sábado, 30 de abril de 2016

LIÇÃO 5: A MARAVILHOSA GRAÇA



SUBSÍDIO I

O obstáculo à mensagem da Graça de Deus

Um dos maiores obstáculos sobre o ensino do apóstolo Paulo quanto à maravilhosa graça de Deus é a confusão feita com o Antinomismo. O prezado professor já deve ter se inteirado das implicações imorais que o Antinomismo traz às vidas das pessoas. A ideia do Antinomismo é promover a extinção de quaisquer espécies de preceitos morais em forma de lei a ser seguida. De modo que se qualquer cristão exigir o mínimo de um comportamento moral do outro, logo ele será denominado moralista, no sentido mais pejorativo do termo. 
É claro que o apóstolo Paulo não estava ensinando no capítulo 6 a extinção de quaisquer aspectos de ordem moral. Quem criou essa confusão foram os intérpretes de Paulo, mais vinculados as doutrinas do Gnosticismo, ao ponto de defenderem a estapafúrdia ideia de que quanto mais o crente pecar mais a graça o alcançará, uma interpretação transloucada de Romanos 5.20b: Mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça.

A analogia entre Adão e Cristo

Ora, qualquer estudante sério das Escrituras sabe que o versículo acima é a culminação da analogia de que o apóstolo faz entre Cristo e Adão (de acordo com o que estudamos na lição 4. Bem como explicou o erudito John Murray, a entrada e a universalidade totalitária do pecado neste mundo, bem como o juízo e a morte, estão ambos vinculados à pessoa de Adão (onde o pecado superabundou). Entretanto, a entrada da justiça divina, o predomínio da graça, da justificação, retidão e da verdadeira vida estão ligadas a Jesus Cristo (onde superabundou a graça). Neste aspecto, o apóstolo quer mostrar que a história da humanidade gira em torno desses dois eixos, Adão e Jesus.
A doutrina da maravilhosa graça de Deus nos mostrará que o homem dominado pelo pecado só pode ser livre desse domínio pela graça divina. Neste sentido, ela é libertadora, pois livra o ser humano do senhorio do mal; ela é vida, pois destrói o reinado da morte ela é eterna, pois faz o ser humano levantar-se da morte para a vida plena. O ser humano nascido de novo tem gerado dentro dele uma nova consciência que, mesmo quem não conheceu a Lei de Moisés, manifesta a ética e o comportamento baseado no Amor de Deus de maneira consciente e sincera (Gl 5.22-24). Ou seja, o Espírito Santo é quem convenceu este ser humano do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11). Por isso, a graça é maravilhosa. 

Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 66 – abr/mai/jun de 2016. 

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Em Tt. 2.11 Paulo escreve que “a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens”. Diante de tudo que estudamos até agora, vemos que não há escapatória para a humanidade a não ser através do caminho que Deus mesmo preparou (Jo. 14.6; At. 4.12). Esse é um caminho de graça, isto é, não decorre do merecimento humano. A maravilhosa graça de Deus é um dos temas centrais do evangelho, cantada em hinos antológicos e rimada em poesias sublimes.

1. COMPREENDENDO A GRAÇA

A definição de graça, de acordo com o próprio apóstolo Paulo se encontra em Rm. 11.6: “Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra”. A palavra graça, no sentido paulino, se refere a uma atitude da parte do próprio Deus que provem inteiramente dEle e que não está condicionada a qualquer objeto de Seu favor.  É o que constatamos ao ler Rm. 4.4 “Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida”. Se a salvação é dada com base no que o homem fez, então, a salvação dada por Deus seria o pagamento de uma dívida, mas quando a fé é computada para justiça não há qualquer mérito da parte do homem, pois ele obtém algo que não merece. É válido destacar aqui que a fé não pode ser categorizada como obra, pois o valor da fé não reside nela mesma, mas exclusivamente em seu objeto: Jesus Cristo. A fé, como bem explicita John Stott, é “o olho que o contempla, a mão que recebe a sua dádiva divina, a boca que bebe da água da vida” (p.134). Como bem conclui Hooker, “Deus justifica o que crê – não por causa do valor de sua crença, mas por causa do valor daquele em que ele creu”. Seguindo o argumento de Paulo, entendemos que ‘graça’, charis no grego, é antônima de ‘obras’ ou de ‘lei’ e tem relação especial com a culpa do pecado (Rm. 5.20; 6.1) e, de alguma forma, esta correlacionada com ‘misericórdia’. Em sua misericórdia Deus deixa de nos dar aquilo que merecemos, mas em sua graça Ele nos dá aquilo que não merecemos. Nos escritos não paulinos, essa definição é também adotada em textos como Jo. 1.17; At. 15.11 e Hb. 13.9. Contudo, existe uma possibilidade de perversão dessa definição em direção ao antinomianismo e que é objeto de discussão de Judas (v. 4).

2. A CONTESTAÇÃO DA GRAÇA DIVINA

A doutrina da graça foi fundamental para o desenvolvimento da teologia protestante, contudo, faz-se necessário ter uma noção equilibrada para evitar os extremos tanto do legalismo quanto do antinomianismo.

2.1 Legalismo - Um legalista, de acordo com a definição dicionarizada, é uma pessoa que pensa que pode obter a aprovação de Deus pela conformidade exterior a uma lista de regras e que minimiza a importância dos motivos, da obra de Cristo, da fé e do papel do Espírito Santo na vida cotidiana. Na epístola que Paulo escreveu aos Gálatas ele mostra que o legalismo é uma deturpação do evangelho de Cristo (Gl. 1.7; 3.1-3). A causa dessa deturpação é que, para o legalista, a salvação pode ser obtida através de méritos humanos e não através da graça, por meio da fé, conforme está escrito em Ef. 2.8,9. As práticas legalistas, na verdade, “alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne” (Cl. 2.23).

2.2 Antinomianismo - Por outro lado, o antinomianista, isto é, aquele que se opõe a qualquer tipo de regra, defende que, uma vez salvo, nada mais o homem tem a fazer. Essa também é  outra deturpação do evangelho, pois, no próprio versículo 10, de Ef. 2 diz o mesmo Paulo “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”. Somos salvos pela graça, por meio da fé, mas para andarmos no Espírito, produzindo, por conseguinte, o Seu fruto, que é: “amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei” (Gl. 5.22,23).

3. OS RELACIONAMENTOS DA GRAÇA

           Em Tt. 2.11-14 Paulo nos ensina que a graça de Deus, há muito oculta nos conselhos amorosos de Deus (Cl. 1.26; II Tm. 1.9,10), se há manifestada em Cristo, o Verbo que se fez carne (Jo. 1.1,14), por isso, a todos os homens deve ser pregado esse evangelho (Mc. 16.15), pois Deus não deseja que nenhum deles se perca, mas que todos venham ao conhecimento da verdade (I Tm. 2.4). A manifestação da graça de Deus, porém, não deve dar ocasião à carne (Gl. 5.13), por isso, somos instruídos a renunciar, pois o discipulado cristão pressupõe a renúncia (Lc. 9.23): 1) à impiedade, que, no grego, é asebeia e significa “falta de reverência a Deus”, cujo antídoto é o exercício da piedade (I Tm. 4.7,8) e 2) às concupiscências mundanas ou, mais explicitamente, aos desejos desenfreados pelas coisas do mundo (I Jo. 2.15-17; 5.19), alto que somente pode se realizar se andarmos em Espírito (Gl. 5.16). Assim, poderemos viver, neste presente século, sóbria, justa e piamente. Esse modo de viver cristão tem, portanto, uma perspectiva escatológica, “aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo” (v. 13). Essa é a graça maravilhosa de Deus, que liberta o pecador (Rm. 6.14), desfazendo os domínios do pecado, dando ao ser humano a verdadeira liberdade em Cristo. Uma liberdade que vai além das dimensões morais, mas que é concretizada pela ética genuinamente cristã, respaldada pelo amor-agape. É nesse contexto que a graça não é barata, como dizia Bonhoeffer, antes preciosa, pois coloca o ser humano em outra posição espiritual, que o transforma de dentro para fora. Somente assim é possível alcançar a santificação, o moralismo farisaico é incapaz de modificar a pessoa humana. É Cristo, pelo poder do Espírito Santo, que torna os santos santos. Isto é, tira-os da condição de meros santos posicionais, para serem transformados em santos aperfeiçoados, progressivamente.

CONCLUSÃO

        A graça de Deus, em Jesus Cristo, nos alcançou dando-nos o que não merecíamos: a justificação através do derramamento do Seu sangue na cruz do calvário. Como resultado desse exclusivo de Deus, o qual respondemos por meio da fé, somos chamados não à prática legalista ou antinomianista, mas a vivemos a liberdade em amor que Cristo nos Deus. Essa liberdade não deve dar ocasião à carne, mas a uma vida sóbria, justa e piedosa, aguardando a volta gloriosa do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

O capítulo cinco da Epístola aos Romanos mostra o triunfo da graça sobre o pecado. Paulo já havia falado a respeito da justificação, mas o que significava isso na prática? Que implicações teria na vida dos crentes? O apóstolo não procurou filosofar a respeito da origem do pecado e suas consequências. Ele buscou mostrar, de forma clara, como Deus resolveu essa questão. A graça de Deus nos justificou, abolindo o domínio do pecado e fazendo-nos viver livres em Cristo. [Comentário: Temos visto até agora que há homens que, por causa da queda em Adão permanecem sob condenação e em inimizade com Deus, e homens que, pela redenção em Cristo, o ‘último Adão’, estão justificados e em paz com Deus. Para demonstrar a consistência de sua tese, Paulo retroage no tempo e demonstra onde e como se deu a condenação de todos os homens, contrastando com a redenção em Cristo (Rm 5.12 -21). Paulo demonstrou que Adão e Cristo constituem-se 'os cabeças' de duas famílias distintas. Este trouxe à vida (existência) os filhos de Deus, e àquele traz à existência na condição de mortos e em inimizade com Deus os filhos da ira, filhos da desobediência, filhos do diabo, ou filhos de Adão (Rm 5.15-19). O Capítulo 6 é iniciado com um esclarecimento acerca do capítulo 5.20-21, de que o aumento do pecado aumentava a graça; Alguns poderiam alegar que, se, através do pecado, estavam proporcionando uma oportunidade a Deus para apresentar a grandiosidade de sua graça, com isso, eles poderiam pecar mais e mais. Paulo, então, diz que a ideia de um cristão continuar no pecado é totalmente contrária ao evangelho. O pecado é abominável e destrutivo, e aqueles que estão mortos para o pecado e o poder governante do pecado nunca mais deveriam querer viver nele.] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?

I. OS INIMIGOS DA GRAÇA

1. Antinomismo. Paulo percebeu que a sua argumentação a respeito da graça poderia gerar um mal-entendido. Por isso, tratou logo de esclarecer o seu pensamento a respeito do assunto. Usando o método de diatribe, ele dialoga com um interlocutor imaginário, procurando explicar de forma clara o seu argumento. Paulo já havia dito que onde o pecado abundou, superabundou a graça (Rm 5.20). Tal argumento seria uma afirmação ao estilo dos antinomistas, pois estes acreditavam que podemos viver sem regras ou princípios morais. [Comentário: Após demonstrar que 'onde o pecado abundou, superabundou a graça', Paulo antecipa-se àqueles que poderiam argumentar que permaneceriam no pecado visando aumentar a graça. 'Que diremos...', ou seja, qual deve ser o entendimento do cristão? Permanecer no pecado (em Adão), para que a graça aumente? Não! Este não deve ser o entendimento do cristão. O argumento dos críticos seria esse: se Deus justifica o pecador pela graça, quanto mais pecado se tiver, maior a graça da justificação. Como o pecador é visto por Deus como justo após a justificação, o pecado deixa de ser um problema, não podendo haver mais castigo. Ou seja, segundo os críticos de Paulo, a justificação incentivaria o pecado antes e depois da salvação. Paulo diz que não é porque a graça superabundou onde o pecado abundou que o comportamento do cristão deva ser de devassidão. O pecado reinou pela morte (pena decorrente da transgressão de Adão), e a lei somente fomentou a ofensa ( Rm 5:20 ). Mas, a graça de Deus se há manifestado para que, da mesma forma que o pecado reinou por meio da natureza decaída do homem (carne) e em obediência as suas concupiscências (conduta aquém da lei de Deus), a graça também reine pela justiça através da nova natureza (espiritual) e em obediência à justiça (conduta segundo a lei da liberdade).]
2. Paulo não aceita e não confirma o antinomismo. No antinomismo não há normas. Os que erroneamente aceitavam tal pensamento acreditavam que quanto mais pecarmos mais graça receberemos. Em outras palavras, a graça não impõe limite algum. Antevendo esse entendimento equivocado, o apóstolo pergunta: "Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça seja mais abundante?" (Rm 6.1). A resposta é não! A graça não deve servir de desculpa para o pecado. Infelizmente, o antinomismo tem ganhado força em nossa sociedade, passando a ser socialmente aceito até mesmo dentro das igrejas evangélicas. Esta é uma doutrina venenosa, que erroneamente faz com que a graça de Deus pareça validar todo tipo de comportamento contrário à Palavra de Deus. Em geral, tal pensamento vem "vestido" de uma roupagem espiritual, porém o antinomista costuma ser relativista quando se utiliza da expressão "não tem nada a ver". [Comentário: Colocando em outras palavras, se Deus nos aceita como somos, não seria lógico pensar que isso nos daria liberdade para viver como quisermos? Essa dúvida pode estar correndo na mente de algumas pessoas também em nossos dias. Para os leitores da carta que argumentassem que permaneceriam no pecado para que a graça aumentasse, Paulo demonstra que quem assim pensa desconhece o real significado do batismo. Tanto Paulo quanto os leitores da sua carta havia sido batizados na morte de Cristo por meio da fé "...fomos batizados em Jesus...", ou seja, todos os que creem são batizado na morte de Cristo Jesus "...um morreu por todos, logo todos morreram" ( 2Co 5.14 ). Se todos morreram porque Cristo morreu, isto demonstra que 'de uma vez morreram para o pecado' conforme Paulo demonstra no verso 10. De uma ou de outra forma, o que está sendo esquecido é que a justificação é imediatamente seguida pela santificação. Esta é uma operação de Deus que começa no momento da nossa salvação e continua por toda nossa vida na terra, até o momento em que formos morar com Deus. É um crescimento contínuo em direção do alvo que é a estatura do varão perfeito — Cristo.]
3. Legalismo. Em Romanos 6.15, o apóstolo tem em mente o judeu legalista, quando pergunta: "Pois quê? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum!" A doutrina da justificação pela fé, independentemente das obras da lei, levaria o legalista a argumentar que Paulo estaria ensinando que, em virtude de não estarmos mais debaixo da lei, então não há mais obrigação alguma com o viver santo. Nesse caso, não haveria mais nenhuma barreira de contenção contra o pecado. Na mente do legalista, somente a lei de Moisés era o instrumento adequado para agradar a Deus. Isso justifica as dezenas, e às vezes, centenas de preceitos que o judaísmo associou com o Decálogo. Os legalistas criaram como desdobramento da lei 613 preceitos. A teologia de Paulo irá ensinar que mesmo não estando mais debaixo da lei, o cristão não ficou sem parâmetros espirituais. Pelo contrário, agora que ele tem a vida de Jesus Cristo dentro de si, está capacitado a agradar a Deus, mesmo sem se submeter à letra da Lei de Moisés. [Comentário: Após apresentar Adão e Cristo, o pecado e a graça no capítulo anterior (Rm 5.12-21), neste capítulo, a primeira referência à lei encontra-se no verso 15. Através deste versículo Paulo demonstra que a ausência da lei não determina a condição de submissão ao pecado, e sim o fato de o homem ter herdado de Adão tal condição. Antes mesmo de ser instituída a lei, já estava o pecado no mundo (Rm 5.13), o que demonstra que a abundante graça de Deus promove a justificação de vida (Rm 5.18), em contraste à condenação herdada de Adão. Muitos entendem que neste versículo (v. 15) Paulo está perguntado aos seus leitores se é pertinente aos cristãos permanecerem em uma vida de devassidão simplesmente por não terem o freio da lei, uma vez que agora estão na graça. Mas, não é esta a colocação do apóstolo. É preciso considerar a primeira pergunta: "Pois que?", que introduz os elementos necessário à compreensão do leitor, quando ler a conclusão: "De modo nenhum". A argumentação apresentada no verso 2 é complementada através deste verso e apresenta a mesma colocação de João e uma de suas cartas: "Qualquer que permanece nele não peca (...) Qualquer que é nascido de Deus não comente pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus" (1Jo 3.6-9). Sem esquecer que os argumentos deste capítulo fundamenta-se no capítulo 5, do verso 12 ao 21, João apresenta uma figura que ilustra a condição daquele que á nascido de Deus, ou seja, é uma planta plantada por Deus "Ele, porém, respondendo, disse: Toda a planta, que meu Pai celestial não plantou, será arrancada" ( Mt 15:13 ). João apresenta o motivo pelo qual o homem nascido de Deus não peca: porque a semente de Deus permanece nele, ou seja, o que determina o tipo de uma planta é a semente. A bíblia apresenta dois tipos de sementes: a corruptível e a incorruptível. Está é a palavra de Deus e aquela refere-se a semente corruptível de Adão, por quem todos os homens pecaram e foram destituídos da glória de Deus por causa da semente de Adão. Sabemos que uma planta não pode produzir dois tipos de frutos, e nesta ilustração, verifica-se que a planta plantada pelo Pai só pode produzir segundo a semente planta. É um contra senso considerar que a planta que o Pai plantou possa produzir dois tipos de frutos: o bem e o mau. Uma vez que os cristãos já morreram com Cristo e a ressurreição é na semelhança da ressurreição de Cristo, segue-se que aqueles que morrem juntamente com Cristo, de uma vez por todas morrem para o pecado, já que tanto Cristo como os cristãos passaram a viver para Deus por intermédio da ressurreição. Desta forma os cristãos estão assentados nas regiões celestiais em Cristo, por causa da nova condição do homem espiritual gerado em Cristo (v. 10).]

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"[...] É preciso compreender e comparar dois aspectos da salvação, que são: o aspecto legal e o aspecto ético e moral No aspecto legal está a justificação, que trata da quitação da pena do pecado, Significa que a exigência da Lei foi cumprida» Porém, no aspecto moral, está a santificação que trata da vivência cotidiana após a justificação, Como compreender então a relação entre a justificação e a santificação?
Em primeiro lugar, a santificação trata do nosso estado, assim como a justificação trata da nossa posição em Cristo. Observe isto: Na justificação somos declarados justos. Na santificação nos tornamos justos. A justificação é a obra que Deus faz por nós como pecadores. A santificação diz respeito ao que Deus faz em nós. Pela justificação somos colocados numa correta e legal relação com Deus. Na santificação aparecem os frutos dessa relação com Deus. Pela justificação nos é outorgada a segurança. ela santificação nos é outorgada a confiança na segurança. Em segundo lugar, a santificação envolve, também, o aspecto posicional. Na justificação o crente é visto em posição legal por causa do cumprimento da Lei, na santificação o crente é visto em posição moral e espiritual. Posicionalmente, o crente é visto nesses dois aspectos abordados que são: o legal e o moral Legalmente, ele se torna justo pela obra justificadora de Jesus Cristo. Moralmente, ele se torna santo por obra do Espírito Santo [CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.73,74].


II. A VITÓRIA DA GRAÇA

1. A graça destrói o domínio do pecado. Para Paulo, o pecado era como um tirano impiedoso que não poupava seus súditos. Ele reinou desde que entrou no mundo e seu domínio parecia não ser ameaçado. O pecado dominou os que não estavam debaixo da Lei e dominou também os que estavam sob sua égide. Não havia escapatória. Por causa do "velho homem", uma expressão que para Paulo é sinônimo de natureza caída e pecaminosa, que esse iníquo tirano conseguia reinar. Como se libertar, então, desse tirano? Paulo mostra que a solução de Deus foi aquilo que lhe servia de base de sustentação, o corpo do pecado: "Sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado" (Rm 6.6). O "corpo do pecado" significa mais do que simplesmente o corpo físico, mas o corpo como algo que instrumentaliza o pecado e que precisava ser destruído. A palavra grega katargeo, traduzida em Romanos 6.6 como destruído, possui o sentido de destronado ou tornado inoperante. Foi, portanto, através da cruz de Cristo que esse tirano foi destronado e teve seu domínio desfeito. A graça de Deus triunfou sobre o pecado. Glória a Deus pelo seu dom inefável (l Co 9.15). [Comentário: “Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado” (v. 6). Se o “velho homem” abrange a vida antes da conversão, inclui também muito mais, e deveria ser interpretado à luz de 5.12-21, dando a entender tudo quanto éramos em nossa união com Adão. Devemos pensar que tudo isso foi encravado na cruz para morrer. Não há como um cristão dizer que permanecerá no pecado com a ideia de que aumentará a graça de Deus, visto que:
ü O velho homem (nosso) foi crucificado com Cristo;
ü O corpo do pecado (carne) é desfeito, e;
ü Não serve mais ao pecado.
Como seria possível a alguém que crê em Cristo permanecer no pecado, visto que os que creem são crucificados com Cristo e tiveram o corpo do pecado desfeito? Se o corpo do pecado foi desfeito, como viver ou andar no pecado? O crente é crucificado e sepultado com Cristo para que não mais sirva ao pecado, e segundo este saber, as possíveis argumentações do verso 1 são inconsistentes.]
 2. A graça destrói o reinado da morte. O apóstolo mostra que o reinado do pecado e seu domínio caracterizaram-se pela morte. "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 6.23). Não há lugar nesse mundo onde não se sinta as consequências do pecado. [Comentário: A união com Cristo em sua morte não destrói o nosso corpo como tal, mas põe fim ao papel do corpo como o instrumento inescapável do pecado, destruindo o reino do pecado no corpo. Os corpos dos crentes são agora dedicados a Cristo e produzem fruto santo em seu serviço (6.13,22; 7.4; 12.1). Não somos mais “escravos do pecado” visto que a vida no corpo, dominada pelo desejo ardente de pecar, cedeu lugar à vida no corpo, dominada pela paixão pela justiça e pela santidade (v.18). O tríplice contraste do salário do pecado e da morte com o dom, Deus e a vida eterna leva o argumento de Paulo a um enfoque memorável. No entender de Paulo, os cristãos não podem mais viver no pecado porque morreram para o pecado. Foram identificados por Deus na morte de Cristo. Morreram “com” Cristo e ressuscitaram “para” Deus.]
 3. A graça e os efeitos do pecado. Os efeitos do pecado podem ser vistos por toda parte. Podemos vê-los nas catástrofes naturais, nas guerras, homicídios, estupros e abortos. O pecado traz a marca da morte. Tanto a morte física, como a morte espiritual, o afastamento de Deus, são consequências do pecado. Nada podia destruir esse domínio tenebroso do pecado e fazer parar seus efeitos. Todavia, Paulo mostra que a Graça de Deus invadiu o domínio do pecado e destruiu seu principal trunfo — o poder sobre a morte. A graça de Deus, presente na ressurreição do Senhor Jesus, destruiu o poder sobre a morte física e essa mesma graça, quando nos reconcilia com Deus, destrói o poder da morte espiritual. [Comentário: Após saber ou conhecer que Cristo ressurgiu dentre os mortos e que a morte não tem domínio sobre Ele, resta que o pecado não tem domínio sobre os cristãos, uma vez que ressurgiram com Cristo (v. 9) "Portanto, se fostes ressuscitados com Cristo..." (Cl 3.1). O fato de os cristãos terem sido batizados com Cristo na sua morte, e ressurgido dentre os mortos para a glória do Pai (v. 4), tirou-os da condição de sujeição a lei, para estabelecê-los debaixo da graça de Deus. A premissa é: o pecado não tem domínio sobre o cristão. Mas, tal premissa é introduzida por um operador e conectivo argumentativo: porque - conjunção coordenativa explicativa. Ou seja, a premissa (o pecado não terá domínio sobre vós) do verso 14 é introduzida como uma explicação sobre porque o cristão deve considerar-se morto para o pecado e vivo para Deus.]

SUBSÍDIO DIDÁTICO

No segundo tópico estudamos a respeito de dois inimigos da graça; o antinomismo e o legalismo. Se desejar, leia para os alunos a seção "Conheça Mais" que apresenta uma definição para o termo. Quando ao legalismo, se desejar leia o subsídio abaixo a fim de que os alunos compreendam o termo.
[Do lat legale + ísmo] Tendência a se reduzir a fé cristã aos aspectos puramente materiais e formais das observâncias, práticas e obrigações eclesiásticas.
No Novo Testamento, o legalismo foi introduzido na Igreja Cristã pelos crentes oriundos do judaísmo que, interpretando erroneamente o Evangelho de Cristo, forçavam os gentios a guardarem a Lei de Moisés.
Contra o legalismo, insurgiu-se Paulo. Em suas epístolas aos gálatas e aos romanos, o apóstolo deixou bem claro que o homem é salvo unicamente peia fé em Cristo Jesus, e não pelas obras da Lei (ANDRADE, Claudionor Corrêa de Andrade. Dicionário Teológico* 17.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p.251).

III. OS FRUTOS DA GRAÇA

1. A graça liberta. A graça é libertadora (Rm 6.14) e produz frutos para a nossa santificação: "Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna" (Rm 6.22). Somente a graça seria capaz de desfazer o domínio do pecado. A Bíblia afirma que quem comete pecado é escravo do pecado (Jo 8.34). E mais, o escravo não possuía domínio sobre o seu arbítrio. Essa situação mudou quando a graça, revelada na pessoa de Jesus Cristo, entrou na história e desfez o domínio do pecado. Paulo afirmou que o "pecado não terá domínio sobre nós". Somos livres em Cristo. Essa liberdade é uma realidade na vida do crente: "Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão" (Gl 5.1). [Comentário: “o pecado não terá domínio sobre vos” (v. 14), temos aqui uma declaração indicativa, uma promessa, e não um imperativo ou uma exortação. Paulo usa a analogia humana de escravidão ao apelar para a santidade, lembrando o contraste entre a antiga vida pecaminosa e a nova vida regenerada. A frase 'De nenhum modo' pede uma explicação da parte do apóstolo sobre a impossibilidade de o homem pecar quando alcançado pela graça. Tal explicação advém de elementos pertinente à figura do escavo, que é introduzida através da argumentação seguinte "Não sabeis vós...?". Não sabeis vós que é impossível servir a dois senhores? Não sabeis vós que a árvore só produz fruto segundo a sua espécie? Ou não sabeis que um fonte não pode jorrar água doce e salgada? (Tg 3.12). Todas estas figuras complementam-se e apontam para os elementos apresentados por Cristo acerca das duas portas e dos dois caminhos. Como o homem apresenta-se como servo para obedecer ao seu senhor (...a quem vos apresentardes por servos...)? Ou seja, como o homem passa a condição de servo daquele a quem ele obedece (pecado ou obediência)? A bíblia é clara sobre este aspecto. Todos os homens quando vem ao mundo através do nascimento natural, segundo Adão, apresentam-se ao pecado para o servir e obedecer. Ou seja, o nascimento natural é a porta larga que dá acesso a um caminho espaçoso que conduz a perdição "Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela" (Mt 7.13). O nascimento segundo a semente corruptível de Adão (natural) é a maneira como o homem se apresenta como servo ao pecado. É o nascimento segundo a vontade da carne, segundo a vontade do varão e do sangue que coloca o homem em sujeição e em obediência ao pecado (Jo 1.13). Como o homem se apresenta a Deus como servo? Através da obediência a palavra da verdade (evangelho) "...obedecestes de coração a forma de doutrina a que fostes entregues" (v. 17).]
 2. Exigências da graça. A graça liberta, mas ao mesmo tempo tem suas exigências. Isso fica claro pelo uso dos termos considerar (6.11), que no original (logizomai) significa reconhecer, tomar consciência: "Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 6.11). Em Romanos 6.13 a palavra "apresentar" (gr. paristemi), significa colocar-se à disposição de alguém: "Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça" (Rm 6.13). [Comentário: Paulo procura conscientizar os seus leitores a considerarem (Retórica perfeita) que estavam mortos para o pecado e vivos para Deus. "Assim também..." remete as considerações apresentadas anteriormente. Ou seja, da mesma maneira que 'conheciam' que Cristo morreu uma única vez por causa do pecado e foi sepultado, os cristãos deveriam considerar estarem mortos para o pecado e vivos para Deus em Cristo Jesus. Esta relação entre a morte de Cristo e a morte dos cristãos, e a vida de Cristo e a nova vida dos cristãos Paulo Já havia estabelecido no verso 8, porém, discorre de forma a não deixar dúvidas quando a morte dos cristãos para o pecado, e ressurreição deles para vida, por meio de Cristo Jesus. Considerar é ter em conta, ou seja, é andar conforme a nova vida alcançada "...assim andemos nós também em novidade de vida" (v. 4). Paulo não recomenda um faz de conta ao pedir que os cristãos considerassem estarem mortos para o pecado e vivos para Deus. Eles deviam contar com a nova vida e descansar por estarem de posse dela (regeneração), porém, andarem de modo digno da nova condição alcançada graciosamente (comportamento).]
 3. A graça santifica. Paulo revela que um dos efeitos imediatos da graça é a justificação e o outro é a santificação: "Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna" (Rm 6.22). A palavra "santificação", que traduz o grego hagiasmos mantém o sentido de "separação". A graça nos libertou e nos separou para Deus. A santificação aparece aqui nesse texto como um fruto da graça. No ensino de Paulo a santificação ocorre em dois estágios. Primeiramente somos santificados em Cristo quando o confessamos como Salvador de nossas vidas. Na teologia bíblica isso é conhecido como santificação posicional. Por outro lado, não podemos nos acomodar, mas procurar a cada dia nos santificar, isto é, nos separar para Deus. Essa é a graça progressiva, aquilo que existe como um processo na vida do crente. [Comentário: Santificação é o processo no qual os crentes crescem e chegam à maturidade em Cristo (Ser Semelhantes a Cristo) e deve ser entendida como: 1. Separação do mal (2Co 6.14-18; 1Pe 3.11); 2. Separação para Deus (2Co 5.15); É necessário saber que diferente da Salvação, a Santificação é um “processo” que tem início no novo nascimento e só termina com a volta gloriosa de Cristo. A Bíblia chama Noé, Jó, Ló, Davi e outras pessoas de "justo", "'integro", "temente a Deus", "perfeito", ou "sem culpa", mas isto não significa que chegaram a ser "absolutamente sem pecado e incapazes de pecar", pois Noé se embriagou vergonhosamente (Gn 9.20-27); Jó confessou pecado (Jó 42.6); Ló andou pela vista, quis viver em terra idólatra, embriagou-se e caiu em incesto com as filhas; Davi adulterou, depois providenciou a morte do marido; etc. Então, note que santificação não é erradicação da natureza pecaminosa; perfeição impecável; impecabilidade. Santificação (gr. hagiasmos) significa “tornar santo”, “consagrar”, “separar do mundo” e “apartar-se do pecado”, a fim de termos ampla comunhão com Deus e servi-Lo com alegria. Esses termos não subentendem uma perfeição absoluta, mas a retidão moral de um caráter imaculado, demonstrada na pureza do crente diante de Deus, na obediência à sua lei e na inculpabilidade desse crente diante do mundo (Fp 2.14,15; Cl 1.22; 1Ts 2.10; cf. Lc 1.6). O cristão, pela graça que Deus lhe deu, morreu com Cristo e foi liberto do poder e domínio do pecado (Rm 6.18); por isso, não precisa nem deve pecar, e sim obter a necessária vitória no seu Salvador, Jesus Cristo. Mediante o Espírito Santo, temos a capacidade para não pecar (1Jo 3.6), embora nunca cheguemos à condição de estarmos livres da tentação e da possibilidade do pecado.]

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

Consagração do corpo mortal
'Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões (Rm 6.1) Entendemos que o pecado opera por meio do corpo. Da mesma forma que o corpo pode ser consagrado a Deus (Rm 12,1), pode também ser dedicado ao pecado. É claro que o corpo, por si mesmo não pode fazer nada, pois é controlado pela mente, Entretanto, quando o pecado domina a mente do homem, ele controla as ações do corpo.
A mente pertence ao domínio da alma humana, e quando a primeira alma inteligente (Adão - Rm 5.12) pecou, todo o seu corpo foi dominado pelo pecado. Quando Paulo exorta os que já haviam experimentado a regeneração dizendo: 'Não reine o pecado em vosso corpo mortal', ele estava mostrando aos crentes, romanos que, uma vez que foram justificados, resta-lhes agora viver como tais, na santificação do Espírito" (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus, 5. ed, Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.77).

CONCLUSÃO

Vimos nesta lição quem são os inimigos da graça, conhecemos a vitória da graça e os seus frutos. Tudo que temos e tudo que somos só foram possíveis pela graça de Deus. Essa graça é que trouxe salvação. "Porque a graça salvadora de Deus se há manifestado a todos os homens". Que venhamos viver segundo a recomendação de Tito renunciando à impiedade e vivendo neste presente século de forma sóbria, justa e piamente (Tt 2.11,12). [Comentário: Graça significa “favor divino não merecido.” O termo grego no original é charis, que deriva do verbo charizomai. Esta palavra significa “mostrar favor para” e assume a bondade do doador e a indignidade do receptor. Quando charis é usada para indicar a atividade de Deus, significa “favor não merecido.” “Para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado” (Ef 1.6). Por conseguinte, qualquer ensino que ofereça fórmulas ou técnicas para obter a aceitação de Deus, que não seja pela graça somente, é falso. O perdão de pecados, a redenção por meio do sangue de Cristo, a sabedoria e o entendimento e todas as bênçãos espirituais são concedidos somente pela graça (Veja Ef 1.1-5). Pregar o evangelho significa pregar a graça - “...e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus.” (At 20.24). O ministério do evangelho não tem outra mensagem senão a graça de Deus em Cristo. Se isto não é o que se prega, então não estamos pregando o evangelho.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.

Francisco Barbosa

Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

LIÇÃO 4: OS BENEFÍCIOS DA JUSTIFICAÇÃO




SUBSÍDIO I

Os benefícios da justificação

Ora, pode uma doutrina como a da justificação pela fé ter um benefício prático na vida do crente dá alguma consequência concreta quando o crente toma a consciência de que foi justificado por Deus por intermédio da graça divina mediante a fé em Jesus? 
Professor, é importante enfatizar aos alunos de que toda doutrina bíblica possui uma aplicação para a vida. Doutrina não é apenas teoria? Ela visa a amadurecer o crente a fim de que ele caminhe de maneira segura no processo de amadurecimento da fé no caminho de Cristo. Por isso, ao iniciar a aula desta semana, conforme a sua possibilidade, reproduza resumidamente os benefícios da doutrina da justificação pela fé com o objetivo de facilitar a reflexão em sala de aula:

OS BENEFÍCIOS DA DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ
Romanos 5.1-5
A graça de Deus
justificando o ser
humano
Romanos 5.6-11
O amor trinitário
Romanos 5.12-21
A nova Criação
de Deus
1. A bênção da paz com
Deus (v.1);
1. O amor do Pai pelo
ser humano (v.8)
1. O homem em Adão
(v.12)
2. A bênção de esperar
em Deus (v.2)
2. O Espírito santo distribui
o amor (5.bb)
2. O homem em Cristo
(v.17).
3. A bênção de sofrer
por Cristo Jesus (v.3-5).
3. O Filho realiza o amor
no coração (vv.10,11).
1. A bênção da paz com
Deus (v.1)

O quadro acima destaca uma série de bênçãos que o crente justificado por Deus tem acesso ao Pai no momento em que abre o coração para a Palavra de Deus. Um dos pontos mais importantes desse quadro são as imagens que o apóstolo Paulo usa para destacar o homem imperfeito em Adão e o ser humano perfeito em Jesus. A maior das bênçãos da justificação pela fé é que se por Adão entrou no mundo a morte, o sofrimento, a traição etc, por Cristo chegou a vida, a paz, a esperança, a alegria e tudo quanto é bom para aquele que está em Cristo Jesus, o nosso Senhor (Rm 5.12-21).
Enfatizar ao aluno a nova realidade de vida de uma pessoa justificada por Deus é permitir-lhe conhecer uma das mais ricas e consoladoras doutrinas sobre a condição do ser humano agora justificado por Cristo. Quantas são as pessoas que chegam às nossas comunidades sofridas, cheias de condenação na alma e na consciência? O contato, a assimilação e a fé nesta verdade bíblica quebrarão e destruirão as amarras da alma e da consciência daqueles que se sentem acusados e se tornam acuados pelo Inimigo de nossas almas. Ore a Deus, peça-o para cada aluno viver a graça dessa verdade em nome de Jesus
  
Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 66 – abr/mai/jun de 2016. 

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Conforme temos estudando nas lições anteriores, a justificação é uma providência divina, pela graça maravilhosa, por meio da fé. Na aula de hoje mostraremos os benefícios dessa justificação, que se inicia com a paz de Deus, que excede todo entendimento. Em seguida, nos voltaremos para a nova condição espiritual do crente que está em paz com Deus, diferente daquela na qual nos foi imposta por Adão. Ao final, destacaremos, com maior propriedade, os benefícios da justificação divina.

1. A PAZ DE/COM DEUS

As preposições têm espaço privilegiado nos estudos bíblicos, apenas para efeito de demonstração, ressaltamos que o crente, uma vez justificado, dispõe DA paz de Deus. Mas essa paz somente se tornou possível porque passou ter paz COM Deus, na medida em que a inimizade é desfeita, e acontece o processo de reconciliação (II Co. 5.18,19). Essa paz, que também é caracterizada como elemento do fruto do Espírito (Gl. 5.22), faz com que o crente não perca a esperança, mesmo diante das tribulações (Rm. 5.1,2; II Co. 8.19). A paz que é dada por Cristo é diferente daquela propagada pelo mundo, pois essa não depende das circunstâncias (Jo. 14.27). Isso é possível porque Jesus é Único Príncipe da Paz (Is. 9.2). Essa é uma paz diferenciada, e que o mundo não entende, por isso excede a compreensão humana (Fp. 4.7). Além disso, o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo. Deus prova Seu amor para conosco pelo fato de ter nos amado sendo nós ainda pecadores (Rm. 5.8). Estávamos perdidos em nossos delitos e pecados (Ef. 2.1), o salário do pecado é a morte (Rm. 6.23), mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna. Ele amou o mundo de uma maneira tão inexplicável que entregou Seu Filho Unigênito (Jo. 3.16). Por causa desse amor sacrificial, podemos ter convicção de que nada nos separará de Cristo, por isso seremos salvos da ira. Pela morte de Jesus Cristo, fomos reconciliados com Deus. Ele age com sua graça, de modo que os crentes já desfrutam, no presente século, da reconciliação que se completará no futuro, na dimensão escatológica. Essa condição espiritual faz com que o crente tenha alegria, passa a exultar por causa da justificação e reconciliação divina. A alegria também é um aspecto do fruto do Espírito (Gl. 5.22). A alegria, enquanto elemento do fruto do Espírito, nada tem a ver com a felicidade, divulgada pela sociedade moderna. Esta depende das circunstâncias, mas a alegria que vem de Deus é espiritual. Por isso Paulo, mesmo preso em Roma, escreveu a Epistola aos Filipenses, a Carta da Alegria.

2. CRISTO E ADÃO

Os crentes existem por causa de Cristo, Ele é a razão da justificação, foi a justiça dEle que nos tornou justos. Paulo faz a distinção entre a obra de Cristo e a de Adão, o primeiro homem, por meio do qual entrou o pecado no mundo (Rm. 5.12). Nas palavras de Paulo o homem morre por causa do pecado, não apenas fisicamente, mas também espiritualmente. Por isso, para que o homem tivesse vida, fez-se necessário que um justo morresse em seu lugar. Esse é o significado da morte vicária de Cristo, ela teve um caráter substitutivo. De tal modo que a morte governou até Adão, até que um Novo Homem surgiu, trazendo sobre Si o pecado da humanidade. A declaração paulina explicita que “pela falta de um só os muitos morreram, mas muito mais a graça de Deus e o dom que veio pela graça de um só homem, Jesus Cristo, se derramaram sobre muitos” (Rm. 5.15). Essa afirmação não fundamenta a doutrina universalista, segundo a qual Deus salvará a todos no final. Muito pelo contrário, o apóstolo afirma que a graça de Cristo foi derramada sobre muitos. A expiação de Cristo não é limitada, ela tem a capacidade de alcançar a todos, mas faz-se necessário que as pessoas se arrependam dos seus pecados, e busquem a justificação que provém de Deus. Esse ensinamento é reforçado por Paulo ao declarar que pela obediência de Cristo muitos se tornarão justos (Rm. 5.19).  Essa justificação resulta também em nova conduta, um comportamento diferente daqueles que vivem em Deus, considerando que onde abundou o pecado, superabundou a graça de Deus (Rm. 6.1). O crente, por causa da justificação amorosa de Deus, é colocado diante de uma nova condição ética. Ele deixa de se pautar por uma moral, sua vida é pautada pela Palavra de Deus, e motivado pelo amor de Cristo, que o constrange a fazer o que é certo (II Co. 5.14).

3. JUSTIFICAÇÃO BENÉFICA

Assumimos, então, que por causa da justificação divina, podemos já no tempo presente, desfrutar da paz, não apenas COM, mas também a DE Deus (Rm. 5.1). Essa paz nos oportuniza esperança, de tal modo que não vivemos mais por vista, antes pela fé nAquele que se revelou em Cristo (Rm. 5.2). O amor de Deus faz com que, caso seja necessário, soframos por amor a Ele, enfrentemos as tribulações do tempo presente (Rm. 5.3,4), sabendo, porém, que essas aflições não se comparam à glória que em nós haverá de ser revelada (Rm. 8.18). Neste momento, descansamos na convicção do amor de Deus, que é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm. 5.5). O Espírito está trabalhando em nós, a fim de nos moldar a imagem de Cristo. O propósito de Deus para as nossas vidas não é nos fazer felizes, muito menos financeiramente prósperos, antes é investir em nosso caráter, a fim de parecermos cada vez mais com Jesus. Se cairmos em Adão, podemos agora, em Cristo, nos tornar novos homens. Isso porque em Cristo somos feitos novas criaturas, as coisas velhas se passaram, tudo se fez novo (II Co. 5.17). A nova humanidade é, então, uma construção, não pautada pela força do pecado, herdada de Adão, mas pela graça de Cristo. Homens atingidos pela graça maravilhosa de Deus são dispostos diante da mesma condição, e não podem agir de forma diferente, são motivados pelo favor imerecido de Deus. Jesus contou uma parábola que ilustro muito bem essa condição, o credor incompassivo foi perdoado, mas não agiu da mesma maneira (Mt. 18.23-35). Os religiosos tendem a agir por meio da retribuição, eles entregam fundamentados naquilo que receberão em troca. Aqueles que foram alcançados pela graça se desprendem com facilidade, pois não encontram satisfação maior na vida, que agradar o Deus que o agraciou.

CONCLUSÃO

Há um hino clássico, escrito por John Milton, que outrora foi um traficante de escravos, mas foi alcançado por Cristo. O título desse hino é Amazing Grace (Maravilhosa Graça) e que inicia dizendo: “que maravilhosa graça, que salvou um pecador como eu, estava perdido, mas agora fui achado, era cego mas agora posso ver”. Há uma versão em português, gravada pelo Quarteto Gileade, que merece ser ouvida, e ficar maravilhados, com a graça de Deus!

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Nos quatro primeiros capítulos da Epístola aos Romanos, Paulo já havia escrito a respeito das origens e das bases da nossa justificação. Faltava agora falar dos resultados dessa justificação. Que benefícios ela nos trouxe? Quais seriam as bênçãos a ela associada? Paz, alegria, esperança são algumas dessas bênçãos associadas à justificação. Todavia, Paulo vai além, ele mostra que tudo isso só foi possível porque Deus nos fez participante de uma bênção maior — sermos parte da nova criação. Esse fato será mostrado através do contraste feito entre Adão, símbolo da velha criação e Cristo, o segundo Adão, cabeça de uma nova criação. [Comentário: A primeira abordagem de Paulo sobre a justiça de Deus pela fé em Cristo se dá no capítulo 1, versos 16 à 17. Em seguida, o apóstolo passa a demonstrar que todos os homens pecaram e foram destituídos da glória de Deus em Adão (Rm 1.16 à Rm 3.20 ). Após demonstrar que diante de Deus todos os homens tornaram-se escusáveis (judeus e gregos), o apóstolo volta a abordagem inicial: a justificação pela fé. No capítulo 4, o apóstolo apresenta exemplos de justificação pela fé no Antigo Testamento: Abraão e Davi, ou seja, Paulo evoca a autoridade da Escritura para dar sustentação a sua argumentação (Rm 4.1-25). Chegamos ao capítulo cinco. Este pode ser chamado um capítulo de transição da qual passamos da doutrina da justificação para a da santificação. Mas antes destra transição o Apóstolo ainda apresenta de forma singular as vantagens únicas da justificação pela Fé em Cristo Jesus. Vamos então analisar os benefícios da justificação. Após estudar o capítulo cinco da carta de Paulo aos Romanos, será possível divisarmos como todos os homens tornaram-se pecadores, e como é possível ser participante da graça de Deus. Verificaremos, ainda, qual é a condição dos que estão em Cristo, e a condição daqueles que continuam inimigos de Deus.]

I. A BÊNÇÃO DA GRAÇA JUSTIFICADORA (Rm 5.1-5)

1. A bênção da paz com Deus. No capítulo cinco de Romanos, Paulo mostra os benefícios da justificação pela fé logo no primeiro versículo: “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo”. O uso que Paulo faz da palavra paz aqui é diferente daquele usado no mundo antigo. No geral, o termo significava ausência de guerra. Porém, Paulo se refere ao vocábulo paz conforme ele aparece no Antigo Testamento e cujo significando era a salvação dos piedosos, prosperidade e bem-estar. Embora os manuscritos mais aceitos do original grego tragam a palavra tenhamos em vez de temos, os teólogos concordam que o argumento de Paulo aqui é a paz como efeito imediato dessa justificação. Assim sendo essa paz deve ser desfrutada aqui e agora. Robertson, erudito em grego bíblico, traduz essa expressão como gozemos de paz com Deus. Portanto, uma paráfrase das palavras de Paulo ficaria da seguinte forma: “Já que fomos justificados por meio da fé, desfrutemos, pois, dessa paz com Deus”. Deus tem paz para todos os que foram justificados em Cristo Jesus e deseja que desfrutemos dela. [Comentário: Não é correto nos pautarmos nas divisões de textos como capítulos e versículos quando da interpretação das cartas bíblicas. Ao analisar o texto, não podemos atrelar a análise tão somente a um capítulo ou a um, dois ou três versículos. Antes, a análise de qualquer versículo ou frase deve ser considerada dentro do contexto geral da carta. Precisamos estar atentos, pois as divisões em versículos e capítulos acabam por influenciar a leitura bíblica. As divisões em capítulos e versículos devem ser considerados somente como auxilio para localização e referenciamos certos textos. A observação anterior é válida na análise deste capítulo. Quando o apóstolo diz: "Tendo sido, pois, justificados pela fé..." ( Rm 5:1 ), ele termina uma argumentação e introduz uma nova ideia. Quando o apóstolo escreve 'Tendo sido, pois, justificados pela fé...', ele dá por encerrada a discussão sobre a superioridade dos judeus, ou que somente os gentios eram pecadores, ou que a justiça de Deus era proveniente da lei mosaica. Ao ser justificado pela fé em Deus, as questões abordadas anteriormente passam à segundo plano, uma vez que não há distinção alguma entre gentios e judeus. "Sendo, pois, justificados pela fé..." remete à versículos anteriores ( Rm 1:16 -17 e Rm 3:21 -22), e apresenta um novo aspecto da justificação pela fé. Os cristãos pela fé adquiriram paz com Deus, por intermédio de Cristo Jesus. Por meio da fé os cristãos são declarados justos e obtiveram paz com Deus. A condição alcançada em Cristo contrasta com a condição apresentada no verso 10. O homem por causa do pecado tornou-se inimigo de Deus, e bem sabemos que por conta própria o homem não buscou e nem busca tal reconciliação (Rm 3.10-12). Coube a Deus, em seu infinito amor trazer e proporcionar ao homem tamanha reconciliação, ou seja, a “Paz” que somente obtemos por meio da Fé salvadora em Cristo Jesus. http://www.estudobiblico.org/pt/detalhe/ver/romanos-capitulo-5-196]

2. A bênção de esperar em Deus. Antes de falar da bênção de esperar em Deus, Paulo fala como se deu esse acesso: “Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus” (Rm 5.2). A fé no Cordeiro de Deus nos abriu a porta da graça. Observe o comentário que William Barclay faz a respeito desse texto: “O próprio Jesus nos introduz na presença de Deus; nos abre a porta de acesso à presença do Rei dos reis. E quando se abre essa porta o que encontramos é a graça; não condenação, nem juízo, nem vergonha; senão o intocado e imerecido amor de Deus”. A porta se abriu para a esperança. No contexto de Romanos, esperança significa enfrentar o tempo presente, com todos os seus desafios, porque se tem certeza quanto ao futuro. O futuro não é algo mais desconhecido, porque a fé em Jesus nos tornou participantes do seu reino. [Comentário: Desde já, vale observar que, ao falar da salvação em Cristo, Paulo apresenta a condição dos cristãos (paz com Deus), para depois apresentar como alcançaram tal condição (pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça). Ou seja, durante a análise da carta aos Romanos, demonstraremos que, geralmente, o ponto de partida para o apóstolo apresentar o plano da salvação é o da condição alcançada (paz com Deus), e em seguida, ele retroage até demonstrar qual era a condição anterior (inimizade). Por intermédio de Jesus os cristãos têm entrada a esta graça, ou seja, alcança a graça da justificação e amizade com Deus pela fé. Este versículo demonstra que por Cristo e pela fé os cristãos recebem a graça de Deus, e o verso anterior fixa-se em demonstrar a graça alcançada: justificação e amizade com Deus. Paulo reitera que ele e todos quantos estão em Cristo (...também temos...), estão firme na graça proveniente do evangelho (...na qual estamos firmes...). Enquanto muitos se gloriam das questões relativo à carne ( 2Co 11:18 ), os cristãos gloriam-se na esperança proposta por meio do evangelho. Embora o apóstolo não volte a falar que não há diferenças entre gentil e judeu explicitamente, ele acaba por falar de modo velado destas distinções promovidas pelos homens, e não por Deus. Gloriar-se na esperança da glória de Deus é uma das maneiras de trazer à lembrança dos cristãos àqueles que se vangloriam da carne. Enquanto os da fé gloriam-se na esperança proposta e nas tribulações, os segundo à carne gloriam-se em questões meramente humanas "Pois que muitos se gloriam segundo a carne, eu também me gloriarei" ( 2Co 11:18 ); "Se convém gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza" ( 2Co 11:30 ). Enquanto os da carne buscavam elementos para gloriarem-se na carne dos irmãos em Cristo "Porque nem ainda esses mesmos que se circuncidam guardam a lei, mas querem que vos circuncideis, para se gloriarem na vossa carne" ( Gl 6:13 ), Paulo demonstra que o cristão deve gloriar-se tão somente na cruz de Cristo, esperança da glória "Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo" (Gl 6:14).http://www.estudobiblico.org/pt/detalhe/ver/romanos-capitulo-5-196]

3. A bênção de sofrer por Jesus. Na lista dos benefícios ou bênçãos vindos da cruz encontramos uma que, no contexto atual, escandaliza muita gente. Paulo tem no sofrimento uma motivação para se gloriar! “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência; e a experiência, a esperança” (Rm 5.3,4). A palavra grega thlipsis, traduzida em português como tribulação, significa pressões, dificuldades e sofrimentos. Que tipo de fé era essa que se alegrava no sofrimento? Era a fé pura, sem os resquícios da Teologia da Prosperidade, sem os paliativos espirituais criados para entreter os cristãos modernos. [Comentário: “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência” (v. 3); Enquanto os da fé gloriam-se na esperança proposta e nas tribulações, os segundo à carne gloriam-se em questões meramente humanas "Pois que muitos se gloriam segundo a carne, eu também me gloriarei" ( 2Co 11:18 ); "Se convém gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza" ( 2Co 11:30 ). Enquanto os da carne buscavam elementos para gloriarem-se na carne dos irmãos em Cristo "Porque nem ainda esses mesmos que se circuncidam guardam a lei, mas querem que vos circuncideis, para se gloriarem na vossa carne" ( Gl 6:13 ), Paulo demonstra que o cristão deve gloriar-se tão somente na cruz de Cristo, esperança da glória "Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo" ( Gl 6:14 ). A fé é a 'entrada' à graça de Deus, que pela esperança proposta concede forças para suportar as tribulações ( Hb 12:2 ). Quando o apóstolo diz que 'a esperança não traz confusão', ele aponta para o Espírito Santo, que foi concedido através do amor de Deus. Ao escrever este verso Paulo tinha em mente a declaração feita aos cristãos de Éfeso: "Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa. O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória" ( Ef 1:13 -14). O penhor geralmente é equivalente ao valor da dívida, e Paulo demonstra que os cristãos já haviam recebido o que é infinitamente superior à herança: o Espírito Santo de Deus. Esta relação entre tribulação, paciência, experiência e esperança também foi abordado por Pedro e Tiago, porém, cada um à sua maneira (Tg 1.2 -4; 1Pe 1.6 -7). http://www.estudobiblico.org/pt/detalhe/ver/romanos-capitulo-5-196]

SUBSÍDIO DIDÁTICO

Inicie o tópico fazendo a seguinte indagação: “Quais são as bênçãos decorrentes da justificação?”. Incentive a participação de todos e ouça os alunos com atenção. Em seguida copie no quadro o esquema abaixo. Utilize-o para mostrar aos alunos algumas das bênçãos decorrentes da justificação. Leia e discuta as referências bíblicas com os alunos.

II. AS BÊNÇÃOS DO AMOR TRINITÁRIO (Rm 5.5-11)

1. O amor que o Pai outorga. A visão que Paulo possui a respeito do Senhor é muito diferente da do judaísmo dos seus dias. O Deus que Paulo está revelando em suas epístolas é amor. Por isso, muito diferente daquele que os judeus conheciam. A expressão amor de Deus, que aparece em Romanos 5.5, no original está no caso genitivo, indicando origem ou posse. Deus é a origem e a fonte do amor. Embora o antigo Israel houvesse quebrado a aliança, sendo digno de punição, Deus em seu amor infinito o procura para uma reconciliação. Esse é o amor que perdoa. O Deus da teologia paulina ama suas criaturas e como prova maior desse amor enviou seu Filho para morrer por elas (Jo 3.16). A justificação pela fé nos dá uma nova percepção da pessoa de Deus e seus atributos, e essa percepção mostra que Ele é amor. [Comentário: Amor, ágape; Strong 26: Uma palavra à qual a cristandade deu um novo significado. Fora do Novo Testamento, ela raramente ocorre nos manuscritos gregos existentes no período. Agape denota uma benevolência invicta e boa vontade inconquistável que sempre procuram o bem maior da outra pessoa, independentemente do que ela faz. É o amor autoconcedido que dá livremente sem pedir nada em troca e sem considerar o valor de seu objeto. Agape é mais um amor por escolha do que philos, que é amor por acaso; e refere-se à vontade, ao invés da emoção. Agape descreve o amor incondicional que Deus tem pelo mundo. "Deus é amor" (1Jo 4.8,16): "Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos nesse amor". Paulo diz: "... Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu" (Rm 5.5). O amor de Deus é um exercício de sua bondade para com os pecadores, individualmente, por meio do qual, tendo se identificado com o bem-estar dessas pessoas, entregou seu Filho para ser o Salvador delas, e agora as leva a conhecê-lo e a desfrutá-lo em uma relação de aliança, assim, a natureza desse amor derramado é visto na cruz. Ali Deus agiu ‘no tempo certo’, tanto no sentido que a morte de Cristo teve lugar de acordo com o tempo de Deus (Jo 17.1; At 2.23; Gl 4.4), como também porque essa benção nos veio no momento de nossa mais profunda necessidade. Esse é o ponto tocado por Paulo quando ele diz: ‘quando nós ainda éramos fracos’ (v 6), ‘sendo nós ainda pecadores’ (v 8) e ‘quando inimigos’ (v 10).]

2. O amor que o Espírito distribui. Deus é a fonte do amor e o Espírito Santo é quem o instrumentaliza na vida do crente. Paulo diz que o amor de Deus está “[...] derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5.5b). O apóstolo tem em mente a profecia de Joel 2.28 e o evento de Pentecostes em Atos dos Apóstolos 2.4, onde há a infusão do Espírito Santo sobre os crentes. Há alguns fatos interessantes com o tempo verbal grego (tempo perfeito) da palavra ekchéo, traduzida aqui como derramar. Esse verbo enfatiza uma ação passada, mas que continua com os efeitos no presente. É como se ele dissesse, “o amor de Deus foi derramado em nossos corações no passado quando cremos no Senhor, mas seus efeitos continuam vivos no presente”. Temos, pois, razão para amarmos porque o Espírito Santo faz-nos viver esse amor. [Comentário: Quando o apóstolo diz que 'a esperança não traz confusão', ele aponta para o Espírito Santo, que foi concedido através do amor de Deus. Ao escrever este verso Paulo tinha em mente a declaração feita aos cristãos de Éfeso: "Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa. O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória" (Ef 1.13-14). O penhor geralmente é equivalente ao valor da dívida, e Paulo demonstra que os cristãos já haviam recebido o que é infinitamente superior à herança: o Espírito Santo de Deus.]

3. O amor que o Filho realiza. O amor é originário do Pai, operacionalizado pelo Espírito e realizado pelo Filho. Cristo é a manifestação suprema do amor de Deus (Rm 5.6-8). Se quisermos conhecer o amor de Deus, basta olharmos para Cristo, o bendito Filho de Deus. [Comentário: O amor é medido pelo que oferece; Deus deu seu único Filho para morrer pelos pecadores, e assim tornar-se o único mediador que nos pode levar a Deus; amor grande (ver Ef 2.4; 3.19). Jesus é a suprema revelação de Deus ao homem. O amorável Salvador era Deus manifestado na carne quando veio do Céu para revelar o Pai (Hb 1.2). Cristo, Deus Filho, estava com Deus Pai no princípio e criou todas as coisas. Cristo é divino no mais pleno e absoluto sentido da palavra. Ele é também humano no mesmo sentido, exceto porque não conheceu o pecado. O apóstolo Paulo chega ao seguinte ponto em Efésios 5.1-3: “Portanto, sejam imitadores de Deus, como filhos amados, e vivam em amor, como também Cristo nos amou e se entregou por nós como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus. Entre vocês não deve haver nem sequer menção de imoralidade sexual como também de nenhuma espécie de impureza e de cobiça; pois essas coisas não são próprias para os santos.”]


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

 “O amor divino derramado em nós (5.5b)
Temos a força que energiza a nossa esperança que é ‘o amor de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo’. Esse amor só é derramado sobre um coração justificado. O interessante desse versículo é o destaque ao amor que Deus tem por nós, e não o amor que temos para com Ele. Descobrimos também neste versículo a participação das três Pessoas da Trindade na nossa justificação. Clifton J. Allen, em seu Comentário aos Romanos, escreve sobre isto: ‘As três Pessoas da Trindade têm sua parte na nossa salvação. Deus nos justifica por causa da nossa fé. Sua justiça se torna possível por causa da redenção dada por Cristo. O Espírito Santo nos torna cônscios da nossa necessidade, faz com que exerçamos a fé, e faz transbordar os nossos corações com o amor de Deus. O amor de Deus satisfaz a terna afeição do coração ou corresponde ao desejo do coração’. Portanto, recebemos o amor de Deus em nossos corações e somos transbordados de alegria, graça, poder e vida nova” (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2005, pp.64,65).

III. AS BÊNÇÃOS DA NOVA CRIAÇÃO (Rm 5.12-21)

1. O homem em Adão. Os efeitos e as bênçãos da justificação são agora ilustrados por Paulo com as figuras de Adão e Cristo. Primeiramente Paulo fala do “homem em Adão”, em Romanos 5.12-14. Existem várias interpretações a respeito deste texto bíblico, mas a ideia mais aceita pelos intérpretes é que Adão, como cabeça da raça humana, representava toda a humanidade. Nesse aspecto, todos pecaram, pois, todos descenderam de Adão. Para Paulo, o “homem em Adão”, símbolo da velha criação, está condenado; em desobediência; dominado pelo pecado e vencido pela morte. O homem em Adão é, portanto, um projeto falido. Não há nenhuma esperança para ele. [Comentário:É interessante notar que a palavra ‘portanto’ usada no começo do versículo 12, indica que aquilo que se segue está ligado, na mente de Paulo, com o que precedeu, pelo que a comparação e o contraste que ele traça entre Adão e Cristo é sua elaboração teológica do que já havia sido dito. Paulo salienta a ideia de ‘um só homem’ por toda essa passagem, e isso indica que ele encarava tanto Adão como Cristo como indivíduos históricos. No caso de Adão, ele enfoca a atenção sobre a sua ‘ofensa’, mediante a qual todos os homens se ‘tornaram pecadores’ (v 19). Eles mostraram-se solidários com Adão, que foi o representante deles diante de Deus, e isso os constitui pecadores, quando Adão pecou. Essa comparação que Paulo faz só será concluída nos versículos 18-21. Paulo não explica como toda a humanidade se viu envolvida com Adão em seu pecado, simplesmente assevera o fato. Pecado é descrito na Bíblia como transgressão da lei de Deus (1Jo 3.4) e rebelião contra Deus (Dt 9.7; Js 1.18). Quando Adão caiu (pecado original), isso resultou em seus descendentes sendo “contaminados” pelo pecado. Davi lamentou esse fato em um de seus Salmos: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51.5). Note a progressão em Romanos 5.12: O pecado entrou no mundo através de Adão, morte segue o pecado, morte vem a todas as pessoas, todas as pessoas pecam porque herdaram pecado de Adão. Porque “...todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23), precisamos de um sacrifício perfeito e sem pecado para purificar nosso pecado – isso é algo que somos incapazes de fazer sozinhos.]

2. O homem em Cristo. O contraste entre Adão e Cristo é feito com cores vivas pelo apóstolo em Romanos 5.15-17. O “homem em Cristo”, símbolo da nova criação de Deus, é justificado, obediente, dominado pela graça e dominado pela vida com Deus. O primeiro Adão é alma vivente, o segundo Adão é Espírito vivificante; o primeiro Adão é da terra, o segundo Adão é do céu; o primeiro Adão é pecador, o segundo Adão é justo; o primeiro Adão é morte, o segundo Adão é vida. É exatamente isso que o apóstolo ensina em outro lugar aos cristãos de Éfeso. Em Cristo, somos abençoados com toda sorte de bênçãos espirituais; escolhidos nEle antes da fundação do mundo para sermos santos; fomos feitos filhos de Deus; temos a redenção dos nossos pecados pelo seu sangue e fomos selados com o Espírito Santo (Ef 1.1-13). [Comentário: A Bíblia apresenta Adão como o primeiro homem, e dá ao Senhor Jesus Cristo, o curioso título de “o último Adão” (1Co 15.45). O que significa esse termo e por que é que o deu? Quais são as semelhanças entre Adão e Jesus que levam a Jesus ter este título? Quais são as diferenças? Enquanto Adão foi feito à imagem de Deus, Cristo é “a imagem do Deus invisível” (Cl 1.15). A Bíblia nos diz que o último Adão, Jesus Cristo, foi o único meio por quem Deus criou todas as coisas (Jo 1.1–3, Cl 1.15–20, Hb 1.2). Assim, Jesus era pré-existente com Deus Pai e Deus o Espírito Santo antes de Adão viver (Jo 8.58; Mq 5.2). No entanto, na Sua humanidade, Ele também teve um começo miraculoso quando foi encarnado como um ser humano sendo concebido pelo Espírito Santo e nascido da virgem Maria (Mt 1.20–23, Lc 1.26–35). Adão foi criado um homem perfeito, em plena posse de todas as faculdades humanas, e com a consciência de Deus, que lhe permitiu ter comunhão espiritual com Deus. Inicialmente, inocente, imaculado e santo, ele estava num relacionamento correto com Deus, com a mulher, com si mesmo e com mundo natural ao seu redor. O último Adão, Jesus, também era perfeitamente homem, um com Deus (Jo 10.30; 17.21–22), inocente, imaculado e santo (Hb 7.26). O Evangelho de Jesus Cristo é o único farol de esperança para a humanidade perdida. A sua integridade está fundamentada na verdade histórica de ambos, do primeiro e do segundo Adão. Ao contrário do primeiro Adão, o Senhor Jesus foi, para além disso, divino, possuindo os atributos, ofícios, prerrogativas, e os nomes de divindade. Sendo totalmente Deus, Ele é digno de adoração (Ap 5.11–14). Adão foi o cabeça da raça humana. Jesus Cristo é o cabeça da humanidade redimida (ver, por exemplo, Efésios 5.23). Uma vez que Cristo morreu uma vez por todas (Hb 7.27, 9.28, 10.10–14), nunca haverá a necessidade de qualquer outro, portanto, ele é o último Adão. O primeiro Adão deu vida a todos os seus descendentes. O último Adão, Jesus Cristo, comunica ‘vida’ e ‘luz’ para todos os homens, e dá a vida eterna àqueles que O recebem e creem no seu nome, dando-lhes “o poder de se tornarem filhos de Deus” (Jo 1.1–14). A Adão, o que representa a humanidade, foi-lhe dado domínio sobre o mundo criado (Gn 1.26). Depois de ser ressuscitado dentre os mortos, Jesus Cristo foi elevado à mão direita de Deus, e dado o domínio sobre todas as coisas, que foram (1Co 15.27, Ef 1.20–22) “colocadas sob os seus pés”. O primeiro Adão era senhor de um domínio limitado, o último Adão é o Senhor de todos (At 10.36). Um sono profundo produz uma linda noiva. Gn 2.21–23 diz-nos que Deus colocou Adão num sono profundo, durante o qual Deus fez a noiva de Adão, Eva, a partir do lado de Adão, uma ferida no lado de Adão produziu uma noiva! O último Adão, Jesus, morreu na cruz, sofrendo o sono da morte por todos. O Seu lado foi perfurado por uma lança (Jo 19.34). Na sua morte, ele pagou a punição pelos pecados da humanidade (1Co 15.1–4). Aqueles que se arrependem e colocam sua fé Nele estão unidos com Cristo num relacionamento que a Bíblia compara ao de uma noiva com seu marido (2Co 11.02, Ef 5.27, Ap 19.6–8). Assim, uma ferida no lado do último Adão também produziu uma noiva—a verdadeira Igreja—“a noiva gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante … santa e irrepreensível” (Ef 5.27). No início da vida de Adão, ele passou por um período de teste para saber se iria ou não obedecer Deus. “E o Senhor Deus ordenou ao homem, dizendo: Podes certamente comer de toda árvore do jardim, mas da árvore da do conhecimento do bem e do mal não comerás, porque no dia em que dela comeres certamente morrerás.” (Gn 2.16–17). No início do ministério, o último Adão, Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto, para ser tentado pelo diabo (Mt 4.1, Lc 4.1–3). O primeiro Adão falhou no teste, e ao fazê-lo envolveu toda a humanidade na sua derrota, arrastando a raça humana com ele na sua queda. Como resultado, em Adão, todos estamos condenados, espiritualmente falidos, escravos do pecado e expulsos do Paraíso (Rm 5.12 ss.). O último Adão, Jesus, foi vitorioso sobre o pecado, a carne e o diabo. Como resultado, em Cristo, os crentes estão justificados e redimidos, espiritualmente ricos, libertos do pecado, e novamente incluídos no Paraíso de Deus (Rm 5.18 ss;. 1Co 15.21 ss; Ap 2.7). O primeiro Adão desobedeceu a Deus. O primeiro Adão desobedeceu a Deus. O último Adão foi “obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.8). O primeiro Adão experimentou o juízo de Deus, no final ele morreu e seu corpo tornou-se outra vez pó. Por causa do seu pecado, a morte veio para todos os homens: “Porque todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Rm 3.23). O último Adão, Jesus Cristo, também morreu, na cruz, para expiar o pecado (Is 53.5, 1Pe 3.18, Hb 2.9). Mas Ele não ficou morto, nem o seu corpo “viu a corrupção” (At 2.27; 13.35–37). Ao terceiro dia, Ele ressuscitou, vencendo, assim, o diabo e o poder da morte, ganhando isso, para todos aqueles que creem nEle (Hb 2.14), trazendo a ressurreição dos mortos (1Co 15.22–23). Extraído dehttp://creation.com/first-adam-last-adam-portuguese]

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

Reproduza o quadro abaixo. Leia com os alunos Romanos 5.15-21 e em seguida, utilizando o quadro faça um contraste entre Adão e Cristo.



CONCLUSÃO

O capítulo cinco de Romanos mostra de que forma Deus amou os homens. Ele os encontra pecadores, ímpios, e indiferentes ao seu propósito. Mas, mesmo assim os ama. Numa demonstração inimaginável de amor, Ele os justifica pela fé na pessoa bendita de Jesus Cristo e os abençoa com todas as bênçãos espirituais. No capítulo 5 de Romanos o amor de Deus parece romper todos os limites. Não é pelo que fazemos, mas pelo que Cristo fez por nós! Como disse certo autor: “Não há nada que eu possa fazer para Deus me amar mais e não há nada que eu possa fazer para Ele me amar menos”. [Comentário: “O grande amor de Deus para com a humanidade é demonstrado pelo fato de o Filho de Deus não ter vindo à terra como um anjo, e, sim, como homem, o homem Cristo Jesus, tendo a natureza humana como a nossa” OWEN, John, A Glória de Cristo, p.8.. Estamos todos ligados ao primeiro Adão (o cabeça natural e legal da raça humana) como pecadores e culpados, e por isso sobre nós recai a sentença de morte que Deus pronunciou sobre ele. No entanto, todos os que estão ligados com o último Adão, Jesus, através do arrependimento e fé na Sua obra redentora, estão perdoados, e “receberam o dom gratuito da justiça”, e assim “já passamos da morte para a vida” (Cl 1.14, Rm 5.17, 1Jo 3.14)] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.

Francisco Barbosa

Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br.