quinta-feira, 8 de setembro de 2016

LIÇÃO 11: EVANGELIZAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA





SUBSÍDIO I

Pessoas portadoras de deficiência é uma realidade na igreja local. Além de ser realidade de uma igreja local, é também um desafio quando esse grupo é o público alvo da nossa evangelização. O portador de deficiência tem uma vida difícil num país onde não há adaptações de acordo com a realidade da deficiência portada. Não é uma questão de incapacidade, pois se houvesse uma adaptação à realidade desse público a maioria dos portadores de deficiência poderia ter uma vida praticamente normal e independente.
Quando falamos em evangelização desse grupo de pessoas, precisamos levar em conta as implicações do que isto quer dizer. Igrejas que adaptem o ambiente físico para a realidade do portador de deficiência. Ora, o desafio começa com o portador chegando à igreja. Se for cadeirante, há espaços adaptados para ele se locomover? Sobre os surdos, há pessoas capazes de se comunicar por intermédio da linguagem de sinais? Em relação a pessoas portadoras de cegueira, há alguma iniciativa de leitura em braile ou outras propostas que visem atender esse público?
Não há como falar de evangelização desses grupos sem levar em conta o enorme desafio de nos aproximarmos e compreendermos as suas necessidades. Para evangelizarmos determinados grupos de pessoas, temos de levar a sério a palavra do escritor Tiago: “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver as obras? Porventura, a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.” (Tg 2.14-17). A ideia aqui do escritor bíblico é mostrar o compromisso do discípulo de Jesus com a necessidade do outro. De modo que a nossa prática de evangelização não pode apenas se referir à atividade verbal, a oratória, mas à iniciativa de se encontrar com a pessoa humana necessitada de Deus e portadoras de maiores e desafiadoras necessidades especiais.
Os desafios são inúmeros, as dificuldades são complexas, pois a realidade não é nada romântica. Quem convive ou trabalha ao lado de pessoas autistas, portadoras de down e tantas outras sabe que cada dia é um desafio a ser cumprindo, um “leão derrubado”. Contemplar a independência dessas pessoas é maravilhosamente recompensador!

 Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 67 – julho/agosto/setembro de 2016. 
  
SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

A lição de hoje diz respeito a evangelização das pessoas com deficiência, devemos saber que essas são valiosas aos olhos de Deus, e devem ser respeitadas. Inicialmente faremos algumas incursões introdutórias sobre as pessoas com deficiência. Em seguida, a suficiência de Cristo para alcançar essas pessoas, por meio da Sua graça salvadora. E ao final, mostraremos como Jesus valorizou pessoas que tinham diferentes tipos de deficiência. É importante ressaltar, a princípio, que a Igreja é um ambiente de acolhimento, a todas as pessoas indistintamente, e são valiosas no Reino de Deus.

1. A PESSOA COM DEFICIÊNCIA, CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Não é fácil se referir as denominadas “pessoas com deficiência”, existem diferentes posicionamentos teóricos a respeito de como nomeá-las. Sempre que alguém se propõe a anunciar ou apresentar uma pessoa com deficiência passa por algum tipo de incômodo, considerando os diversos pontos de vista a respeito de quem elas são. Houve um tempo em que eram denominadas de “portadoras de necessidades especiais”, em outros contextos de “portadores de deficiência”. Por isso, antes de abordar o assunto, queremos deixar claro que não pretendemos ser maldosos ao optar pela expressão “pessoa com deficiência”, e recorremos ao usa das aspas, a fim de mostrar a imprecisão das expressões. Isto posto, destacamos que diante de Deus todos nós somos limitados, e que ninguém pode se considerar completo, de certo modo, somos todos “deficientes”. Mesmo assim, as pessoas que se consideram “sem deficiência”, bem como as “com deficiência”, foram feitas por Deus, que soberanamente as moldou (Sl. 139). Apesar das limitações, Deus ama a todas as pessoas, e preparou um plano especial, para cada uma delas. Há casos, inclusive, que as pessoas são “deficientes” para a glória de Deus, como o cego de nascença de Jo. 8. Nesses últimos anos, a vida de Joni Eareckson Tada, uma mulher que na juventude perdeu a capacidade de mover seus membros, é um exemplo disso. Há vários anos tem testemunhado do imenso amor de Deus pelas pessoas “com deficiência”, levando várias delas aos pés de Cristo, demonstrando Seu amor pelo Salvador. Ela tem realizado um ministério produtivo, viajando por vários países e mostrando às pessoas que Jesus também esteve imobilizado na cruz do calvário. Em meio a uma sociedade que descarta as pessoas que estão fora do mercado de trabalho, o evangelho de Jesus Cristo mostra que a dignidade da pessoa humana independe das suas (im)possibilidades físicas.

2. A GRAÇA DE JESUS É SUFICIENTE PARA TODAS AS PESSOAS

A misericórdia de Deus para com as “pessoas com deficiência” é mostrada nas Escrituras ainda no Antigo Pacto. Mifibosete, um homem que era paralítico, foi chamado a sentar-se à mesa do rei Davi (II Sm. 4.4; 9.10). A mensagem dos profetas conclama todos a servirem a Deus, e promete um futuro “sem deficiência” para aqueles que amam a Deus (Is. 35.1-10). O evangelho de Jesus é inclusivo, no sentido de que todos que estão à margem da sociedade podem ser integrados a ele (Jo. 3.16). A salvação é para todos, pois todos são pecadores, e necessitados da graça de Deus (Rm. 3.23; 6.23; Ef. 2.8,9). As pessoas “com deficiência” também carecem da salvação de Deus. O pecado alcançou a todas as pessoas, inclusive àquelas que “tem deficiência”. Por isso devemos levar o evangelho da graça – favor imerecido – de Deus em Cristo também a elas. É tarefa da Igreja conduzir as pessoas “com deficiência” ao evangelho, mostrando que esse não exclui, muito pelo contrário, antes ressalta o valor da pessoa humana. Esse é um trabalho que deve ser feito com alguma especialidade. Para alcançar os cegos, existem textos bíblicos em braile, ou mesmo em áudio, que podem ser disponibilizados a essas pessoas. A formação em Libras é um investimento que as Igrejas precisam fazer, considerando que essa é uma linguagem que os surdos compreendem. É importante que essas pessoas façam parte do convívio da comunidade de fé, não sejam descartadas em algum espaço anexado à Igreja. O cuidado inicia pela própria arquitetura do templo, que precisa dispor de rampas, elevadores e barras para facilitar a locomoção.


3. JESUS DEMONSTROU O VALOR DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

O maior exemplo de inclusão no Novo Testamento é dado por Jesus, em uma das suas parábolas, registrada em Mt. 22.1-14, disponibiliza Seu Reino a todos indistintamente, inclusive aos “pobres, e os aleijados, e os mancos, e os cegos (Lc. 14.21). Em Mc. 2.1-12 o Senhor reconhece a fé de um grupo de pessoas que desceu um aleijado pelo teto. Elas “descobriram o telhado onde estava e, fazendo um buraco, baixaram o leito onde jazia o paralítico” (Mc. 2.4). Essa atitude deve motivar a todos que atuam no ministério do cuidado às pessoas “com deficiência”. É preciso destacar a dedicação de vários irmãos e irmãs que buscam aprimorarem seus conhecimentos, através de cursos de capacitação, a fim de alcançarem essas pessoas. Elas são os “anônimos” que conduziram o paralítico a Jesus, descendo-o pelo teto. Há igrejas que “fecham os olhos” a essa realidade, e tratam com descaso as pessoas “com deficiência”. Sabemos que Jesus é Aquele que cura, e pode muito bem fazer um milagre, mas enquanto esse não acontece, nós mesmos devemos ser “o milagre” de Deus na vida dessas pessoas. Uma igreja que é inclusive se preocupa em ganhar as pessoas “com deficiência” para Cristo. Para tanto, devemos ter estratégias para fazê-lo, inicialmente aprender a valorizá-las, assim como fez Jesus. Em seguida, preparar-se para comunicar o evangelho, considerando as especificidades de cada pessoa. É preciso também ter paciência, pois o ritmo de algumas dessas pessoas é diferenciado, e deve ser respeitado. Como resultado da evangelização às pessoas “com deficiência”, testemunhamos, em nossas igrejas locais, a atuação de várias pessoas, algumas surdas, outras cegas, ou paralíticas, que produzem bons frutos para o Reino de Deus.

CONCLUSÃO

A igreja do Senhor Jesus deve se preocupar com a inclusão, para tanto deve evangelizar também as pessoas “com deficiência”. Essa é uma tarefa desafiadora, que carece de formação específica, e o principal, demonstração de amor cristão, considerando a dignidade dessas pessoas, revelada pelo Senhor Jesus, e atestada nas Escrituras. Não esqueçamos que a ordenança de Jesus: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc. 16.15, inclui a todos, também as pessoas “com deficiência”, para que essas conheçam a conhecerem essa boa nova, que aceita a todos, apesar das nossas limitações.

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

As águas de Betesda eram, de vez em quando, agitadas por um anjo de Deus. Quando isso acontecia, o primeiro enfermo a descer ao poço era imediatamente curado. Nessa expectativa, havia, ali uma multidão de coxos, mudos, surdos e cegos. Cada uma daquelas pessoas com deficiência tinha alguém para baixá-la às águas. Mas o enfermo, com quem Cristo falou, não tinha ninguém para ajudá-lo. Então, o próprio Senhor tratou de incluí-lo em seu Reino; salvou-lhe a alma e curou-lhe o corpo. Existem muitos que não podem ver, não podem falar, ouvir, andar e, às vezes, não conseguem atinar com a razão. Por Isso, como Igreja do Senhor, precisamos alcançar aqueles com deficiência. [Comentário: O Tanque de Betesda, que em hebraico significa “casa de misericórdia”, era localizado, segundo Flávio Josefo, em Jerusalém, ao norte do Templo, próximo ao mercado das ovelhas. Em escavações nesta região, no ano de 1888, o professor e arqueólogo, Dr. Conrad Schick, achou um grande tanque com cinco pavilhões (degraus), que levavam a uma parte mais baixa, onde havia água. Em uma de suas paredes havia a pintura de um anjo no ato de movimentar as águas! Segundo o credo e tradição judaica, de tempo em tempo, um anjo descia naquele tanque e movimentava as águas, o primeiro que entrasse no tanque após o movimento, era curado de qualquer enfermidade! Assim se arregimentavam grandes quantidades de pessoas, esperando receber algo através de um ato místico. http://www.cacp.org.br/realmente-descia-um-anjo-no-tanque-de-betesda/. Note que a Bíblia só relata o fato e as crenças, mas isso não significa que ela as ratifica, ou seja, a Bíblia não confirma que um anjo descia e agitava as águas realmente; não é do interesse da narrativa assegurar que o anjo descia ou não. O que está muito claro na narrativa é perseverança do coxo que há 38 anos esperava por uma oportunidade de milagre. “Ao que lhe replicou o Senhor: Quem faz a boca do homem? ou quem faz o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego?. Não sou eu, o Senhor?” (Êx 4.11). O Deus do pacto, o Redentor do seu povo, estava afirmando que a deficiência não é impedimento para a participação em sua graça. Deficientes são bem-vindos ao povo de Deus.]

I. A SUFICIÊNCIA DE CRISTO PARA COM AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Vejamos quem é esse grupo, e como era visto no Antigo e no Novo Testamento.
1. Definição. Segundo a Organização Mundial da Saúde, “ deficiência é o termo usado para definira ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica. As pessoas com deficiência são as que se acham privadas quer de seus sentidos, quer de seus movimentos, ou do pleno uso de suas faculdades mentais. Nessa definição acham-se os cegos, mudos, surdos, paraplégicos e tetraplégicos, os autistas, os que têm a Síndrome de Down, etc. [Comentário: Considera-se Pessoa Portadora de Deficiência (PPD) aquela que apresente, em caráter permanente, perdas ou reduções de sua estrutura, ou função anatômica, fisiológica, psicológica ou mental, que gerem incapacidade para certas atividades, dentro do padrão considerado normal para o ser humano; estas podem ser congênitas ou adquiridas. Segundo a Wikipédia, “a expressão ‘pessoa com deficiência’ pode ser aplicada referindo-se a qualquer pessoa que vivencie uma deficiência continuamente. Contudo, há que se observar que em contextos legais ela é utilizada de uma forma mais restrita e refere-se a pessoas que estão sob o amparo de uma determinada legislação” https://pt.wikipedia.org/wiki/Defici%C3%AAncia. A Lei Nº 13.146, de 6 de julho de 2015, afirma:  Art 2º - Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. § 1º - Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.]

2. A deficiência no Antigo Testamento. Se, por um lado, nenhum deficiente podia ser admitido no ofício sacerdotal, por outro, vemos um coxo ser convidado a estar perpetuamente à mesa do rei (Lv 21.16-23; 2 Sm 4.4; 9.10). O profeta Isaías, por seu turno, consola o seu povo, prometendo-lhe que, no porvir, todas as pessoas com deficiências serão incluídas na restauração de Israel (Is 35.1-10). [Comentário: O fato de proibir-se pessoas portadoras de deficiência em atos litúrgicos do Antigo Testamento (Lv 21,18ss) não aponta para uma espécie de preconceito, mas parece ser apenas um eco da repetida proibição de sacrifícios de animais defeituosos. Isto se explica pelo fato de que os que oficiavam no Templo representavam aqueles que só podem ter acesso a Deus se estiverem limpos de toda mancha e pecado. A passagem toda é uma figura da aceitação que Deus faz daqueles que são purificados pelo sangue de Cristo e assim limpos de toda mancha e defeito causados pelo pecado.]

3. A deficiência no Novo Testamento. Jesus Cristo, sendo a expressão máxima do amor de Deus, veio para incluir a todos, judeus e gentios, pobres e ricos, deficientes e não deficientes, em um só corpo (Jo 3.16; Rm 12.5). Sendo Ele um homem de dores e experimentado no sofrimento, jamais se negou a receber um cego um paralítico ou mesmo um leproso (Is 53.3; Mt 8.2; 9.6; Lc 7.21). O Filho de Deus inclui a todos em seu plano redentor, pois o amor divino vai além de nossas deficiências ou suficiências. Essa tarefa, hoje cabe a nós. Por meio de uma estratégia e uma didática apropriada, podemos incluir os de necessidades especiais no Plano da Salvação, ensinando-lhes a Palavra de Deus. Somente dessa forma eles poderão vir a superar todos os seus limites espirituais, emocionais e sociais. [Comentário: Em Filipenses 2.6-8, Paulo diz que Jesus “estando na forma de Deus” tornou-se “semelhante aos homens e reconhecido em seu aspecto como um homem”. Por meio da Encarnação, o Verbo assume a condição humana de fraqueza e limitação, para cumprir o plano salvífico do Pai e assume, assim, as nossas deficiências, servindo de rampa para acesso ao Pai. Por meio da graça, todas as pessoas, com ou sem deficiência, são chamadas à salvação (Mc 16, 15; 1Tm 2, 4-5). Em João 9.2-3 “Perguntaram-lhe os seus discípulos: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi para que nele se manifestem as obras de Deus.” Os deficientes eram oportunidades através dos quais o poder de Deus podia ser revelado. Estas limitações são temporárias (1Co 15.53). Isaías 35.5-6 diz que “Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se desimpedirão. Então o coxo saltará como o cervo, e a língua do mudo cantará de alegria; porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo”. A exigência divina de um corpo no sacerdócio levítico prefigurava a perfeição moral de Cristo (Hb 9,15,14) e aponta para as qualificações espirituais requeridas por Deus para os ministros do Novo Testamento. Todo aquele que serve no ministério deve ser inculpável e irrepreensível (BEP). Segundo os relatos dos evangelistas, Jesus realizou ao redor de 40 milagres notórios. Deles todos, pelo menos 21 são relacionados a pessoas com os mais variados tipos de deficiências físicas ou sensoriais e doenças crônicas:
- Cego de nascimento: João 9.1-7
- Cego em Betsaida: Marcos 8.22-26
- Cego Bartimeu de Jericó: Marcos 10.46; Lucas 8.35-43
- Dois cegos de Jericó: Mateus 20.29-34
- Dois cegos de Cafarnaum: Mateus 9.27-31
- Cegos na Galiléia: Mateus 15.29-31
- Cego e mudo (endemoniado): Mateus 12.22
- Mudo de Cafarnaum: Mateus 9.32-34
- Mudos na Galiléia: Mateus 15.29-31
- Surdo-mudo na Decápole: Marcos 7.31-37
- Surdo-mudo em Cesaréia: Marcos 9.16-26; Lucas 9.37-43
- Coxos na Galiléia: Mateus 15.29-31
- Leprosos de Cafarnaum: Mateus 8.1-4; Marcos 1.40; Lucas 5.12-14
- Dez leprosos: Lucas 17.13-1
- Hidrópico: Lucas 14.1-6
- Mulher com espinha curvada: Lucas 13.11-13
- Homem de "mão seca": Mateus 12.9-13; Marcos 3.1-6; Lucas 6.6-11
- Paralítico (servo do centurião): Mateus 8.5-13
- Paralítico em Betsaida): João 5.5-9
- Paralítico de Cafarnaum: Mateus 9.1-8; Marcos 2.1-12; Lucas 5.17-26
- Outros deficientes na Galiléia: Mateus 15.29-31.]

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

Defeitos físicos desqualificavam os descendentes de Arão para servirem como sacerdotes e oferecerem sacrifícios em favor do povo.
(1) O requisito do corpo físico integral do sacerdote, do propósito divino, no sentido do ser um exemplo vivo da vida do ministro a serviço do Senhor, O tendo um corpo sem defeito mais eficaz no serviço de Deus, Todavia, quem não pudesse servir como ministro devido a tais defeitos, não perdia o direito de participar do plano de Deus, a plena salvação vinda pelo concerto de Deus.
(2) A exigência divina de um corpo no sacerdócio levítico prefigurava a perfeição moral de Cristo (Hb 9,15,14) e aponta para as qualificações espirituais requeridas por Deus para os ministros do Novo Testamento.
Todo aquele que serve no ministério deve ser inculpável e irrepreensível (BEP).

II. O SOM DO EVANGELHO AOS SURDOS

Para ensinar o Evangelho aos surdos, o evangelista tem de aprender, primeiro, a comunicar-se de maneira eficiente com cada uma delas.

1. Conduzindo os surdos a Jesus. Embora Jesus soubesse como se comunicar com os surdos, era necessário que alguém os levasse a Ele (Mc 7.31-37). Portanto, deve o evangelista melhorar a sua comunicação com os deficientes auditivos, a fim de explanar-lhes o Plano da Salvação. Antes de tudo, é preciso aprender a Língua Brasileira de Sinais, conhecida como Libras. [Comentário: Então, Jesus lhes respondeu: Ide e anunciai a João o que vistes e ouvistes: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres, anuncia-se-lhes o evangelho. Lucas 7.22]
2. A integração dos surdos. Além de evangelizar os surdos, é necessário discipulá-los através de intérpretes competentes, a fim de que eles recebam o ensino completo da Palavra de Deus. Na Escola Dominical, recomendam-se professores especializados. Que os cultos sejam traduzidos em Libras. Segundo pesquisas, só no Brasil existem aproxi­madamente dez milhões de surdos, e a Palavra de Deus nos manda abrir a boca em favor dos surdos-mudos (Pv 31.8). [Comentário: Imagine como seria se você tivesse que viver em uma sociedade majoritária em que sua língua e cultura são desconhecidas. Esta é a realidade da comunidade dos surdos, que são inibidos de se comunicar, participar da sociedade como cidadãos ativos e, principalmente, de experimentar a alegria de conhecer o seu Criador. O projeto inicial de Deus para o homem foi fazê-lo conforme sua imagem e semelhança. Há uma esperança para os surdos, “...pois o evangelho é o poder de Deus para salvar todos os que creem...” Romanos 1.16. É seu objetivo que todos cresçam de maneira integral, que sejam conduzidos a um relacionamento com o próprio Deus e com o seu semelhante, e este é o propósito deste ministério: divulgar o amor de Cristo para a população surda no Brasil.Extraído de:http://www.missoesnacionais.com.br/surdos Acesse este link e leia mais sobre o ministério com surdos.]

SUBSÍDIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

A Palavra de Deus declara: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a criatura (Mc 16,15).
Com certeza, os alunos com deficiência estavam incluídos grupo, pois são criaturas do Senhor e importantes para Ele. O apóstolo Paulo nos dá o exemplo: Fiz-me fraco para com os fracos, para ganhar os fracos, Fiz-me tudo com todos, por todos os meios chegar a salvar alguns.  Faço isso por causa do evangelho, para ser também participante dele (1Co 9.22,23).
Êxodo 4.11 diz: "Quem fez a boca do Homem?
Isaías 35.5,6 diz: Os olhos dos cegos se abrirão, e os ouvidos dos surdos se desimpedirão.  Então os coxos saltarão como o cervo e a língua dos mudos cantará. As pessoas com deficiência naquele dia serão totalmente regeneradas.
O surdo não é um doente. Ele é sujeito que tem uma língua natural própria, a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais).
Quais são as medidas a serem observadas na comunicação com o surdo?
Em primeiro lugar, precisamos compreender que existem surdos oralizados, ou seja, conseguem se expressar por meio da fala e compreender o que é transmitido por meio da leitura labial.
Mesmo oralizado, o surdo continua dificuldade de comunicação porque continua sem ouvir, Muitos desses alunos oralizados usam aparelho auditivo, mas é preciso lembrar que o aparelho não exclui a sua limitação, apenas ajuda.
Encontramos também o surdo não oralizados, que é aquele que não consegue se comunicar por intermédio da fala.
A comunicação com esse grupo é de forma não verbal. Para isso, tanto o aluno quanto o professor precisa conhecer a língua de sinais (LIBRAS).
Atualmente, existem vários métodos de comunicação que podem ser usado com o surdo.
Fica então a pergunta: Quais métodos podemos utilizar na comunicação com o surdo?
É importante lembrar que o surdo ouve com os olhos, portanto só haverá comunicação se houver visualização.
Observe:
1. Ao se comunicar com o surdo, procure ficar de frente para ele;
2. Fale pausadamente;
3. Utilize a expressão facial e corporal;
4. Utilize vocabulário simples;
5. Procure manter uma curta distân­cia entre você e a pessoa surda;
6. Utilize gestos, mesmo que o surdo seja bem oralizado;
7. Mantenha a boca e mãos livres para fazer os gestos necessários. Não esqueça que o corpo todo 'fala';
8. Procure dominar a língua de sinais e o alfabeto manual, principalmente nomes próprios;
9. O surdo precisa ser exposto à cultura surda para desenvolver realmente sua língua e compor sua identidade;
10. A Libras para o surdo é a língua materna" (CHIQUINE, Siléia. Ensinando Deficientes Auditivos, 25a Conferência de Escola Dominical, Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 66).

III. A VISÃO DE CRISTO AOS CEGOS

Em nosso país, há seis milhões e meio de pessoas com alguma defi­ciência visual. Trata-se, pois, de um campo missionário que exige obreiros amorosos e especializados.

1. Conduzindo os cegos a Cristo. Havia sempre alguém disposto a conduzir os cegos a Jesus (Mc 10.46-52). Hoje, com os programas de inclusão, um cego é capaz de ir e vir, sozinho, a qualquer lugar. Não obstante, precisa ser trazido pessoalmente a Jesus. Todo salvo pode partilhar com um deficiente visual a visão do Salvador do mundo. [Comentário:Uma característica do ministério público de Jesus é o tempo que ele dedica aos indivíduos que sofrem no meio das multidões (Mc 5.30-34). Note que foi necessário não apenas um condutor, mas foi preciso que o cego de Jericó cresse que Jesus era o Messias. Ele, quando chamado por Jesus, dirigiu-se a ele como ‘Rabboni’, uma forma aumentada  de ‘Rabi’, título comum para designar um mestre; ressalta o reconhecimento e a submissão à autoridade de Jesus! Bartimeu não deixaria que nada atrapalhasse seu caminho para chegar até Jesus (Mc 10.48).]

2. Discipulando os cegos. No discipulado das pessoas com deficiência visual, temos de oferecer-lhes a Bíblia e livros em Braille, para que venham a contemplar, pelo tato, a beleza da Palavra de Deus (Is 29.18). Não se esqueça dos audiolivros. Para tanto, providencie-lhes a Bíblia e obras cristãs mais expressivas. Para ajudar na inclusão dos cegos, assinale a planta do templo com placas em Braille e piso tátil. Nenhum tropeço pode estar no caminho dos que não podem ver (Dt 27.18). [Comentário: O Evangelho é inclusivo desde seu início. Saiu da Palestina e do meio judaico para alcançar samaritanos e gentios, mulheres, crianças, escravos, pobres, negros e todos os povos dos "confins da terra". Mas há um grupo especial que ainda não recebeu a atenção necessária por parte da Igreja: os portadores de deficiência. Quantas igrejas, por exemplo, tem o seu culto “traduzido” em libras para atender às pessoas surdas?]

SUBSÍDIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

De acordo com o IBGE, a maioria das pessoas com necessidades especiais do Brasil tem problemas de visão, vêm em seguida os que apresentam alguma deficiência motora, em terceiro está o grupo dos deficientes auditivos, depois os deficientes mentais. Entre essas clas­sificações há também os que acumulam múltiplas deficiências. O que é deficiência visual? A deficiência visual é caracterizada pela perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da visão. Há pelo menos dois grupos de deficiência visual: Cegueira - há perda total da visão ou pouquíssima capacidade de enxergar, o que leva a pessoa a necessitar do Sistema Braille como meio de leitura e escrita. Baixa visão ou visão subnormal - caracteriza-se pelo comprometimento do funcionamento visual dos olhos, mesmo após tratamento ou correção. As pessoas com baixa visão podem ler textos impressos ampliados ou com uso de recursos óticos especiais (fonte: Fundação Dorina).
Pessoa com Deficiência
A sociedade vem passando por um processo de transformação. Há um novo olhar em relação às pessoas com deficiências, Há até mesmo uma preo­cupação com o uso da linguagem.
Os termos que definem a deficiência vêm se adequando a essa visão. Atualmente e o termo correto a ser utilizado é pessoa com deficiência, que faz parte do texto aprovado pela Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidades das Pessoas com Deficiên­cia, aprovado pela Assembleia Geral da ONU, em 2006 e ratificada no Brasil em julho de 2008 (fonte: Fundação Dorina).
Segundo dados do IBGE de 2010, no Brasil, mais de 6,5 milhões de pessoas têm alguma deficiência visual Desse total: 528,624 pessoas são incapazes de enxergar (cegos); 6.056.654 pessoas possuem grande dificuldade permanente de enxergar (baixa visão ou visão sub-normal; outros 29 milhões de pessoas declararam possuir alguma dificuldade permanente de enxergar, ainda que com óculos ou lentes " (LOPES, Jamil. Leitura como Alternativa do 10 ao Aluno com Deficiência, 25a Conferência de Escola Dominical» Rio Janeiro: CPAD, 2016, p, 69).

IV. OS PARALÍTICOS VÃO AO ENCONTRO DE CRISTO

Certa vez, quatro homens, para chegar um paralítico à presença de Jesus, descobriram o telhado da casa onde estava o Mestre, e baixaram o deficiente. O senhor, vendo-lhes a fé, curou o enfermo (Mc 2.1-11).

1. Conduzindo os deficientes físicos a Cristo. Evangelizar pessoas com deficiência física exige amor e disposição. Em algumas ocasiões temos de ir até elas (At 3.1-14). Em outras, temos de trazê-las até nós (Lc 14.12).  Os deficientes também fazem parte da Grande Comissão e precisam ser alcançados. [Comentário: A exemplo dos 4 evangelistas devemos levar pessoas deficientes a Cristo: “E, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o telhado onde estava, e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralítico. E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados” (Mc 2.4,5); “A ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa” (Mc 2.11). Vemos que Jesus enxergou a fé dos 4 e não a do paralítico. É recomendado ao paralítico que leve sua cama, pois, toda vez que olhasse para ela se lembraria de onde estivera e de quem o tirou de lá.]

2. Acesso facilitado. Para receber as pessoas com deficiência física, é urgente adaptarmos nossos templos às suas necessidades. Providenciemos, rampas de acesso, calçadas rebaixas, corrimões e banheiros adequados. Os cadeirantes precisam ter livre acesso às dependências públicas da Igreja. Na hora do culto, ficarão num lugar privilegiado, para acompanhar atentamente os trabalhos. [Comentário: Pouco se ouve sobre a acessibilidade nas igrejas, e mais que isso, percebe-se que esta não é uma preocupação primária no projeto de construção ou reforma de um templo. A sociedade está preocupada com a adequação do espaço urbano e dos edifícios às necessidades de inclusão de toda população. Não pode-se usar desculpas de que não existe cadeirante ou portador de alguma deficiência frequentando os cultos de nossa igreja para não nos adequarmos à esta necessidade. De fato falta um pouco mais de esclarecimento sobre as vantagens da acessibilidade. E não se pode pensar somente no cadeirante, pensemos também na gestante, nos idosos, em pessoas com dificuldade de locomoção diante de uma escada. A acessibilidade deve fazer parte do cotidiano das igrejas. A Igreja precisa adequar-se, estando apta tanto fisicamente com acessibilidade aos cadeirantes, quanto com Ministérios específicos para deficientes auditivos, visual e outros. Veja as soluções desta Igreja: http://www.deficienteciente.com.br/acessibilidade-na-igreja-presbiteriana-de-paulinia.html]

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

Cura e perdão (Mc 2.1-7)
A medicina moderna entende que há uma conexão vital entre saúde e bem-estar mental. A Bíblia associa toda doença e sofrimento à nossa se­paração de Deus. A enfermidade é uma consequência da Queda, Assim, a maior necessidade do ser humano não é a cura física, mas a espiritual como um todo. Jesus se preocupou tanto que satisfez a mais profunda necessidade do paralítico, da mesma maneira como Ele deseja sa­tisfazer a nossa" (RICHARDS, Lawrence O, Guia do Leitor da Bíblia; Uma análise de Gênesis a Apocalipse capitulo por capítulo, 10,ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 634).


CONCLUSÃO

O Evangelho de Cristo tem de ser anunciado a todos, em todo tempo e lugar, por todos os meios. Por essa razão, não deixaremos de fora nenhuma pessoa com deficiência. Os integrantes desse grupo suspiram por um encontro pessoal com Deus. Eles não podem ser deixados de fora, pois o Senhor, na cruz, incluiu-os em seu Reino. [Comentário: Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego” (Rm 1.16). O que é este Evangelho senão que Jesus é o Cristo prometido que redime judeus e gentios que NELE confiam, através de Sua morte e ressurreição? Por Sua morte e ressurreição Ele redime, liberta da culpa e do poder do pecado a todos os que nEle crêem, em todas as nações do mundo, e isso não exclui os portadores de deficiência, qual seja ela! O Evangelho é o método gracioso de Deus para salvação e libertação do homem.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.

Francisco Barbosa

Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário