SUBSÍDIO I
Entrar na universidade é uma
tarefa complexa e requer muita força de vontade e esforço. Na perspectiva
cristã, ela se torna mais complexa ainda, pois sob o ponto de vista do
pensamento, as universidades são hostis aos alunos oriundos da tradição cristã.
Essa hostilidade é sentida principalmente nos cursos das áreas de humanas.
Somando ao fato de que a maioria dos nossos jovens não está preparada
evangelicamente para defender sua fé; muitas vezes o desespero toma conta do
jovem cristão. Ora, além da pressão do processo de vestibular, mais o ataque
gratuito por parte de professores universitários, os jovens cristãos sentem-se
isolados e não fazem uso do seu direito constitucional de manifestar a sua fé
de maneira inteligente e coerente. Essa regra vale tanto para os jovens quanto
para os adultos cristãos que ingressam mais tarde numa universidade.
Uma proposta?
Para falarmos sobre
evangelização em universidade, ou do mundo político, primeiramente, deve haver
um estágio intenso de treinamento das mentes de nossos irmãos, como num
treinamento de um candidato às missões transculturais, pois ele tem de se
preparar muito para exercê-las, dominando a cultura e a língua, em primeiro
lugar; e as particularidades dos países em que se deseja evangelizar. No caso
do evangelismo universitário não é diferente.
O primeiro estágio passa pelo contato da
historicidade da fé cristã. Nossos irmãos precisam ter o contato com a história
a fim de conhecer a herança histórica e filosófica da própria fé, bem como ter
contatos com obras dos primeiros pais da Igreja, o pensamento de Agostinho,
Tomas de Aquino, Martinho Lutero, João Calvino, João Armínio, John Wesley etc.
Em outro momento, servir aos nossos irmãos de bons filósofos e apologistas
cristãos mais contemporâneos de grande envergadura intelectual: Chesterton,
C.S. Lewis, Alister Mcgrath, Willian Lane Craig, Alvin Platinga e outros. Para
introduzir nossos irmãos ao diálogo das principais cosmovisões de pensamento no
mundo, a CPAD tem uma série de obras disponíveis para esse objetivo: “Sua
Igreja está preparada?”; “Panorama do Pensamento Cristão”; “E Agora como
Viveremos”; “Verdade Absoluta”.
Não há outra instituição especializada e
capacitada, senão a Escola Dominical, para desenvolver com seriedade e
qualidade esse urgente trabalho. Preparar nossos irmãos para este trabalho é
fundamental para a evangelização universitária e a consequente sobrevivência
nas comunidades acadêmicas atuais.
Fonte:
Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 67 – julho/agosto/setembro de
2016.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje estudaremos a respeito
de mais dois grupos desafiadores para a evangelização: os acadêmicos e os
políticos. A partir do exemplo de Daniel, faremos incursões bíblicas a respeito
dessa tarefa. Inicialmente, destacaremos como esse profeta orientou-se a partir
dos padrões divinos, a fim de dar testemunho do Deus de Israel em terra
estranha. Em seguida, enfocaremos mais propriamente a evangelização nesses dois
contextos, ressaltando a importância da preparação espiritual, bem como
apologética.
1. DANIEL,
NA ACADEMIA E NA POLÍTICA
Daniel, que em hebraico quer dizer “juiz de Deus”,
tornou-se um arauto entre os não-judeus, entre os quais viveu. Seu testemunho
foi contundente, e serve de exemplo para todos aqueles que desejam evangelizar
com sabedoria, sobretudo em ambientes de ceticismo e corrupção, como o
acadêmico e o político. Quando foi levado ao cativeiro babilônico, Daniel
revelou seu compromisso com a fé que professava, e não fez concessões, diante
das propostas indecentes que recebeu (Dn. 1.4). A vida de Daniel é uma prova
que não precisamos ser aculturados para influenciar aqueles que estão em nosso
convívio estudantil ou profissional (Dn. 1.8). Daniel viveu a partir de uma
disciplina que decidiu seguir, a fim de não se coadunar aos valores comumente
aceitos pela cultura babilônica. Entre os jovens estudantes, revelou-se um
servo de Deus, um homem de oração, e temor a Sua palavra. Ao mesmo tempo, não
fez uso desse procedimento para agir com mediocridade, deixando de investir em
seus estudos (Dn. 1.20,21). Há alunos e alunas que, sob a justificativa da
confiança em Deus, não se dedicam suficientemente aos estudos. Esses têm
responsabilidade ainda maior nas academias, mostrando desempenha satisfatório
em relação aos seus colegas. No campo da política, Daniel também deixou seu
legado para aqueles que desejam atuar na vida pública. Em meio à corrupção que
grassava na Babilônia, fez um pacto com Deus, para não se deixar coagir, ou se
cooptar, contrariando a vontade de Deus. O profeta do Senhor sabia que estava
na política com uma missão, e que deveria cumprir seu papel com lisura, sem se
contaminar com as iguarias do rei. E mais que isso, assumiu um papel profético,
denunciando os desmandos daqueles que se gloriavam da posição, para satisfazer
apenas seus desejos.
2. A
EVANGELIZAÇÃO AOS ACADÊMICOS
A evangelização no contexto acadêmico é bastante
desafiadora, considerando que as universidades estão marcadas pelo materialismo
e relativismo. A evangelização dos universitários precisa ser bem direcionada,
é importante que seja realizada por estudantes capacitados. Para isso, faz-se
necessário a criação de grupos de evangelismo, e que esses estejam preparados
para mostrar a razão da nossa esperança (I Pe. 3.15). A preparação apologética
é fundamental para esse tipo de evangelização. Existem situações nas quais os
evangelizados querem provas da existência de Deus, bem como os fundamentos
éticos da fé cristã. Um trabalho dessa natureza deve ser realizado não apenas
com a razão, devemos lembrar que o conhecimento sem amor de nada vale (I Co.
8.1). Lembremos também que a evangelização no contexto acadêmico é bastante
complexa, pois depende da formação dos grupos a serem evangelizados. Os
estudantes das ciências exatas exigem uma demonstração mais lógica dos fundamentos
da fé. Os das ciências sócias e humanas ficam mais entusiasmados ao constatarem
a supremacia do amor divino, e a própria encarnação divina a fim de dar
dignidade aos seres humanos. Aqueles mais efeitos à filosofia podem ser tocados
pela mensagem de sabedoria de Deus, através de Jesus Cristo, testemunhada por
vários pensadores. Os que gostam de linguística e literatura podem se
deslumbrar com os textos escritos por mestres da prosa e poesia, e se
envolverem com afinco à análise textual com base nas línguas originais. É
importante que se aprenda a dialogar com as pessoas, e o mais importante, saber
fazê-lo com moderação, sobretudo prudência, os acadêmicos não toleram
evangelizadores arrogantes, muito menos aqueles que querem convencê-los, sem
mostrar fundamentos razoáveis. É importante que as igrejas locais também
oportunizem eventos que integrem acadêmicos à igreja, esse tipo de atividade
fortalecerá também servirá para fortalecer a fé dos jovens crentes, algumas
vezes abalados pela contestação acadêmica.
3. A
EVANGELIZAÇÃO AOS POLÍTICOS
A evangelização dos políticos também não é tarefa
fácil, principalmente quando a corrupção se tornou endêmica, e naturalizou-se
na esfera pública. Uma pergunta crucial pode ser feita: quem deve evangelizar
os políticos, a igreja como um todo, ou os políticos evangélicos? A resposta
mais apropriada seria: ambos. Defendemos, no entanto, que a primeira terá maior
independência para fazê-lo. A igreja precisa se aproximar dos políticos, não
apenas para tirar proveito eleitoral, como infelizmente costuma acontecer, mas
para que esses se tornem cientes da sua responsabilidade na polis.
Todas as pessoas podem adentrar ao mundo da política, mas nem todas estão
preparadas para nele atuar. A política, para algumas pessoas, se tornou um meio
de enriquecimento ilícito, e de tirar proveito dos recursos, que deveriam ser
investidos, prioritariamente, em educação, saúde e segurança. Por isso a
evangelização dos políticos deve ter também um caráter profético, denunciando
os desmandos daqueles que se apropriem indevidamente do que é público, como se
privado o fosse. Quando Jesus evangelizou Zaqueu, esse não apenas reconheceu
seu pecado, e se voltou para Deus, mas também mudou sua prática de vida,
passando a agir com honestidade (Lc. 19.1-10). Os políticos evangélicos devem
dar exemplo, não podem se inserir na vida pública por motivos errados. Há um
equívoco entre esses, o de acharem que são responsáveis apenas pelos interesses
cristãos. O político cristão está a serviço do povo, e deve agir de modo a
proporcionar o bem-estar social. A evangelização dos políticos não pode ter
como alvo primordial o benefício para a igreja, mas a concretização de
políticas que favorecem a cidade, para que essa se torne um ambiente mais
agradável para se viver.
CONCLUSÃO
A igreja tem o desafio de evangelizar os estudantes
das academias, bem como os professores. Para tanto, precisa saber dialogar, com
moderação e humildade, sem fazer concessões com a verdade evangélica. Isso
também deve acontecer no campo da política, mostrando aos representantes
públicos que esses têm uma missão a cumprir, e que essa deve ser desempenhada
com responsabilidade. A vida do profeta Daniel inspira a todos aqueles que
estão em contextos acadêmicos e políticos, a fim de que procedam como luz do
mundo e sal da terra, para a glória de Deus (Mt. 5.13).
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
A evangelização nas universidades
também deve ser uma prioridade máxima da igreja, pois do universo acadêmico
saem os cientistas, educadores, formadores de opinião e boa parte dos governantes
e legisladores. Cabe-nos, pois, preparar adequadamente nossos irmãos em Cristo,
a fim de que, no campus, atuem como reais testemunhas de Jesus Cristo. Somente
desta maneira viremos a ter um país mais justo e comprometido com a Ética
Cristã.
Nesta lição, veremos o exemplo de
Daniel e seus três companheiros. Exilados em Babilônia, destacaram-se como
acadêmicos, servidores públicos e políticos. Eles mostraram, em atos e
palavras, a supremacia do Deus de Israel.
A vida desses hebreus serve de exemplo
aos acadêmicos e políticos cristãos, que lutam por levar o Evangelho às mais
altas esferas do conhecimento e do poder. [Comentário: Dados do Ministério da Educação e Cultura (MEC) mostram que no Brasil há
quase seis milhões de estudantes universitários. O ‘mundo acadêmico’ pode ser
muito chocante para alguém que vive em um ambiente separado como a igreja, mas
esse ambiente é na verdade um extrato social com a diferença de ser mais
refinado intelectualmente, assim, a evangelização universitária se torna um
braço da igreja dentro dos campus, onde estudam e convivem os jovens da igreja,
onde se deparam com toda sorte de filosofia anticristã, além de outras mazelas
que também estão presentes na vida secular comum. Nisto é imprescindível que o
jovem crente tenha uma boa e sólida formação cristã, caso contrário, poderá ser
tragado pelas fortes ondas da sedução. Nesse aspécto, os quatro jovens
escolhidos de todas as tribos de Judá, exilados na Babilônia - Daniel,
Hananias, Misael e Azarias, são um excelente exemplo de como deve-se portar os
jovens crentes no ambiente acadêmico. Daniel passou por várias provações e
permaneceu em posições importantes até o fim do império babilônico, que caiu
perante os medo-persas em 539 a.C. Daniel, então velho, ainda serviu por alguns
anos no governo do novo império. Foi neste período que ele se mostrou fiel na
sua provação mais conhecida, sobrevivendo uma noite na cova dos leões. Devido à
sua fidelidade e determinação de fazer a vontade de Deus, Daniel foi chamado de
“homem muito amado” e foi usado pelo Senhor para revelar aos seus servos
algumas das mensagens mais importantes do Antigo Testamento. Agora, vamos
observar a determinação deste servo de Deus.] Dito isto, vamos pensar
maduramente a fé cristã?
I. DANIEL NA UNIVERSIDADE DA BABILÔNIA
Em Babilônia, Daniel e seus três
companheiros foram reeducados na língua e na cultura dos caldeus (Dn 1.4).
Eles, porém, jamais renunciaram o seu temor a Deus, que é o princípio de toda a
sabedoria (Pv 1.7).
1. Uma vida testemunhal. Antes mesmo de serem matriculados na universidade
babilônica, eles resolveram firmemente, em seu coração, não se contaminar com a
cultura caldaica (Dn 1.8). O seu objetivo não era destruí-la, mas transformá-la
através de uma postura santa e testemunhal. Mais adiante, eles vieram a
influenciar até mesmo a classe política do império.
Os crentes devem ser orientados para
que testemunhem de Cristo também no campus universitário. Em primeiro lugar, o
universitário crente evangeliza através de um testemunho santo e irrepreensível
que, por si mesmo, é uma mensagem. E, também, por meio de uma abordagem sábia e
oportuna, que mostre a razão de nossa esperança (1Pe 3.15). Nenhum
universitário cristão deve sacrificar o Evangelho no altar da pós-modernidade.
Antes, que seja oportuno na proclamação de Cristo. [Comentário: Jovens longe de casa enfrentam
tentações. Se cruzar a linha e violar alguns princípios ensinados pelos pais,
quem vai saber? Imagine, então, jovens levados de uma maneira violenta para uma
terra estranha. Eles nem sabiam se os pais ainda estavam vivos. Poderiam até
duvidar o poder do Deus que serviam, pois ele não protegeu seu povo dos ataques
da Babilônia. E agora o imperador mandou que eles fossem preparados para servir
no governo dele. Seria grande coisa se submeter às ordens deste rei poderoso?
Daniel percebeu que alguma coisa dos alimentos e bebidas fornecidos pelo rei
traria contaminação. É provável que alguns destes alimentos fossem proibidos
para os judeus na lei dada no monte Sinai 800 anos antes. Como este jovem reagiu?
Poderia ter oferecido desculpas, dizendo que ele não tinha controle da situação
e teria que ceder às ordens do rei. Daniel não tinha controle da situação, nem
do rei, nem do homem encarregado da responsabilidade de supervisionar os jovens
em treinamento. Mas ele tinha controle de si, e tomou a sua própria decisão.
“Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei,
nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe
permitisse não contaminar-se” (v. 1.8). Deus abençoou esta decisão de Daniel, e
o chefe permitiu que ele e os seus companheiros fizessem uma experiência,
comendo comidas mais simples durante dez dias. Deus estava com eles, e o chefe
viu que progrediram mais do que os jovens que comiam os alimentos do rei. http://www.estudosdabiblia.net/d174.htm.
Certamente Deus honrará qualquer decisão como esta que venha glorificar Seu
santo Nome.]
2. Uma carreira acadêmica testemunhal. Incentivemos nossos irmãos(as) a que sobressaiam
pela excelência acadêmica. Se apresentarem rendimentos medíocres, como poderão
demonstrar que o amor a Cristo conduz à verdadeira sabedoria? Vejamos o exemplo
de Daniel e seus companheiros. Eles formaram-se com louvor máximo: “E em toda
matéria de sabedoria e de inteligência, sobre que o rei lhes fez perguntas, os
achou dez vezes mais doutos do que todos os magos ou astrólogos que havia em
todo o seu reino” (Dn 1.20).
A mediocridade acadêmica depõe contra o
Evangelho. O crente que ama a Cristo adora-o também com as suas notas,
graduações, mestrados e doutorados. [Comentário: O ambiente acadêmico, secularizado e
muitas vezes abertamente incrédulo da universidade, o jovem crente fica exposto
a idéias e teorias que se chocam frontalmente com a sua fé; Os professores, os
livros, as aulas e as conversas com os colegas têm mostrado outras perspectivas
sobre vários assuntos, as quais parecem racionais, científicas, evoluídas; não
demora muito e alguns valores e crenças parecem agora menos convincentes e,
naturalmente, o cristão se sentirá pouco à vontade para expressá-los. Vejamos o
exemplo de Daniel, que enfrentou esta mesma situação no ambiente Babilônico: as
forças ocultas não eram compatíveis com o Espírito de Deus. Crentes que andam
segundo o Espírito descobrirão, assim como os hebreus descobriram, que, em toda
matéria de sabedoria e de inteligência, eles são dez vezes mais doutos do que
aqueles que buscam à parte de Deus.]
3. Uma carreira testemunhal. Daniel e seus três companheiros foram inseridos,
imediatamente, na elite cultural e científica de Babilônia. E, nessa posição,
Daniel ficaria por mais de 70 anos (Dn 1.21). Jesus precisa de testemunhas em
todas as áreas do saber humano. Ele também morreu pelos cientistas, médicos,
advogados, sociólogos e educadores. Se prepararmos devidamente os crentes,
levaremos Cristo à elite cultural de nossa nação e do mundo. Por conseguinte,
treinemos os crentes para que formem, no campus, grupos de oração, estudo
bíblico e evangelismo. Desses núcleos, Deus haverá de suscitar testemunhas
irresistíveis de sua Palavra. O Evangelho de Cristo não pode ausentar-se das
áreas cultas. [Comentário: A formação de Daniel nas escolas dos
sábios, na Babilônia (Dn 1.4) foi para caber-lhe para prestação de serviço para
o império. Ele foi distinguido durante este período de sua piedade e
observância daquilo que a Lei Mosaica requeria (1.8-16), e conquistou a estima
e a confiança dos que estavam com ele. No fim dos seus três anos de formação e
disciplina na escola real, Daniel foi distinguido pela sua proficiência na
"sabedoria", e foi trazido para a vida pública. Por 70 anos ele
influenciou o reino. O ambiente universitário é constituído de pessoas
imperfeitas e limitadas, que lidam com seus próprios conflitos, dúvidas e contradições,
e que muitas dessas pessoas foram condicionadas por sua formação familiar ou
educacional a sentirem uma forte aversão pela fé religiosa. Tais indivíduos,
sejam eles professores ou alunos, precisam não do nosso assentimento às suas
posições anti-religiosas, mas do nosso testemunho coerente, para que também
possam crer no Deus revelado em Cristo e encontrem o significado maior de suas
vidas. Como Daniel, podemos influenciar o meio acadêmico e para isso mesmo,
Deus tem colocado os seus no Campus!]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Arqueólogos revelam
que os quatro jovens devem ter estudado por exemplo: língua caldeia, textos
cuneiformes em caldeu e acádio, uma vasta gama de resumos sobre religião,
magia, astrologia e ciências, além de falarem e escreverem em aramaico.
Aproveite para mostrar aos alunos que quando o nosso compromisso com Deus é
forte, isso não significa necessariamente que seremos corrompidos por uma
educação pagã, numa sociedade pagã” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª
Edição. RJ: CPAD, 2012, p.513).
II. DEUS NA ACADEMIA BABILÔNICA
Daniel e seus três companheiros estavam a serviço
de um governante que desconhecia por completo a soberania divina. Entretanto,
souberam como, num momento crítico, realçar a soberania do Único e Verdadeiro
Deus.
1. A crise escatológica. O rei Nabucodonosor estava preocupado com o futuro de seu império,
quando Deus lhe mostrou, em sonho, o estabelecimento do Reino do Céu, na Terra.
Como nenhum de seus magos ou astrólogos fora capaz de interpretar-lhe o sonho,
decretou a morte da elite intelectual de Babilônia (Dn 2.5). A academia
babilônica era inútil naquele momento.
Crises semelhantes desafiam os acadêmicos cristãos
nas diversas áreas do conhecimento. Por essa razão, precisam estar alicerçados
na Palavra de Deus, a fim de mostrar o Evangelho de Cristo como a única solução
a todos os problemas humanos. [Comentário: No auge da sua pompa e arrogância, ele
recebeu uma dura lição da parte de Deus. Passada essa experiência, ele a
publicou a todos os povos, nações e línguas que moram em toda a terra, para que
ficassem conhecendo quão grande e poderoso era Deus o Altíssimo. A proclamação
começa com palavras de louvor a Deus, realçando os Seus sinais, as Suas
poderosas maravilhas, a eternidade do Seu reino e a continuidade do Seu
domínio. Ele havia aprendido a lição, e se apresentava agora humilde diante do
Altíssimo Deus. Vemos que nada acontece ao acaso, Deus estava executando Seu
plano a fim de que Seu nome fosse conhecido em toda a terra. Foi preciso que os
servos de Deus estivessem atentos, “sempre preparados para responder a todo
aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” (1Pe 3.15); esta
recomendação de Pedro para os cristãos da Ásia do primeiro século é atualíssima
para nós, nos dias de hoje.]
2. A resposta teológico-evangélica. Naquele momento de crise, e diante da própria morte, Daniel
apresenta corajosamente a resposta divina: “Mas há um Deus nos céus, o qual
revela os segredos; ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser no
fim dos dias [...]” (Dn 2.28). E, assim, o profeta fez saber a Nabucodonosor o
programa divino para os últimos dias.
Somente o Evangelho de Cristo pode responder às
questões que tanto angustiam a humanidade. Aproveite, pois, a crise atual, para
proclamar a todos, inclusive aos sábios e poderosos, que somente Cristo pode
resgatar a sociedade atual de uma ruína certa e anunciada. [Comentário: Depois que todos os sábios do reino haviam
falhado em explicar o sonho do monarca, Daniel entrou na presença do rei. Neste
relato, depois de toda a ocorrência, Nabucodonozor disse que Daniel tinha o
“espírito dos deuses santos”. Esse era o entendimento do idólatra
Nabucodonozor, que cria numa multiplicidade de deuses, mas veio a reconhecer
que o Deus de Daniel era o Altíssimo Deus. Nabucodonosor fala da grandeza de
Deus e da sua capacidade de fazer com que os homens orgulhosos se humilhem (Jr
27.4-6) e também reconhece a permanência do reino de Deus (Sl 145.13). Em todas
as situações, mesmo quando impressionado pela grandeza das revelações, não se
negou a entregar a mensagem completa.]
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Daniel resolveu desde o início
não se contaminar. Não abriria mão de suas convicções, mesmo se tivesse de
pagar com a vida por isso. Note-se que Daniel não tinha agora a presença dos
seus pais para orientá-lo nas suas decisões; mas seu amor a Deus e à sua lei
achava-se de tal modo arraigados nele desde a infância, que ele somente
desejava servir ao Senhor de todo coração.
Aqueles que resolvem permanecer
fiéis a Deus, enfrentando a tentação, receberão forças para permanecerem firmes
por amor ao Senhor. Por outro lado, aqueles que antes não tomam a decisão de
permanecer fiéis a Deus e à sua Palavra, terão dificuldade para resistir ao
pecado ou evitar conformar-se com os caminhos do mundo" (Lv 19.29;
21.7,14; Dt 22.2)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD,
p.1244).
III. A INTERVENÇÃO DE DEUS NA POLÍTICA BABILÔNIA
Daniel já era bastante idoso quando foi convocado a
gerir a pior crise do Império Babilônico. Naquele instante, ele não poderia ser
politicamente correto. Por isso, proclamou corajosamente a sentença divina
sobre o reino de Belsazar.
1. A corrupção de Babilônia. Embora Nabucodonosor tenha reconhecido o senhorio divino em três
ocasiões, seu filho, Belsazar, ao substituí-lo, não demorou a levar o império à
ruína. Numa noite de orgia e insultos ao Deus de Israel, ele profanou os
utensílios sagrados do Santo Templo na presença de suas mulheres, concubinas e
grandes (Dn 5.1-3). Naquela mesma hora, o Senhor escreveu, na parede do
palácio, a sentença de morte daquele reino. O mesmo acontece no Brasil. Deus
está a requerer de seu povo uma atitude mais evangélica, santa e decisiva (2Cr
7.14). [Comentário: O capítulo cinco do livro de Daniel começa
narrando a respeito de um grande banquete oferecido por Belsazar, rei de
Babilônia, para mil líderes nacionais. Era o ano de 538 a.C., vinte e quatro
anos depois da morte de Nabucodonosor. Filho de Nabonidus, genro de
Nabucodonosor, foi na verdade, co-regente em Babilônia enquanto seu pai, o rei
Nabonidus, transferiu-se para Temã na Arábia. O banquete oferecido tinha como
objetivo afrontar o Deus vivo. De modo blasfemo, quando o vinho começou a
surtir efeito, Belsazar ordenou a seus mordomos que trouxessem os utensílios
sagrados que Nabucodonosor havia removido do templo de Jerusalém. Dentre esses
utensílios havia vasos sagrados que tinham sido dedicados ao Senhor, os quais
foram utilizados pelos convivas para oferecerem brindes a seus ídolos (Dn
5.1-4). Esse foi o último desafio do imoral Belsazar. Belsazar tomou as
decisões que afetaram sua vida. Deus pesou essas decisões a fim de constatar o
quanto elas valiam. Deus entregou Belsazar às conseqüências naturais do curso
de vida por ele escolhido. Em Romanos 1.18 a 32, o apóstolo Paulo revela a
atitude de Deus para com todos aqueles que, à semelhança de Belsazar, escolhem
seus próprios caminhos.]
2. Daniel, o incorruptível. Como nenhum acadêmico babilônico fosse capaz de ler a sentença
divina escrita na parede, o nome do velho profeta é evocado. Já na presença do
rei, e rejeitando todos os dons e agrados que este lhe oferecera, Daniel leu a
sentença (Dn 5.25-31). Mais uma vez, ele não se deixou enlaçar pelo charme do
politicamente correto. Interpretando a inscrição, repreendeu energicamente o
monarca. Que os homens públicos cristãos não se furtem ao seu dever.
Que venhamos, neste momento de crise econômica e
política que debilita o Brasil, anunciar que Jesus Cristo é o caminho, a
verdade e a vida e que bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor. Os
governantes, legisladores e juízes também precisam ouvir que Jesus salva, cura,
batiza com o Espírito Santo e, em breve, virá nos buscar. [Comentário: Belsazar pediu aos astrólogos, aos
adivinhadores e aos sábios a interpretação daquelas palavras. Como a inscrição
foi escrita em aramaico, ninguém foi capaz sequer de ler a escrita, muito menos
de interpretá-la (Dn 5.7-9). Somente Daniel estaria apto a interpretar a
escrita em aramaico. Deus usaria mais uma vez o idoso Daniel. Então a
rainha-mãe entrou na casa do banquete e orientou ao rei a chamar o profeta
Daniel (Dn 5.10-12). Durante todo o reinado de Nabucodonosor, passando pelo rei
Nabonidus e agora pelo extravagante Belsazar, Daniel se mantive incorruptível e
mesmo na sua velhice, glorificou o nome do Deus vivo. Que lição para a Igreja
Brasileira nesse momento turbulento - moral, ética e política - pelo qual
atravessa nossa nação.]
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
A Religião Babilônica
“Com a ascensão da supremacia da
cidade da Babilônia, Marduque, o patrono da cidade, tornou-se a principal
divindade do panteão babilônico. Uma festa de ano novo chamada de festa de
‘akitu’ era realizada anualmente em sua honra, na qual uma batalha simulada
entre o rei e o dragão das profundezas era encenada repetidamente para
comemorar a primitiva vitória de Marduque sobre o caos.
O propósito da festa era anunciar
o ano novo com um ritual para assegurar paz, a prosperidade e a felicidade por
todo o ano.
Outras divindades adoradas pelos
babilônicos eram Anu, deus do céu; Enlil, deus do vento e da terra. Ea, deus do
submundo — juntos, eles formavam uma tríade de divindades. Outra tríade
importante era Sin, o deus-sol de Ur, e Harã, os primeiros abrigos da família
de Abraão; Samas, a divindade do sol; e Istar, deusa do amor e da guerra,
equivalente à Astarte dos fenícios, Astarote mencionada na Bíblia, e Afrodite
dos gregos. Outras divindades significativas foram Nabu, o deus da escrita e
Nergal (irmão de Marduque), o deus da guerra e da fome.
Os deuses da Babilônia eram, em
sua origem, personificações das várias forças da natureza. A religião
babilônica era, dessa forma, uma adoração à natureza em todas as suas partes,
prestando homenagem a seres super-humanos que eram ao mesmo tempo amigáveis e
hostis, com frequência representados por formas humanas, animais” (Bíblia de
Estudo Pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, pp.213,1697).
CONCLUSÃO
Que os líderes saibam como preparar
aqueles que vão frequentar uma universidade. À semelhança de Daniel e seus
companheiros, estes poderão fazer uma grande diferença no mundo acadêmico e na
esfera política. O Senhor Jesus precisa de crentes em todas as camadas sociais. [Comentário: O Rev Franklin Ferreira escreve em seu artigo “O Jovem Cristão e
Seus Estudos” o seguinte: “O dilema do estudante: uns dividem a fé em
compartimentos estanques, um destinado à fé (vista como o lado
"espiritual" da vida), outro aos estudos (o lado "secular"
da vida). Alguns descartam simplesmente a fé cristã. Outros não têm coragem de
afirmar sua fé em Cristo, pois ainda não conseguiram descobrir uma forma de
explicar esta relevância. - A melhor opção é a do estudante que se dedica às
diversas disciplinas com uma mente aberta à sabedoria originada na Palavra de
Deus”. Nossos aspirantes à academia devem ser instruídos no sentido de que
receberão ataques à mente e ao estudo, porque fé e razão são vistas como
antagônicas (Rm 10.2). A fé e a razão não se opõem. Aceitamos como verdade os
fatos do Evangelho, para depois buscar compreendê-los (Rm 10.8-17). A
Universidade de hoje não lembra mais que Harvard, uma das mais prestigiadas
universidades do mundo, exigia que os seus estudantes fossem capazes não apenas
de ler as Escrituras, mas também "de interpretá-las corretamente".
Este é o exemplo de Esdras (Ed 7.6,10) e de Paulo e Timóteo (1Tm 4.13-16; 2Tm
4.13). Somente um alicerce sólido garantirá a firmeza não só para o período de
formação, mas também para toda a vida.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois
salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco
Barbosa
Disponível
no blog: auxilioebd.blogspot.com.br
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