SUBSÍDIO I
Pessoas portadoras de
deficiência é uma realidade na igreja local. Além de ser realidade de uma
igreja local, é também um desafio quando esse grupo é o público alvo da nossa
evangelização. O portador de deficiência tem uma vida difícil num país onde não
há adaptações de acordo com a realidade da deficiência portada. Não é uma
questão de incapacidade, pois se houvesse uma adaptação à realidade desse
público a maioria dos portadores de deficiência poderia ter uma vida
praticamente normal e independente.
Quando falamos em evangelização desse grupo de pessoas,
precisamos levar em conta as implicações do que isto quer dizer. Igrejas que
adaptem o ambiente físico para a realidade do portador de deficiência. Ora, o
desafio começa com o portador chegando à igreja. Se for cadeirante, há espaços
adaptados para ele se locomover? Sobre os surdos, há pessoas capazes de se
comunicar por intermédio da linguagem de sinais? Em relação a pessoas
portadoras de cegueira, há alguma iniciativa de leitura em braile ou outras
propostas que visem atender esse público?
Não há como falar de evangelização desses grupos sem levar
em conta o enorme desafio de nos aproximarmos e compreendermos as suas
necessidades. Para evangelizarmos determinados grupos de pessoas, temos de
levar a sério a palavra do escritor Tiago: “Meus irmãos, que aproveita se
alguém disser que tem fé e não tiver as obras? Porventura, a fé pode salvá-lo?
E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano,
e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não
derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim também
a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.” (Tg 2.14-17). A ideia aqui
do escritor bíblico é mostrar o compromisso do discípulo de Jesus com a
necessidade do outro. De modo que a nossa prática de evangelização não pode
apenas se referir à atividade verbal, a oratória, mas à iniciativa de se
encontrar com a pessoa humana necessitada de Deus e portadoras de maiores e
desafiadoras necessidades especiais.
Os desafios são inúmeros, as dificuldades são complexas,
pois a realidade não é nada romântica. Quem convive ou trabalha ao lado de
pessoas autistas, portadoras de down e tantas outras sabe que cada dia é um
desafio a ser cumprindo, um “leão derrubado”. Contemplar a independência dessas
pessoas é maravilhosamente recompensador!
Fonte:
Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 67 – julho/agosto/setembro de 2016.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
A lição de hoje diz respeito a evangelização das
pessoas com deficiência, devemos saber que essas são valiosas aos olhos de
Deus, e devem ser respeitadas. Inicialmente faremos algumas incursões
introdutórias sobre as pessoas com deficiência. Em seguida, a suficiência de
Cristo para alcançar essas pessoas, por meio da Sua graça salvadora. E ao
final, mostraremos como Jesus valorizou pessoas que tinham diferentes tipos de
deficiência. É importante ressaltar, a princípio, que a Igreja é um ambiente de
acolhimento, a todas as pessoas indistintamente, e são valiosas no Reino de
Deus.
1. A PESSOA
COM DEFICIÊNCIA, CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Não é fácil se referir as denominadas “pessoas com
deficiência”, existem diferentes posicionamentos teóricos a respeito de como
nomeá-las. Sempre que alguém se propõe a anunciar ou apresentar uma pessoa com
deficiência passa por algum tipo de incômodo, considerando os diversos pontos
de vista a respeito de quem elas são. Houve um tempo em que eram denominadas de
“portadoras de necessidades especiais”, em outros contextos de “portadores de
deficiência”. Por isso, antes de abordar o assunto, queremos deixar claro que
não pretendemos ser maldosos ao optar pela expressão “pessoa com deficiência”,
e recorremos ao usa das aspas, a fim de mostrar a imprecisão das expressões.
Isto posto, destacamos que diante de Deus todos nós somos limitados, e que
ninguém pode se considerar completo, de certo modo, somos todos “deficientes”.
Mesmo assim, as pessoas que se consideram “sem deficiência”, bem como as “com
deficiência”, foram feitas por Deus, que soberanamente as moldou (Sl. 139).
Apesar das limitações, Deus ama a todas as pessoas, e preparou um plano
especial, para cada uma delas. Há casos, inclusive, que as pessoas são
“deficientes” para a glória de Deus, como o cego de nascença de Jo. 8. Nesses
últimos anos, a vida de Joni Eareckson Tada, uma mulher que na juventude perdeu
a capacidade de mover seus membros, é um exemplo disso. Há vários anos tem
testemunhado do imenso amor de Deus pelas pessoas “com deficiência”, levando
várias delas aos pés de Cristo, demonstrando Seu amor pelo Salvador. Ela tem
realizado um ministério produtivo, viajando por vários países e mostrando às
pessoas que Jesus também esteve imobilizado na cruz do calvário. Em meio a uma
sociedade que descarta as pessoas que estão fora do mercado de trabalho, o
evangelho de Jesus Cristo mostra que a dignidade da pessoa humana independe das
suas (im)possibilidades físicas.
2. A GRAÇA
DE JESUS É SUFICIENTE PARA TODAS AS PESSOAS
A misericórdia de Deus para com as “pessoas com
deficiência” é mostrada nas Escrituras ainda no Antigo Pacto. Mifibosete, um
homem que era paralítico, foi chamado a sentar-se à mesa do rei Davi (II Sm.
4.4; 9.10). A mensagem dos profetas conclama todos a servirem a Deus, e promete
um futuro “sem deficiência” para aqueles que amam a Deus (Is. 35.1-10). O
evangelho de Jesus é inclusivo, no sentido de que todos que estão à margem da
sociedade podem ser integrados a ele (Jo. 3.16). A salvação é para todos, pois
todos são pecadores, e necessitados da graça de Deus (Rm. 3.23; 6.23; Ef.
2.8,9). As pessoas “com deficiência” também carecem da salvação de Deus. O
pecado alcançou a todas as pessoas, inclusive àquelas que “tem deficiência”.
Por isso devemos levar o evangelho da graça – favor imerecido – de Deus em
Cristo também a elas. É tarefa da Igreja conduzir as pessoas “com deficiência”
ao evangelho, mostrando que esse não exclui, muito pelo contrário, antes
ressalta o valor da pessoa humana. Esse é um trabalho que deve ser feito com
alguma especialidade. Para alcançar os cegos, existem textos bíblicos em
braile, ou mesmo em áudio, que podem ser disponibilizados a essas pessoas. A
formação em Libras é um investimento que as Igrejas precisam fazer,
considerando que essa é uma linguagem que os surdos compreendem. É importante
que essas pessoas façam parte do convívio da comunidade de fé, não sejam descartadas
em algum espaço anexado à Igreja. O cuidado inicia pela própria arquitetura do
templo, que precisa dispor de rampas, elevadores e barras para facilitar a
locomoção.
3. JESUS
DEMONSTROU O VALOR DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
O maior exemplo de inclusão no Novo Testamento é
dado por Jesus, em uma das suas parábolas, registrada em Mt. 22.1-14,
disponibiliza Seu Reino a todos indistintamente, inclusive aos “pobres, e os
aleijados, e os mancos, e os cegos (Lc. 14.21). Em Mc. 2.1-12 o Senhor reconhece
a fé de um grupo de pessoas que desceu um aleijado pelo teto. Elas “descobriram
o telhado onde estava e, fazendo um buraco, baixaram o leito onde jazia o
paralítico” (Mc. 2.4). Essa atitude deve motivar a todos que atuam no
ministério do cuidado às pessoas “com deficiência”. É preciso destacar a
dedicação de vários irmãos e irmãs que buscam aprimorarem seus conhecimentos,
através de cursos de capacitação, a fim de alcançarem essas pessoas. Elas são
os “anônimos” que conduziram o paralítico a Jesus, descendo-o pelo teto. Há
igrejas que “fecham os olhos” a essa realidade, e tratam com descaso as pessoas
“com deficiência”. Sabemos que Jesus é Aquele que cura, e pode muito bem fazer
um milagre, mas enquanto esse não acontece, nós mesmos devemos ser “o milagre”
de Deus na vida dessas pessoas. Uma igreja que é inclusive se preocupa em
ganhar as pessoas “com deficiência” para Cristo. Para tanto, devemos ter
estratégias para fazê-lo, inicialmente aprender a valorizá-las, assim como fez
Jesus. Em seguida, preparar-se para comunicar o evangelho, considerando as
especificidades de cada pessoa. É preciso também ter paciência, pois o ritmo de
algumas dessas pessoas é diferenciado, e deve ser respeitado. Como resultado da
evangelização às pessoas “com deficiência”, testemunhamos, em nossas igrejas
locais, a atuação de várias pessoas, algumas surdas, outras cegas, ou
paralíticas, que produzem bons frutos para o Reino de Deus.
CONCLUSÃO
A igreja do Senhor Jesus deve se preocupar com a
inclusão, para tanto deve evangelizar também as pessoas “com deficiência”. Essa
é uma tarefa desafiadora, que carece de formação específica, e o principal,
demonstração de amor cristão, considerando a dignidade dessas pessoas, revelada
pelo Senhor Jesus, e atestada nas Escrituras. Não esqueçamos que a ordenança de
Jesus: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc. 16.15,
inclui a todos, também as pessoas “com deficiência”, para que essas conheçam a
conhecerem essa boa nova, que aceita a todos, apesar das nossas limitações.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
As águas de Betesda eram, de vez em quando,
agitadas por um anjo de Deus. Quando isso acontecia, o primeiro enfermo a
descer ao poço era imediatamente curado. Nessa expectativa, havia, ali uma
multidão de coxos, mudos, surdos e cegos. Cada uma daquelas pessoas com
deficiência tinha alguém para baixá-la às águas. Mas o enfermo, com quem Cristo
falou, não tinha ninguém para ajudá-lo. Então, o próprio Senhor tratou de
incluí-lo em seu Reino; salvou-lhe a alma e curou-lhe o corpo. Existem muitos
que não podem ver, não podem falar, ouvir, andar e, às vezes, não conseguem
atinar com a razão. Por Isso, como Igreja do Senhor, precisamos alcançar
aqueles com deficiência. [Comentário: O Tanque de Betesda,
que em hebraico significa “casa de misericórdia”, era localizado, segundo
Flávio Josefo, em Jerusalém, ao norte do Templo, próximo ao mercado das
ovelhas. Em escavações nesta região, no ano de 1888, o professor e arqueólogo,
Dr. Conrad Schick, achou um grande tanque com cinco pavilhões (degraus), que
levavam a uma parte mais baixa, onde havia água. Em uma de suas paredes havia a
pintura de um anjo no ato de movimentar as águas! Segundo o credo e tradição
judaica, de tempo em tempo, um anjo descia naquele tanque e movimentava as
águas, o primeiro que entrasse no tanque após o movimento, era curado de
qualquer enfermidade! Assim se arregimentavam grandes quantidades de pessoas,
esperando receber algo através de um ato místico. http://www.cacp.org.br/realmente-descia-um-anjo-no-tanque-de-betesda/. Note que a Bíblia
só relata o fato e as crenças, mas isso não significa que ela as ratifica, ou
seja, a Bíblia não confirma que um anjo descia e agitava as águas realmente;
não é do interesse da narrativa assegurar que o anjo descia ou não. O que está
muito claro na narrativa é perseverança do coxo que há 38 anos esperava por uma
oportunidade de milagre. “Ao que lhe replicou o Senhor: Quem faz a boca do
homem? ou quem faz o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego?. Não sou eu, o
Senhor?” (Êx 4.11). O Deus do pacto, o Redentor do seu povo, estava
afirmando que a deficiência não é impedimento para a participação em sua graça.
Deficientes são bem-vindos ao povo de Deus.]
I. A SUFICIÊNCIA DE CRISTO PARA COM AS PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA
Vejamos quem é esse grupo, e como era visto no
Antigo e no Novo Testamento.
1. Definição. Segundo a Organização Mundial da Saúde, “ deficiência é o
termo usado para definira ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica,
fisiológica ou anatômica. As pessoas com deficiência são as que se acham
privadas quer de seus sentidos, quer de seus movimentos, ou do pleno uso de
suas faculdades mentais. Nessa definição acham-se os cegos, mudos, surdos,
paraplégicos e tetraplégicos, os autistas, os que têm a Síndrome de Down, etc. [Comentário: Considera-se Pessoa Portadora de Deficiência (PPD) aquela
que apresente, em caráter permanente, perdas ou reduções de sua estrutura, ou
função anatômica, fisiológica, psicológica ou mental, que gerem incapacidade
para certas atividades, dentro do padrão considerado normal para o ser humano;
estas podem ser congênitas ou adquiridas. Segundo a Wikipédia, “a expressão
‘pessoa com deficiência’ pode ser aplicada referindo-se a qualquer pessoa que
vivencie uma deficiência continuamente. Contudo, há que se observar que em
contextos legais ela é utilizada de uma forma mais restrita e refere-se a
pessoas que estão sob o amparo de uma determinada legislação” https://pt.wikipedia.org/wiki/Defici%C3%AAncia.
A Lei Nº 13.146, de 6 de julho de 2015, afirma: Art 2º - Considera-se pessoa com
deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física,
mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais
barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em
igualdade de condições com as demais pessoas. § 1º - Considera-se discriminação
em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por
ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou
anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades
fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adaptações
razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.]
2. A deficiência no Antigo
Testamento. Se, por um lado, nenhum deficiente podia ser admitido no
ofício sacerdotal, por outro, vemos um coxo ser convidado a estar perpetuamente
à mesa do rei (Lv 21.16-23; 2 Sm 4.4; 9.10). O profeta Isaías, por seu turno,
consola o seu povo, prometendo-lhe que, no porvir, todas as pessoas com
deficiências serão incluídas na restauração de Israel (Is 35.1-10). [Comentário: O fato de proibir-se pessoas portadoras de deficiência em
atos litúrgicos do Antigo Testamento (Lv 21,18ss) não aponta para uma espécie
de preconceito, mas parece ser apenas um eco da repetida proibição de
sacrifícios de animais defeituosos. Isto se explica pelo fato de que os que
oficiavam no Templo representavam aqueles que só podem ter acesso a Deus se
estiverem limpos de toda mancha e pecado. A passagem toda é uma figura da
aceitação que Deus faz daqueles que são purificados pelo sangue de Cristo e
assim limpos de toda mancha e defeito causados pelo pecado.]
3. A deficiência no Novo
Testamento. Jesus Cristo, sendo a expressão máxima do amor de Deus,
veio para incluir a todos, judeus e gentios, pobres e ricos, deficientes e não
deficientes, em um só corpo (Jo 3.16; Rm 12.5). Sendo Ele um homem de dores e
experimentado no sofrimento, jamais se negou a receber um cego um paralítico ou
mesmo um leproso (Is 53.3; Mt 8.2; 9.6; Lc 7.21). O Filho de Deus inclui a
todos em seu plano redentor, pois o amor divino vai além de nossas deficiências
ou suficiências. Essa tarefa, hoje cabe a nós. Por meio de uma estratégia e uma
didática apropriada, podemos incluir os de necessidades especiais no Plano da
Salvação, ensinando-lhes a Palavra de Deus. Somente dessa forma eles poderão
vir a superar todos os seus limites espirituais, emocionais e sociais. [Comentário: Em Filipenses 2.6-8, Paulo diz que Jesus “estando na forma
de Deus” tornou-se “semelhante aos homens e reconhecido em seu aspecto como um
homem”. Por meio da Encarnação, o Verbo assume a condição humana de fraqueza e
limitação, para cumprir o plano salvífico do Pai e assume, assim, as nossas
deficiências, servindo de rampa para acesso ao Pai. Por meio da graça, todas as
pessoas, com ou sem deficiência, são chamadas à salvação (Mc 16, 15; 1Tm 2,
4-5). Em João 9.2-3 “Perguntaram-lhe os seus discípulos: Rabi, quem pecou,
este ou seus pais, para que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele pecou nem
seus pais; mas foi para que nele se manifestem as obras de Deus.” Os
deficientes eram oportunidades através dos quais o poder de Deus podia ser
revelado. Estas limitações são temporárias (1Co 15.53). Isaías 35.5-6 diz que “Então
os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se desimpedirão.
Então o coxo saltará como o cervo, e a língua do mudo cantará de alegria; porque
águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo”. A exigência divina de um
corpo no sacerdócio levítico prefigurava a perfeição moral de Cristo (Hb
9,15,14) e aponta para as qualificações espirituais requeridas por Deus para os
ministros do Novo Testamento. Todo aquele que serve no ministério deve ser
inculpável e irrepreensível (BEP). Segundo os relatos dos evangelistas, Jesus
realizou ao redor de 40 milagres notórios. Deles todos, pelo menos 21 são
relacionados a pessoas com os mais variados tipos de deficiências físicas ou
sensoriais e doenças crônicas:
- Cego de nascimento: João 9.1-7
- Cego em Betsaida: Marcos 8.22-26
- Cego Bartimeu de Jericó: Marcos 10.46; Lucas
8.35-43
- Dois cegos de Jericó: Mateus 20.29-34
- Dois cegos de Cafarnaum: Mateus 9.27-31
- Cegos na Galiléia: Mateus 15.29-31
- Cego e mudo (endemoniado): Mateus 12.22
- Mudo de Cafarnaum: Mateus 9.32-34
- Mudos na Galiléia: Mateus 15.29-31
- Surdo-mudo na Decápole: Marcos 7.31-37
- Surdo-mudo em Cesaréia: Marcos 9.16-26; Lucas
9.37-43
- Coxos na Galiléia: Mateus 15.29-31
- Leprosos de Cafarnaum: Mateus 8.1-4; Marcos 1.40;
Lucas 5.12-14
- Dez leprosos: Lucas 17.13-1
- Hidrópico: Lucas 14.1-6
- Mulher com espinha curvada: Lucas 13.11-13
- Homem de "mão seca": Mateus 12.9-13; Marcos 3.1-6; Lucas
6.6-11
- Paralítico (servo do centurião): Mateus 8.5-13
- Paralítico em Betsaida): João 5.5-9
- Paralítico de Cafarnaum: Mateus 9.1-8; Marcos
2.1-12; Lucas 5.17-26
- Outros deficientes na Galiléia: Mateus 15.29-31.]
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
Defeitos físicos desqualificavam os descendentes de
Arão para servirem como sacerdotes e oferecerem sacrifícios em favor do povo.
(1) O requisito do corpo físico integral do
sacerdote, do propósito divino, no sentido do ser um exemplo vivo da vida do
ministro a serviço do Senhor, O tendo um corpo sem defeito mais eficaz no
serviço de Deus, Todavia, quem não pudesse servir como ministro devido a tais
defeitos, não perdia o direito de participar do plano de Deus, a plena salvação
vinda pelo concerto de Deus.
(2) A exigência divina de um corpo no sacerdócio
levítico prefigurava a perfeição moral de Cristo (Hb 9,15,14) e aponta para as
qualificações espirituais requeridas por Deus para os ministros do Novo
Testamento.
Todo aquele que serve no ministério deve ser
inculpável e irrepreensível (BEP).
II. O SOM DO EVANGELHO AOS SURDOS
Para ensinar o Evangelho aos surdos, o
evangelista tem de aprender, primeiro, a comunicar-se de maneira eficiente com
cada uma delas.
1. Conduzindo os surdos a Jesus. Embora Jesus soubesse como se comunicar com os surdos, era necessário que
alguém os levasse a Ele (Mc 7.31-37). Portanto, deve o evangelista melhorar a
sua comunicação com os deficientes auditivos, a fim de explanar-lhes o Plano da
Salvação. Antes de tudo, é preciso aprender a Língua Brasileira de Sinais,
conhecida como Libras. [Comentário: Então, Jesus lhes respondeu: Ide e anunciai a João o que
vistes e ouvistes: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados,
os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres, anuncia-se-lhes o
evangelho. Lucas 7.22]
2. A integração dos surdos. Além de evangelizar os surdos, é necessário discipulá-los através de
intérpretes competentes, a fim de que eles recebam o ensino completo da Palavra
de Deus. Na Escola Dominical, recomendam-se professores especializados. Que os
cultos sejam traduzidos em Libras. Segundo pesquisas, só no Brasil existem
aproximadamente dez milhões de surdos, e a Palavra de Deus nos manda abrir a
boca em favor dos surdos-mudos (Pv 31.8). [Comentário: Imagine como seria se você tivesse que viver em uma sociedade
majoritária em que sua língua e cultura são desconhecidas. Esta é a realidade
da comunidade dos surdos, que são inibidos de se comunicar, participar da
sociedade como cidadãos ativos e, principalmente, de experimentar a alegria de
conhecer o seu Criador. O projeto inicial de Deus para o homem foi fazê-lo
conforme sua imagem e semelhança. Há uma esperança para os surdos, “...pois o
evangelho é o poder de Deus para salvar todos os que creem...” Romanos 1.16. É
seu objetivo que todos cresçam de maneira integral, que sejam conduzidos a um
relacionamento com o próprio Deus e com o seu semelhante, e este é o propósito
deste ministério: divulgar o amor de Cristo para a população surda no Brasil.Extraído
de:http://www.missoesnacionais.com.br/surdos Acesse este link e leia mais sobre o
ministério com surdos.]
SUBSÍDIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ
A Palavra de Deus declara: Ide por todo o mundo e
pregai o evangelho a criatura (Mc 16,15).
Com certeza, os alunos com deficiência estavam
incluídos grupo, pois são criaturas do Senhor e importantes para Ele. O
apóstolo Paulo nos dá o exemplo: Fiz-me fraco para com os fracos, para ganhar
os fracos, Fiz-me tudo com todos, por todos os meios chegar a salvar
alguns. Faço isso por causa do evangelho, para ser também
participante dele (1Co 9.22,23).
Êxodo 4.11 diz: "Quem fez a boca do Homem?
Isaías 35.5,6 diz: Os olhos dos cegos se abrirão, e
os ouvidos dos surdos se desimpedirão. Então os coxos saltarão como
o cervo e a língua dos mudos cantará. As pessoas com deficiência naquele dia
serão totalmente regeneradas.
O surdo não é um doente. Ele é sujeito que tem uma
língua natural própria, a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais).
Quais são as medidas a serem observadas na
comunicação com o surdo?
Em primeiro lugar, precisamos compreender que
existem surdos oralizados, ou seja, conseguem se expressar por meio da fala e
compreender o que é transmitido por meio da leitura labial.
Mesmo oralizado, o surdo continua dificuldade de
comunicação porque continua sem ouvir, Muitos desses alunos oralizados usam
aparelho auditivo, mas é preciso lembrar que o aparelho não exclui a sua
limitação, apenas ajuda.
Encontramos também o surdo não oralizados, que é
aquele que não consegue se comunicar por intermédio da fala.
A comunicação com esse grupo é de forma não verbal.
Para isso, tanto o aluno quanto o professor precisa conhecer a língua de sinais
(LIBRAS).
Atualmente, existem vários métodos de comunicação
que podem ser usado com o surdo.
Fica então a pergunta: Quais métodos podemos
utilizar na comunicação com o surdo?
É importante lembrar que o surdo ouve com os olhos,
portanto só haverá comunicação se houver visualização.
Observe:
1. Ao se comunicar com o surdo, procure ficar de
frente para ele;
2. Fale pausadamente;
3. Utilize a expressão facial e corporal;
4. Utilize vocabulário simples;
5. Procure manter uma curta distância entre você e
a pessoa surda;
6. Utilize gestos, mesmo que o surdo seja bem
oralizado;
7. Mantenha a boca e mãos livres para fazer os
gestos necessários. Não esqueça que o corpo todo 'fala';
8. Procure dominar a língua de sinais e o alfabeto
manual, principalmente nomes próprios;
9. O surdo precisa ser exposto à cultura surda para
desenvolver realmente sua língua e compor sua identidade;
10. A Libras para o surdo é a língua materna"
(CHIQUINE, Siléia. Ensinando Deficientes Auditivos, 25a Conferência de Escola
Dominical, Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 66).
III. A VISÃO DE CRISTO AOS CEGOS
Em nosso país, há seis milhões e meio de pessoas
com alguma deficiência visual. Trata-se, pois, de um campo missionário que
exige obreiros amorosos e especializados.
1. Conduzindo os cegos a Cristo. Havia sempre alguém disposto a conduzir os cegos a Jesus (Mc 10.46-52).
Hoje, com os programas de inclusão, um cego é capaz de ir e vir, sozinho, a
qualquer lugar. Não obstante, precisa ser trazido pessoalmente a Jesus. Todo
salvo pode partilhar com um deficiente visual a visão do Salvador do mundo. [Comentário:Uma característica do ministério
público de Jesus é o tempo que ele dedica aos indivíduos que sofrem no meio das
multidões (Mc 5.30-34). Note que foi necessário não apenas um condutor, mas foi
preciso que o cego de Jericó cresse que Jesus era o Messias. Ele, quando chamado
por Jesus, dirigiu-se a ele como ‘Rabboni’, uma forma aumentada de
‘Rabi’, título comum para designar um mestre; ressalta o reconhecimento e a
submissão à autoridade de Jesus! Bartimeu não deixaria que nada atrapalhasse
seu caminho para chegar até Jesus (Mc 10.48).]
2. Discipulando os cegos. No discipulado das pessoas com deficiência visual, temos de
oferecer-lhes a Bíblia e livros em Braille, para que venham a contemplar, pelo
tato, a beleza da Palavra de Deus (Is 29.18). Não se esqueça dos audiolivros.
Para tanto, providencie-lhes a Bíblia e obras cristãs mais expressivas. Para
ajudar na inclusão dos cegos, assinale a planta do templo com placas em Braille
e piso tátil. Nenhum tropeço pode estar no caminho dos que não podem ver (Dt
27.18). [Comentário: O Evangelho é inclusivo
desde seu início. Saiu da Palestina e do meio judaico para alcançar samaritanos
e gentios, mulheres, crianças, escravos, pobres, negros e todos os povos dos
"confins da terra". Mas há um grupo especial que ainda não recebeu a
atenção necessária por parte da Igreja: os portadores de deficiência. Quantas
igrejas, por exemplo, tem o seu culto “traduzido” em libras para atender às
pessoas surdas?]
SUBSÍDIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ
De acordo com o IBGE, a maioria das pessoas com
necessidades especiais do Brasil tem problemas de visão, vêm em seguida os que
apresentam alguma deficiência motora, em terceiro está o grupo dos deficientes
auditivos, depois os deficientes mentais. Entre essas classificações há também
os que acumulam múltiplas deficiências. O que é deficiência visual? A
deficiência visual é caracterizada pela perda total ou parcial, congênita ou
adquirida, da visão. Há pelo menos dois grupos de deficiência visual: Cegueira
- há perda total da visão ou pouquíssima capacidade de enxergar, o que leva a
pessoa a necessitar do Sistema Braille como meio de leitura e escrita. Baixa
visão ou visão subnormal - caracteriza-se pelo comprometimento do funcionamento
visual dos olhos, mesmo após tratamento ou correção. As pessoas com baixa visão
podem ler textos impressos ampliados ou com uso de recursos óticos especiais
(fonte: Fundação Dorina).
Pessoa com Deficiência
A sociedade vem passando por um processo de
transformação. Há um novo olhar em relação às pessoas com deficiências, Há até
mesmo uma preocupação com o uso da linguagem.
Os termos que definem a deficiência vêm se
adequando a essa visão. Atualmente e o termo correto a ser utilizado é pessoa
com deficiência, que faz parte do texto aprovado pela Convenção Internacional
para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidades das Pessoas com Deficiência,
aprovado pela Assembleia Geral da ONU, em 2006 e ratificada no Brasil em julho
de 2008 (fonte: Fundação Dorina).
Segundo dados do IBGE de 2010, no Brasil, mais de
6,5 milhões de pessoas têm alguma deficiência visual Desse total: 528,624
pessoas são incapazes de enxergar (cegos); 6.056.654 pessoas possuem grande
dificuldade permanente de enxergar (baixa visão ou visão sub-normal; outros 29
milhões de pessoas declararam possuir alguma dificuldade permanente de
enxergar, ainda que com óculos ou lentes " (LOPES, Jamil. Leitura como
Alternativa do 10 ao Aluno com Deficiência, 25a Conferência de Escola
Dominical» Rio Janeiro: CPAD, 2016, p, 69).
IV. OS PARALÍTICOS VÃO AO ENCONTRO DE CRISTO
Certa vez, quatro homens, para chegar um
paralítico à presença de Jesus, descobriram o telhado da casa onde estava o
Mestre, e baixaram o deficiente. O senhor, vendo-lhes a fé, curou o enfermo (Mc
2.1-11).
1. Conduzindo os deficientes
físicos a Cristo. Evangelizar pessoas com deficiência física exige amor e
disposição. Em algumas ocasiões temos de ir até elas (At 3.1-14). Em outras,
temos de trazê-las até nós (Lc 14.12). Os
deficientes também fazem parte da Grande Comissão e precisam ser alcançados. [Comentário: A exemplo dos 4 evangelistas devemos levar pessoas
deficientes a Cristo: “E, não podendo aproximar-se dele, por causa da
multidão, descobriram o telhado onde estava, e, fazendo um buraco, baixaram o
leito em que jazia o paralítico. E Jesus, vendo a fé deles, disse ao
paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados” (Mc 2.4,5); “A ti te
digo: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa” (Mc 2.11). Vemos
que Jesus enxergou a fé dos 4 e não a do paralítico. É recomendado ao
paralítico que leve sua cama, pois, toda vez que olhasse para ela se lembraria
de onde estivera e de quem o tirou de lá.]
2. Acesso facilitado. Para receber as pessoas com deficiência física, é urgente adaptarmos
nossos templos às suas necessidades. Providenciemos, rampas de acesso, calçadas
rebaixas, corrimões e banheiros adequados. Os cadeirantes precisam ter livre
acesso às dependências públicas da Igreja. Na hora do culto, ficarão num lugar
privilegiado, para acompanhar atentamente os trabalhos. [Comentário: Pouco se ouve sobre a acessibilidade nas igrejas, e mais que
isso, percebe-se que esta não é uma preocupação primária no projeto de
construção ou reforma de um templo. A sociedade está preocupada com a adequação
do espaço urbano e dos edifícios às necessidades de inclusão de toda população.
Não pode-se usar desculpas de que não existe cadeirante ou portador de alguma
deficiência frequentando os cultos de nossa igreja para não nos adequarmos à
esta necessidade. De fato falta um pouco mais de esclarecimento sobre as
vantagens da acessibilidade. E não se pode pensar somente no cadeirante,
pensemos também na gestante, nos idosos, em pessoas com dificuldade de
locomoção diante de uma escada. A acessibilidade deve fazer parte do cotidiano
das igrejas. A Igreja precisa adequar-se, estando apta tanto fisicamente com
acessibilidade aos cadeirantes, quanto com Ministérios específicos para
deficientes auditivos, visual e outros. Veja as soluções desta Igreja: http://www.deficienteciente.com.br/acessibilidade-na-igreja-presbiteriana-de-paulinia.html]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Cura e perdão (Mc 2.1-7)
A medicina moderna entende que há uma conexão vital
entre saúde e bem-estar mental. A Bíblia associa toda doença e sofrimento à
nossa separação de Deus. A enfermidade é uma consequência da Queda, Assim, a
maior necessidade do ser humano não é a cura física, mas a espiritual como um
todo. Jesus se preocupou tanto que satisfez a mais profunda necessidade do
paralítico, da mesma maneira como Ele deseja satisfazer a nossa"
(RICHARDS, Lawrence O, Guia do Leitor da Bíblia; Uma análise de Gênesis a
Apocalipse capitulo por capítulo, 10,ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 634).
CONCLUSÃO
O Evangelho de Cristo tem de ser anunciado a
todos, em todo tempo e lugar, por todos os meios. Por essa razão, não
deixaremos de fora nenhuma pessoa com deficiência. Os integrantes desse grupo
suspiram por um encontro pessoal com Deus. Eles não podem ser deixados de fora,
pois o Senhor, na cruz, incluiu-os em seu Reino. [Comentário: “Pois
não me envergonho do evangelho,
porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do
judeu e também do grego” (Rm 1.16). O que é este Evangelho senão que Jesus
é o Cristo prometido que redime judeus e gentios que NELE confiam, através de
Sua morte e ressurreição? Por Sua morte e ressurreição Ele redime, liberta da
culpa e do poder do pecado a todos os que nEle crêem, em todas as nações do
mundo, e isso não exclui os portadores de deficiência, qual seja ela! O
Evangelho é o método gracioso de Deus para salvação e libertação do homem.]
“NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto
não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco
Barbosa
Disponível
no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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