grande provisão de
alimentos armazenada para a emergência. Mas a seca cruzou as fronteiras do
Egito e atingiu a Palestina e outros países vizinhos. Dentro do próprio Egito,
logo as pessoas sentiram fome e pediram comida. Sem demora, José as abasteceu
de provisões segundo um plano já em execução. As pessoas tiveram a permissão de
comprar os grãos armazenados e, assim, tiveram o suficiente para comer.
Habitantes de outros países ficaram sabendo da provisão que havia no Egito e
foram comprar alimentos"(Comentário Bíblico Beacon. 1.ed. Vol 1. Rio
de Janeiro: CPAD, 2005, pp. 114,115). Se não houver uma reação adequada à
crise, ela pode desestabilizar nossa fé, comprometer nosso potencial, bem como
nossa motivação, tirando também de nós o senso de oportunidade. A história de
José nos ensina que o sofrimento pode moldar nosso caráter e levar-nos a ser
bem-sucedidos em todas as áreas de nossas vidas. Os sofrimentos nos ensinam a
lidar com circunstâncias adversas. Cada episódio na vida de José fazia parte
dos desígnios de Deus.]
3. A crise espiritual. No texto bíblico dessa lição, o profeta Habacuque, que viveu e ministrou
em Judá, questionou a Deus a respeito da crise que seu povo estava enfrentando.
O profeta estava em meio a uma sociedade agonizante, e por isso, desejava
algumas respostas de Deus. Muitas vezes, como Habacuque, diante do caos também
nos perguntamos: "Por que Senhor?" O profeta ficou perturbado ao ver
que os ímpios prosperavam e os justos iam mal. Deus, entretanto, ouviu os
questionamentos do profeta. Ele ouve e responde nossas indagações, embora nem
sempre tenhamos as respostas no momento em que queremos. O Senhor não deixou
Habacuque sem resposta (Hc 2.1,2). O Senhor falou que o seu julgamento viria
sobre Judá. Deus não tolera o pecado. Para disciplinar seu povo, Ele usaria os
babilônios (Hc 1.5-12). Habacuque questiona a Deus, porém ele era um homem de
fé. Suas indagações não eram resultado de dúvida ou incredulidade. Ele confiava
que Deus poderia suprir as necessidades do seu povo mesmo não florescendo a
figueira e não havendo fruto na vide (Hc 3.17). Mesmo que não houvesse
provisão, ele continuaria confiando na fidelidade do Senhor. Confiar em Deus em
tempos de abundância é relativamente fácil; difícil é continuar confiando na
provisão em meio à escassez. [Comentário: O profeta Habacuque viveu numa das épocas mais conturbadas
da história de Israel. Homem de oração, de profunda comunhão com o Senhor, teve
o privilégio de ver, com clareza o que estava ocorrendo e as consequências que
adviriam de tanta desobediência e afastamento do Senhor. Para que sua pregação
e testemunho permanecessem, ele escreveu sua mensagem num livro preciosíssimo.
Além dos problemas espirituais de afastamento do Senhor, havia graves problemas
internos e externos em seu país. Israel vivia um tempo de declínio espiritual e
moral. Imperavam a violência, a iniquidade, a opressão, a injustiça (1.1-4);
Nessa fase o povo estava longe de Deus e chegavam até a praticar a idolatria:
“Ai daquele que diz à madeira: Acorda! E à pedra muda: Desperta! Pode o ídolo
ensinar? Eis que está coberto de ouro e de prata, mas, no seu interior, não há
fôlego nenhum”. Enfim, havia um fracasso nacional, como descrito em Hc 1.2-5.
Notamos que os homens que não servem a Deus agem da mesma forma em todas as
épocas: exploração do próximo, enriquecimento ilícito, ameaças, violência e
assim por diante. O que Deus fez ontem pode fazer hoje, Hc 3.3. Deixemos o
Senhor ficar no controle da Igreja. Para isso, devemos orar como o profeta
Habacuque. “Aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos”, 3.2. E, se isso
fizermos, o tão precioso avivamento certamente virá, a renovação se firmará e
todos os pastores e igrejas triunfarão na plenitude do Espírito Santo. http://www.iprb.org.br/artigos/textos/art51_100/art74.htm]
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
O profeta Habacuque viveu em Judá,
provavelmente durante o reinado de Josias. Todavia, apesar do verniz
superficial da religião, essa sociedade foi arruinada pela injustiça.
No passado, muitos profetas já haviam identificado
e condenado duramente a sociedade injusta de Judá, mas foi sobre o governo de
Manassés, avô de Josias, que a sociedade hebraica comprometeu-se com a
idolatria, atrelada aos males sociais. Josias, que assumira o trono aos oito
anos de idade, conclamou a nação a que voltasse para Deus. Após ter encontrado
um livro perdido da lei de Deus, extirpou a idolatria, restabeleceu o Culto no
Templo e empenhou-se na administração da antiga lei de Deus. Muito embora, todos
esses procedimentos não tenham conseguido eliminar a corrupção, profundamente
enraizada entre o povo e suas instituições.
Habacuque, ao rogar a Deus por uma explicação do
por que Ele permitiria que o iníquo pecasse e o inocente sofresse, recebe a
resposta. Na época, Deus estava preparando os babilônios para ingressarem no
rol das potências mundiais.
O Senhor usaria as forças armadas desses pagãos
para que seu próprio povo fosse punido. Habacuque entendeu o plano de Deus,
pois o uso de nações inimigas para disciplinar Israel e Judá era um precedente
bem arquitetado. Não obstante, havia ainda um problema de ordem moral que
perturbava o profeta. Como poderia Deus usar um povo menos justo para
disciplinar o mais justo? Desde o início, este tema palpitante tem
causado preocupação aos crentes de uma forma ou de outra. Por que permitiria
Deus que o iníquo alcançasse sucesso neste mundo?
Por que Ele não tomaria atitude alguma de sorte que
os bons e não os ímpios prosperassem? As respostas que encontramos em Habacuque
deixam evidente que o ímpio não será bem-sucedido, pois não há quem, bom ou
mau, que possa evitar a mão disciplinadora do Senhor" (RICHARDS, Lawrence
O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por
capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 560).
CONCLUSÃO
O mundo pode estar em crise, mas o Reino dos Céus
não. O Senhor é soberano e não perdeu o controle da situação. O governo está em
suas mãos. O Dia do Senhor virá e os justos e ímpios terão a sua recompensa.
Não desanime. Confie, pois em breve o Senhor virá em nosso socorro. [Comentário: Por que o justo sofre? Esta
questão tem desafiado muitas pessoas desde o Antigo Testamento. A exemplo de
Jó, as crises de Habacuque ou a dúvida de Asafe no Salmo 73, todos eles estavam
intrigados com o fato de o justo atravessar tremendas tribulações. Tiago
exorta: “Sintam-se alegres quando estiverem passando por provações”.
Esta afirmativa é contrária ao evangelho pregado hoje em alguns círculos, e
isso leva a muitas pessoas chegarem enganadas às nossas Igrejas, achando que
seguir a Cristo implica em estar livre de toda espécie de dificuldades. Então,
ao passarem por provações se desorientam por completo. Nosso entendimento das
Escrituras e o que pregamos é a mesma ótica extraordinária de Tiago: quando a
sua fé vence as tribulações ela produz a perseverança, ou seja a paciência.
Essa perseverança é aquela virtude do homem que continua avançando, apesar das
dificuldades. É nas provações que se forja o caráter. As dificuldades vencidas
nos fortalecem para que enfrentemos outras que surjam com mais capacidade e
confiança.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por
meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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