sábado, 27 de agosto de 2016

LIÇÃO 9: A EVANGELIZAÇÃO DAS CRIANÇAS





SUBSÍDIO I

A Evangelização das Crianças

Quando devemos falar de Jesus para uma criança? Naturalmente tal pergunta traz outra inevitável: Como evangelizar uma criança? Quando se tenta praticar o evangelismo infantil é possível perceber a dimensão do desafio proposto. Uma das questões essenciais que devemos levar em conta no evangelismo infantil é a idade da criança. Falar de Jesus no linguajar infantil para muitas pessoas é uma tarefa hercúlea.

Conceito de Evangelismo Infantil

Apresentar um Deus salvador para a criança é uma tarefa que todas as famílias cristãs devem priorizar. As crianças têm de ser evangelizada desde a mais tenra idade. Neste sentido, a criança precisa aprender sobre Deus desde cedo por intermédio dos seus pais. No capítulo seis de Deuteronômio, as Escrituras declaram que é tarefa dos pais conduzirem os filhos no conhecimento de Deus. O método se daria da maneira simples: assentado em casa; andando no caminho; por intermédio do próprio exemplo. A ideia é que os pais contribuam para os seus filhos amarem a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Isso passa inevitavelmente pela família cristã, pelos pais das crianças cristãs.

O que nosso Senhor falou acerca das crianças?

Nosso Senhor disse que das Crianças “é o Reino de Deus” (Mc 10.14). Ainda, o Mestre fala: “Vede, não desprezeis alguns destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre veem a face de meu Pai que está nos céus” (Mt 18.10). Esses textos bíblicos mostram que Jesus de Nazaré não hesitou em falar sobre as crianças, pois priorizou a aparente fragilidade e humildade do pequeno infante como aspectos fundamentais para se alcançar o Reino de Deus: “Em verdade vos digo que qualquer que não receber o Reino de Deus como uma criança não entrará nele” (Lc 18.17).

Deus ama as crianças

Devemos evangelizar as crianças, em primeiro lugar, porque Deus as ama. E o amor do Pai está derramado em nossos corações. A criança é aquele serzinho disponibilizado por Deus para amarmos sem medida, como da mesma forma Ele quer que nos amemos uns aos outros. Priorizar as crianças em nossas igrejas não é capricho, mas tarefa das mais sublimes e urgentes. Por isso a Educação Infantil deve funcionar plenamente. Todo o apoio deve ocorrer com a Escola Bíblica de Férias, a maior estratégia de evangelização infantil. Enquanto a igreja não se convencer em priorizar as crianças, iremos na contramão do Evangelho.

 Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 67 – julho/agosto/setembro de 2016. 


SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Quando a igreja local decide evangelizar, a iniciativa geralmente é a de ganhar os adultos. Mas não podemos esquecer que as crianças também precisam ser alcançadas para Cristo. Na aula de hoje estudaremos a esse respeito, destacando, inicialmente, a partir das Escrituras, pessoas que desde criança serviram a Deus. Em seguida, mostraremos a necessidade de evangelizar as crianças, bem como a importância de desenvolver estratégias eficazes.

1. CRIANÇAS QUE CRESCERAM

As Escrituras destacam a relevância do ensino para as crianças, a esse respeito destaca o autor dos Provérbios: “instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele” (Pv. 22.6). De fato, a criança que é educada “na doutrina e admoestação do Senhor” (Ef. 6.4), tende a dar menos trabalho, e a crescer no temor da Palavra de Deus. Na Bíblia encontramos vários personagens que ainda na infância deram seus frutos para o Senhor, e continuaram a fazê-lo depois que cresceram. Moisés desde pequeno recebeu os ensinamentos de sua mãe (Ex. 2.9), mais tarde foi levado ao palácio de Faraó, sendo adotado pela filha de Faraó (Hb. 11.24). Samuel também foi uma criança que cresceu no temor do Senhor, sua mãe Ana o dedicou ao serviço no templo (I Sm. 1.20-28). Desde a juventude aprendeu a ouvir a voz de Deus (I Sm. 3.19). A autor da Epístola aos Hebreus o colocou no rol dos heróis da fé (Hb. 11.32,33), destacando seu exemplo de fidelidade. Timóteo, desde a sua meninice, sabia “as sagradas letras” (II Tm. 3.15), que havia aprendido de sua mãe Eunice e esta, por sua vez, de sua mãe, Lóide (II Tm. 1.5). Davi aprendeu na juventude a importância de agradar a Deus, vindo a ser escolhido como rei de Israel (I Sm. 16.1). Deus era com Davi desde a infância, abençoando-o em tudo que fazia (I Sm. 16.13-18). Daniel e seus amigos, Hananias, Misael e Azarias, quando crianças, foram ensinados na Palavra de Deus, por isso decidiriam não se contaminar com as iguarias do rei (Dn. 1.8). O ensino bíblico para as crianças é uma orientação divina, a fim de que essas continuem servindo ao Senhor, mesmo quando vierem a crescer.

2. GANHANDO AS CRIANÇAS PARA CRISTO

As crianças também precisam ser alcançadas para Cristo, principalmente nos dias atuais, marcados pelo secularismo, predominante nos meios de comunicação. As mídias modernas estão semeando valores deturpados nos corações das crianças. Os pais, e a igreja em geral, precisam estar atentas, e levarem o evangelho para os pequeninos. Precisamos nos antecipar, e chegar antes do mundo, a fim de evitar que a semente fique à beira do caminho (Mt. 13.4-19). Há quem diga que a criança é apenas meia vida, mas na verdade, é uma vida inteira que pode ser dedicada a Cristo. Por isso, devemos lançar o pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharemos (Ec. 11.1). Aproveitemos, pois, essa faixa etária, pois as crianças costumam, não ter malícia (I Co. 14.20), ouvir com atenção os ensinos, receberem a mensagem com simplicidade, potencial para guardar os ensinamentos, curiosidade e aprendizado rápido. Devemos considerar a importância que Jesus deu às crianças, certa feita Ele as colocou no meio dos discípulos (Mt. 18.2). E acrescentou: “qualquer que escandalizar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar” (Mt. 18.6). As congregações evangélicas devem despertar para valorizar o departamento infantil. Há igrejas que colocam as crianças em dependências que parecem mais depósitos. A valorização dessa faixa etária é demonstrada também pela posição que ocupam na arquitetura do templo.

3. ESTRATÉGIA PARA EVANGELIZAR AS CRIANÇAS

Precisamos evangelizar tantos as crianças de fora quanto as de dentro da igreja. Os filhos dos crentes devem ser ensinados na Palavra, até que cresçam e tomem sua decisão por Cristo. É preciso planejar estratégias tanto para alcançar as crianças filhos ou não de evangélicos. Para isso precisamos usar uma linguagem acessível, utilizar figuras bíblicas, e até mesmo filmes cristãos, que despertem o interesse pela Bíblia. A Escola Bíblica Dominical continua sendo um dos meios mais eficazes para conduzir crianças a Cristo. Os pais devem esforçar-se para trazê-las ao templo (Dt. 6.6,7). Os pais de Jesus também deixaram esse exemplo, eles levaram o pequeno para o templo, a fim de adorar a Deus na páscoa (Lc. 2.27, 42). As Escolas Bíblicas de Férias também cumprem um papel importante na evangelização de crianças. A igreja deve investir na realização desse tipo de atividade, a fim de congregar as crianças em torno de atividades dinâmicas, que favoreçam a integração cristã. Existem ainda formas diversas de incentivá-las a permanecerem no temor do Senhor: inserindo-as em grupos de louvores, para cantarem ao Senhor (Sl. 8.2), sempre que possível dando-lhes oportunidade para cantar e pregar (Pv. 20.11), realizando cultos de oração para que essas aprendam a buscar a Deus, e a depender da providência do Senhor. Há outras estratégias produtivas para a evangelização de crianças, basta usar a criatividade, e o mais importante, mostrar que temos interesse por elas. É maravilho saber que existem pessoas vocacionadas para exercer esse ministério nas igrejas. Que sejamos despertamos não apenas a orar por elas, mas também apoiá-las a fim de que desempenhe as tarefas a contento.

CONCLUSÃO

A evangelização das crianças é uma tarefa da igreja, e não deve ser postergada. Os pequeninos, mesmo que não sejam valorizados pela sociedade, precisam ser estimados pelos cristãos, sobretudo aqueles que se encontram em condição de vulnerabilidade. Jesus, por também ter sido criado na fé desde a infância (Lc. 2.52), ressaltou o valor das crianças no Seu ministério (Mt. 18.14). Evangelizemos, pois, os infantes, cientes que esses, ao crerem em Cristo, se tornam parte do Corpo, não são o futuro da igreja, mas já o presente.

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Ao ordenar a pregação do Evangelho a toda criatura, Jesus referia-se também às crianças. Ele jamais as deixaria de fora, pois a vontade do Pai é que nenhuma delas se perca, mas que todas se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade (1Tm 2.4). Vamos, em nossa ação evangelística, empregar todos os nossos recursos para conduzir as criancinhas a Cristo. Quanto mais cedo elas forem evangelizadas, maior será a sua chance de escapar aos perigos físicos, morais e espirituais que as rodeiam. A evangelização dos pequeninos é mais do que prioritária; é urgentíssima. [Comentário: Porque evangelizar crianças? A única maneira de ser salvo, seja criança ou adulto, é sendo remido pelo sangue de Jesus e regenerado pelo Espírito Santo. Há quem diga que as crianças nascem com "a semente do pecado". Considero essa maneira de falar um eufemismo, uma suavização desnecessária e sem apoio bíblico. “Todos pecaram e separados estão da glória de Deus” (Rm 3:23), e isto inclui os infantes que morrem, inclusive os abortados, se é que consideramos que uma pessoa forma-se na concepção. Outros falaram que as crianças tem uma natureza pecaminosa, mas não o pecado. Também é uma maneira de reduzir o mal-estar por considerar pecadores os que nós intuitivamente achamos "inocentes". É verdade que as crianças possuem uma natureza pecaminosa, uma inclinação, predisposição para o mal. Mas elas também vem a este mundo com a culpa pelo pecado de Adão, que é imputada à toda raça, sem exceção – inevitavelmente, todos nascem no estado de inimizade com Deus, por essa razão, devemos buscar também os pequeninos.] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?

I. A CRIANÇA É PECADORA E PODE PERDER-SE

Enquanto a criança não entrar pela porta da salvação, a sua condição diante de Deus em nada difere da posição de um pecador adulto. [Comentário: Pode parecer estranho e conflitante com o texto áureo e outros textos paralelos a este, pensar em uma criança sendo condenada ao inferno. Seria justo condenar crianças ao inferno? O que diz as Escrituras?]

1. A criança é nascida em pecado. Em consequência do pecado de Adão, todos os seres humanos vêm ao mundo na condição de pecadores (Rm 5.12). Veja a confissão de Davi: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51.5). [Comentário: A Bíblia nos diz que mesmo se um bebê ou criança não cometeu pecado pessoal, todas as pessoas, incluindo bebês e crianças, são culpadas diante de Deus por causa do pecado herdado e imputado. Pecado herdado é aquele que é passado adiante pelos pais. Em Salmos 51:5, Davi escreveu: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe.” Davi reconhecia que, mesmo na concepção, já era pecador. Até mesmo o fato de que bebês morrem demonstra que até bebês são influenciados pelo pecado de Adão, já que as mortes física e espiritual foram o resultado do pecado original de Adão.]
2. A alma da criança está em perigo. O Senhor Jesus falou claramente acerca da salvação das crianças: “Assim também não é vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca” (Mt 18.14). Por que Jesus diria isto se não houvesse a possibilidade de os pequeninos se perderem? Sua declaração leva-nos a crer que a alma infantil está em perigo. Pense nisso. [Comentário: Cada pessoa, bebê ou adulto, é culpada diante de Deus; cada pessoa tem ofendido a santidade de Deus. A única forma que Deus pode ser justo e ao mesmo tempo justificar uma pessoa é só quando aquela pessoa recebe perdão através de fé em Cristo. Cristo é o único caminho. João 14:6 registra o que Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” Pedro também disse em Atos 4:12: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” Salvação é uma escolha individual. Por isso, não pode-se entender que Jesus tenha afirmado aqui (Mt 18.14) que as crianças tem livre acesso à salvação; aqui Jesus exemplifica aos discípulos o que se requer de alguém que busca a salvação; uma criança é humilde, tratável e tem um coração que confia, características que são essenciais para se chegar a Deus como pecador perdido e aceitar a salvação pela graça – como um presente. Os adultos perderam estas características essenciais e somente através da agonia do arrependimento e pela graça de Deus. é que podem readquiri-las. Já que as crianças possuem estas coisas naturalmente. Jesus está ensinando que é mais fácil para uma criança vir a Cristo do que para um adulto. A experiência prova isto também. As crianças vêm para Cristo tão rapidamente, assim que lhes é dada uma oportunidade (Mt 18.3).]
3. A questão da inocência. O bebê é inocente apenas no sentido de que não tem consciência do pecado, por ser, ainda, mental e moralmente incapaz de praticá-lo. Embora portador do pecado original, não tem o pecado experimental. Por isso, dizemos que a criança está na “idade da inocência”. Se ela vier a morrer nesse estado, irá para o céu, porquanto Deus não leva em “conta os tempos da ignorância” (At 17.30a). Todavia, a partir do momento em que a criança passa a distinguir entre o bem e o mal, torna-se culpada de seus erros e enquadra-se no restante do versículo: “anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam” (At 17.30b). [Comentário: Aqui cabe ressaltar que existem duas visões quanto à salvação de infantes: uma corrente crê que somente os filhos de pais crentes são salvas se morrerem nesta fase; outra corrente, considerando textos como Mt 18.14, acredita que Deus imputa a justiça de Cristo a elas e as salva. Esta última é a mais aceita. A “idade de responsabilização” é um conceito que ensina que aqueles que morrem antes de atingir essa “idade de responsabilização” são automaticamente salvos, pela misericórdia e graça de Deus. A “idade de responsabilização” é uma crença que Deus salva a todos que morrem antes de possuírem a habilidade de fazer uma decisão para ou contra Cristo. Treze é o número mais comum dado como a idade de responsabilização, baseado em um costume judeu de que uma criança se torna um adulto nessa idade. No entanto, não encontramos na Bíblia nenhum suporte direto para que 13 seja sempre a idade de responsabilização. Provavelmente varia de criança para criança. Uma criança atinge a idade de responsabilização quando ele ou ela já é capaz de fazer uma decisão para ou contra Cristo. O texto usado para apoiar a ideia da ‘idade da inocência’ (At 17.30), está fora de seu contexto, ‘não levou Deus em conta os tempos da ignorância’, pode ser entendido como Deus levou em consideração as limitações do conhecimento deles (atenienses) a seu respeito, mas agora Paulo revelou-lhes a verdade a respeito do Deus vivo. Como todos os povos, os atenienses são chamados ao arrependimento de seus pecados. O problema em dizer que Deus aplica o pagamento de Cristo ao pecado daqueles que não podem decidir é que a Bíblia não diz especificamente que Ele faz assim.]

SUBSÍDIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

“A base bíblica para a evangelização de crianças não se resume no fato de que eles estão prontos para a salvação, nem somente no fato de carecerem da mensagem do evangelho tanto quanto os adultos. A própria Palavra de Deus nos manda fazer esse trabalho, e há mandamentos específicos sobre as crianças.
A Bíblia apresenta algumas razões pelas quais devemos evangelizar as crianças:
1. É mandamento bíblico (Dt 4.9,10; 6.6,7; Pv 22.6);
2. Jesus deu o exemplo, por isso devemos imitá-lo (Mt 18.2; Mc 9.36,37).
3. Todos pecaram, inclusive a criança (Sl 58.3; Rm 3.23). Atos como ira, obstinação, inveja, desobediência e mentira fazem parte da natureza humana.
4. Os infanto-juvenis possuem alma imortal (Ez 18.4).
5. A Bíblia esclarece que uma criança pode ser salva (Mt 18.6).
6. Jesus recebeu ‘perfeito louvor’ da boca dos pequeninos (Mt 21.16).
É bom saber que a salvação é para todos, sem excluir ninguém. Sem nenhuma restrição quanto a cor, raça, língua, religião e idade. A forma de receber a salvação também é única — a fé em Cristo (Jo 1.12). A verdadeira evangelização é global e, por fim, a evangelização das crianças é o cumprimento da vontade de Deus.
A infância é o período em que o coração e a mente estão mais predispostos à influência do evangelho. Uma criança ganha para Cristo representa uma alma salva e uma vida que poderá ser empregada no serviço do Mestre” (FIGUEIREDO, Helena. A Importância do Evangelismo Infanto-Juvenil. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2012, pp.22,23).

II. A CRIANÇA PODE CRER E SER SALVA

A Bíblia comprova que a criança pode arrepender-se de seus pecados, crer em Jesus, recebê-lo pela fé e ser salva.
1. Os pequeninos creem em Cristo. Jesus, que sonda mentes e corações, testemunha a capacidade de os pequeninos crerem em seu nome: “E Jesus, chamando uma criança, a pôs no meio deles” (Mt 18.2). Logo a seguir, advertiu: “Mas qualquer que escandalizar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar” (Mt 18.6). Pelo que observamos no relato de Marcos, a criança que Jesus tomou como exemplo era pequena, porque Ele a pegou no colo (Mc 9.36). Sua tenra idade, porém, não constituiu qualquer obstáculo para que ela cresse em Cristo. [Comentário: Muitos questionam se as crianças de 6, 8 ou 10 anos podem aceitar a Cristo e ser regeneradas pelo Espírito Santo. Jesus respondeu à pergunta definitivamente: “Aqueles que levarem à perdição uma dessas crianças que crêem em mim…” Quando lemos em João 1.12 a promessa que “a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus”, não encontramos ali nenhum limite de idade. Uma criança pode perfeitamente se qualificar para se apropriar dela. É razoável crer que uma criança de 6 anos pode vir a Cristo e se salvar? Uma criança de 8 anos peca conscientemente? Quando ela peca, ela se sente culpada? Uma criança dessa idade tem inteligência suficiente para entender o evangelho simples de que Cristo morreu para salvar os pecadores? Uma criança pode tomar uma decisão por livre escolha? Quando estas perguntas são resolvidas, (e só há uma maneira de respondê-las), fica muito claro que certamente as crianças podem ter uma fé regeneradora. E quando elas realmente creem. Deus não irá regenerá-las de acordo com Sua promessa? Muitos dos melhores crentes hoje, sejam leigos, ministros ou missionários, acreditam que realmente nasceram de novo quando eram crianças, muitos até com menos de 6 anos (Mt 18.6). As Crianças Precisam da Salvação? Nosso Senhor respondeu esta pergunta também, afinal é muito importante. Ele diz algo surpreendente no versículo 11 (pois precisamos lembrar que Ele ainda está falando sobre crianças): que Ele veio para salvar os perdidos. As crianças estão perdidas? Nosso Senhor declarou que sim. No versículo 14, Ele diz que não é a vontade do Pai que elas pereçam, deixando claro que as crianças vão perecer se não forem levadas a Cristo. Se acreditamos no que a palavra de Deus diz aqui. nós nunca descansaremos enquanto não virmos nossas crianças, e as crianças pelas quais somos responsáveis, se converterem. http://www.verdade-viva.net/como-ensinar-o-evangelho-para-as-criancas/.]
2. As crianças das cartas bíblicas. Paulo inicia a Epístola aos Efésios saudando os “santos que estão em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus” (Ef 1.1). Ao final da carta, ele recomenda aos filhos que sejam obedientes aos pais (Ef 6.1). Logo, a mensagem do apóstolo destinava-se também às crianças que, na introdução da carta, foram incluídas entre os santos e fiéis. Quem ainda duvida de que uma criança possa experimentar a alegria da salvação? Jesus as salva e batiza-as com o Espírito Santo. [Comentário:Desde os mais antigos tempos, Deus se preocupou com o ensino bíblico para a criança. A primeira prova disso é que Ele teve o cuidado de organizar uma instituição educacional que se responsabilizasse pelo ensino, desde a mais tenra idade do indivíduo "o lar ou a família". Nós sabemos que as crianças não aprendem somente pelo método cognitivo (as aulas na escola, por exemplo), mas principalmente pela observação e imitação. Primeiro de seus pais e parentes próximos, depois das pessoas que vivem à sua volta, como amigos e pessoas da sociedade. Nesse sentido muitos de nós temos “embaraçado” as crianças e levado algumas delas para longe do Senhor. Não é isso que acontece quando damos maus exemplos a elas? Ou quando não damos os bons exemplos que elas tanto necessitam enxergar em nós? “Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice…” (2Tm 1.5). Certamente Deus teria alcançado o jovem Timóteo de qualquer modo, mas o fato de haver sido educado em uma ‘fé não fingida’ por sua mãe e avó, poupou o jovem de muito sofrimento e o ajudou a compreender facilmente a pregação de Paulo.]
3. Outras crianças da Bíblia. Timóteo era apenas um menininho quando aprendeu as sagradas letras (2Tm 3.15). E, mais tarde, ao ouvir o Evangelho através de Paulo, aceitou prontamente Cristo, tornando-se útil ao Reino de Deus (At 16.1-4; 2Tm 3.14-17). No Antigo Testamento, também encontramos crianças que conheciam a Deus e fielmente o serviam. Haja vista Miriã, irmã de Moisés, Samuel e a escrava de Naamã (Êx 2.4-8; 1Sm 2.11,18,26; 2Rs 5.2,3). [Comentário: O temor do Senhor, a guarda dos estatutos e mandamentos, deveriam ser passados de pais para filhos, de geração em geração, a fim de que o conhecimento de Deus fosse uma constante entre o povo. A criança ocupava lugar importante no seio da família israelense (Sl 127.3 e 128.1-3). Sua educação nos preceitos bíblicos era prioridade. Cabia aos pais o zelo pela instrução dos filhos que, por ordem divina, deveria ser constante e diligente (Dt 4.9-10;6.1-7 e11.18-19). Está claro nas Escrituras que, de acordo com a vontade divina, os mandamentos do Senhor seriam ensinados em todos os momentos (andando, falando assentados em casa, à mesa, pelos caminhos, de dia e à noite, quando a família se reunia). À criança era concedida a oportunidade de fazer perguntas (Ex 12.26-27; Gn 22.7-8), o que tornava o ensino eficaz e mais interessante. Mais tarde, além do lar, as crianças também aprendiam com os sacerdotes e profetas. Algumas delas eram dedicadas a Deus e entregues aos sacerdotes para educá-las. Um desses casos é o de Samuel, que foi entregue ao sacerdote Eli ainda bem novinho (1Sm 1.20-28). O profeta também era uma figura importante na educação nacional. Muitos jovens eram enviados às escolas de profetas a fim de estudarem as Escrituras e se prepararem para substituir seus antecessores (1Sm 10.10;19.19; 2Rs 2.5 e4.38).]

SUBSÍDIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ


“Talvez você deseje fazer as seguintes indagações: ‘As crianças são pecadoras?’; ‘Elas não são puras como os anjos?’; ‘Elas podem receber a Cristo como Salvador?’. Segundo Normam Geisler, ‘a situação eterna dos infantes sempre representou uma questão polêmica na Teologia cristã ortodoxo’. Os crentes têm muitas dúvidas em relação à salvação das crianças. É um assunto polêmico. Estariam os bebês condenados ao fogo do inferno? Se fomos concebidos em pecado, não somos todos filhos da ira (Ef 2.3)?
Todos os seres humanos já nascem com uma natureza pecaminosa, que é chamado de pecado original (Rm 3.23). Somos filhos da ira, porém, durante um tempo, a criança não tem condições, ou seja, estruturas cognitivas, para discernir entre o bem e o mal, o certo e o errado. Essa fase é comumente chamada de fase da inocência. Logo, não existe condenação para o pecado nesse período, pois não há discernimento entre o bem e o mal. Isaías fala a respeito da criança rejeitar o mal e saber escolher o bem (Is 8.15,16). ‘Mas essa fase se estende até que idade?’. Não sabemos. Isso mesmo, não podemos afirmar a idade certa. Cada criança é única. Vai depender do desenvolvimento mental, cognitivo de cada uma. Como não sabemos o tempo preciso, o melhor é falar a respeito de Jesus e apresentar-lhe o plano da salvação o quanto antes” (BUENO, Telma. Ensinando a Fé Cristã às Crianças: Um guia para pais e professores. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013, p.43).

III. COMO EVANGELIZAR AS CRIANÇAS

Neste tópico, veremos que podemos evangelizar as crianças através da Escola Dominical, da alfabetização, da Escola Bíblica de Férias e da evangelização personalizada.
1. Escola Dominical. Fundada pelo inglês Robert Raikes, em 1780, o objetivo inicial da Escola Dominical foi a evangelização dos menores que viviam nas ruas da cidade de Gloucester. A iniciativa de Raikes foi tão bem-sucedida, que serviu de modelo ao serviço de ensino público do Reino Unido. Que as escolas dominicais possam trabalhar, em regime prioritário, em prol da evangelização infantil. [Comentário: O início da Escola Dominical, como a conhecemos hoje, deu-se em 20 de julho de 1780 na cidade de Gloucester, Inglaterra. Robert Raikes, fundador da Escola Dominical, dedicou-se à carreira de jornalista e editor, trabalhando na Imprensa Raikes, de propriedade da família, a qual ele passou a dirigir após a morte de seu pai. Raikes preocupava-se muito em melhorar as condições das prisões, visando a regeneração dos criminosos que para ali eram conduzidos. Descobriu que o abandono em que viviam as crianças pobres da localidade e as suas atividades, também aos domingos, eram um estímulo à prática do crime.]
2. Alfabetização evangelizadora. Robert Raikes não se limitou a evangelizar as crianças de Gloucester. Juntamente com a Palavra de Deus, ensinava-as a ler e a escrever, a fim de as engajarem na sociedade inglesa. [Comentário: Robert Raikes, um homem de profundas convicções religiosas, fundou então uma escola que funcionava aos domingos porque as crianças e os jovens trabalhavam 6 dias por semana, durante 12 horas. Usava a Bíblia como livro de estudo, cantava com os alunos e ministrava-lhes, também, noções de boas maneiras, de moral e de civismo. De 1780 a 1783, sete Escolas já tinham sido fundadas somente em Gloucester, tendo cada uma 30 alunos em média. Em 3 de novembro de 1783, Robert Raikes, triunfalmente, publicou em seu jornal a transformação ocorrida na vida das crianças.]
3. Escola Bíblica de Férias. Preocupada com as crianças que, no período das férias escolares, perambulavam pelas ruas de Nova York, a irmã Elisa Hawes resolveu, em julho de 1898, reuni-las para ensinar-lhes a Bíblia Sagrada. Aqueles meninos e meninas, dos 7 aos 14 anos, tomaram um novo rumo em suas vidas. A partir daquela data, a Escola Bíblica de Férias passou a ser vista como parte essencial das missões urbanas. No Brasil, a primeira EBF foi realizada em 1924, no Colégio Americano Batista de Vitória-ES. Na evangelização das crianças, utilize a EBF. [Comentário: Há mais de 100 anos, este tipo de evangelismo é desenvolvido nas Igrejas. Aproveitando as férias, desenvolve-se um programa de uma semana com as crianças da Igreja e redondeza. Surgiu em 1898, por uma senhora chamada Helisa Haves na cidade de New York. Preocupada com as crianças que andavam pelas ruas no período de férias a mercê dos aliciadores, do pecado e até da morte. A irmã Elisa montou um programa de Escola Bíblica Dominical em um curto período e sem a disciplina e sequência didática. Onde em seis semanas durante duas horas ela ministrava a salvação e o amor de Deus de uma forma leve e descontraída, com o apoio da Igreja Batista de Epiphany da qual a Sra. Hawes era membro.]
4. Evangelização infantil personalizada. Desenvolva, em sua igreja, a evangelização infantil personalizada. Cada criança deve ser conhecida por seu nome, por seus problemas e por sua realidade social. Saia às ruas, praças e outros logradouros, e reúna os pequeninos para ouvir a maravilhosa história da salvação. Mas, antes, treine adequadamente a sua equipe. Não esqueça o discipulado. Acompanhe cada criança convertida. Seja o seu pai espiritual. [Comentário: Faça o seguinte teste: experimente fazer uma busca pelo Google com o termo ‘evangelização infantil’. Qual o resultado mais repetido? Porque não aparece nenhuma instituição evangélica nas primeiras páginas? Será que não estamos percebendo que as crianças estão a mercê de variadas influências negativas: tv, internet, más companhias, adultos abusadores, ensinos tendenciosos, má literatura etc? O que está faltando para conseguir ajudar as crianças? Cumprir o “ide” da grande comissão deixada por Jesus, inclui levar as crianças a terem certeza de sua salvação e a transformação em seus valores, em suas atitudes; a ter Jesus não só como salvador, mas também como Senhor da sua vida. É urgente a necessidade de desenvolver trabalho de evangelização de crianças, alcançar os pais, familiares, amigos, vizinhos e colegas da escola.]

SUBSÍDIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

“A ordem do Mestre para nós, seus discípulos, foi: ‘Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura’ (Mc 16.15). A criança é uma criatura, por isso, está inserida nesta ordenança. Porém quando lemos este texto bíblico, em geral nossa mente nos remete apenas aos adultos. Nossos filhos e alunos precisam ter um encontro pessoal com Jesus a fim de que se tornem filhos de Deus (Jo 1.12). Depois de receberem a Jesus como Salvador, as crianças necessitam do discipulado, a fim de que ‘[cresçam] na graça e no conhecimento de Deus’ (1Pe 3.18). O desejo de conhecer a Deus na criança é inato.
A fé em Cristo não é herdada, mas aprendida. Um dos fatores que impedem investimentos e esforços na evangelização e discipulado infantil é a crença infundada de que nascer em um lar evangélico e frequentar a Escola Dominical são suficientes para que a criança receba a salvação e se torne um cristão. Isso não é suficiente. Vou fazer uma analogia bem simples para que fique bem claro o pensamento: ‘Deixar o seu filho(a) durante várias horas em uma cozinha vai fazer dele(a) um cozinheiro(a)?’. A Bíblia relata que Samuel desde pequeno viveu no Templo junto ao sacerdote Eli, porém em 1 Samuel 3.7 lemos que ‘ele ainda não conhecia ao Senhor’. Triste, não? Existem milhares de crianças que vão à igreja, pertencem a famílias cristãs, mas também não conhecem a Jesus como Salvador” (BUENO, Telma. Ensinando a Fé Cristã às Crianças: Um guia para pais e professores. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013, pp.13,14).

CONCLUSÃO

Quando se ganha uma criança para Jesus, conquista-se uma vida toda de realizações para o Reino de Deus. Então, por que esperar? Vamos investir mais na evangelização infantil. Para isso, os professores de educação infantil precisam ser preparados e equipados com o que há de melhor nessa área. Treine professores. Num momento tão difícil como o que atravessamos, não podemos deixar as crianças em poder de uma cultura anticristã, pecaminosa e contrária à moral e aos bons costumes. Salve os pequeninos do inferno. Jesus também morreu por eles. [Comentário: Jesus disse: “Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos” (Mt 18.10). A grande tendência de muitos é negli­genciar o dever de levar as crianças a Cristo, deixando para mais tarde, quando ficarem mais velhas, ou esperando que outros o façam no seu lugar. Jesus resume sua maravilhosa mensagem sobre o evangelismo infantil e a verdadeira grandeza, tirando qualquer dúvida que ainda possa existir sobre a salvação de crianças. Ele disse: “Assim, pois,não é da vontade de vosso Pai celeste que pereça um só destes pequeninos” (Mt 18.14). Com estas palavras de Deus soando nos nossos ouvidos, nós podemos e devemos sair à procura das crianças para ganhá-las para Cristo em todo lugar.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.

Francisco Barbosa

Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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