SUBSÍDIO I
O nascimento de Isaque é a confirmação da
promessa feita por Deus a Abraão, onde a descendência prometida viria
do útero de uma mulher estéril, de sua esposa Sara. Embora a história de
Isaque e de Jacó fosse contada simultaneamente, pois o relato de
Jacó é contado dentro da história de Isaque (25.19?35.29), as
promessas de Deus feitas a Abraão são repetidas a Isaque (26.3-5), como
também para Jacó (28.13-15).
Igualmente, como aconteceu com Sara, o Senhor abriu a
madre da mulher de Isaque, Rebeca, conforme está escrito: “E Isaque orou
instantemente ao SENHOR por sua mulher, porquanto era estéril; e o
SENHOR ouviu as suas orações, e Rebeca, sua mulher, concebeu” (Gn
25.21). Rebeca, não concebeu apenas uma vida, mas duas nações.
No capítulo 26, Isaque repetiu o fracasso de seu pai,
Abraão, mentindo sobre a sua esposa (26.6,7), pois ao invés de afirmar
ser Rebeca a sua esposa, ele disse a Abimeleque que ela era a sua irmã.
Entretanto, Deus interviu na história para proteger a descendência do
Seu povo e garantir o cumprimento da promessa feita a Abraão, o seu amigo
(Gn 26.11,12). Isaque era o “bem” mais precioso de Abraão. Foi com
esse “bem” que o Senhor provou a fé de Abraão. Isaque foi exemplarmente
obediente ao seu pai, e não questionou o fato de ser a “oferta” para o
sacrifício apresentado por seu pai a Deus.
O convívio com Abraão, seu pai, ensinou Isaque a se
relacionar com Deus. Sabendo quem é Deus e o quão importante é viver uma
vida que o honre, Isaque foi forjado “aos pés de Abraão”, pois ele daria
prosseguimento à promessa: conquistar a terra de Canaã. Perceba que,
até aqui, Abraão e Isaque representam aquela fase nômade do povo de
Israel. Esse povo não tinha terra, não tinha casa e não tinha raízes. Viver
é o grande desafio diário. Entrava numa terra, se estabelecia nela
e, logo depois, saía, iniciando esse mesmo ciclo em outro lugar. Mas,
em Isaque, esta realidade começa a ser quebrada. Ele é o fi lho da
promessa. É o filho da livre e não da escrava.
Com essa imagem, o apóstolo Paulo fundamentou a
doutrina da Graça de Deus: “Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre. [...] Mas a Jerusalém que é de cima
é livre, a qual é mãe de todos nós; porque está escrito: Alegra-te,
estéril, que não dás à luz, esforça-te e clama, tu que não estás de parto;
porque os filhos da solitária são mais do que os da que tem marido. Mas
nós, irmãos, somos filhos da promessa, como Isaque” (Gl
4.22,26-28).
Fonte: Revista Ensinador Cristão,
ano 16 - nº 64 – out/nov/dez de 2015
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje nos voltaremos para a narrativa
bíblica a respeito de Isaque, e seu relacionamento com Deus. Inicialmente
destacaremos que esse foi prometido a Abraão, quando já em idade avançada. Em
seguida, atentaremos para o relacionamento do patriarca com seu filho,
especialmente por ocasião do pedido de sacrifício. Ao final, ressaltaremos a
benção de Deus sobre a vida de Isaque, para as orientações do Senhor a esse
patriarca.
1. ISAQUE, O
FILHO PROMETIDO
Abraão e Sara, como muitos outros casais ao longo
da Bíblia, tiveram que lidar com a esterilidade. Ainda que o patriarca tivesse
recebido a promessa que se tornaria “pai de uma multidão”, o cumprimento da
palavra não se deu imediatamente. Apesar de ter passado por
momentos adversos,
decorrentes de atitudes precipitadas, o patriarca aprendeu a esperar em Deus.
Isso porque muito antes, quando Deus chamou Abraão, prometeu fazer dele uma
grande nação (Gn. 12.1,2), que daria a terra de Canaã aos seus descendentes
(Gn. 17.7), e que os multiplicaria (Gn. 13.15-17). A promessa do nascimento de
Isaque, por causa da esterilidade de Sara, tornou-se algo engraçado, provocando
riso ao ouvirem a mensagem divina. O nome Isaque, em hebraico, significa
“riso”, esse foi o sentimento experimentado por Abraão e Sara. O patriarca
estava com 99 anos de idade, e sara se aproximava dos 90. A Palavra de Deus
pode parecer absurda, e às vezes, ir além da racionalidade humana, mas sabemos,
pela fé, que podemos confiar nas promessas de Deus (Hb. 6.12). Sabemos disso
porque Deus honrou a fé de Abraão, cumprimento no tempo certo sua promessa (Hb.
11.8-11). A Palavra de Deus sempre se cumpre, mas não no tempo dos homens, por
isso faz-se necessário cultivar a paciência (Tg. 1.1-8). Nesse particular
Abraão precisou amadurecer espiritualmente, por causa da precipitação dele e da
sua esposa, decidiram que o patriarca teria um filho com a serva. Em termos
aplicativos, o nascimento de Ismael, o filho de Abraão com a escrava,
representa o nascimento carnal do ser humano. O nascimento de Isaque, por sua
vez, representa o nascimento espiritual do crente. Essa alegoria, umas poucas
na Bíblia, é construída por Paulo, em sua Epístola aos Gálatas (Gl. 4.28,29), a
fim de admoestar os crentes à santificação espiritual (Gl. 5.22).
2. ISAQUE,
UM FILHO A SER SACRIFICADO
Mas o filho prometido a Abraão foi pedido em
sacrifício, para que Deus desse ao patriarca a oportunidade de amadurecer na
fé. A prova é algo normal na vida dos crentes, e tem propósitos diversos:
purificar nossa fé (I Pe. 1.6-9), aperfeiçoar nosso caráter (Tg. 1.1-4), ou
proteger do pecado (II Co. 12.7-10). A prova de Abraão seria uma demonstração,
para ele mesmo, da sua capacidade para confiar em Deus. O Senhor pediu ao
patriarca que oferecesse seu filho em sacrifício, e esse obedeceu, crendo que
Deus haveria de ressuscitá-lo (Gn. 22.5; Hb. 11.17-19). Abraão caminhou vários
dias até chegar ao Monte Moriá, durante essa jornada teve a oportunidade de se
aproximar de Deus. O Senhor permitiu que o patriarca cumprisse o ritual,
amarrasse o filho e o preparasse para o sacrifício. Mas não que o sacrifício
fosse consumado, pois Deus já havia provido um cordeiro para o holocausto (Gn.
22.14). É possível extrair algumas lições espirituais dessa relação entre o pai
(Abraão) e o filho (Isaque), “ambos caminharam juntos” (Gn. 22.6), fazia-se
necessário que o pai se desprendesse do filho (Gn. 22.16). Esse texto tem
relação com Cristo, o filho de Deus, que foi sacrificado pelos nossos pecados.
Jesus é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo. 1.29), Ele levou o
fardo do pecado por nós (I Pe. 2.24). No que tange à prova de Isaque, há sempre
um depois (Hb. 12.11; I Pe. 5.10), pois dela resulta o amadurecimento. De igual
modo, precisamos estar cientes da realidade das aflições na terra, o próprio
Jesus advertiu Sua igreja a esse respeito (Jo. 16.33). O sofrimento tem um
caráter pedagógico, dependendo da maneira que for abordado, poderá oportunizar
amadurecimento espiritual (II Co. 4.17).
3. ISAQUE,
UM FILHO ABENÇOADO
Isaque recebeu a promessa da benção que foi dada
por Deus inicialmente ao seu pai Abraão. Para tanto, fazia-se necessário que
tivesse uma esposa, com a qual teria filhos para cumprir o estabelecido pelo
Senhor. Por isso enviou Abraão enviou seu mais antigo servo Eliezer a fim de
escolher uma esposa para Isaque. O servo do patriarca demonstrou fé diante
dessa empreitada, demonstrada em sua oração. A escolha de um cônjuge é sempre
uma tarefa complexa, faz-se necessário que os jovens não desprezem o valor da
oração. Mas apenas essa não é suficiente, por esse motivo o servo ficou atento
às características da jovem a ser escolhida como esposa. Primeiramente deveria
ser dentre a parentela de Abraão, isso revela o cuidado dos jovens em relação
ao perigo de um jugo desigual (II Co. 6.14). Além disso, o servo observou a
disponibilidade para o serviço da jovem Rebeca. Apenas orar não é suficiente,
faz-se necessário usar sabedoria, avaliar as características da pessoa com quem
se pretende casar. O casamento entre Isaque e Rebeca pode ser comparado ao
relacionamento amoroso de Cristo com a igreja (Ef. 5.26). Por aplicação,
Eliezer pode representar o Espírito Santo, que nos dá as primícias como penhor
dass riquezas em Cristo (Ef. 1.13,14). Rebeca pode simbolizar a noiva, que não
tinha visto o noivo, mas que nele confia (I Pe. 1.8). Jesus é o Noivo, a quem
aguardamos com expectativa, pois Ele mesmo prometeu (Jo. 14.1,2). Esse encontro
é a bendita esperança da igreja, o momento no qual o noivo se voltará para buscar
sua noiva amada (I Ts. 4.13-18).
CONCLUSÃO
A narrativa bíblica sobre a vida de Isaque é
relevante não apenas para os judeus. Através desses capítulos de Gênesis,
compreendemos os propósitos de Deus para a humanidade. Ele sempre cumpre suas
promessas, seus planos jamais serão frustrados. E mais, sabemos que tudo
coopera para o bem daqueles que amam a Deus, e que são chamados segundo o Seu
desígnio (Rm. 8.28). Faz-se necessário, portanto, crer contra toda descrença
(Rm. 4.18-21), e se fundamentar na Palavra de Deus (Hb. 4.12), convictos da sua
fidelidade, com esperança na mensagem profética (II Pe. 1.21).
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
Já haviam se passado 24 anos desde que Abraão saíra
de Ur dos Caldeus. E, apesar da promessa que o Senhor lhe fizera quanto à posse
das terras de Canaã, o patriarca continuava sem herdeiros. Ele já estava com 99
anos e Sara beirando à casa dos 90. Numa idade tão avançada, teriam eles ainda
o prazer de embalar o próprio filho? Para Deus nada é impossível. O Senhor
prometeu ao patriarca que um filho haveria de nascer-lhe do ventre amortecido
de Sara. Esta, ao ouvir a boa-nova, ri-se do que Deus disse. Logo ela veria que
apesar de seu riso, o Senhor cumpriria sua promessa. Ele sempre nos surpreende
em nossas limitações. [Comentário:“ Sabemos, pelas palavras de Estêvão, de fato, que
Deus chamou(1) Abrão enquanto ele ainda morava em Ur(2)dos
caldeus, na Mesopotâmia, antes que ele viesse a Harã (At 7.2,3). Com 75 anos de
idade, Abraão deixa Harã e segue para Canaã levando consigo a Sarai, esposa e
sua meia-irmã, e seu sobrinho, Ló, e no coração, a fé na promessa de Deus –
hoje, com esta idade, há muito já estaríamos aposentados e sem esperar mais das
promessas do Senhor. Há alguns estudiosos que afirmam que ele estava errado em
levar Ló consigo, já que lhe foi dito para deixar sua família. Observe Gênesis
13.14-15. No capítulo 12 de Gênesis, Deus chama Abraão, faz com ele aliança e
promete-lhe que ele seria pai de uma multidão de nações. Contudo, sem filhos
seria impossível que a promessa de Deus se cumprisse, Abraão não podia crer que
um Deus tão poderoso deixaria que um servo herdasse as promessas; ele cria que
Deus poderia lhe dar um filho. Esta promessa exigia fé por parte de Abrão, pois
era óbvio que ele já era idoso, e que Sarai, sua esposa, era incapaz de ter
filhos (Gn 11.30). Passar-se-iam muitos anos antes que Abrão entendesse
inteiramente que este herdeiro que Deus prometera viria da união dele com
Sarai. Em Gênesis 17.1, treze anos após o nascimento de Ismael e vinte e quatro
anos depois da promessa original, Deus renova suas promessas “...Sendo, pois,
Abrão da idade de noventa e nove anos”; Isaque (que significa ele riu,
em alusão aos risos de incredulidade de Abraão (Gn 17.17), de Sara (Gn
18.12-15), e de alegria pelo nascimento do filho (Gn 21.5-7).), o filho da
promessa, finalmente nasceu no lar do centenário Abraão “...E disse Sara: Deus
me tem feito riso; e todo aquele que o ouvir se rirá comigo.” (Gn 21.6).]
(1) Embora pareça, por uma leitura
superficial de Gênesis (11:31-12:1), que Deus chamou Abrão quando este estava
em Harã, pelo relato contraditório de Estêvão, Deus o chamou na Mesopotâmia,
antes dele viver em Harã; os dois relatos podem ser harmonizados ao se notar
que Gn. 11:27-32 é um parêntese da geração de Terá, introduzido por um waw
disjuntivo, e que Gn. 12:1, introduzido por um waw consecutivo, continua a
narrativa principal que foi interrompida em Gn. 11:26.” Bruce Waltke,
Unpublished Class Notes, Dallas Theological Seminary, pp. 14-15.
(2) “A cidade de Ur, no baixo
Eufrates, foi um grande centro populacional, e rendeu extensas informações das
tumbas reais que foram escavadas sob a direção de Sir Leonard Wooley e o
patrocínio do Museu Britânico e do Museu da Universidade da Pensilvânia. Embora
nenhuma evidência direta da residência de Abraão esteja disponível, o
importante é que a cidade de Ur reflete a longa história anterior à época de
Abrão, possuindo um elaborado sistema de escrita, instalações educacionais,
cálculos matemáticos, registros religiosos, de negócios e de arte. Isto
demonstra o fato de que Ur possa ter sido uma das maiores e mais abastadas
cidades na área do Tigre-Eufrates quando Abraão emigrou da região norte para
Harã.” Schultz, “Abraão”, ZPEB, I, p. 22
I. ISAQUE, O SORRISO TÃO ESPERADO
Da promessa ao
nascimento de Isaque, passou-se um ano (Gn 18.10). Para quem já havia esperado
tanto tempo, aqueles meses correram rapidamente.
1. O nascimento do
“riso”. No tempo apontado pelo Senhor, eis que Sara dá à luz o seu
unigênito. Na tenda do patriarca, ouve-se agora o choro do filho da promessa,
através do qual viriam heróis, reis e o próprio Cristo (Mt 1.1,2). Ao embalar o
filhinho, Sara comenta: “Quem diria a Abraão que Sara daria de mamar a filhos,
porque lhe dei um filho na sua velhice?” (Gn 21.7). [Comentário: Embora Abraão tenha tido um
filho com a serva Agar (Ismael), encontramos em Gn 22.15-16 uma alusão a um
único filho, assim como, também, o autor do livro de Hebreus se refere a Isaque
como o filho unigênito, que significa único filho gerado por seus pais (Hb
11.17). É interessante notar, ainda, que a vida de Isaque se situa no meio da
história de dois patriarcas mais famosos: Abraão tem 287 referências na Bíblia,
Jacó tem 365 e Isaque tem 131. Embora não tenha sido tão proeminente quanto seu
pai e seu filho na narrativa de Gênesis, Isaque foi fundamental no
desenvolvimento da nação de Israel e no cumprimento da aliança de Deus com
Abraão e seus descendentes. É através desse patriarca que se desenha o plano
redentor do Senhor: Isaque foi oferecido como sacrifício voluntário; é um tipo
de Cristo em sua morte: ele carregou em sues ombros a lenha para o holocausto
até o Monte Moriá; Cristo carregou a sua cruz ao Calvário, local próximo a Moriá.
Orígenes comentou que levar a lenha para o holocausto era dever do sacerdote.
Portanto Isaque foi ao mesmo tempo vítima e sacerdote, prefigurando o trabalho
de Cristo na cruz. Isaque mostra que Deus cumpre as promessas que faz. Os
quatro elementos da promessa feita a Abraão (12.1-3) começam a cumprir-se em
Isaque: 1) terra - ele permanece em Canaã após a morte
de seu pai aprofundando ali as raízes familiares em obediência a Deus; 2) descendentes – continua a linhagem através de Jacó,
após o qual a multiplicação de descendentes acelerou; 3) relacionamento especial com Deus - foi temente a Deus e por ele
grandemente abençoado; d) bênção
às nações – durante o tempo
que Isaque morou em Gerar, já aparecem pequenos sinais de bênção para as
nações. Enfim, embora não tão proeminente quanto seu pai ou seu filho na
narrativa de Gênesis, Isaque foi um elo fundamental no desenvolvimento da nação
de Israel e no cumprimento da aliança de Deus com Abraão e seus descendentes.
Sua história tem muito a nos ensinar.leia mais sobre isto em: http://ibmorumbi.com/descobertas/view.asp?CID=54&ID=754]
2. Isaque e
Ismael. Se Isaque era o filho da promessa, Ismael estava ali na
conta do filho da desesperança e do arranjo carnal. Por isso, o filho de Abraão
com Agar, sentindo-se enciumado com a chegada do meio-irmão, põe-se a zombar
dele. A situação ficou tão insustentável que, quando do desmame de Isaque, Sara
diz ao esposo: “Deita fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta serva
não herdará com meu filho, com Isaque” (Gn 21.10).
Embora a palavra
de Sara fosse-lhe dura, Abraão, orientado por Deus, despede a escrava e seu
filho. O Senhor, no entanto, já tinha um plano para Agar e Ismael. Afinal,
aquele menino também era descendência do patriarca (Gn 21.15-21). [Comentário: Uma pergunta deve ser feita aqui: por
que Sara ofereceu sua serva Agar para que Abraão deitasse com ela? E por que o
patriarca consentiu? Sara entrega sua serva egípcia Agar para coabitar com seu
marido - isso é escandaloso em nossa maneira ocidental moderna de pensar, mas
era uma coisa comum naquela região do oriente, quando um homem podia ter muitas
esposas e concubinas. A ideia era fazer Agar conceber de Abraão, numa espécie
de “barriga de aluguel” antiga, e assim suscitar descendência à sua casa, já
que pelo costume da época, um filho concebido por uma serva era considerado
filho de sua senhora. Foi um passo errado, indicando uma falta de confiança em
Deus e Sara foi a primeira a colher os frutos amargos de seu plano. O nome
Ismael significa Deus ouve e significa que Deus viu o modo injusto de Abrão e
Sarai tratarem Agar, e que também agiu a respeito disso. Aquele nome dado
antecipadamente foi um julgamento sobre Abrão, e revela que Deus abomina toda e
qualquer injustiça entre os seus. Ismael, juntamente com os seus descendentes,
seria um povo aguerrido, forte e corajoso. Sua disposição para a luta poderia
ser usada na peleja espiritual, em favor de Deus ou contra Deus. A escolha
seria dele – Aqui está a origem belicosa entre árabes e judeus, ambos descendem
de Abraão, e o fato da belicosidade árabe reside nesta passagem bíblica:
“Contudo ele será como um
jumento selvagem do deserto; ele lutará contra todos e todos guerrearão contra ele. Ele viverá em hostilidade contra
todos os seus parentes!” (Gn 16.12 BKJ). Abraão e seus descendentes,
Isaque, Jacó, deram origem aos Hebreus de onde vieram os judeus. Ismael e a sua
descendência, Nebaiot, Cedar, Abdiel, Mabsão, deram origem aos árabes.
Referindo-se aos dois filhos de Abraão, Paulo vai dizem que “Não são os filhos
da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como
descendência” (Rm 9.8).]
SUBSÍDIO DEVOCIONAL
“Idade de Noventa e Nove Anos
Abraão agora
estava com noventa e nove anos e Sarai já há muito ultrapassara a idade de ter
filhos. Mas treze anos após o nascimento de Ismael e vinte e quatro anos depois
da promessa original de Deus, o Senhor apareceu a Abraão com uma mensagem e
exigência. (1) Deus se revelou como o ‘Deus Todo-Poderoso’, significando que
Ele era onipotente e que nada lhe era impossível. Como Deus Todo-Poderoso, Ele
podia cumprir suas promessas, quando na esfera natural tudo dizia ser
impossível o seu cumprimento. Então, seria por um milagre que Deus traria ao
mundo o filho prometido a Abraão. (2) Deus ordenou que Abraão andasse diante
dEle e que fosse ‘perfeito’. Assim como a fé de Abraão foi necessária na
efetuação do concerto com Deus, assim também um esforço sincero para agradá-lo
era agora necessário, para continuação das bênçãos de Deus, segundo o concerto
feito. A fé de Abraão tinha que estar unida à sua obediência (Rm 1.5); senão
ele estaria inabilitado para participar dos propósitos eternos de Deus. Noutras
palavras, as promessas e os milagres de Deus somente serão realizados quando o
seu povo busca viver de maneira irrepreensível, tendo o seu coração voltado
para Ele” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 2006, p.56).
II. ISAQUE, O BEM MAIS PRECISOS DE ABRAÃO
Em Moriá, o Senhor
não somente provou a fidelidade de Abraão, como também introduziu Isaque na
dimensão da fé confessada por seu pai.
1. A provação das
provações. Certa noite, o Senhor ordenou a Abraão: “Toma agora o teu
filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e
oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi” (Gn
22.2). Na manhã seguinte, ainda de madrugada, o patriarca conduziu o filho
amado ao sacrifício supremo.
O patriarca,
todavia, tinha absoluta certeza de que retornaria do Moriá com o filho, pois
aos servos ordenou claramente: “Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço
iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós” (Gn 22.5; Hb 11.17-19). [Comentário: Por que Deus pediu a Abraão que
sacrificasse seu filho, tendo o próprio Deus condenado o sacrifício humano em
Levítico 18 e 20? Esse foi um pedido impressionante porque Isaque era o seu
filho da promessa. Como Abraão respondeu? Com obediência imediata; na manhã
seguinte, Abraão começou a sua jornada com dois servos, um jumento, seu amado
filho Isaque e com a lenha para o holocausto. Sua obediência inquestionável ao
comando aparentemente confuso de Deus deu a Deus a glória que Ele merece e nos
deixou um exemplo de como devemos glorificá-lO. Abraão confiou no amor e no
poder de Deus de tal maneira que voluntariamente obedeceu, crendo que o Senhor
ressuscitaria Isaque dentre os mortos (Hb 11.17-19). Isto está implícito no
fato de que, embora Abraão pretendesse matar Isaque, ele disse aos seus servos:
“eu e o rapaz [nós] iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de
vós” (Gn 22.5), e de fato, Deus não estava interessado em que Abraão viesse de
fato a matar o seu filho, nem era esse o seu plano. O fato de o anjo do Senhor
ter impedido que Abraão matasse Isaque (Gn 22.12) revela isso. O propósito de
Deus foi provar a fé de Abraão, com o pedido de que entregasse completamente
aquele seu único filho a Deus. O anjo do Senhor declarou que era a disposição
de Abraão de entregar o seu filho, e não o ato de realmente matá-lo que
satisfez as expectativas de Deus com respeito a Abraão. Deus disse
explicitamente: “Não estendas a mão sobre o rapaz… pois agora sei que temes a
Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho” (Gn 22.12). ]
2. O encontro de
Isaque com Deus. Não há dúvida de que o Senhor
queria provar a fé do patriarca. Todavia, era sua intenção também levar o jovem
Isaque a um encontro pessoal e fortemente experimental com o Deus de seu pai.
A primeira lição
que Isaque aprende é que Deus proverá todas as coisas (Gn 22.8). Por isso,
deita-se e deixa-se amarrar pelo pai ao altar do holocausto (Gn 22.9). No
momento certo, o Senhor haveria de intervir, como de fato interveio. Deus tinha
planos para Isaque, e mostraria ao jovem que Ele cumpre suas promessas. O Deus
de Abraão seria também o Deus de Isaque. [Comentário: No caminho para Moriá(3),
Isaque pergunta: Meu pai, eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro
para o holocausto? Abraão responde-lhe: “Deus proverá”. Chegaram ao local
determinado e prepararam o altar, então Abraão contou a Isaque todas as coisas
e o amarrou para ser sacrificado e ao levantar o cutelo para imolá-lo, Deus impediu
Abraão de sacrificar Isaque e providenciou um cordeiro para isso. Isaque, o
filho da promessa, agiu em obediência ao seu pai em se tornar o sacrifício
(v.9); Jesus orou: “Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o
beber, faça-se a tua vontade” (Mt 26.37) - Isaque é “padrão”, “ilustração”,
“exemplo” ou “tipo”. de Cristo - o padrão do sacrifício de Isaque por Abraão
prefigura muitos eventos que espelham a morte e a ressurreição de Jesus.]
(3)Acredita-se que o
monte Moriá seja a mesma colina em Jerusalém onde Salomão construiu a casa do
Senhor; onde Deus apareceu a Davi, pai de Salomão; Davi preparou a eira (o
lugar) que pertenceu a Araúna, o jebuseu, para a construção do Templo do Senhor
por seu filho, segundo prometeu. Atualmente, é o local onde está a Mesquita de
Omar, sobre a Cúpula da Rocha, de onde os muçulmanos acreditam teria sido o
lugar de partida da Al Miraaj (viagem aos céus realizada pelo profeta Maomé) e
permanece hoje como um templo da fé islâmica.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Isaque
O nome dado por
Deus antes do nascimento da criança (Gn 17.19) significa ‘ele ri’, ‘aquele que
ri’, ou simplesmente ‘riso’.
Nada é conhecido
sobre os dias da infância de Isaque. Em seguida, vemo-lo grande e forte o
suficiente para carregar a madeira para o fogo do altar subindo a montanha, não
sabendo que ele mesmo seria colocado no altar. A experiência de ter sido
amarrado como uma vítima de sacrifício e então liberto pela intervenção divina
deve ter afetado profundamente toda a sua vida” (Dicionário Bíblico
Wycliffe. 1ª Edição. RJ:
CPAD, 2006, p.989).
III. O CASAMENTO DE ISAQUE
Se Isaque
quisesse, poderia ter se casado com uma das jovens daquela terra. Entretanto,
ele sabia que as cananeias eram idólatras e dadas ao pecado. Por isso, resolveu
confiar no Deus que tudo provê.
1. Uma esposa para
Isaque. Sabendo que Isaque era um homem espiritual e
seletivo,
Abraão encarregou seu mais antigo servo para buscar uma esposa na Mesopotâmia
para seu filho (Gn 24.1-7).
Na cidade de Naor,
o mordomo orou ao Eterno: “Seja, pois, que a donzela a quem eu disser: abaixa
agora o teu cântaro para que eu beba; e ela disser: Bebe, e também darei de
beber aos teus camelos, esta seja a quem designaste ao teu servo Isaque” (Gn
24.14). A moça que assim procedesse revelaria as seguintes virtudes:
espiritualidade, gentileza, respeito, disposição e amor ao trabalho. Eis que
aparece Rebeca, bela e formosa virgem, preenchendo todos esses requisitos. [Comentário: Nos dias do Antigo Testamento, o
casamento era negociado pelos pais dos noivos. O homem que desejasse uma esposa
tinha de comprá-Ia, e o preço estabelecido, de acordo com o que se lê na Bíblia
(Dt 22.29), era de cinquenta siclos de prata, cujo pagamento poderia ser feito
em camelos, ovelhas ou em dinheiro. Esse pagamento era chamado "monhar".
Se o casamento fosse pacífico, não era tratado diretamente pelo noivo nem pela
noiva. Os intermediários no trato do consórcio eram os amigos do noivo. O
contato dos intermediários com a família da noiva exigia que estes
"levassem presentes para a noiva e não podiam ir de mãos vazias. A noiva
não tinha a menor interferência nas negociações de seu casamento com o noivo.
Não tinha o direito de recusar o homem que lhe escolhessem para marido. [...] No
contrato de casamento não estava a ação de qualquer mulher, nem mesmo da mãe da
noiva. Todos os assuntos relacionados com o enlace eram realizados pelo pai da
noiva e, na falta deste, pelo irmão mais velho; na falta do irmão, um amigo de
confiança ou mesmo um servidor da casa poderia ser o intermediário. Em Gênesis
24, aparece Abraão dando instruções ao seu servo para procurar uma esposa para
Isaque. O próprio Isaque desempenhou papel secundário. Convém lembrar que os
casamentos desses dias distantes deviam
realizar-se entre pessoas da mesma tribo; não se admitiam casamentos com
estrangeiros (portanto,
Isaque não poderia ter se casado com uma das jovens daquela terra). [...] A
esposa era levada ao esposo coberta com um véu (Gn 24.65; 29.25). Enfeitada
para o esposo, tendo um cinturão próprio do casamento (Jr 2.32), ela aguardava
o esposo no quarto das mulheres, o tálamo nupcial (JI 2.16). Em grego, os
noivos recebem o nome de "nymphios". Conde, Emílio, 1901-1971 -
Tesouro de conhecimentos bíblicos / Emílio Conde. - 2' ed. Rio de Janeiro:
Casa Publicadora das Assembleias de DEUS, 1983. Note o leitor que a
oração do servo de Abraão, Eliezer, quando já se encontrava nos arredores da
cidade de Naor, foi uma oração de quem estava necessitando da ajuda de Deus.
Era uma oração onde ele não pedia que o Senhor mostrasse a ele uma mulher
perfeita, bonita mas uma mulher que fosse piedosa e que Ele (Deus) estivesse
preparando para Isaque, filho do seu senhor Abraão. Esta é a oração que
deveríamos fazer em favor de nossos filhos. Que o Senhor coloque na vida deles
pessoas crentes, piedosas, bondosas, compassivas, fiéis e de beleza interior
sem igual. Que os atributos de uma mulher ou de um homem de Deus, encontrados
em 1 Pedro 3.3-4, façam parte da vida daqueles que almejamos para nossos
filhos... "O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no
uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos; Mas o homem encoberto no
coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso
diante de Deus."]
2. O casamento de
Isaque. Tendo consultado sua família e recebido o consentimento
desta, Rebeca acompanha Eliezer até chegarem onde Isaque morava. O encontro de
Isaque com Rebeca foi singular e romântico. Ele saíra a orar, à tarde, quando
avistou a jovem na feliz comitiva. Depois de ouvir o servo do pai, ele a conduz
à tenda da mãe e a toma por esposa (Gn 24.67). Assim Isaque foi consolado da
perda de sua mãe, Sara. [Comentário: Por causa da forte influência tribal e
da unidade do clã na sociedade patriarcal, os pais consideravam seu dever e
prerrogativa assegurar esposas para seus filhos (Gn 24.3; 38.6). Normalmente, a
noiva em perspectiva, assim como o noivo, simplesmente concordava com os
arranjos feitos de acordo com os interesses da família e da lealdade à tribo.
Não é de admirar que muitas vezes os pais procurassem o casamento entre primos
em primeiro grau, como por exemplo, no caso de Rebeca e Isaque. O casamento com
mulheres estrangeiras era desaconselhado (Gn 24.3; 26.34,35; 27.46; 8.8) e mais
tarde foi totalmente proibido (Ex 34.16; Dt 7.3; Ed 10.2,3,10,11) pelo perigo
de uma volta à prática da idolatria das demais nações. Casamentos mistos eram
tolerados apenas no caso dos exilados (por exemplo, José, Gn 41.45; Moisés, Ex
2.21) e dos reis apenas por razões políticas. Por outro lado, havia em Israel a
oportunidade para casamentos baseados no namoro. O jovem podia declarar a sua
preferência (Gn 34.4; Jz 14.2). Por exemplo, Mical se apaixonou por Davi (1 Sm
18.20). Na época do AT as mulheres não eram mantidas como reclusas, como nos
países muçulmanos, e podiam sair às ruas com o rosto descoberto (cf. 1 Sm
1.13). Elas cuidavam das ovelhas (Gn 29.6; Ex 2.16), carregavam água (Gn 24.13;
1 Sm 9.11), colhiam nos campos (Rt 2.3) e visitavam outros lares (Gn 34.1).
Dessa maneira., os jovens tinham a liberdade de procurar a futura noiva
sozinhos. [...]A essência da cerimônia do casamento ou das festividades era o
ato de retirar a noiva da casa do pai e trazê-la para a casa do noivo ou de seu
pai. Dessa forma, havia uma verdade literal na expressão hebraica
"tomar" uma esposa (por exemplo, Gn 4.19; 12.19; 24.67;38.2; Nm 12.1;
1 Sm 25.39-42; 1 Rs 3.1; 1 Cr 2.21)..Dicionário Bíblico Wycliff – Charles
F. Pfiffer, Howard F. Vos, John Rea.. Também é importante frisar que, o
casamento de Isaque e Rebeca não foi simplesmente terem tido relações na tenda,
sem nenhuma formalidade, como fica evidenciado em uma leitura rápida do texto
fora do contexto. Explico: Já foi explicado acima que naquela época os
casamentos eram geralmente arranjados pelos pais e por vezes se usava a figura
de um representante legal. Aliás, até hoje, é possível casar por procuração. O
servo-procurador foi, orando para que Deus mostrasse quem seria a esposa para
Isaque (Gn 24.12-14). Quando ficou claro que era Rebeca, o servo-procurador lhe
entregou presentes, que já apontavam para um pedido oficial de casamento (como
alianças de noivado, por exemplo), e pediu para conhecer a família dela (Gn
24.22-26). A família era composta da mãe e do irmão Labão, que era o patriarca
da família (o pai havia morrido), o que naquela época significava aquele que
fazia o papel do líder religioso e civil. É só verificar o episódio mais
adiante, em que ela casa as suas duas filhas, Lia e Raquel, com Jacó (Gn 29).
Voltando ao relato... Diante da mãe e do irmão de Rebeca, o servo-procurador
fez a proposta de casamento, repetindo a missão que lhe fora dada: achar uma
esposa para Isaque (Gn 24.28-49). Houve a permissão da mãe e do irmão (Gn
24.50-51) e em seguida perguntaram a Rebeca: “queres ir com este homem?”, ao
que ela respondeu “irei” (Gn 24.57-58) – algo bastante parecido com “você
aceita este homem como seu legítimo esposo?” – “sim, aceito”. E não faltou nem
bênção: Labão, como patriarca da família, abençoou Rebeca na saída (Gn 24.60 –
a frase “és nossa irmã” sugere que foi Labão quem deu esta bênção). Augustus Nicodemus Lopes ,
http://tempora-mores.blogspot.com.br/2013/10/isaque-e-rebeca-base-para-viver-juntos.html.]
3. Os filhos que
não vinham. Rebeca também era estéril. Isaque, todavia, ao invés de
arranjar um herdeiro através de um ventre escravo, como haviam feito seus pais,
foi buscar a ajuda de Deus. Ele orou insistentemente ao Senhor por sua mulher
(Gn 25.21). Isaque se casou com Rebeca quando tinha quarenta anos (Gn 25.20), e
foi pai aos sessenta anos (Gn 25.26). Pela Palavra de Deus, entendemos que Isaque
orou por vinte anos, até ter sua oração respondida. Ele era um homem de oração,
e não se deixou abater pelo passar do tempo, pois tinha uma promessa de Deus
para sua família. E Deus lhe deu dois filhos: Esaú e Jacó. [Comentário: O casamento de Isaque e Rebeca
continuava sendo dirigido por Deus. Diante da esterilidade de Rebeca, que era
um obstáculo ao desenvolvimento da família da aliança, Isaque se colocou diante
de Deus em oração por sua esposa. Essa atitude não apenas demonstra sua fé em
Deus, como também seu amor por sua esposa (Gn 25.21). O resultado disto foi que
Deus os abençoou, ouvindo e atendendo essa oração. Rebeca, então, concebeu. Era
preciso exercitar a fé na promessa e a ferramenta utilizada por Deus para isso
foi mais uma vez a esterilidade! Rebeca foi estéril por cerca de vinte anos.
Isso deu a Isaque a oportunidade de mostrar a sua fé na promessa de Deus a
Abraão, de abençoar todas as famílias da terra por meio de um descendente seu
que ainda não havia nascido (Gn 12.3).]
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
Professor, procure
enfatizar as características de Isaque. Mostre que a sua mansidão “é vista em
sua submissão sem resistência a seu pai ao tornar-se o sacrifício sobre o altar
de Moriá, e em sua recusa a discutir quando os pastores de Gerar reivindicavam
os poços. Ele possuía uma natureza afetuosa, profundamente ligado à mãe,
chorando por sua morte, e sendo depois confortado em seu amor por Rebeca. Seu
espírito mediador pode ter contribuído para seu afeto expansivo.
Ele era um homem
que vivia em contato com Deus. Embora não tenha as visitações dramáticas que
foram concedidas ao seu pai, Abraão, Isaque obedeceu aos mandamentos de Deus. O
altar, a tenda e o poço simbolizavam os principais interesses de sua vida” (Dicionário
Bíblico Wycliffe. 1ª Edição.
RJ: CPAD, 2006, p.990).
IV. ISAQUE, O BENDITO DO SENHOR
Desde a sua
experiência no Moriá, Isaque fez-se ousadíssimo na fé. As bênçãos sobre a sua
vida multiplicaram-se de tal forma, que ele já era visto pelos reis de Canaã
como um príncipe de Deus.
1. Príncipe de
Deus. Embora não fosse rei, Isaque tornou-se tão grande que
chegou a incomodar até mesmo o poderoso Abimeleque, rei de Gerar (Gn 26.16).
Este, vendo que o patriarca já lhe era superior em bens e força, pediu-lhe uma
aliança chamando-o de “bendito do Senhor” (Gn 26.29). Naquela época, tal título
equivalia a ser chamado de príncipe de Deus. [Comentário:As Bênçãos de Deus são tão
evidentes sobre Isaque, o sucessor escolhido para as promessas de Deus, como
fora sobre seu pai Abraão (Gn 21.22), assim, tornou-se muito rico (poderoso):
“Isaque semeou naquela terra, e no mesmo ano colheu o cêntuplo; e o Senhor o
abençoou. E engrandeceu-se o homem; e foi-se enriquecendo até que se tornou mui
poderoso; e tinha possessões de rebanhos e de gado, e muita gente de serviço;
de modo que os filisteus o invejavam” (Gn 26.12-14). Ao fixar-se naquela terra
e por ser um homem abençoado por Deus, agraciado com muitos animais e com muita
gente de serviço, Isaque despertou grande inveja nos filisteus, que se
voltariam contra ele em forma de retaliação. Seus inimigos começaram a entulhar
os poços de água, anteriormente construídos pelo seu pai Abraão. Diante daquela
situação conflituosa, o Rei dos filisteus, Abimeleque, pediu que Isaque saísse
do meio deles, pois achava que o centro da contenda fosse Isaque e sua gente.
Que lição maravilhosa para nós. Não o fato de ter enriquecido, mas o fato de
ser, Isaque, um pacificador! Mateus 5.9: “Bem-aventurados os pacificadores,
porque eles serão chamados filhos de Deus”. Estamos diante de uma qualidade
imprescindível para aquele que quer fazer parte do reino. O integrante do reino
deve ser um "pacificador". Esta palavra vem do grego "eirhnopoiov"
– eirenopoios (esta palavra é uma derivação de
"eirhnh" (eirene) – "paz") e tem como
significado "promotor da paz". Não significa somente fugir de discórdias
e contendas, mas também detectar o foco delas e jogar água, pacificando irmãos
em disputas, criando um clima de amizade e união no meio do povo de Deus. É
verdade que há situações onde a pacificação não depende somente de nós. Podemos
ser "agraciados" com um inimigo gratuito, que nos odeia sem causa!
Porém, o apóstolo Paulo é claro: "... se depender de vós, tende
paz..." (Rm 12.18). Observe que Paulo não fala somente da paz entre os
irmãos, mas também da paz com "todos os homens", ou seja,
estão envolvidos também aqui, aqueles que não são convertidos, no meio dos
quais precisamos ser promotores da paz. O escritor aos Hebreus assevera que a
paz deve ser "perseguida" a qualquer custo (Hb 12.14). O verbo
"seguir" é o termo grego "diwkw" – dioko, que quer dizer
"correr rapidamente para pegar uma pessoa ou coisa", "buscar
avidamente". Devemos buscar a paz a qualquer custo! Procurar avidamente
por ela! Note que a palavra paz é colocada junto com a palavra santificação,
onde o autor nos diz que "... sem a santificação ninguém verá o
Senhor". Não é isso sugestivo a nós? Sejamos pacificadores, promotores de
paz não somente na igreja, mas também no meio em que vivemos!]
2. Profeta de
Deus. A bênção de Isaque impetrada sobre os gêmeos, antecipa
profeticamente o destino de cada um deles. Mesmo Jacó havendo-o enganado,
fingindo ser Esaú a fim de roubar a primogenitura do irmão, o patriarca não
pôde anulá-la, pois suas palavras eram, na verdade, de Deus. Por isso, diante
dos rogos de Esaú, foi categórico: “Eis que o tenho posto por senhor sobre ti,
e todos os seus irmãos lhe tenho dado por servos; e de trigo e de mosto o tenho
fortalecido; que te farei, pois, agora a ti, meu filho?” (Gn 27.37).
Naquele momento,
Isaque profetizou não acerca de Jacó e Esaú, mas dos povos que estes
representavam. [Comentário: A primogenitura era ritual e
estatuto em Israel, o filho mais velho recebia herança em dobro dos bens de seu
pai, além de ser o herdeiro do título do pai e, o mais importante, o sucessor
do pai no sacerdócio familiar. Isto incluiu a herança da terra, assim como a
autoridade para seguir com as bênçãos Divinas. O primogênito dos rebanhos e de
famílias humanas era considerado como pertencendo ao Senhor, e esperado que lhe
fosse dedicado. Esaú perdeu seu direito de primogenitura para seu irmão Jacó
por causa de uma refeição de lentilhas, isso aponta para o caráter dele, note
que somente em dois lugares nas Escrituras um homem é chamado um caçador,
(Tzayid): o primeiro homem intitulado como caçador, para identificar o seu
caráter foi Nimrode; o outro é Esaú; quando a Bíblia o usa a palavra Tzayid é sempre em sentido negativo. Note,
ainda, o seguinte: A palavra Hebraica para a benção (brachah – lê-se brarrá) carrega a mesma raiz
Hebraica da palavra que significa primogenitura e primogênito (bekorah),
assim, de fato, Jacó não roubou a bênção que cabia ao seu irmão mais velho.
Deus usou seus servos, geralmente profetas, no passado, para transmitir sua
mensagem de bênção ou maldição; o Senhor separou a tribo de Levi para abençoar
em Seu nome (Dt 10.8) e deu-lhes as palavras exatas, que consistem em desejar
que o Senhor lhes seja propício (Nm 6.23-27). A bênção de Isaque, neste caso,
só teria valor se procedesse de Deus. Mesmo no caso de seu pai Abraão, Deus
prometeu: "abençoarei os que te abençoarem (te desejarem o bem) e
amaldiçoarei os que te amaldiçoarem (te desejarem o mal) ..." (Gn 12.3):
nunca "abençoarei os que abençoares". O Pr Ciro Sanches Zibordi
escreve em sua obra Erros que
os Pregadores devem Evitar –
CPAD: “Você já percebeu como a expressão "Deus te abençoe" está
caindo em desuso? É comum ouvir crentes dizendo: "Eu te abençôo, meu
irmão". Antigamente, os pais respondiam aos filhos: "Deus te abençoe,
meu filho". Hoje, orientados por alguns "mestres", dizem:
"Eu te abençôo". E muitos sequer acrescentam o complemento "em
nome de Jesus". O que é bênção? A luz da Bíblia Sagrada, é algo que
somente Deus pode dar! Não há nenhum ser humano capaz de conferir bênçãos
diretamente às pessoas! E o Senhor nunca teve interesse em transferir isso aos
pregadores, pois eles certamente se ensoberbeceriam. Sem conseguir abençoar
alguém, de fato, os homens já se vangloriam (Mt 7.22)! Já pensou se houvesse
algum "apóstolo" ou "missionário" dessa última hora capaz
de entregar bênçãos diretamente ao povo? O pior é que alguns pensam que fazem
isso. Todas as bênçãos vêm dEle (Tg 1.17). É o Senhor quem nos abençoa com as
bênçãos espirituais, nos lugares celestiais (Ef 1.3). Contudo, muitos pregadores
parecem se considerar deuses. Determinam e profetizam vitória na hora que
querem e não se constrangem em "abençoar" as pessoas!”]
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor,
enfatize as características de Isaque e as lições de vida que aprendemos com
Ele. Mostre aos alunos que Isaque demonstrou ser um filho obediente, um homem
paciente e um marido cuidadoso. Observe algumas das lições que aprendemos com o
filho da promessa, Isaque. Se desejar, leia para os alunos e discuta com eles
cada lição:
“ • A paciência sempre produz recompensas;
• As promessas e os planos de Deus
são maiores que os das pessoas.
• Deus sempre cumpre suas
promessas! Ele permanece fiel embora nossa fé seja pequena.
• Exercer favoritismo certamente
produz conflitos familiares” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2005, p.35).
CONCLUSÃO
A história de
Isaque não é uma simples biografia. É um relato de fé e de superações no campo
pessoal, doméstico e nacional. Do monte Moriá, onde se encontrou pessoal e
experimentalmente com Deus, até a sua morte, ele viveu como um príncipe de
Deus.
Portanto, não se
deixe abater pelas provações. Exerça a sua fé no campo das impossibilidades. [Comentário: Na vida de Isaque temos a base
do ensino do Novo Testamento sobre a Expiação, a oferta do sacrifício do Senhor
Jesus na cruz pelo pecado da humanidade. Mesmo assim, não foi isento de
defeitos. De fato, Isaque foi um herói da fé, porém, as Escrituras Sagradas
tanto mostram os exemplos de fidelidade dos personagens bíblicos, como também
seus pecados. A seguir, como conclusão desta lição e para ser honesto com o
conteúdo bíblico, isto é, não falando apenas dos acertos, mas mostrando também
os erros, transcrevo um artigo de autoria do Pr Paulo Rogério Petrizi, Líder da
Igreja Batista Vida Nova, na cidade de Campinas-SP, publicado no site Prega a Palavra: “E Isaque
cometeu pelo menos três erros em relação a sua esposa e família que estão
registrados na Palavra para nos servirem de alerta. Em Gênesis 26.1-11, houve
um período de seca e fome em toda Canaã. Seria natural que Isaque e sua família
fossem para o Egito, porém foi Deus quem impediu Isaque de seguir naquela rota
(pois no passado Abrão foi ao Egito e também cometeu erros lamentáveis). Ao
mesmo tempo em que mandou Isaque desistir de ir buscar abrigo no Egito, o
Senhor lhe fez uma promessa muito clara: Eu estarei com você e o abençoarei.
(Gn 26.3). Eis aqui uma lição para nós: o melhor lugar para estarmos com nossos
familiares é onde o Senhor nos coloca e abençoa. Nenhum lugar da Terra é mais
seguro do que sob a bênção de Deus. Em Gerar, território filisteu, Isaque
buscou abrigo junto ao rei Abimeleque. Foi ali que cometeu pelo menos três
erros:
1º. O pecado de não
confiar em Deus. Foi tão clara a promessa do
Senhor: Estarei com você e o abençoarei. Ainda assim Isaque não confiou o
suficiente. Teve medo de morrer assassinado em face de sua esposa ser uma
mulher muito bonita. Daí, mandou que ela mentisse e dissesse que era sua
irmã. Honramos ao nosso
Deus e Pai quando nEle confiamos. Há inúmeros textos nas Escrituras que nos
conclamam a confiarmos no nosso Deus. Um deles, o Salmo 62.8: Confie nele em
todos os momentos, ó povo; derrame diante dele o coração, pois Ele é o nosso
refúgio.
Como marido,
cabeça de sua família, mantenha uma fé fervorosa em Deus. Confie nEle sempre.
2º. O pecado de
mentir. Isaque mentiu
vergonhosamente, algo que um homem de Deus jamais deveria consentir-se fazer. E
sua mentira lhe custou muita vergonha quando foi desmascarado pelo rei
filisteu. Aliás, até hoje o patriarca é lembrado pela mentira que contou. Foi o
Senhor Jesus quem afirmou que o Diabo é "pai da mentira". Aliás, a
mentira é o único "filho" do Diabo. Por isso o Senhor Deus tem um
sério problema com a mentira - a tal ponto de excluir do ambiente celestial
todos os mentirosos (cf. Ap 21.8).
Como marido, seja
fiel e verdadeiro. Fale sempre a verdade e conserve seu lar livre da mentira,
cuidando para que seus filhos aprendam desde cedo este Princípio.
3º. O pecado do
egoísmo. O rei de Gerar, Abimeleque, ao confrontar Isaque com seu pecado,
advertiu-o das consequências que Rebeca poderia ter sofrido. Ou seja, Isaque
pensou mais nele do que na esposa e com a finalidade de proteger-se, expôs sua
mulher a ser cortejada por ímpios. O amor que aprendemos com Jesus é
sacrificial, conforme expôs Paulo em Efésios 5.25. O marido deve amar sua
esposa como Cristo amou a Igreja, dando sua vida por ela. Um marido aprovado
por Deus não pode ser egoísta, mas sim altruísta.
Como marido, ame
sua esposa e seus filhos e demonstre este amor com honra, afeto, zelo, atenção,
dedicação, esforço e paciência.
O propósito desta
narrativa nas Escrituras é nos servir de alerta. Por favor, aprenda com os
erros que Isaque cometeu e não incorra neles. Confie sempre em Deus. Fale
somente a verdade. Ame com amor sacrificial”http://paulopetrizi.blogspot.com.br/2012/10/os-tres-erros-que-o-patriarca-cometeu.html.]
“NaquEle que me
garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é
dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br.
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